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EXERCÍCIOS RESOLVIDOS - Introdução à Algebra Linear

1. Seja V = {(x, y) : x, y ∈ R}. Considere em V as operações:

(x, y) + (x1 , y1 ) = (x + x1 , y + y1 ); α(x, y) = (α x, y)

É V com tais operações um espaço vetorial?


Solução
Observemos que pelas definições de acima,

(0, 2) = (0, 1) + (0, 1) = 2(0, 1) = (2 · 0, 1) = (0, 1)

ou seja (0, 2) = (0, 1) e portanto 2 = 1 qual é falso.

2. Considere R+ o conjunto dos números reais positivos. Con-


sidere neste conjunto as operações:

x+y = xy para x, y ∈ R+

α · x = xα para x ∈ R+ e α ∈ R
Quais das condições que definem um espaço vetorial (pag. 99)
são válidas?
Solução
Exercı́cio.

3. Determinar se o conjunto W é um subespaço do espaço V :

(a) W : matrizes invertı́veis de ordem 2; V = M2×2 (R)


(b) W : soluções de AX = 0, A ∈ Mm×n (R); V = Mm×n (R)
(c) W = {(x, y) ∈ R2 : y ≥ 0}; V = R2
(d) W = {(x, y) ∈ R2 : x2 + y 2 = 0}; V = R2
(e) W = {(x, y) ∈ R2 : x2 − y 2 = 0}; V = R2
(f ) W = {a1 + a2 t + a3 t2 : a1 , a2 , a3 ∈ R; a3 6= 0}; V = P3 (R)
(g) W = {p(t) = a1 + a2 t, a1 , a2 ∈ R; 2p(0) = p(1)}; V = P2 (R)

1
Solução

(a) W não é subespaço vetorial de V . Temos que:


         
1 0 1 0 1 0 1 0 2 0
, ∈We + =
0 1 0 −1 0 1 0 −1 0 0
 
2 0
Claramente, ∈
/ W.
0 0
(b) • W 6= φ pois 0 ∈ W já que A 0 = 0.
• Se X1 , X2 ∈ W temos A(X1 + X2 ) = AX1 + AX2 = 0 + 0 = 0.
Assim, X1 + X2 ∈ W .
• Se α ∈ R e X ∈ W temos A(α X) = α AX = α0 = 0.
Assim, αX ∈ W .
Desta forma, concluimos que W é um subespaço vetorial de V .
(c) W não é subespaço vetorial de V : Sejam w = (2, 1) ∈ W e
α = −1 ∈ R. Então αw = (−2 − 1) ∈ / W.
(d) De x2 + y 2 = 0, onde x, y ∈ R, resulta x = y = 0. Assim
W = {(0, 0)}. W é um subespaço do espaço R2 como mostrado
no exemplo 9.1 na página 111.
(e) Exercı́cio.
(f) Exercı́cio.
(g) • W 6= φ. O polinômio nulo p = 0 = 0 + 0t satisfaz 2p(0) =
0 = p(1). Logo 0 ∈ W .
• Sejam p e q elementos de W . Então 2p(0) = p(1) e 2q(0) =
q(1). Dai

2(p + q)(0) = 2p(0) + 2q(0) = p(1) + q(1) = (p + q)(1)

Assim p + q ∈ W .
• Sejam p ∈ W e α ∈ R. Tem-se que 2p(0) = p(1) e

2(αp)(0) = 2αp(0) = αp(1) = (αp)(1)

Assim αp ∈ W .
Desta forma, concluimos que W é um subespaço vetorial de V .

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4. Dada a matriz real A de ordem 3, considere o conjunto

M = {y : y = Ax, x ∈ M3×1 (R)}

Determinar se M é um subespaço vetorial de M3×1 (R).


Solução

(a) M 6= φ pois para x = 0 ∈ M3×1 (R) resulta y = A 0 = 0 ∈ M .


(b) Sejam y1 , y2 ∈ M . Existem x1 , x2 ∈ M3×1 (R) tais que y1 = Ax1 e
y2 = Ax2 . Daı́,

y1 + y2 = A(x1 + x2 ) = Ax3 , sendo x3 = x1 + x2 ∈ M3×1 (R)

Desta forma y1 + y2 ∈ M .
(c) Seja α ∈ R e y ∈ M . Tem-se que, y = Ax para algum x ∈
M3×1 (R) e
αy = α(Ax) = A(αx) ∈ M
Concluimos dos items acima que o conjunto M é um subespaço
vetorial de M3×1 (R).

5. É o conjunto

W = {(x, y, z) ∈ R3 : 5x − 2y + 3z = 1} ⊂ R3

um subespaço de R3 ?
Solução
Observamos que o elemento nulo 0 = (0, 0, 0) de R3 não pertence a W
já que
5(0) − 2(0) + 3(0) = 0 6= 1
Desta forma W não é um subespaço de R3 .

6. Considere o espaço vetorial das matrizes de ordem 2, isto é,


V = M2 (R). Seja  
a b
W =
c 1
É W subespaço vetorial de V ?

3
Solução    
a b 0 0
Consideremos u = ev = elementos do conjunto
c 1 0 1
W . Resulta que,
     
a b 0 0 a b
u+v = + =
c 1 0 1 c 2
Observamos que u+ v não
 é um elemento de W já que os elementos de
a b
W são da forma .
c 1
Concluimos que W não é um subespaço vetorial do espaço V .
7. Seja V = P2 (R) o espaço vetorial dos polinômios de grau ≤ 2.
É o conjunto
W = {p(t) = a + bt + ct2 : a + b + c = 0}
um subespaço vetorial do espaço V ?
Solução
Exercı́cio.

8. (a) É o vetor v = (1, 1, 1) combinação linear dos vetores v1 =


(1, 2, 3), v2 = (3, 2, 0) e v3 = (2, 0, 0) ?
(b) É o vetor v = (1, 1, 1) combinação linear dos vetores v1 =
(1, 2, 3), v2 = (3, 2, 0) e v3 = (−1, 2, 6) ?
Solução
(a) Determinemos, se possı́vel, constantes a, b e c tais que,
av1 + bv2 + cv3 = v
ou equivalentemente,
a(1, 2, 3) + b(3, 2, 0) + c(2, 0, 0) = (1, 1, 1) = v (1)
Resulta de (1) o sistema linear,
a + 3b + 2c = 1
2a + 2b = 1
3a = 1

4
Segue que
1 1 1
a= , b= , c=
3 6 12
Podemos reescrever (1) na forma,
1 1 1
(1, 2, 3) + (3, 2, 0) + (2, 0, 0) = (1, 1, 1) = v
3 6 12
Isto nos diz que v = (1, 1, 1) é uma combinação linear dos vetores
v1 , v2 e v3 .
(b) Determinemos, se possı́vel, constantes a, b e c tais que,

av1 + bv2 + cv3 = v

ou equivalentemente,

a(1, 2, 3) + b(3, 2, 0) + c(−1, 2, 6) = (1, 1, 1) = v (2)

Resulta de (2) o sistema linear,

a + 3b − c = 1
2a + 2b + 2c = 1
3a + 6c = 1

Escalonando a matriz associada obtemos,


   
1 3 −1 | 1 1 0 2 | 0
 2 2 2 | 1  −→  0 1 −1 | 0 
3 0 6 | 1 0 0 0 | 1

(verifique!) A última linha desta matriz indica que o sistema é


impossı́vel. Desta forma, não existem constantes a, b e c tais que
se cumpra (2). Ou seja, o vetor v = (1, 1, 1) não é combinação
linear dos vetores v1 , v2 e v3 .

9. Determine m ∈ R tal que o vetor v = (1, −m, 3) seja combinação


linear dos vetores v1 = (1, 0, 2), v2 = (1, 1, 1) e v3 = (2, −1, 5).
Solução
Determinemos constantes a, b e c tais que

v = (1, −m, 3) = a(1, 0, 2) + b(1, 1, 1) + c(2, −1, 5) (1)

5
Resulta o sistema,
a + b + 2c = 1
b − c = −m
2a + b + 5c = 3
Escalonando a matriz associada ao sistema obtemos
   
1 1 2 | 1 1 0 3 | 1+m
 0 1 −1 | −m  −→  0 1 −1 | −m 
2 1 5 | 3 0 0 0 | 1−m
(verifique!)
Observando a última linha desta matriz, para que o sistema seja con-
sistente devemos ter que 1 − m = 0, ou seja m = 1.
10. No exercı́cio anterior, substituindo o valor de m, escreva v
como combinação linear de v1 , v2 e v3 .
Solução
Tomando m = 1 temos que v = (1, −1, 3). Para este valor a última
matriz do exemplo anterior é,
 
1 0 3 | 2
 0 1 −1 | −1 
0 0 0 | 0
Resulta daı́ que,
a + 3c = 2
b − c = −1

Tomando c = t vem que,


a = 2 − 3t
b = −1 + t (t ∈ R)
c= t
Para tais valores de a, b e c segue da equação (1) do exemplo anterior
que,
v = (1, −1, 3) = (2 − 3t)(1, 0, 2) + (−1 + t)(1, 1, 1) + t(2, −1, 5)
qualquer que seja t ∈ R.

6
11. Represente qualquer vetor v = (α, β) de R2 como combinação
linear dos vetores v1 = (1, 2) e v2 = (3, 4).
Ou seja, R2 é gerado pelo conjunto {v1 , v2 }.
Solução
Determinemos as constantes a e b tais que

v = (α, β) = a(1, 2) + b(3, 4)

Desta equação resulta o sistema,

a + 3b = α
2a + 4b = β

Dai
β 3β
4b − 6b = β − 2α ⇒ b = α − ea= − 2α
2 2
Assim,
3β  β
v = (α, β) = − 2α (1, 2) + α − (3, 4)
2 2
2
e portanto o espaço R é gerado pelo conjunto {v1 , v2 }.

12. É o conjunto {p1 (t) = 1, p2 (t) = t − 1, p3 (t) = (t − 1)2 } um con-


junto gerador do espaço P2 (R) ? Escreva p(t) = 1 + t2 como
combinação linear dos polinômios desse conjunto.
Solução
Seja p(t) = a+bt+ct2 um polinômio qualquer de P2 (R). Determinemos,
se possı́vel, α1 , α2 , α3 tais que,

α1 · 1 + α2 · (t − 1) + α3 · (t − 1)2 = p(t) = a + bt + ct2

Equivalentemente,

α1 +α2 t−α2 +α3 t2 −2α3 t+α3 = (α1 −α2 +α3 )+(α2 −2α3 )t+α3 t2 = a+bt+ct2

Resulta o sistema,

α1 − α2 + α3 = a
α2 − 2α3 = b
α3 = c

7
cuja solução única é

α1 = a + b + c
α2 = b + 2c
α3 = c

Podemos escrever,

p(t) = a + bt + ct2 = (a + b + c) + (b + 2c)(t − 1) + c(t − 1)2 (1)

Segue dai que o conjunto {p1 (t) = 1, p2 (t) = t − 1, p3 (t) = (t − 1)2 } é


um conjunto gerador do espaço P2 (R).
Representemos agora o polinômio p(t) = 1 + t2 como combinação linear
dos polinômios desse conjunto gerador.
Para tal obsevemos que a = 1, b = 0 e c = 1. Desta forma, de (1),

p(t) = 1 + t2 = (1 + 0 + 1) · 1 + (0 + 2 · 1)(t − 1) + 1 · (t − 1)2

ou seja,
p(t) = 1 + t2 = 2 · 1 + 2 · (t − 1) + 1 · (t − 1)2

13. É o conjunto {p1 (t) = t2 − 1, p2 (t) = t2 + 3t − 5, p3 (t) = t} um


conjunto gerador do espaço P2 (R) ? Escreva p(t) = 7t2 − 15
como combinação linear dos polinômios desse conjunto.
Solução
Exercı́cio.

14. Considere o conjunto B = {(3, 3), (4, 4)}.


É o vetor (−11, −11) combinação linear dos vetores do conjunto
B ?
Diga se o conjunto B gera R2 .
Solução

(a) Procuremos constantes a e b tais que

(−11, −11) = a(3, 3) + b(4, 4)

Equivalentemente temos a equação,

3a + 4b = −11

8
Considerando, por exemplo, a = −1 resulta b = −2 e
(−11, −11) = (−1)(3, 3) + (−2)(4, 4)
Assim o vetor (−11, −11) é combinação linear dos vetores do con-
junto B.
(b) Dado o vetor (α, β) ∈ R2 procuramos constantes a e b tais que
(α, β) = a(3, 3) + b(4, 4)
Equivalentemente, temos o sistema linear,
3a + 4b = α
3a + 4b = β
Observamos que existe solução para este sistema apenas no caso
em que α = β. Segue que o conjunto B não é um conjunto gerador
para o espaço R2 .
15. Determinar o conjunto gerador do subespaço de soluções do
sistema
x + 2y + z = 0
2x + 3y − z = 0
4x + 5y − 5z = 0
Solução
Escalonando a matriz associada ao sistema temos que,
     
1 2 1 1 2 1 1 2 1
 2 3 −1  L2 ←L 2 −2L1
−→  0 −1 −3  L3 ←L −→3 −3L2
 0 −1 −3 
L3 ←L3 −4L1
4 5 −5 0 −3 −9 0 0 0
   
1 2 1 1 0 −5
L2 ←(−1)L2 L ←L1 −2L2
−→  0 1 3  1 −→  0 1 3 
0 0 0 0 0 0
Resulta o sistema,
x − 5z = 0
y + 3z = 0

9
Tomando z = t ∈ R obtemos,

(x, y, z) = (5t, −3t, t) = (5, −3, 1)t, t ∈ R

Desta forma o conjunto solução S é gerado pelo vetor (5, −3, 1), ou
seja,
S = [(5, −3, 1)]

16. Sejam U e W subespaços do espaço vetorial V . Tem-se que a


interseção U ∩ W é um subespaço de V .
Sejam U e W os subespaços de V = R4 definidos pelos sistemas
de equações:
 
x+y+z =0 x − 2y − t = 0
U: V :
2x − y + z = 0 x−t =0

Determinar um conjunto gerador para U ∩ W .


Solução
Um elemento do subespaço U ∩ W é uma solução do sistema,

x+y+z+t= 0
2x − y + z = 0
x − 2y − t = 0
x−t= 0

Escalonando a matriz associada ao sistema obtemos,


   
1 1 1 1 1 0 0 −1
 2 −1 1 0   0 1 0 0 
 1 −2 0 −1  −→  0
   
0 1 2 
1 0 0 −1 0 0 0 0

(verifique!)
Ou seja,

x−t= 0
y= 0
z + 2t = 0

10
Desta forma, os elementos do subespaço U ∩ W são os vetores da forma

(t, 0, −2t, t), t ∈ R

Equivalentemente, o conjunto gerador para U ∩ W é {(1, 0, −2, 1)} ou


ainda,
U ∩ W = [(1, 0, −2, 1)]

17. Determinar o subespaço de R3 gerado pelo conjunto {(1, −2, −1), (2, 1, 1)}.
Solução
O vetor (x, y, z) pertence ao subespaço gerado pelos vetores (1, −2, −1)
e (2, 1, 1) se existirem constantes α e β tais que

(x, y, z) = α(1, −2, −1) + β(2, 1, 1) (1)

Para resolver esta equação escalonamos a matriz associada. Tem-se que


   
1 2 x 1 2 x
 −2 1 y  −→  0 1 2x+y 
5
−1 1 z 0 0 −x − 3y + 5z

Observando a última linha desta matriz temos que para (1) ser com-
patı́vel devemos ter que

x + 3y − 5z = 0

o qual é um plano pasando pela origem no espaço R3 .

18. É o conjunto {v1 = (1, 1, 0), v2 (0, 1, 1), v3 = (1, 0, 1)} um conjunto
gerador de R3 ? Se a resposta for positiva, determinar a, b, c ∈ R
tais que u = (3, 2, 1) = av1 + bv2 + cv3 .
Solução
Exercı́cio.

19. Determinar um conjunto gerador para cada um dos sube-


spaços W de R3

(a) conjunto dos vetores da forma (a, a, b).


(b) conjunto dos vetores da forma (a, b, a + b).
(c) conjunto dos vetores da forma (a, a, b) onde a + b + c = 0.

11
Solução

(a) Escrevemos (a, a, b) = a(1, 1, 0) + b(0, 0, 1). Então,

W = [(1, 1, 0), (0, 0, 1)]

(b) Escrevemos (a, b, a + b) = a(1, 0, 1) + b(0, 1, 1). Então,

W = [(1, 0, 1), (0, 1, 1)]

(c) Escrevemos (a, b, c) = (a, b, −a − b) = a(1, 0, −1) + b(0, 1, −1).


Então,
W = [(1, 0, −1), (0, 1, −1)]

20. Determinar um conjunto gerador para o subespaço vetorial W


das matrizes anti-simétricas 3 × 3.
Solução  
a b c
Para a matriz A =  d e f  ser anti-simétrica devemos ter que
g h i
AT = −A. Isto é,
   
a d g −a −b −c
 b e h  =  −d −e −f 
c f i −g −h −i

Desta igualdade resulta,

a = e = i = 0, b = −d, f = −h, g = −c

Desta forma,
 
 0 x y 
W =  −x 0 z  : x, y, z ∈ R
−y −z 0

Assim, um conjunto gerador para o subespaço W é,


     
 0 1 0 0 0 1 0 0 0 
 −1 0 0 ,
  0 0 0 , 0 0 1 
0 0 0 −1 0 0 0 −1 0

12
21. Determinar um conjunto gerador para o subespaço vetorial W
das matrizes anti-simétricas 3 × 3.
Solução
Exercı́cio.

22. Seja U o subespaço de R5 dado por

U = {(x1 , x2 , x3 , x4 , x5 ) ∈ R5 : x1 = 3x2 , x3 = 7x4 }

Determinar um conjunto gerador para U .


Solução
Exercı́cio.

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