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CÁLCULO AVANÇADO COM

NÚMEROS COMPLEXOS
UNIDADE 4 – CÁLCULO AVANÇADO COM
NÚMEROS COMPLEXOS
Autora: Érica Regina de Santana
Revisor: Heitor Barbosa Lima de Oliveira

INICIAR

Introdução
Prezado(a) estudante,

A transformação de Laplace também é conhecida como transformada de Laplace e tem sua teoria como parte
essencial da bagagem matemática de físicos, engenheiros e outros cientistas, facilitando a solução de muitos
problemas trabalhados no campo da Ciência e da Engenharia.

Segundo Spiegel (1985), o assunto originou-se em tentativas para justificar rigorosamente certas “regras
operacionais” usadas por Heaviside no final do século XIX para resolver equações na teoria eletromagnética. Essas
tentativas finalmente demonstraram seu êxito no início do século XX, através dos esforços de Bromwich, Carson,
Van der Pol e de outros matemáticos que empregaram a teoria das variáveis complexas.

Mas antes de estudarmos a transformação de Laplace, estudaremos as integrais impróprias, que serão úteis na
solução de equações diferenciais ordinárias via transformadas de Laplace.

Bons estudos!

4.1 Cálculo de integrais impróprias


As integrais definidas possuem dois requisitos importantes: que o domínio da integração seja finito e que a imagem
do integrando seja finita nesse domínio. Contudo, há situações que não cumprem essas condições, sendo
necessário outro método de resolução. Integrais como essas, que exigem outros métodos, são denominadas
integrais impróprias e são calculadas como limites. Assim, é importante conhecer as definições para as integrais
impróprias segundo Thomas (2008), dividindo-as em dois tipos para facilitar a compreensão.

» Integrais impróprias do tipo I

As integrais com limites infinitos de integração são consideradas integrais impróprias do tipo I. Assim:
• Se f(x) ( #PraCegoVer: f de x) for contínua em [ a , ∞) ( #PraCegoVer: intervalo de a ao infinito fechado em a),
então:

• Se f(x) ( #PraCegoVer: f de x) for contínua em (-∞, b ], ( #PraCegoVer: intervalo de menos infinito a b, fechado
em b) então:

• Se f(x) ( #PraCegoVer: f de x) for contínua em (-∞,∞), ( #PraCegoVer: intervalo de menos infinito a infinito)
então:

em que C pode ser qualquer número real.Podemos afirmar, em todos os casos, que:

Se o limite é finito , dizemos que a integral imprópria converge e que o limite é o valor da integral imprópria;

Se o limite não existe , dizemos que a integral imprópria diverge ;

Se f ≥ 0 ( #PraCegoVer: f for maior ou igual a zero) e a integral imprópria divergir, dizemos que a área sob a
curva é infinita.

Vejamos alguns exemplos para facilitar a compreensão.

Exemplo 1)
‍Verifique se a área sob a curva

de x = 1 a x = ∞ ( #PraCegoVer: x igual a um a x igual ao infinito) é finita.

Resolução: primeiramente, verificamos a área sob a curva, examinando o limite quando b→∞ ( #PraCegoVer: b
tendendo ao infinito).

Gráfico 1 - Área sob a curva

Figura 2 – Protocolos utilizados nas camadas do Modelo OSI. Fonte: NETWORKING-2, 2010.

No Gráfico 1, temos a área sob a curva de uma integral imprópria. Assim, integrando por partes teremos:

O limite da área quando b →∞ ( #PraCegoVer: b tendendo ao infinito) é:

Assim, a integral imprópria é convergente e a área possui o valor finito 1.

VOCÊ SABIA?
A função

é a fronteira entre as integrais impróprias convergentes e divergentes impróprias com integrandos da forma

Dessa forma, a integral imprópria converge se p > 1 ( #PraCegoVer: p for maior que um) e diverge se p ≤ 1 (
#PraCegoVer: p for menor ou igual a um).

Exemplo 2)
‍Agora verificaremos para quais valores de p a integral

converge.

‍Resolução: se p ≠ 1 ( #PraCegoVer: p for diferente de um), temos:

Assim:

Logo, tem-se que:

Podemos concluir, então, que a integral converge para

se p > 1 ( #PraCegoVer: p for maior que um) e diverge se p < 1 ( #PraCegoVer: p for menor que um). Além disso, se
p = 1 ( #PraCegoVer: p for igual a um), a integral também diverge, já que:

Nota-se que muitas vezes não é possível calcular o valor exato de uma integral imprópria, mas podemos indagar
sobre sua convergência ou divergência. Se a integral diverge, sabemos que encontramos o que queríamos. Se ela
converge, podemos utilizar métodos convenientes para obtermos um valor aproximado.

VOCÊ SABIA?
Podemos calcular integrais impróprias convergentes usando sistemas de álgebras por computador. Esses
sistemas e softwares podem ajudar na resolução de problemas complexos ou que necessitem de resultados
mais rápidos. Podemos citar o Maple, um sistema algébrico computacional, que possui um ambiente para a
operação com expressões algébricas e símbolos, além de permitir o desenho gráfico a duas ou a três
dimensões.

» Integrais impróprias do tipo II

As integrais de funções que se tornam infinitas em um ponto dentro do intervalo de integração são as integrais
impróprias do tipo II, de acordo com Thomas (2008):

• Se f(x) ( #PraCegoVer: f de x) for contínua em (a,b] ( #PraCegoVer: intervalo de a a b fechado em b) e


descontínua em a , então:

• Se f(x) ( #PraCegoVer: f de x) for contínuo em [a,b) ( #PraCegoVer: intervalo de a a b fechado em a) e


descontínua em b , então:
• Se f(x) ( #PraCegoVer: f de x) for descontínua em c , em que a < c < b ( #PraCegoVer: a for menor que c, e c
for menor que b), e contínua em [a,c[ ∪ ]c, b] ou [a,c] ∪ [c, b] , ( #PraCegoVer : intervalo de a a b, fechado em a,
unido com intervalo de c a b, fechado em b), então:

Em todos os casos, se o limite é finito, dizemos que a integral imprópria converge e que o limite é o valor da integral
imprópria. Se o limite não existe, dizemos que a integral imprópria diverge .

Vejamos alguns exemplos para melhor compreensão.

Exemplo 3)
‍Verifique se

diverge ou converge.

Resolução: primeiramente, analisamos o integrando. Podemos dizer que ele é contínuo em [0, 1[ ou [0, 1] (
#PraCegoVer: intervalo de zero e a um, fechado em zero), mas descontínuo em x = 1 ( #PraCegoVer: x igual um) e
-
se torna infinito quando x →1 . ( #PraCegoVer: x tendendo a um negativo). Assim, temos:

Sendo o limite infinito, podemos afirmar então que a integral diverge.

Exemplo 4)
‍Determine

Resolução : o integrando possui uma assíntota vertical em x = 1 ( #PraCegoVer: x igual a um) e é contínuo em [0, 1[
e ]1, 3] ou [0,1] e [1, 3] ( #PraCegoVer: intervalo de zero a um, fechado em zero, e intervalo de um a três, fechado
em três). Assim:

Calculando separadamente cada integral, temos:

Então, podemos concluir que o resultado será dado por:

O logaritmo natural

» Clique nas setas ou arraste para visualizar o conteúdo

A função logaritmo natural é a função definida por:

PROPRIEDADES DOS LOGARITMOS


se x e y forem números positivos e r for um número racional, então:
Exemplo 5)
‍Agora, calculemos a integral:

Resolução:

É importante lembrarmos que neste exemplo tivemos a necessidade de combinar os logaritmos na primitiva antes de
calcular o limite; caso contrário, teríamos encontrado uma forma indeterminada. Nesse sentido, a continuação da
resolução se dá com:

Podemos nos deparar com integrais impróprias do tipo:

E não termos escolha além de dobrar o caminho de integração, considerando a integral:

Sendo C ( #PraCegoVer: C R) um semicírculo de centro em (0,0) e raio de medida R . Segundo Ávila (2008),
R
podemos considerar o lema de Jordan, que estabelece condições suficientes para que esta integral tenda a zero com
R →∞ ( #PraCegoVer: R tendendo ao infinito).

Propriedades algébricas dos logaritmos naturais


Para quaisquer números reais b > 0 e x > 0 ( ##PraCegoVer : b maior que zero e x maior que zero), o logaritmo
natural satisfaz as seguintes regras:

» Clique nas abas para saber mais sobre o assunto

1. Regra do 2. Regra do 3. Regra da 4. Regra da


produto quociente recíproca potenciação

» Lema de Jordan

O lema de Jordan define que, sendo r > R > 0 ( #PraCegoVer: r maior que R, e R maior que zero) e C (
R
θ
#PraCegoVer: C R) o semicírculo z = Re , 0 ≤ θ ≤ π ( #PraCegoVer: z igual a Re elevado à theta, zero menor ou
igual à theta, e theta menor ou igual a pi), suponhamos que f seja uma função regular no semiplano Im z ≥ 0 (
#PraCegoVer: Im de z maior ou igual a zero), à exceção, eventualmente, de um número finito de singularidades
isoladas. E suponhamos ainda que o máximo G de |f(z)| ( #PraCegoVer: G R do módulo de f de z) para z ∈ C (
R R
#PraCegoVer: z pertencente a CR) tenda a zero com R→∞ ( #PraCegoVer: R tendendo ao infinito). Então,

I R →0 com R →∞
# PraCegoVer : I R tende a zero com R tendendo ao infinito.

Vejamos alguns exemplos de aplicações.

Exemplo 6)
‍Resolva a integral

aplicando o lema de Jordan.


ix
Resolução : nesse caso, temos o integrando como uma função par e sen x = In e , ( #PraCegoVer: x igual a In de
e elevado a i x). Assim:

Analisando

observamos um polo simples em z = ia ( #PraCegoVer: z igual a i a), sendo a única singularidade no semiplano
superior. Levando em conta a integral de –R a R ( R > a ) ( #PraCegoVer: menos R a R com R maior que a), seguida
da integral sobre C ( #PraCegoVer: C R) no semiplano superior, temos que:
R

Sendo

resíduo de g no ponto z = ia ( #PraCegoVer: z igual a ia), usando o lema de Jordan, temos:

4.2 Transformação de Laplace


A transformação de Laplace também é conhecida pelo nome transformada de Laplace, sendo muito útil nos
conceitos das integrais impróprias. Quando aprendemos um pouco sobre a integração, verificamos que ela é um tipo
de transformação – ou seja, é a ação de transformar uma função em outra. Assim, é importante aprender mais um
tipo especial de transformação de integral que auxilia na resolução de problemas lineares.

Segundo Zill (2016), se f(x,y) ( #PraCegoVer: f de x e y) for uma função de duas variáveis, então a integral definida
de f em relação a uma das variáveis define uma função de outra variável. Por exemplo, mantendo y constante,
vemos que

Da mesma forma, uma integral definida tal como

transforma uma função f da variável t na função F da variável s . Nesse caso, estamos particularmente interessados
em uma transformada integral, em que o intervalo de integração é [0,∞) ( #PraCegoVer: intervalo de zero ao
infinito, fechado em zero). Se f(t) for definida para t ≥ 0 ( #PraCegoVer: t maior ou igual a zero), então a integral
imprópria

será definida como o limite:

Se o limite na Equação 9 existe, então dizemos que a integral existe ou é convergente; senão há limite, a integral não
existe e é divergente. O limite dessa equação, em geral, existe apenas para determinados valores da variável s .
Assim, assumiremos que s será uma variável real.

VOCÊ O CONHECE?
Pierre Simon Marquis de Laplace nasceu na França, em Beaumont-en-Auge, em 23 de março de 1749.
Destacou-se nas áreas de Física, Astronomia e Matemática, sendo o responsável por organizar a chamada
astronomia matemática, ao sumarizar e ampliar o trabalho de seus predecessores nos cinco volumes de
Mécanique Céleste ( Mecânica celeste ) (1799-1825). Esta obra-prima traduziu o estudo geométrico da
mecânica clássica usada por Isaac Newton para um estudo baseado em cálculo, conhecido como mecânica.
A função K (s, t) ( #PraCegoVer: K de s e t) na Equação 7 é chamada núcleo da transformação. A escolha K (s,t) = e
‑ st
( #PraCegoVer: K de s e t igual a e elevado a menos st) como o núcleo nos dá uma transformada integral
especialmente importante.

Assim, seja f uma função definida para t ≥ 0 ( #PraCegoVer: t maior ou igual a zero), a integral

será chamada transformada de Laplace de f , desde que a integral convirja.

Quando a integral definida na Equação 8 convergir, será uma função de s . Sendo assim, usaremos letras
minúsculas para denotar a função que está sendo transformada e letra maiúscula correspondente para denotar sua
transformada de Laplace. Por exemplo:

Exemplo 7)
‍Calcule 𝓛(1) ( #PraCegoVer: transformada de Laplace de um).

Resolução:

-sb
Quando s > 0 ( #PraCegoVer: s for maior que zero), o expoente –sb ( #PraCegoVer: menos sb) é negativo; e e
→ 0 ( #PraCegoVer: e elevado a menos sb tendendo a zero) quando b →∞ . ( #PraCegoVer: b tender ao infinito). A
integral diverge para s < 0 ( #PraCegoVer: s menor que zero).

Exemplo 8)
‍Determine

Resolução :

O resultado será válido para s > -3 ( #PraCegoVer: s maior que menos três) pois, para termos

precisaremos de s + 3 > 0 ( #PraCegoVer: s mais três maior que zero) ou s > -3 ( #PraCegoVer: s maior que menos
três).

Segundo Zill (2016), para uma combinação linear de funções, podemos escrever:

Sempre que ambas as integrais convergirem para s > c ( #PraCegoVer: s maior que c). Logo:

Nesse caso, 𝓛 ( #PraCegoVer: transformada de Laplace) é dita uma transformada linear.

Transformada de algumas funções básicas

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#PraCegoVer: Transformada de Laplace de um.

𝓛{ t n }
#PraCegoVer: Transformada de Laplace de t elevado a n.

𝓛{ e at }
#PraCegoVer: Transformada de Laplace de e elevado a a t.

𝓛{ sen kt }
#PraCegoVer: Transformada de Laplace de seno de kt.

𝓛{ cos kt }
#PraCegoVer: Transformada de Laplace de cosseno de kt.

𝓛{ senh kt }
#PraCegoVer: Transformada de Laplace de seno hiperbólico de kt.

𝓛{ cosh kt }
( #PraCegoVer : Transformada de Laplace de cosseno hiperbólico de kt)

Um ponto importante que devemos destacar é que a integral que define a transformada de Laplace não precisa
convergir obrigatoriamente. Para garantir a sua existência, f ser contínua por parte e de ordem exponencial já é o
suficiente.

Define-se que há condições suficientes para a existência, se f(t) ( #PraCegoVer: f de t) é contínua por partes no
intervalo [0, ∞) ( #PraCegoVer: intervalo de zero ao infinito, fechado em zero) e de ordem exponencial c . Assim,
então, tem-se que 𝓛 {f(t)}( #PraCegoVer: a transformada de Laplace de f de t) existe para s > c . ( #PraCegoVer: s
maior que c).

Ademais, dizemos que uma função f é de ordem exponencial c se existem constantes c , M > 0 e T > 0 (
ct
#PraCegoVer: c, M maior que zero e T maior que zero) tal que |f(t)| ≤ Me ( #PraCegoVer: o módulo de f de t é
menor ou igual a M e elevado a ct) para todo t > T ( #PraCegoVer: t maior que T).

Exemplo 9)
‍Calcule 𝓛{ f(t) } ( #PraCegoVer: Transformada de Laplace de f de t) para

Resolução : temos uma função contínua por partes de ordem exponencial para t > 0 ( #PraCegoVer: t maior que
zero). Como ela está definida em duas partes, a transformada de Laplace pode ser determinada pela soma de duas
integrais:

4.3 Transformada de Laplace inversa


Considerando F(s) ( #PraCegoVer: F de s) como a transformada de Laplace de uma certa função f(t) (
#PraCegoVer: f de t), temos que 𝓛 {f(t)} = F(s) . ( #PraCegoVer: a transformada de Laplace de f de t é igual a F de
s). Nesse sentido, é possível dizer que f(t) ( #PraCegoVer: f de t) é a transformada de Laplace inversa de F(s) (
#PraCegoVer: F de s). Podemos representá-la por:
Segundo Zill (2016), desenvolvendo as transformadas inversas, ocorre frequentemente que uma função de s sobre
consideração não satisfaça exatamente a forma de uma transformada de Laplace F(s) ( #PraCegoVer: F de s).
Assim, é necessário ajustar a função s , multiplicando-a ou dividindo-a por uma constante apropriada.

Algumas transformadas inversas

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tn
#PraCegoVer: t elevado a n.

e at
#PraCegoVer: e elevado à a t.

sen kt
#PraCegoVer: seno de kt.

cos kt
#PraCegoVer: cosseno de kt.

senh kt
#PraCegoVer: seno hiperbólico de kt.

cosh kt
#PraCegoVer : cosseno hiperbólico de kt.

Exemplo 10)
‍Determine

n
Resolução : considerando o caso t ( #PraCegoVer: t elevado a n); adotar n + 1 = 5 ou n = 4 ( #PraCegoVer: n
mais um igual a cinco ou n igual a quatro); multiplicarmos e dividir por 4! ( #PraCegoVer: quatro fatorial), teremos:

Exemplo 11)
‍Determine:

2
Resolução : considerando o caso sen kt e que k = 7 , k = √7 ( #PraCegoVer: k ao quadrado é igual a sete, e k é
igual à raiz quadrada de sete), ao multiplicarmos e dividirmos √7 ( #PraCegoVer: raiz quadrada de sete), teremos:

Vale destacar que a transformada inversa de Laplace também é uma transformação linear. Dessa forma,
considerando como constantes α e β ( #PraCegoVer: alfa e beta), e F e G como as transformadas das funções f e g ,
temos:

Exemplo 12)
‍Determine

Resolução : para resolver a transformada inversa de Laplace, precisamos reescrevê-la como a soma de duas
expressões por meio da divisão termo a termo, e ajustar as constantes de linearidade. Assim, teremos:

Teste seus conhecimentos

Atividade não pontuada.

4.4 Aplicações
Segundo Spiegel (1985), o uso de transformadas de Laplace proporciona uma ferramenta útil aos estudantes que
abraçarem carreiras técnicas, além de aguçar a compreensão do mundo físico, tornando possível o tratamento de
problemas não abordados nos cursos tradicionais de Mecânica. É recomendável ainda, embora não como a última
palavra, aos estudantes que buscam carreiras matemáticas, pois tem-se negligenciado, nesse setor, o conhecimento
do substrato físico, do qual a Matemática essencialmente provém.

Além disso, as propriedades da transformada de Laplace também são úteis na resolução de equações diferenciais
em problemas de valor inicial , escrevendo assim uma equação algébrica para a transformada de Laplace da
solução, denominada equação subsidiária. Para encontrar a solução do problema, portanto, é só calcular a
transformada inversa da equação algébrica. Veja uma representação a seguir de um problema de um valor inicial de
2ª ordem:

Sendo a, b, y e y’ ( #PraCegoVer: a, b, y zero e derivada de y zero) constantes, tem-se que:


0 0

Sendo, então, 𝓛 {y(t)} = Ys e 𝓛 {f(t)} = F(s) (#PraCegoVer: A transformada de Laplace de y de t igual a Y de s e a


transformada de Laplace de f de t igual a F de s) a resposta será:

A transformada de Laplace também é muito útil na resolução de algumas equações diferenciais ordinárias em que os
coeficientes são variáveis.

Conhecendo um pouco mais

» Clique nas abas para saber mais sobre o assunto

Problemas de valor inicial Equações diferenciais ordinárias


Outras aplicações da transformada de Laplace é na resolução de situações-problemas em estática, eletricidade,
eletromagnetismo, mecânica, ondulatória, entre muitas outras. Vejamos algumas aplicações.

Uma importante aplicação da transformada de Laplace é na resolução de problemas envolvendo oscilador


harmônico . Imagine uma mola elástica com uma de suas extremidades fixas e na outra presa a um objeto de
massa m . Considere que esse corpo esteja sujeito a uma força de atrito que seja proporcional a velocidade e cuja
constante de amortecimento seja dada por 𝛾 ( #PraCegoVer: gama). Além disso, leve em consideração que essa
mola flexível obedeça a Lei de Hooke e sua constante seja k . Agora, adotando y(t) ( #PraCegoVer: y de t) como o
deslocamento do objeto, considerando o seu ponto de equilíbrio estático, em função do tempo t , e relacionando os
dados fornecidos com a 2ª lei de Newton, temos:

sendo a = y”(t) ( #PraCegoVer: a igual à y elevado a n de t) a aceleração e

a soma de todas a forças. No exemplo, temos três forças a serem consideradas:

Força da mola : proporcional ao deslocamento com constante de proporcionalidade, sendo k (f1 = -ky(t)) (
#PraCegoVer: k equivalente a f um igual a menos k y de t);

Força de atrito : proporcional à velocidade com constante de amortecimento, sendo 𝛾 ( f = -𝛾y'(t) ). (


2
#PraCegoVer: gama equivalente a f dois igual a menos gama vezes a primeira derivada de y de t);

Força externa : f (t) = f(t) ( #PraCegoVer: f três de t igual a f de t).


3

Assim, a soma de todas as forças será dada por:

e o deslocamento y(t) ( #PraCegoVer: y de t) dado por:

E agora poderemos aplicar a transformada de Laplace impondo as condições iniciais y(0) = y e y’(0) = y’ (
0 0
#PraCegoVer: y de zero igual a y zero e a primeira derivada de y de zero igual à primeira derivada de y zero),
teremos:

Assim, considerando as condições iniciais, temos:

sendo F(s) = 𝓛 {f(t)} ( #PraCegoVer: F de s igual à transformada de Laplace de f de t) e Y(s) = 𝓛 {y(t)} #PraCegoVer:
Y de s igual à transformada de Laplace de y de t). Dessa forma, resolvendo a equação Y(s) ( #PraCegoVer: Y de s),
temos:

Essa é uma das equações que podemos obter para a situação apresentada, podendo ser obtidas outras por meio da
imposição de situações aplicadas até mesmo utilizando a transformada inversa.

Teste seus conhecimentos

Atividade não pontuada.


Síntese
Tivemos a oportunidade de estudar as integrais impróprias que diferem das integrais próprias por não obedecerem a
duas propriedades importantes: que o domínio da integração seja finito e que a imagem do integrando seja finita
nesse domínio. Dizemos que se o limite é finito , a integral imprópria converge e que o limite é o valor da integral
imprópria.; ou que se o limite não existe , dizemos que a integral imprópria diverge .

Também vimos sobre a transformação de Laplace, também conhecida por transformada de Laplace, que tem sua
teoria como parte essencial da bagagem matemática de físicos, engenheiros e outros cientistas, facilitando a solução
de muitos problemas trabalhados no campo da ciência e da engenharia. Considerando que uma função f que seja
definida para t ≥ 0 ( #PraCegoVer: t maior ou igual a zero), a integral

será chamada transformada de Laplace de f , desde que a integral convirja. Ademais, vimos também o conceito da
transformada inversa de Laplace e suas aplicações.

SAIBA MAIS

Título : Um curso de Cálculo – Volume 4 ‍Autor : Luiz Hamilton Guidorizzi Editor : LTC Ano : 2018
Comentário : Um livro bem estruturado e com boa didática a fim de apresentar os principais temas de
Cálculo. Um bom livro para aprofundar os seus estudos sobre as integrais impróprias. Onde encontrar
: Biblioteca Virtual da Ânima

Título : Cálculo – volume 2


Autor : Howard Anton, Irl Bivens e Stephen Davis
Editor : Bookman
Ano : 2014
Comentário : Um livro rico em exemplos, explicações e definições com uma pedagogia eficaz. Com
uma apresentação simples, mas agradável. Um bom livro para aprofundar os seus estudos sobre a
Transformada de Laplace.
Onde encontrar: Biblioteca Virtual da Laureate

Referências bibliográficas
ÁVILA, G. Variáveis complexas e aplicações. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008.

HOWARD, A. BIVENS, I. DAVIS, S. Cálculo: volume II. 8. ed. São Paulo: Bookman, 2007.

SIEPGEL, M. R. Transformadas de Laplace . Porto Alegre: Mc Graw-Hill, 1985.

STEWART, J. Cálculo II . 7. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2013.

THIEL, A. A.; MODESTI, M. S. O cálculo e a matemática superior : algumas aplicações. Blumenau: Instituto
Federal Catarinense, 2016.

THOMAS, G. B. Cálculo . 11. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2008. v. 1.

ZILL, D G. Equações diferenciais: com aplicações em modelagem . 3. ed. São Paulo: Cengage Learning
Editores, 2016.

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