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Análise Real III

Licenciatura em Matemática e Matemática Aplicada

Folha de exercı́cios

1. Dado x = (x1 , . . . , xn ) ∈ Rn , designe por ∥x∥ a norma euclidiana de x, e por |x| a norma
dada por |x| = max1≤i≤n |xi |. Seja ainda N : Rn → R+ 0 uma norma arbitrária. Mostre
que:

(a) para todos os x, y ∈ Rn , se tem

∥x + y∥2 + ∥x − y∥2 = 2 ∥x∥2 + ∥y∥2 ;




(b) se n ≥ 2, então a norma | · | não provém de nenhum produto interno em Rn ;



(c) para todo o X ∈ Rn , se tem |x| ≤ ∥x∥ ≤ n|x|;
(d) existe λ > 0 tal que a desigualdade N (x) ≤ λ|x| é válida para todo o X ∈ Rn .

2. Uma sucessão (Xk )k∈N de pontos em Rn , com Xk = xk1 , . . . , xkn , diz-se uma sucessão


de Cauchy se
∀ϵ > 0∃k0 ∈ N : m, k ≥ k0 ⇒ ∥Xm − Xk ∥ < ϵ,
e diz-se convergente para A = (a1 , . . . , an ) se

∀ϵ > 0∃k0 ∈ N : k ≥ k0 ⇒ ∥Xk − A∥ < ϵ.

Mostre que:

(a) (Xk )k∈N é uma sucessão de Cauchy se e só se as n sucessões numéricas xki k∈N


forem de Cauchy;
(b) (Xk )k∈N converge para A se e só se as sucessões xki k∈N , 1 ≤ i ≤ n, convergirem


para ai ;
(c) (Xk )k∈N é uma sucessão de Cauchy se e só se for convergente;
(d) se F ⊆ Rn for fechado e (Xk )k∈N for uma sucessão de Cauchy em F , então (Xk )k∈N
converge para um ponto de F .

3. Em R3 , munido da norma euclidiana, dê exemplos de:

(a) um subconjunto F ⊆ R3 que não seja aberto nem limitado e que tenha alguma
sucessão de Cauchy que não convirja para um ponto de F ;
(b) uma sucessão que não admita subsucessões de Cauchy.

4. . Considere R munido com a métrica usual. Mostre que qualquer aberto não vazio de
R é união finita ou numerável de intervalos abertos dois a dois disjuntos.

5. Indique por B(x, r) a bola aberta de raio r centrada em x, e por B[x, r] a bola fechada.

(a) Mostre que, se r > 0, então em Rn vale a igualdade B(x, r) = B[x, r].
(b) Dê exemplo de um espaço métrico onde a igualdade anterior nem sempre se verifica.

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6. Seja C([0, 1]) o espaço vectorial das funções contı́nuas [0, 1] → R. Defina
Z 1
∥f ∥ = max{|f (x)| : x ∈ [0, 1]} e |f | = |f (x)|dx.
0

(a) Mostre que ∥ · ∥ e | · | são normas em C([0, 1]).


(b) Mostre que |f | ≤ ∥f ∥ para toda a função f ∈ C([0, 1]).
(c) Averigue se existe alguma constante real λ tal que se tenha ∥f ∥ ≤ λ|f | para toda
a função f ∈ C([0, 1]).

7. Averigue se, para a distância usual em Rn , os seguintes subconjuntos são abertos, fe-
chados ou nem uma coisa nem outra:

(a) ∞
T
n=1 [0, (n + 1)/n[ em R;
(b) Q em R;
(c) (x, y) ∈ R2 : 0 < x ≤ 1 ;


(d) {X ∈ Rn : ∥X∥ = 1}.

8. Considere R2 munido da norma euclidiana, e sejam

A = ([0, 1]×]0, 1[) ∪ ([0, 1] × {2}), B = A ∩ (Q × Q).

(a) Mostre que 21 , 21 é um ponto interior de A, mas não de B.




(b) Mostre que 12 , 1 é um ponto de fronteira de A.




(c) Indique o interior, a aderência e a fronteira dos conjuntos A e B.


(d) Dê exemplo de uma sucessão em A que seja de Cauchy mas não convirja em A.
(e) Dê uma definição adequada de diâmetro de um conjunto limitado. Use essa de-
finição para calcular o diâmetro do conjunto A.
(f) Seja f : R2 → R dada por f (x, y) = x + y. Mostre que f (A) é um subconjunto
limitado de R.
(g) Averigue se f atinge um máximo ou um mı́nimo em A.
(h) Dê exemplo de uma função contı́nua h : A → R tal que 0 ∈ h(A), 1 ∈ h(A) e
1
2 ∈
/ h(A). É possı́vel dar um tal exemplo trocando o conjunto A pelo seu interior?

9. Diga quais das seguintes afirmações são verdadeiras para um qualquer subconjunto A
dum espaço métrico M :

(a) a) int(Ā) = int A;


(b) Ā ∩ A = A;
(c) int A = A;
(d) ∂(Ā) = ∂A ;
(e) se A for aberto, então ∂A ⊂ M \A.

10. Demonstre as seguintes relações para quaisquer subconjuntos A e B de um mesmo


espaço métrico:

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(a) int( int A) = int A;
(b) int(A ∪ B) ⊃ int A ∪ int B;
(c) int(A ∩ B) = int A ∩ int B;
(d) Ā = Ā;
(e) A ∪ B = Ā ∪ B̄;
(f) A ∩ B ⊂ Ā ∩ B̄.

11. Dado um espaço métrico (M, d), defina a função d¯ : M × M → R por d(x,
¯ y) =
d(x, y)/(1 + d(x, y)).

(a) Mostre que d¯ é uma distância em M .


(b) Mostre que toda a bola aberta para a distância d contém uma bola aberta para
¯ e vice-versa. Conclua que as distâncias d e d¯ são equivalentes - ou
a distância d,
¯ têm exactamente os mesmos conjuntos
seja, os espaços métricos (M, d) e (M, d)
abertos.

12. Sejam M um espaço métrico e ∅ ̸= A ⊆ M . Para x ∈ M , defina d(x, A) = inf{d(x, y) :


y ∈ A}. Mostre que a função x 7→ d(x, A) é contı́nua, e que d(x, A) = 0 se e só se x ∈ Ā.

13. Dê exemplo de uma função contı́nua f : R2 → R e de um subconjunto fechado A de R2


tais que f (A) não seja fechado em R.

14. Seja M um espaço métrico completo, e seja (Fn )n∈N uma sucessão decrescente (i.e., F1 ⊇
F2 ⊇ . . . ⊇ Fn ⊇ Fn+1 ⊇ . . .) de subconjuntos fechados
T e não vazios de M . Suponha
que diam (Fn ) → 0 quando n → +∞. Mostre que +∞ n=1 Fn contém exactamente um
ponto.

15. Averigue quais dos seguintes conjuntos são compactos, e quais são conexos:

(a) (x, y) ∈ R2 : |x| ≤ 1




(b) {x ∈ Rn : 1 ≤ ∥x∥ ≤ 2}
(c) um subconjunto finito de R
(d) Z (conj. to dos números inteiros)
(e) ∂F , onde F ⊂ R é limitado
(f) Q ∩ [0, 1]

16. Seja A um subconjunto de um espaço métrico M . Um ponto x de M diz-se um ponto


de acumulação de A se qualquer bola aberta centrada em x contiver algum ponto de A
distinto de x. Mostre que:

(a) x é um ponto de acumulação de A se e só existir uma sucessão injectiva de pontos


de A convergindo para x [uma sucessão diz-se injectiva se os seus termos forem
todos distintos];
(b) se M for compacto e A ⊆ M infinito, então A tem algum ponto de acumulação em
M;
(c) todo o subconjunto infinito e limitado de Rn tem algum ponto de acumulação.

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17. Seja F um subconjunto fechado e não vazio de Rn (n ≥ 2), e seja y um ponto de Rn não
pertencente a F . Mostre que existe um ponto x0 de F à distância mı́nima de y (i.e., tal
que ∥x − y∥ ≥ ∥x0 − y∥ ∀x ∈ F ).

18. Mostre que todo o subconjunto não numerável de Rn tem algum ponto de acumulação.

19. Sejam M um espaço métrico e A ⊆ M . Um ponto x de A diz-se um ponto isolado


de A se existir uma bola aberta centrada em x cuja intersecção com A só contenha x.
O conjunto A diz-se discreto se só contiver pontos isolados. Mostre que um conjunto
discreto é compacto se e só se for finito.

20. Seja (xn )n∈N uma sucessão num espaço métrico M . Suponha que a sucessão é injectiva
e discreta (i.e., cada termo da sucessão é o centro de uma bola aberta que não contém
outros termos da sucessão). Mostre que as seguintes condições acerca de um ponto y ∈
M são equivalentes: (i) o conjunto {y} ∪ {xn : n ∈ N} é compacto; (ii) limn→∞ xn = y.

21. Sejam A e B subconjuntos disjuntos e não vazios do espaço métrico M . Mostre que,
se A for compacto e B for fechado, então existe ϵ > 0 tal que d(x, y) > ϵ sempre que
x ∈ A e y ∈ B.

22. Suponha que f : R → R envia compactos em compactos. A função f é necessariamente


contı́nua?

23. Seja A ⊂ Rn um subconjunto aberto, não vazio, diferente de Rn . Mostre que:

(a) ∂A é não vazio;


(b) para cada ϵ > 0, o conjunto Aϵ definido por {x ∈ A : d(x, ∂A) ≥ ϵ} é fechado em
Rn ;
(c) existe uma sucessão (Km )m∈N de subconjuntos compactos de Rn que é crescente
(ou seja, K1 ⊆ K2 ⊆ K3 ⊆ . . .) e cuja reunião é igual a A.

24. Mostre que as seguintes condições acerca de uma função contı́nua f : Rn → Rm são
equivalentes: (i) lim∥x∥→+∞ ∥f (x)∥ = +∞; (ii) para todo o subconjunto compacto
K ⊂ Rm , a pré-imagem f −1 (K) é também um conjunto compacto. Mostre ainda que,
se f satisfizer essas condições, então a imagem por f de qualquer conjunto fechado é
também um conjunto fechado.

25. Seja f : K → M uma função contı́nua e sobrejectiva entre dois espaços métricos.
Suponha que K é compacto (e portanto M também o é).

(a) Mostre que, se N for um espaço métrico e g : M → N uma função, então g é


contı́nua se e só se a composta g ◦ f for contı́nua.
(b) Suponha que f é bijectiva. Mostre que f é um homeomorfismo (ou seja, tem
inversa contı́nua).
(c) Mostre que, se α : [a, b] → Rn for contı́nua e injectiva, então é um homeomorfismo
sobre a imagem.
(d) Seja S1 = (x, y) ∈ R2 : x2 + y 2 = 1 , e seja F : R → R uma função contı́nua de


perı́odo 2π. Defina a função g : S1 → R por g(cos t, sen t) = F (t). Mostre que g é
contı́nua.

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26. Considere em C([0, 1]) (veja o exercı́cio 4 ) a sucessão (fn )n∈N definida por

 2nx, se 0 ≤ x ≤ 1/2n
fn (x) = 2 − 2nx, se 1/2n ≤ x ≤ 1/n
0, se 1/n ≤ x ≤ 1

Mostre que (fn )n∈N converge na norma |·| para a função nula, mas que a mesma sucessão
não é convergente na norma ∥ · ∥.

27. Para cada n ∈ N, seja gn : [−1, 1] → R dada por




 0, se −1 ≤ x ≤ −1/n
 −2 − 2nx, se −1/n ≤ x ≤ −1/2n


gn (x) = 2nx, se −1/2n ≤ x ≤ 1/2n
2 − 2nx, se 1/2n ≤ x ≤ 1/n




0, se 1/n ≤ x ≤ 1

(a) Esboce os gráficos das funç?es g1 , g2 e g3 .


(b) Para cada x ∈ [−1, 1], determine g(x) = limn→+∞ gn (x).
(c) Considere, no espaço das funções contı́nuas [−1, 1] → R, a norma definida por
∥f ∥ = max{|f (x)| : x ∈ [−1, 1]}. Averigue se, para essa norma, se tem limn→+∞ gn =
g.

28. Dê exemplo de uma sucessão (fn )n∈N em C([0, 1]) que seja pontualmente convergente
para a função nula (ou seja, tal que limn→+∞ fn (x) = 0 para cada x ∈ [0, 1] ) mas não
convirja na norma | · |.

29. Sejam (M, d) um espaço métrico, (xn )n∈N uma sucessão em M convergindo para a ∈ M ,
e (fn )n∈N uma sucessão em C(M ) convergindo para f ∈ C(M ). Mostre que:

(a) se a convergência de (fn )n∈N para f for uniforme, então limn→+∞ fn (xn ) = f (a);
b ) se a convergência de (fn )n∈N para f for apenas pontual, então a sucessão
(fn (xn ))n∈N pode não convergir para f (a).
nx
30. Considere a sucessão de funções (fn : [0, π] → R)n∈N definidas por fn (x) = n+1 +
(sen x)n .

(a) Verifique que (fn )n∈N converge pontualmente para uma função f : [0, π] → R, e
determine essa função.
(b) Diga se a convergência de (fn )n∈N para f é ou não uniforme.

31. Seja fn : [a, b] → R, n ∈ N, uma sucessão de funções de classe C 1 , pontualmente


convergente para uma função f : [a, b] → R. Suponha que, para um certo M > 0,
a desigualdade |fn′ (x)| < M é válida para todos os valores de n e x. Mostre que a
convergência de (fn )n∈N para f é uniforme.

32. (a) Seja fn : [a, b] → R, n ∈ N, uma sucessão de funções contı́nuas. Mostre que se
essa sucessão convergir uniformemente no intervalo aberto ]a, b[, então também
converge uniformemente em [a, b].

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P+∞ cos
(b) Conclua que a série √ nx converge pontualmente, mas não uniformemente,
n=1 n
no intervalo ]0, 2π[.
P+∞ sen(nπx)
33. Considere a série de funções definida por F (x) = n=1 1+x2n
.

(a) Diga se a série converge ou não em cada um dos pontos x = 1/2, x = 1 e x = 3/2.
(b) Indique um intervalo da forma [a, +∞[ onde F (x) convirja uniformemente.

34. Estude a convergência das seguintes séries funcionais, e diga quais delas são deriváveis
termo a termo:
P xn e−nx
(a) n≥0 n! , 0 ≤ x ≤ 1;
P (−1)n
(b) n≥5 (n+x)2 , −4 ≤ x ≤ 4;
P n 1 1
(c) n≥0 nx , − 2 ≤ x ≤ 2
P sen nx
(d) n≥1 n2 , 0 ≤ x ≤ 2π;
P x2
(e) n≥0 (1+x2 )n , x ∈ R;
P (−1)n
(f) n≥0 (1+x2 )n , x > 0.

35. Mostre que, para cada 0 < ϵ < π, a série n≥1 cosnxnx converge uniformente no intervalo
P
[ϵ, 2π − ϵ].

36. Mostre que, se a série de funções n≥1 nanx convergir em x0 , então ela converge em todos
P
os pontos x > x0 . Conclua que existe r ∈ R ∪ {−∞, +∞} tal que a série converge para
x > r e diverge para x < r.

37. Mostre que, se a série de funções n≥1 nanx convergir em x0 , então a série das derivadas,
P
P −an log n
n≥1 nx , converge em todos os pontos x > x0 .

38. Suponha que f : R → R envia conexos em conexos. A função f é necessariamente


contı́nua?

39. Seja h : [0, +∞ [→ R a função definida por h(0) = 0e, se x > 0, h(x) = e−1/x cos x.

(a) Averigue se h é contı́nua.


(b) Determine h([0, +∞[).
(c) Seja A o subconjunto de R2 dado por (x, y) ∈ R2 : x ≥ y 2 . Dê exemplos, se


existirem, de funções contı́nuas Fi : A → R(i = 1, 2, 3, 4) tais que F1 (A) =


[0, +∞ [, F2 (A) =] − 1, 1 [, F3 (A) = [−1, 1]e F4 (A) = {−1, 1}.

40. Diga se as seguintes afirmações são verdadeiras ou falsas:

(a) A conexo ⇒ ∂A conexo


(b) A conexo ⇒ int(A) conexo
(c) A conexo ⇒ Ā conexo

41. Mostre que o conjunto F = {(x, sen(1/x)) : 0 < x ≤ 1/π} ∪ {(0, y) : −1 ≤ y ≤ 1} é


conexo, mas não conexo por arcos.

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42. Seja h : R → R uma contracção com constante de Lipschitz λ ∈]0, 1[. Suponha
que h(0) = 0, e defina F : R2 → R2 por F (x, y) = ((h(x) − y)/2, x/2). Seja D =
(x, y) ∈ R2 : x2 + y 2 ≤ 1 .


(a) Mostre que F (D) ⊆ D.


(b) Mostre que (0, 0) é o único ponto fixo de F .

43. Seja f : R2 → R2 dada por f (x, y) = ((y − cos x)/2, (x + 1)/2), e ponha Q = [−1, 1] ×
[−1, 1].

(a) Mostre que f (Q) ⊆ Q.


(b) Verifique que existe 0 < λ < 1 tal que, para todo o (x, y) ∈ R2 , a aplicação linear
Df (x, y) é uma contra?ão com constante de Lipschitz λ.
(c) Conclua que f possui um e um só ponto fixo em R2 , e que esse ponto fixo pertence
a Q.

44. (a) Seja f : R2√→ R2 uma função de classe C 1 . Mostre que. se existir uma constante
0 < r < 1/ 2 tal que

∥∇f1 (x, y)∥ ≤ r e ∥∇f2 (x, y)∥ ∀(x, y) ∈ R2

(onde f1 e f2 são as componentes de f ), então f é uma contracção.


(b) Conclua que f : R2 → R2 dada por f (x, y) = 16 log 1 + x2 + y 2 , 14 sen(x + y)
 

tem um ponto fixo.

45. Mostre que a restrição de uma função localmente lipschitziana a qualquer compacto é
lipschitziana.

46. Seja M um espaço métrico completo, e seja f : M → M uma função contı́nua. Suponha
que, para um certo k ∈ N, a função f k = f ◦ · · · ◦ f ( f composta consigo mesma k
vezes) é uma contracção em M . Mostre que f tem um e um só ponto fixo em M .

47. Sejam f : Rn → Rn uma contracção, a ∈ Rn o ponto fixo de f , e X um subconjunto


limitado de Rn . Mostre que, para qualquer ϵ > 0, existe k0 ∈ N tal que f k (X) ⊆ B(a, ϵ)
sempre que k ≥ k0 .

48. Indique por Cb (Rn ) o espaço das funções contı́nuas e limitadas Rn → R, munido da
norma
∥f ∥ = sup {|f (x)| : x ∈ Rn } ,
e seja Lb (Rn ) o subconjunto das funções limitadas que são também lipschtizianas.

(a) Para n = 1, dê exemplo de uma função contı́nua e limitada que não seja lipschtizi-
ana, de uma função lipschtziana não limitada, e de uma função não identicamente
nula que seja limitada e lipschitziana.
(b) Mostre que Lb (Rn ) é um subespaço vectorial de Cb (Rn ).
(c) Averigue se Lb (Rn ) é um aberto de Cb (Rn ).

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49. Indique por Cb (Rn , Rn ) o espaço das funções contı́nuas e limitadas Rn → Rn , munido
da norma
∥f ∥S = sup {∥f (x)∥ : x ∈ Rn } ,
e seja Kb (Rn , Rn ) o subconjunto das funções limitadas que são também contra?ões.
(a) Averigue se Kb (Rn , Rn ) é um subespaço vectorial de Cb (Rn , Rn ).
(b) Seja φ : Kb (Rn , Rn ) → Rn a aplicação que associa a cada contracção f o seu único
ponto fixo. Mostre que φ é contı́nua.
50. Seja f : R2 → R2 dada por f (x, y) = x2 + y, x − y 2 .


(a) Mostre que f é localmente invertı́vel numa vizinhança de (1, 1).


(b) Averigue se f é globalmente invertı́vel.
(c) Para cada λ ∈ R, seja fλ : R2 → R2 a função dada por fλ (x, y) = x2 + λx cos y ,
sen (x + y)). a) Determine todos os λ ∈ R tais que fλ tem inversa de classe C 1
em alguma vizinhança aberta de (0, π).
(d) Mostre que não existe nenhuma vizinhança aberta de (0, π) na qual f0 admita
inversa.
(e) Seja U uma vizinhança aberta de (0, π) tal que f1 |U é invertı́vel, e designe por g a
sua inversa. Determine a aplicação linear Dg(0, 0) : R2 → R2 .
51. Considere o sistema de equações
x2 cos xy = a


ey = b
(a) Mostre que existe uma vizinhança V de (1, 1) tal que, para todo o (a, b) ∈ V , o
sistema dado tem pelo menos uma solução nas variáveis x, y.
(b) Mostre que, se a vizinhança V de (1, 1) for suficientemente pequena, o sistema tem
pelo menos duas soluções para cada (a, b) ∈ V .
52. Seja f : Rn → Rn uma função de classe C 1 tal que f (0) = 0. Mostre que, se 1 não for
valor próprio de Df (0), então existe uma vizinhança U de 0 tal que f (x) ̸= x sempre
que x ∈ U \{0}.
53. Seja U um aberto de Rn , e seja f : U → Rn de classe C 1 tal que, para todo o x ∈
U, Df (x) é um isomorfismo. Mostre que:
(a) f (U ) é um aberto em Rn ;
(b) se f for injectiva, f admite inversa de classe C 1 .
54. Seja f : R+ × R+ → R2 dada por f (x, y) = (x log y, y log x).
(a) Mostre que existe uma vizinhança aberta V de (1, e) restrita à qual f admite
inversa de classe C ∞ . Denotando essa inversa por h, determine Dh(1, 0).
(b) Seja g : f (V ) → R uma função de classe C 2 tal que
∇g(f (x, y)) = (a(x − 1), b(y − e))∀(x, y) ∈ V,
onde a, b ∈ R são tais que ab > 0. Mostre que a função ∇g : f (V ) → R2 é
localmente invertı́vel numa vizinhança de (1, 0).

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(c) Mostre que (1, 0) é um ponto crı́tico da função g.

55. Seja f : R3 → R dada por f (x, y, z) = x + y + z 2 . Mostre que, numa vizinhança de


∂z
(1, 1, 2), a equação f (x, y, z) = 6 define z como função de x e y. Calcule ∂x (1, 1) e
∂z +
∂y (1, 1). Determine o maior r ∈ R tal que a equação f (x, y, z) = 6 define z como
função de x e y em B((1, 1), r).

56. Mostre que, numa vizinhança de (1, 3), a equação x x2 + y 2 −3 x2 − y 2 = 10 define
 
dy d2 y
implicitamente y como função de x. Calcule dx (1)e dx2 (1).

57. Considere a função F : R4 → R2 dada por F (x, y, z, w) = x2 cos z + y 2 cos w, xw − yz .




(a) Mostre que a equação F (x, y, z, w) = (−2, 0) define implicitamente x e y como


funções de z e w numa vizinhança do ponto (1, 1, π, π).
∂x ∂y
(b) Calcule as derivadas parciais ∂z e ∂z no ponto (π, π).

58. Mostre que existem uma vizinhança J de 0 em R e uma única função g : J → R de


classe C ∞ tais que g(0) = 1e, para todo o x ∈ J, x2 eg(x) + g(x)2 ex = 1. Calcule g ′ (0) e
g ′′ (0).

59. Sejam g : R3 → R uma função de classe C ∞ e f : R3 → R dada por f (x, y, z) =


∂g
y − xz − ez . Admita que g(1, 1, 0) = 0 e que ∂x (1, 1, 0) ̸= 0. Mostre que o sistema

f (x, y, z) = 0
g(x, y, z) = 0

define x e z como funções de y, de classe C ∞ , numa vizinhança de (1, 1, 0). Calcule


dz
dy (1).

60. Mostre que, numa vizinhança do ponto (x0 , y0 , z0 , w0 ) = (0, 1, 0, 1), o sistema

xz 3 + y 2 w3 = 1


2xy 3 + w2 z = 0

define x e y como funções de z e w. Escrevendo x = g(z, w) e y = h(z, w), mostre que


a função F (z, w) = (g(z, w), h(z, w)) admite inversa numa vizinhança de (0, 1).
(
x4 + y 4 + z 4 = 1
61. Mostre que o sistema define implicitamente y e z como funções de
yz + zx + xy = 0
x numa vizinhança de (0, 0, 1). Diga se x = 0 é um ponto de extremo local das funções
z = z(x) e y = y(x).
x2 + y 2 − z 2 = 2π 2

62. Mostre que o sistema define implicitamente x e y como
sen x + sen y + sen z = 0
funções de z numa vizinhança de (π, −π, 0). Diga se z = 0 é um ponto de extremo local
das funções x = x(z) e y = y(z).

63. Sejam A uma aplicação linear de R2 e f : R2 → R uma função de classe C 1 tal que
∇f (x, y) ̸= (0, 0) ∀(x, y) ∈ R2 . Determine condições suficientes sobre A para que,
sempre que for f ◦ A (x0 , y0 ) = 0, a equação f ◦ A(x, y) = 0 defina, numa vizinhança de
(x0 , y0 ) , x como função de y ou y como função de x.

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64. Seja f : R2 → R2 definida por f (x, y) = (ex sen y, xy).

(a) Calcule Df (0, π).


(b) Encontre todas as soluções do sistema f (x, y) = (0, 0).
(c) Mostre que, dado n ∈ N, existe uma vizinhança Vn de (0, 0) tal que, para todo o
(a, b) ∈ Vn , o sistema f (x, y) = (a, b) tem pelo menos n soluções.
(d) Pode ou não concluir, da alı́nea anterior, que exista alguma vizinhança V de (0, 0)
tal que, para cada (a, b) ∈ V , o sistema f (x, y) = (a, b) tenha uma infinidade de
soluções?
(e) Seja g : R2 → R dada por g(x, y) = x + y 2 . Mostre que a equação g ◦ f (x, y) = 0
define y como função de x numa vizinhança de (0, π). Calcule y ′ (0).

65. Para cada λ ∈ R, seja fλ : R3 → R2 a função dada por fλ (x, y, z) = x2 + y 2 − z 2 , x + y + λz .




(a) Determine todos os λ ∈ R tais que (1, 0) é um valor regular de fλ .


(b) Fixe agora λ = 2 e seja C a curva de nı́vel dada por (x, y, z) ∈ R3 : f2 (x, y, z) = (1, 0) .


Determine uma equação cartesiana do plano normal a C no ponto (1, 1, −1).


(c) Encontre todos os pontos de C onde a recta tangente seja horizontal (ortogonal ao
eixo dos zz ).

66. Seja H : R2 → R2 o campo de vectores dado por H(x, y) = (x + y, 2x − y). Calcule:

(a) C1 H · ds, onde C1 é o caminho representado pela curva α(t) = t2 , 1 − t3 , t ∈


R 

[−1, 1].
R
(b) C2 H · ds, onde C2 é o segmento de recta de (1, 0) para (2, 1).

67. Seja F : R2 → R2 o campo de vectores dado por F (x, y) = −y 2 , xy .




(a) Calcule C F · ds, onde C é: (i) a elipse x2 /4 + y 2 = 1 percorrida no sentido directo;
R

(ii) a justaposição do segmento de recta de extremos (0, 0) e (0, 1) com o segmento


de extremos (0, 1) e (1, 1).
(b) Averigue se F é um campo conservativo.

68. (a) Determine uma função h : R → R, não identicamente nula, de tal modo que o
campo H(x, y, z) = h(y), xh(y) + z 2 , 2zy seja conservativo.
R
(b) Para a função h obtida em (a), calcule C H · ds, onde C admite a parametrização
t, t2 , t3 − t cos(2πt) , 0 ≤ t ≤ 1.


 
x y
69. Calcule C F.ds, onde F : R3 → R3 é o campo dado por F (x, y) = x2 +y
R
2 , x2 +y 2 , z , e

C a intersecção do cilindro x2 + y 2 = 4 com o plano x + y + z = 0, percorrida no sentido


directo.

70. Seja F : R3 \{(0, 0, 0)} → R3 o campo de vectores dado por

z2
 
x y
F (x, y, z) = , , .
x2 + y 2 + z 2 x2 + y 2 + z 2 x2 + y 2 + z 2

(a) Mostre que F não é um campo de gradientes.

10
(b) Mostre que, se C for um qualquer caminho fechado, C 1
R por pedaços, que esteja
contido no plano z = 0e não passe pela origem, então C F · ds = 0.

71. Scja F : R3 → R3 um campo de vectorcs dado por F (x, y, z) = λxy − z, x2 , z + γx ,




onde λ c γ são ccrtas constantes.

(a) Determine λ e γ de modo que F seja um campo de gradientes.


R
(b) Para os valores de λ e γ determinados em (a), calcule C F · ds, onde C é o caminho
representado pela curva α(t) = (cos t, sen t, t/π), t ∈ [0, π].

72. O campo gravı́tico criado por uma massa centrada na origem (0, 0, 0) é, em cada ponto
X ∈ R3 \{(0, 0, 0)}, um vector que aponta para a origem e é inversamente proporcional
ao quadrado da distância desse ponto à origem (o factor de proporcionalidade depende
da massa sobre a qual se exerce a força). Assim, e a menos de um factor constante, esse
1
campo é dado por H(X) = − ∥X∥ 3 · X.

(a) Mostre que H é conservativo e obtenha uma sua função potencial.


(b) Fixado A ∈ R3 \{(0, 0, 0)}, seja T (X) o trabalho realizado pelo campo H quando
uma partı́cula se move de A para X. Calcule lim∥X∥→+∞ T (X).

73. Um corpo de massa m > 0 desloca-se no plano sob a acção exclusiva de um campo de
forças H(x, y); a sua trajectória em função do tempo t é dada por α(t) = (x(t), y(t)).
Rt  
(a) Mostre que, para quaisquer t0 < t1 , se tem t01 ⟨H, α′ ⟩ dt = 21 m ∥α′ (t1 )∥2 − ∥α′ (t0 )∥2 .
(b) Supondo adicionalmente que H é conservativo com função potencial h, demonstre
a lei de conservação de energia; ou seja, verifique que a quantidade −h(α(t)) +
1 ′ 2
2 m ∥α (t)∥ (= energia potencial + energia cinética) é constante.
(c) Suponha agora que H é o campo gravı́tico uniforme (0, −gm), onde g é uma cons-
tante positiva. Verifique que a quantidade gmy(t) + 21 m ∥α′ (t)∥2 é constante.

74. Seja α : [a, b] → R2 \{(0, 0)} uma curva de classe C 1 , e seja φ : [a, b] → R uma função
de classe C 1 tal que α(t) = ∥α(t)∥ · (cos φ(t), sen φ(t)).

(a) Mostre que α x2−y x


R
+y 2
dx + x2 +y 2 dy = φ(b) − φ(a).

1
R −y x
(b) Conclua que, se α for uma curva fechada, então 2π α x2 +y 2 dx + x2 +y 2 dy ∈ Z.

75. Calcule C 2xydx + x2 dy, onde C é o triângulo de vértices (−1, −1), (1, −1) e (0, 0)
R

percorrido no sentido directo.


R
76. Usando o teorema de Green, calcule C F · ds, onde:

(a) F (x, y) = x2 − y 2 , −2xy , e C é o quadrado de vértices (0, 0), (2, 0), (2, 2) e (0, 2)


percorrido no sentido directo;


(b) F (x, y) = x cos x − ey , −y 2 − xey , e C é uma curva simples, fechada, percorrida


no sentido directo, que delimita uma região nas condições do teorema de Green;
(c) F (x, y) = 3x3 − y 3 , x3 + 2y 3 , e C é circunferência de raio 1 e centro (0, 0), per-


corrida no sentido horário.

11
77. Use o teorema de Green para calcular a área da região de R2 limitada pelo traço da
curva α(t) = e−t cos t, e−t sin t , t ∈ [0, 2π], e pelo segmento de extremos e−2π , 0 e


(1, 0).

78. Considere o campo de vectores em R2 dado por


 
F (x, y) = −y + y cos(xy)esen(xy) , x + x cos(xy)esen(xy) .

(a) Averigue se F é um campo conservativo.


(b) Use o teorema de Green para calcular α F · ds, onde α : [0, 2π] → R2 é dada por
R

α(t) = (cos t, sen t).

79. Sejam D = (x, y) ∈ R2 : x2 + y 2 ≤ 1 , S = (x, y) ∈ R2 : x2 + y 2 = 1 , e g : D → D


 

uma função de classe C 2 (ou seja, que admite um prolongamento de classe C 2 a um


aberto que contém D ) tal que g(D) = S.

(a) Mostre que det(Jac g(x, y)) = 0 para todo o (x, y) em D.


 
(b) Defina um campo de vectores em B por H(x, y) = g1 ∂g 2 ∂g2
∂x , g1 ∂y . Mostre
R (x,y)
que S H • ds = 0.
(c) Suponha que f : D → D é uma função
R de∂fclasse C 2 cuja restrição a S é a identidade.
Mostre, a partir da definição, que S f1 ∂x dx + f1 ∂f
2
∂y dy ̸= 0.
2

(d) Conclua que g|S não é a identidade. e ) Conclua que qualquer função h : D → D
de classe C 2 tem algum ponto fixo. (Caso não tenha, construa uma função g como
acima e tal que g|S seja a identidade.)
 
y−z
80. Considere o campo de vectores em R3 dado por F (x, y, z) = 1+xx2 +y2 , 1+x 2 +y 2 , zy .

(a) Mostre que F não é um campo de gradientes.


(b) Seja α : [0, 1] → R3 uma Rcurva fechada de classe C 1 cuja imagem está contida no
plano z = 0. Mostre que α F · ds = 0.

81. Considere o campo de vectores em R3 dado por F (x, y, z) = (yexy + zexz , xexy + zeyz , xexz + yeyz ).

(a) Averigue se F é um campo conservativo.


(b) Calcule α F ·ds, onde α : [0, 2π] → R3 é a curva dada por α(t) = (cos t, sen t, t/2π).
R

82. Calcule a divergência e o rotacional dos seguintes campos:

(a) F (x, y, z) = x2 , xyz, yz 2 ;




(b) G(x, y, z) = (y log x, x log y, xy log z);


(c) H(x, y, z) = x2 , sen(xy), ex yz ;


(d) K(x, y, z) = (exy sen z, exz sen y, eyz cos x).

83. Sejam F, G campos em R3 de classe C 2 , e f : R3 → R de classe C 2 . Mostre que:

(a) rot(∇f ) = 0;
(b) div(rot F ) = 0;

12
(c) div(f G) = ⟨∇f, G⟩ + f div G;
(d) div(F × G) = ⟨rot F, G⟩ − ⟨F, rot G⟩.

84. (a) Calcule a área do helicóide H dado por Φ(u, v) = (v cos u, v sen u, u), onde 0 ≤ u ≤
2π e 0 ≤ v ≤ 1.
RR p
(b) Calcule H f dS, onde f (x, y, z) = 1 + x2 + y 2 .

85. Determine uma parametrização de cada uma das seguintes superfı́cies em R3 e use-a
para exprimir a respectiva área como um integral duplo:

(a) x2 − y 2 = 1, onde x > 0, −1 ≤ y ≤ 1e0 ≤ z ≤ 1;


x2 y2 z2
(b) a2
+ b2
+ c2
= 1.

86. (a) Seja S a esfera de centro (0, 0, 0) e raio 1 . Usando um argumento de simetria,
conclua que ZZ ZZ ZZ
2 2
x dS = y dS = z 2 dS
S S S

x2 dS com um mı́nimo de cálculos.


RR
(b) Use a alı́nea anterior para obter o valor de S

87. Sejam S uma superfı́cie regular em R3 e q um ponto em R3 \S. Suponha que p0 é um


ponto de S à distância mı́nima de q. Mostre que q pertence à recta normal a S em p0 .

88. A temperatura em cada ponto de R3 é dada pela função T (x, y, z) = 3x2 + 3z 2 . Calcule
o fluxo de calor através da superfı́cie x2 + z 2 = 2, 0 ≤ y ≤ 2. (O campo associado à
função temperatura é F = −∇T .)

89. Seja S a superfı́cie constituı́da pela semi-esfera x2 + y 2 + z 2 = 1, z ≤ 0 e pela sua base


x2 + y 2 ≤ 1, z = 0. Seja E o campo dado por E(x, y, z) = (2x, 2y, 2z). Calcule o fluxo
de E através de S.
2 2 2
RR
90. Calcule S rot
3 2
 F · dS, onde S é a superfı́cie x + y + 3z = 1, z ≤ 0 e F (x, y, z) =
y, −x, x y z .

91. Use o teorema de Stokes para calcular C −y 3 dx + x3 dy − z 3 dz, onde C é a intersecção


R

do cilindro x2 + y 2 = 1 com o plano x + y + z = 1, orientada de modo a que a sua


projecção ortogonal no plano xy seja percorrida no sentido directo.

92. Seja Ω ⊂ R3 o sólido dado por (x, y, z) : x2 + y 2 + z 2 ≤ 1, x + 2y − z ≥ 0 , e seja N o




campo unitário normal a ∂Ω que aponta  para o exteriorde 3Ω. Considere o campo de
2 2
vectores F (x, y, z) = 2x − x y, xy , −z .Sabendo que em R o volume de uma bola de
raio r é igual a 34 πr3 , use o teorema da divergência para calcular ∂Ω ⟨F, N ⟩dS.
RR

93. Calcule S F · dS, onde F (x, y, z) = xy 2 , x2 y, y e S é a superfı́cie constituı́da pelo


RR 

cilindro x2 + y 2 = 1, −1 ≤ z ≤ 1 e pelos discos x2 + y 2 ≤ 1, z = 1 e x2 + y 2 ≤ 1, z = −1.

94. Calcule S F · dS, onde F (x, y, z) = x3 , y 3 , z 3 e S é a esfera x2 + y 2 + z 2 = 1.


RR 

RR
95. Calcule ∂Ω F · dS, onde F (x, y, z) = (x, y, z) e Ω é o cubo [0, 1] × [0, 1] × [0, 1].

13
 2 
96. Calcule ∂Ω F ·dS, onde F (x, y, z) = 1, 1, z x2 + y 2 e Ω é o cilindro sólido x2 +y 2 ≤
RR

1, −1 ≤ z ≤ 1.
2 2 2
97. (a) Seja E o elipsóide de equação xa2 + yb2 + zc2 = 1, onde a, b, c > 0. Dado (x, y, z) ∈ E,
seja η(x, y, z) a distância de (0, 0, 0) ao plano tangente a S em (x, y, z). Obtenha
uma fórmula explı́cita para η(x, y, z).
(b) Seja N o campo unitário normal que aponta para o exterior de E. Indique um
campo de vectores F (x, y, z) tal que, para cada (x, y, z) ∈ E, se tenha ⟨F (x, y, z), N (x, y, z)⟩ =
1
η(x,y,z) .

(c) Use o teorema da divergência para concluir que E η1 dS = 4π bc ca ab


RR 
3 a + b + c .

98. (a) Determine todos os campos F : R3 → R3 de classe C 1 que sejam da forma F =


(f1 , f2 , 0) e tais que rot F (x, y, z) seja constante, igual a (0, 0, 1).
R
(b) Mostre, para tais campos, que C F · ds = π, onde C é a circunferência dada por
x2 + y 2 = 1, z = 0e percorrida no sentido directo.

99. Seja W o sólido em R3 limitado pelas superfı́cies definidas 2


RR pelas equações x = y , x =
4, z = 0 e z = 1. Use o teorema de Gauss para calcular ∂W F · dS, onde F (x, y, z) =
x − y 2 , z 2 − y, z − x3 e ∂W está orientado pela normal exterior a W .

100. Seja S ⊂ R3 a superfı́cie dada por (x, y, z) : x2 + y 2 = 1, −1 ≤ z ≤ 1 . Considere o




campo de vectores F (x, y, z) = (2yz + cos x, zeyz , xy + yeyz ).

(a) Calcule rot F .


R
(b) Escolha uma orientação de S e, para essa orientação, calcule ∂S F · ds.

101. Considere a superfı́cie S = (x, y, z) ∈ R3 : x2 + y 2 = (2 − z)2 , 0 ≤ z ≤ 1 .




(a) Indique uma parametrização de S.


(b) Calcule a área de S.
RR
(c) Escolha uma orientação de S e, para essa orientação, calcule S rot F · dS, onde
F : R3 → R3 é dado por F (x, y) = (−y − yz, x + xz, (z − 1) sen z).

102. Sejam U um aberto de R3 , f : U → R uma função de classe C 2 , B ⊆ U uma esfera


sólida (fechada), S a superfı́cie esférica que delimita B, e N o campo unitário normal a
S que aponta para o exterior de B.
2 2 2
(a) Mostre que, se f for harmónica (i.e., ∂∂xf2 + ∂∂yf2 + ∂∂zf2 ≡ 0 ), então
ZZ ZZZ
f ∇f · dS = ∥∇f ∥2 dxdydz
S B

(b) Seja G : U → R3 um campo de vectores de classe C 1 tal que rot G|B ≡ 0, div G|B ≡
0 e ⟨G, N ⟩|S ≡ 0. Mostre que a restrição de G a B é o campo nulo.
(c) Na alı́nea anterior, pode retirar a condição de ser⟨G, N ⟩|S ≡ 0 e obter ainda a
mesma conclusão?
(d) Para que outros sólidos B são válidas as conclusões de (a) e (b) ?

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