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LISTA DE EXERCÍCIOS

Matemática Básica
UFF – GMA
1.4
Negação, Contrapositiva e Quantificadores

[01] As sentenças abaixo são verdadeiras. Escreva uma demonstração para cada uma delas usando
a contrapositiva.
Dica: nas questões a seguir, lembre-se de que a soma e o produto de números inteiros é inteiro.

(a) Sejam m e n números inteiros positivos. Se m + n é um número ı́mpar, então m é ı́mpar ou n é


ı́mpar.
Dica: Um número inteiro x é par se existir um inteiro k tal que x = 2k. Um número inteiro x é
ı́mpar se existir um inteiro k tal que x = 2k + 1.
(b) Seja n um número inteiro. Se n2 não é divisı́vel por 7, então n não é divisı́vel por 7.
Dica: um número inteiro x é divisı́vel por 7 se existir um inteiro k tal que x = 7k
(c) Sejam m e n números inteiros positivos. Se mn = 100, então m ≤ 10 ou n ≤ 10.
Dica: Se a > 0 e b > c, então ab > ac.
(d) Se a é um número inteiro ı́mpar, então a equação quadrática x2 − x − a = 0 não possui raı́zes que
são números inteiros.
(e) Seja x um número real. Se x2 ≤ x, então 0 ≤ x ≤ 1.
Dica: Se a > 0 e b > c, então ab > ac. Se a < 0 e b > c, então ab < ac. Para todo x ∈ R, x2 ≥ 0.
( f ) Seja n um número inteiro positivo. Se 2n − 1 é primo, então n é primo.
Dica: use o produto notável: se s ∈ N, então xs − 1 = (x − 1)(xs−1 + xs−2 + · · · + x + 1).

[02] Considere a sentença

p: se m · n é par então m é par ou n é par.

(a) Escreva a contrapositiva de p.


(b) A sentença p é verdadeira ou falsa? Justifique.

[03] Diga se são verdadeiras ou falsas as afirmações abaixo:

(a) ∀x ∈ R, x2 > x
(b) ∀x ∈ R, x2 + 2x + 1 > 0
(c) ∃x ∈ R|x2 = 4
(d) ∃x ∈ (0, +∞)|x2 = 4
(e) ∃!x ∈ R|x2 = 4
(f) ∃!x ∈ (0, +∞)|x2 = 4
(g) ∃x ∈ R|x2 = −1
(h) ∃x ∈ R|x2 − 2x + 2 = 0
(i) ∃!x ∈ R|2x − 4 = 0

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[04] Considere os conjuntos A = {1, 2, 4, 5} e B = {1, 2, 4, 6, 8, 10}. Diga se cada proposição abaixo é
verdadeira ou falsa.

(a) ∀b ∈ B, ∃a ∈ A | b = 2a.
(b) ∀a ∈ A, ∃b ∈ B | b = 2a.

[05] Escreva as seguintes afirmações sem utilizar palavras e utilizando quantificadores:

(a) m é par
(b) m é múltiplo de 3
(c) m pode ser escrito como soma de dois números inteiros
(d) m pode ser escrito como soma dos quadrados de dois números inteiros
(e) m pode ser escrito de modo único como o quadrado de um número inteiro

[06] Diga se são verdadeiras ou falsas as afirmações abaixo:

(a) ∀a ∈ R, ∃b ∈ R|a + b = 0
(b) ∀a ∈ [0, +∞), ∃b ∈ [0, +∞)|a + b = 0
(c) ∀a ∈ R, ∃!b ∈ R|a + b = 0
(d) ∀a ∈ R, ∃b ∈ R|a · b = 1
(e) ∀a ∈ R − {0}, ∃b ∈ R|a · b = 1
(f) ∀a ∈ R − {0}, ∃!b ∈ R|a · b = 1
(g) ∃a ∈ R|∀b ∈ R, a · b 6= 1
(h) ∃a ∈ R − {0}|∀b ∈ R, a · b 6= 1
(i) ∃a! ∈ R|∀b ∈ R, a · b 6= 1

[07] Em um plano, considere uma reta r e um ponto P que não pertence à reta r. Uma das formulações do
Quinto Postulado de Euclides diz o seguinte: “Existe uma única reta s que passa por P e é paralela à
reta r”. Escreva a negação dessa formulação do Quinto Postulado de Euclides.

[08] Diz-se que uma função f : D → C é injetiva se ela satisfaz a seguinte condição: para todo x1 , x2 ∈ D,
se x1 6= x2 , então f (x1 ) 6= f (x2 ). Quando uma função f : D → C não é injetiva?

[09] Diz-se que uma função f : D → C é sobrejetiva se ela satisfaz a seguinte condição: para todo b ∈ C,
existe a ∈ D tal que f (a) = b. Quando uma função f : D → C não é sobrejetiva?

[10] Diz-se que uma função f : D → C é crescente se ela satisfaz a seguinte condição: para todo x1 , x2 ∈ D,
se x1 < x2 , então f (x1 ) < f (x2 ). Quando uma função f : D → C não é crescente?

[11] Diz-se que uma função f : D → C é limitada se ela satisfaz a seguinte condição: existe M ∈ R tal que
para todo x ∈ D, tem-se |f (x)| ≤ M . Quando uma função f : D → C não é limitada?

[12] (a) Diz-se que um ponto p ∈ D é ponto de mı́nimo global de uma função f : D → C se p satisfaz a
seguinte condição: para todo x ∈ D, f (x) ≥ f (p). Quando um ponto p ∈ D não é ponto de mı́nimo
global de uma função f : D → C?
(b) Diz-se que um ponto p ∈ D é ponto de mı́nimo local de uma função f : D → C se p satisfaz a
seguinte condição: existe um intervalo aberto I com p ∈ I tal que para todo x ∈ D ∩ I, f (x) ≥ f (p).
Quando um ponto p ∈ D não é ponto de mı́nimo local de uma função f : D → C?

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[13] Sejam f : R → R uma função. Dizemos que f é contı́nua em um ponto p ∈ R se p satisfaz a seguinte
condição: para todo  > 0, existe δ > 0 tal que |x − p| < δ ⇒ |f (x) − f (p)| < . Quando uma função
não é contı́nua em um ponto p ∈ R?

[14] Considere a seguinte proposição (n representa um número inteiro):

Se n pode ser escrito como a soma de dois números inteiros ı́mpares, então n é par.

(a) A proposição é verdadeira ou falsa? Apresente uma demonstração caso a proposição seja verdadeira
e um contraexemplo caso ela seja falsa.
(b) Escreva a recı́proca da sentença. A recı́proca é verdadeira ou falsa? Apresente uma demonstração
caso a proposição seja verdadeira e um contraexemplo caso ela seja falsa.
(c) Escreva a contrapositiva da sentença. A contrapositiva é verdadeira ou falsa? Apresente uma
demonstração caso a contrapositiva seja verdadeira e um contraexemplo caso ela seja falsa.

[15] Diz-se que um subconjunto X de R é aberto se ele satisfaz a seguinte condição: para todo ponto p ∈ X,
existe  > 0 tal que ]p − , p + [⊂ X. Quando um subconjunto X de R não é aberto?

[16] Diz que uma função f : R → R é par se ela satisfaz a seguinte condição: para todo x ∈ R, f (−x) = f (x).
Diz que uma função f : R → R é ı́mpar se ela satisfaz a seguinte condição: para todo x ∈ R, f (−x) =
−f (x). Quando uma função f : R → R não é par? Quando uma função f : R → R não é ı́mpar?

[17] Diz-se que um subconjunto de vetores {v1 , . . . , vk } de Rn é linearmente independente (LI) se ele satisfaz
a seguinte condição: ∀α1 , . . . , αk ∈ R, se α1 · v1 + · · · + αk vk = 0, então para todo i ∈ {1, . . . , k},
tem-se αi = 0. Um subconjunto de vetores {v1 , . . . , vk } de Rn que não é linearmente independente é
denominado linearmente dependente (LD). Quando um subconjunto de vetores {v1 , . . . , vk } de Rn não
é LI?

[18] Escreva a negação de cada uma das sentenças abaixo.

(a) Para todo x ∈ R, y ∈ R e z ∈ R, se x < y e z < 0, então zx > zy.


(b) Para todo inteiro n, existe x > n tal que x2 > n2
(c) Para todo x ∈ R, tem-se x < x +  para todo  > 0.
(d) Para todo  > 0, existe um inteiro N tal que 1/n <  para todo n ≥ N .

[19] Dada a sentença

p: existe um número real x tal que, para todo número real y, x > y.

(a) Escreva a sentença p sem utilizar palavras, apenas com quantificadores e demais sı́mbolos ma-
temáticos.
(b) Escreva a negação da sentença p.
(c) A sentença é verdadeira ou falsa? Justifique.

[20] Considere as duas sentenças (note que a ordem dos quantificadores de uma sentença está trocada com
relação à outra):

∀x ∈ R, ∃y ∈ R | x = y 3 e ∃y ∈ R | ∀x ∈ R, x = y 3

Essas sentenças são verdadeiras ou falsas? Apresente uma demonstração caso a sentença seja verdadeira
e um contraexemplo caso ela seja falsa.

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[21] Considere a sentença abaixo (x, y e z representam números reais):

∀x, ((∃y | (x3 = y 2 )) ∨ (∀z, (z 2 < 0 ⇒ x3 6= z 2 )).

(a) Escreva a negação da sentença.


(b) A sentença é verdadeira ou falsa? Apresente uma demonstração caso a sentença seja verdadeira e
um contraexemplo caso ela seja falsa.

[22] Verdadeira ou falsa? Não existem números naturais a e b tais que a2 − b2 = 10. Apresente uma
demonstração caso a sentença seja verdadeira e um contraexemplo caso ela seja falsa.

[23] Mostre que se há n (n ≥ 2) pessoas em uma festa, então há pelo menos duas pessoas que têm o mesmo
número de amigos na festa.

[24] Verdadeira ou falsa? Se n ∈ N, então n2 −79 n+1601 é um número primo. Apresente uma demonstração
caso a sentença seja verdadeira e um contraexemplo caso ela seja falsa.

[25] Em sala de aula, vimos e demonstramos que A ⇒ B é verdadeira, se, e somente se, ∼ B ⇒∼ A é
verdadeira. Demonstre que A ⇒ B é falsa, se, e somente se, ∼ B ⇒∼ A é falsa.

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Respostas dos Exercı́cios

Atenção: as respostas apresentadas aqui não possuem justificativas. Você deve escrevê-las!

[01] (a) Vamos provar a contrapositiva “Se m é par e n é par então m + n é um número par”. Sendo m
e n pares, existem k e ` inteiros tais que m = 2k e n = 2`. Com isso, m + n = 2k + 2` = 2(k + `).
Como k e ` são inteiros, temos que k + ` é inteiro, logo m + n é par.

(b) Vamos provar a contrapositiva “se n é divisı́vel por 7 então n2 é divisı́vel por 7”. Se n é divisı́vel
por 7, podemos escrever n = 7k, com k inteiro, logo n2 = (7k)2 = 49k 2 = 7(7k 2 ). Como 7k 2 é
inteiro, temos que n2 é divisı́vel por 7.

(c) Vamos provar a contrapositiva “Se m > 10 e n > 10 então mn 6= 100”. Sejam m > 10 e n > 10.
Como n > 0, temos que m · n > 10 · n > 10 · 10 = 100.

(d) Contrapositiva: “Se a equação quadrática x2 − x − a = 0 possui raı́zes que são números inteiros,
então a não é um número inteiro ı́mpar”. Suponha que x2 − x − a = 0 possui uma raiz inteira k.
Assim, k 2 −k−a = 0, logo a = k 2 −k = k(k−1). Temos agora duas possibilidades: k é impar ou k é
par. Se k for ı́mpar, teremos k = 2`, com ` inteiro. Com isso, a = k(k−1) = 2`(2`−1) = 2[`(2`−1)],
que é um número par, pois `(2` − 1) é inteiro. Se, por outro lado, k for ı́mpar, teremos k = 2` + 1,
logo a = k(k − 1) = (2` + 1)(2` + 1 − 1) = 2`(2` + 1), que também é um número par. Assim,
qualquer que seja k inteiro, a é par, logo não é um inteiro ı́mpar.

(e) Contrapositiva: “Se x < 0 ou x > 1, então x2 > x”. Seja x tal que x < 0 ou x > 1. Se x < 0, como
x2 ≥ 0, teremos x < 0 ≤ x2 , logo x2 > x. Se, por outro lado, x > 1, multiplicando ambos os lados
desta desigualdade por x, que é positivo, temos x2 > x. Em qualquer que seja o caso, chegamos a
x2 > x.

(f) Contrapositiva: “Se n não é primo, então 2n − 1 não é primo”. Se n não é primo, existem a e
b inteiros positivos e diferentes de 1 tais que n = ab. Com isso, 2n − 1 = 2ab − 1 = (2a )2 − 1.
Utilizando o produto notável xs − 1 = (x − 1)(xs−1 + xs−2 + · · · + x + 1) com x = 2a e s = b, temos

2n − 1 = (2a )2 − 1 = (2a − 1) (2a )b−1 + (2a )b−2 + · · · + 2a + 1 .




Como a é inteiro positivo diferente


 de 1, 2a é inteiro e diferente de 1. Além disso,
a b−1 a b−2 a
(2 ) + (2 ) + · · · + 2 + 1 também é um número inteiro diferente de 1, logo o produto

(2a − 1) (2a )b−1 + (2a )b−2 + · · · + 2a + 1




não é primo.

[02] (a) Se m é ı́mpar e n é ı́mpar então m · n é ı́mpar.

(b) A sentença p é verdadeira, e podemos provar pela contrapositiva. Se m e n são ı́mpares, então
m = 2K + 1 e n = 2L + 1, para K e L inteiros. Assim,

m · n = (2K + 1)(2L + 1) = 4KL + 2(K + L) + 1 = 2(2KL + K + L) + 1,

que é ı́mpar, pois 2KL + K + L é inteiro.

[03] (a) Falso. Para x = 1/2, por exemplo, temos x2 = 1/4 < 1/2 = x.

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(b) [ A afirmação é verdadeira. Para justificá-la, lembre-se de que precisamos mostrar que x2 +2x+1 > 0
é verdade independentemente do valor de x ∈ R. Uma forma de fazer isso é considerar um x genérico
em R]
Resposta: Verdadeiro. Para todo x ∈ R, temos x2 + 2x + 1 = (x + 1)2 > 0, pois todo quadrado
de número real é não negativo.

(c) Verdadeiro. Basta tomar x = 2. [Outra justificativa seria tomar x = −2.]

(d) Verdadeiro. Basta tomar x = 2. [Tomar x = −2 não seria uma justificativa, pois −2 ∈
/ (0, +∞).]

(e) Falso! Tomando x1 = 2 e x2 = −2, temos x21 = 4 e x22 = 4, com x1 6= x2 . Logo, não vale a unicidade
(isto é, x não é único).

(f) Sabemos que, para x ∈ R,


x2 = 4 ⇔ x = 2 ∨ x = −2.
Assim, para x ∈ (0, +∞), temos
x2 = 4 ⇔ x = 2.
x>0

Logo, existe um único x = 2 ∈ (0, +∞) tal que x2 = 4.

(g) Falso. Para todo x ∈ R, x2 > 0 > −1, logo x2 6= −1.

(h) Falso. Para todo x ∈ R, x2 − 2x + 2 = x2 − 2x + 1 + 1 = (x − 1)2 + 1 > 1. Assim, para todo x ∈ R,


x2 − 2x + 2 6= 0.

Outra forma de justificar seria notar que


√ √
2 2+ −4 2− −4
x − 2x + 2 = 0 ⇔ x = ou ,
2 2

que não é possı́vel, pois −4 não está definido.

(i) 2x − 4 = 0 ⇔ 2x = 4 ⇔ x = 2. Assim, x = 2 é o único valor de x ∈ R satisfazendo 2x − 4 = 0.

[04] (a) Falso. Para b = 1 ∈ B, não existe a ∈ A tal que b = 2a, pois, neste caso, precisarı́amos ter
1 = 2a, logo a = 1/2, que não pertence a A.

[Outra justificativa seria tomar b = 6, pois, para b = 2a, precisarı́amos ter a = 3, que não pertence
a A.]

(b) Verdadeira.
Precisamos verificar que, para todo a ∈ A, existe b ∈ B satisfazendo b = 2a.

• Para a = 1, tomando b = 2 ∈ B, temos b = 2.


• Para a = 2, tomando b = 4 ∈ B, temos b = 2.
• Para a = 4, tomando b = 8 ∈ B, temos b = 2.
• Para a = 5, tomando b = 10 ∈ B, temos b = 2.

[05] (a) ∃k ∈ Z|m = 2k.

(b) ∃k ∈ Z|m = 3k.

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(c) ∃k, ` ∈ Z|m = k + `

(d) ∃k, ` ∈ Z|m = k 2 + `2

(e) ∃!k ∈ Z|m = k 2

[06] (a) [Vamos pensar um pouco antes de resolver... Queremos verificar se é verdade que, para todo
a ∈ R, existe um b ∈ R tal que a + b = 0. A afirmação é verdadeira e, para provar isto, tomando
um a ∈ R genérico, vamos mostrar que existe um b ∈ R tal que a + b = 0. Quem será este b? Para
a + b = 0, precisamos ter b = −a, o que se sempre é possı́vel fazer, sendo a e b números reais (se
ambos tivessem que ser negativos, por exemplo, já não seria possı́vel.)]
Resposta: Verdadeiro. Dado a ∈ R, podemos tomar a = −b ∈ R. Assim, a + b = a + (−a) = 0.

[A solução acabou, mas vamos pensar um pouco sobre o que fizemos. Queremos provar algo para
todo a, por isso, tomamos um a genérico. Depois, queremos provar, para este a, a existência de
um certo b, por isso bastou exibir um b especı́fico, no caso o b = −a.]

(b) Falso! Tomando a = 1, para que a + b = 0, precisarı́amos ter b = −1, mas −1 ∈


/ [0, +∞).

(c) [Pensemos um pouco... Já vimos, dois itens acima, que dado a ∈ R, existe b ∈ R tal que a + b = 0.
Para isto, basta tomar b = −a. Mas será que este é o único b possı́vel? Vamos a uma possı́vel
justificativa.]
Resposta: Dado a ∈ R, tomando b = −a, temos a + b = a + (−a) = 0, logo existe b. Por outro
lado, a + b = 0 ⇔ b = −a, assim, o b é único. Logo, a afirmação é verdadeira.

[Outra forma de mostrar que b é único é como está abaixo... Vamos apresentar outra solução]

Resposta: Dado a ∈ R, tomando b = −a, temos a + b = a + (−a) = 0, logo existe b. Vamos


agora provar que b é único. Se existirem b1 , b2 ∈ R tais que a + b1 = 0 e a + b2 = 0, terı́amos
a + b1 = a + b2 , logo b1 = b2 .

(d) Falso! Tomando a = 0, não existe b ∈ R tal que a · b = 1, pois, para todo b ∈ R,

a · b = 0 · b = 0 6= 1.

(e) Verdadeiro. Dado a ∈ R − {0}, tome b = a1 , que existe, pois a 6= 0. Assim,


1
a·b=a· = 1.
a

(f) Verdadeiro. Dado a ∈ R − {0}, tome b = a1 , que existe, pois a 6= 0. Assim,


1
a·b=a· = 1.
a

Por outro lado, se a · b = 1, temos, dividindo ambos os lados por a (que é diferente de 0), b = a1 .
Logo b é único.

Outra forma de provar a unicidade: Se existirem b1 e b2 tais que a · b1 = 1 e a · b2 = 1, teremos


a · b1 = a · b2 , logo, dividindo por a (que é diferente de 0), temos b1 = b2 .

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(g) [ Vamos entender primeiro a afirmação. Ela diz que existe um número a cujo produto por qualquer
número real b é diferente de 1. Você conhece um número com essa propriedade? Se a 6= 0, tomando
b = a1 temos a · b = 1. Então que a ∈ R podemos tomar? ]

Resposta: Verdadeira! Tomando a = 0, para todo b ∈ R temos a · b = 0 · b = 0 6= 1. Assim, existe


a ∈ R tal que, para todo b ∈ R, a · b = 1.

(h) Note que a afirmação


∃a ∈ R − {0}|∀b ∈ R, a · b 6= 1
é a negação de
∀a ∈ R − {0}, ∃b ∈ R|a · b = 1,
que já provamos ser verdadeira. Logo, a afirmação é falsa!

(i) [ No item (g) já vimos que a existência é verdadeira, resta agora provar que o a = 0 é o único
número real que cumpre a propriedade. ]

Já provamos em (g) que existe um número real, o a = 0, satisfazendo ∀b ∈ R, a · b 6= 1. Vamos


agora provar que a é único. Para isto, vamos tomar um a0 6= 0 e mostrar que ele não satisfaz ao
predicado ∀b ∈ R, a · b 6= 1.

Tomando a0 6= 0, podemos fazer b = 1


a0
, logo

1
a0 · b = a0 · = 1.
a0
Assim, existe b ∈ R tal que é falso que a0 · b 6= 1.

Com isso, a = 0 é o único que satisfaz a ∀b ∈ R, a · b 6= 1.

[07] Existem várias formas de se escrever, como por exemplo:

“Toda s que passa por P não é paralela à reta r, ou existem duas retas s1 e s2 que passam por P ,
são paralelas à reta r e são tais que s1 6= s2 .”

“Toda s que passa por P não é paralela à reta r, ou existem duas retas distintas s1 e s2 que passam
por P e são paralelas à reta r”.

[08] Uma função f : D → C não é injetiva se existirem x1 , x2 ∈ D tais que x1 6= x2 e f (x1 ) = f (x2 ).

[09] Uma função f : D → C não é sobrejetiva se existir b ∈ C tal que, para todo a ∈ D, f (a) 6= b.

[10] Uma função f : D → C não é crescente se existirem x1 , x2 ∈ D tais que x1 < x2 e f (x1 ) ≥ f (x2 ).

[11] Uma função f : D → C não é limitada se, para todo M ∈ R, existe x ∈ D tais que |f (x)| > M .

[12] (a) Um ponto p não é ponto de mı́nimo global se existe x ∈ D tal que f (x) < f (p).

(b) Um ponto p não é ponto de mı́nimo local se, para todo intervalo aberto I com p ∈ I, existe
x ∈ D ∩ I tal que f (x) < f (p).

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[13] Uma função f : R → R não é contı́nua em p ∈ R se existir  > 0 tal que, para todo δ > 0, existe
x ∈ R tal que |x − p| < δ e |f (x) − f (p)| > .

[14] (a) A proposição e verdadeira. Suponha que n possa ser escrito como soma de dois inteiros ı́mpares
a e b, com a = 2k + 1 e b = 2` + 1, k, ` inteiros. Assim, n = a + b = (2k + 1) + (2` + 1) = 2(k + ` + 1),
logo n é par.

(b) “Se n é par então n pode ser escrito como a soma de dois números inteiros ı́mpares”.
A sentença é verdadeira, basta notar que, se n é par, n − 1 é ı́mpar. Assim n = (n − 1) + 1 é uma
forma de escrever n como sona de dois inteiros ı́mpares.

(c) “Se n não é par, então n não pode ser escrito como soma de dois números inteiros ı́mpares”.
A sentença é verdadeira, pois é contrapositiva de uma sentença verdadeira.

[15] Um subconjunto X de R não é aberto se existe p ∈ X tal que, para todo  > 0, ]p − , p + [6⊂ X .

[16] Uma função f : R → R não é par se existir x ∈ R tal que f (−x) 6= f (x).
Uma função f : R → R não é ı́mpar se existir x ∈ R tal que f (−x) 6= −f (x).
Uma observação importante é que uma função pode, simultaneamente, não ser par e não ser ı́mpar.
Veja, por exemplo, f : R → R dada por f (x) = x + 1. Temos f (−1) = 0 6= 2 = f (1) e f (−1) 6= −2 =
−f (1).
Por outro lado, uma função pode ser, simultaneamente par e ı́mpar. Veja o exemplo de f (x) = 0.
Para todo x ∈ R, f (−x) = 0 = f (x) e f (−x) = 0 = −0 = −f (x).

[17] Um conjunto {v1 , . . . , vk } de Rn não é LI se existem α1 , . . . , αk ∈ R tais que α1 ·v1 +· · ·+αk vk = 0


e αi 6= 0 para algum i ∈ {1, ..., k}.

[18] (a) Existem x ∈ R, y ∈ R e z ∈ R, tais que x < y, z < 0 e zx ≤ zy.

(b) Existe inteiro n tal que, para todo x > n, tem-se x2 ≤ n2 .

(c) Note que a sentença “para todo x ∈ R, tem-se x < x +  para todo  > 0” pode ser escrita da
seguinte maneira: “para todo x ∈ R e para todo  > 0, tem-se x < x + ”. Assim, sua negação é
“existe x ∈ R tal que existe  > 0 tal que x ≥ x + ” ou, mais simplesmente, “existem x ∈ R e
 > 0 tais que x ≥ x + ”. Outra maneira de se escrever a negação: “existe x ∈ R tal que x ≥ x + 
para algum  > 0”.

(d) Existe  > 0 tal que, para todo inteiro N , tem-se 1/n ≥  para algum n ≥ N .

[19] (a) ∃x ∈ R | ∀y ∈ R, x > y.

(b) ∼ (∃x ∈ R | ∀y ∈ R, x > y) = ∀x ∈ R, ∼ (∀y ∈ R, x > y) = ∀x ∈ R, ∃y ∈ R | x ≤ y.

(c) A sentença é falsa, e podemos provar isto verificando que a sua negação, obtida no item acima
(∀x ∈ R, ∃y ∈ R | x ≤ y), é verdadeira.

Dado x ∈ R, precisamos mostrar que existe y ∈ R tal que x ≤ y. Esta existência pode ser provada
tomando-se y = x + 1, pois teremos então x ≤ y.

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[20] A primeira sentença é verdadeira. Dado x ∈ R, podemos tomar y = 3 x (lembre-se de que raı́zes
cúbicas [raı́zes de ı́ndice ı́mpar, no geral] estão definidas para radicandos negativos). Assim, x = y 3 .
Observe que uma forma intuitiva de ler a primeira sentença é “todo número real é o cubo de algum
outro número real”.

A segunda sentença é falsa. Antes de darmos um contraexemplo, note que uma forma intuitiva de
ler este sentença é “existe um número real que seja o cubo de todos os números reais”. Isto não parece
estranho? Como pode um número ser, ao mesmo tempo, o cubo de todos os números?
Como contraexemplo, tome y = 1. Vamos mostrar que é falso que ∀x ∈ R, x = y 3 . Tomando x = 0,
por exemplo, é falso que x = y 3 .

[21] (a) ∃x | ((∀y, (x3 6= y 2 )) ∧ (∃z | (z 2 < 0 ∧ x3 = z 2 )).

(b) A sentença é verdadeira. De fato, todo x ∈ R satisfaz o predicado (∀z, (z 2 < 0 ⇒ x3 6= z 2 )), uma
vez que, para todo x ∈ R, a sentença (∀z, (z 2 < 0 ⇒ x3 6= z 2 ) é verdadeira por vacuidade (não
existe número real z que satisfaça a hipótese z 2 < 0 da sentença z 2 < 0 ⇒ x3 6= z 2 ). Portanto,
todo x ∈ R satisfaz o predicado ((∃y | (x3 = y 2 )) ∨ (∀z, (z 2 < 0 ⇒ x3 6= z 2 )) e, sendo assim, a
sentença é verdadeira.

[22] Dica: a2 − b2 = (a − b)(a + b) e os divisores de 10 são −10, −5, −2, −1, +1, +2, +5 e +10.

[23] As possibilidades para o número de amigos são 0, 1, 2, . . . , n−1 (isto é, n possibilidades distintas).
Suponha, por absurdo, que existam n (n ≥ 2) pessoas em uma mesma festa onde nenhum par de pessoas
possui o mesmo número de amigos, isto é, todas as pessoas têm um número diferente de amigos na
festa. Como há n pessoas e n possibilidades distintas para o número de amigos, segue que uma pessoa
P1 deve ter 0 amigo, uma pessoa P2 deve ter 1 amigo, uma pessoa P3 deve ter amigos, etc. A pessoal Pn
tem então n − 1 amigos, isto é, ela é amigo de todos na festa. Mas isto contradiz o fato da pessoa P1
ter 0 amigo.

[24] A sentença é falsa. n = 80 é um contraexemplo, pois n = 80 ∈ N e n2 − 79 n + 1601 = (80)2 −


79 (80) + 1601 = 1681 = (41) (41).

Texto composto em LATEX2e.

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