ALGA 1002 22 23 (Parte2)

Espaços vectoriais
Algebra Linear e Geometria Analitica (M1002)

Espaços vectoriais e aplicações lineares
Departamento de Matemática
Faculdade de Ciências
Universidade do Porto
1 semestre 2022/2023
ALGAI M1002 2022/23 k 0.0 - k1

Espaços vectoriais Combinações Lineares
Definição
Seja E um conjunto não vazio e K = R ou K = C. Suponhamos
que estão definidas duas operações
E × E −→ E
adição:
(u, v ) 7→ u + v
K × E −→ E
multiplicação por um escalar:
(λ, u) 7→ λu
dizemos que E = (E , +, .) é um espaço vectorial sobre K se:
adição é associativa: ∀u, v , w ∈ E , (u + v ) + w = u + (v + w );
existe elemento neutro: ∀u ∈ E , u + 0E = u = 0E + u;
a adição é comutativa: ∀u, v ∈ E , u + v = v + u;
existência de simétrico: ∀u ∈ E , ∃u 0 ∈ E : u + u 0 = 0 = u 0 + u;
∀α ∈ K , ∀u, v ∈ E , α(u + v ) = αu + αv ;
∀α, β ∈ K , ∀u ∈ E , (α + β)u = αu + βu;
∀α, β ∈ K , ∀u ∈ E , (αβ)u = α(βu);
∀u ∈ E , 1u = u.
ALGAI M1002 2022/23 k 1.0 Espaços vectoriais - k2

Dado um espaço vectorial E sobre K , aos elementos de E

chamamos vectores e aos elementos de K chamamos escalares
Proposição
Seja E um espaço vectorial sobre K .
O vector 0E é o único vector x que satisfaz a equação:
x + v = v , ∀v ∈ E ;
para todo o v ∈ E , o vector −v é o único vector y que
satisfaz v + y = 0E ;
Se u + v = u + w para quaisquer u, v , w ∈ E , então v = w ;
∀v ∈ E , 0K v = 0E ;
∀λ ∈ K , λ0E = 0E ;
(−λ)v = λ(−v ) = −λv , ∀λ ∈ K , ∀v ∈ E ;

Note-se que dado λ ∈ K , v ∈ E , se tem
λv = 0E ⇔ λ = 0K ∨ v = 0E .

Definição
Seja E = (E , +, .) um espaço vectorial e U um subconjunto de E
não vazio. Se (U, +, .) for também um espaço vectorial para as
operações definidas em E , dizemos que U é um subespaço de E .
Proposição
Seja E um espaço vectorial sobre K e seja U um subconjunto de
E . Diz-se que U é um subespaço vectorial de E se
0E ∈ U.
∀u, v ∈ U, u + v ∈ U (U é estável para a adição).
∀λ ∈ K , ∀u ∈ U, λu ∈ U (U é estável para a multiplicação por
um escalar).

Exemplos
1. Rm = {(r1 , . . . , rm )|r1 , . . . , rm ∈ R}
é um espaço vectorial com a adição usual de vectores e a
multiplicação por um escalar definidas por:
+: Rm × Rm −→ Rm
((r1 , . . . , rm ), (s1 , . . . , sm )) 7→ (r1 + s1 , . . . , rm + sm )
·: R × Rm −→ Rm
(λ, (s1 , . . . , sm )) 7→ (λs1 , . . . , λsm )
2. Seja X um conjunto não vazio. O conjunto
FX = {f : X → R}
é um espaço vectorial sobre R com a multiplicação e producto por
escalar definidos por
(f + g)(x ) = f (x ) + g(x ), ∀f , g ∈ FX
(λf )(x ) = λ(f (x )), ∀f ∈ FX , ∀λ ∈ R
Exemplos
3. O conjunto P(x ) de todos os polinómios em x é um espaço
vectorial real onde:
n
X n
X n
X
ri x i + si x i = (ri + si )x i ,
i=0 i=0 i=0
n
X n
X
λ ri x i = (λri )x i , ∀λ ∈ R
i=0 i=0
4. Cn = {(c1 , . . . , cn ) : ci ∈ C} é um espaço vectorial complexo
(c1 , . . . , cn ) + (c10 , . . . , cn0 ) = (c1 + c10 , . . . , cn + cn0 )
λ(c1 , . . . , cn ) = (λc1 , . . . , λcn ), ∀λ ∈ C.
5. Cn é um espaço vectorial real.

Examples:
6. Seja U1 = {(x , y ) ∈ R2 : x − y = 0}.

U1 é um subespaço de R2 como R-espaço vectorial.
7. U2 = {(x , y ) ∈ R2 : x 2 − y = 0} não é subespaço de R2 .
8. U3 = {(x , y ) ∈ R2 : x − y = 7} não é um subespaço de R2 .
9. U4 = {(x , y ) ∈ R2 : x − y ≤ 0} não é um subespaço de R2 .
10. U5 = {(x , y ) ∈ R2 : x 2 + y 2 ≤ 0} é um subespaço vectorial de

R2 .

Exemplos
" #
1 2 3
11. Seja A = ∈ M2×3 (K ). Tem-se que
4 5 6
   
 x " #
 0 
W1 = (x , y , z) ∈ R3 : A  y = é um subespaço de R3 .
 
 0 
 z 
   
 x " #
 1 
W2 = (x , y , z) ∈ R3 : A  y = não é um subespaço
 
 2 
 z 
de R3

Exemplos
Seja U = {(x , y ) ∈ R2 : x = y }, V = {(x , y ) ∈ R2 : x = 0}.

Tem-se que
U e V são subespaços de R2 .
U ∩ V = {(0, 0)} é subespaço vectoial de R2 .
U + V = R2 é um subespaço vectorial de R2 .

Teorema
Seja E um espaço vectorial e sejam U e V subespaços vectoriais
de E . Então:
1 U + V = {u + v : u ∈ U, v ∈ V } é um subespaço vectorial de
E;
2 U ∩ V é um subespaço vectorial de E .

Soluções de sistemas homogeneos
Definição
Dado A ∈ Mm×n (K ) e B ∈ Mm×1 , um sistema AX = B diz-se
homogeneo se B = [0]m×1 .
Proposição
Todo o sistema homogeneo é possı́vel.
Proposição
O conjunto de soluções de um sistema homogeneo é um espaço
vectorial.

Dado A ∈ Mm×n , B ∈ Mm×1 , o sistema homogeneo associado ao

sistema AX = B é AX = [0].
Suponhamos que o sistema AX = B é possı́vel. Seja Z uma

solução de AX = B e D o conjunto das solução do sistema
homogeneo AX = [0]. O conjunto das soluções de AX = B é
Z +D
Considere-se o sistema


 2x − 4y + t = 1
−x + 2y + −z + t = −2
3x − 6y + 2z = 0


o seu conjunto solução é
(2, 0, −3, −3) + {(x , y , 0, 0) : −x + 2y = 0}.

Definição
Seja E um espaço vectorial. Suponhamos que u1 , . . . , un são
vectores de E . Diz-se que um vector u ∈ E é combinação linear de
u1 , . . . , un se existem escalares λ1 , . . . , λn ∈ K tais que
u = λ1 u1 + . . . + λn un .
Definição
Seja E um espaço vectorial e S um subconjunto não vazio de E .
Diz-se que um vector u ∈ E é combinação linear de vectores de S
se existe um número finito de vectores u1 , . . . , uk ∈ S e de
escalares λ1 , . . . , λk ∈ K tais que
u = λ1 u1 + λ2 u2 + . . . + λk uk .
Ao conjunto de todas as combinações lineares de elementos de S
chama-se subespaço gerado por S e denota-se por L(S) ou < S >.
Se S = ∅ define-se L(S) = {0}.
ALGAI M1002 2022/23 k 1.1 Espaços vectoriais - Combinações Lineares k14
Exemplos:
1) Considere-se E = R2
(a, b) é combinação linear de (1, 0) e (0, 1).
L({(1, 0), (0, 1)}) = R2 .
(a, b) é combinação linear de (−1, 1) e (1, 2).
L({(−1, 1), (1, 2)}) = R2 .
2) Considere-se E = R3 , tem-se que

< (1, 2, −1), (2, 1, 0) >= {(x , y , z) ∈ R3 : x − 2y − 3z = 0};
< (1, 2, −1), (2, 1, 0), (4, 5, −2) >= {(x , y , z) ∈ R3 :
x − 2y − 3z = 0}.

Exemplos
3) Considere-se E = P(x ). Seja Pn (x ) os polinómios na variável x

de garu menor ou igual a n.
< 1, x , x 2 , . . . , x n >= Pn (x ).
< 1, 1 + x , 1 + x + x 2 , . . . , 1 + x + x 2 + . . . + x n >= Pn (x ).

Teorema
Seja S um subconjunto de um espaço vectorial E . Então < S > é
um subespaço vectorial de E , é o menor subespaço vectorial que
contém S, isto é se U é um subespaço vectorial de E e S ⊆ U
então < S >⊆ U.

Dependência Linear
Definição
Sejam u1 , . . . , un vectores de um espaço vectorial E . Diz-se que
u1 , . . . , un são linearmente dependentes se existem λ1 , . . . , λn não
todos nulos tais que
λ1 u1 + . . . + λn un = 0E .
Diz-se que u1 , . . . , un são linearmente independentes se quaisquer

que sejam os escalares λ1 , . . . , λn
λ1 u1 + λ2 u2 + . . . + λn un = 0E ⇒ λ1 = λ2 = . . . = λn = 0.

Exemplos
1) Em R2
(1, 0), (0, 1) são linearmente independentes;
(−1, 1), (1, 2) são linearmente independentes;
(−1, 1), (0, 0) são linearmente dependentes;
(1, 2), (−10, −20) são linearmente dependentes.
2) Em R3
(1, 2, −1), (2, 1, 0) são linearmente independentes;
(1, 2, −1), (2, 1, 0), (4, 5, −2) são linearmente dependentes;
(1, 2, −1), (2, 1, 0), (0, 1, 0) são linearmente independentes e
< (1, 2, −1), (2, 1, 0), (0, 1, 0) >= R3
3) Em P(x )
1, 1 + x , 1 + x + x 2 , . . . , 1 + x + x 2 + . . . + x n são linearmente
independentes.

Definição
Seja S um subconjunto não vazio de um espaço vectorial E . Diz-se
que S é linearmente dependente se existem vectores v1 , . . . , vp ∈ S
e escalares não todos nulos λ1 , . . . , λn tais que
λ1 v1 + . . . + λn vn = 0E .
Se S não é linearmente dependente diz-se linearmente

independente.
Proposição
S é linearmente independente se e só se quaisquer que sejam os
vectores v1 , . . . , vn ∈ S
λ1 v1 + . . . + λn vn = 0E ⇒ λ1 = λ2 = . . . = λn = 0.

Proposição
Seja E um espaço vectorial e S um subconjunto não vazio de E .
Então:
se S é linearmente dependente qualquer subconjunto de E
que contenha S é linearmente dependente;
se < S >= E , S ∪ {v } é linearmente dependente qualquer
que seja v ∈ E \S;
se S é linearmente independente, < S >$ E e v ∈ E \ < S >
então S ∪ {v } é linearmente independente.

Lema
Seja E um espaço vectorial sobre K , v1 , . . . , vn vectores de E e
u ∈ E tal que
u = λ1 v1 + . . . + λn vn , vi ∈ E .
Se λi 6= 0
< v1 , . . . , vi , . . . , vn >=< v1 , . . . , vi−1 , u, vi+1 , . . . , vn > .

Lema
Seja E um espaço vectorial sobre um corpo K e sejam
v1 , . . . , vn ∈ E . Então
< v1 , . . . , vi , . . . , vn >=< v1 , . . . , λvi , . . . , vn >, ∀λ ∈ K \{0}.

Teorema
Seja E um espaço vectorial sobre K e sejam S1 = {u1 , . . . , up } e
S2 = {v1 , . . . , vn } conjuntos de vectores de E tais que:
a) S1 é linearmente independente;
b) S1 ⊆< S2 >; (isto é os vectores u1 , . . . , up são combinações
linear dos vectores v1 , . . . , vn ).
Então:
i) p ≤ n;
ii) podemos acrescentar a S1 n − p vectores de S2 de modo a
que o conjunto obtido gere o subespaço < S2 >.

Exercı́cio:
Seja E um espaço vectorial e seja S ⊆ E . Mostre que S é um

subespaço vectorial de E se e só se S =< S >.

Bases e dimensão
Definição
Seja E um espaço vectorial. Uma base de E é um subconjunto B
de E tal que B é linearmente independente e gera E .
Definição
Diz-se que E tem dimensão finita se E = {0E } ou E tem uma base
finita. A dimensão de {0E } é 0.

Teorema
Seja E um espaço vectorial de dimensão finita. Então, todas as
bases de E têm o mesmo número de elementos.
Definição
Diz-se que um espaço vectorial E tem dimensão n > 0 se E
contém um base com n elementos.

Exemplos
{(1, 0), (0, 1)} e {(−1, 1), (1, 2)} são bases de R2 .
{(1, 3)} é uma base de {(x , y ) ∈ R2 : 3x − y = 0}.
{(1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1)} e {(1, 2, −1), (2, 1, 0), (0, 1, 0)}
são bases de R3 .
{(1, 2, −1), (2, 1, 0)} e {(0, 3, −2), (3, 0, 1)} são bases de
{(x , y , z) ∈ R3 : x − 2y − 3z = 0}
{(1, 2, −1), (2, 1, 0)} é uma base de
{(a + 2b + 8c, 2a + b + 7c, −a − 2c) : a, b ∈ R}

Teorema
Seja E um espaço vectorial de dimensão n > 0. Então:
1 Se v1 , . . . , vp são vectores linearmente independentes de E e
p < n existem vectores vp+1 , . . . , vn de E tais que
{v1 , . . . , vn } é uma base de E .
2 Se v1 , . . . , vn são vectores linearmente independentes de E ,
v1 , . . . , vn é uma base de E .
3 Se {v1 , . . . , vn } gera E , {v1 , . . . , vn } é uma base de E .
Exercı́cio
Seja E um espaço vectorial. {u1 , . . . , un } é base de E se e só se
qualquer que seja u ∈ E existem escalares λ1 , . . . , λn ∈ K , únicos
tais que
u = λ1 u1 + . . . + λn un .

Exemplos
I) Seja V = {(x , y , z) ∈ R3 : x + y − 3z = 0} um subespaço

vectorial de R3 . Determine a dimensão de V e uma base de V que
contenha {v1 }. Esta base é única?
II) Caso seja possı́vel, determine uma base para o espaço vectorial
real R5 que inclua os vectores (1, 1, 1, 1, 2), (2, 1, 1, 1, 1),
(0, 1, 1, 1, 0).

Proposição
Seja E = K m um espaço vectorial sobre um corpo K ,
v1 , . . . , vn ∈ E e A a matriz cujas linhas são os vectores
vi , i ∈ {1, . . . , n}. Tem-se que
dim(< v1 , . . . , vn >) = car (A).
O que acontece se em vez de tomarmos v1 , . . . , vn como as linhas

de A os considerarmos como colunas ?

Nota
Dado K um corpo e A ∈ Mn×p , sejam C1 , . . . , Cp as suas p
colunas e L1 , . . . , Ln as suas n linhas. Tem-se que
dim(< L1 , . . . , Ln >) = dim(< C1 , . . . , Cp >).

Soma directa de subespaços
Definição
Seja E um espaço vectorial e F , G subespaços de E . Dizemos que
F e G estão em soma directa se F ∩ G = {0}.
Dizemos que E é soma directa de F com G se:
E =F +G
F ∩ G = {0}
e escrevemos E = F ⊕ G.
Exemplo: Em R5 os subespaços
F = {(x1 , x2 , 0, 0, 0)|x1 , x2 ∈ R}
G = {(0, 0, x3 , x4 , x5 )|x3 , x4 , x5 }
são tais que R5 = F ⊕ G.
Soma directa de subespaços
Proposição
Seja E um espaço vectorial, F , G subespaços de E e (f1 , . . . , fr ) e
(g1 , . . . , gs ) bases de F e G respectivamente.
F ⊕ G se e só se (f1 , . . . , fr , g1 , . . . , gs ) é linearmente independente.
Proposição
Seja E um espaço vectorial de dimensão finita e F , G subespaços
de E . Se F ⊕ G então
dim(F ⊕ G) = dim(F ) + dim(G).

Dimensão da soma de subespaços
Teorema
Seja E um espaço vectorial de dimensão finita e F , G subespaços
de E . Tem-se que
dim(F + G) = dim(F ) + dim(G) − dim(F ∩ G)

Existência de complementares
Definição
Os subespaços F e G do espaço E dizem-se complementares um
do outro se F ⊕ G = E .
Proposição
Seja E um espaço vectorial de dimensão finita e F um subespaço
de E . Existe G subespaço de E tal que E = F ⊕ G.

Seja E um espaço vectorial de dimensão n e seja {u1 , . . . , un } uma

base de E . Se considerarmos a base ordenada usa-se a notação
(u1 , . . . , un ).
B1 = ((1, 0), (0, 1)) e B2 = ((0, 1), (1, 0)) são bases ordenadas de
R2 mas B1 6= B2 .
A base canónica de Rn é a base ordenada
Bc = ((1, 0, . . . , 0), (0, 1, 0, . . . , 0), . . . , (0, 0, . . . , 0, 1)).
O vector u = (a1 , . . . , an ) ∈ Rn é combinação linear dos vectores

da base Bc ;
(a1 , . . . , an ) = a1 (1, 0, 0, . . . , 0)+a2 (0, 1, 0, . . . , 0)+. . .+an (0, 0, . . . , 1)
(a1 , . . . , an ) são as coordenadas de u na base canónica de Rn

Definição
Seja B = (u1 , . . . , un ) uma base de um espaço vectorial E . Dado
v ∈ E existem escalares a1 , . . . , an únicos tais que
v = a1 u1 + . . . + an un . As coordenadas de v na base B são
(a1 , . . . , an ) e escreve-se v = (a1 , . . . , an )B .

Exemplos
O vector (2, 3) ∈ R2 tem coordenadas:
(2, 3) na base ((1, 0), (0, 1));
(3, 2) na base ((0, 1), (1, 0));
(2, 1) na base ((1, 1), (0, 1));
(−1/3, 5/3) na base ((−1, 1), (1, 2)).
Dado um espaço vectorial E e B = (v1 , . . . , vn ) uma base de E , se

v = α1 u1 + . . . + αn un embora v determine o sistema de
coordenadas (α1 , . . . , αn ), não confundir o vector v com o sistema
das suas coordenadas.
Por exemplo considere-se em R3 [x ] o polinómio x 3 + 2x + 4 que
tem por coordenadas relativamente à base canónica (1, x , x 2 , x 3 ),
(4, 2, 0, 1). Mas
x 3 + 2x + 4 6= (4, 2, 0, 1).

Matrizes Mudança de Base

Definição
Sejam B1 = (u1 , . . . , un ) e B2 = (v1 , . . . , vn ) duas bases de um
espaço vectorial E . A matriz mudança de base M(Id; B1 , B2 ) é a
matriz n × n cujas colunas são as coordenadas dos vectores uj na
base B2 , isto é , para 1 ≤ j ≤ n, uj = a1j v1 + a2j v2 + . . . + anj vn ,
a11 . . . a1j . . . a1n

 
 .. .. .. 
M(Id; B1 , B2 ) =  . . . 
an1 . . . anj . . . ann
Se v = (λ1 , . . . , λn )B1 , as coordenadas de v na base B2 são obtidas

efectuando o produto
λ1
 
 .. 
M(Id; B1 , B2 )  . 
λn
Exemplo
Considere-se B1 = ((1, 0), (0, 1)) e B2 = ((−1, 1), (1, 2)) bases de
R2 .
Dado u = (a, b) ∈ R2 existem x , y ∈ R tais que
(a, b) = x (−1, 1) + y (1, 2)
−2a+b
de facto, x = 3 e y = a+b
3 .
−2a + b a + b
( , ) são as coordenadas de (a, b) na base B,
3 3
−2a + b a + b

escreve-se u = ,
3 3 B2
" #
−2/3 1/3
M(Id; B1 , B2 ) =
1/3 1/3
" # " #
a −2/3a + 1/3b
e M(Id; B1 , B2 ) =
b 1/3a + 1/3b
Tal como antes B1 = ((1, 0), (0, 1)) e B2 = ((−1, 1), (1, 2)).
" #
−1 1
M(Id; B2 , B1 ) =
1 2
Dado v = (c, d)B2 as coordenadas de um vector v na base B2 ,
então
" # " #
c −c + d
M(Id; B2 , B1 ) =
d c + 2d
Assim, (−c + d, c + 2d) são as coordenadas do vector v na base
canónica.
Que relação existe entre M(Id; B2 , B1 ) e M(Id; B1 , B2 )?
" #−1 " #

−1 1 −2/3 1/3
=
1 2 1/3 1/3
Teorema
Seja E um espaço vectorial de dimensão n > 0 e sejam B1 , B2
bases de E . Então M(Id; B1 , B2 ) é invertı́vel e
(M(Id; B1 , B2 ))−1 = M(Id; B2 , B1 ).
Toda a matriz mudança de base é invertı́vel

O teorema anterior é consequência imediata da seguinte

proposição:
Proposição
Seja E um espaço vectorial e B1 , B2 , B3 bases de E , tem-se que
M(Id; B2 , B3 )M(Id; B1 , B2 ) = M(Id; B1 , B3 ).

Exercı́cio
1. Sejam B1 , B2 bases de R3 tais que

 
1 0 2
M(Id; B1 , B2 ) =  0 1 −1  .
 
3 2 0
a) Dado u = (1, −3, 2)B1 indique as coordenadas de u na base

B2 .
b) Dado v = (1, −3, 2)B2 indique as coordenadas de v na base
B1 .

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Algebra Linear e Geometria Analitica (M1002)

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ALGAI M1002 2022/23 k 1.0 Espaços vectoriais - k2

Dado um espaço vectorial E sobre K , aos elementos de E

ALGAI M1002 2022/23 k 1.0 Espaços vectoriais - k3

Note-se que dado λ ∈ K , v ∈ E , se tem

ALGAI M1002 2022/23 k 1.0 Espaços vectoriais - k4

ALGAI M1002 2022/23 k 1.0 Espaços vectoriais - k5

4. Cn = {(c1 , . . . , cn ) : ci ∈ C} é um espaço vectorial complexo

(c1 , . . . , cn ) + (c10 , . . . , cn0 ) = (c1 + c10 , . . . , cn + cn0 )

λ(c1 , . . . , cn ) = (λc1 , . . . , λcn ), ∀λ ∈ C.

5. Cn é um espaço vectorial real.

6. Seja U1 = {(x , y ) ∈ R2 : x − y = 0}.

7. U2 = {(x , y ) ∈ R2 : x 2 − y = 0} não é subespaço de R2 .

8. U3 = {(x , y ) ∈ R2 : x − y = 7} não é um subespaço de R2 .

9. U4 = {(x , y ) ∈ R2 : x − y ≤ 0} não é um subespaço de R2 .

10. U5 = {(x , y ) ∈ R2 : x 2 + y 2 ≤ 0} é um subespaço vectorial de

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Seja U = {(x , y ) ∈ R2 : x = y }, V = {(x , y ) ∈ R2 : x = 0}.

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Soluções de sistemas homogeneos

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Dado A ∈ Mm×n , B ∈ Mm×1 , o sistema homogeneo associado ao

Suponhamos que o sistema AX = B é possı́vel. Seja Z uma

o seu conjunto solução é

(2, 0, −3, −3) + {(x , y , 0, 0) : −x + 2y = 0}.

L({(1, 0), (0, 1)}) = R2 .

(a, b) é combinação linear de (−1, 1) e (1, 2).

L({(−1, 1), (1, 2)}) = R2 .

2) Considere-se E = R3 , tem-se que

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3) Considere-se E = P(x ). Seja Pn (x ) os polinómios na variável x

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Diz-se que u1 , . . . , un são linearmente independentes se quaisquer

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Se S não é linearmente dependente diz-se linearmente

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< v1 , . . . , vi , . . . , vn >=< v1 , . . . , vi−1 , u, vi+1 , . . . , vn > .

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< v1 , . . . , vi , . . . , vn >=< v1 , . . . , λvi , . . . , vn >, ∀λ ∈ K \{0}.

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Seja E um espaço vectorial e seja S ⊆ E . Mostre que S é um

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I) Seja V = {(x , y , z) ∈ R3 : x + y − 3z = 0} um subespaço

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dim(< v1 , . . . , vn >) = car (A).

O que acontece se em vez de tomarmos v1 , . . . , vn como as linhas

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dim(< L1 , . . . , Ln >) = dim(< C1 , . . . , Cp >).

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Soma directa de subespaços

Soma directa de subespaços