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Alegre, Brasil
2020
Sumário
3 INTEGRAIS DE LINHA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
3.1 Integral de linha de uma função escalar . . . . . . . . . . . . . 38
3.1.1 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
3.1.2 Definição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
3.2 Integral de linha de campo vetorial . . . . . . . . . . . . . . . 43
3.2.1 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
3.2.2 Definição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
3.3 Teorema de Green . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
3.3.1 Interpretação Física . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
3.3.2 Interpretação Vetorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
3.3.3 Campos vetoriais conservativos no plano . . . . . . . . . . . . . . . 68
4 INTEGRAIS DE SUPERFÍCIE . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
4.1 Superfícies Parametrizadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
4.1.1 Plano tangente e vetor normal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
4.2 Área de Superfícies . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
4.2.1 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
4.2.2 Definição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
4.3 Integral de superfície de uma função escalar . . . . . . . . . . 91
4.3.1 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
4.3.2 Definição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
4.4 Integral de superfície de uma função vetorial . . . . . . . . . . 99
4.4.1 Superfícies orientadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
4.4.2 Definição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
4.5 Teorema de Stokes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112
4.6 Teorema de Gauss . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120
3
1.1 Motivação
Em um primeiro curso de cálculo o principal objeto de estudo são funções que têm
seu domínio e sua imagem contidos no conjunto dos números reais, isto é, funções
da forma
f : I ⊂ R −→ R
x 7−→ y = f (x).
f : I ⊂ Rn −→ R
x 7−→ y = f (x) = f (x1 , x2 , . . . , xn ).
γ : I ⊂ R −→ Rn
t 7−→ γ(t) = (x1 (t), . . . , xn (t)) ,
onde, para cada i = 1, . . . , n, xi (t) são funções reais chamadas funções compo-
nentes.
Observação 1. Na maioria das vezes vamos nos restringir aos casos em que n = 2
ou 3. Nesse casos escrevemos
→
− →
−
γ(t) = (x(t), y(t)) = x(t) i + y(t) j ,
ou
→
− →
− →
−
γ(t) = (x(t), y(t), z(t)) = x(t) i + y(t) j + z(t) k .
Exemplo 2.
γ : [0, 2π) −→ R2
t 7−→ γ(t) = (cos t, sent) ,
O limite de uma função vetorial γ é definido pelo limite de suas funções coordenadas,
ou seja
Definição 3. Seja γ(t) = (x(t), y(t), z(t)). O limite lim γ(t) é definido por
t→t0
lim γ(t) = lim x(t), lim y(t), lim z(t) ,
t→t0 t→t0 t→t0 t→t0
Uma vez que o limite de funções vetoriais é dado pelo limite de funções reais de
uma variável em cada coordenada, é possível mostrar que os limites de funções
vetoriais obedecem as mesmas regras que os limites de funções reais. Da mesma
forma, podemos estender naturalmente a definição de continuidade:
para todo t0 ∈ I.
Observação 2. Note que, pela definição do limite de funções vetoriais. temos que
se γ(t0 ) = (x(t0 ), y(t0 ), z(t0 )), então
é chamado traço de γ.
γ : I ⊂ R −→ R2
t 7−→ γ(t) = (t, f (t)) .
γ1 : R −→ R2 γ2 : R −→ R2
t 7−→ γ1 (t) = (t, t2 ) , t 7−→ γ2 (t) = (t2 , t4 ) ,
γ3 : R −→ R2 γ4 : [0, 2π) −→ R2
t 7−→ γ3 (t) = (t3 , t6 ) , t 7−→ γ4 (t) = ( sent, sen2 t) ,
γ5 : R −→ R2 γ6 : R −→ R2
t 7−→ γ5 (t) = (−t, t2 ) , t 7−→ γ6 (t) = (−t7 , t14 ) ,
yi (t) = xi (t)2 , ∀1 ≤ i ≤ 6.
γ : [0, 2π] −→ R2
t 7−→ γ(t) = (a cos t, a sent) .
x(t)2 + y(t)2 = a2 ,
logo o traço da curva C determinada por γ está contido no círculo de centro (0, 0) e
raio a. Como t varia de 0 a 2π temos que, nesse caso, que o traço de C é exatamente
o círculo de centro (0, 0) e raio a.
Capítulo 1. Funções reais com valores vetoriais 8
γ : R −→ R3
t 7−→ γ(t) = (x0 + at, y0 + bt, z0 + ct) .
γ : R −→ R2
t 7−→ γ(t) = (x0 + a cos t, y0 + b sent) ,
γ1 : R −→ R2
t 7−→ γ(t) = (x0 + a cosh t, y0 + b senht) ,
γ2 : R −→ R2
t 7−→ γ(t) = (x0 − a cosh t, y0 + b senht) ,
cosh : R −→ R
et + e−t
t 7−→ cosh t = ,
2
e
senh : R −→ R
et − e−t
t 7−→ senht = .
2
Capítulo 1. Funções reais com valores vetoriais 11
Figura 5 – Hipérbole C1
S
C2
cosh2 t − senh2 t = 1.
x = OT − P Q (1.2)
y = a − CQ.
Capítulo 1. Funções reais com valores vetoriais 12
P Q = a senθ
CQ = a cos θ.
Exemplo 13. Determine uma parametrização para a curva C obtida pela interseção
do cilindro x2 + y 2 = 4 com o plano y + z = 2.
Capítulo 1. Funções reais com valores vetoriais 13
z = 2 − y = 2 − 2 sent.
γ : [0, 2π] −→ R3
t 7−→ γ(t) = (2 cos t, 2 sent, 2 − 2 sent) .
Definição 14. A derivada de uma função vetorial γ(t), t ∈ I é a função γ ′ (t) dada
por
γ(t + ∆t) − γ(t)
γ ′ (t) = lim ,
∆t→0 ∆t
nos pontos onde o limite existir.
Capítulo 1. Funções reais com valores vetoriais 14
d
(i) (aγ(t) + bσ(t)) = aγ ′ (t) + bσ ′ (t);
dt
d
(ii) (f (t)γ(t)) = f ′ (t)γ(t) + f (t)γ ′ (t);
dt
d
(iii) ⟨γ(t), σ(t)⟩ = ⟨γ ′ (t), σ(t)⟩ + ⟨γ(t), σ ′ (t)⟩.
dt
d
(iv) (γ(t) × σ(t)) = γ ′ (t) × σ(t) + γ(t) × σ ′ (t).
dt
Exemplo 15. Dada a função γ(t) = (et , t + 1, t3 + ln t) temos
1
γ (t) = e , 1, 3t +
′ t 2
.
t
Definição 16. Dizemos que a função γ(t) é diferenciável em I se γ ′ (t) existir
para todo t ∈ I. Dizemos que a função vetorial γ(t) é de classe C1 em I se γ é
diferenciável em I e γ ′ (t) é contínua em I.
Observação 11. Da mesma forma dizemos que uma função vetorial γ(t) é de
classe C r se cada uma das suas funções coordenadas é de classe C r . Além disso,
se as funções coordenadas de γ possuem derivadas contínuas de qualquer ordem
dizemos que γ é de classe C ∞ .
Quando uma curva γ : I → Rn é de classe C ∞ em todo ponto dizemos que γ é uma
curva suave.
Capítulo 1. Funções reais com valores vetoriais 15
−→ −→
Seja C a curva definida por γ(t). Se OP e OQ são os vetores posição correspon-
−→ −→ −→
dentes a γ(t) e γ(t + ∆t), respectivamente, então o vetor P Q = OQ − OP é
1 −→
uma representação do vetor γ(t + ∆t) − γ(t). Logo P Q corresponde ao vetor
∆t
γ(t + ∆t) − γ(t) −→
, e tem a mesma direção do vetor P Q. Quando ∆t → 0, temos
∆t
1 −→
que Q → P , e o vetor P Q se aproxima de um vetor que tem uma de suas
∆t
representações tangente à curva C no ponto P . Por isso nos referimos à γ ′ (t) como
vetor tangente à C em P .
Exemplo 18. Determine a equação paramétrica da reta tangente a hélice dada por
γ ′ (t) = (−e−t cos t − e−t sent, e−t cos t − e−t sent, 1).
Capítulo 1. Funções reais com valores vetoriais 16
A reta tangente à γ em P0 é uma reta que passa por P0 e cuja inclinação é dada
pelo vetor tangente à γ em P0 . Note que
P0 = (1, 0, 0) = γ(0),
logo, como γ ′ (0) = (−1, 1, 1), a equação da reta tangente em P0 é dada por
r(t) = P0 + tγ ′ (0)
= (1, 0, 0) + t(−1, 1, 1)
= (1 − t, t, t) t ∈ R.
Seja
γ : I ⊂ R −→ R3
u 7−→ γ(u) = (x(u), y(u), z(u)) ,
onde
u : R −→ R
t 7−→ u(t).
Capítulo 1. Funções reais com valores vetoriais 17
Seja
γ : I ⊂ R −→ R2
t 7−→ γ(t) = (x(t), y(t)) ,
P = {a = t0 , t1 , ..., tn = b},
b−a
tal que ti+1 − ti = ∆t = , para i = 0, ..., n − 1.
n
Considere a linha poligonal Sn obtida ligando os sucessivos pares de pontos pi =
γ(ti ), pi+1 = γ(ti+1 ), i = 0, ..., n − 1. O comprimento de cada segmento é dado por
q
L (pi+1 , pi ) = ||γ(ti+1 ) − γ(ti )|| = (x(ti+1 ) − x(ti ))2 + (y(ti+1 ) − y(ti ))2
v
!2 !2
x(ti+1 ) − x(ti ) y(ti+1 ) − y(ti )
u
u
= t
+ ∆t.
∆t ∆t
Figura 11
γ : [0, 2π] ⊂ R −→ R2
t 7−→ γ(t) = (r cos(t), r sen(t)) .
Capítulo 1. Funções reais com valores vetoriais 21
√
Logo γ ′ (t) = (−r sen(t), r cos(t)), o que implica ||γ ′ (t)|| = r2 sen2 t + r2 cos2 t = r.
Portanto temos Z 2π
L(C) = rdt = 2πr.
0
σ : [0, 1] ⊂ R −→ R2
t 7−→ σ(t) = (r cos(2πt), r sen(2πt)) .
o que implica
√
||σ ′ (t)|| = 4π 2 r2 sen2 t + r2 cos2 t = 2πr.
Portanto temos Z 1
L(C) = 2πrdt = 2πr,
0
que é o mesmo resultado obtido anteriormente.
Podemos considerar que as parametrizações γ e σ no exemplo anterior descrevem a
posição de duas partículas que se movem sobre a mesma curva C com velocidades
distintas. Tal fato não alterou (como era de se esperar) o comprimento da trajetória.
Vamos verificar que isso sempre acontece.
Observação 14. Note que, como h é bijetora e contínua, então h é uma função
crescente (e portanto h′ > 0) ou decrescente (e portanto h′ < 0). Como, pela regra
da cadeia, vale
β ′ (t) = α′ (h(t)) · h′ (t),
temos que
Mas Z d
||α′ (h(t))|| · |h′ (t)|dt =
c
Z d
||α′ (h(t))|| · h′ (t)dt, se α e β tem o mesmo sentido, ou
= Zc d
− ||α′ (h(t))|| · h′ (t)dt, se α e β tem sentidos opostos.
c
o que implica
q √ −t
||α (t)|| =
′
(−e−t cos t − e−t − sent)2 + (−e−t sent + e−t cos t)2 = 2e .
Seja Ct a curva determinada por α para u ∈ [0, t], onde t ∈ R. Nesse caso
Z t Z t√ √ √
L(Ct ) = ||α (u)||du =
′
2e−u du = − 2e−u |t0 = 2(1 − e−t ).
0 0
o que implica !
s
t = − ln 1 − √ .
2
Substituindo o valor de t na parametrização (1.5) obtemos
! ! !!
s s s
β(s) = α(t(s)) = 1 − √ cos 1 − √ , sen 1 − √ ,
2 2 2
que é uma parametrização para a espiral C usando o comprimento de arco
como parâmetro (comprimento de arco = comprimento da curva).
Capítulo 1. Funções reais com valores vetoriais 24
Mais geralmente, observe que, dada uma curva C com parametrização γ(t) de
classe C 1 , γ definida de um ponto inicial P0 = γ(t0 ) até um ponto P = γ(t), temos
que o comprimento da curva C ligando P0 à P é dado por
Z t
s(t) = ||γ ′ (u)||du.
t0
A função s(t) é uma função crescente (consegue notar?) e, portanto, possui uma
inversa t = t(s). Essa função inversa nos permite reparametrizar C usando o
comprimento de arco como parâmetro, bastando fazer
σ(s) = γ(t(s)).
Exemplo 26. Seja α(t) = (r cos t, ρ sent), t ∈ [0, 2π] parametrização da circun-
ferência C de raio r centrada na origem. Determine uma parametrização para C
tendo o comprimento de arco como parâmetro.
Como
α′ (t) = (−r sent, r cos t) ,
√
temos ||α′ (t)|| = r2 cos2 t + r2 sen2 t = r. Logo
Z t Z t
s(t) = ||α (u)||du =
′
rdu = rt.
0 0
Assim temos
s
s = rt ⇒ t = .
t
Logo
s s
β(s) = α(t(s)) = r cos
, r sen ,
r r
é uma parametrização para a curva C utilizando o comprimento de arco como
parâmetro.
Capítulo 1. Funções reais com valores vetoriais 25
Lγ (t) = t + C, C constante,
como Z t
Lγ (t) = ||γ ′ (u)||du,
t0
derivando obtemos que
||γ ′ (t)|| = L′γ (t) = 1,
para todo t ∈ I.
26
2.1 Introdução
No capítulo anterior estudamos funções cujo domínio estava contido no conjunto dos
números reais, e cuja imagem era dada por um conjunto de vetores em um espaço
Rn . Uma evolução natural desse estudo é considerar funções de várias variáveis
(como as do cálculo II) cuja imagem é um conjunto de vetores (como as do capítulo
anterior). Mais precisamente temos:
Definição 28. Dados n e m números naturais diferentes de zero, uma função real
de n variáveis a valores em Rm é uma função
f : U ⊂ Rn −→ Rm
(x1 , x2 , ..., xn ) 7−→ f (x) = (f1 (x), fm (x), ..., f1 (x)) ,
| {z }
x
isto é, f leva x = (x1 , .., xn ) ∈ Rn em um vetor f (x) = (f1 (x), fm (x), ..., f1 (x)) ∈
Rm .
é chamado imagem de f.
Existem vários exemplos de funções vetoriais interessantes para nós. Vejamos alguns
deles:
onde
x(u, v) = u
y(u, v) = v
z(u, v) = u2 + v 2 .
φ é uma função com domínio R2 e com valores em R3 . Note que sua imagem é o
conjunto
n o n o
Im φ = u, v, u2 + v 2 ; (u, v) ∈ R2 = (x, y, z) ∈ R3 ; z = x2 + y 2 , (x, y) ∈ R2 ,
Além disso, observe que a imagem pela função φ do retângulo [0, 2π] × [0, a] do
plano rθ é o círculo {(x, y) ∈ R2 ; x2 + y 2 ≤ a2 }.
Dentre as várias interpretações que podem ser dadas para funções de várias variáveis
a valores vetoriais destacaremos duas: As superfícies parametrizadas (como no
exemplo 29), que estudaremos posteriormente, e os campos vetoriais.
Capítulo 2. Funções de várias variáveis a valores vetoriais 28
→
− →
−
Solução. O campo F = i é um campo vetorial constante que associa, a cada
→
−
ponto (x, y) do plano o vetor i = (1, 0).
→
− →
− →
−
Exemplo 34. Represente geometricamente o campo vetorial F (x, y) = x i +y j =
(x, y).
→
− √
Solução. Observe que nesse caso temos que || F (x, y)|| = x2 + y 2 , isto é, o módulo
(ou intensidade) do campo é constante para pontos de uma mesma circunferência
→
−
de centro na origem. Além disso, o vetor F (x, y) aponta na mesma direção do
ponto (x, y) com relação a origem.
→
− →
−
→
− x i +y j
Exemplo 35. Represente geometricamente o campo vetorial F (x, y) = =
! ||(x, y)||
x y
√ 2 ,√ 2 .
x +y 2 x + y2
Capítulo 2. Funções de várias variáveis a valores vetoriais 30
→
−
Solução. Observe que nesse caso temos que || F (x, y)|| = 1, para todo (x, y). Além
→
−
disso, o vetor F (x, y) aponta na mesma direção do ponto (x, y) com relação a
origem. Dessa forma, esse campo é similar ao do exemplo anterior, mas com todos
os vetores tendo a mesma intensidade.
!
x y
Figura 17 – Campo vetorial F⃗ = √ 2 , √ .
x + y2 x2 + y 2
Exemplo 39. O campo gradiente de f (x, y) = 3x2 y + 2yz é o campo vetorial dado
por
→
− →
− →
−
∇f (x, y, z) = 6xy i + (3x2 + 2z) j + 2y k .
→
−
Definição 40. Um campo vetorial F é chamado campo vetorial conservativo
→
−
se ele for o gradiente de alguma função escalar, ou seja, se existir f tal que F = ∇f .
→
−
Neste caso, f é denominada função potencial de F .
→
−
Solução. As funções coordenadas do campo F (x, y, z) são dadas por
x
P (x, y, z) = −mM G
(x2 + y 2 + z 2 )3/2
y
Q(x, y, z) = −mM G
(x2 + y 2 + z 2 )3/2
z
R(x, y, z) = −mM G .
(x2 + y 2 + z 2 )3/2
→
−
Para mostrar que F é conservativo devemos encontrar uma função escalar f (x, y, z)
tal que
∂f x
= −mM G (2.1)
∂x (x2 + y 2 + z 2 )3/2
∂f y
= −mM G (2.2)
∂y (x + y + z 2 )3/2
2 2
∂f z
= −mM G . (2.3)
∂z (x2 + y 2 + z 2 )3/2
Integrando (2.1) com relação a x obtemos
mM G
f (x, y, z) = √ + C1 (y, z). (2.4)
+ y2 + z2
x2
Analogamente, integrando (2.2) com relação a y, e (2.3) com relação a z, obtemos
mM G
f (x, y, z) = √ 2 + C2 (x, z) (2.5)
x + y2 + z2
mM G
f (x, y, z) = √ 2 + C3 (x, y). (2.6)
x + y2 + z2
Comparando as equações (2.4), (2.5) e (2.6), temos que, para C1 = C2 = C3 = 0, a
função f está bem definida, e portanto
mM G
f (x, y, x) = − √ .
+ y2 + z2
x2
→
−
é um potencial para o campo F .
das operações naturais, como a soma e o produto escalar, destacaremos aqui duas
operações essenciais nas aplicações do cálculo vetorial em diversas áreas, como o
eletromagnetismo, a mecânica dos fluidos e etc.
Comecemos com a seguinte definição:
Mais precisamente,
!
→
− →
− ∂ ∂ ∂
rot F = ∇ × F = , , × (P, Q, R)
∂x ∂y ∂z
→
− − →
→ −
i j k
∂ ∂ ∂
=
∂x ∂y ∂z
P Q R
! ! !
∂R ∂Q → − ∂P ∂R →
− ∂Q ∂P →
−
= − i + − j + − k.
∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y
→
−
Observação 19. Quando F é um campo vetorial no plano, isto é,
→
− →
− →
−
F = P (x, y) i + Q(x, y) j ,
→
−
podemos calcular o rotacional de F eliminando o segundo e o terceiro termos da
→
−
última coluna da matriz obtida fazendo ∇ × F na definição anterior. Assim, temos
que !
→
− ∂Q ∂P → −
rot F = − k.
∂x ∂y
→
− →
−
Definição 45. O divergente do campo F , denotado por rot F , é o campo escalar
→
−
dado pelo "produto escalar" do operador diferencial ∇ com F , ou seja,
→
− →
−
div F = ∇ · F .
Mais precisamente,
!
→
− →
− ∂ ∂ ∂
div F = ∇ · F = , , · (P, Q, R)
∂x ∂y ∂z
∂P ∂Q ∂R
= + + .
∂x ∂y ∂z
Exemplo 46. Determine o rotacional e o divergente do campo
→
− →
− →
− →
−
F (x, y, z) = xy i + xyz j − x2 y k .
→
−
Solução. O divergente de F é dado por
→
−
div F = y + xz.
Capítulo 2. Funções de várias variáveis a valores vetoriais 36
∂x ∂y ∂z
! ! !
∂ 2f ∂ 2f →− ∂ 2f ∂ 2f →− ∂ 2f ∂2 →
−
= − i + − j + − k
∂y∂z ∂z∂y ∂z∂x ∂x∂z ∂x∂y ∂y∂x
→
−
=0.
→
−
Na definição 40 vimos que um campo vetorial é conservativo se F = ∇f para
alguma função escalar f . Vale então o seguinte corolário:
→
− →
− →
−
Corolário 48. Se F é um campo vetorial conservativo, então rot F = 0 .
→
− →
−
Assim, rot F = 0 é uma condição necessária para que um campo seja conser-
→
− →
− →
−
̸ 0 não é um campo vetorial
vativo, ou seja, qualquer campo F tal que rot F =
conservativo.
Capítulo 2. Funções de várias variáveis a valores vetoriais 37
Demonstração.
! ! !
→
− ∂ ∂R ∂Q ∂ ∂P ∂R ∂ ∂Q ∂P
div rot F = − + − + −
∂x ∂y ∂z ∂y ∂z ∂x ∂z ∂x ∂y
2 2 2 2 2 2
∂ R ∂ Q ∂ P ∂ R ∂ Q ∂ P
= − + − + − = 0.
∂x∂y ∂x∂z ∂y∂z ∂y∂x ∂z∂x ∂z∂y
Demonstração. Como
→
−
div F = 2xz ̸= 0, (2.7)
→
− →
−
temos que F não pode ser escrito como rotacional de um campo G . Com efeito,
→
− →
− →
−
se existisse G tal que F = rot G teríamos
→
− →
−
div F = div(rot G ) = 0,
o que é um absurdo pois contradiz (2.7).
38
3 Integrais de Linha
γ : I = [a, b] −→ Rn
t 7−→ γ(t) = (x(t), y(t), z(t)) ,
e cuja densidade (massa por unidade de comprimento), em cada ponto é dada por
uma função f : R3 → R. Determine a massa total M do fio.
Vejamos a conta:
Seja P uma partição regular de ordem n do intervalo [a, b] isto é,
P = {a = t0 , t1 , . . . , tn = b},
b−a
é tal que ti+1 − ti = = ∆t para i = 0, . . . , n − 1.
n
Figura 20
Pelo teorema do valor médio para integrais, existe ui ∈ [ti , ti+1 ] tal que
Z ti+1
∆si = ||γ ′ (t)||dt = ||γ ′ (ui )||∆t ∀i = 0, . . . , n − 1.
ti
i=0
3.1.2 Definição
Motivados pela construção da seção anterior temos a seguinte definição:
Quando C é uma curva no plano xy com parametrização γ(t) = (x(t), y(t)), t ∈ [a, b]
de classe C 1 , e f (x, y) é uma função real contínua em C, a integral de linha de
f ao longo de C pode ser interpretada como a área do cilindro cuja base é C e a
altura em cada ponto é f (x, y).
Capítulo 3. Integrais de Linha 42
Exemplo 55. Calcule a massa do fio γ(t) = (cos t, sent), 0 ≤ t ≤ 2π, sendo
f (x, y) = x2 + 2y 2 sua densidade linear.
= 3π.
Capítulo 3. Integrais de Linha 43
W = F · (γ(b) − γ(a)) .
→
−
Suponhamos F um campo contínuo e γ uma curva de classe C 1 . Assim como
fizemos anteriormente, podemos aproximar o traço C da curva γ por uma poligonal
usando uma partição do intervalo [a, b]. Dessa forma, seja P uma partição regular
de ordem n do intervalo [a, b], isto é
P = {a = t0 , t1 , . . . , tn = b},
b−a
tal que ti+1 − ti = = ∆t, para i = 0, . . . , n − 1. Dessa forma, obtemos uma
n
decomposição de C em curvas Ci definidas em [ti , ti+1 ], com i = 0, . . . , n − 1.
Para n grande o suficiente, temos que ∆t é pequeno. Nesse caso, o deslocamento da
partícula de γ(ti ) até γ(ti+1 ) pode ser aproximado pelo vetor ∆si = γ(ti+1 ) − γ(ti )
→
−
e, como [ti , ti+1 ] é pequeno, temos que F é aproximadamente constante, e igual a
F (γ(ti )) no intervalo [ti , ti+1 ]. Além disso, pela definição de derivada, temos que
Portanto, o trabalho realizado para deslocar a partícula de γ(ti ) até γ(ti+1 ) pode
ser aproximado da seguinte forma:
→
− →
−
F (γ(ti )) · ∆si ≈ F (γ(ti )) · γ ′ (ti ) ∆ti .
Capítulo 3. Integrais de Linha 44
Figura 22
→
−
Assim, o trabalho total de F é aproximadamente
n−1
→
−
W ≈ Sn = F (γ(ti )) · γ ′ (ti )∆t.
X
i=0
→
−
A soma Sn é uma soma de Riemann da função F (γ(ti )) · γ ′ (ti ) no intervalo [a, b].
→
−
Logo, como F é contínuo e γ ′ é contínua em [a, b], então
n−1
→
−
W = lim F (γ(ti )) · γ ′ (ti )∆t
X
n→+∞
i=0
Z b
→
−
= F (γ(t)) · γ ′ (t)dt.
a
3.2.2 Definição
Motivados pela construção da seção anterior temos a seguinte definição:
→
−
Observação 25. Considerando F = (F1 , F2 , F3 ) e γ(t) = (x(t), y(t), z(t)), pode-
mos escrever a integral componente a componente da seguinte forma:
Z
→
− Z b
→
−
F · dr = F (γ(t)) · γ ′ (t)dt
C a
Z b
= (F1 (γ(t)), F2 (γ(t)), F3 (γ(t))) · (x′ (t), y ′ (t), z ′ (t)) dt
a
dx dy dz
Z b z }| { z }| { z }| {
= F1 (γ(t)) x′ (t)dt +F2 (γ(t)) y ′ (t)dt +F3 (γ(t)) z ′ (t)dt
a
Z b
= F1 dx + F2 dy + F3 dz.
a
I
→
−
Exemplo 58. Calcule F · dr onde
C
!
→
− −y x
F (x, y) = , 2 ,
x + y x + y2
2 2
→
−
Solução. Como F é contínua ao longo de C, e γ é de classe C 1 , a integral de linha
→
−
de F ao longo de C está bem definida. Temos então
I
→
− Z 2π →
− Z 2π →
−
F · dr = F (γ(t)) · γ (t)dt =
′
F (cos t, sent) · (− sent, cos t)dt
C 0 0
Z 2π
− sent cos t
= , · (− sent, cos t)dt
0 cos t + sen t cos t + sen2 t
2 2 2
Z 2π
= sen2 t + cos2 tdt
0
= 2π.
→
−
Observação 26. No exemplo anterior, observe que F não é contínuo em R3 pois
→
− →
−
F não está definido em (0, 0), mas F é contínuo ao longo de C, e portanto a
→
−
integral de linha de F ao longo do traço de γ está bem definida.
Capítulo 3. Integrais de Linha 46
→
−
(i) Linearidade Dada uma curva parametrizada C, a e b constantes reais, e F
→
−
e G campos vetoriais definidos ao longo de C, temos
Z
→
− →
− Z
→
− Z
→
−
a F + b G · dr = a F · dr + b G · dr.
C C C
→
−
onde F é um campo vetorial definido ao longo de C.
Uma vez que tomamos o calculo do trabalho de uma força como motivação para a
→
−
definição da integral de linha de um campo F , e sabendo que em muitos sistemas
físicos o trabalho de uma força não depende da trajetória, mas apenas dos pontos
→
−
final e inicial, é razoável perguntar se dado um campo vetorial F vale
Z
→
− Z
→
−
F · dr = F · dr,
C1 C2
Portanto temos
Z
→
− Z 1
→
− Z 1
F · dr = F (σ(t)) · σ (t)dt =
′
−t2 , t3 + t ) · (1, 1)dt
C1 0 0
" #1
4
Z 1
t t3 t2
= t − t + 1dt =
3 2
− +
0 4 3 2 0
5
= .
12
(b) Para C2 temos γ(t) = (t2 , t3 ), o que implica γ ′ (t) = (2t, 3t2 ) e
→
− →
−
F (γ(t)) = F (t2 , t3 ) = t4 − 2t5 , t6 + t3 .
Portanto temos
Z
→
− Z 1
→
− Z 1
F · dr = F (γ(t)) · γ (t)dt =
′
t4 − 2t5 , t6 + t3 · (2t, 3t2 )dt
C2 0 0
#1
5t6 4t7 t9
Z 1 "
= 2t − 4t + 3t + 3t dt =
5 6
−8
+ 5
0 6 7 3 0
25
= .
42
→
−
Uma outra pergunta relevante é se a integral de linha de um campo vetorial F ao
longo de uma trajetória C depende da parametrização utilizada. Vamos calcular o
item (b) do exemplo anterior utilizando uma parametrização diferente. Considere a
seguinte parametrização de C2 :
γ2 : I = [0, 1] −→ R2
t 7−→ γ(t) = t, t3/2 .
3
Nesse caso temos γ2′ (t) = 1, t1/2 , e
2
→
−
F (γ2 (t)) = (t2 − 2t5/2 , t3 + t3/2 ),
Capítulo 3. Integrais de Linha 48
Figura 23
e portanto
Z
→
− Z 1
→
− Z 1 3
F · dr = F (γ2 (t)) · γ2′ (t)dt = t2 − 2t5/2 , t3 + t3/2 · 1, t1/2 dt
C2 0 0 2
9/2 1
3 3 5t 4t
" #
Z 1 3 7/2
t
= t2 − 2t5/2 + t7/2 + t2 dt = − +
0 2 2 6 7 3 0
25
= .
42
Acabamos de observar que no exemplo acima, que o valor da integral é o mesmo
para duas parametrizações distintas da curva C2 . Este resultado vale em geral, e é
uma importante propriedade das integrais de linha. Mais precisamente, temos o
seguinte resultado:
Teorema 60. Sejam α(t), t ∈ [a, b], e β(t), t ∈ [c, d] parametrizações C 1 por partes
equivalentes e Cα e Cβ seus respectivos traços. Seja h : [c, d] → [a, b] bijeção de
classe C 1 tal que β(t) = (α ◦ h)(t). Se h preserva a orientação, então
Z
→
− Z
→
−
F · dr = F · dr,
Cα Cβ
Z b
→
− →
−
Z
F (α(u)) · α (u)du
′
= F · dr se α e β tem o mesmo sentido, ou
a Cα
=
Z a
→
− →
−
Z
F (α(u)) · α′ (u)du, = − se α e β tem sentidos opostos.
F · dr
b Cα
Como caso particular do teorema acima temos que, dada C curva parametrizada e
→
−
F um campo vetorial definido ao longo de C, vale
Z
→
− Z
→
−
F · dr = − F · dr.
C− C
= f (B) − f (A),
→
− →
−
onde f é a função potencial do campo F , isto é, ∇f = F .
Corolário 63. Nas condições do teorema acima temos que, se C1 e C2 são duas
curvas com os mesmos pontos final e inicial, então vale
Z
→
− Z
→
−
F · dr = F · dr.
C1 C2
Observação 29. Como consequência do teorema 61, temos três maneiras distintas
de calcular a integral de linha de um campo conservativo ao longo de uma curva C:
(b) Podemos substituir a curva C por uma curva que tenha os mesmos pontos
pontos final e inicial, na qual a integral seja mais fácil de ser calculada;
→
−
Solução. Como já sabemos pelo enunciado que F é gradiente vamos tentar calcular
→
−
o seu potencial. Seja f uma função escalar tal que ∇f = F . Nesse caso temos
∂f
= e−y − 2x
∂x
∂f
= −xe−y − seny.
∂y
Integrando a primeira equação com relação à variável x e a segunda com relação à
variável y obtemos
Comparando as equações acima temos que, fazendo C1 (y) = cos y e C2 (x) = −x2 ,
→
−
uma função potencial para F é dada por
→
−
Exemplo 65. Calcule o trabalho realizado pela força F (x, y) para deslocar uma
partícula do ponto A(0, 0) ao ponto B(1, 1) ao longo da curva y = x5 , onde
→
− 2 2
F (x, y) = (y + 2x2 y)ex +y + x cos x2 , (x + xy)ex +y + y 4 .
→
− →
− →
−
Solução. Como F está definido em todo o R2 e rot F = 0 , (calcule!) temos que
→
− →
−
F é conservativo, mas nesse caso, o calculo do potencial de F é não trivial, uma
vez que envolve integrais que não podem ser expressadas por funções elementares.
Portanto vamos prosseguir de maneira diferente ao exemplo anterior.
Seja C1 o trecho da curva y = x5 que liga os pontos (0, 0) e (1, 1), e sejam
Figura 24
e
Z
→
− Z 1
→
− Z 1
1
F · dr = F (1, t) · (0, 1)dt = (1 + t)e1+t + t4 dt = e2 + . (3.4)
C3 0 0 5
Exemplo 66. Seja C a fronteira do quadrado cujos vértices são (0, 0), (1, 0), (1, 1)
e (0, 1) orientada no sentido anti-horário. Calcule
Z
x2 dx + xydy.
C
→
−
Solução. Observe que o campo acima não é conservativo, uma vez que rot F =
→
− →
−
y k ̸= 0 , e portanto precisamos calcular a integral diretamente. Temos que
C = 4i=1 Ci onde, para i = 1, . . . , 4, as curvas Ci podem ser parametrizadas por
S
Temos então
Z Z 1
1
Z 1
x dx + xydy =
2
(t , 0) · (1, 0)dt =
2
t2 dt = ,
C1 0 0 3
Z Z 1 Z 1
1
x2 dx + xydy = (1, t) · (0, 1)dt = tdt = ,
C2 0 0 2
Z Z 0 Z 1
1
x2 dx + xydy = (t2 , −t) · (−1, 0)dt = −t2 dt = − ,
C3 −1 0 3
Z Z 0
x2 dx + xydy = (0, 0) · (0, −1)dt = 0.
C4 −1
Logo,
Z 4 Z
1 1 1 1
x2 dx + xydy = x2 dx + xydy = + − +0= .
X
C i=1 Ci 3 2 3 2
Figura 25
(a) Região vista como tipo I. (b) Região vista como tipo II.
Figura 26
Como Z Z
∂F2 ∂F1 Z Z
∂F2 Z Z
∂F1
− dA = dA − dA,
D ∂x ∂y D ∂x D ∂y
vamos calcular cada integral separadamente. Por (3.7) temos que ∂D = C1− ∪ C2 ,
onde C1 e C2 podem ser parametrizadas por
Figura 28
cujas derivadas são γ1′ (t) = (v1′ (t), 1) e γ2′ (t) = (v2′ (t), 1). Assim, por um lado temos
Z d Z v2 (y) Z d
Z Z
∂F2 ∂F2
dA = dxdy = F2 (v2 (y), y) − F2 (v1 (y), y)dy, (3.8)
D ∂x c v1 (y) ∂x c
Capítulo 3. Integrais de Linha 57
Somando (3.10) e (3.11) obtemos o teorema de Green para regiões simples. No caso
em que D não é uma região simples, podemos a decompor em uma união finita
de regiões simples, isto é, escrevemos D = D1 ∪ D2 ∪ . . . ∪ Dn , onde cada Dk tem
fronteiras ∂Dk C 1 por partes.
Aplicando o teorema de Green em cada região obtemos
I
→
− Z Z
∂F2 ∂F1
F · dr = − dA,
∂Dk Dk ∂x ∂y
e consequentemente,
n Z Z n I
Z Z
∂F2 ∂F1 ∂F2 ∂F1 →
−
dA = dA =
X X
− − F · dr.
D ∂x ∂y k=1 Dk ∂x ∂y k=1 ∂Dk
Como as partes de cada ∂Dk que não fazem parte de ∂D são percorridas duas vezes
em sentidos opostos, temos
n I
→
− I
F · dr = F1 dx + F2 dy,
X
k=1 ∂Dk ∂D
→
−
Solução. Como C é uma curva C 1 por partes e F = (F1 , F2 ) = (x2 , xy) é de classe
→
−
C 1 em R2 , (em particular F é de classe C 1 em C e na região limitada por C), pelo
teorema de Green temos
Z Z Z
∂F2 ∂F1
x dx + xydy =
2
− dA,
C D ∂x ∂y
Capítulo 3. Integrais de Linha 59
D = {(r, θ) ∈ R2 ; 0 ≤ r ≤ a, 0 ≤ θ ≤ 2π},
= πa 2
Capítulo 3. Integrais de Linha 60
→
−
Solução. Primeiramente observe que F é de classe C 1 em R2 . Seja C̄ = C ∪C1− ∪C2 ,
onde C1 é o segmento de reta parametrizado por γ1 (t) = (0, t), t ∈ [0, 1] e C2 o
segmento de reta parametrizado por γ2 (t) = (0, t) ∈ [0, 1]. C̄ é uma curva fechada
C 1 por partes, logo vale o teorema de Green, ou seja
I
→
− Z Z
∂F2 ∂F1
F · dr = − dA, (3.13)
C̄ D ∂x ∂y
Z
→
− Z 1
→
−
F · dr = F (t, 0) · (1, 0)dt = 0. (3.18)
C2 0
x2 y 2
ao longo da curva C de equação + = 1 no sentido anti-horário.
4 9
→
−
Solução. Note que, apesar de C ser uma curva fechada de classe C 1 , o campo F
não está definido na região limitada por C, logo não podemos aplicar o teorema de
Capítulo 3. Integrais de Linha 62
o que implica
Z
→
− Z Z
∂F2 ∂F1 Z
→
−
F · dr = − dA + F · dr. (3.19)
C D ∂x ∂y C2
= 4π (3.21)
Figura 33
→
−
Por exemplo, seja F (x, y) = (y, −x) e C a elipse
x2 y 2
+ = 1,
9 25
orientada no sentido anti-horário.
Observe que no gráfico o campo parece circular no sentido horário, apontando na
direção oposta da curva. Assim é de se esperar que a circulação nesse caso seja
negativa.
De fato, parametrizando C como γ(t) = (3 cos t, 5 sent), e integrando obtemos
Z
→
− Z 2π →
−
F · dr = F (3 cos t, 5 sent) · (−3 sent, 5 cos t)dt
C 0
Z 2π
= (5 sent, −3 cos t) · (−3 sent, 5 cos t)dt
0
Z 2π
= −15dt = −30π.
0
Em alguns casos a circulação não é tão imediata. Por exemplo, considere o campo
→
−
F (x, y) = (−y, 0), e C o círculo de centro na origem e raio 1. Nesse caso, a princípio
Capítulo 3. Integrais de Linha 66
o sinal da circulação não é imediato, uma vez que que existe uma variação maior
na relação entre a direção da curva e a direção do campo.
No entanto, examinando com cuidado a componente tangencial do campo, é possível
verificar que, na maioria dos pontos, a sua componente tangencial se alinha no
mesmo sentido da tangente da curva C.
→
−
Aplicando o teorema de Green em G temos
I
→
− → − Z Z
∂F1 ∂F2
F · N ds = + dA,
∂D D ∂x ∂y
Capítulo 3. Integrais de Linha 68
→
−
Solução. O campo F é de classe C 1 em R2 . Além disso, como
→
−
rot F = −2x seny + 2x seny = 0,
→
−
pelo teorema 74, temos que a integral de F independe do caminho. Como γ(1) =
(1, 0) e γ(2) = (e, 1) Podemos então substituir a curva C pela união dos segmentos
de reta
Temos então
Z
→
− Z
→
− Z
→
− Z e Z 1
F · dr = F · dr + F · dr = F1 (t, 0)dt + F2 (e, t)dt
C C1 C2 1 0
Z e Z 1 e 1
= 2tdt − e2 sentdt = 2
t + e cos t
2
1 0
1
0
= e cos 1 − 1.
2
!
→
− −y x
Exemplo 76. Considere o campo F = , 2 .
x + y x + y2
2 2
Capítulo 3. Integrais de Linha 70
Z
→
−
(a) Calcule F · dr ao longo de qualquer curva fechada C que envolve a origem
C
no sentido anti-horário.
Z (2,1)
→
−
(b) Calcule F · dr ao longo de y = (x − 1)2 .
(1,0)
→
− →
− →
−
Solução. (a) Apesar de rot F = 0 , como o campo F não está definido na
origem, o teorema 74 não pode ser aplicado na região delimitada por C. No
→
−
entanto, como F é de classe C 1 em R2 \ {(0, 0)}, podemos aplicar o teorema
de Green na região anelar limitada por C ∪ C1− , onde C1 é um círculo de raio
a > 0 centrado na origem contido na região limitada por C. Nesse caso temos
Z
→
− Z Z
− →
→ −
−
F · dr = rot F · k dA = 0,
C∪C1 D
o que implica Z
→
− Z
→
− Z
→
−
F · dr = − −
F · dr = F · dr.
C C1 C1
Como C1 pode ser parametrizada por γ1 (t) = (a cos t, a sent), t ∈ [0, 2π],
temos
Z
→
− Z
→
− Z 2π →
−
F · dr = F · dr = F (γ(t)) · γ ′ (t)dt
C C1 0
Z 2π
−a sent a cos t
= , · (−a sent, a cos t)dt
0 a2 a2
Z 2π
= dt = 2π
0
→
−
(b) Apesar do campo F não ser de classe C 1 em R2 , ele o é em uma região
simplesmente conexa que contém a curva C. Portanto, pelo teorema 74, temos
→
−
que a integral de F independe do caminho. Podemos então substituir a curva
C pela união dos segmentos de reta
Figura 37
Temos então
Z
→
− Z
→
− Z
→
− Z 2 Z 1
F · dr = F · dr + F · dr = F1 (t, 0)dt + F2 (2, t)dt
C C1 C2 1 0
1
Z 1
2 t
=0+ dt = arctg
0 4 + t2 2 0
1
= arctg .
2
4 Integrais de Superfície
Figura 40 – Plano passando pelo ponto (0, 2, 1) e paralelo aos vetores (1, −1, 0) e
(2, 0, 1).
onde
x(u, v) = cos u
y(u, v) = senu
z(u, v) = v,
e
D = {(u, v) ∈ R2 ; 0 ≤ u ≤ 2π e 0 ≤ v ≤ 1}.
x2 y 2
z= + .
4 9
Assim como aconteciam com as curvas que eram também gráficos de funções de
uma variável, em geral, dada uma superfície gráfico de uma função z = f (x, y),
(x, y) ∈ D ⊂ R2 , ela sempre pode ser parametrizada naturalmente como
Essa parametrização no entanto não é única. Observe que, por exemplo, a função
φ dada por
φ2 (u, v) = 2v cos(u), 3v sen(u), v 2 , 0 ≤ v, u ∈ [0, 2π],
é tal que
x2 y 2 (2v cos(u))2 (3v sen(u))2
+ = + = v 2 = z,
4 9 4 9
ou seja, φ2 também é parametrização do paraboloide
x2 y 2
z= + .
4 9
x2 y 2
Figura 42 – Paraboloide elíptico z = + .
4 9
X(φ, θ) = (r senφ cos θ, r senφ senθ, r cos φ) , φ ∈ [0, π], θ ∈ [0, 2π],
é uma parametrização de S.
Seja C o círculo de raio r do plano yz centrado no ponto (0, a, 0). Nesse caso, a
equação de C é dada por (y − a)2 + z 2 = r2 , e a curva pode ser parametrizado por
φ(t, θ) = ((a + r cos t) cos θ, (a + r cos t) senθ, r sent) , t ∈ [0, 2π], θ ∈ [0, 2π].
I ⊂ R → R3
t 7−→ φ(u0 , v),
∂φ
é não nulo, então (u0 , v0 ) é um vetor tangente à esta curva no ponto (x0 , y0 ).
∂v
Analogamente, fixado v = v0 , a função
I ⊂ R → R3
t 7−→ φ(u, v0 ),
∂φ
então (u0 , v0 ) é um vetor tangente à esta curva no ponto (x0 , y0 ).
∂u
Quando o vetor
→
− ∂φ ∂φ
N (u0 , v0 ) = (u0 , v0 ) × (u0 , v0 ),
∂u ∂v
→
− ∂φ
é não nulo temos que N (u0 , v0 ) é normal ao plano gerado pelos vetores (u0 , v0 )
∂u
∂φ
e (u0 , v0 ). Isso nos leva a seguinte definição:
∂v
Capítulo 4. Integrais de Superfície 79
ou
(x, y, z) = (x0 , y0 , z0 ) + sφu (u0 , v0 ) + tφv (u0 , v0 ) s, t ∈ R.
De fato, como
temos
→
− →− →
−
i j k
→
−
φx (x, y) × φy (x, y) = 1 0 fx (x, y) = (−fx (x, y), −fy (x, y), 1) ̸= 0 ,
0 1 fy (x, y)
para todo (x, y) ∈ D. Nesse caso, o plano tangente à S em (x0 , y0 , f (x0 , y0 )) é dado
por
(−fx (x, y), −fy (x, y), 1) · (x − x0 , y − y0 , z − f (x0 , y0 )) = 0.
Observação 35. O plano tangente como calculado acima coincide com o plano
tangente ao gráfico de uma função z = f (x, y) definido no curso de cálculo de
várias variáveis.
Exemplo 87.
√ 2
Considere a superfície S do semicone z = x + y 2 . Essa superfície pode ser
parametrizada pela função
q
φ(x, y) = x, y, x2 + y 2 , (x, y) ∈ D,
Capítulo 4. Integrais de Superfície 81
√
mas com essa parametrização, S não é regular em (0, 0, 0), pois f (x, y) = x2 + y 2
não possui derivadas parciais em (x, y) = (0, 0). É razoável perguntar se existe uma
parametrização na qual S é regular em (0, 0, 0). Observe que S pode ser interpretada
como a superfície de revolução obtida rotacionando a reta x = z do plano xz em
torno do eixo y logo, pelo exemplo 81, temos que S pode ser parametrizada por
mas nessa parametrização, S também não é regular em (0, 0, 0). Com efeito,
→
− →
− →
−
i j k
φx (x, y) × φy (x, y) =
−t senθ t cos θ 0
= (t cos θ, t senθ, −t) ,
cos θ senθ 1
√
Figura 48 – Semicone z = x2 + y 2 .
4.2.1 Motivação
O método que usaremos para motivar a definição da área de uma superfície é similar
ao utilizado para definir o comprimento de uma curva. Naquele caso, em resumo,
aproximamos a curva por uma poligonal (cujo comprimento pode ser calculado
já que é composta por segmentos de reta) e, fazendo quantidade de pontos da
partição ir pra infinito, obtivemos o resultado que usamos para definir formalmente
o conceito de comprimento.
No caso do cálculo da área de uma superfície vamos usar o plano tangente em cada
ponto para calcular o valor aproximado da área de pequenas porções da superfície,
e usar novamente a passagem ao limite para obter o que chamaremos de área da
superfície.
Dado D ⊂ R2 compacto, seja φ : D ⊂ R2 → R3 parametrização de classe C 1 de
uma superfície regular S.
Um retângulo de lados ∆u e ∆v em D é levado em um "paralelogramo curvilíneo"
ABCD contido em φ(D). Inicialmente vamos tentar estimar a área desse pedaço
da superfície.
e
∆v||φv (u, v)|| ≈ comprimento do arco AD,
então a "área" ∆S do quadrilátero ABCD pode ser aproximada pela área do
paralelogramo determinado pelos vetores ∆uφu e ∆vφv , isto é:
Uma vez que particionemos o domínio em retângulos, essa partição induz uma
partição de S em pequenos "paralelogramos curvos", cuja área é aproximada por
paralelogramos do plano tangente.
Dessa forma, é razoável pensar na definição da área de uma superfície S como
sendo o limite da soma das áreas aproximadas dos paralelogramos infinitesimais do
plano tangente quando a quantidade de retângulos da partição vai para infinito.
Se Rij é o retângulo infinitesimal de vértice (ui , vj ) ∈ D, e Pij = φ(Rij ), temos
n−1
X n−1 n−1
X n−1
A(Pij ) =
X X
A(S) ≈ ||φui × φvj ||∆u∆v.
i=1 j=1 i=1 j=1
Capítulo 4. Integrais de Superfície 84
Fazendo n → +∞ na expressão acima, uma vez que temos uma soma de Riemann,
obtemos Z Z
A(S) = ||φu × φv ||dA.
D
4.2.2 Definição
Motivado pela construção da subseção anterior faremos a seguinte definição:
Definição 89. Dada S uma superfície parametrizada por φ(u, v), (u, v) ∈ D,
definimos área A(S) de S pela fórmula
Z Z
A(S) = ||φu (u, v) × φv (u, v)||dA, (4.2)
D
Se S pode ser decomposta em uma união finita de superfícies Si , então sua área é
a soma das áreas de cada Si , ou seja
n
A(S) =
X
Si .
i=1
Observação 37. Quando S pode ser definida explicitamente como gráfico de uma
função z = f (x, y), (x, y) ∈ D, usando a parametrização (4.1) temos
v
u !2 !2
→
− u ∂f ∂f
∥ N ∥ = ∥φu × φv ∥ = t + + 1,
∂x ∂y
e
φv (u, v) = (cos u, senu, 2v).
Temos então
→
− →
− →
−
i j k
φu (u, v) × φv (u, v) =
−v senu v cos u 0
= 2v 2 cos u, 2v 2 senu, −v ,
senu cos u 2v
o que implica
√
∥φu (x, y) × φv (x, y)∥ = 4v 2 + 1v.
onde
D = {(t, θ) ∈ R2 , −3 ≤ t ≤ 3, 0 ≤ θ ≤ 2π}.
e
φθ (t, θ) = (cos u, senu, 2v).
Temos então
→
− →
− →
−
i j k
φt (t, θ) × φθ (t, θ) =
cos θ senθu 2
= (−2t cos θ, −2t senθ, t) ,
−t senθ t cos θ 0
o que implica
√
∥φu (x, y) × φv (x, y)∥ = 5|t|.
Capítulo 4. Integrais de Superfície 87
onde
π π
D = (u, v) ∈ R , 2a cos u ≤ v ≤ 4a cos u, − ≤ u ≤
2
.
2 2
Dessa forma, temos os seguintes vetores tangentes:
e
φv (u, v) = (0, 0, 1).
Temos então
→
− →
− →
−
i j k
φu (u, v) × φv (u, v) =
−a senu a cos u 0
= (a cos u, a senu, 0) ,
0 0 1
o que implica
∥φu (x, y) × φv (x, y)∥ = a.
= 8a 2
Capítulo 4. Integrais de Superfície 89
A(S) = 2A(S1 ),
onde
D = {(x, y) ∈ R2 , x2 + y 2 ≤ ay}
( )
a2
2
a
= (x, y) ∈ R , x + y −
2 2
≤ .
2 4
Capítulo 4. Integrais de Superfície 90
√ 2
Se f (x, y) = a − x2 − y 2 , pela fórmula (4.3) temos que
v
Z Z u !2 !2
u ∂f ∂f
A(S) = 2 t
+ + 1dA
D ∂x ∂y
Z Z
a
=2 √ dA.
D a2 − x2 − y 2
Aplicando uma mudança polar, e lembrando que J(r, θ) = r, temos que
D = {(r, θ) ∈ R2 , 0 ≤ θ ≤ π, 0 ≤ r ≤ a senθ},
e
Z π Z a senθ Z π √ a senθ
a
A(S) = 2 √ rdθdr = 2a − a 2 − r 2 dθ
0 0 a2 − r 2 0
0
Z π Z π
= 2a −a| cos θ| + adθ = 2a 2
1 − | cos θ|dθ
0 0
Z π Z π/2 Z π !
= 2a 2
1dθ + − cos θdθ + cos θdθ
0 0 π/2
π/2 π
= 2a2 π − senθ + senθ
0 π/2
= 2a (π − 2).
2
(b) Região D.
(a) Porção da esfera x2 + y 2 + z 2 = a2 situada no
interior do cilindro x2 + y 2 = ay
Capítulo 4. Integrais de Superfície 91
Exemplo 94. Mostre que a área da superfície de uma esfera de raio r é 4πr2 .
= 4πr 2
Dada uma superfície S com parametrização φ(u, v), (u, v) ∈ D, onde D é compacto,
já vimos que um retângulo de lados ∆u e ∆v em D é levado em um "paralelogramo
curvilíneo" de área ∆S tal que
onde Pij é um ponto qualquer de Sij . Tomando o limite quando n → +∞, obtemos
n−1
X n−1 Z Z
lim f (Pij )∆Sij = f (φ(u, v))∥φu (u, v) × φv (u, v)∥dudv.
X
n→+∞ D
i=1 j=1
4.3.2 Definição
Motivado pela construção da subseção anterior faremos a seguinte definição:
Definição 95. Dadas S uma superfície parametrizada por φ(u, v), (u, v) ∈ D, e
f (x, y, z) uma função real definida em S, definimos integral de superfície de f
sobre S como
Z Z Z Z
f ds = f (φ(u, v))∥φu × φv ∥dudv (4.5)
S D
Observação 38. Assim como a integral de linha de uma função densidade permitia
o cálculo da massa de um fio, a integral de superfície de uma função densidade d
permite o cálculo da massa de uma superfície com densidade d.
e
φv (u, v) = (cos u, senu, 2v).
Temos então
→
− →
− →
−
i j k
φu (u, v) × φv (u, v) =
−v senu v cos u 0
= 2v 2
cos u, 2v 2
senu, −v ,
senu cos u 2v
o que implica
√
∥φu (x, y) × φv (x, y)∥ = 4v 2 + 1v.
X(φ, θ) = (2 senφ cos θ, 2 senφ senθ, 2 cos φ) , (φ, θ) ∈ [0, π] × [0, 2π].
Capítulo 4. Integrais de Superfície 95
onde
√
D1 = {(u, v) ∈ R2 ; 0 ≤ u ≤ 2π, 0 ≤ v ≤ 2 + 2 cos u}.
Dessa forma, temos os seguintes vetores tangentes:
e
φv (u, v) = (0, 0, 1).
Temos então
→
− →
− →
−
i j k
φu (u, v) × φv (u, v) =
− senu cos u 0
= (cos u, senu, 0) ,
0 0 1
Capítulo 4. Integrais de Superfície 97
o que implica
∥φu (x, y) × φv (x, y)∥ = 1.
= 4(1 + 1) = 8.
= 4π.
(1) W é limitada lateralmente por S1 , a superfície cuja área (8π) foi calculada
no item a;
Capítulo 4. Integrais de Superfície 98
onde
D2 = {(x, y) ∈ R2 ; x2 + y 2 = 2x}.
(3) W é limitada inferiormente por S3 , onde S3 é a porção do plano z = 0
tal que x2 + y 2 ≤ 2x.
Seja S uma superfície parametrizada por φ(u, v), (u, v) ∈ D, onde D é compacto e
tem interior não vazio. Suponhamos que φ seja injetora e regular no interior de
D. A esta superfície estão associados dois campos contínuos de vetores normais
unitários dados por
→
− φu (u, v) × φv (u, v)
n1 (φ(u, v)) = , (u, v) ∈ D,
∥φu (u, v) × φv (u, v)∥
e
→
−
n2 (φ(u, v)) = −→
−
n1 (φ(u, v)).
Observação 39. Nem toda superfície parametrizada pode ser orientada. O principal
exemplo de superfície não orientada no R3 é a faixa de Moebius. Uma faixa de
Moebius centrada na origem pode ser parametrizada por
v u v u v u
φ(u, v) = 1 + cos cos u, 1 + cos senu, cos (u, v) ∈ D,
2 2 2 2 2 2
onde D = [0, 2π] × [−1, 1].
Intuitivamente, podemos pensar na superfície orientada como uma superfície que
tem "dois lados".
Capítulo 4. Integrais de Superfície 101
4.4.2 Definição
→
−
Definição 99. Seja F um campo vetorial contínuo definido em uma superfície
orientada S parametrizada por φ(u, v), (u, v) ∈ D. Definimos a integral de
→
−
superfície de F sobre S por
Z Z
→
− → Z Z
→
− →
F · d−
s = F ·−
n ds.
S S
→
−
Se S é plana com vetor normal → −
n , e F é um campo constante, então o volume de
→
− −
fluido que passa através de S em cada tempo é ( F · →
n )Área(S). Logo, o fluxo Φ é
dado por
→
− −
Φ = (F · →
n )Área(S).
Para o caso de uma superfície S não plana, podemos proceder de modo análogo ao
feito no estudo da área e da integral de linha de uma função escalar. Se φ(u, v),
(u, v) ∈ D é uma parametrização de S, particionando o domínio D, obtemos uma
decomposição de S em "paralelogramos curvilíneos".5cm Sk tais que o fluxo Φk em
cada Sk é, aproximadamente
→
−
Φk ≈ ( F (φ(uk , vk )) · −
→)Área(S )
nk k
→
−
≈ ( F (φ(uk , vk )) · (φu (uk , vk ) × φv (uk , vk )) ∆u∆v.
Quando n → +∞ o somatório
n
→
−
( F (φ(uk , vk )) · (φu (uk , vk ) × φv (uk , vk )) ∆u∆v,
X
k=1
Capítulo 4. Integrais de Superfície 103
→
−
converge para o fluxo total de F através de S. Portanto, o fluxo Φ é dado por
Z Z
→
− Z Z
− →
→ −
Φ= F (φ(u, v)) · (φu × φv ) dudv = F · ds.
D S
e
φv (u, v) = (cos u, senu, 2v).
Temos então
→
− →
− →
−
i j k
φu (u, v) × φv (u, v) = −v senu v cos u 0 = 2v 2 cos u, 2v 2 senu, −v .
senu cos u 2v
Para uma superfície fechada, isto é, uma superfície que é fronteira de uma região
sólida W , convenciona-se que a orientação positiva é aquela na qual os vetores
normais apontam para fora da região W .
Uma superfície S que é união finita de superfícies Si coladas pelos bordos comuns
está orientada, se é possível orientar cada parte Si , de modo que, quando os
bordos de suas partes estão orientados positivamente, tenhamos bordos comuns a
duas partes sendo percorridos no sentido contrário.
→
−
Exemplo 105. Determine o fluxo do campo F (x, y, z) = (x, y, 2z) através da
superfície do plano x + y + z = 1 situada no 1º octante. Especifique a orientação
Capítulo 4. Integrais de Superfície 106
escolhida.
vetores tangentes:
φx (x, y) = (1, 0, −1),
e
φy (x, y) = (0, 1, −1).
Temos então
→
− →− →
−
i j k
φx (x, y) × φy (x, y) = 1 0 −1 = (−1, −1, −1) .
0 1 −1
Vamos orientar S com o vetor normal unitário orientado para baixo, ou seja,
→
− (−1, −1, −1)
n = .
3
Usando a fórmula 4.7 temos
Z Z
→
− → Z Z
→
−
F d−s = F (φ(x, y)) · (φx (x, y)) × φy (x, y))dA
S Z ZD
→
−
= F (x, y, 1 − x − y) · (−1, −1, −1)dA
Z ZD
= (x, y, 2 − 2x − 2y) · (−1, −1, −1)dA
D
Z Z Z 1 Z 1−x
= x + y − 2dA = x + y − 2dydx
D 0 0
1−x
Z 1
y2 Z 1
(1 − x)2
= yx + − 2y dx = (1 − x)x + − 2(1 − x)dx
0 2
0 0 2
1
Z 1
x2 3 x2 3
= 2x − − dx = 2x − −
0 2 2 2 2 0
2
= .
3
→
−
Exemplo 106. Determine o fluxo de F = (x − y, x + y, z 2 ) através de S, onde S é
superfície do sólido limitada por x2 + y 2 = 4, z = 1, z = 4 orientada positivamente.
S = S1 + S2 + S3 ,
onde
Capítulo 4. Integrais de Superfície 108
Como S limita uma região sólida e está orientada positivamente (isto é, normal
"para fora"), temos:
Capítulo 4. Integrais de Superfície 109
e
φv (u, v) = (0, 0, 1).
Temos então
→
− →
− →
−
i j k
φu (u, v) × φv (u, v) = −2 senu 2 cos u 0 = (2 cos u, 2 senu, 0) ,
0 0 1
e portanto
→
− φu (u, v) × φv (u, v)
n2 = = (cos u, senu, 0) .
∥φu (u, v) × φv (u, v)∥
(para saber se o vetor normal correspondente a orientação escolhida é → −
n2 ,
→
−
como definido acima, ou −n2 , deve-se verificar qual dos dois aponta para fora
da região limitada por S).
→
−
Como S = S1 + S2 + S3 , o fluxo de F através de S é dado por
(a) (b) (c)
z Z }| { zZ Z }| { zZ Z }| {
Z Z
→
− → Z
→
− → →
− → →
− →
Φ= F d−
s = F d−
s + F d−
s + F d−
s . (4.8)
S S1 S2 S3
(a)
Z Z
→
− →
−
Z Z
→
−
Fds = F (φ1 (x, y)) · →
−
n1 ds
S1 S1
Z Z
→
−
= F (x, y, 4) · (0, 0, 1)ds
S1
Z Z
= (x − y, x + y, 16) · (0, 0, 1)ds
S
Z 1Z
= 16 ds = 16 · Área(S1 ) = 16 · 4π
S1
= 64π.
(b)
Z Z
→
− →
−
Z Z
→
−
Fds = F (φ2 (x, y)) · →
−
n2 ds
S2 S2
Z Z
→
−
= F (2 cos u, 2 senu, v) · (cos u, senu, 0)ds
S2
Z Z
= (2 cos u − 2 senu, 2 cos u + 2 senu, v 2 ) · (cos u, senu, 0)ds
S
Z Z2
=2 cos2 u + sen2 uds = 2 · Área(S2 ) = 8π(4 − 1)
S2
= 24π.
(c)
Z Z
→
− → Z Z
→
−
F d−
s = F (φ3 (x, y)) · →
−
n3 ds
S3 S3
Z Z
→
−
= F (x, y, 1) · (0, 0, −1)ds
S3
Z Z
= (x − y, x + y, 1) · (0, 0, −1)ds
S3
Z Z
=− ds = −Área(S3 )
S3
= −4π.
Capítulo 4. Integrais de Superfície 111
→
−
Exemplo 107. Determine o fluxo de F = (z, z, −x) através de S, onde S é a
superfície da esfera x2 + y 2 + z 2 = 4, z ≥ 0, orientada positivamente.
Além disso S fica orientada positivamente com a escolha do vetor normal unitário
→
− (x, y, z)
n = = ( senφ cos θ, senφ senθ, cos φ) .
2
Temos também que
→
− →
−
F (X(φ, θ)) = F (2 senφ cos θ, 2 senφ senθ, 2 cos φ)
= (2 cos φ, 2 cos φ, −2 senφ cos θ) .
= 0.
Capítulo 4. Integrais de Superfície 112
φu × φv
e orientada com campo de vetores normais →
−
n = , onde
∥φu × φv ∥
!
∂(y, z) ∂(z, x) ∂(x, y)
φu × φv = , , .
∂(u, v) ∂(u, v) ∂(u, v)
Da definição da integral de superfície temos
Z Z
→
− −
rot F · →
n ds =
S
Z Z " ! !
∂F3 ∂F2 ∂(y, z) ∂F1 ∂F3 ∂(z, x)
= − + −
D ∂y ∂z ∂(u, v) ∂z ∂x ∂(u, v)
! #
∂F2 ∂F1 ∂(x, y)
=+ − dudv,
∂x ∂y ∂(u, v)
Para completar a demonstração basta verificar que
Z Z Z
∂F1 ∂(z, x) ∂F1 ∂(x, y)
F1 dx = − dudv,
∂S ∂z ∂(u, v) ∂y ∂(u, v)
Z Z Z
∂F2 ∂(x, y) ∂F2 ∂(y, z)
F2 dy = − dudv,
∂S ∂x ∂(u, v) ∂z ∂(u, v)
e Z
∂F3 ∂(y, z) ∂F3 ∂(z, x)
Z Z
F3 dz = − dudv.
∂S ∂y ∂(u, v) ∂x ∂(u, v)
As três equações acima são análogas, e a validade delas segue do teorema de Green
(ver livro-texto).
e Z Z
→
− →−
Z Z
→
− −
rot F d s = rot F · →
n ds,
S S
o teorema de Stokes nos dá
Z Z
→
− − Z
→
−
rot F · →
n ds = F · T ds,
S ∂S
→
−
Exemplo 109. Encontre o trabalho realizado pela força F = (3y + z, x + 4z, 2x + y)
ao longo da curva C obtida interceptando as superfícies S1 dada por x2 + y 2 + z 2 = 4
e S2 dada por y + z = 2. Especifique a orientação.
(a) Região D.
(b) Porção de S2 limitada por C.
Capítulo 4. Integrais de Superfície 115
Além disso,
q √
∥φx (x, y) × φy (x, y)∥ = 1 + zx2 + zy2 = 2.
→
−
Como φ ∈ C 2 , e F ∈ C 1 em R3 , orientando S2 com o vetor normal apontando
para cima, pelo teorema de Stokes temos
Z
→
− Z Z
→
− →
F · dr = rot F · −
nF ds,
C S2
1 1
!
→
−
onde −
n→
F = 0, √ , √ , e rot F = (−3, −1, −2). Assim, o trabalho W realizado
2 2
→
−
por F ao longo de C é dado por
Z
→
− Z Z
→
− →
W = F · dr = rot F · −
nF ds
C S2
1 1
Z Z !
= (−3, −1, −2) · 0, √ , √ ds
S2 2 2
−3 Z Z −3 Z Z
=√ ds = √ ∥φx (x, y) × φy (x, y)∥dA
2Z Z S2 2 D
= −3 dA = −3 · Área(D)
D
√
= −3π 2.
Figura 68 – S1 e S2 .
Capítulo 4. Integrais de Superfície 116
Solução. A curva C não é uma curva fechada, logo a princípio não podemos usar
o teorema de Stokes. No entanto, se considerarmos C1 a reta ligando os pontos
(3, −1, 0) à (3, 1, 0) parametrizada por
ou seja
3 + 3y 2
( )
D = (x, y) ∈ R ; 2
≤ x ≤ 3, −1 ≤ y ≤ 1 .
2
Assim, a porção de S limitada por C pode ser parametrizada por
2x
φ(x, y) = x, y, 3 − , (x, y) ∈ D.
3
(a) Região D.
(b) Porção de S limitada por C.
Capítulo 4. Integrais de Superfície 117
Além disso
s √
q 4 13
∥φx (x, y) × φy (x, y)∥ = 1+ zx2 + zy2 = 1+ = .
9 3
→
−
Como φ ∈ C 2 , e F ∈ C 1 em R3 , orientando S com o vetor normal apontando para
cima, pelo teorema de Stokes temos
Z
→
− Z Z
→
− →
F · dr = rot F · −
nF ds,
C∪C1 S
2 3
!
→
−
onde −
n→
F = √ , 0, √ , e rot F = (x, 0, z). Temos então
13 13
Z
→
− Z Z
→
− →
F · dr = rot F · −
nF ds,
C∪C1 S
o que implica
(a) (b)
zZ Z }| { zZ }| {
Z
→
− →
− → →
−
rot F · −
F · dr = nF ds − F · dr . (4.10)
C S C1
(a)
!√
→
− − Z Z
2x 2 3 13
Z Z
→
rot F · nF ds = x, 0, 3 − · √ , 0, √ dA
S D 3 13 13 3
Z Z Z 1 Z 3
=2 dA = 2 dxdy
D −1 (3+3y 2 )/2
! 1
Z 1
y3
=3 1 − y dy = 3 y − 2
3
−1
−1
= 4.
(b)
Z
→
− Z 1 →
− Z 1 →
−
F · dr = F (γ(t)) · γ ′ (t)dt = F (3, t, 0) · (0, 1, 0)dt
C1 −1 −1
Z 1
= (0, 0, 6t) · (0, 1, 0)dt = 0.
−1
Capítulo 4. Integrais de Superfície 118
Figura 70 – Interseção de z = 1 − y 2 e 2x + 3z = 6.
→
−
Podemos relacionar o rotacional de um campo F com sua circulação. Seja P0 =
(x0 , y0 , z0 ) um ponto do fluido, e seja Sa um pequeno círculo de raio a e centro
→
− →
− →
−
P0 . Como rot F é contínuo, para a pequeno o suficiente temos rot F ≈ rot F (P0 ),
para todos os pontos de Sa . Dessa forma, pelo teorema de Stokes, temos que a
circulação em torno do círculo Ca fronteira de Sa pode ser aproximada da seguinte
forma:
Z
→
− Z Z
→
− −
F · dr = rot F · →
n ds
Ca
Z ZSa
→
−
≈ rot F (P0 ) · →
−
n (P0 )ds
Sa
→
−
= rot F (P0 ) · →
−
n (P0 ) · Área(Sa )
→
−
= rot F (P0 ) · →
−
n (P0 )πa2 .
Capítulo 4. Integrais de Superfície 119
Fazendo a → 0 temos
→
− 1 Z → −
rot F (P0 ) · →
−
n (P0 ) = lim 2 F · dr,
a→0 πa Ca
→
−
ou seja, a componente normal de rot F (P0 ) é a medida do efeito de rotação do
fluido em torno do eixo →
−
n . Dessa forma a circulação ao longo de Ca tenderá a ser
→
− →
−
maior se →−
n tiver o mesmo sentido de rot F (P0 ), ou seja, rot F (P0 ) determina o
→
−
eixo em torno da qual a circulação de F é a maior possível perto de P0 .
O teorema a seguir é análogo ao teorema 74, e caracteriza os campos conversativos
de R3 .
→
−
Teorema 111. Seja F = (F1 , F2 , F3 ) um campo vetorial de classe C 1 definido em
R3 , exceto possivelmente em um número finito de pontos. As seguintes afirmações
são equivalentes:
I
→
−
(i) F · dr = 0, para toda curva fechada C 1 .
C
→
−
(ii) A integral de linha de F do ponto A até B independe da curva C 1 por partes
contida que os liga.
→
−
(iii) F é campo gradiente de alguma função potencial f .
→
− →
−
(iv) rot F = 0 .
→
−
Exemplo 112. Sejam F = (yz + x, xz + 4y 3 , xy + sen(z)), e C a curva interseção
entre o paraboloide 2z = x2 + y 2 e o cilindro y = x2 . Calcule a integral de linha de
→
−
F ao longo do trecho de C que liga os pontos (−2, 4, 10) e (2, 4, 10).
→
−
Solução. O campo F é de classe C 1 em R3 . Além disso
→
− →
− →
−
i j k
→
− ∂ ∂ ∂
rot F =
∂x ∂y ∂z
yz + x2 xz + 3y 2 xy + sen(z)
→
− →
− →
− →
−
= (x − x) i + (y − y) j + (z − z) k = 0 .
Capítulo 4. Integrais de Superfície 120
→
−
Pelo teorema 111, temos que F é um campo gradiente, ou seja, existe f (x, y, z)
→
−
tal que F = ∇f . Além disso
Z
→
−
F · dr = f (2, 4, 10) − f (−2, 4, 10). (4.11)
C
Figura 71 – Interseção de 2z = x2 + y 2 e y = x2 .
Como a superfície S é formada pela união das seis faces de um cubo temos
6 Z Z
Z Z
→
− → − →
− →
F · n ds = F ·−
X
n ds,
S i=1 Si
Figura 72 – Superfície S.
Supondo inicialmente que W pode ser escrita como região dos tipos I, II e III, a
demonstração das três partes é similar aquela do teorema de Green. Quando S não
é simples podemos decompô-la como uma união finita de regiões simples, isto é,
W = W1 ∪ ... ∪ Wn . Usando a fórmula de Gauss em cada região simples, obtemos
n Z Z
Z Z Z
→
− →
− →
div F dV = F ·−
X
n ds.
W i=1 ∂Wi
=3 dV = 3 · vol(W )
W
= 3.
(b) S2 é a lata cilíndrica sem fundo limitada pelas superfícies de (a) orientada
positivamente.
→
−
Solução. (a) S1 limita uma região compacta W do R3 , e F ∈ C 1 em R3 . Logo,
pelo teorema de Gauss
Z Z
→
− − Z Z
→
− − Z Z Z
→
−
Φ= F · n→
D ds = − F · →ds = −
n F div F dV.
S1 S1 W
Capítulo 4. Integrais de Superfície 124
→
−
Como div F = −1, e W em coordenadas cilíndricas é limitada por
0 ≤ θ ≤ 2π
0≤r≤1
1 ≤ z ≤ 4 − y = 4 − r senθ
Portanto
Z Z Z
→
− Z Z Z Z 2π Z 1 Z 4−r senθ
Φ=− div F dV = dV = rdzdrdθ
W W 0 0 1
Z 2π Z 1 Z 2π Z 1
= r(4 − r senθ − 1)drdθ = 3r − r2 senθdrdθ
0 0 0 0
Z 2π
3 senθ
= − dθ
0 2 3
= 3π.
e portanto Z Z
→
− → −
Z Z
→
− →
F · d s = −3π − F · d−
s, (4.13)
S2 S3
onde S3 está orientada com a normal para baixo. S3 é uma porção do plano
z = 1 que pode ser parametrizada como
||φu × φv || = v,
e
Capítulo 4. Integrais de Superfície 125
Figura 73 – Superfície S.
Z Z
→
− → Z Z
→
−
F · d−
s = F (v cos u, v senu, 1) · (0, 0, −1)vdA
S3 D
Z Z
= (1, −v 2 senu cos u, v cos u − 1) · (0, 0, −1)vdA
D
Z 2π Z 1
= (1 − v cos u)vdvdu
0 0
! 1
Z 2π
v2 v3 Z 2π
1 cos u
= − cos u du = − du
0 2 3
0 0 2 3
2π
u senu
= − =
2 3
0
= π.
→
−
esfera de raio r e centro em P0 , contido no subconjunto aberto do R3 no qual F é
→
−
de classe C 1 . Aplicando o teorema de Gauss ao campo F sobre Wr , obtemos
Z Z Z
→
− Z Z
→
− →
div F dV = F ·−
n ds,
Wr ∂Wr
onde →
−n representa o campo de vetores normais unitários exteriores a Wr . Pelo
teorema do valor médio para integrais temos que
Z Z Z
→
− →
−
div F dV = div F (P ′ )V (Wr ),
Wr
Fazendo r → 0, obtemos
→
− 1 Z Z →
− →
div F (P0 ) = lim F ·−
n ds,
r→0 V (Wr ) ∂Wr
→
− →
−
ou seja, o div F (P0 ) nos dá o fluxo do campo F por unidade de volume em P0 .
→
−
No caso em que F representa o fluxo de um fluido, então o teorema de Gauss diz
que a expansão total do fluido no interior de uma região W ∈ R3 deve ser
igual ao fluxo total do fluido para fora da fronteira de W.
→
− −→=q (x, y, z) (x, y, z)
F ·n f ·
(x2
+y +z )
2 2 3/2 a
q(x + y + z )
2 2 2
=
a(x2 + y 2 + z 2 )3/2
q
= √ 2 .
a x + y2 + z2
Figura 74 – Superfície S1 .
(b) Como (0, 0, 0) está no interior de W , então existe a > 0 tal que a esfera S1
de raio a está contida em W . Apesar de não podermos aplicar o teorema
da Gauss na região W , podemos aplica-lo na região W̄ entre S2 e S1 , pois
→
−
F ∈ C 1 em W̄ , ou seja
Z Z Z
→
− Z Z
→
− →
div F dV = F ·−
n ds,
W̄ S2+ ∪S1−
onde S2+ é a superfície W orientada com normal pra fora e S1− é a esfera de
→
−
centro na origem e raio a com normal orientada para dentro. Como div F = 0,
temos Z Z
→
− →
+ −
F ·− n ds = 0,
S2 ∪S1
o que implica Z Z
→
− → −
Z Z
→
− →
F · n ds + F ·−
n ds = 0,
S2 +
S1−
e portanto Z Z
→
− → −
Z Z
→
− →
+
F · n ds = F ·−
n ds = 4qπ.
S2 S1+