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Hélder Vicente Miguel

Operações – Leis de Composição Internas

Licenciatura em Ensino de Matemática (3º Ano)

Universidade Rovuma

Lichinga

2023
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Hélder Vicente Miguel

Operações – Leis de Composição Internas

Licenciatura em Ensino de Matemática (3º Ano)

Trabalho da cadeira de Estruturas Algébricas a ser


entregue no Departamento de Ciências,
Tecnologia, Engenharia e Matemática. Para fins
avaliativos,
Sob orientação do docente: MSc. Valente
Farahane

Universidade Rovuma

Lichinga

2023
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Índice

1. Introdução............................................................................................................................ 4

1.1. Objectivos .................................................................................................................... 4

1.1.1. Objectivo Geral..................................................................................................... 4

1.1.2. Objevtivos Específicos ......................................................................................... 4

1.2. Metodologias ............................................................................................................... 4

2. Operações – Leis de Composição Internas ......................................................................... 5

2.1. Propriedades das operações ......................................................................................... 5

2.1.1. Propriedade associativa: ....................................................................................... 5

2.1.2. Propriedade comutativa: ....................................................................................... 6

2.1.3. Elemento neutro: .................................................................................................. 7

2.1.4. Elementos simetrizáveis: ...................................................................................... 8

2.1.5. Elementos regulares:........................................................................................... 10

2.1.6. Propriedade distributiva ...................................................................................... 11

2.2. Parte fechada para uma operação ............................................................................... 11

3. Conclusão .......................................................................................................................... 13

4. Referências Bibliográficas ................................................................................................ 14


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1. Introdução

Um dos grandes objectivos do ensino da matemática, actualmente, é o desenvolvimento das


capacidades de cálculo e de resolução de problemas. Uma vez que uma das grandes metas do
ensino da matemática é contribuir para o aumento da capacidade de tomadas de decisão com
fundamento matemático, portanto certas e optimizadas.

A sociedade de hoje, caracterizada por crescentes e rápidas alterações, necessita de indivíduos


que pensem duma forma flexível, crítica, eficaz e criativa. O poder matemático adquirido no
estudo da matemática ajuda na preparação do cidadão activo do presente.

Neste caso, para dar início aos nossos estudos precisamos compreender o que é uma operação
ou leis de composição internas para que, na sequência, possamos estudar as propriedades
correspondentes. É por meio da definição que podemos observar como os elementos do
conjunto são combinados, a partir da operação em questão, para a geração de outros elementos
do conjunto.

1.1.Objectivos
1.1.1. Objectivo Geral
 Compreender as operações ou leis de composição internas e não só, assim como a parte
fechada para uma operação.
1.1.2. Objevtivos Específicos

Para alcançar o objectivo geral foram realizados alguns objectivos específicos:

 Definir operação
 Expor e demonstrar as propriedades das operações
 Definir parte fechada para uma operação
 Determinar se um conjunto é parte fechada para uma certa operação.

1.2.Metodologias

Para realização deste trabalho, recorreu-se a pesquisa bibliográfica como forma de


concretização culminou com suas referências bibliográficas.
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2. Operações – Leis de Composição Internas

Definição 1: Seja dado um conjunto 𝐸 não vazio, uma operação sobre 𝑬 ou lei de composição
interna sobre E, é uma lei ∗ que associa a cada par ordenado (𝑥, 𝑦) de elementos de E um e
somente um elemento 𝑥 ∗ 𝑦, também de 𝐸. Se ∗ é uma operação definida em 𝐸, dizemos,
também, que 𝐸 é um conjunto munido de uma operação.

O elemento 𝑥 ∗ 𝑦 é chamado composto de 𝑥 e 𝑦 por estrela, nesta ordem. Os elementos 𝑥 e 𝑦


são chamados termos do composto 𝑥 ∗ 𝑦, sendo 𝑥 o primeiro termo ou termo da esquerda e 𝑦 o
segundo termo ou termo da direita.

Dependendo das características da operação ∗, podemos adotar outros símbolos para sua
representação além de ∗, conforme indicado a seguir:

 Se ∗ é de característica aditiva, podemos empregar o símbolo + e denominar a operação


como adição. Neste caso, considera-se 𝑥 + 𝑦 como soma e os elementos 𝑥 e 𝑦 são
chamados de parcelas.
 Se ∗ tem caráter multiplicativo, adotamos o símbolo × e chamamos de multiplicação.
Assim, o termo 𝑥 × 𝑦 ou 𝑥𝑦 é chamado de produto, enquanto que 𝑥 e 𝑦 são
denominados fatores.

Outros símbolos utilizados para operações genéricas, são: ∆ , ⨁ , ⨂ , ⊥, ⊺, ×, entre outros


símbolos.

2.1.Propriedades das operações

Seja * uma lei de composição interna em E. Vamos analisar algumas das propriedades que
podem ser satisfeitas por *.

2.1.1. Propriedade associativa:

Definição 2: Dizemos que uma operação * definida em um conjunto E é associativa ou possui


a (ou goza da) propriedade associativa se, e somente, se, vale o seguinte:

∀𝑥, 𝑦, 𝑧 ∈ 𝐸, 𝑥 ∗ (𝑦 ∗ 𝑧) = (𝑥 ∗ 𝑦) ∗ 𝑧

Exemplos:
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I. As adições e multiplicações usuais nos conjunto ℕ, ℤ, ℚ, ℝ 𝑒 ℂ gozam da propriedade


associativa, por isso são chamadas de “operações associativas”.

∀𝑥, 𝑦, 𝑧 ∈ 𝐸

𝑥 + (𝑦 + 𝑧) = (𝑥 + 𝑦) + 𝑧

𝑥. (𝑦. 𝑧) = (𝑥. 𝑦). 𝑧

II. A adição e multiplicação definida sobre o conjunto 𝑀𝑚×𝑛 (ℝ) das matrizes 𝑚 × 𝑛 com
elementos reais é uma operação associativa.

∀𝑋, 𝑌, 𝑍 ∈ 𝑀𝑚×𝑛 (ℝ)

𝑋 + (𝑌 + 𝑍) = (𝑋 + 𝑌) + 𝑍

𝑋. (𝑌. 𝑍) = (𝑋. 𝑌). 𝑍

III. A composição de funções de ℝ em ℝ é operação associativa

(𝑓 𝑜 𝑔) 𝑜 ℎ = 𝑓 𝑜 (𝑔 𝑜 ℎ), ∀𝑓, 𝑔, ℎ

Observação

O fato de uma operação ser associativa possibilita indicar o composto de mais de dois elementos
sem necessidade de usar os parênteses, uma vez que qualquer associação entre os elementos
presentes conduz ao mesmo resultado.

Por exemplo: 2 + 4 + 6 + 7 = (2 + 4) + (6 + 7) = 2 + (4 + 6) + 7 = 2 + (4 + 6 + 7) =
19

Se uma operação não é associativa, temos a obrigação de usar parênteses para indicar como
deve ser calculado um composto de três ou mais elementos, pois, caso contrário, deixamos o
composto sem significado.

Por exemplo, em ℝ∗ , 48 ÷ 6 ÷ 2 ÷ 4 não tem significado, pois:

(48 ÷ 6) ÷ (2 ÷ 4) = 8 ÷ 1⁄2 = 8.2 = 16

((48 ÷ 6) ÷ 2) ÷ 4 = (8 ÷ 2) ÷ 4 = 4 ÷ 4 = 1
7

48 ÷ ((6 ÷ 2) ÷ 4) = 48 ÷ (3 ÷ 4) = 48 ÷ 3⁄4 = 48. 4⁄3 = 192⁄3 = 64

Propriedade comutativa:

Definição 3: Dizemos que uma operação *, definida em um conjunto não vazio E, é comutativa
ou possui a (ou goza da) propriedade comutativa se, e somente se, vale o seguinte:

∀ 𝑥, 𝑦 ∈ 𝐸, 𝑥 ∗ 𝑦 = 𝑦 ∗ 𝑥

Exemplos:

I. As operações usuais de adição e multiplicação definidas sobre os conjuntos


ℕ, ℤ, ℚ, ℝ 𝑒 ℂ apresentam a propriedade comutativa, sendo chamadas de “operações
comutativas” nos conjuntos citados.

∀ 𝑥, 𝑦 ∈ 𝐸

𝑥+𝑦 = 𝑦+𝑥

𝑥. 𝑦 = 𝑦. 𝑥

II. A adição definida sobre o conjunto 𝑀𝑚×𝑛 (ℝ) é uma operação comutativa devido a
validade da propriedade comutativa sobre as entradas das matrizes pertencentes a
𝑀𝑚×𝑛 (ℝ), as quais são numeros reais.

∀ 𝑋, 𝑌 ∈ 𝑀𝑚×𝑛 (ℝ)

𝑋+𝑌 = 𝑌+𝑋

2.1.2. Elemento neutro:

Definição 4: Se existe 𝑒 ∈ 𝐸 tal que 𝑒 ∗ 𝑥 = 𝑥, ∀𝑥 ∈ 𝐸, dizemos que 𝑒 é o elemento neutro à


esquerda para a operacao *.

Se existe 𝑒 ∈ 𝐸 tal que 𝑥 ∗ 𝑒 = 𝑥, ∀𝑥 ∈ 𝐸, dizemos que 𝑒 é o elemento neutro à direita para a


operacao *.

Se 𝑒 é o elemento neutro à direita e à esquerda para a operação *, dizemos simplesmente que 𝑒


é elemento neutro para essa operação.
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Exemplos:

I. O zero corresponde ao elemento neutro para as operações usuais de adição definidas


sobre ℕ, ℤ, ℚ, ℝ 𝑒 ℂ.

0 + 𝑥 = 𝑥 = 𝑥 + 0, ∀𝑥 ∈ 𝐸

II. Para as multiplicações usuais definidas sobre esses mesmos conjuntos, o elemento
neutro é o 1.

1. 𝑥 = 𝑥 = 𝑥. 1, ∀𝑥 ∈ 𝐸

III. O elemento neutro da adição em 𝑀𝑚×𝑛 (ℝ), é 0𝑚×𝑛 (matriz nula do tipo 𝑚 × 𝑛),
pois 0𝑚×𝑛 + 𝑋 = 𝑋 + 0𝑚×𝑛 = 𝑋, qualquer que seja 𝑋 ∈ 𝑀𝑚×𝑛 (ℝ).
IV. A divisão em ℝ* admite 1 como elemento neutro à direita, pois 𝑥⁄1 = 𝑥, ∀𝑥 ∈ ℝ*,
mas não admite elemento neutro à esquerda, pois não existe um elemento 𝑒 ∈ ℝ*
fixo tal que 1⁄𝑥 = 𝑥, ∀𝑥 ∈ ℝ*, logo, o número 1 não é elemento neutro da divisão
definida sobre ℝ*.

Proposição 1: Se uma operação * sobre E tem um elemento neutro 𝑒, entao ele é único.

Demonstração: Suponhamos que 𝑒 e 𝑒′ sejam elementos neutros da operacao *. Como 𝑒 é


elemento da operacao e 𝑒′ ∈ 𝐸, entao 𝑒 ∗ 𝑒 ′ = 𝑒′. Por raciocinio analogo, chega-se a concluao
de que 𝑒 ∗ 𝑒 ′ = 𝑒. De onde 𝑒 = 𝑒′.

2.1.3. Elementos simetrizáveis:

Definição 5: Se a operação * admite elemento neutro 𝑒 ∈ 𝐸, o elemento 𝑥 ∈ 𝐸 é chamado de


elemento simetrizável para a operação * se existir 𝑥′ ∈ 𝐸 de modo que 𝑥 ′ ∗ 𝑥 = 𝑥 ∗ 𝑥 ′ = 𝑒.
Nesse caso, 𝑥′ é chamado simétrico de 𝑥 para a operação *. Veja que 𝑥 ser simetrizável implica
em 𝑥 ser simetrizável à direita e à esquerda. Para uma operação aditiva, o elemento simétrico
𝑥 ′ é chamado de oposto e denotado por −𝑥, enquanto que na multiplicativa, 𝑥′ é chamado de
inverso e denotado por 𝑥 −1 .

Exemplos:
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I. O 3 é um elemento simetrizável para a adição em ℤ, com oposto −3 , pois 3 +


(−3) = (−3) + 3 = 0. Esse número é também simetrizável em relação à
1 1 1
multiplicação usual em ℚ, com 3, pois 3. 3 = 3 . 3 = 1.

II. Porém, 3 não é simetrizável para a multiplicação usual definida sobre ℤ, pois não
existe 𝑥′ ∈ ℤ tal que 𝑥 ′ ∗ 3 = 3 ∗ 𝑥 ′ .

Proposição 2: Seja * uma operação sobre 𝐸 que é associativa e possui elemento neutro 𝑒.

I. Se um elemento 𝑥 ∈ 𝐸 é simetrizável, então o simétrico de 𝑥 é único.


II. Se 𝑥 ∈ 𝐸 é simetrizavel, entao o seu simetrico tambem é simetrizavel. Além disso,
(𝑥 ′ )′ = 𝑥.
III. Se 𝑥, 𝑦 ∈ 𝐸 são simetrizaveis, entao 𝑥 ∗ 𝑦 é simetrizável. Alem disso, (𝑥 ∗ 𝑦)′ = 𝑥 ′ ∗
𝑦′.

Demonstração:

I. Suponhamos que 𝑥 ′ 𝑒 𝑥′′ sejam simetricos de 𝑥. Temos:


𝑥 ′ = 𝑒 ∗ 𝑥 ′ = (𝑥 ′′ ∗ 𝑥) ∗ 𝑥 ′ = 𝑥 ′′ ∗ (𝑥 ∗ 𝑥 ′ ) = 𝑥 ′′ ∗ 𝑒 = 𝑥′′
II. Sendo 𝑥′ o simetrico de 𝑥, temos:
𝑥′ ∗ 𝑥 = 𝑒 = 𝑥 ∗ 𝑥′
e, pela definição 5, 𝑥 é o simetrico de 𝑥′, ou seja, 𝑥 = (𝑥 ′ )′ .
III. Para provarmos que 𝑥 ′ ∗ 𝑦′ é simetrico de 𝑥 ∗ 𝑦, devemos mostrar que:
a) (𝑥 ′ ∗ 𝑦 ′ ) ∗ (𝑥 ∗ 𝑦) = 𝑒
b) (𝑥 ∗ 𝑦) ∗ (𝑥 ′ ∗ 𝑦 ′ ) = 𝑒
De facto, temos:
a) (𝑥 ′ ∗ 𝑦 ′ ) ∗ (𝑥 ∗ 𝑦) = [(𝑥 ′ ∗ 𝑦 ′ ) ∗ 𝑥] ∗ 𝑦 = [𝑦 ′ ∗ (𝑥 ′ ∗ 𝑥)] ∗ 𝑦 = (𝑦 ′ ∗ 𝑒) ∗
𝑥 = 𝑦′ ∗ 𝑦 = 𝑒
b) Analogamente.

Por indução, pode-se generalizar a propriedade 3.: (𝑎1 ∗ 𝑎2 ∗ … ∗ 𝑎𝑛 )′ = (𝑎′ 𝑛 ∗ 𝑎′ 𝑛−1 ∗ … ∗


𝑎′ 2 ∗ 𝑎′1 .

Notação: Conjunto dos simetrizáveis

Se * é uma operação sobre 𝐸 com elemento neutro 𝑒, indica-se por 𝑈∗ (𝐸) o conjunto dos
elementos simetrizáveis de 𝐸 para a operacao *.
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𝑈∗ (𝐸) = {𝑋 ∈ 𝐸|∃𝑥 ′ ∈ 𝐸: 𝑥 ′ ∗ 𝑥 = 𝑒 = 𝑥 ∗ 𝑥′}

Exemplos:

𝑈+ (𝐸) = {0};

𝑈+ (𝐸) = ℤ;

𝑈. (𝐸) = {−1,1};

2.1.4. Elementos regulares:

Definição 6: Um elemento 𝑎 ∈ 𝐸 é chamado de regular à esquerda em relação à * quando, para


quaisquer 𝑥, 𝑦 ∈ 𝐸 com 𝑎 ∗ 𝑥 = 𝑎 ∗ 𝑦, for verificado que 𝑥 = 𝑦. De modo análogo, 𝑎 ∈ 𝐸 é
chamado de regular à direita em relação à * quando ao considerar quaisquer 𝑥, 𝑦 ∈ 𝐸 com 𝑥 ∗
𝑎 = 𝑦 ∗ 𝑎 for possível comprovar que 𝑥 = 𝑦. Se 𝑎 ∈ 𝐸 é regular à esquerda e à direita, então 𝑎
é um elemento regular em relação à operação * e, nesse caso, podemos dizer que 𝑎 cumpre a
lei do cancelamento em relação a *.

Exemplos:

I. O 3 é regular em relação à adição e à multiplicação definidas em ℤ, por satisfazer a


lei do cancelamento para quaisquer 𝑥, 𝑦 ∈ ℤ, 3 + 𝑥 = 3 + 𝑦 ⇒ 𝑥 = 𝑦 e 3. 𝑥 =
3. 𝑦 ⇒ 𝑥 = 𝑦.
II. O zero não é regular em relação à multiplicação em ℤ, pois 2.0 = 3.0 e 2 ≠ 3.

Proposição 3: Seja * uma operação sobre 𝐸 associativa e que possui elemento neutro 𝑒. Todo
elemento simetrizavel para * é tambem regular em relacao a *.

Demonstração: Sejam 𝑥 e 𝑦 elementos quaisquer de 𝐸 tais que 𝑎 ∗ 𝑥 = 𝑎 ∗ 𝑦 e 𝑥 ∗ 𝑎 = 𝑦 ∗ 𝑎.

Da primeira dessas hipóteses, segue que 𝑎′ ∗ (𝑎 ∗ 𝑥) = 𝑎′ ∗ (𝑎 ∗ 𝑦). Dai, considerando-se a


associatividade, (𝑎′ ∗ 𝑎) ∗ 𝑥 = (𝑎′ ∗ 𝑎) ∗ 𝑦, ou seja, 𝑒 ∗ 𝑥 = 𝑒 ∗ 𝑦. De onde, 𝑥 = 𝑦.

Analogamente, se prova que, se 𝑥 ∗ 𝑎 = 𝑦 ∗ 𝑎 entao 𝑥 = 𝑦. Portanto 𝑎 é regular.

Notação: conjunto dos regulares


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Se * é uma operação sobre 𝐸, indica-se com 𝑅∗ (𝐸) o conjunto dos elementos regulares de 𝐸
para a operacao *.

Exemplos:

𝑅+ (ℕ) = ℕ;

𝑅. (ℤ) = ℤ∗ ;

𝑅+ (𝑀2 (ℝ)) = 𝑀2 (ℝ)

2.1.5. Propriedade distributiva

Definição 7: Sejam * e ∆ duas operações sobre 𝐸. Dizemos que ∆ é distributiva à esquerda


relativamente a * se:

𝑥∆(𝑦 ∗ 𝑧) = (𝑥∆𝑦) ∗ (𝑥∆𝑧), ∀𝑥, 𝑦, 𝑧 ∈ 𝐸

Dizemos que ∆ é distributiva à direita relativamente a * se:

(𝑦 ∗ 𝑧)∆𝑥 = (𝑦∆𝑥) ∗ (𝑧∆𝑥), ∀𝑥, 𝑦, 𝑧 ∈ 𝐸

Quando ∆ é distributiva à esquerda e à direita de *, dizemos simplesmente que ∆ é distributiva


relactivamente a *.

Exemplo:

A multiplicação é distributiva em relação à adição, ambas definidas sobre ℤ.

(𝑦 + 𝑧). 𝑥 = (𝑦 + 𝑥). (𝑧 + 𝑥), ∀𝑥, 𝑦, 𝑧 ∈ 𝐸

A multiplicação definida sobre 𝑀𝑁 (ℝ) é distributiva em relação à adição definida sobre esse
mesmo conjunto, pois, para quaisquer 𝑋, 𝑌, 𝑍 ∈ 𝑀2 (ℝ), são válidas as expressões 𝑋. (𝑌 + 𝑍) =
(𝑋. 𝑌) + (𝑋. 𝑍) e (𝑌 + 𝑍). 𝑋 = (𝑌. 𝑋) + (𝑍. 𝑋).

2.2.Parte fechada para uma operação

Definição 8: Dizemos que A é uma parte de E, fechada para a operação * ou, simplesmente,
que A é fechado para a operação *, se, e somente se, vale o seguinte:

∀ 𝑥, 𝑦 ∈ 𝐴, 𝑥 ∗ 𝑦 ∈ 𝐴
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Neste caso, a operação *, definida em E, também é uma operação definida em A. Essa operação,
definida em A , é chamada restrição de * ao conjunto A.

Exemplo:

O conjunto ℚ é uma parte fechada para as operações de adição e multiplicação usuais definidas
em ℝ. Note que ℚ ≠ ∅, ℚ ⊂ ℝ e para quaisquer 𝑥, 𝑦 ∈ ℚ temos que 𝑥 + 𝑦, 𝑥𝑦 ∈ ℚ.

O conjunto ℝ − ℚ (dos números irracionais) não é parte fechada para a adição e multiplicação
em ℝ, pois √3, −√3 ∈ ℝ − ℚ, √3 + (−√3) = 0 ∉ ℝ − ℚ e (√3)(−√3) = −3 ∉ ℝ − ℚ.
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3. Conclusão

A elaboração deste trabalho me proporcionou uma compreensão mais aprofundada do tema


apresentado. Nesta perspectiva uma das grandes contribuições desde trabalho é, fornece
métodos para a resolução de diversos problemas no campo da matemática. O trabalho feito
trouxe uma boa relevância no âmbito textual, na aprendizagem, visto que as operações nos
ajudam a resolver alguns problemas do dia-a-dia. O trabalho não ficou somente limitado na
introdução do estudo das operações ou leis de composição internas, mas, principalmente
pensou-se na contribuição que este venha a ter na assimilação e estudo de outras cadeiras onde
são aplicados diversos tipos de operações.
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4. Referências Bibliográficas
1. Barba, A. N. D. (2018) Estruturas algébricas. Londrina : Editora e Distribuidora
Educacional S.A.
2. Domingues, H., & Iezzi, G.(1979) Álgebra Moderna. São Paulo, Actual.
3. Vasconcelos, C. B.(2019) Matemática - Estruturas Algébricas. 1ª Edição. Fortaleza Ceará.

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