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Matemática Básica
UFF – GMA
1.4
Negação, Contrapositiva e Quantificadores
[01] As sentenças abaixo são verdadeiras. Escreva uma demonstração para cada uma delas usando
a contrapositiva.
Dica: nas questões a seguir, lembre-se de que a soma e o produto de números inteiros é inteiro.
(a) ∀x ∈ R, x2 > x
(b) ∀x ∈ R, x2 + 2x + 1 > 0
(c) ∃x ∈ R|x2 = 4
(d) ∃x ∈ (0, +∞)|x2 = 4
(e) ∃!x ∈ R|x2 = 4
(f) ∃!x ∈ (0, +∞)|x2 = 4
(g) ∃x ∈ R|x2 = −1
(h) ∃x ∈ R|x2 − 2x + 2 = 0
(i) ∃!x ∈ R|2x − 4 = 0
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[04] Considere os conjuntos A = {1, 2, 4, 5} e B = {1, 2, 4, 6, 8, 10}. Diga se cada proposição abaixo é
verdadeira ou falsa.
(a) ∀b ∈ B, ∃a ∈ A | b = 2a.
(b) ∀a ∈ A, ∃b ∈ B | b = 2a.
(a) m é par
(b) m é múltiplo de 3
(c) m pode ser escrito como soma de dois números inteiros
(d) m pode ser escrito como soma dos quadrados de dois números inteiros
(e) m pode ser escrito de modo único como o quadrado de um número inteiro
(a) ∀a ∈ R, ∃b ∈ R|a + b = 0
(b) ∀a ∈ [0, +∞), ∃b ∈ [0, +∞)|a + b = 0
(c) ∀a ∈ R, ∃!b ∈ R|a + b = 0
(d) ∀a ∈ R, ∃b ∈ R|a · b = 1
(e) ∀a ∈ R − {0}, ∃b ∈ R|a · b = 1
(f) ∀a ∈ R − {0}, ∃!b ∈ R|a · b = 1
(g) ∃a ∈ R|∀b ∈ R, a · b 6= 1
(h) ∃a ∈ R − {0}|∀b ∈ R, a · b 6= 1
(i) ∃a! ∈ R|∀b ∈ R, a · b 6= 1
[07] Em um plano, considere uma reta r e um ponto P que não pertence à reta r. Uma das formulações do
Quinto Postulado de Euclides diz o seguinte: “Existe uma única reta s que passa por P e é paralela à
reta r”. Escreva a negação dessa formulação do Quinto Postulado de Euclides.
[08] Diz-se que uma função f : D → C é injetiva se ela satisfaz a seguinte condição: para todo x1 , x2 ∈ D,
se x1 6= x2 , então f (x1 ) 6= f (x2 ). Quando uma função f : D → C não é injetiva?
[09] Diz-se que uma função f : D → C é sobrejetiva se ela satisfaz a seguinte condição: para todo b ∈ C,
existe a ∈ D tal que f (a) = b. Quando uma função f : D → C não é sobrejetiva?
[10] Diz-se que uma função f : D → C é crescente se ela satisfaz a seguinte condição: para todo x1 , x2 ∈ D,
se x1 < x2 , então f (x1 ) < f (x2 ). Quando uma função f : D → C não é crescente?
[11] Diz-se que uma função f : D → C é limitada se ela satisfaz a seguinte condição: existe M ∈ R tal que
para todo x ∈ D, tem-se |f (x)| ≤ M . Quando uma função f : D → C não é limitada?
[12] (a) Diz-se que um ponto p ∈ D é ponto de mı́nimo global de uma função f : D → C se p satisfaz a
seguinte condição: para todo x ∈ D, f (x) ≥ f (p). Quando um ponto p ∈ D não é ponto de mı́nimo
global de uma função f : D → C?
(b) Diz-se que um ponto p ∈ D é ponto de mı́nimo local de uma função f : D → C se p satisfaz a
seguinte condição: existe um intervalo aberto I com p ∈ I tal que para todo x ∈ D ∩ I, f (x) ≥ f (p).
Quando um ponto p ∈ D não é ponto de mı́nimo local de uma função f : D → C?
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[13] Sejam f : R → R uma função. Dizemos que f é contı́nua em um ponto p ∈ R se p satisfaz a seguinte
condição: para todo > 0, existe δ > 0 tal que |x − p| < δ ⇒ |f (x) − f (p)| < . Quando uma função
não é contı́nua em um ponto p ∈ R?
Se n pode ser escrito como a soma de dois números inteiros ı́mpares, então n é par.
(a) A proposição é verdadeira ou falsa? Apresente uma demonstração caso a proposição seja verdadeira
e um contraexemplo caso ela seja falsa.
(b) Escreva a recı́proca da sentença. A recı́proca é verdadeira ou falsa? Apresente uma demonstração
caso a proposição seja verdadeira e um contraexemplo caso ela seja falsa.
(c) Escreva a contrapositiva da sentença. A contrapositiva é verdadeira ou falsa? Apresente uma
demonstração caso a contrapositiva seja verdadeira e um contraexemplo caso ela seja falsa.
[15] Diz-se que um subconjunto X de R é aberto se ele satisfaz a seguinte condição: para todo ponto p ∈ X,
existe > 0 tal que ]p − , p + [⊂ X. Quando um subconjunto X de R não é aberto?
[16] Diz que uma função f : R → R é par se ela satisfaz a seguinte condição: para todo x ∈ R, f (−x) = f (x).
Diz que uma função f : R → R é ı́mpar se ela satisfaz a seguinte condição: para todo x ∈ R, f (−x) =
−f (x). Quando uma função f : R → R não é par? Quando uma função f : R → R não é ı́mpar?
[17] Diz-se que um subconjunto de vetores {v1 , . . . , vk } de Rn é linearmente independente (LI) se ele satisfaz
a seguinte condição: ∀α1 , . . . , αk ∈ R, se α1 · v1 + · · · + αk vk = 0, então para todo i ∈ {1, . . . , k},
tem-se αi = 0. Um subconjunto de vetores {v1 , . . . , vk } de Rn que não é linearmente independente é
denominado linearmente dependente (LD). Quando um subconjunto de vetores {v1 , . . . , vk } de Rn não
é LI?
p: existe um número real x tal que, para todo número real y, x > y.
(a) Escreva a sentença p sem utilizar palavras, apenas com quantificadores e demais sı́mbolos ma-
temáticos.
(b) Escreva a negação da sentença p.
(c) A sentença é verdadeira ou falsa? Justifique.
[20] Considere as duas sentenças (note que a ordem dos quantificadores de uma sentença está trocada com
relação à outra):
∀x ∈ R, ∃y ∈ R | x = y 3 e ∃y ∈ R | ∀x ∈ R, x = y 3
Essas sentenças são verdadeiras ou falsas? Apresente uma demonstração caso a sentença seja verdadeira
e um contraexemplo caso ela seja falsa.
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[21] Considere a sentença abaixo (x, y e z representam números reais):
[22] Verdadeira ou falsa? Não existem números naturais a e b tais que a2 − b2 = 10. Apresente uma
demonstração caso a sentença seja verdadeira e um contraexemplo caso ela seja falsa.
[23] Mostre que se há n (n ≥ 2) pessoas em uma festa, então há pelo menos duas pessoas que têm o mesmo
número de amigos na festa.
[24] Verdadeira ou falsa? Se n ∈ N, então n2 −79 n+1601 é um número primo. Apresente uma demonstração
caso a sentença seja verdadeira e um contraexemplo caso ela seja falsa.
[25] Em sala de aula, vimos e demonstramos que A ⇒ B é verdadeira, se, e somente se, ∼ B ⇒∼ A é
verdadeira. Demonstre que A ⇒ B é falsa, se, e somente se, ∼ B ⇒∼ A é falsa.
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Respostas dos Exercı́cios
Atenção: as respostas apresentadas aqui não possuem justificativas. Você deve escrevê-las!
[01] (a) Vamos provar a contrapositiva “Se m é par e n é par então m + n é um número par”. Sendo m
e n pares, existem k e ` inteiros tais que m = 2k e n = 2`. Com isso, m + n = 2k + 2` = 2(k + `).
Como k e ` são inteiros, temos que k + ` é inteiro, logo m + n é par.
(b) Vamos provar a contrapositiva “se n é divisı́vel por 7 então n2 é divisı́vel por 7”. Se n é divisı́vel
por 7, podemos escrever n = 7k, com k inteiro, logo n2 = (7k)2 = 49k 2 = 7(7k 2 ). Como 7k 2 é
inteiro, temos que n2 é divisı́vel por 7.
(c) Vamos provar a contrapositiva “Se m > 10 e n > 10 então mn 6= 100”. Sejam m > 10 e n > 10.
Como n > 0, temos que m · n > 10 · n > 10 · 10 = 100.
(d) Contrapositiva: “Se a equação quadrática x2 − x − a = 0 possui raı́zes que são números inteiros,
então a não é um número inteiro ı́mpar”. Suponha que x2 − x − a = 0 possui uma raiz inteira k.
Assim, k 2 −k−a = 0, logo a = k 2 −k = k(k−1). Temos agora duas possibilidades: k é impar ou k é
par. Se k for ı́mpar, teremos k = 2`, com ` inteiro. Com isso, a = k(k−1) = 2`(2`−1) = 2[`(2`−1)],
que é um número par, pois `(2` − 1) é inteiro. Se, por outro lado, k for ı́mpar, teremos k = 2` + 1,
logo a = k(k − 1) = (2` + 1)(2` + 1 − 1) = 2`(2` + 1), que também é um número par. Assim,
qualquer que seja k inteiro, a é par, logo não é um inteiro ı́mpar.
(e) Contrapositiva: “Se x < 0 ou x > 1, então x2 > x”. Seja x tal que x < 0 ou x > 1. Se x < 0, como
x2 ≥ 0, teremos x < 0 ≤ x2 , logo x2 > x. Se, por outro lado, x > 1, multiplicando ambos os lados
desta desigualdade por x, que é positivo, temos x2 > x. Em qualquer que seja o caso, chegamos a
x2 > x.
(f) Contrapositiva: “Se n não é primo, então 2n − 1 não é primo”. Se n não é primo, existem a e
b inteiros positivos e diferentes de 1 tais que n = ab. Com isso, 2n − 1 = 2ab − 1 = (2a )2 − 1.
Utilizando o produto notável xs − 1 = (x − 1)(xs−1 + xs−2 + · · · + x + 1) com x = 2a e s = b, temos
não é primo.
(b) A sentença p é verdadeira, e podemos provar pela contrapositiva. Se m e n são ı́mpares, então
m = 2K + 1 e n = 2L + 1, para K e L inteiros. Assim,
[03] (a) Falso. Para x = 1/2, por exemplo, temos x2 = 1/4 < 1/2 = x.
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(b) [ A afirmação é verdadeira. Para justificá-la, lembre-se de que precisamos mostrar que x2 +2x+1 > 0
é verdade independentemente do valor de x ∈ R. Uma forma de fazer isso é considerar um x genérico
em R]
Resposta: Verdadeiro. Para todo x ∈ R, temos x2 + 2x + 1 = (x + 1)2 > 0, pois todo quadrado
de número real é não negativo.
(d) Verdadeiro. Basta tomar x = 2. [Tomar x = −2 não seria uma justificativa, pois −2 ∈
/ (0, +∞).]
(e) Falso! Tomando x1 = 2 e x2 = −2, temos x21 = 4 e x22 = 4, com x1 6= x2 . Logo, não vale a unicidade
(isto é, x não é único).
[04] (a) Falso. Para b = 1 ∈ B, não existe a ∈ A tal que b = 2a, pois, neste caso, precisarı́amos ter
1 = 2a, logo a = 1/2, que não pertence a A.
[Outra justificativa seria tomar b = 6, pois, para b = 2a, precisarı́amos ter a = 3, que não pertence
a A.]
(b) Verdadeira.
Precisamos verificar que, para todo a ∈ A, existe b ∈ B satisfazendo b = 2a.
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(c) ∃k, ` ∈ Z|m = k + `
[06] (a) [Vamos pensar um pouco antes de resolver... Queremos verificar se é verdade que, para todo
a ∈ R, existe um b ∈ R tal que a + b = 0. A afirmação é verdadeira e, para provar isto, tomando
um a ∈ R genérico, vamos mostrar que existe um b ∈ R tal que a + b = 0. Quem será este b? Para
a + b = 0, precisamos ter b = −a, o que se sempre é possı́vel fazer, sendo a e b números reais (se
ambos tivessem que ser negativos, por exemplo, já não seria possı́vel.)]
Resposta: Verdadeiro. Dado a ∈ R, podemos tomar a = −b ∈ R. Assim, a + b = a + (−a) = 0.
[A solução acabou, mas vamos pensar um pouco sobre o que fizemos. Queremos provar algo para
todo a, por isso, tomamos um a genérico. Depois, queremos provar, para este a, a existência de
um certo b, por isso bastou exibir um b especı́fico, no caso o b = −a.]
(c) [Pensemos um pouco... Já vimos, dois itens acima, que dado a ∈ R, existe b ∈ R tal que a + b = 0.
Para isto, basta tomar b = −a. Mas será que este é o único b possı́vel? Vamos a uma possı́vel
justificativa.]
Resposta: Dado a ∈ R, tomando b = −a, temos a + b = a + (−a) = 0, logo existe b. Por outro
lado, a + b = 0 ⇔ b = −a, assim, o b é único. Logo, a afirmação é verdadeira.
[Outra forma de mostrar que b é único é como está abaixo... Vamos apresentar outra solução]
(d) Falso! Tomando a = 0, não existe b ∈ R tal que a · b = 1, pois, para todo b ∈ R,
a · b = 0 · b = 0 6= 1.
Por outro lado, se a · b = 1, temos, dividindo ambos os lados por a (que é diferente de 0), b = a1 .
Logo b é único.
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(g) [ Vamos entender primeiro a afirmação. Ela diz que existe um número a cujo produto por qualquer
número real b é diferente de 1. Você conhece um número com essa propriedade? Se a 6= 0, tomando
b = a1 temos a · b = 1. Então que a ∈ R podemos tomar? ]
(i) [ No item (g) já vimos que a existência é verdadeira, resta agora provar que o a = 0 é o único
número real que cumpre a propriedade. ]
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a0 · b = a0 · = 1.
a0
Assim, existe b ∈ R tal que é falso que a0 · b 6= 1.
“Toda s que passa por P não é paralela à reta r, ou existem duas retas s1 e s2 que passam por P ,
são paralelas à reta r e são tais que s1 6= s2 .”
“Toda s que passa por P não é paralela à reta r, ou existem duas retas distintas s1 e s2 que passam
por P e são paralelas à reta r”.
[08] Uma função f : D → C não é injetiva se existirem x1 , x2 ∈ D tais que x1 6= x2 e f (x1 ) = f (x2 ).
[09] Uma função f : D → C não é sobrejetiva se existir b ∈ C tal que, para todo a ∈ D, f (a) 6= b.
[10] Uma função f : D → C não é crescente se existirem x1 , x2 ∈ D tais que x1 < x2 e f (x1 ) ≥ f (x2 ).
[11] Uma função f : D → C não é limitada se, para todo M ∈ R, existe x ∈ D tais que |f (x)| > M .
[12] (a) Um ponto p não é ponto de mı́nimo global se existe x ∈ D tal que f (x) < f (p).
(b) Um ponto p não é ponto de mı́nimo local se, para todo intervalo aberto I com p ∈ I, existe
x ∈ D ∩ I tal que f (x) < f (p).
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[13] Uma função f : R → R não é contı́nua em p ∈ R se existir > 0 tal que, para todo δ > 0, existe
x ∈ R tal que |x − p| < δ e |f (x) − f (p)| > .
[14] (a) A proposição e verdadeira. Suponha que n possa ser escrito como soma de dois inteiros ı́mpares
a e b, com a = 2k + 1 e b = 2` + 1, k, ` inteiros. Assim, n = a + b = (2k + 1) + (2` + 1) = 2(k + ` + 1),
logo n é par.
(b) “Se n é par então n pode ser escrito como a soma de dois números inteiros ı́mpares”.
A sentença é verdadeira, basta notar que, se n é par, n − 1 é ı́mpar. Assim n = (n − 1) + 1 é uma
forma de escrever n como sona de dois inteiros ı́mpares.
(c) “Se n não é par, então n não pode ser escrito como soma de dois números inteiros ı́mpares”.
A sentença é verdadeira, pois é contrapositiva de uma sentença verdadeira.
[15] Um subconjunto X de R não é aberto se existe p ∈ X tal que, para todo > 0, ]p − , p + [6⊂ X .
[16] Uma função f : R → R não é par se existir x ∈ R tal que f (−x) 6= f (x).
Uma função f : R → R não é ı́mpar se existir x ∈ R tal que f (−x) 6= −f (x).
Uma observação importante é que uma função pode, simultaneamente, não ser par e não ser ı́mpar.
Veja, por exemplo, f : R → R dada por f (x) = x + 1. Temos f (−1) = 0 6= 2 = f (1) e f (−1) 6= −2 =
−f (1).
Por outro lado, uma função pode ser, simultaneamente par e ı́mpar. Veja o exemplo de f (x) = 0.
Para todo x ∈ R, f (−x) = 0 = f (x) e f (−x) = 0 = −0 = −f (x).
(c) Note que a sentença “para todo x ∈ R, tem-se x < x + para todo > 0” pode ser escrita da
seguinte maneira: “para todo x ∈ R e para todo > 0, tem-se x < x + ”. Assim, sua negação é
“existe x ∈ R tal que existe > 0 tal que x ≥ x + ” ou, mais simplesmente, “existem x ∈ R e
> 0 tais que x ≥ x + ”. Outra maneira de se escrever a negação: “existe x ∈ R tal que x ≥ x +
para algum > 0”.
(d) Existe > 0 tal que, para todo inteiro N , tem-se 1/n ≥ para algum n ≥ N .
(c) A sentença é falsa, e podemos provar isto verificando que a sua negação, obtida no item acima
(∀x ∈ R, ∃y ∈ R | x ≤ y), é verdadeira.
Dado x ∈ R, precisamos mostrar que existe y ∈ R tal que x ≤ y. Esta existência pode ser provada
tomando-se y = x + 1, pois teremos então x ≤ y.
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√
[20] A primeira sentença é verdadeira. Dado x ∈ R, podemos tomar y = 3 x (lembre-se de que raı́zes
cúbicas [raı́zes de ı́ndice ı́mpar, no geral] estão definidas para radicandos negativos). Assim, x = y 3 .
Observe que uma forma intuitiva de ler a primeira sentença é “todo número real é o cubo de algum
outro número real”.
A segunda sentença é falsa. Antes de darmos um contraexemplo, note que uma forma intuitiva de
ler este sentença é “existe um número real que seja o cubo de todos os números reais”. Isto não parece
estranho? Como pode um número ser, ao mesmo tempo, o cubo de todos os números?
Como contraexemplo, tome y = 1. Vamos mostrar que é falso que ∀x ∈ R, x = y 3 . Tomando x = 0,
por exemplo, é falso que x = y 3 .
(b) A sentença é verdadeira. De fato, todo x ∈ R satisfaz o predicado (∀z, (z 2 < 0 ⇒ x3 6= z 2 )), uma
vez que, para todo x ∈ R, a sentença (∀z, (z 2 < 0 ⇒ x3 6= z 2 ) é verdadeira por vacuidade (não
existe número real z que satisfaça a hipótese z 2 < 0 da sentença z 2 < 0 ⇒ x3 6= z 2 ). Portanto,
todo x ∈ R satisfaz o predicado ((∃y | (x3 = y 2 )) ∨ (∀z, (z 2 < 0 ⇒ x3 6= z 2 )) e, sendo assim, a
sentença é verdadeira.
[22] Dica: a2 − b2 = (a − b)(a + b) e os divisores de 10 são −10, −5, −2, −1, +1, +2, +5 e +10.
[23] As possibilidades para o número de amigos são 0, 1, 2, . . . , n−1 (isto é, n possibilidades distintas).
Suponha, por absurdo, que existam n (n ≥ 2) pessoas em uma mesma festa onde nenhum par de pessoas
possui o mesmo número de amigos, isto é, todas as pessoas têm um número diferente de amigos na
festa. Como há n pessoas e n possibilidades distintas para o número de amigos, segue que uma pessoa
P1 deve ter 0 amigo, uma pessoa P2 deve ter 1 amigo, uma pessoa P3 deve ter amigos, etc. A pessoal Pn
tem então n − 1 amigos, isto é, ela é amigo de todos na festa. Mas isto contradiz o fato da pessoa P1
ter 0 amigo.
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