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Elementos de Álgebra Linear – ESPAÇOS VETORIAIS REAIS

Profa. Emília / Edméa

III) ESPAÇOS VETORIAIS REAIS

Definição: Denomina-se espaço vetorial sobre os Reais (R) ao conjunto não vazio V , tal que:
+: V×V → V
1) Existe uma adição: com as seguintes propriedades:
( u, v ) → u + v
A1) Associativa da adição: ∀u , v, w ∈ V , u + ( v + w ) = ( u + v ) + w
A2) Comutativa da adição : ∀u, v ∈ V , u + v = v + u
A3) Elemento neutro da adição: ∃ 0 ∈ V ∀ u ∈ V , u + 0 = 0 + u = u
A4) Elemento oposto da adição: ∀u ∈ V ∃ ( −u ) ∈ V u + ( −u ) = ( −u ) + v = 0
. :R×V → V
2) Existe uma multiplicação por escalar: com as seguintes propriedades:
(α , v ) → α .v
M1) ∀α , β ∈ K ,u ∈ V ⇒ α ( β u ) = (αβ ) u
M2) ∀α , β ∈ K ,u ∈ V ⇒ (α + β ) u = α u + β u
M3) ∀α ∈ K , u , v ∈ V ⇒ α ( u + v ) = α u + α v
M4) ∃1∈ K ∀ u ∈ V ⇒ 1( u ) = u

Notação: V , + , ⋅ : espaço vetorial

Obs 1: Os elementos reais são chamados escalares e denotados por α , β , κ , por exemplo.

Obs 2: Os elementos do espaço vetorial V são chamados vetores e são denotados, normalmente,
pelas letras u, v, w , dentre outras.

Exemplos:
1) O conjunto de vetores do plano R 2

r uuuuur
v u+v

r
u

2) O espaço vetorial R , +, ⋅ .

3) O espaço vetorial C , +, ⋅ , sendo as operações definidas da seguinte forma:

( a + bi ) + ( c + di ) = ( ( a + c ) + ( b + d ) i ) , ∀a, b, c, d ∈ R e α ( a + bi ) = α a + α bi, ∀α ∈ R, a + bi ∈ C .

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4) O conjunto das n-uplas reais, R n = {( x1 , x2 ,..., xn ) x1 , x2 ,..., xn ∈ R} , com as operações de adição e


multiplicação por escalar usuais.
5) O conjunto das matrizes M m×n ( R ) com as operações de adição e multiplicação por escalar usuais
das matrizes.
6) O conjunto dos polinômios de grau ≤ n
 n 
Pn ( R ) = ∑ ai x i ai ∈ R  = {an x n + an −1 x n −1 + ... + a2 x 2 + a1 x + a0 ai ∈ R}
 i =0 
Contra-exemplos:
1) Considere o conjunto dos números reais e as operações abaixo definidas:
+ : R×R → R ⊗: R×R → R
e
( a, b ) → a + b (α , a ) → α ⊗ a = 0
Observe que a operação ⊗ não satisfaz a propriedade (M4), pois ∀x ≠ 0, 1 ⊗ x = 0 ≠ x .

2) Seja V = R 2 e as seguintes operações:


+ : R2 × R2 → R2 : R × R2 → R2
e
( ( a , b ) , ( c , d ) ) → ( a + c, b + d ) (α , ( a, b ) ) → α ( a, b ) = (α a, b )
A operação de multiplicação por escalar definida desta forma não satisfaz a propriedade (M3), isto é:
(α + β )( a, b ) = ( (α + β ) a, b ) = (α a + β a, b ) ≠ α ( a, b ) + β ( a, b ) = (α a + β a, b + b )
Exercícios: 1) Verifique se o conjunto abaixo, com as operações definidas é um espaço vetorial:
⊕ : R2 × R2 → R2 : R × R2 → R2
e
(( x , y ) , ( x , y )) → ( x + x , 0)
1 1 2 2 1 2 (α , ( x , y ) ) → α ( x , y ) = (α x ,α y )
1 1 1 1 1 1

2)Seja V = { u ∈ R/ u > 0}, verifique se V é Espaço Vetorial sobre R com as operações:


a) Usuais;
b) + : V x V → V . : R x V →V
u + v = u.v α .u = u α .

PROPRIEDADES DOS ESPAÇOS VETORIAIS: Seja V um espaço vetorial real.


P1) O vetor nulo (ou elemento neutro da adição) é sempre único.
P2) Para cada vetor u ∈ V , existe um único vetor −u ∈ V tal que u + ( −u ) = 0 , em outras
palavras, o vetor oposto de u é único.
P3) ∀α ∈ R, α .0 = 0, 0 ∈ V .
P4) ∀u ∈ V, 0.u = 0, 0 ∈ R .
P5) α .u = 0 ⇒ α = 0 ou u = 0, α ∈ R e u ∈ V .

P6) ∀α ∈ R , ∀u ∈ V ⇒ ( −α ) u = α ( −u ) = − (α u ) .

P7) ∀ α ∈ R , ∀ u, v ∈ V ⇒ α (u − v) = α u − α v, sendo que u – v = u + (-v).

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P8) ∀α , β ∈ R, ∀u ∈ V ⇒ (α − β ) u = α u − β u .

P9) Se u, v, w ∈ V e u + v = u + w , então v = w .

SUBESPAÇO VETORIAL
Definição: Um subconjunto não vazio W ⊂ V , ( V um espaço vetorial real) é dito subespaço
vetorial de V se também é um espaço vetorial real, considerando as operações restritas a ele.
Teorema: Um subconjunto não vazio W ⊂ V , ( V um espaço vetorial real) é um subespaço vetorial
se satisfaz:
(i) 0 ∈ W .
(ii) ∀u, v ∈ W ⇒ u + v ∈ W .
(iii) ∀u ∈ W , ∀α ∈ R ⇒ α u ∈ W .

Exercício: Verifique se os subconjuntos abaixo são subespaços vetoriais:


a) W = {( a, b, c ) a + b + c = 0} , V = R 3 .

 a a12  
b) W =  11  a11 + a22 = 0 = a12 − a21  , V = M2 ( R ) .
 a21 a22  
c) W = { p(t ) = a0 + a1 x + a2 x 2 a1 + a2 − a0 = 1} , V = P2 ( R ) .

INTERSECÇÃO DE SUBESPAÇOS VETORIAIS


Seja V , + , ⋅ um espaço vetorial e sejam U, W ⊂ V, U, W ≠ φ , dois subespaços vetoriais de V .

Proposição: A intersecção de U ∩ W é um subespaço vetorial de V , + , ⋅ .

Obs: 1) Note que a união de subespaços vetoriais de V , + , ⋅ , U ∪ W não é um subespaço de V .

2) Todo espaço vetorial V possui pelo menos dois subespaços, os quais são chamados de
subespaços triviais.
São eles: U = {0} , U = V .

SOMA DE SUBESPAÇOS

Proposição: Considere o conjunto dado por: U + W = {u + w u ∈ U, w ∈ W} . Este conjunto é um


subespaço vetorial de V , chamado de subespaço soma.

Obs: Nestas condições temos que:


1) U + W = W + U ;
2) U + {0} = U ;

3) U ⊂ U + W, W ⊂ U + W .

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Definição: Seja V , + , ⋅ um espaço vetorial e sejam U, W ⊂ V, U, W ≠ φ , dois subespaços vetoriais


de V , tais que U + W = V e U ∩ W = {0} . Neste caso, dizemos que V é a soma direta de U e
W . Os subespaços U e W são ditos subespaços suplementares.
Notação: U ⊕ W
Exercício: Considere os seguintes subconjuntos de R e verifique se R é a soma direta de U e W .
3 3

Represente geometricamente os subespaços considerados.


a) U = {( x, y, 0 ) x, y ∈ R} e W = {( 0, 0, z ) z ∈ R} .

b) U = {( x, y, 0 ) x, y ∈ R} e W = {( 0, z , z ) z ∈ R} .

Proposição: Sejam U e W subespaços vetoriais de um espaço vetorial V . Então V = U ⊕ W se, e


somente se, cada vetor v ∈ V admite uma única decomposição v = u + w , onde u ∈ U e w ∈ W .

COMBINAÇÃO LINEAR

Definição: Seja V um espaço vetorial sobre R e S = {u1 , u2 ,..., un } ⊂ V . Diz-se que um vetor v ∈ V é
combinação linear dos elementos de S , se existirem escalares α1 , α 2 , ..., α n ∈ R tais que:
n
v = α1u1 + α 2u2 + ... + α n un = ∑ α j u j .
j =1

LISTA DE EXERCÍCIOS 3

1) Verifique se o vetor w = (1, 0, 0 ) é combinação linear dos vetores


u1 = (1,1,1) , u2 = ( −1,1, 0 ) e u3 = (1, 0, −1) .

2) Para qual valor de k ∈ R , o vetor v = (1, −2, k ) ∈ R 3 pode ser escrito como combinação linear dos
vetores de S , sendo S = {( 3, 0, −2 ) , ( 2, −1, −5 )} .

3) Determine condições para o vetor v = ( a, b, c ) ∈ R , para que o mesmo seja uma combinação
3

linear dos vetores u1 = (1,1, −2 ) , u2 = ( −1,0,1) e u3 = ( 0,1, −1) .

4) Verdadeiro ou Falso. Justifique.


a) (1,0,2 ) ∈ (1,0,1) , ( −1,0,0 ) 
b) 2 − t + 2t 2 ∈ 1 + t , t + t 2 

 −1 1   1 0   0 1   0 0  
c)  2 −1 ∈  0 1  ,  0 0  ,  1 0  
     
5) Verifique se os seguintes conjuntos são espaços vetoriais:

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a) 2
, (x1, y1) + (x2, y2 ) = (x1 + x2, y1 + y2 ) e α( x , y) = (α 2 x , α 2 y) .
2
b) , (x1, y1) + (x2, y2 ) = (x1 + x2, y1 + y2 ) e α( x , y) = (αx , 0) .
c) A = {(x, y) ∈ 2: y=5x } com as operações usuais. 2
 0 a  
d) A=   ∈ M (2,2) : a , b ∈ R  com as operações usuais.
  b 0 
2
e) , ( x 1 , y1 ) + ( x 2 , y 2 ) = (2 x 1 − 2 y1 ,− x 1 + y1 ) , a ( x , y) = (3ay,−ax ) .
f) 3
, {( x ,2 x ,3x ) : x ∈ R} , com as operações usuais.

6) Prove que se u, v e w ∈ V e u+v=u+w, então v=w (lei do cancelamento da adição).


7) Seja V o conjunto dos vetores geométricos do espaço. Sendo u um vetor fixo desse espaço,
mostrar que W= {αu : α ∈ R} é um subespaço vetorial de V.
8) Verifique se são subespaços vetoriais de V.

a) V= 2
, W = { ( x , y) ∈ R 2 : y = 0 }

 x y  
b) V=M2( ), W=   ∈ M 2 (R ) : y = − x  .
 z t  
c) V=Mn( ), U = {A ∈ Mn( ): At = A}, W = {A ∈ Mn( ): A T= T A}, onde T é uma matriz
dada de Mn( ).
d) V= 3
, U = { ( x, y, z) ∈ R 3 : x = z 2 }, W = { ( x, y, z) ∈ R 3 : y = x + 2 e z = 0 }
 a b 
e) V=M2( ), W=   ∈ M 2 (R ) : ad − bc ≠ 0 (matrizes inversíveis).
 c d 

f) V= Pn ( ), U={f(t) ∈ Pn ( ): f(t) tem grau maior que 2}, W={f(t) ∈ Pn ( ): f(0) = 2 f(1)}

9) Verificar que não são subespaços vetoriais do R3:


a) W = { ( x, y, z) ∈ R 3 : x = 1 }
b) W = { ( x, y, z) ∈ R 3 : x 2 + y + z = 0 }
10)Sejam U, V e W subespaços do R3, tais que U={ ( x, y, z ) ∈ R 3 : x = z },
V={ ( x, y, z) ∈ R 3 : x = y = 0 } e W = { ( x, y, z) ∈ R 3 : x + y + z = 0 }. Verifique que U + V = 3
, U+W= 3

e V + W = 3. Em algum dos casos a soma é direta.

11) Seja V Mn( ), mostrar que a intersecção dos subespaços W1 = {matrizes triangulares
superiores} e W2 = {matrizes triangulares inferiores} é um subespaço vetorial de V.

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SUBESPAÇO GERADO
Seja V um espaço vetorial sobre R e S = {u1 , u2 ,..., un } ⊂ V .

Considere o conjunto de todas as combinações possíveis de S, ou seja,


 n 
W =  ∑ α j u j α j ∈ Z, u j ∈ S  .
 j =1 
Proposição: O conjunto W como descrito anteriormente é um subespaço vetorial de V , chamado
de subespaço vetorial gerado por S . Notação: W = [ S ] .

PROPRIEDADES DOS SUBESPAÇOS GERADOS


Sejam S , S1 e S 2 conjuntos de um espaço vetorial V , + , ⋅ . Então:

P1) S ⊆ [ S ] P2) S1 ⊆ S 2 ⇒ [ S1 ] ⊆ [ S 2 ]
P3) [ S ] = [ S ] P4) [ S1 ] + [ S 2 ] = [ S1 ∪ S 2 ]

ESPAÇOS VETORIAIS FINITAMENTE GERADOS


Definição: Um espaço vetorial V , + , ⋅ é finitamente gerado se existe um sistema (ou conjunto)
finito de vetores geradores, isto é, ∃u1 , u2 ,..., un ∈ V tais que V = [u1 , u2 ,..., un ] .

Exemplo 01: O espaço R é finitamente gerado pois os vetores (1, 0, 0 ) , ( 0,1, 0 ) , ( 0, 0,1) formam um
3

conjunto de geradores para o R .


3

De fato: Seja v = ( a , b, c ) ∈ R 3 um vetor qualquer. Fazendo a combinação linear


a (1, 0, 0 ) + b ( 0,1, 0 ) + c ( 0, 0,1) , obteremos exata-mente o vetor dado. Logo qualquer vetor do espaço
R 3 pode ser gerado pelos vetores (1, 0, 0 ) , ( 0,1, 0 ) , ( 0, 0,1) . Assim, temos que o espaço é finitamente
gerado, pois é existe um conjunto com 3 geradores.
 1 0   0 1   0 0   0 0  
Exemplo 02: Considere o seguinte conjunto: S =  , , ,  .
 0 0   0 0   1 0   0 1  
Então M 2 ( R ) = [ S ] . Logo é finitamente gerado.

Exemplo 03: O espaço vetorial dos polinômios de grau menor ou igual à n é gerado pelo seguinte
conjunto de vetores:
S = {1, x, x 2 , x3 ,..., x n } .
n
De fato: Qualquer polinômio de grau menor ou igual a n , p(t ) = ∑ ak x k , é uma combinação
k =0

linear dos elementos do conjunto S .

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Lista de Exercícios 4
1. Determine o subespaço gerado por:
1 0  0 −1 
a) u = (1,1) b) S = {(1, 0, 0 ) , ( 0,1, 0 )} c) u =  , v =  .
0 1 1 0 
2. Considere os seguintes subespaços de R 3 : U = (1,0,0 ) , (1,1,1)  e W = ( 0,1,0 ) , ( 0,0,1)  .
Determine um sistema de geradores para o subespaço U ∩ W .

3. Encontre o subespaço U ∩ W, sendo dados: U = {( x, y ) x − y = 0} e


W = {( x, y ) x = 0} , subespaços do R 2 .
4. Determine um sistema de geradores para o subespaço das soluções do sistema linear abaixo:
2 x + y − 3z − t = 0

S :  x − 2 y + z + 3t = 0
3 x − y − 2 z + 2t = 0

5. Determine um sistema de geradores para os subespaços dados abaixo:

{
a) W = ax + bx + c a = b − c ⊂ P2 ( R )
2
}
 x x− y 0 
b) U =   ⊂ M2 ( R )
 0 2y 3 x  

DEPENDÊNCIA E INDEPENDÊNCIA LINEAR


Definição: Um conjunto de vetores S = {u1 , u2 , ..., un } ⊂ V é chamado de linearmente
n
independente (L.I.) se existe uma única solução para a equação: ∑α u
k =1
k k = 0 , qual seja:

α k = 0, ∀k ∈ {1,2,..., n} .
Definição: Nas mesmas condições o conjunto S é dito linearmente dependente (L.D.) se a
n
equação ∑α u
k =1
k k = 0 admite mais do que uma solução, isto é, ∃k ∈ {1,2,..., n} α k ≠ 0 .

Obs: 1) Um conjunto de vetores é L.I. se e somente se não é L.D.


2) O conjunto vazio é dito L.I., por convenção.

PROPRIEDADES
Sejam S , S1 e S 2 conjuntos de um espaço vetorial V , + , ⋅ . Então:

P1) Se {u , v} ∈ V é um conjunto L.D. então ∃α ≠ 0 v = α u , ou seja, v é combinação linear de u .

P2) Se o vetor nulo pertence ao conjunto S então S é L.D.


P3) Se u ≠ 0 e S = {u} então S é L.I.
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P4) Se S1 ⊆ S 2 e S1 é L.D. então S 2 é L.D. também.

P5) Se S1 ⊆ S 2 e S 2 é L.I. então S1 é L.I. também.

P6) Se S = {u1 , u2 ,..., un } é L.I. e para algum v ∈ V , v ∉ S , temos que S ∪ {v} é um conjunto L.D.
então v ∈ [ S ] .

P7) Se S = {u1 , u2 ,..., un } é L.D. e u j ∈  S − {u j } , para algum j ∈ {1,2,...n} então

[ S ] =  S − {u j } .
Lista de Exercícios 5
1. Determine se os conjuntos abaixo são L.I. ou L.D.
a) S = {(1,2,1) , ( 0, −1,1) , (1,1,2 )} ⊂ R 3

b) S = {(1,2 ) , ( 5,0 )} ⊂ R
2

 1 1   0 −1  −1 2  
c) S =  , ,   , para S ⊂ M 2 ( R ) .
 3 −1  0 2   1 0  
{
d) S = 1 − x,1 + 2 x − x , x + 3 x
2 2
} ⊂ P (R)
2

 p1 ( t ) = −t + t 2 , p2 ( t ) = 1 + t 3 , 
 
e) S =  p3 ( t ) = 2 − 3t , p4 ( t ) = 2t ,  ⊂ P3 ( R )
2 3

 
 p5 ( t ) = 1 + 2t − t
2 3

2. Para quais valores de m ∈ R o conjunto S = {(1,0, m ) , (1,1,2) , (1,1, m )} ⊂ R
2 3
é L.I.

BASE E DIMENSÃO
Definição: Seja V , + , ⋅ um espaço vetorial finitamente gerado. Um subconjunto finito B ⊂ V é
chamado de base de V se satisfaz as condições abaixo:
1) V = [ B ]

2) B é um conjunto L.I. de vetores.

Teorema: Seja S = {u1 , u2 , ..., un } ⊂ V um sistema de geradores do espaço vetorial V . Então


dentre os vetores de S existe uma base para V .
Proposição: Seja V um espaço vetorial gerado por um conjunto finito de vetores
{u1 , u2 , ..., un } ⊂ V . Então qualquer conjunto com mais do que n vetores é necessariamente
linearmente dependente (L.D.).
Teorema: Qualquer conjunto L.I. de vetores de um espaço vetorial V de dimensão finita pode ser
completado de modo a se tornar uma base para V .

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Obs: Segue dos resultados anteriores que qualquer conjunto de vetores geradores e L.I. do espaço
vetorial V possui o mesmo número de elementos.
Corolário: Qualquer base de um espaço vetorial V tem sempre o mesmo número de elementos.
Definição: Dado um espaço vetorial finitamente gerado, chama-se dimensão de V ao número de
vetores de uma base de V .
Exemplos:

( )=2
a) dim R
2
( )
e) dim Pn ( R ) = n + 1

b) dim ( R ) = 3 f) dim ( M ( R ) ) = 4
3
2

c) dim ( R ) = n g) dim ( M ( R ) ) = 6
n
2 x3

( )
d) dim P2 ( R ) = 3 h) dim ( M ( R ) ) = m.n
mxn

Lista de Exercícios 6
1. Verifique se os conjuntos abaixo são base para os respectivos subespaços vetoriais:
a) B = {(1,0 ) , ( 0,1)} ⊂ R 2

{
b) B = 1 + t , t + t , −1 + t , t ⊂ P3 ( R )
2 3 3
}
c) B = {(1,2,3) , ( 0,0,1) , ( −1,0,2 )} ⊂ R 3

d) B = {(1,2 ) , ( 0,1) , ( −1,0 )} ⊂ R


2

 −1 0 1  0 1 1  
e) B = 
0 0 1  ,  1 0 0  ⊂ M2 x3 ( R )
  
2. Obtenha bases e dimensões para os subespaços vetoriais abaixo relacionados:

a) W = {( x, y, z ) ∈ R 2 x + y − 3z = 0}
3

b) W = {( x, y, z , t ) ∈ R 2 x + y = 0, t = −3 z}
4

c) W = {ax + bx + c ∈ P ( R ) a + b − c = 0}
2
2

 a b  
d) W =   ∈ M 2 ( R ) 3a + b = 0 = c − d 
 c d  

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PROCESSO PRÁTICO : OBTENÇÃO DE UMA BASE DE UM SUBESPAÇO VETORIAL DO R


n

Seja W = [u1 , u2 ,..., uk ] um subespaço do espaço vetorial R . Então:


n

1) A permuta de dois vetores, dentre os geradores, não altera o subespaço gerado


W = u1 ,..., ui ,..., u j ,..., uk  = u1 ,..., u j ,..., ui ,..., uk 
2) Para cada α ∈ R , α ≠ 0 temos que:
W = u1 ,..., ui ,..., u j ,..., uk  = u1 ,..., ui ,..., ui + α u j ,..., uk 

3) Se os vetores u1 , u2 ,..., uk se apresentam na forma escalonada, eles formam um conjunto L.I. de


vetores. Logo formam uma base para W , tendo em vista que são um sistema de geradores para
W.
Lista de Exercícios 7
1. Determinar uma base e a dimensão para W, U e U + W , sendo:

W = ( 2,1,1,0 ) , (1,0,1, 2 ) , ( 0, −1,1, 4 )  e U = {( x, y, z, t ) ∈ R 4 x = 2 y, z = t}

2. Considere o sistema linear e determine uma base e a dimensão para o subespaço das
 2x − y + 2z − t = 0

soluções: S :  x + 2 y − 3 z + 2t = 0
 3x + y − z + t = 0

4
3. Achar um conjunto de geradores (sistema de geradores) dos seguintes subespaços de :
a) U = { ( x , y, z, t ) ∈ R 4 : x − y − z + t = 0 };

b) V = { ( x , y, z, t ) ∈ R 4 : x − y = z + t = 0 }.

4. Mostrar que os polinômios 1 − t , (1 − t ) 2 , (1 − t ) 3 e 1 geram P3 (R ) .


1 0  1 1   0 0
5. Verificar se as seguintes matrizes geram o espaço vetorial M2( ):   ,   ,   ,
 0 1  0 0  1 1 
 0 1
  .
1 2 
6. Consideremos no 3 os seguintes subespaços vetoriais: U = [ (1,0,0), (1,1,1) ] e
V = [ (0,1,0), (0,0,1) ]. Determinar um sistema de geradores de U ∩ V.
2
7. Escrever o vetor nulo de como combinação linear dos vetores (1,3) e (2,6).
3
8. Determinar os subespaços do gerados pelos seguintes conjuntos
a) S={(2,-1,3)}
b) A={(-1,3,2), (2,-2,1)}
c) S={(1,0,1), (0,1,1), (-1,1,0)}
d) S={(-1,1,0), (0,1,2) (-2,3,1)}
e) A= {(1,2,-1), (-1,1,0), (-3,0,1), (-2,-1,1)}

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9. Responda justificando: v=(-1,-3,2,0) ∈ [(2,-1,3,0), (1,0,1,0)] ?


10. Consideremos no espaço P2 = {at2 + bt +c: a, b, c ∈ ℜ } os vetores p1(t) = t2 – 2t + 1,
p2(t) = t + 2 e p3(t) = 2t2 – t.
a) Escrever o vetor p(t) = 5t2 – 5t + 7 como combinação linear de p1, p2 e p3.
b) Escrever o vetor p(t) = 5t2 – 5t + 7 como combinação linear de p1 e p2.
c) Determinar uma condição para a, b e c de modo que o vetor at2 + bt + c seja combinação
linear de p2 e p3.
d) É possível escrever p1 como combinação linear de p2 e p3?
11. Mostrar que os números complexos 2+3i e 1-2i geram o espaço vetorial sobre .
12. São subespaços vetoriais de C(I) os seguintes subconjuntos:U = {f ∈ C(I): f(t) = f(-t), ∀ t ∈ }
e V = {f ∈ C(I): f(t) = -f(-t), ∀ t ∈ }. Mostrar que C(I) = U ⊕ V.
13. Mostrar que é subespaço de M2( ) o subconjunto formado pelas matrizes anti-simétricas.
Mostrar também que V=M2( ) é soma direta dos subespaços das matrizes simétricas e das
anti-simétricas.
14. Mostrar que o subconjunto {1,i} é uma base de sobre .
15. No espaço vetorial 3 consideremos os seguintes subespaços: U = { ( x , y, z) ∈ R 3 : x = 0 } e
V = [(1,2,0), (3,1,2)]. Determinar uma base e a dimensão dos subespaços U, V, U+V e U ∩ W.
4
16. Determinar uma base do que contenha os vetores (1,1,1,1), (0,1,-1,0) e (0,2,0,2).
17. No espaço vetorial 3 consideremos os seguintes subespaços vetoriais: S = [(1,-1,2), (2,1,1)],
T = [(0,1,-1),(1,2,1)], U = { ( x , y, z) ∈ R 3 : x + y = 4 x − z = 0 } e V = { ( x , y, z) ∈ R 3 : 3x − y − z = 0 }.
Determinar as dimensões de : S, T, U, V, S+T, S ∩ T, T+U e T ∩ U.
18. Consideremos o subespaço vetorial de M3( ℜ ) constituído das matrizes simétricas. Determinar
uma base desse subespaço vetorial.
19. Determinar uma base e a dimensão do espaço solução do seguinte sistema:
 x−y−z−t=0

S:  2x + y + t = 0 .
 z−t=0

3
20. Para que valores de a ∈ R o seguinte conjunto é uma base de :
B={(a,1,0), (1,a,1),(0,1,a)}.
21. Mostrar que os polinômios 1, 1+t, 1-t2 e 1-t-t2-t3 formam uma base de P3( ).
22. Seja {u1, u2,..., un} uma base de um espaço vetorial V de dimensão n sobre C. Mostrar que
{u1, u2,..., un, iu1, iu2,..., iun } é uma base de V considerado como espaço vetorial sobre .

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TEOREMA DA DIMENSÃO
Teorema: Sejam U e W dois subespaços vetoriais de um espaço vetorial V , + , ⋅ , que têm
dimensão finita, então dim ( U ) ≤ dim ( V ) , dim ( W ) ≤ dim ( V ) e além disso:

dim ( U + W ) = dim ( U ) + dim ( W ) − dim ( U ∩ W ) .

Proposição: Se W é um subespaço vetorial de V , + , ⋅ tal que dim ( W ) = dim ( V ) então W = V .

COORDENADAS
Definição: Diz-se que uma base é ordenada se a ordem dos vetores é fixada.
Proposição: Dada uma base ordenada B = {u1 , u2 ,..., un } para o espaço vetorial V , cada vetor
de V é escrito de maneira única como combinação linear de B .
Definição: Seja B = {u1 , u2 ,..., un } ⊂ V uma base ordenada para V e v ∈ V um vetor onde
v = α1u1 + α 2u2 + ... + α nun . São chamados de coordenadas do vetor v ∈ V com relação à base B ,
os escalares α1 ,α 2 ,...,α n ∈ R .

 α1 
α 
Notação: [ v ]B =  2 .
 .... 
 
α n 
Lista de Exercícios 8
1. Dados os vetores abaixo, determina as coordenadas de cada um deles em relação às bases
B e canônicas dadas em cada caso:
a) v = ( 2,3, −1) ∈ R , C = base canônica, B =
3
{(1,1,1) , (1,1,0 ) , ( −1,1,0 )} .
{
b) v ( t ) = 2 + 4t + t ∈ P3 ( R ) , C = base canônica e B = 1, 1 + t , 1 + t
2 2
}.
2 3 
c) A = 
4 − 7  ∈ M 2 ( R ) , C = base canônica e
 
1 1  0 −1  1 −1  1 0  
B =   , 1 0  , 0 0  , 0 0  .
 1 1    
2. Determinar uma base e a dimensão para W, U , U + W e U ∩ W , sendo:

W = ( 2,1,1,0 ) , (1, −1,0, 2 ) , ( 0, −1,1, 4 )  e U = ( 2,0,0,1) , (1,0,0, 2 ) , (1,1,1,1) , ( 0, 2, 2,1) 

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3. Considere o sistema linear e determine uma base e a dimensão para o subespaço das
 2x + y + 2z − t = 0

soluções: S : − x + 2 y − 3 z + 2t = 0 .
 x + 3y − z + t = 0

MUDANÇA DE BASE
Sejam B = {u1 , u2 ,..., un } e D = {w1 , w2 ,..., wn } duas bases ordenadas de um mesmo espaço vetorial
V , + , ⋅ . Dado um vetor v ∈ V , ele pode ser escrito das seguintes formas:
(1) v = β1u1 + β 2u2 + ... + β nun (2) v = λ1w1 + λ2 w2 + ... + λn wn
As matrizes das coordenadas de v ∈ V com relação as bases B e D são respectivamente:
 β1   λ1 
β  λ 
(1) v =  2  (2) v =  2 
 ...   ... 
   
 βn  λn 
Como B é base de V , cada vetor wi ∈ D pode ser escrito como combinação linear dos vetores da
base B, ou seja:
 w1 = α11u1 + α 21u2 + ... + α n1un
 w = α u + α u + ... + α u

(3)  2 12 1 22 2 n2 n

 ...........................................
 wn = α1n u1 + α 2 nu2 + ... + α nnun

Substituindo (3) em (2) temos a seguinte equação:


v = λ1 (α11u1 + α 21u2 + ... + α n1un ) + λ2 (α12u1 + α 22u2 + ... + α n 2un ) + .... + λn (α1n u1 + α 2 nu2 + ... + α nn un )

que re-agrupando com relação aos vetores da base B temos:


v = ( λ1α11 + λ2α12 + ... + λnα1n ) u1 + ( λ1α 21 + λ2α 22 + ... + λnα 2 n ) u2 + .... + ( λ1α n1 + λ2α n 2 + ... + λnα nn ) un
Assim igualando as coordenadas, pois elas são únicas em relação à uma base dada, obtemos o
seguinte produto matricial:
 β1   α11 α12 ..... α1n   λ1 
  
 β 2  =  α 21 α 22 ..... α 2 n   λ2 
 ...   .....
. ou [v]B = [M ]DB [v]D .
..... ..... .....   ... 
     
 β n   α n1 α n 2 ..... α nn   λn 
Definição: A matriz [M ]B
D
descrita acima é denominada matriz de mudança da base D para a
base B.
Proposição: Se a matriz de mudança da base D = {w1 , w2 ,..., wn } ⊂ V para a base ordenada
B = {u1 , u2 ,..., un } ⊂ V é a matriz dada por [M ]DB e a matriz de mudança da base
G = {v1 , v2 ,..., vn } ⊂ V para a base D = {w1 , w2 ,..., wn } ⊂ V é a matriz dada por [M ]GD Então
temos: [M ]GB = [M ]DB [M ]GD
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α ij = 1, se i = j
Obs: 1) [ M ]B = (α ij ) tal que 
B
( Matriz identidade).
α ij = 0, se i ≠ j

B B D B
(
2) [ M ]B = [ M ]D [ M ]B isto é, [ M ]D = [ M ]B )
D −1
.

Lista de Exercícios 9
1. Considere as bases ordenadas B = {( 2, −1) , ( 3,4 )} { }
e D = (1,0 ) , ( 0,1) do R 2 . Determine

[ M ]D e [ M ]B .
B D

2. Qual a matriz de mudança da base D = {1, 1 + t} para a base canônica B = {1, t} do P1 ( R ) ?

3. Determine a matriz mudança da base B para a base D, e sua inversa, em cada caso:
a) B = {(1,1,1) , (1,1,0 ) , ( −1,1,0 )} e D = base canônica do R . 3

{
b) B = 1, 1 + t , 1 + t
2
} e D = base canônica do P ( R ) . 3

1 1  0 −1  1 −1  1 0  


c) B = 
1 1  ,  1 0  ,  0 0  ,  0 0   e D = base canônica do M 2 ( R ) .
    
4. Sejam B={(1,0,0), (0,1,0), (0,0,1)} e C={(0,1,0), (-1,0,0), (0,0,1)} bases ordenadas de 3.
Encontre as matrizes que relacionam as coordenadas de vB e vC de um mesmo vetor v ∈
3
nas bases B e C, respectivamente.Interprete geometricamente.
 0
 
a) Se vB =  0  , encontre vC.
3
 
 2
 
b) Se vC =  − 2  , encontre vB.
 0
 
 1
 
c) Se vB = 1 , encontre vC.
 1
 

1 −1 
5. Determinar as coordenadas da matriz   de M2(R) em relação à base:
2 0
1 0   0 1   0 0   0 0 
 ,  ,  ,   .
 0 1  0 0   2 0  1 2 
6. No espaço 3 consideremos as bases B = {e1, e2, e3} e C = {g1, g2, g3} relacionadas da
seguinte maneira:
g1 = e1 + e3
g2 = 2e1 + e2 + e3
g3 = e1 + 2e2 + e3.
Determinar a matriz de mudança de B para C e de C para B.

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Se as coordenadas de um vetor u em relação á base B são 1,1 e 2, quais as coordenadas


desse vetor em relação à base C?

7. A matriz de mudança da base {1 + t, 1 – t2} para uma base C ambas do mesmo subespaço
1 2 
vetorial de P2 (R ) é   . Determinar a base C.
1 − 1
8. A matriz de mudança de uma base B do 2 para a base {(1,1), (0,2)} desse mesmo espaço é
1 0 
  . Determinar a base B.
 2 3
9. Seja B = {u1, u2,..., un} uma base do espaço vetorial V e seja C = {u1, u1 – u2,..., u1 – un}.
Mostrar que C é também uma base de V. Achar as matrizes de mudança de base de B para C
e de C para B.
10. Sejam U e V subespaços vetoriais de um espaço vetorial de dimensão n. Supondo que
n n
dim U> e que dim V > , prove que: U ∩ V ≠ {0}.
2 2
11. No espaço vetorial 3 consideremos os seguinte subespaços:
U = { ( x , y, z) ∈ R 3 : x = 0 } e V={ ( x , y, z) ∈ R 3 : y − 2z = 0 } e W=[(1,1,0), (0,0,2)]. Determinar uma base e
a dimensão de cada um dos seguintes subespaços: U, V, W, U ∩ V, V+W e U+V+W.

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