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Sábado Artur
Helder Calisto
Faizal Cristiano
Domingos Bernardino Peso
Zé Pimentel Ernesto Manuel
Universidade Rovuma
Nampula
2023
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José dos Santos Ernesto Mutemba
Sábado Artur
Helder Calisto
Faizal Cristiano
Domingos Bernardino Peso
Zé Pimentel Ernesto Manuel
I SEMESTRE
(Curso de Licenciatura em Engenharia Mecânica)
Universidade Rovuma
Nampula
2023
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ÍNDICE
3
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO E OBJECTIVOS
1.1. Introdução
A integração complexa é uma ferramenta matemática poderosa que é usada para calcular
integrais de funções complexas. A ideia básica por trás da integração complexa é que
podemos estender o conceito de integração do cálculo real para o plano complexo, onde
as funções complexas são definidas.
Uma das principais vantagens da integração complexa é que muitas funções que são
difíceis ou impossíveis de integrar no cálculo real podem ser integradas no plano
complexo. Além disso, a integração complexa tem aplicações em várias áreas, como
física, engenharia, ciência da computação e finanças. (Severino, 2017) (Avila, 2008)
4
CAPÍTULO II: INTEGRAÇÃO COMPLEXA (TEORIA DE CAUCHY)
2.1.1. Definição
Nestes casos, a função 𝑓(𝑧) é integrada sobre uma curva C no plano complexo, chamada
caminho de integração, definida parametricamente por uma função 𝛾: [𝑎, 𝑏] → ℂ
Com,
Seja 𝛾: [𝑎, 𝑏] → ℂ uma curva em ℂ e {𝑡𝑖 }𝑖=1,..,𝑛 uma partição de [𝑎, 𝑏] tal que
𝑎 = 𝑡0 < 𝑡1 < ⋯ < 𝑡𝑛 = 𝑏
• 𝛾 diz-se seccionalmente regular ou de classe 𝐶 1 se 𝛾 ′ (𝑡) existe em
]𝑎𝑖−1 , 𝑎𝑖 [, 𝑖 = 1 … . , 𝑛, e é contínua em [𝑎𝑖−1 , 𝑎𝑖 ].
• 𝛾 diz-se um caminho se 𝛾(𝑡) é seccionalmente regular.
• 𝛾 é um caminho fechado se 𝛾(𝑎) = 𝛾(𝑏).
• Diz-se um caminho simples se 𝛾(𝑡) for injectiva em [𝑎, 𝑏[, isto é, se
𝛾(𝑡1 ) ≠ 𝛾(𝑡2 ), ∀𝑡1 , 𝑡2 ∈ [𝑎 , 𝑏[
• A um caminho fechado e simples chama-se curva de Jordan.
5
(1) Curva não simples (2) e (5) curvas seccionalmente regulares; (3) curva suave (4)
curva de jordan.
∮ 𝒇 (𝒛)𝒅𝒛
𝜸
Exemplo 1:
𝟐 + 𝒊.
Assim:
= (2
1
+ 𝑖) ∫(3𝑡 2 + 4𝑡 2 𝑖)𝑑𝑡
0
1
1 2 11
= (2 + 𝑖)(3 + 4𝑖) ∫ 𝑡 2 𝑑𝑡 = (2 + 𝑖)(3 + 4𝑖) = + 𝑖
3 3 3
0
6
2.2. Integral Definida
Se 𝑓(𝑡) = 𝑈(𝑡) + 𝑖𝑉(𝑡) é uma função continua da variável real 𝑡 em um intervalo [a.b],
então sua integral definida é dada por: (Almeida R. M., 2020)
𝒃 𝒃 𝒃
∫ 𝑭(𝒕)𝒅𝒕 = ∫ 𝑼(𝒕)𝒅𝒕 + 𝒊 ∫ 𝑽(𝒕)𝒅𝒕
𝒂 𝒂 𝒂
2.2.1. Propriedades
𝑏 𝑏
• 𝑅𝑒 ∫𝑎 𝐹(𝑡)𝑑𝑡 = ∫𝑎 𝑅𝑒 𝐹(𝑡)𝑑𝑡;
𝑏 𝑏
• 𝐼𝑚 ∫𝑎 𝐹(𝑡)𝑑𝑡 = ∫𝑎 𝐼𝑚 𝐹(𝑡)𝑑𝑡;
𝑏 𝑏 𝑏
• Linearidade: ∫𝑎 [𝐹(𝑡) + 𝐺(𝑡)]𝑑𝑡 = ∫𝑎 𝐹(𝑡)𝑑𝑡 + ∫𝑎 𝐺(𝑡)𝑑𝑡
𝑏 𝑏
• ∫𝑎 𝑐𝐹(𝑡)𝑑𝑡 = 𝑐 ∫𝑎 𝐹(𝑡)𝑑𝑡; e,
𝑏 𝑏
• |∫𝑎 𝐹(𝑡)𝑑𝑡| ≤ ∫𝑎 |𝐹(𝑡)|𝑑𝑡.
𝑏 𝑏
7
2.3.1. Invariância da integral
𝑏
A integral ∫𝑐 𝑓(𝑧)𝑑𝑧 = ∫𝑎 𝑓(𝑧(𝑡))𝑧´(𝑡)𝑑𝑡 é invariante sob mudança da parametrização
utilizada para C. Assim, se 𝑡 = 𝜙(𝜏) (𝛼 ≤ 𝜏 ≤ 𝛽, onde 𝜙 é uma função real continua,
com derivada continua positiva, então 𝑍(𝜏) = 𝑧(𝜙(𝜏)) e:
𝛽 𝛽 𝛽
Se 𝑓 é uma função continua sobre um caso C, então existe uma constante M, tal que
|𝑓(𝑧)| ≤ 𝑀 para todo 𝑧 ∈ ℂ, e escreve-se:
|∫ 𝑓(𝑧)𝑑𝑧| ≤ 𝑀 ∫ |𝑑𝑧| = 𝑀𝐿
𝐶 𝐶
𝑏 𝑏
8
2.4. Teorema de Cauchy
É um dos teoremas mais importantes da analise Complexa e foi proposto por Louis-
Augustin Cauchy, em 1852:
∮ 𝒇(𝒛)𝒅𝒛 = 𝟎
𝑪
Figura 1.
Domínio Simplesmente Conexo Domínio Multiplamente Conexo
Em 1883, o matemático francês Edouard Goursat (1858 – 1936) provou que a hipótese
de 𝑓′ seja continua não é necessária para chegar à conclusão do teorema de Cauchy.
Assim, o teorema de Cauchy é também conhecido como “Teorema de Cauchy-Goursat’’.
Seja 𝑓 uma função analítica em um domínio simplesmente conexo D, então para todo
contorno fechado simples C em D,
∮ 𝑓(𝑧)𝑑𝑧 = 0
𝐶
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Exemplo 2:
Logo,
∮ 𝑒 𝑧 𝑑𝑧 = 0
𝐶
∮ 𝒇(𝒛)𝒅𝒛 = ∮ 𝒇(𝒛)𝒅𝒛
𝑪 𝑪𝟏
Sejam, 𝐶, 𝐶1 , … , 𝐶𝑛 curvas fechadas simples, todas com orientação positiva, tais que
𝐶1 , 𝐶2 , … , 𝐶𝑛 sejam interiores a C, de forma que as regiões interiores de 𝐶, 𝐶1 , … , 𝐶𝑛 não
tenham pontos em comum. Se f for analítica em cada contorno e em cada ponto interior
a C e exterior a todos os contornos 𝐶, 𝐶1 , … , 𝐶𝑛 , então
𝒏
∮ 𝒇(𝒛)𝒅𝒛 = ∑ ∮ 𝒇(𝒛)𝒅𝒛
𝒌=𝟏
𝑪 𝑪𝒌
Exemplo 3:
𝑑𝑧
Calcular ∮𝐶 𝑍 2+1, onde C é a circunferência |𝑧| = 3
10
𝑑𝑧 1 1 1
∮ = ∮ [ − ] 𝑑𝑧
𝑍 2 + 1 2𝑖 𝑧−𝑖 𝑧+𝑖
𝐶 𝐶
𝟏 𝟏
Fazendo 𝐶1 como a circunferência |𝒛 − 𝒊| = 𝟐 , e 𝐶1 como a circunferência |𝒛 + 𝒊| = 𝟐 :
𝑑𝑧 1 1 1 1 1 1
∮ = ∮ [ − ] 𝑑𝑧 + ∮ [ − ] 𝑑𝑧
𝑍 2 + 1 2𝑖 𝑧−𝑖 𝑧+𝑖 2𝑖 𝑧−𝑖 𝑧+𝑖
𝐶 𝐶1 𝐶2
1 1 1 1 1 1 1 1
= ∮ 𝑑𝑧 − ∫ 𝑑𝑧 + ∮ 𝑑𝑧 − ∫ 𝑑𝑧
2𝑖 𝑧−𝑖 2𝑖 𝑧 + 𝑖 2𝑖 𝑧−𝑖 2𝑖 𝑧+𝑖
𝐶1 𝐶1 𝐶2 𝐶2
𝑎𝑛𝑎𝑙í𝑡𝑖𝑐𝑎 𝑒𝑚 𝐶1 𝑎𝑛𝑎𝑙í𝑡𝑖𝑐𝑎 𝑒𝑚 𝐶2
1 1 𝑖
Na forma polar, 𝑧 ± 𝑖 = 2 𝑒 1𝜃 ⇒ 𝑧 = ∓𝑖 + 2 𝑒 𝑖𝜃 ⇒ 𝑑𝑧 = 2 𝑒 𝑖𝜃 𝑑𝜃. Portanto,
𝑖 𝑖𝜃 𝑖 𝑖𝜃
𝑑𝑧 1 2𝑒 1 2𝑒 1 1
∮ 2 = ∮ 𝑑𝜃 − ∮ 𝑑𝑧 = ∙ 2𝜋𝑖 − ∙ 2𝜋𝑖 = 0
𝑍 + 1 2𝑖 1 𝑒 𝑖𝜃 2𝑖 1 𝑒 𝑖𝜃 2𝑖 2𝑖
𝐶 𝐶1 2 𝐶2 2
❖ Antiderivada
Se f for uma função continua em um domínio D e se existir uma função F tal que 𝐹 ′ (𝑧) =
𝑓(𝑧) em cada 𝑧 ∈ 𝐷, então F é uma antiderivada ou primitiva de f.
Exemplo 4:
Calcular 𝐜𝐨𝐬 𝒛 𝒅𝒛, sendo C um contorno qualquer com ponto inicial 𝒛𝟎 = 𝟎 e terminal
𝒛𝟏 = 𝟐 + 𝒊.
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2+𝑖
2+i
∫ cos 𝑧 𝑑𝑧 = ∫ cos 𝑧 𝑑𝑧 = sen z | = sen (2 + i)
0
𝐶 0
1 𝑓(𝑧) 𝑓(𝑧)
𝑓(𝑧0 ) = ∮ 𝑑𝑧 ⟺ ∮ 𝑑𝑧 = 2𝜋𝑖𝑓(𝑧0 )
2𝜋𝑖 𝑧 − 𝑧0 𝑧 − 𝑧0
𝐶 𝐶
Exemplo 5:
𝑧 2 −4𝑧+4
Calcular ∮𝐶 𝑑𝑧, onde C é a circunferência |z| = 2.
𝑧+𝑖
𝑓(𝑧) = 𝑧 2 − 4𝑧 + 4 → é analítica em C, e
𝑧 2 − 4𝑧 + 4
∮ 𝑑𝑧 = 2𝜋𝑖𝑓(−𝑖) = 2𝜋𝑖(3 + 4𝑖) = 2𝜋(−4 + 3𝑖)
𝑧+𝑖
𝐶
𝑛! 𝑓(𝑧)
𝑓 𝑛 (𝑧0 ) = ∮ 𝑑𝑧
2𝜋𝑖 (𝑧 − 𝑧0 )𝑛+1
𝐶
Exemplo 6:
𝑧+1
Calcular ∮𝐶 𝑧 4+2𝑖𝑧 3 𝑑𝑧, onde C é a circunferência |z| = 1
𝑧+1 𝑧+1
O integrado ∮𝐶 𝑧 4+2𝑖𝑧 3 𝑑𝑧 = ∮𝐶 𝑧 3(𝑧+2𝑖) 𝑑𝑧 não é analítico em 𝑧 = 0, nem em 𝑧 = −2𝑖.
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𝑧+1
Mas, 𝑧 = −2𝑖 não pertence a C. Logo, 𝑧0 = 0 , 𝑛 = 2 𝑒 𝑓(𝑧) = 𝑧+2𝑖 , portanto:
𝑧 2 − 4𝑧 + 4 2𝜋𝑖𝑓′′(0) 2 − 4𝑖 𝜋 𝜋
∮ 𝑑𝑧 = = 𝜋𝑖 ∙ 3
=− + 𝑖
𝑧+𝑖 2! (2𝑖) 4 2
𝑐
𝑛! 𝑀
|𝑓 (𝑛) (𝑧0 )| ≤
𝑟𝑛
❖ Teorema de Liouville
Uma função f inteira, isto é, uma função analítica para todo z, não pode ser limitada a
menos que seja uma constante.
Seja 𝑝(𝑧) um polinômio não constante, então a equação 𝑝(𝑧) = 0 tem pelo menos uma
raiz.
❖ Teorema de Morera
Se f é analítica e não constante em uma região fechada R limitada por uma curva fechada
simples C, então |𝑓(𝑧)| atinge valor máximo em C.
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CAPÍTULO III: METODOLOGIA DA PESQUISA
Nesta pesquisa foi encontrada diversos livros e artigos, dentre elas de língua inglesa e
portuguesa, desta forma, após um estudo, foram seleccionados livros e artigos que
continham textos liberados em português.
A análise das informações foi realizada por meio de leitura exploratória do material
encontrado, em uma abordagem qualitativa.
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CAPÍTULO IV: RESULTADOS E DISCUÇÕES
1 𝑓(𝑧)
𝑓(𝑧0 ) = ∮ 𝑑𝑧
2𝜋𝑖 𝑧 − 𝑧0
𝐶
1 𝑧2 + 1
𝑓(2𝑖) = ( ) ∮ 𝑑𝑧
2𝜋𝑖 𝑧 − 2𝑖
𝐶
= 4𝑖
Portanto, a integral:
𝑧2 + 1
∮ 𝑑𝑧 = 8𝜋𝑖.
𝑧 − 2𝑖
𝐶
𝑧
b) Calcule a integral ∮𝐶 𝑑𝑧, onde C é o círculo com centro em 0 e raio 2.
𝑧 2+ 4
1 𝑓(𝑧)
𝑓(𝑧0 ) = ∮ 𝑑𝑧
2𝜋𝑖 𝑧 − 𝑧0
𝐶
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z
Neste caso, 𝒇(𝒛) = z2+ 4 e 𝒛𝟎 = 0
Então, temos:
1 𝑧
𝑓(0) = ( )∮ 2 𝑑𝑧
2𝜋𝑖 𝑧 + 4
𝐶
𝑧 1 1
𝑓(𝑧) = = −
𝑧2 + 4 2(𝑧 + 2𝑖) 2(𝑧 − 2𝑖)
1 1 1
( )∮[ − ] 𝑑𝑧
2𝜋𝑖 2(𝑧 + 2𝑖) 2(𝑧 − 2𝑖)
𝐶
1 1 1
𝑓(0) = ( )∮[ – ] 𝑑𝑧
2𝜋𝑖 2(𝑧 + 2𝑖) 2(𝑧 – 2𝑖)
𝐶
1 1 1
= ( )[ – ] ∙ (2𝜋𝑖) = −𝑖
2𝜋𝑖 2(0 + 2𝑖) 2(0 – 2𝑖)
Portanto, a integral:
𝑧
∮ 𝑑𝑧 = −2π𝑖.
𝑧2 + 4
𝐶
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Conclusão
Uma das principais implicações do teorema de Cauchy é que as integrais de uma função
analítica sobre qualquer caminho fechado no plano complexo são iguais a zero. Isso
significa que, se uma função complexa é analítica em uma região simplesmente
conectada, a integral ao longo de qualquer caminho fechado na região é zero. Além disso,
o teorema de Cauchy também pode ser usado para calcular integrais complexas,
fornecendo uma fórmula geral para o valor da integral.
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Bibliografia
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