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GEOMETRIA

ANALÍTICA E
ÁLGEBRA LINEAR

Professora Me. Ivnna Gurniski


Professor Esp. Fernando Marcussi
Professor Me. Anderson Leandro Zulin
Professor Me. Alexandre Shuji Suguimoto

GRADUAÇÃO

Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi

NEAD - Núcleo de Educação a Distância


Direção de Operações
Chrystiano Mincoff
Direção de Mercado
Hilton Pereira
Direção de Polos Próprios
James Prestes
Direção de Desenvolvimento
Dayane Almeida
Direção de Relacionamento
Alessandra Baron
Direção Pedagógica
Kátia Coelho
Supervisão do Núcleo de Produção de
Materiais
Nalva Aparecida da Rosa Moura
Design Educacional
Yasminn Zagonel
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Editoração
Humberto Garcia da Silva
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a
Distância:
Revisão Textual
Geometria Analítica e Álgebra Linear. Alexandre Shuji Jaquelina Kutsunugi
Suguimoto; Anderson Leandro Zulin; Fernando Marcussi; Ivnna
Gurniski.
Maringá - PR, 2015.
262 p.
“Graduação - EaD”.

1. Geometria 2. Álgebra Linear . 3. Matemática 4. EaD. I. Título.

CDD - 22 ed. 512


CIP - NBR 12899 - AACR/2

Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário


João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um
grande desafio para todos os cidadãos. A busca
por tecnologia, informação, conhecimento de
qualidade, novas habilidades para liderança e so-
lução de problemas com eficiência tornou-se uma
questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilida-
de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos-
sos farão grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar
assume o compromisso de democratizar o conhe-
cimento por meio de alta tecnologia e contribuir
para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a
educação de qualidade nas diferentes áreas do
conhecimento, formando profissionais cidadãos
que contribuam para o desenvolvimento de uma
sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi-
tário Cesumar busca a integração do ensino-pes-
quisa-extensão com as demandas institucionais
e sociais; a realização de uma prática acadêmica
que contribua para o desenvolvimento da consci-
ência social e política e, por fim, a democratização
do conhecimento acadêmico com a articulação e
a integração com a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al-
meja ser reconhecido como uma instituição uni-
versitária de referência regional e nacional pela
qualidade e compromisso do corpo docente;
aquisição de competências institucionais para
o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con-
solidação da extensão universitária; qualidade
da oferta dos ensinos presencial e a distância;
bem-estar e satisfação da comunidade interna;
qualidade da gestão acadêmica e administrati-
va; compromisso social de inclusão; processos de
cooperação e parceria com o mundo do trabalho,
como também pelo compromisso e relaciona-
mento permanente com os egressos, incentivan-
do a educação continuada.
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está
iniciando um processo de transformação, pois quan-
do investimos em nossa formação, seja ela pessoal
ou profissional, nos transformamos e, consequente-
mente, transformamos também a sociedade na qual
estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capa-
zes de alcançar um nível de desenvolvimento compa-
tível com os desafios que surgem no mundo contem-
porâneo.
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialó-
gica e encontram-se integrados à proposta pedagó-
gica, contribuindo no processo educacional, comple-
mentando sua formação profissional, desenvolvendo
competências e habilidades, e aplicando conceitos
teóricos em situação de realidade, de maneira a inse-
ri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais
têm como principal objetivo “provocar uma aproxi-
mação entre você e o conteúdo”, desta forma possi-
bilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos
conhecimentos necessários para a sua formação pes-
soal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cres-
cimento e construção do conhecimento deve ser
apenas geográfica. Utilize os diversos recursos peda-
gógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possi-
bilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente
Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e en-
quetes, assista às aulas ao vivo e participe das discus-
sões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de
professores e tutores que se encontra disponível para
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
AUTORES

Professora Me. Ivnna Gurniski


Mestre em Ensino de Ciência e Educação Matemática pela Universidade Estadual
de Londrina, especialista em Docência do Ensino Superior pela Unicesumar e
graduada em Matemática pela Universidade Estadual de Maringá. Com ampla
experiência como docente nos ensinos fundamental, médio e superior, foi
professora do Colégio Objetivo e dos cursos de graduação da Unicesumar
na modalidade presencial e a distância ministrando as disciplinas de Cálculo,
Álgebra Linear e Geometria Analítica, Estatística e Matemática Discreta. Atuou
também como coordenadora dos cursos de nivelamento de Matemática para os
graduandos de engenharia do ensino presencial.

Professor Me. Alexandre Shuji Suguimoto


Possui graduação em Matemática (licenciatura) pela Universidade Estadual
de Maringá (2003), especialização em Métodos e Técnicas de Ensino pela
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (2012) e mestrado (Profmat) pela
Universidade Estadual de Maringá (2013). Tem experiência na área de Divulgação
Científica, com ênfase em Assessoria Pedagógica para utilização dos Recursos
Tecnológicos.

Professor Me. Anderson Leandro Zulin


Possui graduação em Ciências com Habilitação em Matemática pela Faculdade
de Filosofia Ciências e Letras de Mandaguari (2001), Especialização em Educação
Matemática pela Faculdade Estadual de Educação Ciências e Letras de Paranavaí
(2003), Especialização em Educação de Jovens e Adultos e Educação Profissional
pelo Instituto Paranaense de Ensino (2008) e Mestrado Profissional em Matemática
pela Universidade Estadual de Maringá - UEM (2013).

Professor Esp. Fernando Marcussi


Possui graduação em Matemática pela Universidade Estadual de Maringá (2010)
e Especialização em Auditoria e Controladoria pelo Centro Universitário Cesumar
(2014). Atualmente é Tutor Mediador do Centro Universitário Cesumar e Professor
da União de Faculdades Metropolitanas de Maringá. Tem experiência na área de
Administração, com ênfase em Matemática Aplicada, Cálculo, com ênfase em
Arquitetura e Gestão Ambiental, e Matemática Financeira.
APRESENTAÇÃO

GEOMETRIA ANALÍTICA E ÁLGEBRA LINEAR

APRESENTAÇÃO
SEJA BEM-VINDO(A)!
SEJA BEM VINDO(A)!
Convidamos você a viajar pelo universo da Álgebra Linear e da Geometria Analı́tica. Este livro aborda os
dois assuntos organizados em cinco unidades que foram originadas a partir dos livros de Álgebra Linear,
de autoria do Professor Mestre Anderson Leandro Zulin, e Geometria Analı́tica, de autoria do Professor
Alexandre Shuji Suguimoto. Essa organização foi realizada pela Professora Ivnna Gurniski, graduada
em Matemática pela Universidade Estadual de Maringá, especialista em Docência no Ensino Superior
pela Unicesumar e mestre em Ensino de Ciência e Educação Matemática pela Universidade Estadual de
Londrina, e pelo Professor Fernando Marcussi, graduado em Matemática pela Universidade Estadual de
Maringá e especialista em Auditoria e Controladoria pela Unicesumar. Também denominada Geometria
de Coordenadas e Geometria Cartesiana, a Geometria Analı́tica é o estudo da Geometria por meio de
um sistema de coordenadas e dos princı́pios da Álgebra e da Análise. Ou seja, é a área da Matemática
em que são utilizados métodos e sı́mbolos algébricos para representar e resolver problemas geométricos!
É por meio dos conceitos da Geometria Analı́tica que podemos estabelecer uma correspondência entre
as equações algébricas e as curvas geométricas. A primeira unidade apresenta uma visão geral sobre o
conceito de vetores no plano e no espaço, fazendo o tratamento geométrico e algébrico desse conceito.
Nessa mesma unidade, definimos espaço vetorial e apresentamos conceitos que emergem dessa definição.
Na segunda unidade, apresentamos as equações da reta, equações do plano, cálculo de distância, ângulo
e posições relativas no sistema de coordenadas R3 . A terceira unidade é destinada ao estudo das cônicas
e das quádricas definidas a partir dos conceitos abordados nas unidades anteriores. Na quarta unidade,
apresentamos o estudo das matrizes, determinantes e sistemas de equações lineares. Vale salientar a
importância desse estudo para a solução de problemas práticos na área da Engenharia e na Pesquisa Ope-
racional em que a teoria das matrizes e os sistemas lineares são largamente utilizados. Na quinta e última
unidade, introduzimos o conceito de transformações lineares e autovalores e autovetores. Esperamos que
sua viagem por este universo seja bastante agradável e proveitosa, afinal a Matemática é uma atividade
humana, “inerente ao saber humano, praticada com espontaneidade, resultante de seu ambiente sociocul-
tural e determinada consequentemente pela realidade na qual o indivı́duo está inserido” (D’ AMBROSIO,
1996).

Professora Me. Ivnna Gurniski


09
SUMÁRIO

UNIDADE I

VETORES E ESPAÇOS VETORIAIS

15 Introdução

16 Vetores

20 Operação com Vetores

24 Dependência e Independência Linear

26 Expressão Analítica de um Vetor (R2 e R3)

46 Espaço Vetorial

50 Subespaço Vetorial

54 Combinação Linear

56 Base de um Espaço Vetorial

60 Dimensão

65 Considerações Finais

UNIDADE II

RETAS E PLANOS

77 Introdução

77 Sistema de Coordenadas

79 Plano no Espaço

88 Reta no Espaço

98 Distâncias

105 Considerações Finais


SUMÁRIO

UNIDADE III

CÔNICAS E QUÁDRICAS

113 Introdução

114 A Elipse

128 A Hipérbole

137 A Parábola

146 Elipsoide

150 Hiperboloide de uma folha

153 Hiperboloide de duas folhas

157 Paraboloide Elíptico

160 Paraboloide Hiperbólico

164 Superfície Cônica

167 Superfície Cilíndrica

170 Considerações Finais

UNIDADE IV

MATRIZES, DETERMINANTES E SISTEMAS LINEARES

179 Introdução

181 Matrizes

183 Igualdade de matrizes

184 Operações com matrizes

198 Permutação
11
SUMÁRIO

200 Determinante

207 Sistemas de equações lineares

212 Resolução de sistemas lineares por escalonamento

217 Considerações Finais

UNIDADE V

TRANSFORMAÇÕES, AUTOVALORES E AUTOVETORES

229 Introdução

230 Transformações Lineares

232 Núcleo e Imagem de uma Transformação Linear

234 Autovalores e Autovetores

238 Polinômio Característico

243 Considerações Finais

249 Conclusão
251 Referências
252 Gabarito
Professor Me. Anderson Leandro Zulin
Professor Me. Alexandre Shuji Suguimoto

VETORES E ESPAÇOS

I
UNIDADE
VETORIAIS

Objetivos de Aprendizagem
■■ Definir o conceito matemático de vetores como conjunto de
segmentos orientados.
■■ Apresentar as operações com vetores.
■■ Definir e identificar conjuntos linearmente dependentes e
independentes.
■■ Apresentar o conceito de base ortonormal e base canônica.
■■ Definir Espaço e Subespaço Vetorial.
■■ Estudar subespaço gerado e conjunto gerador de um subespaço
vetorial.
■■ Definir base e dimensão de um espaço vetorial.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Vetores
■■ Operação com Vetores
■■ Dependência e Independência Linear
■■ Expressão Analítica de um Vetor (R2 e R3)
■■ Multiplicação de Vetores
■■ Espaço Vetorial
■■ Subespaço Vetorial
■■ Combinação Linear
■■ Base de um Espaço Vetorial
■■ Dimensão
15

INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO

Prezado(a) leitor(a), você provavelmente já tEM algum conhecimento sobre vetor, com suas caracterı́s-
ticas, que são: módulo, direção e sentido. Também deve ter efetuado algumas operações com vetores,
principalmente na disciplina de fı́sica, ao obter, por exemplo, a força resultante que atua num determinado
corpo que se encontra sob a ação de mais de uma força aplicada sobre esse corpo. Entretanto, no Ensino
Médio, os vetores são apresentados de maneira intuitiva, sem seguir um critério rigoroso em sua definição.

Nesta unidade, vamos introduzir o conceito formal de vetores, como conjunto de segmentos orientados,
com suas operações e propriedades que possibilitam definir, posteriormente, um Espaço Vetorial, esse
último sendo a base para o estudo da disciplina de Álgebra Linear. Apresentaremos o conceito de conjun-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

tos linearmente dependentes, conjuntos linearmente independentes, a multiplicação de vetores (produto


escalar, vetorial e misto) sempre com enfoque em seus aspectos geométricos no plano R2 ou no espaço R3 .
Posteriormente, formalizaremos o conceito de Espaço Vetorial, isto é, conjuntos que também gozam das
mesmas propriedades dos vetores, a saber: os conjuntos de matrizes de mesma ordem, isto é, M3,2 (R),
M2,4 (R), Mm,n (R), o conjunto dos polinômios com coeficientes reais, de grau menor ou igual a n, esses
exemplos e outros que não mencionamos aqui, que possuem as mesmas estrutura algébricas.

As aplicações dos conceitos envolvendo os vetores e espaços vetoriais são de extrema importância nos
mais variados ramos de conhecimento, a saber: na Engenharia, nas Ciências Exatas e, particularmente,
na Fı́sica e na Matemática. É importante ter ciência de que a Geometria Analı́tica e a Álgebra Linear
são fundamentos básicos para as áreas mais modernas da geometria, tais como geometria algébrica, dife-
rencial, discreta e computacional.

Introdução
I

VETORES
VETORES
Segmentos Orientados

Algumas grandezas fı́sicas, ao serem medidas, necessitam apenas do valor numérico seguido da unidade
de medida, por exemplo: a massa, o comprimento, a área e o volume; essas são chamadas de grandezas
escalares. No entanto, existem outras grandezas que precisam de mais informações além das citadas
anteriormente, por exemplo, a força aplicada, o campo elétrico, a aceleração, a velocidade. Assim, vamos
formalizar esses conceitos. Seja r uma reta horizontal, marquemos nessa reta um ponto O, que chamaremos
de origem, o lado direito indicaremos de sentido positivo e o contrário de sentido negativo, tomando dois
pontos distintos A e B dessa reta suporte.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O segmento orientado AB é determinado pelos pontos com origem em A e extremidade em B.

O segmento BA é o segmento oposto ao AB.

Adotando uma unidade de comprimento, podemos associar ao segmento AB um número real positivo,
que chamaremos de comprimento ou módulo do segmento AB.

No caso em que A = B, chamamos de segmento nulo, em que |AB| = AB = 0.

Direção e Sentido

Sejam r e s retas paralelas, dizemos que os segmentos AB e CD têm a mesma direção, se esses segmentos
estão em retas paralelas ou estão situadas sobre uma mesma reta suporte. Agora, dois segmentos
orientados têm o mesmo sentido quando eles apontam para o mesmo lado. Note que, para compararmos
o sentido de dois segmentos, é necessário que eles tenham a mesma direção.

VETORES E ESPAÇOS VETORIAIS


17

Mesmo sentido Sentidos opostos Mesmo sentido Sentidos opostos

Segmentos Equipolentes

Dizemos que dois segmentos são equipolentes quando têm:


i) O mesmo módulo.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

ii) A mesma direção.


ii) O mesmo sentido.
Geometricamente, os segmentos AB e CD são equipolentes quando:

AB e CD estão sobre uma


ABCD é um paralelogramo mesma reta Seus pontos coincidem

Usaremos a seguinte notação AB ∼ CD para indicarmos equipolência. É fácil de verificar algumas pro-
priedades de equipolência:
i) Reflexiva: AB ∼ AB, todo segmento é equipolente a si mesmo.
ii) Simétrica: Se AB ∼ CD, então CD ∼ AB.
iii) Transitiva: Se AB ∼ CD e CD ∼ EF , então AB ∼ EF .
Como as três propriedades são verificadas, dizemos que equipolência é uma relação de equivalência.

Vetor

Dizemos que o vetor determinado por um segmento orientado AB é o conjunto de todos os segmentos
orientados equipolentes a ele.

Vetores
I

E denotaremos esse conjunto por:


�v = {XY ; XY ∼ AB}.

−−→
Outras notações para vetores são AB e B − A. Chama-se norma ou comprimento de um vetor �v e

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
indicaremos por ��v � um número real t tal que ��v � = |t|.

As caracterı́sticas de um vetor �v são as mesmas em qualquer um de seus representantes, isto é: o módulo, a
direção e o sentido. Note que, se AB é um segmento orientado e P é um ponto qualquer, então, existe um
−−→
único ponto Q, tal que AB ∼ P Q. Em particular, dado um vetor AB é sempre possı́vel obter segmentos
equipolentes a AB com origem onde acharmos mais conveniente.

−−→ −−→
Igualdade de Vetores: dois vetores AB e CD são iguais, se AB ∼ CD.
−→ −−→ −−→
Vetor Nulo: o vetor nulo é o vetor determinado por segmentos nulos, isto é, AA = BB = CC = ... e é
indicado por �0.
−−→ −−→
Vetores Opostos ou Simétricos: dado um vetor �v = AB, o vetor BA é chamado de vetor oposto (ou
−−→ −−→
simétrico), denotado por BA = −AB.
Vetor Unitário: dizemos que �v é um vetor unitário, quando sua norma é igual a 1, ou seja ��v � = 1.
Vetores Colineares: dois vetores �u e �v são colineares quando têm a mesma direção, ou seja, seus
representantes estão sobre a mesma reta, ou situadas em retas paralelas.

Mesmo sentido Sentidos opostos Mesmo sentido Sentidos opostos

VETORES E ESPAÇOS VETORIAIS


19

Vetores Coplanares: dois ou mais vetores são coplanares quando possuem representantes num mesmo
Vetores Coplanares: dois ou mais vetores são coplanares quando possuem −−→ representantes
−−→ num mesmo
−→
Vetores Coplanares:
plano. Na doisosou
figura abaixo, mais vetores
vetores �são
�u, �v e w sãocoplanares quando
coplanares, em quepossuem
�u = AD,representantes
→�v = AB
−− −−→e w
�= num−mesmo
AC.

plano. Na figura abaixo, os vetores �u, �v e w� são coplanares, em que �u−−
=
→AD, �v−− =
→ AB e w �−→
= AC.
plano. Na figura abaixo, os vetores �u, �v e w� são coplanares, em que �u = AD, �v = AB e w � = AC.

Note que dois vetores são sempre coplanares.


Note que dois vetores são sempre coplanares.
Note que dois vetores são sempre coplanares.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Nesta unidade, definimos dois conceitos matemático: segmento orientado e também vetor. Assim,
Nesta unidade, definimos dois conceitos matemático: segmento orientado e também vetor. −−→ Assim,
Nesta
dadosunidade, definimos
dois pontos dois
A e B, conceitos
reflita sobre matemático: segmento
a diferença entre orientado
o segmento e também
orientado AB e ovetor. Assim,
vetor AB.
−−→
dados dois pontos A e B, reflita sobre a diferença entre o segmento orientado AB e o vetor
−−→ AB.
dados dois pontos A e B, reflita sobre a diferença entre o segmento orientado AB e o vetor AB.

Vetores e Escalares são grandezas distintas, verifique essas diferenças no link disponı́vel em:
Vetores e Escalares são grandezas distintas, verifique essas diferenças no link disponı́vel em:
Vetores e Escalares são grandezas distintas, verifique essas diferenças no link disponı́vel
<http://www.fundacaolemann.org.br/khanportugues/ciencias/fisica/movimento em:
unidimensional/intro
<http://www.fundacaolemann.org.br/khanportugues/ciencias/fisica/movimento unidimensional/intro
<http://www.fundacaolemann.org.br/khanportugues/ciencias/fisica/movimento
ducao a vetores e escalares parte 1>. unidimensional/intro
ducao a vetores e escalares parte 1>.
ducao a vetores e escalares parte 1>.

Vetores
I

OPERAÇÃO COM
OPERAÇÃO COM VETORES
VETORES

Adição de Vetores

Sejam �u e �v dois vetores, definimos por vetor soma desses vetores e indicaremos por �s = �u + �v ao vetor
como indicado na figura abaixo:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
−−→ −−→
Assim, se AB e BC são representantes dos vetores �u e �v , respectivamente, temos
�s = �u + �v

−→ −−→ −−→
AC = AB + BC
isto é, o vetor soma �s tem origem na origem do vetor �u e extremidade na extremidade vetor �v , em que a
origem do vetor �v é a extremidade do vetor �u.

Propriedades

i) Comutativa: �u + �v = �v + �u.
ii) Associativa: (�u + �v ) + w
� = �u + (�v + w).

iii) Existência do vetor nulo �0, assim, para todo �v existe �0, tal que �v + �0 = �0 + �v = �v .
iv) Para todo vetor �v existe o vetor −�v , tal que �v + (−�v ) = �0.
Vamos demonstrar a propriedade (i) com auxı́lio da figura a seguir. Dados �u e �v , considere o paralelogramo
−−→ −−→ −−→ −−→
ABCD, em que �u = AB = DC e �v = AD = BC.

VETORES E ESPAÇOS VETORIAIS


21

−−→ −−→ −→ −−→ −−→ −→


Temos �u + �v = AB + BC = AC, por outro lado, �v + �u = AD + DC = AC, logo �u + �v = �v + �u, como
querı́amos demonstrar. Essa propriedade pode nos auxiliar geometricamente a obtermos o vetor soma,
conhecido como Regra do Paralelogramo, para tanto, procedemos da seguinte maneira: marcamos os
−−→ −−→
vetores �u = AB e �v = AD, depois traçamos duas retas paralelas aos segmentos AB e AD, cuja interseção
−→
é um ponto C, em que o vetor soma é o vetor AC.

No caso da adição de três ou mais vetores, temos uma regra bastante útil, que é a Regra do Polı́gono
Fechado. Por exemplo, dados os vetores �u, �v e w,
� o vetor soma �s tem origem na origem do primeiro
vetor com extremidade na extremidade do último vetor.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Ou seja, para n vetores o vetor soma fecha o polı́gono, formando um polı́gono com n + 1 lados.

Diferença de Vetores: definimos por diferença entre os vetores �u por �v , isto é �u − �v , o vetor d� como
sendo a soma d� = �u + (−�v ), ou seja, �u − �v = �u + (−�v ).

Operação com Vetores


I

Multiplicação de um Vetor por um Escalar (Produto por escalar)

Seja �v um vetor não nulo e k um número real (escalar), chama-se produto de um número real k pelo
vetor �v o vetor p� = k�v , cuja direção é a mesma do vetor �v . Se k > 0, o sentido é o mesmo que de �v

k=1 k>1 0<k<1

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Agora, se k é negativo, o sentido é oposto.

k = −1 k < −1 −1 < k < 0


Observe que se k�v = �0, então k = 0 ou �v = �0.

1
� obtenha o vetor �s = 2�u − �v + w.
Exemplo 1: Dados os vetores �u, �v e w, �
3

VETORES E ESPAÇOS VETORIAIS


23

Exemplo 2: Sejam ABCD vértices de um paralelogramo, M , N , O e P pontos médios dos segmentos


−→ −−→
AB, BC, CD e DA, respectivamente, escreva em termos dos vetores AP e AM os vetores:
−→
a) AC
−−→
b) N A
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

−→ −−→ −−→ −−→ −−→ −→


a) AC = AD + DC b) N A = N P + P A
−→ −−→ −−→ −−→ −→
= AP + P D + AB = BA − AP
−→ −→ −−→ −−→ −−→ −−→ −→
= AP + AP + AM + M B = BM + M A − AP
−→ −−→ −−→ −−→ −→
= 2AP + AM + AM = 2M A − AP
−→ −−→ −−→ −→
= 2AP + 2AM = −2AM − AP

Até o momento, apresentamos os vetores, a adição e subtração de vetores, bem como a multiplicação
de um vetor por um número real, particularmente em sua caracterı́stica geométrica (módulo, direção
e sentido). No entanto, precisamos definir os vetores analiticamente, ou seja, por meio de coordena-
das, mas, para definirmos o plano cartesiano, bem como o espaço R3 , esse último nosso principal objetivo,
é necessário apresentar o conceito de dependência e independência linear que será visto na próxima sessão.

Operação com Vetores


I

DEPENDÊNCIA
DEPENDÊNCIA E E INDEPENDÊNCIA
INDEPEND LINEAR
ÊNCIA LINEAR

−→ −−→
Sejam �u e �v vetores com representantes P A e P B, respectivamente. Analisemos as seguintes situações:
−→ −−→
primeiramente, se P A e P B estão sobre uma mesma reta r, então, existe um escalar k ∈ R, tal que
−−→ −→
P B = k P A, nesse caso, dizemos que o conjunto {�u, �v } é Linearmente Dependente LD, ou que os
vetores −

u e− →v são múltiplos um do outro, ou ainda que −

v é Combinação Linear de −

u , em particular,
−→ −−→ −→
dizemos que os vetores P A e P B geram uma reta, na verdade, basta um vetor não nulo P A para gerar
toda reta.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Vetores LD Vetores LI

−→ −−→ −→ −−→
Agora, se P A e P B não estão sobre uma mesma reta, então P A e P B determinam um plano π, nesse
caso, dizemos que {�u, �v } formam um conjunto Linearmente Independente LI. Assim, qualquer vetor
� ∈ π pode ser escrito como combinação linear dos vetores �u e �v , ou seja , se C pertence ao plano π
w
−−→ −−→ −→ −−→ −→
em que w� = P C, existem escalares a e b reais tais que P C = aP A + bP B e, portanto, os vetores P A e
−−→
P B geram um plano, os números a e b são as coordenadas do vetor w� em termos dos vetores �u e �v .

Considere agora 3 vetores {�u, �v , w},


� dizemos que esse conjunto é linearmente dependente se eles possuem

VETORES E ESPAÇOS VETORIAIS


25

representantes num mesmo plano, ou são colineares, assim, esses vetores geram um plano ou uma reta.
Agora, se o conjunto {�u, �v , w}
� é LI, então, esses vetores são não coplanares, logo, dado qualquer ponto M
do espaço e tomando P como ponto de origem comum aos vetores �u, �v , w,� existem escalares a, b e c tais
−−→
que o vetor P M = a�u +b�v +cw,
� ou seja, qualquer vetor do espaço pode ser escrito como combinação linear
desses três vetores LI, portanto, esse conjunto gera o espaço. Sejam �u, �v e w
� vetores com representantes
−→ −−→ −−→
P A, P B e P C, abaixo, podemos observar as seguintes situações:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Um conjunto com três ou mais vetores num plano é sempre LD. Informalmente, um vetor deve gerar a
reta para ser LI, já dois vetores devem gerar um plano para ser LI e três vetores devem gerar o espaço
para ser LI, caso contrário, serão LD. O conjunto vazio {} é linearmente independente e qualquer conjunto
que contenha o vetor �0 é LD.

Dependência e Independência Linear


I

EXPRESSÃO ANALÍTICA
ÍTICA DEDE
UMUM VETOR
(R e(R
R2 )E R3) 2 3
EXPRESSÃO ANAL VETOR

Vetores no plano R2

Fixada uma base ortonormal para o plano, cada ponto (par ordenado) (x, y) associa-se a um vetor �v =
(x, y) e, reciprocamente, cada vetor do plano pode ser associado a um par ordenado. Notação: �v =
(x, y) = x(1, 0) + y(0, 1) = x�i + y�j.
Igualdade: dois vetores �u = (x1 , y1 ) e �v = (x2 , y2 ) são iguais se x1 = x2 e y1 = y2 .
Soma: �u + �v = (x1 + x2 , y1 + y2 ).
Multiplicação por escalar: dados k ∈ R e �v ∈ R2 definimos k�v = (kx2 , ky2 ).
Dados A e B em R2 , temos:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
−−→ −→ −−→
AB = AO + OB
−−→ −→ −−→
AB = −OA + OB
−−→
AB = −(xA , yA ) + (xB , yB )
−−→
AB = (xB − xA , yB − yA )

Portanto, o vetor definido por dois pontos no plano é:

−−→
AB = (xB − xA , yB − yA )
−−→
AB = B − A
−−→ −−→
AB = OP .

VETORES E ESPAÇOS VETORIAIS


27

De maneira análoga, definimos as operações citadas anteriormente para vetores no espaço.

Vetores no espaço R3

Fixada uma base ortonormal para R3 , cada ponto (terno ordenado) (x, y, z) do espaço euclidiano associa-se
a um vetor �v = (x, y, z) e, reciprocamente, cada vetor do espaço pode ser associado a um terno ordenado.
Notação: �v = (x, y, z) = x(1, 0, 0) + y(0, 1, 0) + z(0, 0, 1) = x�i + y�j + z�k.
Igualdade: dois vetores �u = (x1 , y1 , z1 ) e �v = (x2 , y2 , z2 ) são iguais se x1 = x2 , y1 = y2 e z1 = z2 .
Soma: �u + �v = (x1 + x2 , y1 + y2 , z1 + z2 ).
Multiplicação por escalar: dados k ∈ R e �v ∈ R3 , definimos k�v = (kx2 , ky2 , kz2 ).
−−→ −−→
Dados A e B em R3 , AB = B − A = (xB − xA , yB − yA , zB − zA ) = OP , em que P corresponde ao ponto
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

P (xB − xA , yB − yA , zB − zA ).

Partindo das definições acima, é possı́vel demonstrar as propriedades a seguir, isto é, para quaisquer ve-
tores �u, �v , w
� e números reais a e b temos:

i) �u + �v = �v + �u
ii) (�u + �v ) + w
� = �u + (�v + w)

iii) �u + �0 = �u
� = �0
iv) �u + (−u)
v) a(b�v ) = (ab)�v
vi) (a + b)�u = a�u + b�v
vii) a(�u + �v ) = a�u + a�v
viii) 1�v = �v

Expressão Analítica de um Vetor (R2 e R3)


I

−−→
Exemplo 3: Sejam A = 3 e B = 5 dois pontos da reta real (eixo x) R. Definimos o vetor AB como sendo o
−−→
vetor �v = B −A, ou seja, �v = 5−3 = 2, por outro lado, seu oposto é o vetor �u = BA = A−B = 3−5 = −2.
−−→ −−→
A norma de ��v � = ��u� = |5 − 3| = 2. Note que, se C = 2 e O = 0 (origem da reta), o vetor AB = OC = 2.

−−→
Exemplo 4: Dados dois pontos A e B no plano cartesiano, definimos o vetor AB como sendo o vetor
�v = B − A, em termos de coordenadas cartesianas por �v = (xB − xA , yB − yA ). A norma do vetor é dada

por ��v � = (xA − xB )2 + (yA − yB )2 (Teorema de Pitágoras). Por exemplo, se A(1, 2) e B(5, 5), então,

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
−−→ √
temos �v = AB = (5 − 1, 5 − 2) = (4, 3), em que ��v � = 42 + 32 = 5. Observe que, se C(4, 3) e O(0, 0) é
−−→ −−→
a origem do plano cartesiano, temos AB = OC.

−−→ −−→
Marque o ponto C(4, 3), depois o vetor OC e compare com AB.

Exemplo 5: Considere o eixo real (reta x ou R), marque os pontos A = 2, B = 3 e C = 5, determine a


posição do ponto Xi para cada item, em que i = a, b, c, d.

−−→ −−→
a) AB = CXa
−−→ −−→
b) BC = AXb
−−→ −−→
c) BC = Xc A
−→ −−→
d) CA = AXd

VETORES E ESPAÇOS VETORIAIS


29

a) b) c) d)
−−→ −−→ −−→ −−→ −−→ −−→ −→ −−→
AB = CXa BC = AXb BC = Xc A CA = AXd
B − A = Xa − C C − B = Xb − A C − B = A − Xc A − C = Xd − A
3 − 2 = Xa − 5 5 − 3 = Xb − 2 5 − 3 = 2 − Xc 2 − 5 = Xd − 2
1 + 5 = Xa 2 = Xb − 2 2 = 2 − X2 2 + 2 − 5 = Xd
∴ Xa = 6 ∴ Xb = 4 ∴ Xc = 0 ∴ Xd = −1

−−→
Exemplo 6: Sejam A e B dois pontos no espaço, definimos o vetor AB como sendo o vetor �v =
B − A, cujas coordenadas são �v = (xB − xA , yB − yA , zB − zA ). A norma do vetor é dada por ��v � =

−−→
(xA − xB )2 + (yA − yB )2 + (zA − zB )2 . Por exemplo, se A(−3, −2, 1) e B(2, 4, 3), temos �v = AB =
−−→ √ √
(2 − (−3), 4 − (−2), 3 − 1) = (5, 6, 2) e ��v � = �AB� = 52 + 62 + 22 = 65.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Exemplo 7: Sejam A(−1, 2, 3), B(3, 0, −1) e C(2, 1, 1) pontos de R3 . Determine X, Y , Z e T de maneira
que:
−−→ −−→
a) AB = CX
−−→ −−→
b) CB = Y C
−→ −→
c) AC = −AZ
−−→ −→
d) BC = T B

Expressão Analítica de um Vetor (R2 e R3)


I

a) b)
−−→ −−→ −−→ −−→
AB = CX CB = Y C
B−A=X −C B−C =C −Y
(3, 0, −1) − (−1, 2, 3) = X − (2, 1, 1) (3, 0, −1) − (2, 1, 1) = (2, 1, 1) − y
(3, 0, −1) + (1, −2, −3) + (2, 1, 1) = X y = (2, 1, 1) + (2, 1, 1) − (3, 0, −1)
∴ X = (6, −1 − 3) ∴ Xb = (1, 2, 3)

c) d)
−→ −→ −−→ −→
AC = −AZ BC = T B
C − A = −(Z − A) C −B =B−T
(2, 1, 1) − (−1, 2, 3) = −Z + (−1, 2, 3) (2, 1, 1) − (3, 0, −1) = (3, 0, −1) − T
Z = (−1, 2, 3) + (−1, 2, 3) − (2, 1, 1) T = (3, 0, −1) + (3, 0, −1) − (2, 1,

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
∴ Z = (−4, 3, 5) ∴ T = (4, −1 − 3)

Exemplo 8: Sejam A(1, 1), B(−2, 0) e C(−3, −2) pontos do plano cartesiano (R2 ). Determine as coor-
denadas do ponto Xi em que i =, a, b, c, d.

−−→ −−→
a) BA = CXa
−→ −−→
b) CA = BXb
−−→ −−→
c) BC = AXc
−→ −−→
d) CA = AXd

VETORES E ESPAÇOS VETORIAIS


31

a) b)
−−→ −−→ −→ −−→
BA = CXa CA = BXb
A − B = Xa − C A − C = Xb − B
(1, 1) − (−2, 0) = Xa − (−3, −2) (1, 1) − (−3, −2) = Xb − (−2, 0)
(1, 1) + (2, 0) + (−3, −2) = Xa (1, 1) + (3, 2) + (−2, 0) = Xb
Xa = (1 + 2 − 3, 1 + 0 − 2) Xb = (1 + 3 − 2, 1 + 2 + 0)
∴ Xa = (0, −1) ∴ Xb = (2, 3)

c) d)
−−→ −−→ −→ −−→
BC = AXc CA = AXd
C − B = Xc − A A − C = Xd − A
(−3, −2) − (−2, 0) = Xc − (1, 1) (1, 1) − (−3, −2) = Xd − (1, 1)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

(−3, −2) − (−2, 0) + (1, 1) = Xc (1, 1) + (3, 2) + (1, 1) = Xd


Xc = (−3 + 2 + 1, −2 + 0 + 1) Xd = (1 + 3 + 1, 1 + 2 + 1)
∴ Xc = (0, −1) ∴ Xd = (5, 4)

Exemplo 9: Dados os vetores �u = (1, 3), �v = (1, 2) e w


� = 2�v , determine:

a) �s = �u + w

�s = �u + w

= (1, 3) + 2(1, 2)

= (1, 3) + (2, 4)

= (3, 7)

b) Mostre que os vetores �s e �t = (6, 14) são linearmente dependentes.

Sabemos que �s e �t são LD se existir k ∈ R, tal que �s = k�t. Assim, vamos tentar calcular k de maneira
que a igualdade de vetores seja verificada, ou seja

(3, 7) = k(6, 14)

(3, 7) = (6k, 14k)

da igualdade de vetores
6k = 3 e 14k = 7

1 1
k= ek=
2 2

portanto, �s e �t são LD.

Expressão Analítica de um Vetor (R2 e R3)


I

Exemplo 10: Sejam �u = (1, 1, 1) e �v = (1, 0, 2) vetores de R3 .


a) Mostre que �u e �v é LI.

Suponhamos, por absurdo, que �u e �v sejam LD, isto é, existe k ∈ R tal que

�u = k�v

(1, 1, 1) = k(1, 0, 2)

(1, 1, 1) = (k.1, 0, k.2)

(1, 1, 1) = (k, 0, 2k)

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1
ou seja, k = 1, 0 = 1 e k = , absurdo, logo �u e �v são LI.
2

b) Mostre que o vetor w


� = (5, 3, 7) pode ser escrito como combinação linear dos vetores �u e �v .

Devemos mostrar que existem números a e b tais que w


� = a�u + b�v . De fato, temos

w
� = a�u + b�v

(5, 3, 7) = a(1, 1, 1) + b(1, 0, 2)

(5, 3, 7) = (a.1, a.1, a.1) + (b.1, b.0, b.2)

(5, 3, 7) = (a, a, a) + (b, 0, 2b)

(5, 3, 7) = (a + b, a, a + 2b).

Da igualdade de vetores, obtemos o seguinte sistema:




⎪ a+b = 5



⎪ a = 3




a + 2b = 7

cuja solução é a = 3 e b = 2, ou seja, (5, 3, 7) = 3(1, 1, 1) + 2(1, 0, 2) e, portanto, w


� = 3�u + 2�v .

VETORES E ESPAÇOS VETORIAIS


33

Caros(as) cursistas, o GeoGebra é um software que é gratuito, disponı́vel para todas as plataformas
Caros(as) cursistas, o GeoGebra é um software que é gratuito, disponı́vel para todas as plataformas
(windows, linux, android etc). A qualidade e quantidade de recursos disponı́veis nesse aplicativo é
(windows, linux, android etc). A qualidade e quantidade de recursos disponı́veis nesse aplicativo é
impressionante. Assim, sugiro que utilizem sempre que possı́vel, de maneira a auxiliá-los(as), sanar
impressionante. Assim, sugiro que utilizem sempre que possı́vel, de maneira a auxiliá-los(as), sanar
dúvidas, tentem fazer com que esse programa faça parte de seus estudos, não apenas na Geometria
dúvidas, tentem fazer com que esse programa faça parte de seus estudos, não apenas na Geometria
Analı́tica, mas também nas outras disciplinas. O GeoGebra é um aplicativo indispensável, todo
Analı́tica, mas também nas outras disciplinas. O GeoGebra é um aplicativo indispensável, todo
professor de Matemática deveria conhecê-lo, existem inúmeros materiais de apoio disponı́veis na web,
professor de Matemática deveria conhecê-lo, existem inúmeros materiais de apoio disponı́veis na web,
desde apostilas, tutoriais, vı́deos, até comunidades destinadas ao uso dele. Acesse:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

desde apostilas, tutoriais, vı́deos, até comunidades destinadas ao uso dele. Acesse:
<http://www.geogebra.org/>
<http://www.geogebra.org/>
Fonte: o autor
Fonte: o autor

MULTIPLICAÇÃO DE
MULTIPLICAÇÃO DE VETORES
VETORES
MULTIPLICAÇÃO DE VETORES

Nas séries iniciais do Ensino Fundamental, aprendemos a multiplicar dois números, por exemplo, 3 × 5 =
Nas séries iniciais do Ensino Fundamental, aprendemos a multiplicar dois números, por exemplo, 3 × 5 =
15, o número 15 é chamado de produto, 3 é o primeiro fator e o número 5 é o segundo fator, nesse caso, a
15, o número 15 é chamado de produto, 3 é o primeiro fator e o número 5 é o segundo fator, nesse caso, a
multiplicação é uma operação que vem simplificar a soma de parcelas iguais, isto é, 5 + 5 + 5 = 3 × 5 = 15.
multiplicação é uma operação que vem simplificar a soma de parcelas iguais, isto é, 5 + 5 + 5 = 3 × 5 = 15.
Uma outra multiplicação é definida no Ensino Médio, particularmente no estudo das Matrizes, isto é, dadas
Uma outra multiplicação é definida no Ensino Médio, particularmente no estudo das Matrizes, isto é, dadas
duas matrizes Amp e Bpn , a multiplicação da matriz Amp pela matriz Bpn é uma matriz Cmn e denotada
duas matrizes Amp e Bpn , a multiplicação da matriz Amp pela matriz Bpn é uma matriz Cmn e denotada
por Amp × Bpn = Cmn . Perceba que, na matemática, dado um conjunto (números naturais, racionais,
por Amp × Bpn = Cmn . Perceba que, na matemática, dado um conjunto (números naturais, racionais,
reais, complexos, polinômios, matrizes, funções etc.) é natural tentar definir, primeiramente, a operação
reais, complexos, polinômios, matrizes, funções etc.) é natural tentar definir, primeiramente, a operação
da adição/subtração e, depois, a operação da multiplicação, quando isso é possı́vel, tal conjunto com essas
da adição/subtração e, depois, a operação da multiplicação, quando isso é possı́vel, tal conjunto com essas
operações torna-se um objeto de estudo bem interessante, com propriedades muitas vezes semelhantes ao
operações torna-se um objeto de estudo bem interessante, com propriedades muitas vezes semelhantes ao
estudado com os números reais.
estudado com os números reais.
Apresentaremos, nesta unidade, duas definições para multiplicação de vetores, a saber, o produto interno
Apresentaremos, nesta unidade, duas definições para multiplicação de vetores, a saber, o produto interno
(produto escalar) e, também, o produto vetorial (produto externo). O produto interno é uma função
(produto escalar) e, também, o produto vetorial (produto externo). O produto interno é uma função
binária que associa a cada par de vetores um número real (escalar), enquanto o produto vetorial é uma
binária que associa a cada par de vetores um número real (escalar), enquanto o produto vetorial é uma
função que associa a cada par de vetores um outro vetor.
função que associa a cada par de vetores um outro vetor.
O conceito de produto interno e produto vetorial é de extrema importância para o estudo do cálculo
O conceito de produto interno e produto vetorial é de extrema importância para o estudo do cálculo
vetorial, bem como nas aplicações relacionadas à fı́sica clássica, mecânica e eletromagnetismo. Existem
vetorial, bem como nas aplicações relacionadas à fı́sica clássica, mecânica e eletromagnetismo. Existem

Multiplicação de Vetores
I

muitos estudos que tentam justificar a origem das definições dessas duas operações, no entanto, ficaremos
restritos apenas a defini-los e aplicá-los conforme objetivo do curso.

Produto Interno

Vamos definir uma operação denominada de produto interno, também conhecido por produto escalar
(não confunda com produto por escalar visto na unidade anterior), essa operação associa a cada par de
vetores um número real, mas, para definir tal operação, primeiramente, precisamos de dois conceitos
relacionados aos vetores, o primeiro é o ângulo formado por dois vetores e o segundo é a norma (módulo)
−→ −−→
ou comprimento de um vetor. Assim, sejam �u e �v vetores não nulos com representantes P A e P B.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Definimos o número θ como sendo o ângulo (�u, �v ) medida em radianos (ou graus) no sentido anti-horário
(positivo) com medida 0 ≤ θ ≤ π ou em graus 0o ≤ θ ≤ 180o , assim, o ângulo (�v , �u) no sentido horário é
um ângulo negativo. A norma de um vetor é um número real t denotado por ��v � = |t| que corresponde a
distância entre os pontos P e B. Na unidade anterior, vimos como calcular a norma de um vetor, vamos
relembrar.

−−→
Exemplo 1: Na reta real (eixo x), se A = 5 e B = 8, o vetor �v = B − A = 8 − 5 = 3 e �AB� = ��v � = 3,
lembrando que dado um segmento AB sempre existe um ponto P tal que o segmento AB ∼ OP em que
O é a origem (ou ponto zero), então, em termos de coordenadas, o valor 3 corresponde a distância do P
a origem O.

−−→
No plano cartesiano R2 , dados A(xA , yA ) e B(xB , yB ), se �v = AB, a norma do vetor �v é a distância entre

VETORES E ESPAÇOS VETORIAIS


35

os pontos A e B, pondo �v = (a, b) em que a = xB − xA e b = yB − yA temos

−−→ �
�AB� = (xB − xA )2 + (yB − yA )2

��v � = a2 + b2

Analogamente, se A(xA , yA , zA ) e B(xB , yB , zB ) são pontos do R3 , pondo �v = (a, b, c) em que a = xB −xA ,


b = yB − yA e c = zB − zA , então

−−→ �
�AB� = (xB − xA )2 + (yB − yA )2 + (zB − zA )2


��v � = a 2 + b2 + c 2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Definimos como Produto Interno (ou Produto Escalar) dos vetores �u por �v ao número real dado por:


⎨ 0, se �u = �0 ou �v = �0
�u.�v =

⎩ �u�.�v�. cos θ

Observe que se �u e �v são vetores não nulos, �u.�v = �0 se, e somente se, θ = 90o , nesse caso, dizemos que �u
e �v são ortogonais (perpendiculares).

A definição anterior exige que conheçamos o ângulo θ para calcular o produto interno, no entanto, vamos
verificar um resultado interessante para calcular o produto interno sem conhecer o ângulo θ. Esse resul-
tado é válido para bases ortonormais. Faremos a demonstração desse resultado para R3 . Assim, dizemos
que o conjunto {�a, �b, �c} é uma base ortonormal se:
i) �a.�b = �a.�c = �b.�c = 0, isto é, �a, �b e �c são ortogonais entre si.
ii) ��a� = ��b� = ��c� = 1.
Em particular, a base ortonormal {�i, �j, �k} é conhecida como base canônica de R3 , em que �i = (1, 0, 0),
�j = (0, 1, 0) e �k = (0, 0, 1).

Teorema: se {�i, �j, �k} é uma base ortonormal e �u = (x1 , y1 , z1 ) e �v = (x2 , y2 , z2 ), então

�u.�v = x1 x2 + y1 y2 + z1 z2 .

e

��u� = x21 + y12 + z12 .

Multiplicação de Vetores
I

De fato,
De fato,
De fato,
�u.�v = (x1�i + y1�j + z1�k).(x2�i + y2�j + z2�k)
�u.�v = (x1�i�+�2y1�j�+ z1��k).(x � y2�j + z2�k)
�� + x212i�zi+�i�ky+ �i + y1 y2�j 2 + y1 z2�j�k + z1 x2�k�i + z1 y2�k�j + z1 z2�k 2
� 1 xz22�j�k)
�u.�v = x(x11xi2+i y+1 jx+
1 y2zi1jk).(x 2+ 2 jy+
= x1 x2 i�2+ x1 y2 i�j�+ x1 z2 i�k�+ y1 x2 j�i�+ y1 y2�j�22+ y1 z2�j��k�+ z1 x2�k��i�+ z1 y2�k��j�+ z1 z2�k�22
�2 � � �� � �
= x1 x2 .1 i + x1 y2 .0 ij + x1 z2 .0 ik ++ yy11xx22.0
j i+ + yy11yy22.1
j ++yy11zz22.0j k++z1zx1 x
2 .0
2 k+
i +z1zy12y.0
2 k+ j+z1 z21.1
z2 k
= x1 x2 .1 + x1 y2 .0 + x1 z2 .0 + y1 x2 .0 + y1 y2 .1 + y1 z2 .0 + z1 x2 .0 + z1 y2 .0 + z1 z2 .1
= x1 x2 .1 ++ y1xy12y+
2 .0z1+z2x. 1 z2 .0 + y1 x2 .0 + y1 y2 .1 + y1 z2 .0 + z1 x2 .0 + z1 y2 .0 + z1 z2 .1
= x 1 x 2 + y 1 y 2 + z1 z2 .
= x 1 x 2 + y 1 y 2 + z1 z 2 .
Além disso, pondo �v = �u, temos
Além disso, pondo �v = �u, temos
Além disso, pondo �v = �u, temos
�u.�u = ��u�.��u�. cos 0 = x21 + y12 + z12
�u.�u = ��u�.��u�. cos 0 = x212+ y122+ z122
�u.�u = ��u�.��u�. cos 0 = x1 + y1 + z1

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
e, portanto,

e, portanto, ��u� = x21 + y12 + z12 .
e, portanto,

��u� = x212+ y122+ z122.
��u� = x1 + y1 + z1 .
De maneira análoga, a partir da definição de produto interno �u.�v = ��u���v �. cos θ, podemos mostrar
De maneira análoga, a partir da definiçãoou sejade produto
= x1 .xinterno �u.�v �u==��u xu���evv�.
�v�.cos θ, ,podemos mostrar
que o resultado
De maneira é válido
análoga, na reta
a partir da R, definição �u.�
de vproduto , em que
2interno �u.�v = �� 1��� =
cosxθ, e também
2 podemos em R2
mostrar
que
�que o resultado
u.�v =o xresultado é válido na reta R, ou seja �
u .�
v = , y2x).1 .x2 , em que �u = x1 e �v = x2 , e também emRR2
x 1 .x 2 , em que �
u = x 1 e �
v = x 2 , e também em 2
1 .x2 + y1 .y , em que
é 2válido na �ureta
= (xR, 1 , you1) e �v =�u(x
seja .�v 2=
�u.�v = x1 .x2 + y1 .y2 , em que �u = (x1 , y1 ) e �v = (x2 , y2 ).
�u.�v = x1 .x2 + y1 .y2 , em que �u = (x1 , y1 ) e �v = (x2 , y2 ).

É possı́vel definir produto interno como no resultado do Teorema anterior, ou seja, por definição, o
Éproduto
possı́velinterno
definiréproduto
.�v = x1interno como noRresultado do Teorema
2 , por exemplo) e �u.�v =anterior,
x1 .x2 + you .yseja,
+ z1por definição, o
3 ), e como
É possı́vel definir �uproduto .x 2 + y1 .ycomo
interno 2 (emno resultado do Teorema anterior, ou
1 2seja, .z2 (R
por definição, o
produto internoobtém-se
consequência é �u.�v = xo .x2 + y1 .y2�u(em
1resultado .�v = R��u2,���
2 por
v exemplo)
�. cos θ. e �u.�v livros
Alguns = x1 .xusam
2 + y1a.y2notação
+ z1 .z2 < 3
(R�u3),
, �
v e>como
para
produto interno é �u.�v = x1 .x2 + y1 .y2 (em R , por exemplo) e �u.�v = x1 .x2 + y1 .y2 + z1 .z2 (R ), e como
consequência
indicar obtém-se
o produto
consequência interno.
obtém-se Acesse: �u�u.�v.�v==��
o resultado
o resultado
u���v �. cos θ. Alguns livros usam a notação < �u, �v > para
��u���v �. cos θ. Alguns livros usam a notação < �u, �v > para
indicar o produto interno. Acesse:
<http://www.sato.prof.ufu.br/LeisKepler/node4.html>
indicar o produto interno. Acesse:
<http://www.sato.prof.ufu.br/LeisKepler/node4.html>
Fonte: o autor
<http://www.sato.prof.ufu.br/LeisKepler/node4.html>
Fonte: o autor
Fonte: o autor

Propriedades:
Propriedades:
Propriedades:
i) �u.�v = �v .�u;
i)ii)�u.�v= .�v�v)�v.�u.�;
i) �uk(�
.�vu= =u;(k�u).�v ; ∀x ∈ R
ii)
iii) k(�
�uu.(�
.�vv) + v ; ∀x �u∈.w
= �(k�u=).��u R
ii) k(� u.� v ) =w) (k�u).�v.�v; +
∀x ∈�R
iii) �u.(�v + w) � = �u.�v + �u.w �
iii) �u.(�vmostrar
Vamos + w) � =a�u.� v + �u.w

propriedade do item (i). Sejam �u = (x1 , y1 , z1 ) e �v = (x2 , y2 , z2 ) vetores em R3 , temos:
Vamos mostrar a propriedade do item (i). Sejam �u = (x1 , y1 , z1 ) e �v = (x2 , y2 , z2 ) vetores em R33, temos:
Vamos mostrar a propriedade do item (i). Sejam �u = (x1 , y1 , z1 ) e �v = (x2 , y2 , z2 ) vetores em R , temos:

VETORES E ESPAÇOS VETORIAIS


37

�u.�v = x1 x2 + y1 y2 + z1 z2

= x2 x1 + y2 y1 + z2 z1 (a multiplicação nos reais é comutativa)

= �v .�u

Exemplo 2: Determine o produto interno entre os vetores:


a) �u = (1, 3) e �v = (2, 5).
Temos

�u.�v = (1, 3).(2, 5)

= 1.2 + 3.5

= 2 + 15
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

= 17

b) �u = (1, −2, 4) e �v = (−3, −1, 2)

�u.�v = (1, −2, 4).(−3, −1, 2)

= 1.(−3) + (−2).(−1) + 4.2

= −3 + 2 + 8

=7

c) �a = 2�i − �j + 3�k e �b = �i + �k

�a.�b = (2, −1, 3).(1, 0, 1)

= 2.1 + (−1).0 + 3.1

=2+0+3

=5

−−→ −→
Exemplo 3: Sejam A(3, 1), B(5, 3) e C(0, 4), mostre que os vetores AB e AC são ortogonais.
Dois vetores são ortogonais se o ângulo formado por eles é igual a 90o , como cos 90o = 0, então devemos
−−→ −→ −−→ −→
ter AB.AC = 0. Assim, temos AB = (5 − 3, 3 − 1) = (2, 2) e AC = (0 − 3, 4 − 1) = (−3, 3), logo

−−→ −→
AB.AC = 2.(−3) + 2.3 = −6 + 6 = 0

Multiplicação de Vetores
I

Exemplo 4: Determine a norma dos vetores:


a) �u = (−3, 5)
Temos que a norma de um vetor é dada por

 √
��u� = (−3)2 + 52 = 9 + 25

portanto,

��u� = 34


b) �v = ( 2, 0, −3)
Em R3 temos
√

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
√ √
��v � = ( 2)2 + 02 + (−3)2 = 2 + 0 + 9 = 11

Exemplo 5: Se �u = (1, 1, 4) e �v = (−1, 2, 2), determine o ângulo formado por esses vetores.
Seja θ o ângulo formado pelos vetores �u e �v , como �u.�v = ��u���v � cos θ, logo

�u.�v
cosθ = (∗)
��u���v �
√ √ √
Assim, temos �u.�v = 1.(−1) + 1.2 + 4.2 = −1 + 2 + 8 = 9, ��u� = 12 + 12 + 42 = 18 = 3 2 e
 √
��v � = (−1)2 + 22 + 22 = 1 + 4 + 4 = 3, logo, substituindo em (∗) os resultados obtidos resultam que

9 1 2
cos θ = √ =√ =
3 2.3 2 2

como 0 < θ < 180o , então θ = 45o .

Perceba que tomamos dois vetores �u e �v em R3 e, a partir de suas coordenadas, obtivemos o ângulo
formado por eles sem mesmo ter que desenhá-los.

VETORES E ESPAÇOS VETORIAIS


39

No
NoEnsino
EnsinoFundamental,
Fundamental,ééensinada
ensinadaaaregra
regrados
dossinais
sinaispara
paramultiplicação,
multiplicação,isto
istoé,é,negativo
negativocom
comnegativo
negativo
dá
dápositivo,
positivo,positivo
positivocom
comnegativo
negativodá
dánegativo
negativoetc.
etc. Observe
Observealguns
algunsvetores
vetoresna retaR,
nareta R,verifique
verifiquequais
quais
osospossı́veis
possı́veisângulos
ângulosformados
formadospor
poreles
elese,e,utilizando
utilizandoaadefinição
definiçãode
deproduto
produtointerno,
interno,tente
tenteexplicar
explicaraa
regra
regrados
dossinais.
sinais.
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Produto
ProdutoVetorial
Vetorial

Vimos,
Vimos,na
naseção
seçãoanterior,
anterior,que
queooproduto
produtointerno
internoassocia
associacada
cadapar
parde
devetores
vetoresaaum
umnúmero
númeroreal.
real.Veremos
Veremos
agora
agorauma
umaoperação
operaçãochamada
chamadade
deProduto
ProdutoVetorial
Vetorial(ou
(ouProduto
ProdutoExterno)
Externo)que,
que,aacada
cadapar
parordenado
ordenadode
de
vetores
vetores(�u
(�u, �,v�v) )no
noespaço,
espaço,associa-se
associa-seum
umvetor
vetorindicado por�u�u××�v�v. .
indicadopor

Definição:
Definição: Dados
Dadosdois
doisvetores
vetores�u�u==(x
(x1 1, ,yy1 1, ,zz1 1) )ee�v�v==(x
(x2 2, ,yy2 2, ,zz2 2),),nessa
nessaordem,
ordem,ooproduto
produtovetorial
vetorialde
de�u�u
por
por�v�vdenotado por�u�u××�v�vresulta
denotadopor resultaem
emum
umvetor
vetorcom
comasasseguintes
seguintespropriedades:
propriedades:
i)i)��
uu××�v�v��==��
�� uu�.��
�� vv�.|sen(�
�.�� uu, �,v�v)|;
�.|sen(� )|;
ii)�u�u××�v�vééperpendicular
ii) perpendicularao
aoplano
planogerado
geradopor
por�u�uee�v�v; ;
iii)
iii)OOsentido
sentidodo vetor�u�u××�v�vpode
dovetor podeser
serindicado
indicadopela
pelaregra
regrada
damão
mãodireita.
direita. Isto
Istoé,é,suponhamos
suponhamosque
que�u�uee�v�v
determinam
determinamum
umplano
planohorizontal,
horizontal,como
comona
nafigura
figuraaaseguir:
seguir:

Com
Comaamão
mãodireita,
direita,indicamos
indicamospor
por�u�u(dedo
(dedoindicador),
indicador),�v�v(dedo médio)ee�u�u××�v�v(o(opolegar
(dedomédio) polegarextendido),
extendido),esse
esse
último
últimoindica
indicaoosentido
sentidodo vetor�u�u�
dovetor vv. .Por
� Poroutro
outrolado, produto�v�v××�u�utem-se
lado,ooproduto tem-se�v�v(dedo
(dedoindicador),
indicador),�u�u(dedo
(dedo
médio)ee�v�v××�u�u(polegar)
médio) (polegar)aponta
apontapara
paraoosentido
sentidooposto
opostoao
aoanterior,
anterior,ou seja,�u�u××�v�v==−�
ouseja, vv××�u�u. .
−�

OOitem
item(i)
(i)indica
indicaque
queaanorma
normado
doproduto
produtovetorial
vetorialcorresponde
correspondeààárea
áreado
doparalelogramo
paralelogramoABCD.
ABCD.

Multiplicação de Vetores
I

As coordenadas do produto vetorial podem ser obtidas com auxı́lio do cálculo simbólico de um “determi-
nante”. Ou seja, se �u = (x1 , y1 , z1 ) e �v = (x2 , y2 , z2 ), o produto vetorial �u × �v é dado por

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
� �
� �
� �i �j �k � �� �









� � �
� � � y1 z1 �� � x1 z1 �
� �
� x 1 y1 �
� ��
�u × �v = �� x1 y1
�=�
z1 � � � �
i − � � �
j + � �k
� � � y z �� � �
� x2 z2 �
� �
� x 2 y2 �
� � 2 2
� x 2 y2 z2 �

ou ainda ⎛� � � � � �⎞
� � � � � �
� � � x1 z1 � � x1 y1 �
⎜� y1 z1 � � � � �⎟
�u × �v = ⎝� �,−� �,� �⎠
� � � � � �
� y2 z2 � � x 2 z2 � � x 2 y 2 �

portanto, em termos de coordenadas temos

�u × �v = (y1 z2 − y2 z1 , −(x1 z2 − x2 z1 ), x1 y2 − x2 y1 ) .

Propriedades:

i) �u × �u = �0, ∀ �u
ii) �u × �v = −�v × �u
iii) �u × (�v + w)
� = �u × �v + �u × w

iv) (m�u) × �v = m(�u × �v )
v) �u × �v = �0 se, e somente se, um dos vetores é nulo, ou u e v são colineares (paralelos)
vi) O vetor �u × �v é ortogonal aos vetores �u e �v .

Vamos provar a propriedade (ii) utilizando as propriedades dos determinantes, isto é, quando trocamos

VETORES E ESPAÇOS VETORIAIS


41

de posição duas linhas, seu determinante muda o sinal, ou seja


   
   
 �i �j �k   �i �j �k 
   
   
�u × �v =  x1 y1 z1  = −  x2 y2 z2  = −�v × �u
   
   
 x2 y2 z2   x1 y1 z1 

Exemplo 6: Sejam �u = (2, 1, 1) e �v = (−1, 0, 2) vetores de R3 , calcule o produto vetorial entre esses
vetores.

Sabemos que  
 
 �i �j �k   









  
   1 1   2 1   2 1 
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

  �  �  �
�u × �v =  2 1 1  =  i −  j +  k
   0 2   
 −1 2 
 
 −1 0 
 
 −1 0 2 

�u × �v = 2�i − (4 + 1)�j + �k = (2, −5, 1)

Geometricamente, temos

Multiplicação de Vetores
I

Exemplo 7: Calcule a área do paralelogramo determinada pelos vetores �u = (2, 1, 1) e �v = (−1, 0, 2).
Exemplo
Exemplo 7: Calcule a área dodo
paralelogramo determinada pelos vetores �u = (2, 1, 1) e �v = (−1, 0, 2).
Sabemos que7:a área
Calcule a área
do paralelogramoparalelogramo
é dada por:determinada pelos vetores �u = (2, 1, 1) e �v = (−1, 0, 2).
Sabemos que
Sabemos a área dodoparalelogramo é dada por:
Exemplo 7:que a área
Calcule paralelogramo
a área é dada
do paralelogramo por:
determinada pelos vetores �u = (2, 1, 1) e �v = (−1, 0, 2).
A = ��u × �v �
Sabemos que a área do paralelogramo é dada por:
AA==��u��
×
u�v ��v �

e do item anterior temos A = ��u × �v �


e do item anterior temos 
e do item anterior temos A = 22 + (−5)2 + 12
AA== 222+2 (−5) +
2 2
2 1 2
e do item anterior temos √ + (−5) + 1
A= √4 + 25 + 1
A =A =22 +4√(−5) 2 + 12
A= + 2525
4√+ ++ 11
A = √30

A = A 4=+ 25√+ 1
A = 3030

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A = 30

Vimos que o produto interno pode ser definido na reta R, no plano R2 , no espaço R3 , no entanto, o
3 . R, planoRda
Vimos 2 , no espaço R3 , no entanto, o
Vimosque
produto queo oproduto
vetorial produto interno
internopode
é por definição
serserdefinido
pode
um vetor definidonanareta
do espaço Rreta R,nonoaplano
Qual parte R2 ,definição queR garante
no espaço 3 , no entanto, o
isso?
produto vetorial é por definição um vetor dodo
espaço R . 3Qual
3 a parte dadadefinição que garante isso?
produto
Vimos que ovetorial
produto é por definição
interno pode um
ser vetor
definido na reta RR,. no
espaço Qual
planoa parte
R2 , no definição
espaço R3que
, nogarante
entanto,isso?
o
produto vetorial é por definição um vetor do espaço R3 . Qual a parte da definição que garante isso?

No aplicativo GeoGebra, é possı́vel definir um vetor dados dois pontos, além disso, é possı́vel efetuar
NoNoaplicativo
aplicativoGeoGebra,
GeoGebra, é possı́vel definir
é possı́vel definir umumvetor dados
vetor dadosdois
doispontos,
pontos,além
alémdisso,
disso,é possı́vel
é possı́velefetuar
efetuar
as operações usuais com vetores, adição, produto por escalar, e também efetuar as multiplicações dos
asas
operações usuais
operações com
usuais comvetores,
vetores,adição, produto
adição, produtopor escalar,
por escalar,e também
e também efetuar
efetuaras multiplicações
as multiplicações dos
vetores
No (Produto
aplicativo Escalaréepossı́vel
GeoGebra, Produtodefinir
Vetorial). Acesse
um vetor o linkdois
dados e veja a dica
pontos, paradisso,
além obteré as efetuardos
multiplicações
possı́vel
vetores (Produto Escalar e Produto Vetorial). Acesse o link e veja a dica para obter asasmultiplicações
devetores
as vetores.(Produto
operações Escalar
usuais com e Produto
vetores, Vetorial).
adição, produto Acesse o link
por escalar, eetambém
veja a dica para
efetuar asobter multiplicações
multiplicações dos
dede
vetores.
vetores.
vetores (Produto Escalar e Produto Vetorial). Acesse o link e veja a dica para obter as multiplicações
<http://forum.geogebra.org/viewtopic.php?f=19&t=24153>
<http://forum.geogebra.org/viewtopic.php?f=19&t=24153>
<http://forum.geogebra.org/viewtopic.php?f=19&t=24153>
de vetores.
Acesso em: 12 dez. 2014.
Acesso
Acessoem:em:1212
dez.
dez.2014.
2014.
<http://forum.geogebra.org/viewtopic.php?f=19&t=24153>

Acesso em: 12 dez. 2014.

Produto Misto
Produto
ProdutoMistoMisto
Para definirmos o Produto Misto, lembremos que o cálculo do produto interno está associado a um número
Para
Produto
Para definirmos
Mistoo Produto
definirmos o Produto Misto, lembremos
Misto, lembremos que o cálculo
que oO do produto
cálculo interno está associado a um número
real, enquanto o produto vetorial nos dá um vetor. termodo produto
misto interno
indica que está
esse associado a um número
produto envolverá os
real, enquanto o produto vetorial nos dá um vetor. O termo misto indica que esse produto envolverá os
Para definirmos o Produto Misto, lembremos que o cálculo do produto interno está associado a um número os
real,
dois enquanto
tipos de o produto
multiplicação. vetorial nos dá um vetor. O termo misto indica que esse produto envolverá
dois
doistipos dede
tipos multiplicação.
real, enquanto omultiplicação.
produto vetorial nos dá um vetor. O termo misto indica que esse produto envolverá os
dois tipos de multiplicação.

VETORES E ESPAÇOS VETORIAIS


43

Definição: Sejam �u = (x1 , y1 , z1 ), �v = (x2 , y2 , z2 ) e w


� = (x3 , y3 , z3 ) vetores no espaço, o produto misto
é uma operação que a cada terno ordenado associa-se a um número real denotado por

� = (�u × �v ).w.
[�u, �v , w] �

A interpretação geométrica é que o módulo do produto misto corresponde ao volume do paralelepı́pedo


definido pelos vetores �u, �v e w.

|[�u, �v , w]|
� = ��u × �v �.�w�.|
� cos(�u × �v , w)|

Observe o paralelepı́pedo ABCDEF GH definido pelos vetores �u, �v e w,


� como na figura abaixo:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Assim, ��u × �v � corresponde à área do paralelogramo ABCE e �w�.|


� cos(θ)| é a altura no paralelepı́pedo,
em que θ = (�u × �v ), w.
� Pensando ainda em termos de volume, note que se os vetores �u, �v e w
� são
coplanares, então, o volume do sólido se degenera, ou seja, seu volume é igual a zero. Utilizando o mesmo
raciocı́nio, podemos dizer que os pontos ABCD estão no mesmo plano se o produto misto também é igual
a zero.

Uma forma prática de calcular o produto misto é utilizando o determinante a seguir


 
 
 x1 y1 z1 
 
 
� =  x2 y2 z2  .
[�u, �v , w]
 
 
 x3 y3 z3 

Vamos verificar a validade dessa igualdade, temos:

(�u × �v ) .w
� = (y1 z2 − y2 z1 , −(x1 z2 − x2 z1 ), x1 y2 − x2 y1 ) .(x3 , y3 , z3 )

� = x3 (y1 z2 − y2 z1 ) − y3 (x1 z2 − x2 z1 ) + z3 (x1 y2 − x2 y1 )


(�u × �v ) .w

Multiplicação de Vetores
I

ou seja,  
 
 x1 y1 z1 
 
 
� =  x2 y2 z2 
(�u × �v ) .w
 
 
 x3 y3 z3 

portanto,  
 
 x1 y 1 z 1 
 
 
� =  x2 y2 z2 
[�u, �v , w]
 
 
 x 3 y 3 z3 

Exemplo 8: Mostre que os vetores �u = (−1, −3, −1), �v = (2, 3, −1) e w


� = (−1, 0, 2) são coplanares (LD).

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Os vetores �u, �v e w
� são coplanares se [�u, �v , w]
� = 0, assim temos:

 
 
 −1 −3 −1 
 
 
� =  2
[�u, �v , w] 
3 −1  = −1(6 − 0) + 3(4 − 1) − 1(0 + 3) = −6 + 9 − 3 = 0.
 
 
 −1 0 2 

Exemplo 9: Verifique se os pontos A(0, 0, 2), B(1, 0, 0), C(−1, −3, 1) e D(−2, −3, 3) estão situados no
mesmo plano.
−−→ −→ −−→
Os pontos dados são coplanares se os vetores AB, AC e AD forem coplanares, da definição de produto
misto, temos:
 
 
 1−0 0 − 0− 0 − 2 

−−→ −→ −−→  
[AB, AC, AD] =  −1 − 0 −3 − 0 1 − 2 

 
 
 −2 − 0 −3 − 0 3 − 2 
 
 
 1 0 −2 

 
=  −1 −3 −1 

 
 
 −2 −3 1 

= 1(−3 − 3) − 0(−1 − 2) − 2(+3 − 6)

=0

−−→ −→ −−→
portanto, como [AB, AC, AD] = 0, segue que os pontos dados são coplanares.

VETORES E ESPAÇOS VETORIAIS


45

Exemplo 10: Determine o volume do paralelepı́pedo que tem um dos vértices no ponto A(0, 0, 0) e três
vértices adjacentes
Exemplo 10: 10: B(0, 2,
Determine o 0), C(4, do
volume 0, 0) e D(0, 0, 2). que tem um dos vértices no ponto A(0, 0, 0) e três
paralelepı́pedo
Exemplo Determine o volume do paralelepı́pedo que tem um dos vértices no ponto A(0, 0, 0) e três
vértices adjacentes
vértices B(0,B(0,
adjacentes 2, 0),
2, C(4, 0, 0)0,e0)D(0,
0), C(4, 0, 2).
e D(0, 0, 2). 
 
 0−0 2−0 0−0 

    
−−→ −→ −−→   
[AB, AC, AD] = 0 4− 0 20 0−− 0 00 0−− 0 0 
   − 00 − 20 − 00 −
−−→−− −→ − −
→     
[AB, → −AD]
AC, → −−→=  =4 0− −0 0 0 0−−0 0 0 2−−0 0  
[AB, AC, AD] 4 − 0 0 − 0 0 −
    0 
   
 0 −  0 0 −  0 2 − 0  
 0 0 2− 00 0 − 0 2 − 0
     
 
= 0 4 2 0 0 0  
   0 2  0 
   
=  =4 0 0 0 0 2  
  4 0  0 
   
= 0(0
0  0−0 0)20 − 2(8
2  − 0) + 0(0 − 0)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

==0(0 − 0)−−0)2(8
−16
= 0(0 − 0)−+0)0(0
− 2(8 − 0)− 0)
+ 0(0
 −−→ −→ −−→ 
 = −16
[AB, AC, AD] = = 16−16
 −−→  
  −− −
→→−−−→−−
→ → 
[AB, AC,AC,
[AB,  = 16
AD]AD] = 16

A multiplicação de vetores tem ampla aplicação no ramo da fı́sica, a saber as Equações de Maxwell.

A<https://www.youtube.com/watch?v=WoZ8kCGQZEE>
multiplicação de vetores
A multiplicação temtem
de vetores ampla aplicação
ampla no ramo
aplicação da fı́sica,
no ramo a saber
da fı́sica, as Equações
a saber de Maxwell.
as Equações de Maxwell.
<https://www.youtube.com/watch?v=WoZ8kCGQZEE>
<https://www.youtube.com/watch?v=WoZ8kCGQZEE>

Uma propriedade interessante do produto misto é que, dados �u, �v e w,


� esses vetores são coplanares
se [�upropriedade
Uma , �v , w]
� = 0, ou seja, essesdo
interessante três vetoresmisto
formam um dados
conjunto
�u, �vLD. �Agora, se [�u, �v , w] � �=coplanares
0, então, o
Uma propriedade interessante produto
do produto mistoé que,
é que, dados �u,e �vw,
e esses
w, vetores
� esses vetores são são coplanares
seconjunto
[�u
se, �v[�u
, w] é LI
,��v ,=w]
(nãoseja,
� 0,=ou
coplanares).
esses
0, ou seja, esses
Portanto,
trêstrês
vetores dados três
formam
vetores formam
vetores noLD.
um um
conjunto espaço,
conjunto LD.
podemos
Agora, se [�u
Agora,
verificar
se, �v[�u ,��v ,�=
, w] se eles são
� 0,�=então,
w] o o
0, então,
LI ou LD
conjunto analisando
é LI o valor doPortanto,
produto misto.
conjunto é (não coplanares).
LI (não coplanares). dados
Portanto, trêstrês
dados vetores no espaço,
vetores podemos
no espaço, verificar
podemos se eles
verificar são são
se eles
LIFonte:
ou
LI LD analisando
ouoLDautor o valor
analisando do produto
o valor misto.
do produto misto.
Fonte: o autor
Fonte: o autor

Multiplicação de Vetores
I

ESPAÇO VETORIAL
ESPAÇO VETORIAL
Definição: (Espaço Vetorial): Considere um conjunto V no qual estão definidas duas operações: uma
adição, que a cada par de elementos u e v de V associa um elemento u + v de V , chamado soma de u e v,
e uma multiplicação por escalar, que a cada número real α e a cada elemento v de V associa um elemento
αv de V , chamado produto de α por v. Dizemos que o conjunto V munido dessas operações é um espaço
vetorial real se são satisfeitas as seguintes condições para u, v e w de V e para α e β reais:

i) u + v = v + u - comutatividade.

ii) u + (v + w) = (u + v) + w - associatividade.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
iii) Existe 0 ∈ V tal que u + O = u - existência de elemento neutro da adição.

iv) Para cada v ∈ V , existe um elemento de V , o qual denotamos de −v tal que v +(−v) = 0 - existência
do oposto.

v) α(βv) = (αβ)v - associatividade.

vi) (α + β)v = αv + βv - distributividade.

vii) α(u + v) = αu + αv - distributividade.

viii) 1 · u = u.

Além dos exemplos de espaços vetoriais citados na introdução desta unidade, vamos listar a seguir alguns
exemplos de conjuntos que são e outros que não são espaços vetoriais.

Exemplo 1: O conjunto V = {(x, y)|x, y ∈ R} com adição definida como segue

(x1 , y1 ) + (x2 , y2 ) = (x1 + x2 , 0)

e multiplicação por escalares como no R2 , isto é, para cada α ∈ R, temos

α(x, y) = (αx, αy)

não é espaço vetorial sobre R, pois verifiquemos a propriedade (iii).

(iii) Dados u = (x1 , x2 ) e 0 = (0, 0) temos u + 0 = (x1 , x2 ) + (0, 0) = (x1 + 0, 0) = (x1 , 0) �= u.

VETORES E ESPAÇOS VETORIAIS


47

Exemplo 2: O conjunto W = {(x, 2x, 3x); x ∈ R} com as operações usuais é um espaço vetorial.
Verifiquemos as oito propriedades.

Sejam u = (a, 2a, 3a), v = (b, 2b, 3b), w = (c, 2c, 3c) com u, v, w ∈ R e α, β ∈ R, assim

(i) u + v = (a, 2a, 3a) + (b, 2b, 3b)

= (a + b, 2a + 2b, 3a + 3b)

= (b + a, 2b + 2a, 3b + 3a)

= (b, 2b, 3b) + (a, 2a, 3a)

= v+u
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(ii) u + (v + w) = (a, 2a, 3a) + [(b, 2b, 3b) + (c, 2c, 3c)]

= (a, 2a, 3a) + (b + c, 2b + 2c, 3b + 3c)

= (a + b + c, 2a + 2b + 2c, 3a + 3b + 3c)

= (a + b, 2a + 2b, 3a + 3b) + (c, 2c, 3c)

= [(a, 2a, 3a) + (b, 2b, 3b)] + (c, 2c, 3c)

= (u + v) + w

(iii) u + 0 = (a, 2a, 3a) + (0, 0, 0)

= (a + 0, 2a + 0, 3a + 0)

= (a, 2a, 3a)

= u

(iv) u + (−u) = (a, 2a, 3a) + (−a, −2a, −3a)

= (a − a, 2a − 2a, 3a − 3a)

= (0, 0, 0)

= 0

(v) α(βv) = α(β(b, 2b, 3b))

= α(βb, β2b, β3b)

= (αβb, αβ2b, αβ3b)

= αβ(b, 2b, 3b)

= (αβ)v

Espaço Vetorial
I

(vi) (α + β)v = (α + β)(b, 2b, 3b)

= ((α + β)b, (α + β)2b, (α + β)3b)

= (αb + βb, α2b + β2b, α3b + β3b)

= (αb, α2b, α3b) + (βb, β2b, β3b)

= α(b, 2b, 3b) + β(b, 2b, 3b)

= αv + βv

(vii) α(u + v) = α[(a, 2a, 3a) + (b, 2b, 3b)]

= α(a + b, 2a + 2b, 3a + 3b)

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= (α(a + b), α(2a + 2b), α(3a + 3b))

= (αa + αb, α2a + α2b, α3a + α3b)

= (αa, α2a, α3a) + (αb, α2b, α3b)

= α(a, 2a, 3a) + α(b, 2b, 3b)

= αu + αv

(viii) 1 · u = 1(a, 2a, 3a)

= (1 · a, 1 · 2a, 1 · 3a)

= (a, 2a, 3a)

= u

Exemplo 3: Seja X um conjunto não vazio qualquer. Seja F (X, R) o conjunto das funções reais,
f : X → R. Para f e g funções reais de F (X, R) e α um escalar, definimos a soma f + g por

(f + g)(x) = f (x) + g(x), para todo x ∈ R

e a multiplicação de f pelo escalar α por

(αf )(x) = αf (x) para todo x ∈ R.

Vamos mostrar que o conjunto F (X, R) é um espaço vetorial sobre R.

Sejam f, g, h ∈ F (X, R) e α, β escalares. Assim:

VETORES E ESPAÇOS VETORIAIS


49

(i) (f + g)(x) = f (x) + g(x)

= g(x) + f (x)

= (g + f )(x)

(ii) [f + (g + h)(x)] = f (x) + (g + h)(x)

= f (x) + g(x) + h(x)

= [f (x) + g(x)] + h(x)

= (f + g)(x) + h(x)

= [(f + g)(x) + h](x)


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(iii) Seja 0 a função identicamente nula, assim:

(f + 0)(x) = f (x) + 0(x)

= f (x)

(iv) Dada a função f definimos a função −f por (−f )(x) = −f (x), para todo x ∈ R, logo:

[f + (−f )](x) = f (x) + (−f )(x)

= f (x) − f (x)

= 0

= 0(x)

(v) [α(βf )](x) = α(βf )(x)

= α(βf (x))

= (αβ)f (x)

= [(αβ)f ](x)

(vi) [(α + β)f ](x) = (α + β)f (x)

= αf (x) + βf (x)

= (αf )(x) + (βf )(x)

= [αf + βf ](x)

Espaço Vetorial
I

(vii) [α(f + g)](x) = α(f + g)(x)


SUBESPAÇO= VETORIAL
α(f (x) + g(x))

= αf (x) + αg(x)

= (αf )(x) + (αg)(x)

= [αf + αg](x)

(viii) (1 · f )(x) = 1 · f (x)

= f (x)
Observemos que os elementos de um espaço vetorial são chamados vetores. O elemento neutro da soma


é chamado vetor nulo e denotado por 0 ou 0 . Note que, segundo essa convenção, vetores podem ser

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polinômios, matrizes etc; e o sı́mbolo 0 será usado também para matrizes nulas, n-uplas de zeros etc.

SUBESPAÇO VETORIAL

Sejam V um espaço vetorial e W um subconjunto não vazio de V . Dizemos que W é um subespaço vetorial
de V , ou simplesmente um subespaço de V , se W , com as operações de adição em V e de multiplicação
de vetores de V por escalares, é um espaço vetorial.

No entanto, não precisamos provar todas as propriedades de espaço vetorial. Como o subconjunto W é
parte de V , o qual é, por definição, espaço vetorial, basta observarmos as condições necessárias para que
um subconjunto W seja um subespaço vetorial na definição seguinte.

Definição: Sejam V um espaço vetorial e W um subconjunto não vazio de V . Então, W é um subespaço


de V se, e somente se, as seguintes condições são satisfeitas:

i) Se u, v ∈ W , então u + v ∈ W .

ii) Se a ∈ R e u ∈ W , então au ∈ W .

Exemplo 1: Seja V um espaço vetorial. Então o conjunto {0}, constituı́do apenas do vetor nulo, e
também todo o espaço V são subespaços de V . O conjunto {0} é chamado de espaço vetorial nulo.

De fato, é claro que {0} �= ∅. Além disso, dados dois elementos de {0}, a soma deles pertence a {0}
(o único elemento que existe para considerarmos é 0), e o produto de um número real qualquer por um
elemento de {0} resulta no vetor nulo, pertencendo, portanto, a {0}.

VETORES E ESPAÇOS VETORIAIS


51

Para verificar que V é subespaço vetorial de V , basta aplicar diretamente a definição de subespaço vetorial
e observar que V ∩ V é obviamente um espaço vetorial com respeito às mesmas operações. Por serem os
subespaços mais simples do espaço vetorial V , {0} e V são chamados subespaços triviais de V .

Exemplo 2: Seja V = Rn e sejam i1 , i2 , . . . , ir números naturais tais que 0 < i1 < i2 < · · · < ir  n. O
conjunto
W = {(x1 , x2 , . . . , xn ); xir = xi2 = · · · = xir = 0}

é um subespaço vetorial de Rn . Em particular, W1 = {(0, y, z); y, z ∈ R} e W2 = {(0, y, 0); y ∈ R} são


subespaços vetoriais de R3 .
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Exemplo 3: Seja S = {(x, 2x); x ∈ R}. O conjunto S é um subespaço vetorial de R2 .


De fato, S �= ∅, porque (0, 0) ∈ S, basta considerar x = 0.
Seja u ∈ S e v ∈ S, digamos u = (x, 2x) e v = (y, 2y), com x, y ∈ R. Logo, temos que:

u + v = (x, 2x) + (y, 2y) = (x + y, 2x + 2y) = (x + y, 2(x + y))

Assim, obtemos que u + v ∈ S


Se α ∈ R e u = (x, 2x) ∈ S, então:

αu = α(x, 2x) = (αx, α2x) = (αx, 2(αx)) ∈ S

Exemplo 4: Seja o espaço vetorial V = M (n, n), conjunto das matrizes quadradas de ordem n, o
subconjunto W das matrizes triangulares superiores é um subespaço vetorial pois a soma de matrizes
triangulares superiores ainda é uma matriz triangular superior, assim como o produto de uma matriz
triangular superior por um escalar.

Exemplo 5: Sejam o espaço vetorial V = R2 e o subconjunto W = {(x, x2 ); x ∈ R}. W não é um


subespaço vetorial, pois, se escolhermos u = (1, 1) e v = (2, 4), temos:

u + v = (3, 5) �∈ W

Exemplo 6: Sejam E um espaço vetorial e v ∈ E um vetor não-nulo. O conjunto F = {αv; α ∈ R} de


todos os múltiplos de v é um subespaço vetorial de E, chamado a reta que passa pela origem e contém v.

Subespaço Vetorial
I

Exemplo 7: Os chamados vetores canônicos

e1 = (1, 0, 0, . . . , 0),

e2 = (0, 1, 0, . . . , 0),
..
.

en = (0, 0, 0, . . . , 1)

constituem um conjunto de geradores do espaço Rn . De fato, dado v = (x1 , x2 , . . . , xn ) ∈ Rn , tem-se


v = x1 e1 + x2 e2 + · · · + xn en . É fácil ver que o conjunto de todas as combinações lineares que se podem
formar com vetores retirados de um subconjunto X de um espaço vetorial E é, de fato, um subespaço
vetorial.

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Exemplo 8: Considere todos os vetores em R2 cujos componentes sejam positivos ou nulos. Esse sub-
conjunto é o primeiro quadrante do plano xy e as coordenadas satisfazem x  0 e y  0. Esse conjunto
não é um subespaço, mesmo que ele contenha zero e que a soma nos deixe dentro do subconjunto. A
segunda condição para que um subconjunto seja subespaço vetorial é violada, pois, se o escalar for −1 e
o vetor for v = (1, 1), teremos:
−1v = −1(1, 1) = (−1, −1)

o qual não pertence ao primeiro quadrante.

Exemplo 9: O conjunto W = {(x, y, z) ∈ R3 ; x ∈ Z} não é um subespaço vetorial. De fato, se tomarmos


um α ∈ {R − Q} e um vetor u = (x, y, z) com x ∈ Z temos, na segunda condição de subespaço vetorial:

i) αu = α(x, y, z) = (αx, αy, αz) como o produto αx �∈ Z temos que αu �∈ W .

Exemplo 10: O conjunto w = {(x, y, z) ∈ R3 ; x − 3z = 0} é um subespaço vetorial, pois podemos


verificar claramente que esse conjunto é diferente de vazio. Por outro lado, temos:

i) Dados u = (3z1 , y1 , z1 ) e v = (3z2 , y2 , z2 ) com u, v ∈ W temos:

u + v = (3z1 , y1 , z1 ) + (3z2 , y2 , z2 )

= (3z1 + 3z2 , y1 + y2 , z1 + z2 )

= (3(z1 + z2 ), y1 + y2 , z1 + z2 ) ∈ W

ii) Dado α ∈ R e u = (3z, y, z), temos:

VETORES E ESPAÇOS VETORIAIS


53

αu = α(3z, y, z)

= (α3z, αy, αz)

= (3αz, αy, αz) ∈ W

Portanto, pelo exposto, temos que o conjunto W é um subespaço do R3 .

Operações com Subespaços

Como espaços vetoriais são conjuntos, um questionamento pertinente seria sobre a união e a interseção de
conjuntos. Será que essas operações preservam a propriedade de espaço vetorial? Ao longo desta subseção,
teremos material para responder a essa pergunta.
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Exemplo 1: Sejam os conjuntos U = {(x, y) ∈ R2 ; x + y = 0} e W = {(x, y) ∈ R2 ; x − y = 0}. É de


fácil verificação que esses conjuntos são subespaços do R2 , mas o conjunto U ∪ W não é subespaço do R2 ,
pois, se tomarmos u = (1, 1) ∈ U ∪ W e w = (1, −1) ∈ U ∪ W , obtemos u + w = (2, 0) �∈ U ∪ W .

Esse exemplo mostra que a união de dois subespaços de um espaço vetorial V não é necessariamente um
subespaço de V . O próximo teorema mostra que a interseção de subespaços é sempre um subespaço.

Teorema: A interseção de dois subespaços de um espaço vetorial V é um subespaço de V .


Prova: Sejam U e W subespaços de V . Para verificarmos que U ∩ W é também um subespaço de V ,
primeiramente note que U ∩ W é um subconjunto não vazio de V , pois 0 ∈ U e 0 ∈ W , já que ambos
U e W são subespaços de V . Agora, tomemos a ∈ R e u, v ∈ U ∩ W . Como u, v ∈ U e u, v ∈ W , se-
gue que u+av ∈ U e u+av ∈ W (mostre), ou seja, u+av ∈ U ∩W . Segue que U ∩W é um subespaço de V .

Exemplo 2: Seja o espaço vetorial V = R3 e os planos Π1 e Π2 . Temos que a interseção Π1 ∩ Π2 , que é


uma reta, também será subespaço do R3 .

Exemplo 3: Seja o espaço vetorial V = R3 e as retas r1 e r2 que passam pela origem. Logo temos
r1 ∩ r2 = {0} e r1 ∪ r2 é o feixe formado pelas duas retas, que não é subespaço vetorial de R3 .

Um problema surge nesse momento. Quando consideramos a união de subespaços e se tomarmos um


vetor de cada subespaço, a soma desses vetores pode não pertencer à união. Com isso temos a definição
seguinte.

Definição: Dados U e W subespaços de um espaço vetorial V , definimos a soma de U e W , denotada


por U + W , como o conjunto
U + W = {u + w; u ∈ U e w ∈ W }

Subespaço Vetorial
I

Exemplo 3: Sejam os mesmos conjuntos U e W definidos no exemplo 17. Temos que U + W = R2 , e,


COMBINAÇÃO LINEAR
consequentemente, U + W é um subespaço de R . De fato, se (x, y) ∈ R , então:
2 2

� � � �
x−y y−x x+y x+y
(x, y) = , + ,
2 2 2 2

isto é, todo elemento de R2 se escreve como a soma de um elemento de U e um elemento de W .

Teorema: A soma de dois subespaços U e W de um espaço vetorial V é um subespaço de V .


A prova desse teorema fica como exercı́cio para o(a) leitor(a).

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COMBINAÇÃO LINEAR

Seja o espaço vetorial V e sejam os vetores v1 , v2 , . . . , vn ∈ V . Um vetor v ∈ V poderá ser escrito como
combinação linear dos vetores v1 , v2 , . . . , vn , se existirem números reais a1 , a2 , . . . , an tal que se tenha:

v = a1 v 1 + a 2 v 2 + · · · + an v n

Exemplo 1: O vetor v = (8, 3, 11) do R3 é uma combinação linear dos vetores u1 = (−1, 2, 3), u2 =
(4, 0, 1) e u3 = (2, 1, −2). Para verificarmos essa afirmação, temos que encontrar números reais a1 , a2 e
a3 para que tenhamos
v = a1 u 1 + a 2 u 2 + a 3 u 3

ou ainda
(8, 3, 11) = a1 (−1, 2, 3) + a2 (4, 0, 1) + a3 (2, 1, −2)

e esta equação equivale ao sistema ⎧



⎪ −a1 + 4a2 + 2a3 = 8



⎪ 2a1 + a3 = 3




3a1 + a2 − 2a3 = 11

escalonando, obtemos ⎧

⎪ −a1 + 4a2 + 2a3 = 8



⎪ 8a2 + 5a3 = 19




−33a3 = 33

VETORES E ESPAÇOS VETORIAIS


55

com isso, encontramos facilmente os valores a1 = 2, a2 = 3 e a3 = −1. Portanto, temos

v = 2u1 + 3u2 − u3 .

Uma vez fixados vetores u1 , u2 , . . . , un pertencentes ao espaço vetorial V , o conjunto W de todas as


combinações lineares de u1 , u2 , . . . , un é um subespaço vetorial. Chamaremos o conjunto W de subespaço
gerado por u1 , u2 , . . . , un o qual denotamos por

W = [u1 , u2 , . . . , un ]
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Exemplo 2: O espaço gerado pelo vetor u = (2, −1, 1) em R3 é o conjunto W = {α(2, −1, 1); α ∈ R} já
que uma combinação linear de u é um múltiplo escalar de u.

Exemplo 3: Se v1 , v2 ∈ R3 são tais que βv1 �= v2 para todo β ∈ R, então [v1 , v2 ] será o plano que passa
pela origem e contém v1 e v2 .

Exemplo 4: O subespaço de R3 gerado pelos vetores u1 = (1, 2, 0), u2 = (3, 0, 1) e u3 = (2, −2, 1) é o
plano de equação 2x−y −6z = 0. Note que os vetores dados satisfazem a equação obtida para o subespaço
gerado por eles.
Vimos que, dado um conjunto de vetores de um espaço vetorial V , o conjunto de todas as suas combina-
ções lineares é um subespaço vetorial de V . Será que todo subespaço S de V é gerado por um conjunto
de vetores? A resposta para essa pergunta é sim. A verificação fica a cargo do(a) leitor(a).
Em seguida, listamos alguns exemplos sobre esse questionamento.

Exemplo 5: Seja o conjunto S = {(x, 2x); x ∈ R}. Note que todos os elementos de S são da forma
(x, 2x) = x(1, 2). Variando o valor de x, obtemos diversos elementos do conjunto S. Ora, x(1, 2) é a
expressão de uma combinação linear de (1, 2), portanto, todos os elementos de S são combinações lineares
de (1, 2).

Exemplo 6: Seja S = {(x, x + y, y); x, y ∈ R}. Temos que todos os elementos de S são da forma
(x, x + y, y), mas podemos escrever essa forma de outra maneira, como segue

(x, x + y, y) = (x, x, 0) + (0, y, y) = x(1, 1, 0) + y(0, 1, 1)

Combinação Linear
I

isto é, os elementos do conjunto S são combinações lineares dos vetores (1, 1, 0) e (0, 1, 1). Podemos
BASE DE UM ESPAÇO VETORIAL
escrever então S = [(1, 1, 0), (0, 1, 1)].

Exemplo 7: Agora, seja S = {(x, y, z); x + y − z = 0}. Nesse caso, para encontrarmos os geradores,
observemos que, na igualdade x + y − z = 0, obtemos z = x + y, assim, todo elemento de S tem a forma
(x, y, x + y). Prosseguindo do mesmo modo que no exemplo anterior, temos

(x, y, x + y) = (x, 0, x) + (0, y, y) = x(1, 0, 1) + y(0, 1, 1)


portanto, teremos
S = [(1, 0, 1), (0, 1, 1)]

BASE DE UM ESPAÇO VETORIAL

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Vamos introduzir nesta seção dois conceitos essenciais no estudo de Espaços Vetoriais: Base e Dimensão.
Com esses dois conceitos, podemos esclarecer as estruturas desses espaços.

BASES

Definição: Seja α = {v1 , v2 , . . . , vn } um conjunto ordenado de vetores de um espaço vetorial V . Dizemos


que α é uma base de V se as seguintes condições são verificadas:

i) α é LI

ii) V = [α]

Vimos na seção anterior que a base canônica α = {e1 , e2 , e3 } com e1 = (1, 0, 0), e2 = (0, 1, 0) e e3 = (0, 0, 1)
é LI. Esse conjunto também gera R3 , pois qualquer vetor de R3 pode ser representado como combinação
linear da base canônica, isto é, seja u = (x, y, z) ∈ R3 , temos que u = xe1 + ye2 + ze3 .

Exemplo 1: Sejam
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 0 ⎥ ⎢ 0 1 ⎥ ⎢ 0 0 ⎥ ⎢ 0 0 ⎥
M1 = ⎣ ⎦ , M2 = ⎣ ⎦ , M3 = ⎣ ⎦ , M4 = ⎣ ⎦.
0 0 0 0 1 0 0 1

O conjunto α = {M1 , M2 , M3 , M4 } é uma base de M (2, 2), isto é, o espaço vetorial das matrizes quadradas
de ordem 2. De fato, basta observamos que o conjunto α gera o espaço M (2, 2), isto é, dado um vetor
qualquer ⎡ ⎤
⎢ x y ⎥
M =⎣ ⎦
z w

VETORES E ESPAÇOS VETORIAIS


57

em M (2, 2), verificamos facilmente que

M = xM1 + yM2 + zM3 + wM4 .

Agora, precisamos mostrar que o conjunto α é LI. Com efeito, seja a equação

a 1 M1 + a 2 M2 + a 3 M3 + a 4 M4 = 0

ou ainda ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 0 ⎥ ⎢ 0 1 ⎥ ⎢ 0 0 ⎥ ⎢ 0 0 ⎥ ⎢ 0 0 ⎥
a1 ⎣ ⎦ + a2 ⎣ ⎦ + a3 ⎣ ⎦ + a4 ⎣ ⎦=⎣ ⎦
0 0 0 0 1 0 0 1 0 0
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essa igualdade só ocorre se, e somente se a1 = a2 = a3 = a4 = 0, portanto, o conjunto α é LI.

Exemplo 2: O conjunto {(0, 1), (0, 3)} não é uma base de R2 , pois é um conjunto LD. De fato, podemos
observar, por exemplo, se u = (0, 1) e v = (0, 3), temos que v = 3u, isto é, são múltiplos, ou ainda, um é
combinação linear do outro.

Exemplo 3: Vamos encontrar uma base do espaço solução do seguinte sistema:




⎪ x−y−z−t=0



⎪ 2x + y + t = 0




z−t=0

Em primeiro lugar, vamos obter o conjunto solução deste sistema escalonando-o, isto é:
⎧ ⎧

⎪ x − y − z − t = 0 ⎪
⎪ x−y−z−t=0

⎪ ⎪

⎨ ⎨
2x + y + t = 0 ⇒

⎪ ⎪ 3y + 2z + 3t = 0


⎪ ⎪

⎩ ⎩
z−t=0 z−t=0

Logo, uma solução do sistema é o conjunto:


�� � �
t 5t
α= , − , t, t ; t ∈ R .
3 3

Podemos escrever ainda: � � � �


1 5
α= t , − , 1, 1 ; t ∈ R .
3 3
� �
1 5
Assim, temos que o espaço solução do sistema em questão é gerado pelo vetor , − , 1, 1 , isto é, se S
3 3

Base de um Espaço Vetorial


I

é o espaço, temos que  


1 5
S= , − , 1, 1
3 3

Agora, basta mostrar que este conjunto é LI. De fato, dado um α ∈ R, temos
 
1 5
α , − , 1, 1 = (0, 0, 0, 0)
3 3

cuja igualdade será verdadeira se, e somente se, α = 0.

Exemplo 4: Encontremos uma base do subespaço W do R4 em que W = {(x, y, z, t) ∈ R4 ; x − y =


y e x − 3y + t = 0}. Seja (x, y, z, t) ∈ W com x = 2y e t = 3y − x = 3y − 2y = y, logo:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
(x, y, z, t) = (2y, y, z, y)

= (2y, y, 0, y) + (0, 0, z, 0)

= y(2, 1, 0, 1) + z(0, 0, 1, 0)

Segue que W = [(2, 1, 0, 1), (0, 0, 1, 0)]. O próximo passo é mostrar que esse conjunto é LI. De fato, sejam
α, β ∈ R, tal que
α(2, 1, 0, 1) + β(0, 0, 1, 0) = (0, 0, 0, 0)

ou ainda
(2α, α, 0, α) + (0, 0, β, 0) = (0, 0, 0, 0)

e ,com isso, obtemos α = β = 0.

Teorema: Sejam v1 , v2 , . . . , vn vetores não nulos que geram um espaço vetorial V . Então, dentre esses
vetores podemos extrair uma base de V .

Teorema: Sejam um espaço vetorial V gerado por um conjunto finito de vetores v1 , v2 , . . . , vn . Então,
qualquer conjunto com mais de n vetores é, necessariamente, LD (e, portanto, qualquer conjunto LI tem
no máximo n vetores).

A demonstração desses teoremas você encontrará no livro: Álgebra Linear do Boldrini.

Uma consequência desses teoremas é que qualquer base de um espaço vetorial tem sempre o mesmo
número de elementos. Esse número é chamado dimensão de V , e denotado por dimV , é o que veremos
na próxima subseção.

Teorema: Dada uma base β = {v1 , v2 , . . . , vn } de um espaço vetorial V , cada vetor de V é escrito de
maneira única como combinação linear de v1 , v2 , . . . , vn .

VETORES E ESPAÇOS VETORIAIS


59

Definição: Seja β = {v1 , v2 , . . . , vn } base de V e v ∈ V em que v = a1 v1 + a2 v2 + . . . + an vn . Denotamos


estes números a1 , . . . , an de coordenadas de v em relação à base β e escrevemos

⎡ ⎤
⎢ a1 ⎥
⎢ . ⎥
[v]β = ⎢ ⎥
⎢ .. ⎥
⎣ ⎦
an

Exemplo 5: Sejam o espaço vetorial R2 e a base β = {(1, 1), (0, 1)}. Tomando o vetor v = (2, 6), temos
que v = 2(1, 1) + 4(0, 1), então: ⎡ ⎤
⎢ 2 ⎥
[v]β = ⎣ ⎦
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Em geral, se tivermos um vetor u = (x, y) ∈ R2 , as coordenadas de u em relação à base β será


⎡ ⎤
⎢ x ⎥
[u]β = ⎣ ⎦
y−x

⎡ ⎤
⎢ 1 ⎥
Exemplo 6: Seja a base β = {(1, 1), (0, 2)} do R2 . Sejam u, v ∈ R2 . Se [u]β = ⎣ ⎦, vamos determinar
3
u. Se v = (2, 5), vamos determinar [v]β .

⎡ ⎤
⎢ 1 ⎥
Vamos resolver a primeira parte. Como [u]β = ⎣ ⎦, então u = 1(1, 1) + 3(0, 2) = (1, 1) + (0, 6) = (1, 7).
3

⎡ ⎤
⎢ v1 ⎥
Agora, se v = (2, 5) e [v]β = ⎣ ⎦, então
v2

(2, 5) = v1 (1, 1) + v2 (0, 2)

isto é
(2, 5) = (v1 , v1 + 2v2 )

o que resulta em ⎧

⎨ v1 = 2

⎩ v + 2v = 5 ⇒ 2 + 2v = 5 ⇒ v = 3/2
1 2 2 2

Base de um Espaço Vetorial


I

DIMENSÃO

2

⎢ ⎥
Portanto, [v]β = ⎣ ⎦
3/2

Exemplo 7: Seja β = {2, 1 − t, 1 + t + t2 } uma base de P 2 [t], o espaço dos polinômios em uma variável
de grau  2. Vamos determinar as coordenadas de u = t2 − 1 na base β.
⎡ ⎤
⎢ u 1 ⎥
⎢ ⎥
Se β = {b1 , b2 , b3 } e [u]β = ⎢ ⎥
⎢ u2 ⎥ então
⎣ ⎦
u3

u = u1 b1 + u2 b2 + u3 b3

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
isto é
t2 − 1 = u1 (2) + u2 (1 − t) + u3 (1 + t + t2 )

o que resulta
t2 − 1 = 2u1 + u2 − tu2 + u3 + tu3 + t2 u3

ou ainda
t2 − 1 = 2u1 + u2 + u3 + (−u2 + u3 )t + u3 t2

Comparando os coeficientes, obtemos:


⎧ ⎧

⎪ 2u1 + u2 + u3 = −1 ⎪
⎪ u1 = −3/2

⎪ ⎪

⎨ ⎨
−u2 + u3 = 0 , o que nos fornece u2 = 1

⎪ ⎪


⎪ ⎪

⎩ ⎩
u3 = 1 u3 = 1

⎡ ⎤
⎢ 3/2 ⎥
⎢ ⎥
Portanto, [u]β = ⎢
⎢ 1 ⎥

⎣ ⎦
1

DIMENSÃO

O número de elementos de uma base de um espaço vetorial V de dimensão finita é chamado de dimensão
de V e denotado por dimV . Se V é um espaço vetorial nulo, então convencionamos dimV = 0.

Exemplo 1: Os espaços vetoriais Rn e M (m, n) são espaços vetoriais de dimensão finita. A dimensão de
Rn é n, já que a base canônica de Rn tem n elementos (ver Exemplo 13). Por essa razão, Rn é chamado

VETORES E ESPAÇOS VETORIAIS


61

de espaço n-dimensional. Os espaço vetoriais R2 e R3 são chamados usualmente de espaços bidimensional


e tridimensional, respectivamente. Já a dimensão de M (m, n) é m · n, já que a base canônica de M (m, n)
é formada por m · n matrizes distintas, cada uma das quais possuindo uma única entrada igual a 1 e todas
as demais entradas iguais a 0, ordenadas de forma semelhante ao que foi visto no Exemplo 35, que foi o
caso de M (2, 2).

Exemplo 2: Os monômios 1, x, x2 , . . . , xn constituem uma base do espaço vetorial Pn , dos polinômios de


grau  n, logo, Pn tem dimensão finita e dimPn = n + 1.

Teorema: Qualquer conjunto de vetores LI de um espaço vetorial V de dimensão finita pode ser com-
pletado de modo a formar uma base de V .
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Em consequência desse teorema, temos que se dimV = n, qualquer conjunto de n vetores LI formará
uma base de V . A justificativa dessa consequência é simples. Se não formasse uma base, poderı́amos,
pelo teorema anterior, completar o conjunto até formá-la e dessa forma terı́amos uma base com mais do
que n vetores em V , o que é absurdo.

Exemplo 3: A dimensão de qualquer subespaço W do R3 só poderá ser 0, 1, 2 ou 3. Portanto, temos


que se dimW = 0, então S = {0} é a origem; se dimW = 1, então W é uma reta que passa pela origem;
se dimW = 2, então W é o plano que passa pela origem; se dimW = 3, então W = R3 .

Exemplo 4: O conjunto W = {(2, 1), (−1, 3)} é uma base do R2 . De fato, pelo processo prático, temos
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 2 1 ⎥ ⎢ 2 1 ⎥
⎣ ⎦⇒⎣ ⎦
−1 3 0 7

logo, o conjunto W é LI e dimW = 2. Podemos também verificar que o conjunto S = {(2, 1), (0, 7)}
também é uma base do R2 . Se quisermos ainda verificar se realmente o conjunto S, por exemplo, gera o
espaço R2 , basta observarmos que se (x, y) ∈ R2 com

(x, y) = a(2, 1) + b(0, 7)

x 2y − x
tomando a = e b = , teremos o desejado. Isto é, tomando os valores de a e b descritos
2 14
anteriormente, temos que qualquer conjunto do R2 pode ser escrito como combinação linear dos elementos
do conjunto S.

Exemplo 5: Sejam os vetores v1 = (1, −1, 1, 2) e v2 = (−1, 1, −1, 0). Vamos completar o conjunto
{v1 , v2 }, de modo a formar uma base do R4 . Como dimR4 = 4, uma base terá quatro vetores LI. Logo,
faltam dois vetores. Basta escolhermos dois vetores de R4 os quais não sejam combinação linear dos vetores

Dimensão
I

v1 e v2 . Essa tarefa é fácil, dos infinitos vetores existentes, podemos escolher, por exemplo, v3 = (0, 0, 1, 1)
e v4 = (0, 1, 1, 1). Com isso, o(a) leitor(a) pode verificar que o conjunto {v1 , v2 , v3 , v4 } é LI e, portanto,

{(1, −1, 1, 2), (−1, 1, −1, 0), (0, 0, 1, 1), (0, 1, 1, 1)}

é uma base de R4 .

Teorema: Se U e W são subespaços de um espaço vetorial V que tem dimensão finita, então dimU 
dimV e dimW  dimV . Além disso,

dim(U + W ) = dimU + dimW − dim(U ∩ W )

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Exemplo 6: Sejam U e W os seguintes subespaços do R3 :

U = {(x, y, z); x = z}

W = {(x, y, z); x + y + z = 0}

Vamos encontrar uma base e a dimensão dos conjuntos U + W e U ∩ W .


Em primeiro lugar, verifiquemos que, se (x, y, z) ∈ U com x = z, temos

(x, y, x) = (x, 0, x) + (0, y, 0)

= x(1, 0, 1) + y(0, 1, 0)

assim U = [(1, 0, 1), (0, 1, 0)], pois se analisarmos a matriz


⎡ ⎤
⎢ 1 0 1 ⎥
⎣ ⎦
0 1 0

temos, pelo processo prático, que esses vetores são LI. Logo, dimU = 2.

Vamos verificar agora (x, y, z) ∈ W com x + y + z = 0, ou ainda, z = −x − y, assim

(x, y, −x − y) = (x, 0, −x) + (0, y, −y)

= x(1, 0, −1) + y(0, 1, −1)

Da mesma forma que U , temos que W = [(1, 0, −1), (0, 1, −1)] e dimW = 2.

VETORES E ESPAÇOS VETORIAIS


63

Como visto antes, temos que

U + W = [(1, 0, 1), (0, 1, 0), (1, 0, −1), (0, 1, −1)]

e pelo processo prático


⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 0 1 ⎥ ⎢ 1 0 1 ⎥ ⎢ 1 0 1 ⎥ ⎢ 1 0 1 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ 0 1 0 ⎥ ⎢ 0 1 0 ⎥ ⎢ 0 1 0 ⎥ ⎢ 0 1 0 ⎥
⎢ ⎥∼⎢ ⎥∼⎢ ⎥∼⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ 1 0 −1 ⎥ ⎢ 0 0 −2 ⎥ ⎢ 0 0 −2 ⎥ ⎢ 0 0 −2 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
0 1 −1 0 1 −1 0 0 −1 0 0 0
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O processo realizado acima foi o escalonamento. Podemos destacar a última linha nula e ,assim,

U + W = [(1, 0, 1), (0, 1, 0), (0, 0, −2)]

e dim(U + W ) = 3.

Pelo Teorema 7, temos


dim(U + W ) = dimU + dimW − dim(U ∩ W ),

isto é,
3 = 2 + 2 − dim(U ∩ W )

logo, dim(U ∩ W ) = 1.

Para exibirmos uma base de U ∩ W , tomamos (x, y, z) ∈ U ∩ W com x = z e x + y + x = 0 ou ainda


y = −2x, assim
(x, −2x, x) = x(1, −2, 1)

Portanto, U ∩ W = [(1, −2, 1)].

Exemplo 7: Vamos obter uma base e a dimensão do subespaço U do R4 gerado pelos vetores
{(1, 1, 0, −2), (2, 0, −1, −1), (0, 1, −2, 1), (1, 1, 1, −3)}.

Montamos a matriz M dos vetores anteriores e utilizamos o processo prático (reduzi-la por escalonamento):

Dimensão
I

⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 1 0 −2 ⎥ ⎢ 1 1 0 −2 ⎥ ⎢ 1 1 0 −2 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ 2 0 −1 −1 ⎥ ⎢ 0 −2 −1 3 ⎥ ⎢ 0 −2 −1 3 ⎥
M =⎢

⎥∼⎢
⎥ ⎢
⎥∼⎢
⎥ ⎢


⎢ 0 1 −2 1 ⎥ ⎢ 0 1 −2 1 ⎥ ⎢ 0 0 −5 5 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
1 1 1 −3 0 0 1 −1 0 0 1 −1
⎡ ⎤
⎢ 1 1 0 −2 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 −2 −1 3 ⎥
∼⎢



⎢ 0 0 −5 5 ⎥
⎢ ⎥
⎣ ⎦
0 0 0 0

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Vemos que o subespaço U tem base {(1, 1, 0, −2), (0, −2, −1, 3), (0, 0, −5, 5)} e dimU = 3.

Exemplo 8: Sendo W e U subespaço do R4 de dimensão 3, qual a dimensão de U + W se o conjunto


{(1, 2, 1, 0), (−1, 1, 0, 1), (1, 5, 2, 1)} forma um sistema de geradores de W ∩ U ?

Para respondermos essa pergunta, vamos, em primeiro lugar, escrever os vetores do conjunto acima em
forma de matriz e reduzi-la:
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 2 1 0 ⎥ ⎢ 1 2 1 0 ⎥ ⎢ 1 2 1 0 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥∼⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ −1 1 0 1 ⎥ ⎢ 0 3 1 1 ⎥∼⎢ 0 3 1 1 ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
1 5 2 1 0 3 1 1 0 0 0 0

Temos que W ∩ U = [(1, 2, 1, 0), (0, 3, 1, 1)] e dim(W ∩ U ) = 2. Logo, como

dim(W + U ) = dimW + dimU − dim(W ∩ U )

segue
dim(W + U ) = 3 + 3 − 2 = 4

VETORES E ESPAÇOS VETORIAIS


65

CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta unidade, apresentamos o conceito de segmentos orientados: o módulo, a direção e o sentido. Pos-
teriormente, definimos um vetor como conjunto de segmentos equipolentes, é interessante perceber que
um segmento orientado AB é um conjunto de pontos com origem em A e extremidade em B, en-
−−→
quanto um vetor AB é um conjunto de segmentos orientados equipolentes a AB, portanto, segmento
orientado e vetor são objetos matemáticos distintos.

Definimos também as operações com vetores: a adição e a diferença entre vetores, a regra do paralelo-
gramo e a regra do polı́gono fechado; a multiplicação de um número real por um vetor, que, nesse caso,
pode alterar o sentido e o tamanho do vetor, mas preservando a direção; a norma de um vetor como
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comprimento do vetor; a igualdade de vetores. Sempre com o cuidado em ilustrar geometricamente cada
caso. Verificamos quando um conjunto formado por vetores é linearmente dependente ou linearmente in-
dependente, bem como a noção de combinação linear entre vetores. Na sequência, vimos as multiplicações
dos vetores, o produto interno, o produto vetorial e o produto misto.

Finalizando a unidade, vimos a definição de espaço vetorial, bem como a de subespaço vetorial, o qual
trata-se de subconjuntos de espaços vetoriais que são, por si mesmos, espaços vetoriais também, consi-
derando as mesmas operações definidas no espaço que os contém. Vimos que, para comprovar que um
subconjunto de um espaço vetorial é um subespaço, basta verificar três condições: ser não vazio, ser fe-
chado para as operações de adição e multiplicação por número real. Outro ponto abordado foi a forma de
determinar um subespaço gerado por um conjunto de vetores. Nesse caso, escrevemos um vetor genérico
do espaço como combinação linear dos vetores geradores. Estudamos também as condições para que um
conjunto seja linearmente independente (LI) ou linearmente dependente (LD). Com isso, obtemos que um
conjunto B gerador de um subespaço W e linearmente independente é uma base de W . As bases são
conjuntos geradores mı́nimos para um subespaço, no sentido de que, se um conjunto tem mais elementos
que uma base, então, ele é (LD), e se tem menos elementos que uma base de W , então, não gera W .

Considerações Finais
LEITURA COMPLEMENTAR

Equações de Maxwell

Prezado(a) aluno(a), apenas para exemplificar, apresentamos aqui uma das mais notáveis aplicações
relacionadas ao estudo dos vetores, que são as Equações de Maxwell, em suas equações, aparecem as
multiplicações de vetores: o produto interno e o produto vetorial. Nosso objetivo não é ensinar as teorias
da fı́sica, tampouco explicar o que cada sı́mbolo representa, mas apenas explicitar suas equações formadas
por vetores com as operações definidas neste material.

James Clerck Maxwell (1831 - 1879), fı́sico e matemático escocês, é certamente um dos mais brilhantes
fı́sicos de todos os tempos, devido aos seus estudos sobre eletromagnetismo. Partindo das teorias de
Gauss, Ampére e Faraday, Maxwell conseguiu reunir um conjunto formado por quatro equações capaz de
descrever todos os fenômenos eletromagnéticos. As contribuições de seus estudos para fı́sica são compa-
radas as de Isaac Newton e Albert Einsten.

Fonte: o autor.

Equação 1: Lei de Gauss: “O fluxo do campo elétrico através de uma superfı́cie fechada no vácuo é
igual à soma das cargas internas à superfı́cie dividida pela permissividade elétrica do vácuo”

− −
→ → 1
∇. E = ρ
�0

Equação 2: Lei de Gauss para o magnetismo: “O fluxo magnético resultante no interior de uma
superfı́cie fechada é zero”
− −
→ →
∇. B = 0

Equação 3: Lei de Faraday: “A variação do fluxo do campo magnético gera um campo elétrico”

− −
→ → ∂− →
∇×E =− B
∂t

Equação 4: Lei de Ampère-Maxwell: “Uma corrente elétrica de intensidade i ou a variação de fluxo


do campo elétrico pode dar origem a um campo magnético”

− −
→ → ∂− →
∇ × B = μ0�j + μ0 �0 E
∂t
67

ATIVIDADE DE AUTOESTUDO

1. Considere o eixo real (reta x). Se A = 7, B = 11, C = 2, D = −1 e O = 0 é a origem da reta, então,


determine para cada caso o valor de X, de modo que:

−−→ −−→ −−→ −−→ −−→ −−→


a) AB = OX e) AB = XC i) AB = CX
−−→ −−→ −−→ −−→ −−→ −−→
b) BA = OX f ) BA = CX j) BA = DX
−−→ −−→ −−→ −−→ −→ −−→
c) AB = XO g) BA = XC k) AA = XD
−−→ −−→ −−→ −−→ −−→ −−→
d) BA = OX h) AB = DX l) OO = CX

2. Marque no plano cartesiano os seguintes pontos A(4, 2), B(7, 5), C(4, 4) E(−2, −2), H(−3, 3) e
O(0, 0). Determine as coordenadas para os pontos D, F , G, I, J, K, L e M , de forma que:
−−→ −−→ −→ −→
a) AB = CD e) AO = HI
−→ −−→ −→ −−→
b) AC = EF f ) OA = HJ
−−→ −−→ −−→ −→ −→ −→
c) CB = OG g) HC = −LE (Dica: − LE = EL)
−→ −−→ −−→ −−→
d) CA = BK h) − OC = M A
3. Dados os pontos A = 1, B = 3, C = 6, D = −2 e O = 0 sobre a reta R, obtenha:

−−→ −−→ −−→


a) AB h) AB + DA
−−→ −−→ −−→
b) BA i) AB + BC
−−→ −−→ −−→
c) − AB j) OB + AD
−−→ −−→ −−→
d) − BA k) AB − CB
−−→ −−→ −−→
e) CD l) 2AB − 2DA
−−→ −−→ −−→
f ) − DC m) CD − AB
1 −
− → −−→ 2 −−→ 1 −−→
g) OC − DO n) OB + OD
3 3 2

4. Sejam A(1, 2), B(2, 2), C(2, 1) e D(1, 1) vértices de um quadrado, determine:

−−→ −−→ −→ −−→


a) AD + DC = g) −AC − BD =
−−→ −−→ −−→ −−→
b) AB + DC = h) 2DB − 2DA =
−−→ −−→ −−→
c) DA + BC = i) �AD� =
−−→ −−→ −→
d) DC − BA = j) �AC� =
−−→ −−→ −→ −−→
e) AD − BC = k) �AC + DB� =
−→ −−→ −→ −−→
f) AC + DB = l) �AC� + �DB� =
69

5. Sejam A(1, 1, 1), B(2, 0, 1), C(−1, 1, 3), determine:


−−→ −→
a) AB + AC =
−−→ −−→
b) BA − BC =
−−→ −−→
c) 3BA − 4BC =
−→ −−→
d) −CA − 5BA =
−−→
e) �AB� =
−→
f) �AC� =
−−→ −→
g) �AB� + �AC� =
−−→ −→
h) �AB + AC� =

6. Dados os vetores �u, �v e w,


� determine:

a) �u + �v
b) 2�u − �v
c) −�v + w

d) �u + �v + w

e) −�u − �v − w

1 1
f) �u + �v − w �
3 6
7. Considere o paralelogramo abaixo:

em que M , N , O e P são pontos médios dos segmentos AB, BC, CD e DA, respectivamente.
Escreva em termos dos vetores �u e �v os vetores a seguir:
−→
a) AO
−−→
b) DN
−−→
c) DB
−−→
d) ON

� = (−4, −1), calcule os valores de a e b, de maneira


8. Dados os vetores �u = (−1, 2) e �v = (−5, 1) e w
que w
� = a�u + b�v , ou seja, escreva w
� como combinação linear dos vetores �u e �v .

9. Verifique se �u = (−2, 3, −4) e �v = (−4, 6, 8) são paralelos (LD).

10. Determine a e b, de modo que �u = (a + 1, 3, 1) e �v = (4, 2, 2b − 1) sejam paralelos.

11. Verifique se os pontos estão alinhados.


a) A(−1, 3), B(1, 0) e C(2, 2)
b) A(−1, 3), B(1, 0) e D(3, −3)

12. Sejam �u = (−1, 2, 1) e �v = (0, 1, 3):


a) Mostre que o conjunto {�u, �v } é LI.
b) Escreva w
� = (−2, 7, 11) como combinação linear dos vetores �u e �v .

13. Sejam �u = (3, 0, −6) e �v = (−1, 0, 2):


a) Verifique se esses vetores são LI ou LD.
1 2
b) Determine o vetor �x tal que �u = �v + �x.
3 5

14. Verifique se os pontos são colineares:


a) A(−1, −5, 0), B(2, 1, 3) e C(−2, −7, −1)
b) A(2, 1, −1), B(3, −1, 0) e C(1, 0, 4)

−−→ −−→ −−→


15. Dado um triângulo ABC com medianas AD, BE e CF . Mostre que AD + BE + CF = �0.
71

16. Considere um hexágono regular ABCDEF com centro no ponto O.

−−→ −→ −−→ −→ −→ −→
Mostre que AB + AC + AD + AE + AF = 6AO.

17. Verifique, em cada caso, se o conjunto W é um subespaço vetorial de R2 :

a) W = {(x, y); x + y = 0};

b) W = {(x, y); x + y = 1};

c) W = {(x, y); x2 = y};

d) W = {(x, y); −x + 3y = 0}.

18. Verifique, em cada caso, se o conjunto W é um subespaço vetorial de R3 :

a) W = {(x, y, z); x = 0};

b) W = {(x, y, z); x + y + z  0};

c) W = {(x, y, z); z = 3x − 2y};

d) W = {(x, 2x, x); x ∈ R};

e) W = {(4x, y, y − x); x, y ∈ R}.

19. Verifique, em cada caso, se o conjunto W é um subespaço vetorial de M (3, 3):

a) W = {[aij ]; a11 + a22 + a33 = 0}

b) W = {[aij ]; aij = aji para todo i  1, j  3}

c) W = {[aij ]; aij = 0 se i �= j}.

20. Verifique, em cada caso, se o conjunto W é um subespaço vetorial de R[x]:

a) W = {p(x) = a + bx + cx2 ; a, b, c ∈ Z}

b) W = {p(x) = a + bx + cx2 ; a = c = 0}

c) W = {p(x) = a + bx + cx2 ; c = a + b}
21. Determine, em cada caso, uma base e a dimensão de V , W , V + W e V ∩ W :

a) V = {(x, y, z)R3 ; x = y} e W = {(x, y, z) ∈ R3 ; x = y = z}

b) V = {[aij ]2×2 ; a11 = a22 e a12 = a21 } e W = {[aij ]2×2 ; a11 = a21 e a12 = a22 }

c) V = {(x, y, −x − 3y); x, y ∈ R} e W = {(0, 0, z); z ∈ R}

d) V = {(x, y, z, w) ∈ R4 ; x + 2y − w = 0} e W = {(x, x, x, x); x ∈ R}

e) V = {(x, x, x); x ∈ R} e W = {(0, 0, z); z ∈ R}

22. Considere o espaço vetorial R[x]. Determine se os polinômios f (x) = x3 + 4x2 − 2x + 3, g(x) =
x3 + 6x2 − x + 4 e h(x) = 2x3 + 8x2 − 8x + 7 são linearmente dependentes.

23. Verifique, em cada caso, se o conjunto de vetores de R3 indicado é linearmente dependente:

a) {(2, −1, 4), (−4, 10, 2)};

b) {(−3, 0, 4), (5, −1, 2), (1, 1, 3)};

c) {(1, 0, 2), (3, 1, 5), (−1, 2, 1), (4, 0, 1)}.

24. Para quais valores reais de a os vetores v1 = (a, −1, −1), v2 = (−1, a, −1) e v3 = (−1; −1; a) formam
um conjunto linearmente dependente em R3 ?

⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 1 ⎥ ⎢ 0 1 ⎥ ⎢ 0 0 ⎥ ⎢ 0 0 ⎥
25. Determine se as matrizes A = ⎣ ⎦, B = ⎣ ⎦, C = ⎣ ⎦ e D = ⎣ ⎦
0 0 1 0 −1 −1 0 −1
formam uma base de M (2, 2).

26. Considere o subespaço de R4 S = [(1, 1, −2, 4), (1, 1, −1, 2), (1, 4, −4, 8), ]

a) O vetor (2/3, 1, −1, 2) pertence a S?

b) O vetor (0, 0, 1, 1) pertence a S?


⎧⎡ ⎤ ⎫

⎨ 2a a + 2b ⎪

⎢ ⎥
27. Seja W o subespaço de M (2, 2) definido por W = ⎣ ⎦ : a, b ∈ R

⎩ 0 a−b ⎪

⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 0 −2 ⎥ ⎢ 0 2 ⎥
a) ⎣ ⎦ ∈ W? b) ⎣ ⎦ ∈ W?
0 1 3 1

28. Sejam os vetores u = (2, −3, 2) e v = (−1, 2, 4) em R3 .

a) Escreva o vetor w = (7, −11, 2) como combinação linear de u e v.

b) Para que valores de k o vetor (−8, 14, k) é combinação linear de u e v?


73

c) Determine uma condição entre a, b e c para que o vetor (a, b, c) seja uma combinação linear de u
e v.

29. Determinar o subespaço de R4 gerado pelos vetores u = (2, −1, 1, 4), v = (3, 3, −3, 6) e w =
(0, 4, −4, 0).

30. Quais dos seguintes conjuntos de vetores do R4 são LD?

a) (2, 1, 0, 0), (1, 0, 2, 1), (−1, 2, 0, 1)

b) (0, 1, 0, −1), (1, 1, 1, 1), (−1, 2, 0, 1), (1, 2, 1, 0)

c) (1, −1, 0, 0), (0, 1, 0, 0), (0, 0, 1, −1), (1, 2, 1, −2)

d) (1, 1, 2, 4), (1, −1, −4, 2), (0, −1, −3, 1), (2, 1, 1, 5)

31. Calcule o produto interno �u por �v .

a) �u = 2 e �v = 3
b) �u = −2 e �v = 3
c) �u = −2 e �v = −3
d) �u = (1, 2) e �v = (3, 4)
e) �u = (1, 2) e �v = (2, −1)
f) �u = (1, 2) e �v = (2, −1)
g) �u = (1, 1) e �v = (−1, 2)
h) �u = (1, 1) e �v = (−4, 1)
i) �u = (−2, −1) e �v (−1, −2)
j) �u = (−4, −1) e �v = (4, 1)
k) �u = (1, 1, 1) e �v = (2, −1, 3)
l) �u = (−2, 3, 5) e �v = (4, 1, 1)
m) �u = (0, −1, 3) e �v = (3, 4, −2)

32. Sejam �a = (−1, 2) e �b = (−3, 1) vetores do R2 , obtenha o ângulo formado por esses vetores.

33. Sejam �u = (1, 1, 0) e �v = (−2, 3, 0) vetores do R3 , obtenha o ângulo formado por esses vetores.

34. Mostre que os vetores �u = (−1, 2, 3) e �v = (−2, −4, 2) são ortogonais.

35. Se �u = (1, 3) e �v = (−2, m), determine:


a) O valor de m de forma que �u e �v formem um ângulo de 45o .
b) Um vetor w � = −30.
� paralelo ao vetor �u tal que �u.w
5 −−→ −−→
36. Sejam A(1, 2, 3), B(2, 2, ), C(2, 3, 5) e D(1, 0, 3), mostre que os vetores AB e CD são ortogonais.
2
37. Dados os vetores �a = (3, 4, −4) e �b = (2, 2, 0), obtenha o produto vetorial entre esses vetores.

38. Calcule a área do paralelogramo com vértices consecutivos nos pontos A(0, −1, 2), B(3, 1, 2) e
C(−1, 0, 3).

39. Considere o triângulo com vértices A(0, −2, 0), B(0, 0, 2) e C(2, 0, 0):
a) Mostre que esse triângulo é equilátero.
b) Calcule a área do triângulo ABC.

40. Sejam �u = (1, −2, 3) e �v = (3, −1, 2), obtenha um vetor unitário perpendicular a �u e �v .

41. Dados os vetores �u = (−2, 1, 2), �v = (1, −1, 1) e w


� = (1, 1, 1), calcule:
a) [�u, �v , w]

b) [�v , �u, w]

c) [w,
� �u, �v ]

42. Obtenha o produto misto [�a, �b, �c] para:


a) �a = (1, −2, 0), �b = (−1, 3, 1) e �c = (2, 1, 3)
b) �a = 3�i + 2�j − �k, �b = 2�j e �c = �k + �j

43. Dados os vetores �u = (1, 2, 3), �v = (−1, 3, 0) e w


� = (2, 5, 1), calcule o volume do paralelepı́pedo
determinado por esses três vetores.

44. Obtenha o volume do paralelepı́pedo que tem um dos vértices no ponto A(1, 1, 1) e três adjacentes
B(2, 1, 1), C(1, 2, 1) e D(1, 1, 2).

45. Mostre que os vetores �u = (−1, −3, −1), �v = (−1, 0 − 1) e w


� = (2, 6, 2) são coplanares.

46. Sejam A(1, 0, 2), B(2, −1, 1), C(3, 2, 1) e D(4, 5, 1) pontos de R3 . Mostre que esses pontos estão
sobre um mesmo plano.
Professor Me. Alexandre Shuji Suguimoto

II
UNIDADE
RETAS E PLANOS

Objetivos de Aprendizagem
■■ Reconhecer e determinar equações do plano.
■■ Reconhecer e determinar equações da reta.
■■ Identificar as posições relativas entre planos.
■■ Identificar as posições relativas entre retas.
■■ Calcular distâncias.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Sistema de Coordenadas
■■ Plano no Espaço
■■ Reta no Espaço
■■ Distâncias
77

INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO

SISTEMA DE COORDENADAS
A Geometria Analı́tica, também conhecida como geometria das coordenadas, baseia-se no estudo da
geometria com a utilização da Álgebra, indı́cios históricos apontam que seus estudos iniciaram com o
matemático francês René Descartes (1596-1650), criador do sistema de coordenadas cartesianas ou
plano cartesiano, ele conseguiu estabelecer relações entre a geometria e a álgebra ao analisar o ponto,
distâncias, retas e circunferências no plano cartesiano por meio de suas coordenadas.

Nesta unidade, vamos estudar as equações da reta, equações do plano, cálculo de distância, ângulo e
posições relativas no sistema de coordenadas R3 .
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Vamos lembrar de alguns fatos importantes relacionados à geometria no plano xy, por exemplo, por dois
pontos distintos passa uma única reta, ou seja, para obtermos a equação de uma reta, precisamos de dois
pontos, equivalentemente, dada a inclinação da reta e um ponto do plano, existe uma única reta que passa
por esse ponto com essa inclinação. Fazendo analogia ao exemplo anterior, no espaço R3 , para definirmos
a equação de uma reta, precisamos de dois pontos distintos, ou equivalentemente de um ponto e um vetor,
esse último nos fornece a direção da reta, da mesma forma que o coeficiente angular no plano. Agora, para
definirmos a equação de um plano no espaço R3 , precisamos de três pontos distintos, mais ainda, esses
três pontos devem ser não colineares, ou equivalentemente, para obtermos a equação do plano, precisamos
de dois vetores linearmente independentes e mais um ponto por onde deve passar o plano. É importante
se atentar a esses detalhes, pois podem auxiliá-los na compreensão e dedução das fórmulas e resolução
dos problemas.

Apesar da importância da dedução das fórmulas, esperamos que o leitor tenha domı́nio em aplicá-las na
resolução dos problemas propostos.

SISTEMA DE COORDENADAS

Seja O um ponto do espaço que chamaremos de origem, tomemos os segmentos OA, OB e OC unitários
−→ −−→ −−→
e ortogonais entre si. Os vetores �i = OA, �j = OB e �k = OC representam uma base ortonormal que
chamaremos de Sistema Ortogonal de coordenadas de R3 . Indicaremos por OX, OY e OZ as retas
que contém os pontos OA, OB e OC respectivamente, ou apenas eixos x, y e z (eixos coordenadas). O
plano que contém os eixos x e y recebe o nome de plano xy, x e z de plano xz e y e z de plano yz. A
cada ponto P do espaço, corresponde um único segmento orientado OP com origem em O, esse segmento

Introdução
II

−−→
determina um único vetor �v = OP que se escreve como combinação linear dos vetores �i, �j e �k

�v = x�i + y�j + z�k

ou simplesmente
�v = (x, y, z).

Assim, podemos representar cada ponto P do espaço por meio do terno ordenado de coordenadas carte-
sianas P = (x, y, z) ou P (x, y, z). Reciprocamente, cada terno ordenado (x, y, z) corresponde a um único
−−→
ponto P do espaço, tal que OP = x�i + y�y + �z = (x, y, z).

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Distância entre Dois pontos

Vamos deduzir a fórmula da distância entre dois pontos no espaço. Sejam A(xA , yA , zA ), B(xB , yB , zB ) e
O(0, 0, 0) pontos de R3 .


Denotemos a distância entre os pontos A e B por d(A, B), assim temos d(A, B) = �AB�, como

−−→ −−→ −→
AB = BO + OA
−−→ −→
= −OB + OA

= −(xB − 0, yB − 0, zB − 0) + (xA − 0, yA − 0, zA − 0)

= (xA − xB , yA − yB , zA − zB )

RETAS E PLANOS
79

segue que
PLANO NO ESPAÇO
−−→ 
�AB� = (x A − xB )2 + (yA − yB )2 + (zA − zB )2

e, portanto,

d(A, B) = (xA − xB )2 + (yA − yB )2 + (zA − zB )2

PLANO NO ESPAÇO

Equações do plano definidas por 3 pontos

Equações Paramétricas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Vamos determinar uma equação do plano definido por 3 pontos. Sejam A(xA , yA , zA ), B(xB , yB , zB ) e
C(xC , yC , zC ) pontos não colineares e π o plano que contém esses pontos, assim, se um ponto genérico
−−→ −→
P (x, y, z) pertence ao plano π, vamos encontrar condições para que P ∈ π. Como AB, AC são LI, logo,
−→ −−→ −→ −→
P ∈ π se existem escalares a e b tais que AP = aAB + bAC, ou seja, AP é combinação linear dos vetores
−−→ −→
AB e AC.

−→ −→ −−→
Como AP = AO + OP , segue que

−→ −−→ −−→ −→
AO + OP = aAB + bAC
−−→ −→ −−→ −→
OP = −AO + aAB + bAC
−−→ −→ −−→ −→
OP = OA + aAB + bAC
−−→ −→ −−→ −→
OP = OA + aAB + bAC

(x, y, z) = (xA , yA , zA ) + a(xB − xA , yB − yA , zB − zA ) + b(xC − xA , yC − yA , zC − zA )

(x, y, z) = (xA + a(xB − xA ) + b(xC − xA ), yA + a(yB − yA ) + b(yC − yA ), zA + a(zB − zA ) + b(zC − zA

Plano no Espaço
II

Da igualdade de vetores temos




⎪ x = xA + a(xB − xA ) + b(xC − xA )



⎪ y = yA + a(yB − yA ) + b(yC − yA ).




z = zA + a(zB − zA ) + b(zC − zA )

Essas são as equações paramétricas do plano π, os números a e b são os parâmetros do ponto P (x, y, z).
Assim, para cada ponto P do plano existe um par ordenado (a, b) associado a ele e, reciprocamente, cada
par ordenado (a, b) corresponde a um ponto P do plano.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Exemplo 1: Sejam A(1, 2, 3), B(−1, 0, 1) e C(3, 1, 5) pontos de R3 . Determine as equações paramétricas
do plano que passa por esses 3 pontos e verifique se os pontos D(−1, 0, 1) e E(3, 1, 0) pertencem a este
plano.

Temos:
xA = 1, xB = −1 e xC = 3

yA = 2, yB = 0 e yC = 1

zA = 3, zB = 1 e zC = 5

substituindo, obtemos ⎧

⎪ x = 1 + a(−1 − 1) + b(3 − 1)



⎪ y = 2 + a(0 − 2) + b(1 − 2)




z = 3 + a(1 − 3) + b(5 − 3)

portanto, as equações paramétricas são




⎪ x = 1 − 2a + 2b



⎪ y = 2 − 2a − b




z = 3 − 2a + 2b

Agora, vamos verificar se o ponto D(−1, 0, 1) pertence ao plano, para tanto, substituı́mos as coordenadas
do ponto nas equações paramétricas e obtemos o seguinte sistema de três equações e duas incógnitas:


⎪ −1 = 1 − 2a + 2b



⎪ 0 = 2 − 2a − b.




1 = 3 − 2a + 2b

RETAS E PLANOS
81

Equivalentemente ⎧

⎪ −2 = −2a + 2b



⎪ −2 = −2a − b




−2 = −2a + 2b

cuja solução é o par ordenado (a, b) = (1, 0) e, portanto, o ponto D(−1, 0, 1) pertence ao plano. Por outro
lado, para o ponto E(3, 1, 0), obtemos o seguinte sistema



⎪ 3 = 1 − 2a + 2b



⎪ 1 = 2 − 2a − b




0 = 3 − 2a + 2b
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

ou seja, ⎧

⎪ 2 = −2a + 2b



⎪ −1 = −2a − b




−3 = −2a + 2b

que não admite solução. Logo, como não existe um par ordenado que é solução do sistema anterior,
concluı́mos que esse ponto E não pertence ao plano.

Equação Cartesiana do plano

Vamos obter agora uma outra equação do plano definida por 3 pontos, se os pontos A, B, C e P são
−→ −−→ −→
coplanares, então, o conjunto {AP , AB, AC} é LD, logo, do produto misto temos

−→ −−→ −→
[AP , AB, AC] = 0

Plano no Espaço
II

−−→ −→
Pondo AB = (a1 , b1 , c1 ), AC = (a2 , b2 , c2 ) em que a1 = xB −xA , b1 = yB −yA , c1 = zB −zA , a2 = xC −xA ,
b2 = yC − yA e c2 = zC − zA , segue que
 
 
 x − xA y − y A z − zA 
 
 
 =0
 a1 b1 c1 
 
 
 a2 b2 c2 

(x − xA )(b1 c2 − c1 b2 ) + (y − yA )(a2 c1 − a1 c2 ) + (z − zA )(a1 b2 − b1 a2 ) = 0

chamando de a = b1 c2 − c1 b2 , b = a2 c1 − a1 c2 e c = a1 b2 − b1 a2

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
(x − xA )a + (y − yA )b + (z − zA )c = 0

ax + by + cz − (axA + byA + czA ) = 0

Pondo d = −(axA + byA + czA ), obtemos

ax + by + cz + d = 0

que é a equação geral ou cartesiana do plano.

Exemplo 2: Determine a equação geral do plano π que passa pelos pontos A(1, 0, 2), B(−1, 2, 0) e
C(0, 1, −2).

Seja π o plano que passa pelos pontos A(1, 0, 2), B(−1, 2, 0) e C(0, 1, −2), considere P (x, y, z) um ponto
−→ −−→ −→
genérico desse plano. Assim, AP = (x − 1, y, z − 2), AB = (−2, 2, −2) e AC = (−1, 1, −4) e do produto
misto temos  
 
 x−1 y z−2 
 
 
 
 −2 2 −2  = 0
 
 
 −1 1 −4 

(x − 1)(−8 + 2) − y(+8 − 2) + (z − 2)(−2 + 2) = 0

(x − 1).(−6) − y(+6) + (z − 2).0 = 0

−6x + 6 − 6y = 0

−6x − 6y + 6 = 0

RETAS E PLANOS
83

essa última é a equação geral do plano.

Equação Normal do plano

Dizemos que um vetor �n é normal (perpendicular) a um plano π se ele é perpendicular a todos os vetores
desse plano. Assim, seja �n = (a, b, c) um vetor normal a um plano π e A(xA , yA , zA ) um ponto desse
−→
plano, logo, um ponto P (x, y, z) pertence a π se AP é perpendicular ao vetor �n, isso ocorre se

−→
�n.AP = 0 (equação normal do plano)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

segue que

(a, b, c).(x − xA , y − yA , z − zA ) = 0

a(x − xA ) + b(y − yA ) + c(z − zA ) = 0

ax + by + cz − (axA + byA + czA ) = 0.

Pondo d = −(axA + byA + czA ) obtemos

ax + by + cz + d = 0.

Assim, acabamos de verificar que é possı́vel obter a equação de um plano, dados um vetor normal a ele e
um ponto desse plano, note também que, dada uma equação de um plano ax + by + cz + d = 0, o vetor
�n = (a, c, b) é um vetor normal a esse plano.

Observe que fixado um vetor �n = (a, b, c) todo plano com equação ax + by + cz + d = 0 é perpendicular
ao vetor �n, particularmente, para cada valor d ∈ R obtemos um plano ortogonal ao vetor dado, em que
esses planos são todos paralelos entre si. Lembre-se que dada uma equação do 1o grau y = ax + b, fixando
o coeficiente angular a e percorrendo todos valores reais para o coeficiente linear b, obtemos uma famı́lia
de retas paralelas “varrendo” todo plano xy, o mesmo ocorre com a equação ax + by + cz + d = 0, ao
variarmos todos os valores d, percorremos todo espaço R3 .

Acesse o link abaixo e veja a determinação de um vetor normal a partir de sua equação do plano:

<https://pt.khanacademy.org/math/linear-algebra/vectors and spaces/dot cross products/v/normal-


Plano no Espaço
vector-from-plane-equation>.
II

variarmos todos os valores d, percorremos todo espaço R3 .


variarmos todos os valores d, percorremos todo espaço R3 .

Acesse o link abaixo e veja a determinação de um vetor normal a partir de sua equação do plano:
Acesse o link abaixo e veja a determinação de um vetor normal a partir de sua equação do plano:
<https://pt.khanacademy.org/math/linear-algebra/vectors and spaces/dot cross products/v/normal-
<https://pt.khanacademy.org/math/linear-algebra/vectors and spaces/dot cross products/v/normal-
vector-from-plane-equation>.
vector-from-plane-equation>.

Exemplo 3: Determine a equação do plano que passa pelo ponto A(1, −1, 3), sendo �n = (1, −1, 2) um
Exemplo 3: Determine a equação do plano que passa pelo ponto A(1, −1, 3), sendo �n = (1, −1, 2) um
vetor normal a esse plano.
vetor normal a esse plano.
Vimos que se �n = (1, −1, 2) é um vetor normal ao plano de equação ax + by + cz + d = 0, sendo a = 1,
Vimos que se �n = (1, −1, 2) é um vetor normal ao plano de equação ax + by + cz + d = 0, sendo a = 1,

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
b = −1 e c = 2, ao substituirmos, obtemos:
b = −1 e c = 2, ao substituirmos, obtemos:

1x − 1y + 2z + d = 0
1x − 1y + 2z + d = 0

como A(1, −1, 3) é um ponto desse plano, devemos ter


como A(1, −1, 3) é um ponto desse plano, devemos ter

1.(1) − 1.(−1) + 2.3 + d = 0


1.(1) − 1.(−1) + 2.3 + d = 0

1+1+6+d=0
1+1+6+d=0

d = −8.
d = −8.

Portanto, a equação é do plano com vetor normal �n = (1, −1, 2) e que passa pelo ponto A(1, −1, 3) é
Portanto, a equação é do plano com vetor normal �n = (1, −1, 2) e que passa pelo ponto A(1, −1, 3) é

x − y + 2z − 8 = 0.
x − y + 2z − 8 = 0.

RETAS E PLANOS
85

Equação do plano determinado por 2 vetores e 1 ponto

Equações Paramétricas

Sejam A(xA , yA , zA ), �u = (a1 , b1 , c1 ) e �v = (a2 , b2 , c2 ) vetores não nulos. Tomemos os pontos B e C, tais
−−→ −→
que os vetores AB e AC sejam representantes (ou diretores) dos vetores �u e �v .
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

−−→ −→
Assim, se AB e AC são vetores LI, então, existe um plano π que contém os segmentos AB e AC, logo,
−→
se P (x, y, z) ∈ π o vetor AP pode ser escrito como combinação linear dos vetores �u e �v , isto é, existem
escalares p e q tais que

−→
AP = p�u + q�v
−→ −−→
AO + OP = p�u + q�v
−→ −−→
−OA + OP = p�u + q�v
−−→ −→
OP = OA + p�u + q�v

(x, y, z) = (xA , yA , zA ) + p(a1 , b1 , c1 ) + q(a2 , b2 , c2 )

(x, y, z) = (xA + pa1 + qa2 , yA + pb1 + qb2 , zA + pc1 + qc2 )

Da igualdade de vetores temos ⎧



⎪ x = xA + pa1 + qa2



⎪ y = yA + pb1 + qb2




z = zA + pc1 + qc2

que são as equações paramétricas do plano que passa pelo ponto dado A e tem vetores diretores �u e �v .
Cada ponto P está associado a um par de parâmetros (p, q) e, reciprocamente, cada par (p, q) associa-se
a um ponto P do espaço, por exemplo, o par (0, 0) associa o ponto P = A.

Exemplo 4: Determine as equações paramétricas do plano π que passa pelo ponto A(1, −1, 0) e é paralelo

Sistema de Coordenadas
II

aos vetores �u = (1, −3, 7) e �v = (−5, 2, 4).

As equações paramétricas do plano π são dadas pelo sistema




⎪ x = 1 + p(1) + q(−5)



⎪ y = −1 + p(−3) + q(2)




z = 0 + p(7) + q(4)

e, portanto, obtemos



⎪ x = 1 + p − 5q


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
⎪ y = −1 − 3p + 2q.




z = 7p + 4q

Equação Geral

Agora, para obtermos a equação cartesiana (ou geral) do plano determinada por 2 vetores e 1 ponto,
lembremos que �u × �v é ortogonal ao plano π, isto é

−→
AP .(�u × �v ) = 0
� �
� �
� x − x A y − y A z − zA �
� �
� �
� �=0
� a1 b1 c1 �
� �
� �
� a2 b2 c2 �

(x − xA )(b1 c2 − c1 b2 ) + (y − yA )(a2 c1 − a1 c2 ) + (z − zA )(a1 b2 − b1 a2 ) = 0.

RETAS E PLANOS
87

Chamando de a = b1 c2 − c1 b2 , b = a2 c1 − a1 c2 e c = a1 b2 − b1 a2

(x − xA )a + (y − yA )b + (z − zA )c = 0

ax + by + cz − (axA + byA + czA ) = 0.

Pondo d = −(axA + byA + czA ), obtemos

ax + by + cz + d = 0.

Exemplo 5: Obtenha a equação cartesiana do plano π que passa pelo ponto A(2, 1, −3) e é paralela aos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

vetores �u = (1, 3, 0) e �v = (−2, 5, 1).

Se P (x, y, z) ∈ π, temos
 
 
 x−2 y−1 z+3 
 
 
 =0
 1 3 0 
 
 
 −2 5 1 

desenvolvendo, segue que

(x − 2).(3 − 0) − (y − 1).(1 − 0) + (z + 3).(5 + 6) = 0

(x − 2).3 − (y − 1).1 + (z + 3).11

3x − 6 − y + 1 + 11z + 33 = 0

3x − y + 11z + 28 = 0.

Ângulos entre dois planos

Sejam π1 e π2 planos com equações a1 x+b1 y +c1 z +d1 = 0 e a2 x+b2 y +c2 z +d2 = 0, respectivamente. Os
vetores �n1 = (a1 , b1 , c1 ) e �n2 = (a2 , b2 , c2 ) são vetores perpendiculares aos planos π1 e π2 , respectivamente.
Utilizando as propriedades da geometria espacial, é possı́vel verificar que o ângulo θ formado por esses
dois planos é o mesmo ângulo formado pelos vetores normais. Assim, do produto interno temos

�n1 .�n2 = ��n1 ���n2 � cos θ

Sistema de Coordenadas
II

e, portanto,
RETA NO ESPAÇO cos θ =
|�n1 .�n2 |
, com 0 ≤ θ ≤
θ
��n1 ���n2 � 2

Exemplo 6: Sejam π1 e π2 planos determinados pelas equações 2x + 3y − z + 2 = 0 e x − y + 4z = 0,


determine o ângulo formados por esses planos.

Sabemos que os vetores normais aos planos dados são �n1 = (2, 3, −1) e �n2 = (1, −1, 4), segue que

n�1 .n�2 = 2.1 + 3.(−1) − 1.(4)

=2−3−4

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
= −5,

√ √ √ √
além disso, temos ��n1 � = 4 + 9 + 1 = 14 e ��n2 � = 1 + 1 + 16 = 18, como

�n1 .�n2
cos θ =
�n�1 ���n2 �

substituindo, obtemos  
 −5 
cos θ =  √ √ 
14. 18
 √ 
 −5 7 
 
cos θ =  
 42 

cos θ ∼
= 0, 3149

arccos(cos θ) ∼
= arccos 0, 3149

θ∼
= 71, 64o .

RETA NO ESPAÇO

EQUAÇÃO DE UMA RETA

Sabemos que dados dois pontos distintos P1 (x1 , y1 , z1 ) e P2 (x2 , y2 , z2 ) existe uma única reta que passa
por esses pontos. Seja P (x, y, z) um ponto dessa reta que chamaremos der, assim, temos um conjunto

RETAS E PLANOS
89

−−→ −−−→
{P1 P , P1 P2 } Linearmente Dependente, isto é, existe um λ ∈ R tal que

−−→ −−−→
P1 P = λP1 P2
−−→ −−→ −−−→
P1 O + OP = λP1 P2
−−→
OP = λ(x2 − x1 , y2 − y1 , z2 − z1 ) + (x1 , y1 , z1 )

(x, y, z) = (x1 + λ(x2 − x1 ), y1 + λ(y2 − y1 ), z1 + λ(z2 − z1 )

ou seja, ⎧

⎪ x = x1 + λ(x2 − x1 )



y = y1 + λ(y2 − y1 ) equações paramétricas da reta r.



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z = z1 + λ(z2 − z1 )

É interessante observar que se λ = 0, P = P1 , se λ = 1, temos P = P2 e, para 0 < λ < 1, P está no


segmento entre P1 e P2 , se λ > 1 ou λ < 0 P está na reta r, mas fora do segmento P1 P2 . Note que se P1 P
é paralelo ao plano yz, então, x = x1 = x2 , se P1 P é paralelo xz, então y = y1 = y2 e, da mesma forma,
se P1 P é paralelo a z = z1 = z2 , se P1 P não é paralelo a nenhum desses planos, temos a seguinte relação

x − x1 y − y1 z − z1
λ= = =
x2 − x1 y 2 − y1 z2 − z1

que são as equações simétricas da reta. A relação acima nos dá a condição para que três pontos estejam
alinhados, ou seja, os pontos P , P1 e P2 estão alinhados se as razões acima são iguais a uma constante.

Particularmente, se uma reta r passa pelos pontos P1 (x1 , y1 , z1 ) e P (x, y, z) e tem direção do vetor

Reta no Espaço
II

�v = (a, b, c), então temos:



⎪ x = x1 + λa



y = y1 + λb equações paramétricas da reta r





z = z1 + λc

e supondo que abc �= 0, temos

x − x1 y − y1 z − z1
= = equações simétricas da reta r.
a b c

Exemplo 7: Determine a equação paramétrica da reta que passa pelos pontos P1 (1, 2, 0) e P2 (−1, 3, 5).

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Seja r a reta determinada pelos pontos P1 e P2 , assim, se P (x, y, z) ∈ r, temos

−−−→
P = P1 + λP1 P2

(x, y, z) = (1, 2, 0) + λ(−1 − 1, 3 − 2, 5)

(x, y, z) = (1, 2, 0) + λ(−2, 1, 5)

portanto, ⎧

⎪ x = 1 − 2λ



⎪ y = 2+λ .




z = 5λ

Exemplo 8: Mostre que os pontos A(−2, 2, 5), B(2, 0, 3) e C(0, 1, 4) estão alinhados.

Seja r a reta que passa pelos pontos A, B e P (x, y, z), assim temos

−−→
P = B + λAB

(x, y, z) = (2, 0, 3) + λ(2 + 2, 0 − 2, 3 − 5)

(x, y, z) = (2, 0, 3) + λ(4, −2, −2)

(x, y, z) = (2 + 4λ, −2λ, 3 − 2λ)

isto é, ⎧

⎪ x = 2 + 4λ



⎪ y = −2λ




z = 3 − 2λ

RETAS E PLANOS
91

logo, as equações simétricas são dadas por

x−2 y −z + 3
=− = = λ.
4 2 2

Vamos verificar se o ponto C(0, 1, 4) pertence a reta r, logo, temos

0−2 1 −4 + 3 1
=− = =− =λ
4 2 2 2

como a identidade acima é verificada, concluı́mos que os pontos A, B e C estão alinhados.

Equação da reta perpendicular a um plano passando por um ponto dado


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Seja π um plano cuja equação é ax + by + cz + d = 0 e A(xA , yA , zA ) um ponto do espaço, vamos obter


a equação da reta r que passa pelo ponto A perpendicular ao plano dado. Como o vetor �n = (a, b, c) é
perpendicular a π, logo, a reta procurada é paralela ao vetor �n. Assim, se P (x, y, z) ∈ r, existe λ ∈ R tal
que
−→
AP = λ�n

(x, y, z) − (xA , yA , zA ) = λ(a, b, c)

(x, y, z) = (xA , yA , zA ) + λ(a, b, c)

logo, as equações paramétricas são ⎧



⎪ x = xA + aλ



⎪ y = yA + bλ




z = zA + cλ

Exemplo 9: Seja π um plano com equação 3x + 2y − 5z + 4 = 0. Obtenha as equações paramétricas da


reta perpendicular ao plano π e que passa pelo ponto A(−1, 2, 7).

Seja r uma reta perpendicular ao plano π e que passa pelo ponto A(−1, 2, 7), o vetor �n = (3, 2, −5) é
normal ao plano π, substituindo diretamente na fórmula anterior, obtemos as equações paramétricas


⎪ x = −1 + 3λ



⎪ y = 2 + 2λ




z = 7 − 5λ

Equação da reta pertencente a interseção de dois planos

Reta no Espaço
II

Sejam π1 e π2 dois planos com equações a1 x + b1 y + c1 z + d = 0 e a2 x + b2 y + c2 z + d = 0 e vetores


normais �n1 = (a1 , b1 , c1 ) e �n2 = (a2 , b2 , c2 ), respectivamente, note que se π1 e π2 não são paralelos (ou
coincidentes), então, a interseção desses planos é uma reta r, vimos que toda reta de um plano é ortogonal
ao vetor normal, logo, r é ortogonal a ambos vetores normais. Além disso, o vetor �n1 × �n2 também é
ortogonal aos vetores n1 e n2 , ou seja, �n1 × �n2 tem a mesma direção que r e, portanto, são paralelos.
Assim, se A(xA , yA , zA ) é um ponto de r (fixado) e P (x, y, z) é um ponto genérico de r, temos

−→
AP = λn�1 × n�2 para algum λ real

mas � �

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� �
� �i �j �k �
� �
� �
n�1 × n�2 = �� a1 b 1

c1 �
� �
� �
� a 2 b2 c2 �

n�1 × n�2 = (b1 c2 − b2 c1 )�i − (a1 c2 − a2 c1 )�j + (a1 b2 − a2 b1 )�k

n�1 × n�2 = (b1 c2 − b2 c1 , a2 c1 − a1 c2 , a1 b2 − a2 b1 )

segue que

−→
AP = λ(b1 c2 − b2 c1 , a2 c1 − a1 c2 , a1 b2 − a2 b1 )

(x, y, z) = (xA , yA , zA ) + λ(b1 c2 − b2 c1 , a2 c1 − a1 c2 , a1 b2 − a2 b1 )

e, portanto, obtemos ⎧

⎪ x = xA + λ(b1 c2 − b2 c1 )



⎪ y = yA + λ(a2 c1 − a1 c2 ) .




z = zA + λ(a1 b2 − a2 b1 )

que são as equações paramétricas da reta r passando pelo ponto A.

RETAS E PLANOS
93

Quando
Quandoresolvemos
resolvemosum
umsistema
sistemadedetrês
trêsequações
equaçõescom
comtrês
trêsincógnitas,
incógnitas,a asolução
solução(caso
(casoexista)
exista)é éum
um
ponto interseçãodesses
pontodadainterseção dessestrês
trêsplanos.
planos.Acesse
Acesseo olink
linke everifique
verifiquetodas
todaspossibilidades:
possibilidades:
<http://pt.slideshare.net/luanadavila/luana-14123718>.
<http://pt.slideshare.net/luanadavila/luana-14123718>.

Exemplo
Exemplo10:
10:Sejam
Sejamπ1π1e eπ2π2planos
planoscom equaçõesx x++2z2z−−8 8==0 0e ex x++4y4y−−2z2z++4 4==0.0.Encontre
comequações Encontreasas
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equações
equaçõesparamétricas
paramétricasdadainterseção
interseçãodesses
dessesplanos.
planos.
OsOsvetores
vetoresnormais
normaisaos
aosplanos sãon�1n�1==(1,(1,
planossão 0,0,
2)2)e e�n2�n2==(1,(1, −2),
4,4, comon�1n�×
−2),como n� �2é éparalelo
1 × 2n paraleloa ainterseção
interseção
desses
dessesplanos,
planos,logo,
logo,temos
temos �� �
�� � �
� ��i �i �j �j �k �k � �
�� � �
�� � �
�� � �
�n1�n× �
n
× �
n
2 = =
� 1 0 2 � �
1 2
��� 1 0 2 � �
�� � �
� �1 4 −2 � �
1 4 −2 �

�n1�n× �i(0
�n n2== �j(−2
�i(0−−8)8)−− �k(4
�j(−2−−2)2)++ �k(4−−0)0)
1 × 2�

�n1�n× �n n2==(−8,
1 × 2� (−8,4,4,
4).4).

Agora,
Agora,vamos
vamosobter
obterum
umponto
pontodadainterseção,
interseção,particularmente
particularmentepara
parax x==0,0,temos
temos
⎧⎧

⎨⎪
⎨ 2z2z−−8 8 ==0 0

⎩⎪
⎩4y4y−−2z2z ==−4
−4

segue
segueque
quez z==4 4e,e,substituindo,
substituindo,obtemos
obtemos

4y4y−−2.4
2.4==−4
−4

4y4y−−8 8==−4
−4

4y4y==4 4

y y==1 1

logo,
logo,um
umponto
pontodadainterseção
interseçãoé éum
umponto
pontoA(0,
A(0,1,1,
4).4).Assim,
Assim,seseP P
(x, z)z)∈ ∈π1π∩
y,y,
(x, π , temos
1 ∩ 2π2 , temos

−→
−→= λ(�n × �n )
AP
AP = λ(�1n1 × 2�
n2 )

Reta no Espaço
II

(x, y, z) = A + λ(�n1 × �n2 )

(x, y, z) = (0, 1, 4) + λ(−8, 4, 4).

Portanto, as equações paramétricas da reta procurada são




⎪ x = −8λ



⎪ y = 1 + 4λ .




z = 4 + 4λ

Planos Paralelos

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Se π1 e π2 são paralelos, então, �n1 e �n2 são múltiplos (paralelos), isto é, existe λ tal que

�n1 = λ�n2

(a1 , b1 , c1 ) = λ(a2 , b2 , c2 )

(a1 , b1 , c1 ) = (λa2 , λb2 , λc2 ).

Portanto, dois planos são paralelos quando a igualdade abaixo é verificada

a1 b1 c1
λ= = = .
a2 b2 c2

Exemplo 11: Mostre que os planos π1 e π2 determinados pelas equações 15x − 12y + 6z + 9 = 0 e
5x − 4y + 2z + 7 = 0 são paralelos.

De fato, sejam �n1 = (15, −12, 6) e �n2 = (5, −4, 2) vetores normais aos planos π1 e π2 , devemos exibir um
λ ∈ R tal que
�n1 = λ�n2

como
(15, −12, 6) = λ(5, −4, 2)

logo,
15 −12 6
= = = λ.
5 −4 2

Portanto, tomando λ = 3, obtemos �n1 = 3�n2 , o que mostra que π1 e π2 são paralelos.

RETAS E PLANOS
95

Planos Perpendiculares

Se os planos π1 e π2 são perpendiculares, então, do produto interno devemos ter

�n1 .�n2 = 0

Exemplo 12: Sejam π1 e π2 planos com equações 3x − 4y − 3z + 7 = 0 e x + z − 4 = 0. Mostre que esses


planos são perpendiculares.

Temos que �n1 = (3, −4, −3) e �n2 = (1, 0, 1) são vetores normais aos planos dados, logo, do produto interno
temos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

�n1 .�n2 = 3.1 − 4.0 − 3.1

�n1 .�n2 = 3 − 0 − 3

�n1 .�n2 = 0

portanto, π1 e π2 são perpendiculares.

Ângulos entre duas retas

Sejam r1 e r2 duas retas do espaço, existem três possibilidades:


- r1 é paralela à r2 (ou coincidentes);
- r1 é concorrente à r2 (um ponto em comum);
- r1 é reversa à r2 .

Retas Paralelas

No caso em que r1 é paralela à r2 , dizemos que o ângulo formado é igual a zero. Assim, considere
�u = (a1 , b1 , c1 ) e �v = (a2 , b2 , c2 ) vetores diretores das retas r1 e r2 , respectivamente, para verificar que
essas retas são paralelas, basta exibir λ ∈ R tal que

�u = λ�v

(a1 , b1 , c1 ) = λ(a2 , b2 , c2 )

(a1 , b1 , c1 ) = (λa2 , λb2 , λc2 )

ou, equivalentemente,
a1 b1 c1
λ= = = .
a2 b2 c2

Reta no Espaço
II

Exemplo 13: Seja r1 a reta que passa pelos pontos O(0, 0, 0) e A(1, 1, 1), r2 a reta que passa pelos pontos
B(0, 0, 2) e C(2, 2, 4). Mostre que essas retas são paralelas.
−→ −−→
De fato, temos �v1 = OA = (1, 1, 1) tem direção da reta r1 e �v2 = BC = (2, 2, 2) tem direção da reta r2 ,
logo, da condição de paralelismo, temos
1 1 1
λ= = =
2 2 2

o que mostra que as retas r1 e r2 são paralelas.

Retas Concorrentes e Reversas

Quando r1 é concorrente à r2 , o ângulo θ entre essas retas é o menor entre os quatro ângulos formados

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
no ponto em comum, caso r1 e r2 sejam reversas, marcamos um ponto P , por exemplo, sobre a reta r1
e traçamos uma reta r3 paralela a r2 , passando por esse ponto, o ângulo formado pelas retas r1 e r3 é o
ângulo entre as retas r1 e r2 .

Assim, se �v1 e �v2 são vetores diretores de r1 e r2 , então, ângulo formado por essas retas é tal que:

cos θ = | cos(�v1 , �v2 )|

|�v1 .�v2 |
cos θ =
��v1 ���v2 �

Exemplo 14: Sejam r1 e r2 retas definidas por




⎨ x =7+λ x+1 y−5 z+9
r1 : y =λ e r2 : = = .

⎩ −2 1 1
z = 13 − 2λ

Calcule o ângulo formado pelas retas r1 e r2 .

Seja θ o ângulo formado por essas retas, as direções das retas r1 e r2 são dadas por �v1 = (1, 1, −2) e
�v2 = (−2, 1, 1), logo

RETAS E PLANOS
97

|�v1 .�v2 |
cos θ =
��v1 �.��v2 �
|1.(−2) + 1.1 + (−2).1|
cos θ = � �
11 + 12 + (−2)2 . (−2)2 + 12 + 12

| − 2 + 1 − 2|
cos θ = √ √
1 + 1 + 4. 4 + 1 + 1
3
cos θ =
6
1
cos θ =
2

portanto, θ = 60o .
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Retas Ortogonais

Sejam r1 e r2 duas retas com direção dos vetores �u = (a1 , b1 , c1 ) e �v = (a2 , b2 , c2 ), respectivamente,
dizemos que r1 é ortogonal à r2 (formam um ângulo de 90o ), quando

�u.�v = 0.

Exemplo 15: Considere as retas definidas por




⎨ x =1+λ x y−1 z+7
r1 : y =3−λ e r2 : = = .

⎩ 1 4 1
z = 4 + 3λ

Mostre que essas retas são ortogonais.

As retas r1 e r2 possuem direção dos vetores v1 = (1, −1, 3) e v2 = (1, 4, 1), respectivamente. Logo, do
produto interno segue que

�v1 .�v2 = 1.1 − 1.4 + 3.1

=1−4+3

=0

o que mostra que essas retas são ortogonais.

Reta no Espaço
II

DISTÂNCIAS
DISTÂNCIAS

Distância de um ponto a um plano

Sejam π um plano definido pela equação ax + by + cz + d = 0 e P0 (x0 , y0 , z0 ) um ponto qualquer de R3 ,


tracemos uma reta perpendicular, passando por P0 , obtendo um ponto A no plano π. Tomemos um ponto
P (x, y, z) em π.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Assim, a distância d do ponto P0 ao plano π é

−−→
d(P0 , π) = �AP0 �
−−→ −−→ −−→
d(P0 , π) = �P0 P �| cos(P0 A, P0 P )|
−−→ −−→ −−→ −−→
�AP0 ��P0 P �| cos(P0 A, P0 P )|
d(P0 , π) = −−−→ (∗)
�AP0 �

note que �n = (a, b, c) é normal ao plano π, logo, existe λ real tal que

−−→
AP0 = λ�n
−−→
AP0 = |λ|(a, b, c) (∗∗)
−−→ 
�AP0 � = |λ| a2 + b2 + c2 (∗ ∗ ∗)

Combinando (∗), (∗∗) e (∗ ∗ ∗) segue que

−−→ −−→
|AP .P P |
d(P0 , π) = √ 0 0
|λ| a2 + b2 + c2
|λ(a, b, c).(x − x0 , y − y0 , z − z0 )|
d(P0 , π) = √
|λ| a2 + b2 + c2
| − λ(ax0 + by0 + cz0 − ax − by − cz)|
d(P0 , π) = √
|λ| a2 + b2 + c2
|λ||(ax0 + by0 + cz0 − ax − by − cz)|
d(P0 , π) = √ .
|λ| a2 + b2 + c2

RETAS E PLANOS
99

Como d = −(ax + by + cz), obtemos

|ax0 + by0 + cz0 + d|


d(P0 , π) = √ .
a 2 + b2 + c 2

Exemplo 16: Seja π o plano definido pela equação 3x − 2y + z − 1 = 0. Calcule a distância entre o plano
π ao ponto P0 = (1, 0, 1).
Temos que a = 3, b = −2 e c = 1, além disso, x0 = 1, y0 = 0 e z0 = 1, substituindo na fórmula anterior
segue que

|3.(1) − 2.(0) + 1.(1) − 1|


d(P0 , π) = 
32 + (−2)2 + (1)2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

3−0+1−1
= √
9+4+1
3
=√
14

3 14
= .
14


3 14
Portanto, a distância entre o plano π ao ponto P0 é igual a .
14

Distância de um ponto a uma reta

Considere uma reta r determinada por um ponto P1 (x1 , y1 , z1 ) com direção do vetor �v = (a, b, c), dado
−−−→
um ponto P0 , vamos determinar a distância d do ponto P0 até a reta r. Observe que os vetores �v e P1 P0
determinam um paralelogramo cuja altura corresponde a distância d de P0 até a reta r.

Distâncias
II

Sabemos que a área do paralelogramo é dada pela norma do produto vetorial

−−−→
A = �P1 P0 × �v �

por outro lado, a área também é obtida por

A = ��v �.d

−−−→
logo ��v �.d = �P1 P0 × �v �, ou seja,
−−−→
�P1 P0 × �v �
d(P0 , r) =
��v �

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que é a fórmula da distância entre o ponto P0 até a reta r.

Exemplo 17: Dados P0 (1, −1, 2) e r uma reta definida por

x y−2 z+5
r: = = .
3 2 1

Calcule a distância entre o ponto P0 e a reta r.

Primeiramente, precisamos de um ponto da reta r, assim, para x = 0 temos que y = 2 e z = −5, desse
modo, P1 (0, 2, −5) ∈ r. A direção da reta r é dada pelo vetor �v = (3, 2, 1).

Sabemos que  
 
 �i �j �k 
 
−−−→  

P1 P0 × �v =  1 − 0 −1 − 2 2 + 5  = (−17, 20, 11),

 
 
 3 2 1 

logo, 
(−17)2 + 202 + 112
d(P0 , r) = √
32 + 22 + 12

289 + 400 + 121
d(P0 , r) = √
9+4+1

9 35
d(P0 , r) = .
7

Distância entre duas retas

Dadas duas retas quaisquer, existem três possibilidades: são concorrentes, nesse caso, a distância entre
elas é zero, são paralelas, nesse caso, a distância é constante, ou as retas são reversas.

RETAS E PLANOS
101

Retas Paralelas

Sejam r e s duas retas paralelas, tomemos um ponto P0 sobre s, nesse caso, basta calcular a distância
entre uma reta e um ponto, como visto anteriormente, isto é, se P0 ∈ s, então

d(s, r) = d(P0 , r).


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Exemplo 18: Considere as retas definidas pelas equações abaixo



⎨ x = 1 + 6λ x−1 y z−2
s: y = −1 − 12λ e r: = = .

⎩ 2 −4 1
z = 3 + 3λ

Calcule a distância entre elas.

Os vetores diretores das retas s e r são, respectivamente, vs = (6, −12, 3) e �vr = (2, −4, 1), como �vs = 3�vr ,
logo, r é paralelo à s, além disso, P0 (1, −1, 3) ∈ s e P1 (1, 0, 2) ∈ r. Lembremos que

d(s, r) = d(P0 , r)
−−−→
�P1 P0 × �v �
= (∗)
��v �

Distâncias
II

Assim, temos:
 
 
 �i �j �k 
Assim, temos:  
−−−→  
P1 P0 × �v =  0 −1 1 
 
Assim, temos:  
 �i 2 �j−4 �k 1 
 
−−−→  
P1 P0 × �v == �i(−1
0 � −1 1 −
 �
  − 2) + �k(0 + 2)
  i j k j(0
 +� 4) �
  
−−−→ = (3,
P1 P0 × �v = 2 2, 2) 1  
−4
 0 −1 1 
 
 + 4) − �j(0
= �i(−1  �
 2 −4 1  − 2) + k(0 + 2)
e, substituindo em (∗), segue que
= (3, 2, 2)
= �i(−1 + 4) − �j(0 − 2) + �k(0 + 2)
√ √ √

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
32 + 22 + 22 9+4+4 357 ∼
e, substituindo em (∗),Psegue que
(s, r) = = (3, 2, 2)= √ = = 0, 8997.
22 + (−4)2 + 12 4 + 16 + 1 21

e, substituindo em (∗), segue que √ √
32 + 22 + 22 9+4+4 357 ∼
P (s, r) =  =√ = = 0, 8997.
22√+ (−4)2 + 12 4 + 16 + 1 21
√ √
2 2
3 +2 +2 2 9+4+4 357 ∼
P (s, r) =  =√ = = 0, 8997.
22 + (−4)2 + 12 4 + 16 + 1 21
É comum ouvirmos a expressão perpendicular e outras vezes ortogonal. Qual a diferença entre retas
perpendiculares e retas ortogonais?

É comum ouvirmos a expressão perpendicular e outras vezes ortogonal. Qual a diferença entre retas
perpendiculares e retas ortogonais?
É comum ouvirmos a expressão perpendicular e outras vezes ortogonal. Qual a diferença entre retas
perpendiculares
Retas Reversas e retas ortogonais?

Considere r e s duas retas reversas, em que r é definida pelo vetor �u = (a1 , b1 , c1 ) e P1 (x1 , y1 , z1 ) e s
Retas Reversas
definida pelo vetor �v = (a2 , b2 , c2 ) e P2 (x2 , y2 , z2 ).
−−−→
Considere
Os vetores r e�u,s�vduas
e P1retas reversas,
P2 definem umem que r é definida
paralelepı́pedo pelo vetor
de altura d = d(r, 1 , b1 ,volume
�u =s),(acujo c1 ) e P1é(xdado
1 , y1 ,por
z1 ) V
e s=
Retas Reversas
definida pelo vetor �v = (a2 , b2 , c2 ) e P2 (x2 , y2 , z2 ).
��u × �v �.d,
Considere r e s duas retas reversas, em que r é definida pelo vetor �u = (a1 , b1 , c1 ) e P1 (x1 , y1 , z1 ) e s
−−−→
Os vetores �u, �v e P1 P2 definem um paralelepı́pedo de altura d = d(r, s), cujo volume é dado por V =
definida pelo vetor �v = (a2 , b2 , c2 ) e P2 (x2 , y2 , z2 ).
��u × �v �.d, −−−→
Os vetores �u, �v e P1 P2 definem um paralelepı́pedo de altura d = d(r, s), cujo volume é dado por V =
��u × �v �.d,

RETAS E PLANOS
103

Por outro lado, do produto misto temos

−−−→
V = |[�u, �v , P1 P2 ]|.

Combinando as duas fórmulas, segue que

−−−→
��u × �v �.d = |[�u, �v , P1 P2 ]|

e, portanto, a distância entre as retas é dada por

−−−→
|[�u, �v , P1 P2 ]|
d(r, s) = .
��u × �v �
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Exemplo 19: Sejam r e s retas definidas pelas equações




⎨ x = 3λ
x+2 y−3 z
r: = = e s: y =λ
5 3 1 ⎪

z = 3 − 5λ

Determine a distância entre essas retas.

As retas r e s passam pelos pontos P1 (−2, 3, 0) e P2 (0, 0, 3) e têm direção dos vetores �u = (5, 3, 1) e
�v = (3, 1, −5), respectivamente, além disso, essas retas não são paralelas, pois não existe λ tal que �u = λ�v ,
5 3 1
ou seja, �= �= . Agora, do produto vetorial temos
3 1 −5
� �
� �
� �i �j �k �
� �
� �
�u × �v = �� 5 3 1 �

� �
� �
� 3 1 −5 �

= �i(−15 − 1) − �j(−25 − 3) + �k(5 − 9)

= (−16, 28, −4)

Logo,


��u × �v � = (−16)2 + 282 + (−4)2

= 256 + 784 + 16

= 1056

= 4 66.

Distâncias
II

Além disso,
 
 
 5 3 1 

−−−→  
[�u, �v , P1 P2 ] =  3 1 −5 
 
 
 2 −3 3 

= 5.(3 − 15) − 3.(9 + 10) + 1.(−9 − 2)

= 5.(−12) − 3.(19) − 11

= −60 − 57 − 11

= −128.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Como
−−−→
|[�u, �v , P1 , P2 ]|
d(r, s) =
��u × �v �

Segue que

| − 128|
d(r, s) = √
4 66

32 66
= √ .√
66 66

32. 66
=
66

16 66
=
33

= 3, 94.

RETAS E PLANOS
105

CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Prezado(a) aluno(a), nesta unidade, vimos como determinar as equações paramétricas e as equações simé-
tricas que representam retas e também as equações paramétricas, equação cartesiana e equação normal,
que representam um plano, verificamos as posições relativas entre: plano e plano, plano e reta, reta e
reta, vimos também como calcular ângulos e distâncias. É interessante perceber que em vários momentos
tivemos que recorrer aos conceitos da unidade anterior, a saber: conjunto de vetores linearmente de-
pendentes e independentes; combinação linear; produto interno; produto vetorial; produto misto. Esses
conceitos foram fundamentais nas deduções das equações do plano, da reta, nas fórmulas para o cálculo
das distâncias e dos ângulos.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Na disciplina de matemática, particularmente na educação básica, normalmente são apresentadas situações-


problema e, a partir daı́, é proposto um modelo matemático que consiga resolver o problema, no entanto,
existem situações ou certos conteúdos que só farão sentido num momento posterior, muitas vezes tornando
essa disciplina um pouco mais difı́cil ou menos atraente que as outras. Um exemplo clássico é o estudo
do cálculo algébrico, que se dá no 8o ano do ensino fundamental, com monômios e suas operações, ou
até mesmo os produtos notáveis, e que para o aluno faz pouco sentido saber esses conteúdos, porém ter
domı́nio do cálculo algébrico é de extrema importância para a sequência dos estudos nas próximas séries.
Portanto, podemos notar que todo estudo feito nesta unidade 2 está fundamentado na teoria da seção
anterior, que, num primeiro momento, poderia aparentar ter pouca utilidade ou aplicação.

Nesta unidade, vimos os conceitos da geometria analı́tica, as retas e os planos, na próxima unidade,
abordaremos dois outros assuntos também da geometria analı́tica, que são as curvas cônicas e as superfı́cies
quádricas, que, ao contrários das retas e planos que têm equações lineares, têm equações de grau dois,
como veremos.

Considerações Finais
LEITURA COMPLEMENTAR

Sistemas Equações e interseção de planos

Prezado(a) leitor(a), vamos apresentar uma interpretação geométrica referente à solução de um sistema
de equações com três equação e três incógnitas. Iniciamos fazendo uma análise na seguinte situação, por
exemplo, quando resolvemos uma equação 3x + 8 = 20, sua solução é um ponto da reta, isto é, x = 4,
assim, essa é a única solução do nosso “sistema” formado por uma equação e uma incógnita. Quando
temos uma equação com duas variáveis, por exemplo: x + y = 10, existem infinitos valores de x e y
que satisfazem a igualdade, na verdade, esse conjunto de pares ordenados (x, y) descreve uma reta no
plano cartesiano, no entanto, se tivéssemos
⎧ outra reta, por exemplo x − y = 4, formarı́amos um sistema

⎨ x + y = 10
com duas equações e duas incógnitas . No plano cartesiano, essas equações representam

⎩ x−y =4
duas retas, lembremos que a posição relativa entre duas retas no plano é: paralelas, coincidentes ou um
único ponto. Em nosso exemplo, temos uma única solução cuja representação no plano é um ponto com
coordenadas (7; 3) e geometricamente corresponde a interseção das duas retas. No caso em que as retas
são paralelas, dizemos que o sistema é impossı́vel, ou seja, a interseção entre as retas é um conjunto vazio.
Porém, quando as retas são coincidentes, dizemos que o sistema é possı́vel e indeterminado, pois existem
infinitas soluções, na realidade, geometricamente, o conjunto solução é a própria reta e, portanto, infinitos
pares ordenados.

Agora, quando temos um sistema com duas equações e três incógnitas R3 , geometricamente, temos dois
planos, cujas posições relativas podem ser: planos paralelos, cuja interseção é um conjunto vazio, logo,
o sistema é impossı́vel; planos coincidentes, nesse caso, temos infinitas soluções, pois qualquer ponto do
plano é solução do sistema, ou seja, o sistema possı́vel e indeterminado com infinitas soluções; uma reta,
aqui também temos infinitas soluções, pois qualquer ponto da reta é solução do sistema.

Para finalizar, quando temos um sistema formado por três equações e três incógnitas, resolver esse sistema
é tentar obter a interseção de três planos, cujas possibilidades são: um único ponto, sistema possı́vel e
determinado com solução única; uma reta, nesse caso, o sistema é possı́vel e indeterminado com infinitas
soluções; um plano, sistema possı́vel e indeterminado com infinitas soluções; conjunto vazio, nessa situação,
o sistema é impossı́vel, ou nenhuma solução. Portanto, quando estiver resolvendo um sistema de equações,
lembre-se de que você está tentando obter a interseção entre planos (ou retas) e isso nem sempre é possı́vel.

Fonte: o autor.
107

ATIVIDADE DE AUTOESTUDO

1. Sejam A(1, −2, 3), B(2, 4, −1) e C(0, 1, 4) pontos de R3 :

a) Determine as equações paramétricas do plano π que passa por esses pontos.


b) Verifique se o ponto E(2, 1, 0) pertence ao plano π.
c) Mostre que o ponto F (1, 1, 1) não pertence ao plano π.
d) Calcule a distância entre o ponto A e B.

2. Calcule a equação geral do plano π que passa pelos pontos A(1, −3, 5), B(0, 1, −4) e C(−1, 2, 0).

3. Encontrar a equação do plano que passa pelo ponto A(3, 2, 0) e é perpendicular ao vetor �n =
(−1, 3, 2).

4. Considere os vetores �u = (−3, 1, 2) e �v = (3, 0, −1). Determine a equação do plano que passa pelo
ponto A(1, −1, 5).

5. Dados os vetores �u = (−3, 1, 2) e �v = (3, 0, −1) e A(1, −1, 5), como no exercı́cio anterior, determine a
equação geral do plano que passa pelo ponto A e tem direção dos vetores �u e �v . Faça um comparativo
entre as equações paramétricas com a equação geral.

6. Calcule o ângulo formado pelos planos 3x + 4y = 0 e x − 4y + 5z − 2 = 0.

7. Sejam A(2, −1, 3) e B(7, 0, −2), determine as equações paramétricas da reta que passa por esses
pontos.

8. Dados os pontos A(3, 2, 4) e B(−1, 0, 2):

a) Obtenha as equações paramétricas da reta que passa por esses pontos e verifique se o ponto
C(7, 4, 6) pertence a reta.
b) Obtenha a equação da forma simétrica da reta que passa por esses pontos e verifique se o ponto
D(5, 3, 4)) pertence a reta.

9. Seja π o plano definido pela equação −x + 2y = 7, determine a equação da reta perpendicular a esse
plano e que passa pelo ponto A(1, 2, 5).

10. Dados os planos 2x − 4y + z = 11 e 3y + 5z = 9. Determine as equações paramétricas da interseção


desses planos.
11. Sejam π1 := x+2y −3z +4 = 0, π2 := 5x+20y +4z = 41z −10y −2x−28, π3 := −x+2y −z −10 =
x + 6y − 7z e π4 := 3x + 6y + 9z + 4 = 0, verifique em cada item: a posição relativa entre o plano
π1 com os outros planos, isto é, se são paralelos, coincidentes ou se sua interseção é uma reta:

a) π1 e π2
b) π1 e π3
c) π1 e π4

12. Seja π1 o plano definido por 5x − 2y + 4z − 13 = 0, determine o valor de k para que o plano π2 com
equação 6x + ky + 8z + 2 = 0 seja perpendicular ao plano π1 .

13. Considere as retas




⎨ x =6−λ x−2 y+1 z
r1 : y = 5 + 3λ e r2 : = =

⎩ 2 −6 4
z = −2λ

Mostre que essas retas são paralelas.




⎪ x = 2λ



14. Se r1 é a reta que passa pelos pontos A(1, 0, −2) e B(0, −3, 5) e r2 é definida por y = 11 − 3λ,





z = 2 + 5λ
calcule o ângulo formado por essas retas.

15. Considere a reta r1 que passa pelos pontos A(3, 2, −1) e B(4, 6, 1) e r2 a reta com equações simétricas
x−1 y+2 z+3
= = . Mostre que essas retas são ortogonais.
−2 −3 7

16. Calcule as distâncias entre o plano e o ponto em cada caso:

a) x + y + z + 1 = 0 e A(1, 1, 1)
b) 2x − y − 3z = 5 e B(1, 2, 0)
c) 3x + 4z − 7 = 0 e C(1, 0, 1)
d) −x − z + 1 = 0 e D(−1, −3, 5)


⎪ x = 3 + 2k



17. Seja r a reta com equações paramétricas r : y = 4 − 5k , determine a distância entre r e o





z = −1 + 3k
109

ponto P (−1, −3, 5).

18. Sejam r e s retas definidas por




⎨ x = 2 − 2λ x y+1 z−1
r: y = 1 + 3λ e s: = = .

⎩ 6 −9 −15
z = 5 + 5λ

Verifique a posição relativa entre essas retas e calcule a distância entre elas.

19. Sejam r e t duas retas definidas por




⎨ x=2
x+1 y z+7
s: = = e r: y = 3 + 2k .
−2 5 −3 ⎪

z = 5k

Calcule a distância entre s e t.


Professor Me. Alexandre Shuji Suguimoto

III
UNIDADE
CÔNICAS E QUÁDRICAS

Objetivos de Aprendizagem
■■ Entender o conceito de Cˆonicas como interseção do Plano com o Cone.
■■ Compreender as cônicas como o lugar geométrico dos pontos que
satisfazem uma certa condição.
■■ Identificar suas equações e seus elementos.
■■ Reconhecer superfícies quádricas.
■■ Identificar suas equações.
■■ Representá-los no sistema de coordenadas tridimensional.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ A Elipse
■■ A Circunferência
■■ A Hipérbole
■■ A Parábola
■■ Elipsoide
■■ Hiperboloide de uma folha
■■ Hiperboloide de duas folhas
■■ Paraboloide Elíptico
■■ Paraboloide Hiperbólico
■■ Superfície Cônica
■■ Superfície Cilíndrica
113

INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO

Na unidade anterior, estudamos as equações da reta e do plano, que são equações lineares, isto é, equações
do 1o grau. Nesta unidade, vamos estudar, primeiramente, as equações do 2o grau em x e y no plano
cartesiano, os gráficos dessas equações descrevem curvas no plano xy, são elas: a elipse, a circunferência,
a hipérbole, a parábola. Tais curvas são obtidas por meio da interseção de um cone com um plano e,
dependendo da disposição desses dois elementos, é possı́vel obter essas curvas, justificando a nomenclatura
de secção cônica.

Essas curvas já eram conhecidas, admiradas e estudadas desde a antiguidade, por exemplo: Apolônio
de Perga (262 a.C - 194 a.C), matemático e astrônomo grego, dedicou parte de sua vida ao estudo das
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

cônicas, dando uma contribuição ı́mpar para a matemática com sua obra “As cônicas”. Já o filósofo e
astrônomo Johannes Kepler (1571 - 1630) foi quem deduziu que as órbitas planetárias eram elı́pticas e
não circulares, como se pensava na época.

Ainda nesta unidade, estudaremos as superfı́cies cujas equações são de segundo grau nas variáveis x, y e
z, cujos gráficos são conjuntos de pontos do espaço tridimensional conhecidos como superfı́cies quádricas,
são elas: elipsoide, esfera, hiperboloide de uma folha, hiperboloide de duas folhas, paraboloide elı́ptico,
paraboloide hiperbólico, superfı́cie cônica, superfı́cie cilı́ndrica. Desenvolveremos nosso estudo sob a se-
guinte perspectiva: dada uma equação de uma superfı́cie quádrica, vamos analisar as curvas (ou traços)
obtidas pela interseção de planos (convenientemente escolhidos) com a quádrica, de uma maneira geral,
a escolha do plano se dará preferencialmente com os planos coordenados, ou seja, planos xy, xz e yz,
esses planos são obtidos tomando z = 0, y = 0 e x = 0, respectivamente. No entanto, teremos casos em
que esses planos não interceptarão a superfı́cie dada, em situações como essa, será necessário fazer uma
análise mais criteriosa para decidir como obter os traços da superfı́cie num plano conveniente. A partir
dos traços obtidos nos três planos, será possı́vel desenhar a superfı́cie. Apesar da dificuldade em fazer
um desenho de uma superfı́cie tridimensional numa folha de papel, veremos que basta observar a equação
para sabermos de que superfı́cie estamos tratando, ou seja, cada quádrica tem uma equação particular,
assim como a reta, a parábola, a elipse no plano.

Portanto, o que pretendemos aqui é que dada uma equação, o cursista consiga identificar de qual super-
fı́cie estamos tratando e que procure, na medida do possı́vel, desenhar seu gráfico, pois reconhecer essas
superfı́cies e suas equações é de extrema importância no futuro estudo do cálculo vetorial.

Introdução
III

A ELIPSE
A ELIPSE
A ELIPSE

Sejam F1 e F2 dois pontos do plano xy, cuja distância entre eles é igual à 2c, ao conjunto de pontos

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
P (x, y) do plano xy tais que

Sejam F1 e F2 dois pontos do plano xy, cuja distância entre eles é igual à 2c, ao conjunto de pontos
d(P, F1 ) + d(P, F2 ) = 2a, em que a > c
P (x, y) do plano xy tais que

damos o nome de elipse. Assim, uma elipse é o lugar geométrico dos pontos P (x, y), cuja soma das
d(P, F1 ) + d(P, F2 ) = 2a, em que a > c
distâncias a dois pontos fixos é uma constante. A elipse é obtida por meio da interseção entre o plano e
o cone,o em
damos quede
nome o plano
elipse.deve ser inclinado
Assim, em relação
uma elipse é o lugarao geométrico
eixo do cone,
dosmas não paralelo
pontos P (x, y), àcuja
sua soma
geratriz.
das
distâncias a dois pontos fixos é uma constante. A elipse é obtida por meio da interseção entre o plano e
o cone, em que o plano deve ser inclinado em relação ao eixo do cone, mas não paralelo à sua geratriz.

Um cone pode ser obtido a partir de duas retas concorrentes, por exemplo, fixada uma reta r (eixo),
fixamos um ponto P em r, traçamos uma reta g passando por P , ao rotacionarmos g em torno da reta
r, mantendo
Um cone podefixo
ser oobtido
ângulo entre elas,
a partir obtemos
de duas retas um cone, em que
concorrentes, porgexemplo,
é chamada de geratriz
fixada uma retadesse cone.
r (eixo),
Ver: www.brasilescola/matematica/cone.htm
fixamos um ponto P em r, traçamos uma reta g passando por P , ao rotacionarmos g em torno da reta
r, mantendo fixo o ângulo entre elas, obtemos um cone, em que g é chamada de geratriz desse cone.

Ver: www.brasilescola/matematica/cone.htm

CÔNICAS E QUÁDRICAS
115

Os pontos F1 e F2 são focos da elipse e o ponto médio do segmento F1 F2 é o centro C da elipse. O


segmento A1 A2 é chamado de eixo maior (contém os focos), a distância 2c entre F1 e F2 é chamada de
distância focal.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O segmento B1 B2 é o eixo menor e é perpendicular ao segmento A1 A2 . Os pontos A1 , A2 , B1 e B2


c
são os vértices e o número e = é chamado de excentricidade da elipse. Note que, do Teorema de
a
Pitágoras, temos a2 = b2 + c2

e 0 < e < 1, pois c < a.

1o Caso: Eixo maior está sobre o eixo x com centro na origem O

Considere a elipse com foco F1 (−c, 0) e F2 (c, 0), se P (x, y) é um ponto da elipse, temos:

A Elipse
III

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
d(P, F1 ) + d(P, F2 ) = 2a

−−→ −−→
||F1 P || + ||F2 P || = 2a
 
(x + c)2 + (y − 0)2 + (x − c)2 + (y − 0)2 = 2a
 
(x + c)2 + y 2 = 2a − (x − c)2 + y 2

(x + c)2 + y 2 = 4a2 − 4a (x − c)2 + y 2 + (x − c)2 + y 2

x2 + 2xc + c2 + y 2 = 4a2 − 4a (x − c)2 + y 2 + x2 − 2xc + c2 + y 2

4a (x − c)2 + y 2 = 4a2 − 4xc

a (x − c)2 + y 2 = a2 − xc

a2 (x2 − 2xc + c2 + y 2 ) = a4 − 2a2 xc + x2 c2

a2 x2 − 2a2 xc + a2 c2 + a2 y 2 = a4 − 2a2 xc + x2 c2

a 2 x 2 − x 2 c 2 + a 2 y 2 = a4 − a 2 c 2

x2 (a2 − c2 ) + a2 y 2 = a2 (a2 − c2 )

como a2 = b2 + c2 , segue que x2 b2 + a2 y 2 = a2 b2 e, dividindo ambos os lados da igualdade por a2 b2 ,


obtemos:
x2 y 2
+ 2 =1
a2 b

essa última é chamada de equação reduzida da elipse.

CÔNICAS E QUÁDRICAS
117

2o Caso: Eixo maior está sobre o eixo y

Sejam F1 (0, −c) e F2 (0, c) os focos da elipse,


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

utilizando o raciocı́nio do caso anterior, podemos deduzir a equação

x2 y 2
+ 2 = 1.
b2 a

Como a, b e c são constantes reais positivas, é interessante observar que como a2 = b2 + c2 , logo, a2 > b2
e, portanto, a > b, isso significa que o eixo maior será aquele cujo denominador é maior.

Exemplo 1: Esboce o gráfico da elipse cuja equação é 9x2 + 16y 2 = 144 e obtenha seus elementos, isto
é, os focos, seus vértices, seus eixos, a distância focal, centro e a excentricidade.

Temos:
9x2 + 16y 2 = 144

9x2 16y 2
+ =1
144 144
3x2 4y 2
+ =1
48 36
x2 4y 2
+ =1
48 36
x2 y 2
+ =1
16 9

A Elipse
III

x2 y 2
+ 2 =1
42 3

para x = 0, temos y = ±3, ou seja, os pontos (0, −3) e (0, 3) são pontos da elipse. Para y = 0, temos
x = ±4, isto é, (−4, 0) e (4, 0) também são pontos da elipse. Além disso, como 16 > 9, segue que o eixo
maior está sobre o eixo x em que a = 4 e b = 3. Vamos obter agora os focos dessa elipse, cujo centro está
na origem C(0, 0), assim, temos:

a2 = b2 + c2

42 = 32 + c2

c = 7.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
√ √ √
Portanto, seus focos são F1 (− 7, 0), F2 ( 7, 0) com distância focal d(F1 , F2 ) = 2 7, eixo maior com ex-
tremidades em A1 (−4, 0) e A2 (4, 0) e tamanho d(A1 , A2 ) = 8, eixo menor
√ com extremidades em B1 (0, −3)
c 7 ∼ 0, 66. Graficamente,
e B2 (0, 3) e tamanho d(B1 , B2 ) = 6. Segue que e = , logo, e = , ou seja, e =
a 4
temos:

Exemplo 2: Considere a equação da elipse 49x2 + 4y 2 − 196 = 0, obtenha seus elementos e construa seu
gráfico.

Temos:
49x2 + 4y 2 = 196

49x2 4y 2 196
+ =
196 196 196
x2 y2
+ =1
4 49
x2 y 2
+ 2.
22 7

CÔNICAS E QUÁDRICAS
119

Como 49 > 4, logo, o eixo maior está sobre o eixo y, em que a = 7 e b = 2. Assim, segue que

Como 49 > 4, logo, o eixo maior está sobrea2o = b2 +


eixo 2 que a = 7 e b = 2. Assim, segue que
y, cem

72 =a222=+b2c2+ c2

c =23 5.2
7 = 2 + c2

Para x = 0, temos y = ±7, logo, os vértices do eixo maior √ são A1 (0, −7) e A2 (0, 7), para y = 0 temos
c = 3 5. √ √
x = ±2, assim, os vértices do eixo menor são B1 (−2, 0) e B2 (2, 0). Os √ focos são F1 (0, −3 5) e F2 (0, 3 5),
y =, F±7, √ 3 A 5 1∼
(0,0,−7)
cujaPara x = 0,
distância temos
focal é d(F 1
logo, os vértices do eixo maior são
2 ) = 6 5 e sua excentricidade é e = = 96. e A2 (0, 7), para y = 0 temos
7 √ √
x = ±2, assim, os vértices do eixo menor são B1 (−2, 0) e B2 (2, 0). Os √ focos são F1 (0, −3 5) e F2 (0, 3 5),
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

√ 3 5∼
cuja distância focal é d(F1 , F2 ) = 6 5 e sua excentricidade é e = = 0, 96.
7

O que acontece com forma a de uma elipse cujos focos são coincidentes?

O que acontece com forma a de uma elipse cujos focos são coincidentes?

A Elipse
III

x2 y2
Exemplo 3: Um caso particular + = 1.
25 25

Aqui, temos 25=25, logo a = b = 5 e sendo a2 = b2 + c2 segue que c = 0, assim, F1 (0, 0) = F2 (0, 0) =
C(0, 0), ou seja, a elipse se reduz a uma circunferência de raio igual a 5.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
c 0
Note que a excentricidade e = = = 0, ou seja, a circunferência é um caso particular da elipse cuja
a 5
excentricidade é nula, assim, quanto menor a excentricidade, menor a distância focal e mais “semelhante”
a uma circunferência se torna a elipse. Por outro lado, quanto maior a excentricidade, isto é, mais próximo
do valor 1, mais “achatada” fica a elipse, ou seja, ela se aproxima do eixo maior.

Exemplo 4: Obtenha o gráfico e a equação da elipse com centro na origem C(0, 0), sabendo-se que um
de seus focos é F (3, 0) e a medida do eixo maior é igual a 8.

Temos:

Como um de seus focos é (3, 0) e o centro é C(0, 0), pela simetria, o outro foco é (−3, 0) e o eixo maior
está sobre o eixo x, em que c = 3. Além disso, a elipse tem equação do tipo

x2 y 2
+ 2 = 1.
a2 b

CÔNICAS E QUÁDRICAS
121

Sendo a medida do eixo maior igual a 8, temos 2a = 8, logo a = 4. Mas


Sendo a medida do eixo maior igual a 8, temos 2a = 8, logo a = 4. Mas

a2 = b2 + c2
a2 = b2 + c2

segue que
segue que
42 = b2 + 32
42 = b2 + 32
16 = b2 + 9
16 = b2 + 9

b= √ 7.
b = 7.
Portanto, a equação é
Portanto, a equação é x2 y2
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2 √ y2
+
42x +( √7)2
42 ( 7)2
ou melhor
ou melhor x2 y 2
+
2 2= 1,
16x +7 y = 1,
16
√ 7 √ 3
seus elementos são A1 (−4, 0), A2 (4, 0), B1 (0, − √ 7) e B(0, √ 7), cuja excentricidade é e = 3= 0, 75.
seus elementos são A1 (−4, 0), A2 (4, 0), B1 (0, − 7) e B(0, 7), cuja excentricidade é e =4 = 0, 75.
4

Verifique o que acontece com a elipse em função do valor da excentricidade. Acesse:


Verifique o que acontece com a elipse em função do valor da excentricidade. Acesse:
<www.profcardy.com/cardicas/excentricidade.php>.
<www.profcardy.com/cardicas/excentricidade.php>.

A Elipse
III

Elipse com centro fora da origem do sistema cartesiano

1o Caso: Eixo maior paralelo ao eixo x

Vamos deduzir a equação da elipse partindo da definição de lugar geométrico, a dedução para os outros
casos que veremos mais adiante é análoga a essa. Sejam C(h, k) o centro e P (x, y) um ponto genérico
dessa elipse com focos F1 (h − c, k) e F2 (h + c, k). Assim, temos:

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d(P, F1 ) + d(P, F2 ) = 2a

 
[x − (h − c)]2 + (y − k)2 + [x − (h + c)]2 + (y − k)2 = 2a
 
[x − (h − c)]2 + (y − k)2 = 2a − [x − (h + c)]2 + (y − k)2

[x − (h − c)]2 + (y − k)2 = 4a2 − 4a [x − (h + c)]2 + (y − k)2 + [x − (h + c)]2 + (y − k)2

x2 −2x(h−c)+(h−c)2 +(y −k)2 = 4a2 −4a [x − (h + c)]2 + (y − k)2 +x2 −2x(h+c)+(h+c)2 +(y −k)2

−2xh + 2xc + h2 − 2hc + c2 = 4a2 − 4a [x − (h + c)]2 + (y − k)2 − 2xh − 2xc + h2 + 2hc + c2

4a [x − (h + c)]2 + (y − k)2 = 4a2 − 4xc + 4hc

a [x − (h + c)]2 + (y − k)2 = a2 − xc + hc

a2 ([x − (h + c)]2 + (y − k)2 ) = a4 − a2 xc + a2 hc − a2 xc + x2 c2 − xhc2 + a2 hc − hxc2 + h2 c2

a2 [x2 − 2x(h + c) + (h + c)2 + y 2 − 2yk + k 2 ] = a4 − a2 xc + a2 hc − a2 xc + x2 c2 = xhc2 + a2 hc − hxc2 + h2 c2

a2 (x2 −2xh−2xc+h2 +2hc+c2 +y 2 −2yk +k 2 ) = a4 −a2 xc+a2 hc−a2 xc+x2 c2 −xhc2 +a2 hc−hxc2 +h2 c2

a2 x2 −2a2 xh−2a2 xc+a2 h2 +2a2 hc+a2 c2 +a2 y 2 −2a2 yk +a2 k 2 = a4 −2a2 xc+2a2 hc+x2 c2 −2xhc2 +h2 c2

CÔNICAS E QUÁDRICAS
123

a2 x2 − 2a2 xh + a2 h2 + a2 c2 + a2 y 2 − 2a2 yk + a2 k 2 = a4 + x2 c2 − 2xhc2 + h2 c2

(x2 − 2xh + h2 )(a2 − c2 ) + a2 (y 2 − 2yk + k 2 ) = a2 (a2 − c2 )

(x − h)2 (a2 − c2 ) + a2 (y − k)2 = a2 (a2 − c2 )

b2 (x − h)2 + a2 (y − k)2 = a2 b2

e, dividindo ambos os lados por a2 b2 , obtemos:

(x − h)2 (y − k)2
+ =1
a2 b2

que é equação reduzida da elipse com centro em C(h, k) e eixo maior paralelo ao eixo x. Observe que seus
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

vértices são A1 (h − a, k), A2 (h + a, k), B1 (h, k − b) e B( h, k + b), note que, se h = k = 0, temos C(0, 0).

(x + 1)2 (y − 3)2
Exemplo 5: Esboce o gráfico da elipse cuja equação é dada por + = 1.
4 1

Como 4>1, então, o eixo maior é paralelo ao eixo x, seu centro é C(−1, 3), para obtermos seus vértices
podemos substituir por y = 3 e obtemos x = −3 ou x = 1, analogamente, para x = −1, temos y = 3 ou
y = 4, logo, seus vértices são A1 (−3, 3), A2 (1, 3), B1 (−1, 2) e B2 (−1, 4). Uma outra forma para obtermos
seus vértices é observando o seguinte: como 4 > 1, então, a = 2 e b = 1 e, sendo o eixo maior paralelo
ao eixo x, partindo do centro C(−1, 3), segue que A1 (−1 − 2, 3) = A1 (−3, 3), A2 (−1 + 2, 3) = A2 (1, 3),
2 2 2

B(−1, 3 − 1) = B1 (−1, 2) e B2 (−1,
√ 3 + 1) = B2 (−1, 4). Além disso, temos 2 = 1 + c , ou seja, c = 3,
3 √ √
portanto, a excentricidade é e = , seus focos são F1 (−1 − 3, 3) e F2 (−1 + 3, 3).
2

Exemplo 6: Dada a equação 4x2 + 9y 2 − 8x − 36y + 4 = 0, obtenha a equação reduzida, seu centro, os
vértices e seus focos.

A Elipse
III

Temos:
4x2 + 9y 2 − 8x − 36y + 4 = 0

4x2 − 8x + 9y 2 − 36y + 4 = 0

4(x2 − 2x) + 9(y 2 − 4y) + 4 = 0

completando quadrado, segue que

4(x2 − 2x + 1 − 1) + 9(y 2 − 4y + 4 − 4) + 4 = 0

4[(x − 1)2 − 1] + 9[(y − 2)2 − 4] + 4 = 0

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
4(x − 1)2 − 4 + 9(y − 2)2 − 36 + 4 = 0

4(x − 1)2 9(y − 2)2 36


+ =
36 36 36
(x − 1)2 (y − 2)2
+ =1
9 4
(x − 1)2 (y − 2)2
+ = 1.
32 22

Como 9>4, então, seu eixo maior é paralelo ao eixo x cujo centro é C(1, 2), além disso, temos a = 3 e

b = 2, logo, c = 5. Segue que A1 (1 − 3, 2) = A1 (−2, 2), A2 (1 + 3, 2) = A2 (4, 2), B1 (1, 2 − 2) = B1 (1, 0),
√ √
B2 (1, 2 + 2) = B2 (1, 4), F1 (1 − 5, 2) e F2 (1 + 5, 2).

2o Caso: Eixo maior paralelo ao eixo y

CÔNICAS E QUÁDRICAS
125

A equação da elipse com centro em C(h, k) é dada por

(x − h)2 (y − k)2
+ =1
b2 a2

e pode ser deduzida de forma análoga a anterior.


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

em que seus vértices são A1 (h, k − a), A2 (h, k + a), B1 (h − b, k) e B2 (h + b, k).

Exemplo 7: Construa uma elipse com centro C(2, 3), com eixo maior medindo 10 unidades, paralelo ao
eixo y, eixo menor medindo 8 unidades e obtenha também sua equação reduzida.

O eixo maior tem medida igual a 10, logo, 2a = 10 e 2b = 8, ou seja, a = 5, b = 4 e, consequentemente,


c = 3, segue que a equação reduzida é:

(x − 2)2 (y − 3)2
+ = 1.
42 52

Como seu centro é C(2, 3) e o eixo maior é paralelo ao eixo y, então, seus vértices são A1 (2, 3 − 5) =
A1 (2, −2), A2 (2, 3 + 5) = A2 (2, 8), B1 (2 − 4, 3) = B1 (−2, 3), B2 (2 + 4, 3) = B2 (6, 3) e seus focos são
F1 (2, 3 − 3) = (2, 0) e F (2, 3 + 3) = F (2, 6).

A Elipse
III

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Exemplo 8: Determine o centro, os vértices, os focos e a excentricidade da elipse de equação

25x2 + 9y 2 + 50x − 36y − 164 = 0.

A equação pode ser reescrita por

25x2 + 50x + 9y 2 − 36y − 164 = 0

25(x2 + 2x) + 9(y 2 − 4y) − 164 = 0

25(x2 + 2x + 1 − 1) + 9(y 2 − 4y + 4 − 4) − 164 = 0

25[(x + 1)2 − 1] + 9[(y − 2)2 − 4] − 164 = 0

25(x + 1)2 − 25 + 9(y − 2)2 − 36 − 164 = 0

25(x + 1)2 9(y − 2)2 225


+ =
225 225 225
(x + 1)2 (y − 2)2
+ =1
9 25

portanto,
(x + 1)2 (y − 2)2
+ = 1.
32 52

Assim, temos a = 5 e b = 3, logo, c = 4, além disso, seu centro é C(−1, 2), seus vértices são A1 (−1, −3),
4
A2 (−1, 7), B1 (−4, 2) e B2 (2, 2), seus focos são F1 (−1, −2), F2 (−1, 6) e a excentricidade é e = = 0, 8.
5

CÔNICAS E QUÁDRICAS
127
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Uma elipse pode ser obtida utilizando-se de uma madeira plana, dois pregos, um barbante e um lápis.
Os dois pregos devem ser fixados na madeira (nos focos) e o barbante amarrado em ambos os pregos
comUma elipse
medida pode ser
superior obtida utilizando-se
a distância de uma
entre eles, com um madeira plana, dois
lápis esticando pregos, se
o barbante umobtém
barbante e umque
o traço lápis.
Uma elipse pode ser obtida utilizando-se de uma madeira plana, dois pregos, um barbante e um lápis.
nos Os
dá dois pregos devem ser fixados na madeira (nos focos) e o barbante amarrado em ambos os pregos
a elipse.
Os dois pregos devem ser fixados na madeira (nos focos) e o barbante amarrado em ambos os pregos
com medida superior a distância entre eles, com um lápis esticando o barbante se obtém o traço que
com medida superior a distância entre eles, com um lápis esticando o barbante se obtém o traço que
nos dá a elipse.
nos dá a elipse.

A Elipse
III

A
A HIPÉRBOLE
HIPÉRBOLE

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Sejam F1 e F2 dois pontos do plano com d(F1 , F2 ) = 2c, ao conjunto dos pontos P (x, y) tais que o módulo
da diferença entre d(P, F1 ) e d(P, F2 ) é uma constante, damos o nome de hipérbole, isto é, se a é um
número real positivo tal que 2a < 2c, a hipérbole é o conjunto dos pontos que satisfaz

|d(P, F1 ) − d(P, F2 )| = 2a.

Os pontos F1 e F2 são os focos e d(F1 , F2 ) = 2c é a distância focal, o centro C da hipérbole é o ponto


médio do segmento F1 e F2 , os pontos A1 e A2 são os vértices em que d(A1 , A2 ) = 2a, o eixo real é o
segmento A1 A2 . O eixo imaginário é o segmento B1 B2 , com d(B1 , B2 ) = 2b, além disso o segmento
B1 B2 é perpendicular ao segmento A1 A2 no ponto C.

CÔNICAS E QUÁDRICAS
129
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

c
Chamamos de excentricidade ao número e = , temos também a seguinte relação c2 = a2 + b2 e sendo
a
c > a, logo, e > 1.

Considere o retângulo M N OP , cujos pontos A1 , A2 , B1 e B2 são pontos médios dos segmentos M N ,


OP , N O e M P , respectivamente. As retas r e s que passam pelos segmentos M O e N P são chamadas
de assı́ntotas da hipérbole. Essas retas têm as propriedades de, à medida que os pontos da hipérbole se
afastam do foco, esses pontos se aproximam cada vez mais de uma dessas retas, porém nunca tocam a
b b
reta. Observe também, lembrando da trigonometria, que as razões e − correspondem às inclinações
a a
das retas s e r, respectivamente.

Geometricamente, a hipérbole pode ser obtida por meio da interseção do plano com o cone, em que o
plano deve ser paralelo ao eixo do cone.

A Hipérbole
III

Hipérbole com centro na origem do plano cartesiano

1o caso: Eixo real sobre o eixo x

Seja P (x, y) um ponto da hipérbole com centro C(0, 0) e focos F1 (−c, 0) e F2 (c, 0)

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
temos
|d(F1 , P ) − d(F2 , P )| = 2a
 
| (x + c)2 + (y − 0)2 − (x − c)2 + (y − 0)2 | = 2a
 
(x + c)2 + y 2 − (x − c)2 + y 2 = ±2a.

Utilizando o mesmo processo da elipse, obtemos

(c2 − a2 )x2 − a2 y 2 = a2 (c2 − a2 )

como c2 = a2 + b2 , logo
b2 x 2 − a 2 y 2 = a2 b 2

dividindo ambos os lados por a2 b2 , chegamos ao resultado

x2 y 2
− 2 =1
a2 b

b
que é a equação reduzida da hipérbole com vértices A1 (−a, 0), A2 (a, 0) e assı́ntotas y = ± x (equação
a
da reta passando pela origem).

2o Caso: Eixo real sobre o eixo y

CÔNICAS E QUÁDRICAS
131

Partindo da definição da hipérbole


|d(F1 , P ) − d(F2 , P )| = 2a

podemos deduzir de maneira análoga a equação

y 2 x2
− 2 = 1.
a2 b

que é a equação da hipérbole com focos F1 (0, −c), F2 (0, c), vértices A1 (0, a), A2 (0, −a) e assı́ntotas
a
y = ± x, em que c2 = a2 + b2 .
b
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

x2 y2
Exemplo 9: Obtenha o gráfico da hipérbole cuja equação reduzida é − = 1 e seus elementos
25 16
(centro, focos, vértices, excentricidade e as assı́ntotas).
x2 y2
A equação é do tipo − = 1, logo, a = 5 e o eixo real está sobre o eixo x em que b = 4, como
a2 √b2
2 2 2
c = a + b , então, c = 41. Para y = 0, temos x = ±5, logo, A1 (−5, 0) e A2 (5, 0) são os vértices
da hipérbole. Note que para x = 0 a equação y 2 = −16 não admite solução no conjunto dos números
reais, ou seja, a hipérbole não intercepta o eixo y,
√ segue que o centro da hipérbole é C(0, 0), seus focos
√ √ 41
são F1 (− 41, 0), F2 ( 41, 0), excentricidade e = = 1, 28 e suas assı́ntotas são retas que passam pela
5
4 4
origem e cujas equações são y = x e y = − x.
5 5

A Hipérbole
III

Exemplo 10: Dada a equação 4y 2 − 9x2 = 36, obtenha os elementos e o gráfico dessa hipérbole.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Temos
4y 2 − 9x2 = 36

4y 2 9x2 36
− =
36 36 36
y 2 x2
− 2 =1
32 2

essa última equação nos indica que o eixo real está sobre o eixo y, assim a = 3, b = 2 e lembrando que
√ √ √
c2 = a2 + b2 , logo, c = 13, segue que seus focos são F1 (0, − 13) e F2 (0, 13). Pondo x = 0, obtemos
3
y = ±3, ou seja, seus vértices são A1 (0, −3) e A2 (0, 3). Suas assı́ntotas são y = ± x e a excentricidade
√ 2
13 ∼
e= = 1, 20.
3

CÔNICAS E QUÁDRICAS
133

Equação da hipérbole com centro fora da origem do sistema cartesiano

1o Caso: Eixo real paralelo ao eixo x

De maneira análoga ao caso da elipse, podemos deduzir a equação da hipérbole com centro C(h, k), focos
F1 (h − c, k), F2 (h + c, k), vértices A1 (h − a, k) e A2 (h + a, k).

(x − h)2 (y − k)2
− =1
a2 b2
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2o Caso: Eixo real paralelo ao eixo y

Nesse caso, temos C(h, k), F1 (h, k − c), F2 (h, k + c), A1 (h, k − a), A2 (h, k + a) e a equação é dada por

(y − k)2 (x − h)2
− = 1.
a2 b2

A Hipérbole
III

Exemplo 11: Obtenha a equação da hipérbole, sabendo-se que seus vértices são A1 (0, 3), A2 (2, 3) e um
dos seus focos é F (3, 3).

O eixo real  A1 A2 e é paralelo ao eixo x, o centro C é o ponto médio do segmento A1 A2 , ou


 é o segmento
0+2 3+3 
seja, C , = C(1, 3), segue que c = d(C, F ) = (1 − 3)2 + (3 − 3)2 = 2.
2 2

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
 √
Além disso, a = d(C, A1 ) = (0 − 1)2 + (3 − 3)2 = 1, como c2 = a2 + b2 logo b = 3, portanto,

(x − 1)2 (y − 3)2
− √ =1
12 ( 3)2

(y − 3)2
(x − 1)2 − =1
3

e, desenvolvendo, obtemos:
3x2 − y 2 − 6x + 6y − 9 = 0.

CÔNICAS E QUÁDRICAS
135

Exemplo 12: Dada a equação da hipérbole 16x2 − 9y 2 + 64x − 54y + 127 = 0, obtenha o centro, os
vértices, os focos, seu gráfico, a excentricidade e suas assı́ntotas.
Temos:
16x2 − 9y 2 + 64x − 54y + 127 = 0

16(x2 + 4x) − 9(y 2 + 6y) + 127 = 0

16(x2 + 4x + 4 − 4) − 9(y 2 + 6y + 9 − 9) + 127 = 0

16[(x + 2)2 − 4] − 9[(y + 3)2 − 9] + 127 = 0

16(x + 2)2 − 64 − 9(y + 3)2 + 81 + 127 = 0


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

16(x + 2)2 − 9(y + 3)2 = −144

16(x + 2)2 9(y + 3)2 −144


− =
−144 −144 −144
(x + 2)2 (y + 3)2
− + =1
9 16
(y + 3)2 (x + 2)2
− = 1.
42 32

Assim, o centro é C(−2, −3), o eixo real é paralelo ao eixo y, a = 4 e b = 3, sendo c2 = a2 + b2 , logo
c = 5. Segue que seus focos são F1 (−2, −3 − 5) = F1 (−2, −8), F2 (−2, −3 + 5) = F2 (−2, 2), seus vértices
são A1 (−2, −3 − 4) = A1 (−2, −7) e A2 (−2, −3 + 4) = A2 (−2, 1). Seu gráfico é

A Hipérbole
III

c 5
sua excentricidade e = = = 1, 25, suas assı́ntotas são retas do tipo y = mx + k, ou seja,
a 4

y = ±mx + k

a
y =± x+k
b
4
y =± x+k
3
4
o ponto C(−2, −3) pertence às assı́ntotas, logo, para y = x + k1 temos
3

4
−3 = (−2) + k1
3

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ou seja,
1
k1 = −
3
4 1 4
e, portanto, uma das retas é y = x − . Analogamente, para y = − x + k2 , temos
3 3 3

4
−3 = − (−2) + k2
3

17 4 17
segue que k2 = − e, portanto, a outra assı́ntota é y = − x − .
3 3 3

CÔNICAS E QUÁDRICAS
137

A
A PARÁBOLA
PARÁBOLA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Sejam d uma reta e F um ponto não pertencente a d, ambos no plano xy, uma parábola é o conjunto dos
pontos P (x, y) no plano que são equidistantes do ponto F e da reta d, o ponto F é chamado de foco e d
é a diretriz da parábola.

Ou seja, se P (x, y) é um ponto da parábola, então,

d(P, F ) = d(P, d).

O eixo da parábola é a reta que passa pelo foco e é perpendicular a diretriz, a interseção entre seu eixo
com a parábola é um ponto chamado de vértice e denotado por V .

Geometricamente, a parábola é obtida a partir da interseção de um plano com um cone, em que o plano
é paralelo a geratriz desse cone.

A Parábola
III

Parábola com vértice na origem do sistema cartesiano

1o Caso: Eixo da parábola é o próprio eixo y


p
Seja P (x, y) um ponto da parábola com foco F (0, ), diretriz d e D um ponto da reta d,
2

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
assim, temos:
d(F, P ) = d(D, P )
  
p 2  p 2
(x − 0)2 + y − = (x − x)2 + y +
2 2

elevando ambos os lados ao quadrado

 2  2
 p 2  p 2
x2 + y − = y+
2 2

 p 2  p 2
x2 + y − = y+
2 2
p2 p2
x2 + y 2 − yp + = y 2 + yp +
4 4

x2 = 2yp

essa é a equação reduzida da parábola com vértice na origem do plano cartesiano e eixo da parábola
coincidindo com o eixo y. Note que como x2 ≥ 0, logo, 2yp deve ser positivo, o que significa que y e p
devem ter o mesmo sinal. Em particular, se p > 0 a concavidade é voltada para cima, por outro lado, se
p < 0 a parábola tem concavidade voltada para baixo.

CÔNICAS E QUÁDRICAS
139

2o Caso: Eixo da parábola é o eixo x


2o Caso: Eixo da parábola é o eixo x
p 
Seja P (x, y) um ponto da parábola com focoFp , 0 e diretriz d, usando o raciocı́nio anterior, chegamos
Seja P (x, y) um ponto da parábola com foco F , 02 e diretriz d, usando o raciocı́nio anterior, chegamos
2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

na equação
na equação
y 2 = 2px.
y 2 = 2px.

Quando p > 0, a concavidade é voltada para direita e, se p < 0, a concavidade é voltada para esquerda.
Quando p > 0, a concavidade é voltada para direita e, se p < 0, a concavidade é voltada para esquerda.

Aprofunde seus conhecimentos sobre a parábola:


Aprofunde seus conhecimentos sobre a parábola:
<http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/producoes pde/artigo mirtes tamy gomes
<http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/producoes pde/artigo mirtes tamy gomes
machado.pdf>.
machado.pdf>.

A Parábola
III

Exemplo 13: Dada a equação x2 = 6y, obtenha o foco, a diretriz e seu gráfico.

Sabemos que x2 = 2py, logo, 2p = 6, ou seja, p = 3, segue que a parábola


 tem concavidade voltada para
3 3
cima, como seu vértice é V (0, 0), temos seu foco com coordenadas F 0, , sua diretriz é y = − . Além
2 2
3
disso, se y = , temos
2
3
x2 = 6.
2

x = ±3
   
3 3
portanto, os pontos −3, e 3, também são pontos da parábola.
2 2

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Exemplo 14: Dada a equação y 2 = −20x, obtenha seu gráfico, o foco e a diretriz da parábola.

A equação é do tipo y 2 = 2px, logo, 2p = −20, ou seja, p = −10, portanto, a concavidade é voltada para
10 10
esquerda. Como seu vértice é V (0, 0), logo, seu foco é F (0 − , 0) = (−5, 0) e a diretriz é x = 0 + = 5.
2 2

CÔNICAS E QUÁDRICAS
141

Parábola com vértice fora da origem do sistema cartesiano

1o Caso: Parábola com eixo paralelo ao eixo y

Seja V (h, k) o vértice da parábola, partindo da definição d(P, F ) = d(P, d), é fácil de deduzir sua equação,
que é dada por
(x − h)2 = 2p(y − k).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

x2
Exemplo 15: Obtenha o vértice, o foco, a diretriz e o gráfico da parábola cuja equação é y = − − x.
4
Temos:
x2
+ x = −y
4

x2 + 4x = −4y

x2 + 4x + 4 − 4 = −4y

(x + 2)2 − 4 = −4y

(x + 2)2 = −4y + 4

(x + 2)2 = −4(y − 1)

(x + 2)2 = 2(−2)(y − 1)

assim, h = −2 e k = 1, logo, V (−2, 1), além disso, como p = −2, segue que a concavidade é voltada
para baixo e seu eixo é paralelo ao eixo y com foco F (−2, 1 − 1) = F (−2, 0) e diretriz y = 1 + 1 = 2. É
interessante observar que a equação reduzida nos fornece as coordenadas do vértice, bem como para onde
a concavidade está voltada.

A Parábola
III

Dizemos que x é raiz da equação y = ax2 + bx + c = 0, se a(x )2 + bx + c = 0. Assim, vamos obter as
raı́zes que
Dizemos (casoxexistam)
é raiz dadessa equação,
equação y = axou2 +
seja,
bx +devemos obter
c = 0, se a(xvalores
 )2 + bxde
 +xc tais
= 0.que
Assim, vamos obter as
raı́zes (caso existam) dessa equação, ou seja, devemos obter valores de x tais que
y=0

y =2 0
x
− −x=0
4
x2
− x− 2 x=0
4 +x=0
4
x2
+x=0
4 x2 + 4x = 0

x2 + 4x = 0
x2 + 4x + 4 − 4 = 0

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
x2 + 4x + 4 − 24 = 0
(x + 2) = 4

(x + 2)2 = 4 √
x+2=± 4

x+2=± 4
x = −2 ± 2

x = −2 ± 2
logo, as raı́zes são x = 0 e x = −4. Portanto, os pontos (−4, 0) e (0, 0) pertencem a parábola.

logo, as raı́zes são x = 0 e x = −4. Portanto, os pontos (−4, 0) e (0, 0) pertencem a parábola.

A Fórmula de Bháskara pode ser deduzida utilizando a ideia do exemplo anterior. Acesse:

A <http://www.brasilescola.com/matematica/demonstracao-formula-bhaskara.htm> e confira.
Fórmula de Bháskara pode ser deduzida utilizando a ideia do exemplo anterior. Acesse:
<http://www.brasilescola.com/matematica/demonstracao-formula-bhaskara.htm> e confira.

CÔNICAS E QUÁDRICAS
143

2o Caso: O eixo da parábola é paralelo ao eixo x

Seja V (h, k) o vértice da parábola, sua equação é dada por

(y − k)2 = 2p(x − h)
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Exemplo 16: Determine a equação da parábola cuja diretriz é x = 1 e tem foco no ponto F (5, 2).

Sabemos que a diretriz é x = 1, logo, o eixo da parábola é paralelo ao eixo


 x e passa pelos
 pontos F (5, 2)
5+1 2+2
e A(1, 2), como seu vértice é o ponto médio do segmento AF , logo, V , = (3, 2), ou seja,
2 2
h = 3 e k = 2. Note que, como o foco está a direita do vértice, então, a concavidade é voltada para

A Parábola
III

direita, o que significa que p é positivo, além disso, temos:

p = d(A, F )


p= (5 − 1)2 + (2 − 2)2

p=4

e substituindo na equação abaixo


(y − k)2 = 2p(x − h)

segue que

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
(y − 2)2 = 2.(4)(x − 3)

y 2 − 4y + 4 = 8x − 24

y 2 − 4y − 8x + 28 = 0

é a equação da parábola.

CÔNICAS E QUÁDRICAS
145

Superfı́cies Quádricas

Uma equação do 2o grau com três variáveis x, y e z tem a seguinte forma:

ax2 + by 2 + cz 2 + 2dxy + 2exz + 2f yz + mx + ny + pz + q = 0

com pelo menos uma das constante a, b, c, d, e ou f não nula, ela representa uma superfı́cie quádrica.
Quando essa superfı́cie for cortada por algum plano paralelo aos planos das coordenadas (x, y ou z igual
a uma constante), sua interseção será uma curva cônica, como veremos nos próximos exemplos. Através
de uma mudança de coordenadas (rotação e/ou translação), essa equação pode assumir uma das seguintes
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formas:
Ax2 + By 2 + Cz 2 = D (quádrica centrada)

ou ⎧

⎪ Ax2 + By 2 + Cz = 0



Ax2 + By + Cz 2 = 0 (quádrica não centrada)





Ax + By 2 + Cz 2 = 0

que são os casos que abordaremos nesta unidade.

Superfı́cies quádricas centradas

A equação
x2 y 2 z 2
± ± 2 ± 2 =1
a2 b c

é chamada de forma canônica (ou padrão) de uma superfı́cie quádrica centrada. De acordo com a combi-
nação dos sinais, existem três possibilidades, a saber:
- três sinais positivos (elipsoide);
- dois sinais positivos e um negativo (hiperboloide de uma folha);
- um sinal positivo e dois negativos (hiperboloide de duas folhas);
- três sinais negativos, nesse caso, não existe superfı́cie.

A Parábola
III

ELIPSOIDE
ELIPSOIDE

Considere a equação
x2 y 2 z 2
+ 2 + 2 =1
a2

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
b c

em que a, b e c são constantes reais positivas, ao conjunto de pontos P (x, y, z) que satisfazem essa equação
damos o nome de elipsoide. Note, primeiramente, que se P (x, y, z) é um ponto da superfı́cie, então o
ponto P  (−x, −y, −z) também pertence a superfı́cie, pois satisfaz a equação dada, ou seja, a superfı́cie
é simétrica em relação a origem, além disso, o ponto P  (−x, y, z) também pertence a superfı́cie, logo, a
superfı́cie é simétrica em relação ao plano yz, a mesma simetria ocorre com relação aos planos xy e xz.
Agora, para z = 0, o plano xy corta a superfı́cie segundo o traço de uma elipse de equação

x2 y 2
+ 2 = 1, z = 0.
a2 b

CÔNICAS E QUÁDRICAS
147

Analogamente, para y = 0, temos uma elipse no plano xz e também para x = 0 outra elipse no plano yz.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Em particular, se a = b = c, temos
x2 y 2 z 2
+ 2 + 2 =1
a2 a a
que representa uma superfı́cie esférica com raio r = a cuja equação é dada por
x2 + y 2 + z 2 = a2 .

Elipsoide
III

Se pelo menos dois valores de a, b ou c são iguais, dizemos que o elipsoide é de revolução. Quando o
centro do elipsoide é o ponto C(h, k, l) com eixos paralelos aos eixos coordenados, sua equação tem forma:

(x − h)2 (y − k)2 (z − l)2


+ + = 1.
a2 b2 c2

x2 y 2 z 2
Exemplo 1: Obtenha a superfı́cie do elipsoide cuja equação é + + = 1.
4 9 1
x2 y 2
No plano xy, isto é, quando z = 0, temos uma elipse cuja equação é + = 1, analogamente, nos planos
4 9
x 2 z 2 y 2 z 2
xz e yz obtemos as equações + =1e + = 1 que também são elipses, assim, graficamente,
4 1 9 1
temos um elipsoide cujo gráfico é representado pela figura abaixo:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
(x − 1)2 (y − 1)2 (z − 1)2
Exemplo 2: Verifique que a equação + + = 1 representa um elipsoide.
9 25 9
(x − 1) 2 (y − 1)2 (x − 1)2
A superfı́cie tem centro C(1, 1, 1), suas equações são + = 1 no plano xy, +
9 25 9
(z − 1)2 (y − 1)2 (z − 1)2
= 1 no plano xz e + = 1 no plano yz, note também que a = c = 3, portanto,
9 25 9
a superfı́cie é um elipsoide de revolução.

CÔNICAS E QUÁDRICAS
149

Atualmente, existem vários softwares disponı́veis na web que constroem gráficos tridimensionais. Um
programa fácil de utilizar, com gráficos de ótima qualidade e que pode auxiliar o estudo das quádricas
Atualmente, existem vários softwares disponı́veis na web que constroem gráficos tridimensionais. Um
é o Autograph, disponı́vel em:
programa fácil de utilizar, com gráficos de ótima qualidade e que pode auxiliar o estudo das quádricas
<http://www.autograph-maths.com/download/>
é o Autograph, disponı́vel em:

<http://www.autograph-maths.com/download/>
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

As pesquisas na área de Educação Matemática promovem reflexões sobre como a forma tradicional de
ensino pode ser inovada por meio de estratégias diferenciadas, que visem a uma melhor qualidade no
As pesquisas na área de Educação Matemática promovem reflexões sobre como a forma tradicional de
processo de ensino-aprendizagem da Matemática.
ensino pode ser inovada por meio de estratégias diferenciadas, que visem a uma melhor qualidade no
A nossa prática profissional, com estudantes da Licenciatura em Matemática e cursos de Engenharias,
processo de ensino-aprendizagem da Matemática.
revelou o quanto é difı́cil trabalhar os tópicos planos, cilindros e quádricas nas disciplinas Geometria
A nossa prática profissional, com estudantes da Licenciatura em Matemática e cursos de Engenharias,
Analı́tica ou Cálculo Diferencial e Integral, seja por reduzida carga horária para esses conteúdos, seja
revelou o quanto é difı́cil trabalhar os tópicos planos, cilindros e quádricas nas disciplinas Geometria
pela dificuldade que os estudantes têm na visualização geométrica no espaço tridimensional ou na
Analı́tica ou Cálculo Diferencial e Integral, seja por reduzida carga horária para esses conteúdos, seja
relação entre questões visuais e analı́ticas.
pela dificuldade que os estudantes têm na visualização geométrica no espaço tridimensional ou na
As dificuldades dos estudantes nos tópicos de geometria perpassam toda a educação básica, chegando
relação entre questões visuais e analı́ticas.
ao ensino superior. Essa deficiência é evidenciada por vários pesquisadores em Educação Matemática,
As dificuldades dos estudantes nos tópicos de geometria perpassam toda a educação básica, chegando
tais como Lorenzato (1995), Dante (1988) e Pavanello (1993). Essa defasagem gera dificuldades de
ao ensino superior. Essa deficiência é evidenciada por vários pesquisadores em Educação Matemática,
aprendizagem, principalmente na disciplina Geometria Analı́tica e em tópicos do Cálculo Diferencial
tais como Lorenzato (1995), Dante (1988) e Pavanello (1993). Essa defasagem gera dificuldades de
e Integral.
aprendizagem, principalmente na disciplina Geometria Analı́tica e em tópicos do Cálculo Diferencial
e Integral.

Parte extraı́da do artigo disponı́vel em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-636X2013000300011&script=sci arttext>.
Parte extraı́da do artigo disponı́vel em:
Acesso em: 04 jan. 2015.
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-636X2013000300011&script=sci arttext>.

Acesso em: 04 jan. 2015.

Elipsoide
III

HIPERBOLOIDE DE UMA FOLHA


HIPERBOLOIDE DE UMA FOLHA

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Considere a equação
x2 y 2 z 2
+ 2 − 2 =1
a2 b c

com a, b e c termos positivos, quando dois sinais são positivos e um negativo, a superfı́cie é chamada de
hiperboloide de uma folha, em relação a equação anterior, o hiperboloide está ao longo do eixo z. O
x2 y 2
plano xy intercepta a superfı́cie segundo uma elipse de equação 2 + 2 = 1,
a b

x2 z 2 y2 z2
já nos planos xz e yz temos as equações − 2 = 1 e 2 − 2 = 1 que representam hipérboles.
a2 c b c

CÔNICAS E QUÁDRICAS
151
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Quando a = b, o hiperboloide é de revolução e pode ser obtido pela rotação de uma hipérbole em torno
do eixo z.

As outras formas de hiperboloide de uma folha são:

x2 y 2 z 2
− 2 + 2 = 1 ao longo do eixo y
a2 b c

e
x2 y 2 z 2
− + 2 + 2 = 1 ao longo do eixo. x
a2 b c

Hiperboloide de uma folha


III

x2 y 2 z2
Exemplo 3: Obter o gráfico da superfı́cie cuja equação é + − = 1.
9 4 16
x2 y 2
No plano z = 0, temos uma elipse de equação + 2,
32 2

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
x2 z 2 y2 z2
nos planos y = 0 e x = 0, temos hipérboles de equações − 2 =1e 2 − 2 =1
32 4 2 4

e graficamente

CÔNICAS E QUÁDRICAS
153

HIPERBOLOIDE DE DUAS FOLHAS


HIPERBOLOIDE DE DUAS FOLHAS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A superfı́cie com equação


x2 y 2 z 2
− + 2 − 2 =1
a2 b c

é chamada de hiperboloide de duas folhas ao longo do eixo y, em que a, b e c são constantes reais
positivas.

Nos planos xy e yz, temos as equações

x2 y 2 y2 z2
− + 2 =1e 2 − 2 =1
a2 b b c

que representam duas hipérboles

Hiperboloide de duas folhas


III

Graficamente, temos

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Observe que quando y = 0 o plano xz não intercepta a superfı́cie, mais ainda, para qualquer plano y = k,
com −b < k < b, esses planos não interceptam a superfı́cie. Por outro lado, para qualquer valor de y = k
com k > b ou k < −b, a interseção entre o plano e a superfı́cie é uma elipse, particularmente, se a = c, a
elipse é uma circunferência, portanto, o hiperboloide é de revolução e pode ser obtido rotacionando uma
hipérbole em torno do eixo real y.

As outras formas canônicas dessa superfı́cie são:

x2 y 2 z 2
− 2 − 2 = 1 ao longo do eixo x
a2 b c

e
x2 y 2 z 2
− − 2 + 2 = 1 ao longo do eixo z.
a2 b c

CÔNICAS E QUÁDRICAS
155

x2 y2 z2
Exemplo 4: Dada a equação − + − = 1, obtenha seus gráficos nos planos coordenados e sua
4 16 25
superfı́cie.

A superfı́cie é um hiperboloide de duas folhas ao longo do eixo y. Nos planos x = 0 e z = 0, temos,


y2 z2 x2 y 2
respectivamente, hipérboles com equações 2 − 2 = 1 e − 2 + 2 = 1, cujos gráficos são:
4 5 2 4
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Assim, a superfı́cie pode ser representada conforme o gráfico abaixo:

Observe que para valores y = k, com |k| > 4 os planos y = k interceptam a superfı́cie segundo uma elipse
de equação
x2 z 2 k2
+ 2 = −1
22 5 16
x2 z2
por exemplo, para k = 5, temos uma elipse cuja equação é  2 +  2 = 1.
3 15
2 4

Hiperboloide de duas folhas


III

Superfı́cies quádricas não centradas


Superfı́cies quádricas não centradas

As equações ⎧
As equações ⎧⎪
⎪ Ax 2 + By 2 + Cz = 0
⎪⎪

⎪⎪
⎨Ax2 + By 2 + Cz = 0


⎪ Ax2 + By + Cz 2 = 0
⎪⎪
⎪Ax2 + By + Cz 2 = 0
⎪⎪
⎪⎩ Ax + By 2 + Cz 2 = 0


Ax + By 2 + Cz 2 = 0

podem ser reescritas em uma das seguintes formas


podem ser reescritas em uma das seguintes formas

x2 y 2
x2 2 ±y 2 2 = cz,
±
± 2a± 2b = cz,
a b

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
x2 z 2
x2 2 ±z 2 2 = by
±
± 2a± 2c = by
a c
ou
ou
y2 z2
y 2 ±z 2 = ax
±
± 2b2± 2c2= ax
b c
que são chamadas de forma canônica da superfı́cie quádrica. De acordo com as combinações dos sinais
que são chamadas de forma canônica da superfı́cie quádrica. De acordo com as combinações dos sinais
nos coeficientes do segundo grau, é possı́vel ter dois tipos de superfı́cie:
nos coeficientes do segundo grau, é possı́vel ter dois tipos de superfı́cie:

- Sinais iguais (Paraboloide Elı́ptico).


- Sinais iguais (Paraboloide Elı́ptico).
- Sinais contrários (Paraboloide Hiperbólico).
- Sinais contrários (Paraboloide Hiperbólico).

Conheça outros aplicativos que podem auxiliá-lo(a) em seus estudos:


Conheça outros aplicativos que podem auxiliá-lo(a) em seus estudos:
- Maple <http://www.maplesoft.com/>.
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- Winplot <http://math.exeter.edu/rparris>.
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- Cabri <http://www.cabri.com/>.
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CÔNICAS E QUÁDRICAS
157

PARABOLOIDE
PARABOLOIDE ELELÍPTICO
ÍPTICO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A equação
x2 y 2
+ 2 = cz
a2 b

representa uma superfı́cie quádrica denominada de paraboloide elı́ptico ao longo do eixo z.


x2 y2
Para o plano z = 0, temos a equação + 2 = 0, logo, x = 0 e y = 0, ou seja, a origem (0, 0, 0) é o
a2 b
único do plano xy. Supondo que c seja uma constante positiva, nos planos xz e yz, temos as equações
x2 = a2 cz e y 2 = b2 cz cujos gráficos são parábolas.

Paraboloide Elíptico
III

Graficamente, temos

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Quando c > 0 e k é uma constante positiva, o plano z = k intercepta essa superfı́cie segundo uma elipse

x2 y2
+ =1
a2 ck b2 ck

em particular, se a = b, a elipse é uma circunferência e, portanto, a superfı́cie é um paraboloide de


revolução e pode ser obtido rotacionando uma parábola em torno do eixo z. Quando k < 0, o plano z = k
não intercepta a superfı́cie.

Por outro lado, se c é uma constante negativa, a superfı́cie está abaixo do plano xy, ou seja, está na região
z ≤ 0.

CÔNICAS E QUÁDRICAS
159

As outras duas possibilidades de paraboloide elı́ptico são

x2 z 2
+ 2 = by ao longo do eixo y
a2 c

e
y2 z2
+ 2 = ax ao longo do eixo x.
b2 c
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

x2 y2
Exemplo 5: Considere a equação + = 2z, obtenha seus gráficos nos planos xz, yz e depois sua
4 9
superfı́cie.

A equação dada representa um paraboloide elı́ptico na parte positiva ao longo do eixo z. Assim, nos
planos xz e yz temos, respectivamente, as seguintes equações x2 = 8z e y 2 = 18z, cujos gráficos são
x2 y2
parábolas com vértice na origem. Particularmente, no plano z = 2 temos a seguinte elipse 2 + 2 = 1,
4 6
assim, o gráfico fica representado da seguinte forma.

Paraboloide Elíptico
III

PARABOLOIDE HIPERBÓLICO
PARABOLOIDE HIPERB ÓLICO

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Uma superfı́cie com equação
x2 y 2
− + 2 = cz
a2 b

é chamada de paraboloide hiperbólico ao longo do eixo z, também conhecida por sela de cavalo.

No plano xy, temos


x2 y 2
− + 2 =0
a2 b

logo,
b
y=± x
a

e, portanto, o plano xy corta a superfı́cie segundo duas retas.

CÔNICAS E QUÁDRICAS
161

Os planos xz e yz interceptam a superfı́cie segundo parábolas com equações

x2 = −ca2 z e y 2 = cb2 z

cujas concavidades estão voltadas para sentidos opostos. Assim, supondo c uma constante positiva, temos
os seguintes gráficos:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Sua superfı́cie pode ser representada pela figura abaixo:

Se k �= 0, o plano z = k corta a superfı́cie segundo uma hipérbole, em particulcar, se k > 0 o eixo focal é
o eixo y e a hipérbole está situada num plano acima do plano xy, por outro lado, se k < 0, o eixo focal é
o eixo x e está situado abaixo do plano xy.

Paraboloide Hiperbólico
III

As outras formas de paraboloide hiperbólico podem ser representadas pelas equações

z 2 x2
− 2 = by ao longo do eixo y
c2 a

e
z2 y2
− 2 = ax ao longo do eixo x
c2 b

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Exemplo 6: Obtenha os traços nos planos coordenados e depois a superfı́cie da quádrica cuja equação é
x2 y 2
− + = 3z.
4 1
De acordo com a equação, temos um paraboloide hiperbólico ao longo do eixo z. Assim, nos planos yz e
xz, temos parábolas cujas equações são y 2 = 3z e x2 = −12z, respectivamente.

CÔNICAS E QUÁDRICAS
163

x x x . Particularmente, no plano z = 3,
NoNoplano
planoxy,
xy,temos
temosduasduasretas
retascujas
cujasequações sãoy y==x e ey y==−−
equaçõessão . Particularmente, no plano z = 3,
2 2 22 22
x 2x y 2y
temosuma
temos umahipérbole
hipérbolecom equação−− ++ ==
comequação 1.1.
3636 9 9
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Portanto,obtemos
Portanto, obtemoso ográfico
gráficoabaixo:
abaixo:

Umsite
Um siteinteressante
interessantecom
commateriais
materiaissobre
sobregeometria
geometriaplana
planae espacial
e espacialé “O
é “OGeoGebra”,
GeoGebra”,nonolink
linka aseguir
seguir
temosum
temos umexemplo
exemplodede “Superfı́ciese Curvas
“Superfı́cies e CurvasParametrizadas”:
Parametrizadas”:

<http://ogeogebra.com.br/site/?p=468>.
<http://ogeogebra.com.br/site/?p=468>.

Paraboloide Hiperbólico
III

SUPERFÍCIE
SUPERFÍCIE CCÔNICA
ÔNICA

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A superfı́cie com equação
x2 y 2 z 2
+ 2 − 2 =0
a2 b c

é denominada de cone quádrico ao longo do eixo z. A interseção do plano z = 0 com essa superfı́cie é
o ponto (0, 0, 0) chamado de vértice do cone. Nos planos xz e yz temos duas retas em cada plano, são
x y
elas z = ± e z = ± .
a b

CÔNICAS E QUÁDRICAS
165

Graficamente, temos:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Agora, se k �= 0, o plano z = k é uma elipse, em particular, quando a = b temos circunferências e,


x
portanto, o cone é de revolução e pode ser gerado pela rotação da reta z =
em torno do eixo z, essa
a
reta é chamada de geratriz no cone.
x2 y 2 z 2 x2 y 2 z 2
As outras formas de cone são − + + = 0 ao longo do eixo x e 2 − 2 + 2 = 0 ao longo do eixo
a 2 b2 c 2 a b c
y, cujas superfı́cies estão representadas abaixo.

Superfície Cônica
III

Exemplo 7: Considere a equação 9x2 + 4y 2 = z 2 , obtenha suas interseções nos planos xz e yz, depois
sua superfı́cie.

A equação dada pode ser reescrita na seguinte forma

x2 y2
+ = z2
(1/3)2 (1/2)2

e representa um cone ao longo do eixo z. Nos planos xz e yz, temos retas com equações z = ±3x e
z = ±2y.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
x2 y 2
Na interseção do plano z = 6 com a superfı́cie, temos uma elipse de equação + = 1. Portanto, seu
4 9
gráfico pode ser representado conforme superfı́cie abaixo.

CÔNICAS E QUÁDRICAS
167

SUPERFÍCIE CILÍNDRICA
SUPERFÍCIE CILÍNDRICA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Seja C uma curva num plano π e t uma reta fixada que corta esse plano, uma superfı́cie cilı́ndrica é a
superfı́cie gerada por uma reta r que se move ao longo da curva C e é paralela a reta t, a reta r é chamada
de geratriz do cilindro descrito pela diretriz C.

Vamos considerar apenas as superfı́cies cilı́ndricas cuja diretriz seja uma curva situada em um dos planos
xy, xz ou yz e que a geratriz seja paralela a um dos eixos x, y ou z. Assim, se C é uma curva cônica, o
cilindro é quádrico, ou seja, podemos ter um cilindro circular, cilindro elı́ptico, cilindro parabólico ou um
cilindro hiperbólico conforme a curva C. É interessante observar que dada a equação de uma superfı́cie
cilı́ndrica, essa equação não tem uma das variáveis, justamente suas geratrizes são paralelas ao eixo dessa

Superfície Cilíndrica
III

variável, como veremos nos próximos exemplos.

Exemplo 8: Dada a equação x2 = 6y, obtenha a superfı́cie cilı́ndrica dessa quádrica.

Primeiramente, note que a equação não tem a variável z, ou seja, em qualquer plano z = k temos a mesma
equação da parábola x2 = 6y cuja representação é a mesma que no plano xy.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Assim, temos a superfı́cie que é um cilindro parabólico.

CÔNICAS E QUÁDRICAS
169

É possı́vel ter uma superfı́cie quádrica com apenas uma incógnita? Por exemplo, x2 = k, em que k é
uma constante positiva. Qual superfı́cie é essa?

x2
Exemplo 9: Obter o gráfico da superfı́cie cuja equação é z 2 + = 1.
4
Como não aparece a variável y, temos uma superfı́cie cilı́ndrica ao longo do eixo y, no plano zx, a equação
representa um elipse. Portanto, sua superfı́cie pode ser representada de acordo com a figura a seguir.
É possı́vel ter uma superfı́cie quádrica com apenas uma incógnita? Por exemplo, x2 = k, em que k é
uma constante positiva. Qual superfı́cie é essa?

x2
Exemplo 9: Obter o gráfico da superfı́cie cuja equação é z 2 + = 1.
4
Como não aparece a variável y, temos uma superfı́cie cilı́ndrica ao longo do eixo y, no plano zx, a equação
representa um elipse. Portanto, sua superfı́cie pode ser representada de acordo com a figura a seguir.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Usualmente, quando se representa o sistema cartesiano tridimensional, colocam-se os eixos dispostos


da seguinte maneira: o eixo y e o eixo z, perpendiculares entre si, gerando o plano da folha de caderno
e, o eixo x, perpendicular a este plano. Por esse motivo, é comum, para nós professores, ouvirmos
queixa dos alunos, quando, por conveniência, invertemos essa ordem, ao fazermos o esboço de uma
superfı́cie. Bem, então vamos esclarecer o motivo pelo qual podemos fazer essa mudança de ordem nos
eixos cartesianos. Lembramos que, no espaço, não é possı́vel estabelecermos o “para cima”e o “para
baixo”, então imagine utilizarmos cabos de vassoura para representar os eixos e, para auxiliar em nossa
Usualmente, quando se representa o sistema cartesiano tridimensional, colocam-se os eixos dispostos
afirmação, coları́amos em cada um deles um papel com as denominações: “eixo x”, “eixo y”e “eixo z”.
da seguinte maneira: o eixo y e o eixo z, perpendiculares entre si, gerando o plano da folha de caderno
Depois disso, poderı́amos dispor essa construção em um ponto da sala e, então, você poderia caminhar
e, o eixo x, perpendicular a este plano. Por esse motivo, é comum, para nós professores, ouvirmos
em volta dela obtendo diferentes perspectivas de visão. É isso que acontece quando mudamos a ordem
queixa dos alunos, quando, por conveniência, invertemos essa ordem, ao fazermos o esboço de uma
dos eixos, ou seja, o que estamos fazendo é uma mudança de perspectiva do observador.
superfı́cie. Bem, então vamos esclarecer o motivo pelo qual podemos fazer essa mudança de ordem nos
Fonte: Profa. Me. Ivnna Gurniski.
eixos cartesianos. Lembramos que, no espaço, não é possı́vel estabelecermos o “para cima”e o “para
baixo”, então imagine utilizarmos cabos de vassoura para representar os eixos e, para auxiliar em nossa
afirmação, coları́amos em cada um deles um papel com as denominações: “eixo x”, “eixo y”e “eixo z”.
Depois disso, poderı́amos dispor essa construção em um ponto da sala e, então, você poderia caminhar
em volta dela obtendo diferentes perspectivas de visão. É isso que acontece quando mudamos a ordem
dos eixos, ou seja, o que estamos fazendo é uma mudança de perspectiva do observador.

Fonte: Profa. Me. Ivnna Gurniski.

Introdução
III

CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Caro(a) cursista, nesta unidade, verificamos as possı́veis formas de equações de 2o grau em x e em y.


A primeira cônica que estudamos foi a elipse, que consiste no conjunto de pontos do plano cuja soma
das distâncias a dois pontos fixos é igual a uma constante, a partir dessa definição foi possı́vel deduzir a
equação que representa essa curva, conhecer seus elementos, isto é: seus focos, seus vértices, seu centro e
sua excentricidade. Vimos um caso particular da elipse que é a circunferência, cujos focos coincidem com
o seu centro e concluı́mos este estudo com casos em que a cônica tinha centro fora da origem do plano
cartesiano, porém com eixo maior paralelo a um dos eixos coordenados. A elipse aparece nas curvas que
descrevem as órbitas dos planetas, em estruturas de engenharia para aumentar a rigidez, bem como nas

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
mais belas arquiteturas. Posteriormente, estudamos a hipérbole que por definição é o conjunto de pontos
do plano cujo módulo da diferença das distâncias a dois pontos fixos é uma constante, a partir dessa
definição foi possı́vel deduzir a equação da hipérbole e apresentar seus elementos: seus focos, vértices, seu
centro, eixo real e eixo imaginário, sua excentricidade e suas assı́ntotas. Assim como na elipse, verificamos
os casos em que o centro não era a origem do sistema de coordenadas. A aplicação da hipérbole aparece na
construção de telescópios refletores, nas órbitas dos cometas, nas engenharias, devido as suas propriedades
fı́sicas e estéticas, e aparece nos gráficos de funções de vários ramos das ciências exatas. Ainda no plano
cartesiano, fizemos o estudo da parábola, que é o conjunto de pontos do plano cuja distância a um ponto
fixo e uma reta dada é uma constante, também partindo dessa definição foi possı́vel obter sua equação e
definir seus elementos, a saber: seu foco, sua diretriz, seu vértice e seu eixo. Sua aplicação está presente
nos faróis dos carros, fornos solares, antenas parabólicas, nas construções de pontes, proporcionando
estabilidade e economia.

Para finalizar esta unidade, apresentamos as superfı́cies quádricas, vimos que, para construção de seus
gráficos, primeiramente, escolhemos planos convenientes, de maneira a obter a interseção entre o plano e a
superfı́cie analisada, obtendo o que chamamos de traço. Obviamente que, quanto maior número de traços,
mais fácil fica para descrever a superfı́cie estudada. A primeira quádrica que vimos foi o elipsoide com
centro na origem do sistema cartesiano, verificamos que seus traços nos planos coordenados são sempre
elı́pticos e que a esfera é um caso particular do elipsoide, em que seus traços nos planos são circunferências.
A forma do elipsoide está presente no formato dos planetas, em balões, na natureza (alguns vegetais), na
bola de futebol americano e em algumas construções de engenharia devido a sua beleza.

A segunda superfı́cie estudada foi o hiperboloide de uma folha com centro na origem, cujos traços nos
planos correspondem a duas hipérboles e, no outro plano, uma elipse. Logo depois, fizemos o estudo

CÔNICAS E QUÁDRICAS
171

do hiperboloide de duas folhas, cujos traços também eram: duas hipérboles e o outro traço com forma
elı́ptica. Essas superfı́cies estão presentes em muitas construções devido a sua beleza arquitetônica. Na
sequência, vimos o paraboloide elı́ptico cujos traços eram duas parábolas e uma elipse e, posteriormente,
o paraboloide hiperbólico, em que seus traços eram duas retas num plano e nos outros planos parábolas,
sendo uma parábola com concavidade voltada para baixo e a outra no outro plano com concavidade
voltada para cima, tendo as duas parábolas seus eixos em comum.

Fizemos também um estudo sobre a superfı́cies cônicas, em que suas interseções eram duas retas em cada
um dos dois planos coordenados e uma elipse no terceiro plano. E, finalizando, vimos as superfı́cies cilı́n-
dricas, cuja equação tinha a ausência de uma das variáveis e, portanto, uma curva no plano determinado
pelas variáveis existentes, curva essa que dava caracterı́stica da superfı́cie cilı́ndrica.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Espero que o leitor tenha percebido que, apesar do grande número de tipos de superfı́cie, existem duas
formas de indentificar uma quádrica, uma seria obtendo seus traços nos planos e a outra seria decorando
os vários tipos de equações quádricas.

Introdução
LEITURA COMPLEMENTAR

Sistematização das Cônicas

Apolônio de Perga (262 a.C. - 194 a.C) foi um matemático e astrônomo grego, estudou com sucessores
de Euclides e, mais tarde, veio a ensinar. Apelidado de Épsilon e também conhecido como “O Grande
Geômetra”, foi, provavelmente, um dos maiores e mais originais matemáticos no ramo da geometria pura,
dedicando grande parte de sua vida aos estudos das cônicas.

Sua principal obra, intitulada de “Cônicas”, era composta por oito livros dos quais sete sobreviveram, tal
obra teve uma grande importância para a matemática devido ao seu avançado e rigoroso nı́vel de escrita,
sendo comparado a magnı́fica obra “Os Elementos”, de Euclides. Os quatro primeiros livros tratam das
propriedades básicas relacionadas às cônicas, afirmava que de um único cone pode ser obtido três tipos
de secções cônicas: a parábola, a elipse e a hipérbole, nos livros 5 a 7 mostrou como obter retas tangentes
e normais às cônicas, quais poderiam ser desenhadas a partir de um ponto, apresentou a igualdade e
semelhança entre as cônicas e fez um rigoroso estudo dos diâmetros conjugados, na verdade, são inúmeras
as contribuições contidas nessa obra ı́mpar.

Uma das principais teorias presentes em seus livros teve grande aplicação muitos séculos depois, particu-
larmente no ramo da astronomia, no qual se afirmava que as órbitas planetárias descreviam curvas cujas
formas eram elı́pticas, e não circulares, como se acreditavam na época. Suas teorias até então puramente
matemáticas auxiliaram grandes pensadores nas descrições de fenômenos fı́sicos, até chegar a formulação
da lei da gravitação universal, essa última por Isaac Newton (1680). Portanto, não tem como discutir a
importância das suas contribuições tanto para a matemática, quanto para a fı́sica.

Fonte: o autor.
173

Arquimedes e as Quádricas

Arquimedes (287 a.C. - 212 a.C) nasceu e foi morto em Siracusa, na ilha grega de Secı́lia (atualmente,
pertencente à Itália). Quando jovem, estudou em Alexandria, com os discı́pulos de Euclides, foi matemá-
tico, engenheiro, fı́sico, inventor e astrônomo. A genialidade de Arquimedes como fı́sico e matemático só
é comparável com Isaac Newton no séc. XVII. Como contribuição para matemática, deixou uma vasta e
original produção sobre geometria plana e espacial.

Em particular, para geometria espacial, há dois tratados que demonstram riquı́ssimas teorias em relação
aos sólidos de revolução, a saber: Conoides e Esferoides, que descrevem sólidos de revolução gerados por
elipses, parábolas e hipérboles em torno dos seus próprios eixos (conhecidas, atualmente, por quádricas
de revolução), Esfera e Cilindro, com demonstrações sobre o cálculo do volume e da área desses sólidos.
Arquimedes mostrou como calcular as áreas e volumes das superfı́cies obtidas por seções planas sobre a
esfera (calotas e segmentos) e sobre o cilindro, utilizando a técnica da exaustão precendente ao cálculo
infinitesimal.

Assim, o que, atualmente, denomina-se o estudo das quádricas, podemos dizer que se deve fundamen-
talmente aos estudos de Arquimedes, obviamente não podemos deixar de lembrar das contribuições de
Apolônio de Perga com seus livros sobre as cônicas.

A pedido de Arquimedes, foi gravada na lápide de seu túmulo a representação de uma esfera inscrita num
cilindro circular reto, ele tinha provado que o volume da esfera tinha 2/3 do volume do cilindro, bem
como a área da esfera tinha 2/3 da área total do cilindro, esses últimos fatos considerados por ele suas
maiores descobertas.

Fonte: o autor.
ATIVIDADE DE AUTOESTUDO

1. Dada a equação 4x2 + 9y 2 = 36, determine seus vértices, seus focos, a excentricidade e construa seu
gráfico.

2. Construa o gráfico da elipse 144x2 + 25y 2 − 3600 = 0 e obtenha sua excentricidade.

3. Obtenha a equação, as coordenadas dos seus focos e a excentricidade da elipse abaixo:

4. Numa elipse com centro na origem C(0, 0), um dos seus focos tem coordenadas F (0, 8) e eixo menor
medindo 30 unidades. Obtenha a equação e o gráfico dessa elipse.
(x − 2)2 (y + 1)2
5. Construa o gráfico da elipse + = 1 e determine as coordenadas dos seus focos.
4 1
6. Dada a equação 9x2 + 25y 2 + 108x + 200y + 499 = 0, obtenha a equação reduzida, seu centro, seus
vértices e seus focos.

7. Obtenha a equação da elipse cujo centro é C(−1, 1), sendo o eixo maior paralelo ao eixo y medindo
8 unidades e o eixo menor medindo 6 unidades.

8. Dada a equação 36x2 + 4y 2 − 72x + 16y − 92 = 0, determine o centro, os vértices, os focos e a


excentricidade dessa elipse.
x2 y2
9. Dada a equação − = 1, obtenha os vértices, os focos, a assı́ntotas e a excentricidade da
9 4
hipérbole.

10. Considere a equação −4x2 + y 2 − 4 = 0, determine os elementos dessa hipérbole e construa seu
gráfico.

11. Obtenha a equação da hipérbole cujos focos são F1 (−1, −3), F2 (5, −3), A1 (0, −3) e A2 (4, −3), seu
gráfico e sua excentricidade.
175

12. Dada a equação da hipérbole x2 − 3y 2 + 2x + 18y = 23, obtenha seu centro, seus vértices, seus focos,
seu gráfico, sua excentricidade e suas assı́ntotas.

13. Considere a equação x2 = −10y, obtenha o foco, a diretriz e o gráfico dessa parábola.

14. Uma parábola com vértice na origem tem foco F (0, 4) e concavidade voltada para cima, obtenha
sua equação e sua diretriz.

15. Dada a equação x2 − 6x − 4y = −5, obtenha seu vértice, seu foco, a diretriz e o gráfico dessa
parábola.

16. Dada a equação y 2 + 10x + 2y = 54, obtenha seu vértice, seu foco, a diretriz e o gráfico dessa
parábola.

Identifique a quádrica em cada atividade a seguir.

17. Dada a equação


x2 y2 z2
+ + =1
9 16 25

obtenha seus traços, isto é, a interseção da superfı́cies com os planos coordenados xy, xz e yz.

18. Esboce os gráficos das superfı́cies quádricas das seguintes equações:


x2 y 2 z 2
a) x2 + y 2 + z 2 = 36 b) + + =1
4 4 9

19. Para cada equação, obtenha os traços nos planos coordenados e esboce o gráfico de sua superfı́cie:
x2 y 2 z 2
a) + − =1 b) y 2 + z 2 = 1 + x2
2 4 9

x2 z 2
20. Considere a equação − − + y 2 = 1, obtenha a interseção nos planos coordenados e depois sua
9 4
superfı́cie.

21. Construa o gráfico de cada quádrica:


y2 z2
a) x2 + 4y 2 = 12z b) + = 2x
9 4

x2 y 2 z
22. Dada a equação − + = , construa seu gráfico obtendo os traços nos planos coordenados.
16 9 4
23. Represente o gráfico de cada equação:
y2 z2
a) x2 + y 2 = 9z 2 b) −x2 + + =0
25 9

24. Para cada caso abaixo, obtenha a superfı́cie cilı́ndrica:


z 2 x2
a) x2 = −14y d) + =1
9 4
b) z 2 = 4y 2 2
e) x − 4y = 16
c) y − x = 0 f) x2 + y 2 = 49
Professor Me. Anderson Leandro Zulin

MATRIZES, DETERMINANTES

IV
UNIDADE
E SISTEMAS LINEARES

Objetivos de Aprendizagem
■■ Conhecer a definição de matrizes.
■■ Estudar os tipos de matrizes.
■■ Estabelecer a igualdade entre matrizes.
■■ Obter a matriz transposta de uma matriz dada.
■■ Obter a matriz soma de duas ou mais matrizes.
■■ Obter o produto de uma matriz por um número real.
■■ Reconhecer quando é possível multiplicar duas matrizes.
■■ Obter a matriz produto de duas matrizes.
■■ Aplicar as propriedades das operações nos álculos envolvendo
matrizes.
■■ Identificar matrizes inversíveis.
■■ Calcular o determinante de uma matriz quadrada.
■■ Resolver e classificar sistemas lineares, usando o método do
escalonamento.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Matrizes
■■ Tipos de matrizes
■■ Igualdade de matrizes
■■ Operações com matrizes
■■ Matriz inversa
■■ Permutação
■■ Determinante
■■ Sistemas de equações lineares
■■ Resolução de sistemas lineares por escalonamento
179

INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO

Com frequência, encontramos em jornais, revistas, televisão e em outros meios de comunicação tabelas
com objetos (na maioria das vezes, numéricos) organizados em forma de linhas e colunas. No estudo das
matrizes, vamos decifrar essa organização e, com isso, aumentar nossa capacidade de lidarmos com muitas
operações matemáticas ao mesmo tempo.

Vejamos, por exemplo, a tabela abaixo com as notas de cinco alunos do curso de Matemática de uma
Universidade nos quatro bimestres do ano de 2013.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

ALUNO 1o BIMESTRE 2o BIMESTRE 3o BIMESTRE 4o BIMESTRE

Aluno 1 4,6 5,1 6,2 6,5

Aluno 2 8,5 8,0 6,1 9,5

Aluno 3 4,3 7,2 8,2 7,0

Aluno 4 10,0 9,3 9,2 9,4

Aluno 5 2,5 4,5 5,0 4,8

Assim, se quisermos calcular a média anual do aluno 2, basta somarmos os valores da segunda linha e
dividir essa soma por quatro. Agora, se a média procurada é a do terceiro bimestre, em relação aos cinco
alunos, basta somarmos os valores da terceira coluna e dividirmos essa soma por 5.

Se nessa tabela desconsiderarmos os significados das linhas e das colunas, teremos o que chamamos de
matriz, isto é,

⎡ ⎤
⎢ 4, 6 5, 1 6, 2 6, 5 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 8, 5 8, 0 6, 1 9, 5 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
B=⎢
⎢ 4, 3

7, 2 8, 2 7, 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 10, 0 9, 3 9, 2 9, 4 ⎥
⎢ ⎥
⎣ ⎦
2, 5 4, 5 5, 0 4, 8

Cada nota representa um elemento dessa matriz e toda matriz é representada por uma letra maiúscula.
De forma geral, representamos uma matriz A como:

Introdução
IV

⎡ ⎤
⎢ a11 a12 · · · a1n ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ a21 a22 · · · a2n ⎥
A = [aij ]m×n =⎢
⎢ .


⎢ .. .. .. .. ⎥
⎢ . . . ⎥
⎣ ⎦
am1 am2 · · · amn
m×n

Em que os ı́ndices i e j representam a linha e a coluna, respectivamente, nas quais cada elemento da matriz
se encontra. Como se tivéssemos um código para localizar cada elemento na matriz, m × n representa a
ordem da matriz: “m linhas por n colunas”.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Na matriz B do exemplo anterior, temos uma matriz de ordem 5 × 4 (5 linhas por 4 colunas ou sim-
plesmente 5 por 4). A nota 9,2 encontra-se na linha 4 e coluna 3 e a denotamos por b43 = 9, 2. Outros
exemplos: b31 = 4, 3, b14 = 6, 5, b22 = 8, 0, b23 = 6, 1.

Os elementos de uma matriz podem ser outros objetos (não necessariamente só números). Por exemplo,
podemos ter nas matrizes números complexos, polinômios, funções, outras matrizes etc. Podemos repre-
sentar as matrizes por colchetes: [ ], parênteses: ( ) ou até duas barras: � �. Neste livro, representaremos
as matrizes por colchetes. A seguir, temos alguns exemplos de matrizes.
⎡ ⎤

⎢ 3 2 π ⎥
• Uma matriz 2 × 3 : A = ⎣ ⎦
3
−5 4 0
⎡ ⎤
⎢ 1 2 −3 ⎥
⎢ ⎥
• Uma matriz 3 × 3 : B = ⎢
⎢ −4 5 8 ⎥

⎣ ⎦
0 9 0
� �
• Uma matriz 1 × 4 : C = 25
−1 log 2 sen1o
3

MATRIZES, DETERMINANTES E SISTEMAS LINEARES


181

MATRIZES
MATRIZES
Matriz Nula

Trata-se de uma matriz de qualquer ordem cujos seus elementos são todos nulos, isto é, aij = 0 para todo
i e j.
⎡ ⎤
⎡ ⎤
� � ⎢ 0 0 ⎥
⎢ 0 0 0 ⎥ ⎢ ⎥
Exemplo 1: A = ⎣ ⎦ B= 0 0 0 C=⎢ ⎥
⎢ 0 0 ⎥
0 0 0 ⎣ ⎦
0 0

Matriz Quadrada
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

É aquela que apresenta o número de linhas igual ao número de colunas, isto é, seja a matriz A = [aij ]m×n
temos m = n. Nesse caso, com respeito à ordem da matriz, podemos dizer simplesmente matriz de ordem
m.
Exemplo 2:

• Matriz de ordem 1: A = [−6]


⎡ ⎤
⎢ −2 3 ⎥
• Matriz de ordem 2: B = ⎣ ⎦
1 5
⎡ ⎤
⎢ −5 0 2 ⎥
⎢ ⎥
• Matriz de ordem 3: C = ⎢
⎢ 3 1 −9 ⎥

⎣ ⎦
2, 5 5 3

Matriz Linha

É aquela que apresenta


� uma única linha.
� � � � �

Exemplo 3: A = 2 −1 3 5 B = 3 1
0 −7 −2 D= 5 0
2

Matrizes
IV

Matriz Coluna

É aquela que apresenta uma única coluna.


⎡ ⎤
0 ⎥ ⎡ ⎤
⎡ ⎤ ⎢
⎢ ⎥ −2
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ � �
⎢ −3 ⎥ ⎢ 2 ⎥ ⎢ ⎥
Exemplo 4: A = ⎣ ⎦ B=⎢ ⎢

⎥ C=⎢ ⎥
⎢ −1 ⎥ D= 1
5 ⎢ −3 ⎥ ⎣ ⎦
⎢ ⎥
⎣ ⎦ 2
5

Matriz Diagonal

É uma matriz quadrada cujos elementos que não estão na diagonal são todos nulos (iguais a zero), isto é,
aij = 0 se i �= j para todo i e j.

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⎡ ⎤
⎡ ⎤
⎢ 5 0 0 ⎥
⎢ −3 0 ⎥ ⎢ ⎥
Exemplo 5: A = ⎣ ⎦ B=⎢
⎢ 0 4 0


0 2 ⎣ ⎦
0 0 −1

Nas matrizes diagonais, temos uma que é especial. Mostraremos essa matriz logo abaixo.

Matriz Identidade

É uma matriz quadrada cujos elementos são definidos como segue.



⎨ 1, se i = j
aij = para todo i, j

⎩ 0, se i �= j

Isto é, ⎡ ⎤
⎢ 1 0 0 0 ··· 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 1 0 0 ··· 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 0
⎢ 1 0 ··· 0 ⎥ ⎥
A = [aij ]n×n =⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 0 0 1 ··· 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ . . ⎥
⎢ .. .. ... ... . . . ... ⎥
⎢ ⎥
⎣ ⎦
0 0 0 0 0 1
n×n

MATRIZES, DETERMINANTES E SISTEMAS LINEARES


183

Matriz Simétrica
IGUALDADE DE MATRIZES
Trata-se de uma matriz quadrada em que aij = aji .
⎡ ⎤
⎡ ⎤ −2
⎢ 5 1 ⎥
⎢ 2 5 ⎥ ⎢ ⎥
Exemplo 6: A = ⎣ ⎦ B=⎢ ⎢ −2 4

3 ⎥
5 3 ⎣ ⎦
1 3 −1

Matriz Triangular Superior

É uma matriz quadrada em que os elementos abaixo da diagonal são nulos, isto é, aij = 0 sempre que
i > j.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

⎡ ⎤
⎡ ⎤
⎢ 1 −3 −2 −1 ⎥
⎢ ⎥
⎢ −3 2 1 ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ 0 2 3 7 ⎥
Exemplo 7: A = ⎢ 0 −1 −5 ⎥



B=⎢ ⎥

⎣ ⎦ ⎢ 0 0 −2 5 ⎥
⎢ ⎥
0 0 4 ⎣ ⎦
0 0 0 9

Matriz Triangular Inferior

Trata-se de uma matriz quadrada cujos elementos acima da diagonal são nulos, isto é, aij = 0 sempre que
i < j.
⎡ ⎤
⎡ ⎤
⎢ 1 0 00 ⎥
⎢ ⎥
⎢ −3 0 0 ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ 4 2 0 0 ⎥
Exemplo 8: A = ⎢ ⎥
⎢ 4 −1 0 ⎥ B=⎢



⎣ ⎦ ⎢ 3 1 −2 0 ⎥
⎢ ⎥
3 2 5 ⎣ ⎦
−7 2 7 9

IGUALDADE DE MATRIZES

Definição 1: Sejam duas matrizes A = [aij ]m×n e B = [bij ]v×u . A matriz A será igual a matriz B,
A = B, quando a ordem de ambas for a mesma (m = v), (n = u) e seus elementos correspondentes iguais,
isto é, elementos que ocupam a mesma posição (linha e coluna) na matriz A e B serão iguais. Ou ainda
aij = bij para todo i e j.

Igualdade de matrizes
IV

OPERAÇÕES COM

√ MATRIZES
49 sin 30

o

7 1/2

⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
Exemplo 9: A matriz A = ⎢ ⎥ é igual a matriz B = ⎢
⎢ −0, 75 −5


⎢ −3/4 −5 ⎥ ⎢ ⎥
⎣ ⎦ ⎣ �√ �0 ⎦
0 1 log 1 π
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
2
⎢ 2x − y w − 3z ⎥ ⎢ −4 0 ⎥
Exemplo 10: Sejam as matrizes C = ⎣ ⎦eD=⎣ ⎦. Determinar os valores
3y 5w − 7 12 3
de x, y, z e w tal que as matrizes C e D sejam iguais.

Solução: Pela definição 1 devemos ter:

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2x − y = −4 (I)

w2 − 3z = 0 (II)

3y = 12 (III)

5w − 7 = 3 (IV )

De (III) obtemos y = 4, e substituindo esse valor em (I), temos x = 0. Em (IV ) obtemos w = 2 e,


4
trocando esse valor em (II), teremos z = .
3

OPERAÇÕES COM MATRIZES

Transformação

Seja a matriz A = [aij ]m×n . Definimos uma nova matriz B = [bji]n×m como sendo a transposta da matriz
A, denotada por At . Note que, para obter a transposta de uma matriz A, basta escrever as linhas de A
como sendo as colunas da nova matriz, isto é, At (ou, equivalentemente, escrever as colunas de A como
as linhas da nova matriz).
⎡ ⎤
−1 2 ⎡ ⎤
⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ −1 6 4 ⎥
Exemplo 11: Se A = ⎢ ⎢ 6
⎥ t
0 ⎥ então A = ⎣ ⎦
⎣ ⎦ 2 0 −3
4 −3
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 6 1 −8 ⎥ ⎢ 6−8 ⎥1
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
Exemplo 12: Se B = ⎢ ⎥
⎢ 1 −3 2 ⎥ então B = ⎢
t ⎢
1 −3 2 ⎥

⎣ ⎦ ⎣ ⎦
−8 2 0 −8 2 0

Note que nesse exemplo a transposta não se modificou. Basta voltarmos na seção Tipos de Matrizes que
vamos verificar que se trata de uma matriz simétrica. Essa e outras propriedades serão ditas em seguida.

MATRIZES, DETERMINANTES E SISTEMAS LINEARES


185

Propriedade 1: Sejam as matrizes A = [aij ] e B = [bij ] de mesma ordem, assim:

i) At = A se, e somente se, a matriz A é simétrica.


� �t
ii) At , isto é, a transposta da transposta de A é a própria matriz A.

iii) (A + B)t = At + B t .
� �t
iv) k · A = k · At .

Adição

Sejam as Matrizes A = [aij ] e B = [bij ] de mesma ordem, definimos uma nova matriz, denotada por
A + B, como sendo:
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A + B = [aij + bij ].

De mesma ordem das matrizes A e B. Em outras palavras, note que, para somarmos duas ou mais
matrizes, basta juntarmos os elementos correspondentes.

Exemplo 13: Observe a soma abaixo:


⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 0 2 ⎥ ⎢ −5 2 4 ⎥ ⎢ 1 + (−5) 0 + 2 2 + 4 ⎥ ⎢ −4 2 6 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥=⎢ ⎥
⎢ −5 4 −3 ⎥ + ⎢ −3 7 8 ⎥ = ⎢ −5 + (−3) 4 + 7 −3 + 8 ⎥ ⎢ −8 11 5 ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
7 2 −1 11 9 2 7 + 11 2 + 9 −1 + 2 18 11 1

Multiplicação por Escalar

Seja a matriz A = [aij ]m×n e k ∈ R um escalar. O produto de k pela matriz A é definido como sendo:

k · A = [k · aij ]m×n .

Em outras palavras, para multiplicar um escalar k por uma matriz, basta efetuarmos o produto de k por
todos os elementos dessa matriz.
⎡ ⎤
⎢ −2 5 17 ⎥
⎢ ⎥
Exemplo 14: Seja o escalar k = 3 e a matriz A = ⎢ ⎥
⎢ 11 −3 3 ⎥. Então,
⎣ ⎦
9 2 10

⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 3(−2) 3(5) 3(17) ⎥ ⎢ −6 15 51 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
k·A=3·A=⎢ ⎥ ⎢
⎢ 3(11) 3(−3) 3(3) ⎥ = ⎢ 33 −9 9


⎣ ⎦ ⎣ ⎦
3(9) 3(2) 3(10) 27 6 30

Operações com matrizes


IV

Sabendo multiplicar um escalar por uma matriz, podemos falar da diferença entre matrizes. Note que se
pretendemos, dadas duas matrizes A e B de mesma ordem, efetuar a diferença entre essas matrizes, basta
proceder da seguinte forma:
 
A−B =A+ −B .

Em que a matriz −B corresponde à matriz oposta de B, ou, em outras palavras, −B pode ser interpretado
como sendo o produto do número −1 pela matriz B.

Agora, em relação à adição de matrizes e multiplicação por escalar, devemos observar as propriedades que
seguem.

Propriedade 2: Dadas as matrizes A = [aij ]m×n , B = [bij ]m×n , C = [cij ]m×n , todas de mesma ordem e

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escalares μ e κ, temos:

i) A + (B + C) = (A + B) + C - associatividade

ii) A + B = B + A - comutatividade

iii) A + 0m×n = A - existência do elemento neutro da adição. Note que 0m×n representa a matriz nula de
ordem m × n.
 
iv) A + − A = 0m×n

v) μ(A + B) = μA + μB - distributividade

vi) (μ + κ)A = μA + κA

vii) 0 · A = 0m×n - note que neste caso o 0 é um escalar.

viii) (μκ)B = μ(κB).

ix) 1 · A = A.

MATRIZES, DETERMINANTES E SISTEMAS LINEARES


187

Multiplicação de Matrizes

Para começar, vamos analisar o seguinte exemplo:

Na tabela abaixo, estão registradas as notas bimestrais de 5 alunos de uma determinada instituição
superior na disciplina de Cálculo do curso de Matemática.

Primeiro Bimestre Segundo Bimestre Terceiro Bimestre Quarto Bimestre

Aluno A 2,5 5,6 6,1 6,0

Aluno B 2,0 3,5 3,7 5,5


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Aluno C 8,0 6,8 7,5 9,0

Aluno D 6,0 6,1 5,5 6,7

Aluno E 4,0 5,0 7,0 7,5

Vamos considerar que primeiro, segundo, terceiro e quarto bimestre tenham, respectivamente, pesos va-
lendo 1, 2, 3 e 4 (a nota do primeiro bimestre multiplicada por 1, a do segundo por 2 e assim por diante).
A média final de cada aluno será calculada da seguinte maneira:

2, 5 · 1 + 5, 6 · 2 + 6, 1 · 3 + 6, 0 · 4 1 2 3 4
Aluno A: = 2, 5 · + 5, 6 · + 6, 1 · + 6, 0 · = 5, 6
10 10 10 10 10

2, 0 · 1 + 3, 5 · 2 + 3, 7 · 3 + 5, 5 · 4 1 2 3 4
Aluno B: = 2, 0 · + 3, 5 · + 3, 7 · + 5, 5 · = 4, 2
10 10 10 10 10

8, 0 · 1 + 6, 8 · 2 + 7, 5 · 3 + 9, 0 · 4 1 2 3 4
Aluno C: = 8, 0 · + 6, 8 · + 7, 5 · + 9, 0 · = 8, 0
10 10 10 10 10

6, 0 · 1 + 6, 1 · 2 + 5, 5 · 3 + 6, 7 · 4 1 2 3 4
Aluno D: = 6, 0 · + 6, 1 · + 5, 5 · + 6, 7 · = 6, 2
10 10 10 10 10

4, 0 · 1 + 5, 0 · 2 + 7, 0 · 3 + 7, 5 · 4 1 2 3 4
Aluno E: = 4, 0 · + 5, 0 · + 7, 0 · + 7, 5 · = 6, 5
10 10 10 10 10

Essas operações podem ser representadas por matrizes. Podemos construir uma matriz N contendo as

Operações com matrizes


IV

notas de cada aluno, isto é, ⎡ ⎤


⎢ 2, 5 5, 6 6, 1 6, 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 2, 0 3, 5 3, 7 5, 5 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 8, 0 6, 8 7, 5 9, 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 6, 0 6, 1 5, 5 6, 7 ⎥
⎢ ⎥
⎣ ⎦
4, 0 5, 0 7, 0 7, 5

da mesma forma, podemos construir uma matriz P com os valores dos pesos de cada bimestre, isto é,
⎡ ⎤
⎢ 1/10 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
⎢ 2/10 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 3/10 ⎥
⎢ ⎥
⎣ ⎦
4/10

e efetuar a seguinte operação:


⎡ ⎤
1 2 3 4
⎢ 2, 5 · 10 + 5, 6 · 10 + 6, 1 · 10 + 6, 0 · 10 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎡ ⎤ ⎢ ⎥ ⎡ ⎤
⎢ ⎥
2, 5 5, 6 6, 1 6, 0 ⎥ ⎡ ⎤ ⎢ 2, 0 · 1
+ 3, 5 · 2
+ 3, 7 · 3
+ 5, 5 · 4 ⎥ 5, 6 ⎥
⎢ ⎢ 10 10 10 10 ⎥ ⎢
⎢ ⎥ 1/10 ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ 2, 0 3, 5 3, 7 5, 5 ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ 4, 2 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ 2/10 ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥·⎢ ⎥=⎢ 1 2 3 4 ⎥=⎢ ⎥
⎢ 8, 0 6, 8 7, 5 9, 0 ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ 8, 0 · 10 + 6, 8 · 10 + 7, 5 · 10 + 9, 0 · 10 ⎥ ⎢ 8, 0 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ 3/10 ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ 6, 0 6, 1 5, 5 6, 7 ⎥ ⎣ ⎦ ⎢ ⎥ ⎢ 6, 2 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎣ ⎦ 4/10 ⎢ ⎥ ⎣ ⎦
⎢ 1 2 3 4 ⎥
4, 0 5, 0 7, 0 7, 5 ⎢ 6, 0 · 10 + 6, 1 · 10 + 5, 5 · 10 + 6, 7 · 10 ⎥ 6, 5
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎣ ⎦
1 2 3 4
4, 0 · 10 + 5, 0 · 10 + 7, 0 · 10 + 7, 5 · 10

O que fizemos: tomamos duas matrizes tais que o número de termos em cada linha da primeira é igual
ao número de termos de cada coluna da segunda. Ou seja, o número de colunas da primeira coincide com
o número de linhas da segunda.

MATRIZES, DETERMINANTES E SISTEMAS LINEARES


189

Definição 2: Sejam as matrizes A = [aij ]m×n e B = [bij ]n×s . A matriz produto de A por B é a Matriz
A · B = [cij ]m×s tal que:
�p
cij = k=1 aik · bkj com i = {1, 2, . . . , m} e j = {1, 2, . . . , n}
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 3 ⎥ ⎢ 2 0 −4 ⎥
Exemplo 15: Sejam as matrizes A = ⎣ ⎦eB=⎣ ⎦. Como a ordem da matriz A é
2 −1 5 −2 6
2 × 2 e da matriz B é 2 × 3, pela definição, podemos realizar o produto A · B, resultando em uma matriz de
ordem 2 × 3. Por outro lado, o produto B · A não está definido, pois o número de colunas de B é diferente
do número de linhas de A. O produto é sempre realizado tomando-se cada linha da matriz A (primeira
matriz na ordem do produto) por cada coluna da matriz B (segunda matriz na ordem do produto). Em
outras palavras, podemos dizer que o produto de matrizes é “linha por coluna”. Então vamos ao produto:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 3 ⎥ ⎢ 2 0 −4 ⎥ ⎢ 1(2) + 3(5) 1(0) + 3(−2) 1(−4) + 3(6) ⎥
A·B = ⎣ ⎦·⎣ ⎦ = ⎣ ⎦
2 −1 5 −2 6 2(2) − 1(5) 2(0) − 1(−2) 2(−4) − 1(6)

⎡ ⎤
⎢ 17 −6 14 ⎥
= ⎣ ⎦
−1 2 −14

Note nesse exemplo que uma maneira de não nos perdermos na multiplicação é colocarmos elementos do
produto em alguma posição que não seja a dele e encontrarmos uma matriz errada. Basta observarmos
qual linha da primeira matriz está sendo multiplicada por qual coluna da segunda matriz. Por exemplo:
quando, no exemplo anterior, multiplicamos a segunda linha de A pela terceira coluna de B, encontramos
o elemento que estará na posição c23 , isto é, c23 = −14.

Propriedade 3: Sejam A, B e C matrizes. Sempre que os produtos e somas envolvidos estiverem bem
definidos, temos:

i) (AB)C = A(BC) - associatividade

ii) A(B + C) = AB + AC - distributividade à esquerda

iii) (A + B)C = AC + BC - distributividade à direita

iv) k(AB) = (kA)B, em que k ∈ R

v) A · 0 = 0, em que 0 é a matriz nula

vi) (AB)t = B t At

Operações com matrizes


IV

Aqui, você encontrará uma sugestão de aula sobre operações com matrizes, a qual será útil na carreira

MATRIZ
de docente
Aqui, e INVERSA
tambémuma
você encontrará poderá auxiliá-lo
sugestão durante
de aula sobre os estudos com
operações da licenciatura.
matrizes, a qual será útil na carreira
de<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=1675>
docente e também poderá auxiliá-lo durante os estudos da licenciatura.

<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=1675>

MATRIZ INVERSA
MATRIZ INVERSA

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Definição 3: Seja uma matriz A = [aij ]n×n . Dizemos que essa matriz admite inversa se, e somente se,
existe uma3:matriz
Definição B = matriz
Seja uma [bij ]n×nAtal
= que:
[aij ]n×n . Dizemos que essa matriz admite inversa se, e somente se,
existe uma matriz B = [bij ]n×n tal que:
A · B = B · A = In

A · B = B · A = In
em que In é a matriz identidade de ordem n. A matriz B será a inversa da matriz A e a denotamos de
A−1
em , isto
que = A−1identidade
In éé,aBmatriz . de ordem n. A matriz B será a inversa da matriz A e a denotamos de
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
−1
A , isto é, B = A . −1
⎡ ⎢ 2 −3⎤ ⎥ −1 ⎡ ⎢ 1/14 3/14⎤ ⎥
Exemplo 16: A matriz A = ⎣ ⎦ admite como inversa a matriz A = ⎣ ⎦, pois:
⎢ 2 4 −31 ⎥ −1 ⎢ 1/14 −2/7 3/14
1/7⎥
Exemplo 16: A matriz A = ⎣ ⎦ admite como inversa a matriz A = ⎣ ⎦, pois:
4 1 ⎡ −2/7⎤ 1/7
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ � �
2 · 141
− 3 · −2 2 · 143
− 3 · 17 ⎥ ⎡ ⎤
2 −3 1/14 3/14 ⎡⎢⎢
7 ⎤⎥ 1 0
⎢ ⎤⎥ ⎢ ⎤⎥ � −2 � ⎡⎢ ⎤⎥
A · A−1 =⎡ ⎣ ⎦⎡· ⎣ ⎦ =⎢ ⎢ 1
⎢2 · 14 − 3 · 7
3
2 · 14 − 3 · 17 ⎥ ⎥⎥=⎣ ⎦
⎢ 2 4 −3 1 ⎥ ⎢ 1/14
−2/7 3/14
1/7⎥ ⎢ ⎢ ⎣ ⎥ ⎦ ⎢ 1 0 0 1

A·A =⎣ −1 � � ⎥
⎦·⎣ ⎦ = ⎢ 4 · 1 + 1 · −2 4 · 3 + 1 · 1⎥ = ⎣ ⎦
⎣ 14 7 14 7⎦
4 1 −2/7 1/7 � −2 � 0 1
1 3 1
4 · 14 + 1 · 7 4 · 14 + 1 · 7
⎡ ⎤
⎢ −2 5⎤ ⎥
Exemplo 17: Caso exista, encontrar a inversa da matriz A =⎡ ⎣ ⎦.
⎢ −23 5 9⎥
Exemplo 17: Caso exista, encontrar a inversa da matriz A = ⎣ ⎦.
Solução: Pela⎡definição ⎤3, temos que existe uma Matriz B, inversa 9 A, se A · B = I2 . Então, tomemos
3 de
⎢ x1 x2⎤3,⎥temos que existe uma Matriz B, inversa de A, se A · B = I2 . Então, tomemos
Solução: Pela⎡definição
a matriz B = ⎣ ⎦ e, com isso, obtemos
⎢ x1x3 x2x4⎥
a matriz B = ⎣ ⎦ e, com isso, obtemos
x3 x4 ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ −2 5⎤ ⎥⎡ ⎢ x1 x2⎤ ⎥ ⎡ ⎢ 1 0⎤ ⎥
A · B =⎡ ⎣ ⎦·⎣ ⎦=⎣ ⎦
⎢ −23 5 9⎥ ⎢ x1x3 x2x4⎥ ⎢ 1 0 0 1⎥
A·B =⎣ ⎦·⎣ ⎦=⎣ ⎦
3 9 x3 x4 0 1

MATRIZES, DETERMINANTES E SISTEMAS LINEARES


191

e, efetuando o produto das matrizes A e B, chegamos na seguinte igualdade


⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ −2x1 + 5x3 −2x2 + 5x4 ⎥ ⎢ 1 0 ⎥
⎣ ⎦=⎣ ⎦.
3x1 + 9x3 3x2 + 9x4 0 1

Dessa igualdade obtemos os seguintes sistemas:


⎧ ⎧

⎨ −2x1 + 5x3 = 1 ⎪
⎨ −2x2 + 5x4 = 0
(I) e (II)

⎩ ⎪

3x1 + 9x3 = 0 3x2 + 9x4 = 1

3 1 5
Solucionando o sistema (I), chegamos a x1 = − e x3 = . Já com o sistema (II), obtemos x2 = e
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

11 11 33
2
x4 = .
33
Portanto, a matriz A admite inversa e sua inversa é a matriz:
⎡ ⎤
⎢ −3/11 5/33 ⎥
B= A−1 =⎣ ⎦.
1/11 2/33

O exemplo anterior nos mostrou que, ao tentar inverter uma matriz quadrada de ordem 2, chegamos a
dois sistemas com duas equações e duas incógnitas cuja solução é um tanto quanto simples. Agora, se
tentarmos inverter uma matriz quadrada de ordem 3, vamos chegar a três sistemas com três equações e
três incógnitas cada um, em que o cálculo é um pouco mais demorado. Se tentarmos inverter matrizes
quadradas de ordem superior a 3, o trabalho que terı́amos que realizar seria imenso. Falando ainda de
sistemas 3 por 3 (três equações e três incógnitas), na próxima unidade, falaremos mais sobre como resolver
esses sistemas.

Nosso próximo passo agora é estabelecer uma técnica para inversão, ou tentativa de inversão, de matrizes
quadradas de qualquer ordem.

Matriz inversa
IV

Operações Elementares

A seguir, listamos o que vamos denominar de operações elementares de matrizes.

i) Permutar duas filas (o termo fila indica linha ou coluna).

ii) Multiplicar uma fila por um número real não nulo.

iii) Somar a uma fila outra fila multiplicada por número real não nulo.
⎡ ⎤
⎢ −2 5 1 ⎥
⎢ ⎥
Exemplo 18: Vamos aplicar algumas operações elementares às linhas da matriz A = ⎢
⎢ 3

0 8 ⎥.
⎣ ⎦
7 −6 9

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1. Permutando a linha 1 com a linha 3 (podemos usar a seguinte notação: L1 ↔ L2 ), obtemos a matriz:

⎡ ⎤
⎢ 7 −6 9 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 3 0 8 ⎥.
⎣ ⎦
−2 5 1

2. Multiplicando a linha 2 por 4 (L2 → 4L2 ), temos:

⎡ ⎤
⎢ −2 5 1 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 12 0 32 ⎥ .
⎣ ⎦
7 −6 9

3. Transformando a linha 3 com a soma da linha 1 com o dobro da linha 3 (L3 → L1 + 2L3 ), obtemos:

⎡ ⎤
⎢ −2 5 1 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥.
⎢ 3 0 8 ⎥
⎣ ⎦
12 −7 19

MATRIZES, DETERMINANTES E SISTEMAS LINEARES


193

Matrizes Equivalentes

Propriedade 4: Dadas as matrizes A e B, de mesma ordem, a matriz A será equivalente à B, repre-


sentado por A ∼ B, se for possı́vel, por meio de de uma sucessão finita de operações elementares em A,
obtermos a matriz B.

Teorema 1: Seja a matriz A = [aij ]n×n . A admite inversa se, e somente se, A ∼ In . Se A é inversı́vel, a
mesma sucessão de operações elementares que transformam A em In , transformam In na inversa de A.

A demonstração desse teorema o leitor pode encontrar em Callioli (1990).

Logo, para determinarmos a inversa de uma matriz A (quando existir), basta seguirmos os seguintes
passos:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

1. Ao lado da matriz A colocamos a matriz identidade com a mesma ordem de A, separada por uma
linha tracejada.

2. Transforma-se, por meio de operações elementares, a matriz A na matriz In , aplicando-se, simulta-


neamente, à matriz In , colocada ao lado da matriz A, as mesmas operações elementares.
⎡ ⎤
⎢ −2 1 3 ⎥
⎢ ⎥
Exemplo 19: Vamos determinar a inversa da matriz A = ⎢ ⎢ 4 2

5 ⎥ seguindo os passos descritos
⎣ ⎦
−3 0 1
acima.

Solução:
⎡ ⎤
⎢ −2 1 3 | 1 0 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 4 2 5 | 0 1 0 ⎥ L2 → L2 + 2L1
⎣ ⎦
−3 0 1 | 0 0 1

⎡ ⎤
⎢ −2 1 3 | 1 0 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥ L3 → 2L3 − 3L1
⎢ 0 4 11 | 2 1 0 ⎥
⎣ ⎦
−3 0 1 | 0 0 1

⎡ ⎤
⎢ −2 1 3 | 1 0 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 4 11 | 2 1 0 ⎥ L1 → 4L1 − L2
⎣ ⎦
0 −3 −7 | −3 0 2

Matriz inversa
IV

⎡ ⎤
⎢ −8 0 1 | 2 −1 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 4 11 | 2 1 0 ⎥ L3 → 3L2 + 4L3
⎣ ⎦
0 −3 −7 | −3 0 2

⎡ ⎤
⎢ −8 0 1 | 2 −1 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 4 11 | 2 1 0 ⎥ L1 → 5L1 − L3
⎣ ⎦
0 0 5 | −6 3 8

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
⎡ ⎤
⎢ −40 0 0 | 16 −8 −8 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 4 11 | 2 1 0 ⎥ L2 → 5L2 − 11L3
⎣ ⎦
0 0 5 | −6 3 8

⎡ ⎤
⎢ −40 0 0 | 16 −8 −8 ⎥
⎢ ⎥ 1
⎢ ⎥
⎢ 0 20 0 | 76 −28 −88 ⎥ L1 → − 40 L1
⎣ ⎦
0 0 5 | −6 3 8

⎡ ⎤
⎢ 1 0 0 | −16/40 8/40 8/40 ⎥
⎢ ⎥ 1
⎢ ⎥
⎢ 0 20 0 | 76 −28 −88 ⎥ L2 → 20 L2
⎣ ⎦
0 0 5 | −6 3 8

⎡ ⎤
⎢ 1 0 0 | −16/40 8/40 8/40 ⎥
⎢ ⎥ 1
⎢ ⎥
⎢ 0 1 0 | 76/20 −28/20 −88/20 ⎥ L3 → 5 L3
⎣ ⎦
0 0 5 | −6 3 8

⎡ ⎤
⎢ 1 0 0 | −16/40 8/40 8/40 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 1 0 | 76/20 −28/20 −88/20 ⎥
⎣ ⎦
0 0 1 | −6/5 3/5 8/5

MATRIZES, DETERMINANTES E SISTEMAS LINEARES


195

ou equivalente a:
⎡ ⎤
⎢ 1 0 0 | −2/5 1/5 1/5 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 1 0 | 19/5 −7/5 −22/5 ⎥
⎣ ⎦
0 0 1 | −6/5 3/5 8/5

⎡ ⎤
⎢ −2/5 1/5 1/5 ⎥
⎢ ⎥
Portanto, temos A−1 =⎢ ⎥
⎢ 19/5 −7/5 −22/5 ⎥
⎣ ⎦
−6/5 3/5 8/5

Mais à frente veremos um outro método para calcularmos a inversa de uma matriz bem como determinar
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

se ela existe por meio do determinante. No próximo exemplo, vamos verificar que existem matrizes qua-
dradas que não admitem inversa.

⎡ ⎤
⎢ 1 2 −3 ⎥
⎢ ⎥
Exemplo 20: Vamos determinar a inversa da matriz B = ⎢ ⎥
⎢ 2 4 6 ⎥. Solução:
⎣ ⎦
3 6 5

⎡ ⎤
⎢ 1 2 −3 | 1 0 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 2 4 6 | 0 1 0 ⎥ L2 → L2 − 2L1
⎣ ⎦
3 6 5 | 0 0 1

⎡ ⎤
⎢ 1 2 −3 | 1 0 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 0 12 | −2 1 0 ⎥ L3 → L3 − 3L1
⎣ ⎦
3 6 5 | 0 0 1

⎡ ⎤
⎢ 1 2 −3 | 1 0 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 0 12 | −2 1 0 ⎥ L1 → 4L1 + L2
⎣ ⎦
0 0 14 | −3 0 1

⎡ ⎤
⎢ 4 8 0 | 2 1 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 0 12 | −2 1 0 ⎥ L3 → 6L3 − 7L2
⎣ ⎦
0 0 14 | −3 0 1

Matriz inversa
IV

⎡ ⎤
⎡ 4 8 0 | 2 1 0 ⎥ ⎤

⎢ 4 8 0 | 2 1 0⎥

⎢ ⎥


⎢ 0 0 12 | −2 1 0 ⎥ ⎥

⎣ ⎥

⎢ 0 0 12 | −2 1 0 ⎥
⎣ 0 0 0 | −4 −7 6 ⎦
0 0 0 | −4 −7 6
Podemos perceber que, se continuarmos a tentar transformar a matriz B na matriz identidade, não con-
Podemos perceber que, se continuarmos a tentar transformar a matriz B na matriz identidade, não con-
seguiremos. Por exemplo, um próximo passo seria anular o número 8 (que se encontra na primeira linha
seguiremos. Por exemplo, um próximo passo seria anular o número 8 (que se encontra na primeira linha
e segunda coluna), mas os elementos das outras linhas que pertencem a mesma coluna do número 8 são
e segunda coluna), mas os elementos das outras linhas que pertencem a mesma coluna do número 8 são
nulos, ou seja, não há a possibilidade, por meio de operações elementares, de anular esse número. Por-
nulos, ou seja, não há a possibilidade, por meio de operações elementares, de anular esse número. Por-
tanto, a matriz B não admite inversa.
tanto, a matriz B não admite inversa.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A seguir, listamos algumas propriedades da inversa de uma matriz.
A seguir, listamos algumas propriedades da inversa de uma matriz.

Propriedade 5: Sejam as matrizes A = [aij ]n×n e B = [bij ]n×n inversı́veis, isto é, ambas admitem
Propriedade 5: Sejam as matrizes A = [aij ]n×n e B = [bij ]n×n inversı́veis, isto é, ambas admitem
inversa, temos:
inversa, temos:
� �−1
i) �A−1 � = A
−1
i) A−1 =A
ii) O produto A · B é inversı́vel e (A · B)−1 = B −1 · A−1
ii) O produto A · B é inversı́vel e (A · B)−1 = B −1 · A−1
� �−1 � �t
iii) �At � = �A−1 �
−1 t
iii) At = A−1

O link abaixo é um aplicativo da web com o qual você poderá manipular matrizes identificando
O link abaixo é um aplicativo da web com o qual você poderá manipular matrizes identificando
conceitos, poderá, ainda interpretar matrizes, bem como utilizá-las na resolução de problemas.
conceitos, poderá, ainda interpretar matrizes, bem como utilizá-las na resolução de problemas.
<http://www.igm.mat.br/mpd/a linear/mpd1.htm >.
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Neste outro link, como futuro(a) professor(a), você encontrará uma sugestão para aula sobre cálculo
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de Matriz inversa, Conhecimento de Criptografia e como as Matrizes são utilizadas para criptografar
de Matriz inversa, Conhecimento de Criptografia e como as Matrizes são utilizadas para criptografar
mensagens e construir mensagens criptografadas.
mensagens e construir mensagens criptografadas.
<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.htmlaula=45417>.
<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.htmlaula=45417>.

MATRIZES, DETERMINANTES E SISTEMAS LINEARES


197

Aqui, você encontrará um aplicativo que servirá para o emprego dos conceitos de Matrizes na resolução
de Quadrados Mágicos:

<http://www.jogosboole.com.br/tutoriais mostra.asp?id=19>

Aqui, você encontrará um aplicativo que servirá para o emprego dos conceitos de Matrizes na resolução
de Quadrados Mágicos:

<http://www.jogosboole.com.br/tutoriais mostra.asp?id=19>
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A Teoria dos Determinantes permite discutir sistemas de equações lineares, desde que o número de
equações seja igual ao número de incógnitas, isso nos auxilia, por exemplo, a analisar um sistema de
equações, antes de tentar obter o conjunto solução e que, em muitos casos, pode até não existir. Além
disso, é possı́vel obter a solução de um sistema, caso exista, com o uso da Regra de Cramer, que se
A Teoria dos Determinantes permite discutir sistemas de equações lineares, desde que o número de
baseia em cálculo de determinantes.
equações seja igual ao número de incógnitas, isso nos auxilia, por exemplo, a analisar um sistema de
Fonte:equações,
o autor. antes de tentar obter o conjunto solução e que, em muitos casos, pode até não existir. Além

disso, é possı́vel obter a solução de um sistema, caso exista, com o uso da Regra de Cramer, que se
baseia em cálculo de determinantes.

Fonte: o autor.

Matriz inversa
IV

PERMUTAÇÃO
PERMUTAÇÃO

Definição 1: Seja V = {1, . . . , n} o conjunto de todos os inteiros de 1 a n, obedecendo a uma ordem


(crescente). Uma outra ordem {i1 , . . . , in } dos elementos do conjunto V é chamada de permutação.

Exemplo 1: Considere T = {1, 2, 3, 4, 5}. Então, 42531 é uma permutação de T , que corresponde à
função f : T → T definida por:

f (1) = 4; f (2) = 2; f (3) = 5; f (4) = 3; f (5) = 1.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Podemos representar o conjunto T de 4 · 3 · 2 · 1 = 24 maneiras possı́veis. Esse cálculo se deve ao princı́pio
multiplicativo da análise combinatória. Podemos ainda dizer que temos 24 permutações do conjunto T .

De uma forma geral, dado um conjunto S contendo n elementos, temos:

n(n − 1)(n − 2) · · · 2 · 1

permutações possı́veis para esse conjunto. Denotaremos por Sn as permutações de S. A expressão acima
é representada por n! (lê-se: n fatorial ou fatorial de n). Assim:

1! = 1

2! = 2 · 1 = 2

3! = 3 · 2 · 1 = 6

4! = 4 · 3 · 2 · 1 = 24

..
.

n! = n(n − 1)(n − 2) · · · 2 · 1

Exemplo 2: Seja R = {3, 5, 6}. Então, R3 tem 3! = 3 · 2 · 1 = 6 permutações do conjunto R. A saber:

356, 365, 536, 563, 635, 653

Uma permutação i1 , . . . , in do conjunto S = {1, . . . , n} tem uma inversão se um inteiro is precede um


inteiro menor ir . Uma permutação é denominada par (ı́mpar) se o número total de inversão é par
(ı́mpar).

MATRIZES, DETERMINANTES E SISTEMAS LINEARES


199

Exemplo 3: Seja S = {1, 4, 9}. Temos que a permutação:

• 194 é ı́mpar, pois o 9 está antes do 4 (uma inversão);

• 914 é par, pois o 9 está antes do 4 e do 1 (duas inversões).

n! n!
Podemos mostrar que se n  2, então, Sn terá permutações pares e permutações ı́mpares.
2 2
No exemplo anterior, temos 6 permutações possı́veis, sendo 3 pares e 3 ı́mpares. De fato:
⎧ ⎧

⎪ 149 → 0 ⎪
⎪ 194 → 1

⎪ ⎪

⎨ ⎨
pares 491 → 2 ı́mpares 419 → 1

⎪ ⎪


⎪ ⎪

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

⎩ ⎩
914 → 2 941 → 3

Vamos apresentar agora um sı́mbolo muito usado em matemática e áreas afins, pois vamos usá-lo para

definir o determinante de uma matriz. A letra ou caractere sigma ( ) é a décima oitava letra do alfabeto

grego e corresponde ao nosso S. A letra é usada na matemática como sı́mbolo de um somatório.
Consideremos a seguinte soma:

12 + 22 + 32 + 42 + 52 + 62 + 72 + 82 + 92 + 102 .


Podemos representar essa soma por meio do sı́mbolo da seguinte maneira:

10

k2
k=1

E podemos ler como segue: somatório de k 2 quando k varia de 1 até 10. A letra k é chamada de ı́ndice
da soma (ou do somatório) e pode ser substituı́da por qualquer outra (que não intervenha na soma), por
exemplo: i, j, l, m, n, p, etc. Diz–se, assim, que k é um ı́ndice mudo.

Exemplo 4:

6

2i2 = 2(32 ) + 2(42 ) + 2(52 ) + 2(62 ) = 172
i=3

Exemplo 5:

5

k = 1 + 2 + 3 + 4 + 5 = 15
k=1

Permutação
IV

DETERMINANTE
DETERMINANTE
Definição 2: Seja A = [aij ]n×n uma matriz quadrada de ordem n. Definimos o determinante de A,
denotado por detA ou |A| o número real dado por:


detA = (−1)J a1j1 a2j2 · · · anjn
ρ

em que J = J(j1 , j2 , . . . , jn ), é o número de inversões da permutação (j1 j2 . . . jn ) e ρ indica que a soma é


estendida a todas as n! permutações de (1 2 . . . n).

Exemplo 6: Seja a matriz A = [a11 ]. Vemos que A tem ordem 1, logo S1 tem uma única permutação,

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
isto é, 1! = 1. Como o número de inversões é zero, o sinal do determinante é positivo. Logo detA = a11 .

⎡ ⎤
⎢ a11 a12 ⎥
Exemplo 7: Seja a matriz A = ⎣ ⎦ uma matriz de ordem 2. Então, para calcular o detA,
a21 a22
escrevemos os termos da matriz na forma:

a1 a2 e a1 a 2

Os espaços vazios serão preenchidos por todos os elementos de S2 , que são 12 e 21, dado que S = {1, 2}.
Temos que 12 é uma permutação par (número de inversões é zero) e 21 é uma permutação ı́mpar (uma
inversão). Assim, o termo a11 a22 tem sinal positivo e o termo a12 a21 tem sinal negativo. Logo:

detA = a11 a22 − a12 a21

Por simplicidade, ou até comodidade, costuma-se dizer que o determinante de uma matriz de ordem 2
é a diferença entre o produto dos termos da diagonal principal pelo produto dos termos da diagonal
secundária.
⎡ ⎤
⎢ −5 4 ⎥
Exemplo 8: Calcular o determinante da matriz A = ⎣ ⎦
2 3
Solução: detA = −5(3) − 4(2) = −15 − 8 = −23
⎡ ⎤
⎢ −3 −2 ⎥
Exemplo 9: Calcular o determinante da matriz B = ⎣ ⎦
7 −4
Solução: detB = −3(−4) − (−2)(7) = 12 + 14 = 26

MATRIZES, DETERMINANTES E SISTEMAS LINEARES


201

Agora, vamos ver como é efetuado o cálculo do determinante de ordem 3 seguindo a Definição 2.
⎡ ⎤
⎢ a11 a12 a13 ⎥
⎢ ⎥
Exemplo 10: Seja a matriz A = ⎢ ⎥
⎢ a21 a22 a23 ⎥. Temos uma matriz de ordem 3. Logo, para
⎣ ⎦
a31 a32 a33
calcularmos o determinante, escrevemos os seis (3! = 6) termos da matriz.

a1 a 2 a 3 a1 a2 a3 a1 a2 a3

a1 a2 a3 a1 a2 a3 a1 a2 a3

Os espaços vazios serão preenchidos por todos os elementos de S3 . Antes de preenchermos os espaços
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

vazios, vamos analisar as permutações em uma tabela para uma melhor compreensão.

Principal Permutação Inversões Classe Sinal

123 123 0 par +

123 132 1 ı́mpar −

123 312 2 par +

123 213 1 ı́mpar −

123 231 2 par +

123 321 3 ı́mpar −

Com isso, temos:


detA = +a11 a22 a33 − a11 a23 a32 + a13 a21 a32

−a12 a21 a33 + a12 a23 a31 − a13 a22 a31

Podemos ainda escrever como segue:

detA = (a11 a22 a33 + a13 a21 a32 + a12 a23 a31 )

−(a11 a23 a32 + a12 a21 a33 + a13 a22 a31 )

Determinante
IV

Uma regra prática para calcular o determinante de uma matriz A de ordem 3 é dada a seguir:

1. Repita as duas primeiras colunas ao lado direito da matriz A.

2. Multiplicam-se os elementos da diagonal principal e, na mesma direção da diagonal principal,


multiplicam-se os elementos das outras duas filas à sua direita.

3. Multiplicam-se os elementos da diagonal secundária e, na mesma direção, os elementos das outras


duas filas à sua direita.

4. O determinante da matriz é a diferença entre os produtos obtidos em (2) e (3).

Isto é:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 1: Regra de Sarrus

Logo, temos que detA = I − II

Esta regra é conhecida como Regra de Sarrus.


⎡ ⎤
⎢ −1 2 0 ⎥
⎢ ⎥
Exemplo 11: Vamos calcular o determinante da matriz A = ⎢ ⎥
⎢ 5 3 −4 ⎥ através da Regra de Sarrus.
⎣ ⎦
7 1 −6
Solução: Primeiramente, repetimos as duas primeiras colunas ao lado direito da matriz.

⎡ ⎤
⎢ −1 2 0 ⎥ −1 2
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 5 3 −4 ⎥ 5 3
⎣ ⎦
7 1 −6 7 1

MATRIZES, DETERMINANTES E SISTEMAS LINEARES


203

Depois, multiplicamos as diagonais:

Portanto, temos que detA = −38 − (−56) = −38 + 56 = 18.

Só temos um problema, para matrizes quadradas de ordem  4, não podemos aplicar diretamente a Regra
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

de Sarrus. Logo, temos que definir outros métodos para calcularmos o determinante de qualquer matriz
quadrada.

Desenvolvimento de Laplace

Já vimos nesta unidade que:

detA = a11 a22 a33 − a11 a23 a32 + a13 a21 a32 − a12 a21 a33 + a12 a23 a31 − a13 a22 a31

De uma outra forma, temos que:

detA = a11 (a22 a33 − a23 a32 ) − a21 (a12 a33 − a13 a32 ) + a31 (a12 a23 − a13 a22 )

Ou ainda      
     
 a22 a23   a12 a13   a12 a13 
     
detA = a11   − a21   + a31  
     
 a32 a33   a32 a33   a22 a23 

Podemos observar que o determinante de uma matriz quadrada de ordem 3 pode ser expresso em função de
matrizes quadradas de ordem 2. No caso acima, repare que escolhemos a primeira coluna para calcularmos
o determinante. Mas podemos fazê-lo em qualquer fila da matriz. Com relação a esta última igualdade,
podemos escrever:
     
detA = a11 A11  − a21 A21  + a31 A31 
 
Em que Aij  é o determinante da matriz que sobra, extraindo-se a i-ésima linha e a j-ésima coluna.

Determinante
IV

Vamos definir agora o cofator de cada elemento de uma matriz. O cofator é dado como segue:

� �
Δij = (−1)i+j �Aij �

Logo, podemos ter a seguinte igualdade:

detA = a11 Δ11 + a21 Δ21 + a31 Δ31

De uma forma geral, temos que, dada uma matriz A = [aij ]n×n , pelo desenvolvimento de Laplace, o
determinante da matriz A é calculado pela fórmula

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
n

detA = aij Δij
i=1

Observe que, nessa fórmula, o determinante foi desenvolvido pela j-ésima coluna. Da mesma forma, po-
demos desenvolver o determinante utilizando uma determinada linha.

⎤ ⎡
⎢ −1 0 5 ⎥
⎢ ⎥
Exemplo 12: Vamos calcular o determinante da matriz A = ⎢ ⎥
⎢ 2 −2 3 ⎥.
⎣ ⎦
1 2 4

Solução: Se vamos escolher uma fila (linha ou coluna), basta observarmos que a primeira linha, por
exemplo, possui um zero. Possuir um ou mais zeros em um fila vai nos proporcionar uma quantidade
menor de cálculo. Isto é:

detA = −1 · Δ11 + 0 · Δ12 + 5 · Δ13

= −1 · Δ11 + 5 · Δ13
� � � �
� � � �
� −2 3 � � 2 −2 �
� � � �
= −1 · (−1)2 · � � + 5 · (−1)4 · � �
� � � �
� 2 4 � � 1 2 �

= −1(1)(−8 − 6) + 5(1)[4 − (−2)]

= −1(−14) + 5(6)

= 14 + 30

= 44

MATRIZES, DETERMINANTES E SISTEMAS LINEARES


205

⎡ ⎤
⎢ 1 −2 0 1 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ −2 5 17 9 ⎥
Exemplo 13: Determinar o determinante da matriz B = ⎢



⎢ 0 2 −3 0 ⎥
⎢ ⎥
⎣ ⎦
1 2 3 4
Solução: Escolhendo a terceira linha, obtemos:

detB = 0 · Δ31 + 2 · Δ32 − 3 · Δ33 + 0 · Δ34

= 2 · Δ32 − 3 · Δ33
� � � �
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� � � �
� 1 0 1 �� � 1 −2 1 �
� � �
� � � �
= 2(−1)5 �� −2 17 9 �� − 3(−1)6 �� −2 5 9 ��
� � � �
� � � �
� 1 3 4 � � 1 2 4 �

= 2(−1)(18) − 3(1)(−41)

= −36 + 123

= 87

Propriedade 1: Propriedades dos Determinantes

P1 . O determinante de uma matriz é único. Isto é, não importa qual caminho se utilize para calcular o
determinante, ele terá o mesmo valor.

P2 . Dada a matriz A = [aij ]n×n , temos que detA = detAt . Isto é, o determinante de uma matriz A é
igual ao determinante de sua transposta.

P3 . Se uma matriz quadrada A possuir uma fila nula, então detA = 0.

P4 . O determinante de uma matriz triangular é igual ao produto dos elementos da diagonal principal.

P5 . Se multiplicamos uma fila de uma matriz quadrada A por β, temos detA = βdetA.

P6 . Se permutamos duas filas de uma matriz quadrada A, temos detA = −detA.

P7 . Se uma matriz quadrada A possuir duas filas iguais, ou proporcionais, temos detA = 0.

Determinante
IV

P8 . Seja a matriz A = [aij ]n×n , se, por meio de operações elementares, somamos a uma linha (ou coluna)
de A um múltiplo de outra linha (ou coluna) de A e, transformando esta matriz em outra matriz
B = [bij ]n×n , temos que detA = detB.

P9 . Sejam as matrizes A = [aij ]n×n e B = [bij ]n×n . Logo, temos que det(A · B) = detA · detB. Essa
propriedade é conhecida como Teorema de Binet.

1
P10 . Seja uma matriz quadrada A. Se A admite inversa, então detA−1 = . Vamos demonstrar essa
detA
propriedade. Pela definição da inversa de uma matriz, temos que, se uma matriz quadrada A de
ordem n é inversı́vel, A · A−1 = In e temos também que detIn = 1, de fácil verificação. Logo,
� �
detIn = 1 é o mesmo que det A · A−1 = 1 e, pela propriedade P9 , obtemos detA · detA−1 = 1 ou

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1
detA−1 = .
detA

A propriedade P10 nos fornece um resultado muito importante para o cálculo da inversa de uma matriz.
Analisando essa propriedade, vemos que, uma matriz admite inversa se, e somente se, o determinante
dessa matriz for diferente de zero. Isto é, seja a matriz A = [aij ]n×n , tem-se que:

A admite inversa ⇐⇒ detA �= 0

Estudando as propriedades P4 , P5 , P6 e P8 , conseguimos um novo método para se calcular o determinante


de uma matriz. Vejamos o exemplo a seguir:
⎡ ⎤
⎢ 0 1 5 ⎥
⎢ ⎥
Exemplo 14: Vamos calcular o determinante da matriz A = ⎢
⎢ 3 −6 9


⎣ ⎦
2 6 1

Solução: Permutando a primeira linha com a segunda, temos:

⎡ ⎤
⎢ 3 −6 9 ⎥
⎢ ⎥
detA = −det ⎢
⎢ 0 1 5 ⎥

⎣ ⎦
2 6 1

ou ainda ⎡ ⎤
⎢ 1 −2 3 ⎥
⎢ ⎥
detA = −3det ⎢
⎢ 0 1 5 ⎥

⎣ ⎦
2 6 1

MATRIZES, DETERMINANTES E SISTEMAS LINEARES


207

Fazendo a seguinte operação na linha 3 (L3 ), L3 = −2L1 + L3 , obtemos:


SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES
⎡ ⎤
⎢ 1 −2 3 ⎥
⎢ ⎥
detA = −3det ⎢
⎢ 0 1 5


⎣ ⎦
0 10 −5

Agora, na linha 3, fazemos L3 = −10L2 + L3 , e:

⎡ ⎤
⎢ 1 −2 3 ⎥
⎢ ⎥

detA = −3det ⎢ 0 1 ⎥
5 ⎥
⎣ ⎦
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

0 0 −55

Assim:
detA = −3(−55) = 165

Observe que nesse exemplo o objetivo final foi transformar a matriz original em uma matriz triangular,
cujo cálculo do determinante é direto. Basta multiplicar os elementos da diagonal principal, sempre se
baseando nas propriedades dos determinantes para que não ocorram erros.

SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES

Muitos problemas em várias áreas da Ciência recaem na solução de sistemas de equações lineares. Vamos
ver como a álgebra matricial pode simplificar o estudo desses sistemas.

Definição 3: Equação Linear: Uma equação linear nas variáveis x1 , x2 , x3 , . . . , xn , isto é, em várias
variáveis, é uma equação da forma:

a 1 x1 + a 2 x 2 + a3 x3 + . . . + an xn = b

em que a1 , a2 , a3 , . . . , an e b são constantes reais denominados coeficientes da equação linear.

Sistemas de equações lineares


IV

Exemplo 15: São equações lineares:

• 2x1 − x3 + 8x4 − x5 = 3

• x + y − 3z = −8

• a+b−c+d=0

Exemplo 16: São equações não lineares:

• 2x2 − 5x + 7 = 0

• −3xy + yz − y 3 = −3

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
• x − 3 + 2y = 1
2
• − 3w + 7y = 0
x

Dizemos que uma sequência ordenada de números reais (β1 , β2 , β3 , . . . , βn ) é solução da equação a1 x1 +
a2 x2 + a3 x3 + . . . + an xn = b quando a expressão a1 β1 + a2 β2 + a3 β3 + . . . + an βn = b for verdadeira.

Exemplo 17: A sequência (0, −1, 2, −3, 1) é solução para equação

2x1 − x2 + 4x3 − x4 − 3x5 = 9

pois temos
2(0) − (−1) + 4(2) − (−3) − 3(1) = 0 + 1 + 8 + 3 − 3 = 9

Por outro lado, no exemplo 17, podemos ter outras soluções para equação. A saber, por exemplo, a
sequência (0, −1, 2, 0, 0) é solução, pois 2(0) − (−1) + 4(2) − 0 − 3(0) = 0 + 1 + 8 − 0 − 0 = 9. Se continu-
armos a investigação para encontrar outras soluções para essa equação, vamos perceber que não terá fim.
Isto é, uma equação linear em várias variáveis admite infinitas soluções.

Definição 4: Sistemas de Equações Lineares: Um conjunto de m equações lineares nas variáveis x1 , x2 , . . . ,


é dito sistema de equações lineares ou simplesmente sistema linear, de m equações e n variáveis (incógni-
tas). Isto é: ⎧



⎪ a11 x1 + a12 x2 + ... + a1n xn = b1




⎨ a21 x1 + a22 x2 + ... + a2n xn = b2

⎪ .. .. .. ..

⎪ . + . + ... + . = .




⎩ a x + am2 x2 + . . . + amn xn = bm
m1 1

MATRIZES, DETERMINANTES E SISTEMAS LINEARES


209

Exemplo 18: São sistemas de equações lineares:




⎨ x1 + x2 = 20


⎩ 2x1 − x2 = 7


⎪ 2x − y + 5z = 0



• x − 4y + z = −1





−3x + y + 2z = −6


⎨ 2a − 3b + c + 5d = 1


⎩ a + b + c − d = −2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Resolver um sistema de equações lineares é determinar o conjunto formado por todas as soluções, chamado
conjunto-solução do sistema. Uma solução do sistema é solução de cada equação linear que o compõe. Ou
seja, para resolvermos um sistema linear, devemos encontrar uma sequência ordenada de números reais
que satisfazem, simultaneamente, todas as equações do sistema.

Mas um sistema linear pode não ter solução, isto é, temos três possibilidades para a solução de um sistema
linear:

• Sistema Possı́vel e Determinado (SPD) é aquele que possui uma única solução.

• Sistema Possı́vel e Indeterminado (SPI) é aquele que possui infinitas soluções.

• Sistema Impossı́vel (SI) é aquele que não admite solução.

Exemplo 19: Nos sistemas abaixo, sem a utilização de regras para solução, vemos que:


⎨ x + y = 10
• O sistema possui uma única solução, a saber o par (7, 3). Logo, classificamos esse

⎩ 2x − y = 11
sistema como SPD.


⎨ 2x − 3y = 1
• O sistema possui infinitas soluções. Os pares (−1, −1), (1/2, 0) (0, −1/3) são algu-

⎩ 4x − 6y = 2
mas de suas soluções. Assim, classificamos esse sistema como SPI.


⎨ 3x + 4y = 1
• O sistema não admite solução, logo, temos um sistema SI.

⎩ 6x + 8y = 11

Sistemas de equações lineares


IV

Sistemas Lineares Homogêneos

Dizemos que um sistema linear é homogêneo quando os termos independentes (b1 , b2 , . . . , bn ) são todos
nulos, isto é b1 = b2 = . . . = bn = 0.

Exemplo 20: A seguir, listamos alguns exemplos de sistemas lineares homogêneos:




⎨ 2x1 + x2 = 0


⎩ x1 − 5x2 = 0


⎪ x+y+z =0



• 2x − y + 3z = 0



Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

x − 2y − 4z = 0


⎨ 3w1 − w2 + 7x3 = 0


⎩ w − 2w + 4w = 0
1 2 3



⎪ 2x + y = 0



• x−y =0





−x + 4y = 0

Podemos observar que todo sistema linear homogêneo com n incógnitas sempre admite a solução {0, 0, 0, . . . ,
com n elementos, a qual é chamada de solução trivial.

Matrizes associadas a um sistema linear

Dado um sistema linear com m equações e n incógnitas:






⎪ a11 x1 + a12 x2 + ... + a1n xn = b1




⎨ a21 x1 + a22 x2 + ... + a2n xn = b2

⎪ .. .. .. ..

⎪ . + . + ... + . = .




⎩ a x + am2 x2 + . . . + amn xn = bm
m1 1

MATRIZES, DETERMINANTES E SISTEMAS LINEARES


211

podemos destacar as seguintes matrizes

⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ a11 a12 ... a1n ⎥ ⎢ x1 ⎥ ⎢ b1 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ a21 a22 . . . a2n ⎥ ⎢ x2 ⎥ ⎢ b2 ⎥
A=⎢
⎢ .
⎥ X=⎢ ⎥ B=⎢ ⎥
⎢ .. .. .. ⎥ ⎢ .. ⎥ ⎢ .. ⎥
⎢ . ... . ⎥


⎢ . ⎥


⎢ . ⎥

⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
am1 am2 . . . amn xn bm

em que a matriz A é chamada matriz dos coeficientes, a matriz B, matriz dos termos independentes e a
matriz X, matriz das incógnitas.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Com a notação de matrizes, podemos escrever o sistema linear da seguinte forma:


⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ a11 a12 ... a1n ⎥ ⎢ x1 ⎥ ⎢ b1 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ a21 a22 . . . a2n ⎥ ⎢ x2 ⎥ ⎢ b2 ⎥
⎢ ⎥·⎢ ⎥=⎢ ⎥
⎢ . .. .. ⎥ ⎢ .. ⎥ ⎢ .. ⎥
⎢ .. . ... . ⎥ ⎢ . ⎥ ⎢ . ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
am1 am2 . . . amn xn bm

E mais, podemos ainda representar um sistema linear por meio da matriz ampliada (ou aumentada), a
qual nos ajudará na resolução de sistemas lineares. Isto é:
⎡ ⎤
⎢ a11 a12 ... a1n b1 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ a21 a22 ... a2n b2 ⎥
⎢ ⎥
⎢ . .. .. ⎥
⎢ .. . ... . ⎥
⎢ ⎥
⎣ ⎦
am1 am2 . . . amn bm

Exemplo 21: Dado o sistema linear ⎧



⎪ x + 4y + 3z = 1



⎪ 2x + 5y + 4z = 4




x − 3y − 2z = 5

temos a forma matricial ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤


⎢ 1 4 3 ⎥ ⎢ x ⎥ ⎢ 1 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥·⎢ ⎥=⎢ ⎥
⎢ 2 5 4 ⎥ ⎢ y ⎥ ⎢ 4 ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
1 −3 −2 z 5

Sistemas de equações lineares


IV

e, em termos de matriz ampliada, temos:


RESOLUÇÃO DE SISTEMAS

LINEARES

POR
ESCALONAMENTO ⎢ 1 4 3 1 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 2 5 4 4 ⎥
⎣ ⎦
1 −3 −2 5

RESOLUÇÃO DE SISTEMAS LINEARES POR ESCALONAMENTO

Dado um sistema linear S, podemos realizar modificações nesse sistema utilizando as operações elemen-
tares descritas nas operações elementares da Unidade I. Se um sistema linear S1 for obtido de um sistema
linear S por meio de um número finito de operações elementares, dizemos que S1 é equivalente a S.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Sistemas equivalentes possuem o mesmo conjunto solução. E será dessa maneira que vamos conhecer o
primeiro método de resolução de sistemas lineares.

Para resolução de um sistema linear, primeiramente, escrevemos o sistema na forma de matriz ampliada e,
depois, utilizamos o processo de escalonamento. Mas o que vem a ser esse processo? Vamos para algumas
definições para respondermos a essa pergunta.

Definição 5: (Forma Escalonada) Diz-se que uma matriz está (na forma) escalonada (matriz triangular
superior) se:

i) o elemento que ocupa a primeira linha e a primeira coluna não for nulo, isto é, a11 �= 0;

ii) o número de zeros no inı́cio de cada linha aumenta estritamente de uma linha para outra, exceto se
a linha é toda nula;

iii) as linhas nulas, caso existam, forem as últimas da matriz.

Para escrevermos uma matriz na forma escalonada, basta utilizarmos as operações elementares.

Exemplo 22: A matriz a seguir é um exemplo de matriz escalonada.

⎡ ⎤
⎢ 4 −7 0 8 3 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 3 0 −2 −1 ⎥
⎣ ⎦
0 0 −2 7 2

MATRIZES, DETERMINANTES E SISTEMAS LINEARES


213

Exemplo 23: Matriz não escalonada:

⎡ ⎤
⎢ 4 −7 0 −14 4 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 3 0 4 0 −1 ⎥
⎣ ⎦
0 0 0 −13 6

Observemos o sistema a seguir: ⎧



⎪ 2x + y − z = 3



⎪ 3y + z = −1




2z = 4
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Em termos de matriz ampliada, temos

⎡ ⎤
⎢ 2 1 −1 3 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 3 1 −1 ⎥
⎣ ⎦
0 0 2 4

Podemos observar, então, que essa matriz está na forma escalonada. E, para resolver o sistema, basta
encontrarmos o valor de z na última equação, isto é, 2z = 4 implica z = 2, e substituirmos este valor na
segunda, 3y + 2 = −1, implica y = −1. Encontrado os valores de x e de y, substituı́mos esses valores na
primeira equação e teremos 2x − 1 − 2 = 3 ou x = 3.



⎪ x + 2y − 3z = 2


Exemplo 24: Vamos resolver o sistema linear −x + 5y − z = 1





2x + 3y − 5z = 0

Solução: Escrevendo esse sistema linear em termos de matriz ampliada, obtemos:

⎡ ⎤
⎢ 1 2 −3 2 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ −1 5 −1 1 ⎥
⎣ ⎦
2 3 −5 0

Resolução de sistemas lineares por escalonamento


IV

Acompanhe a sequência de operações elementares que aplicaremos para escalonar a matriz ampliada.

⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 2 −3 2 ⎥ ⎢ 1 2 −3 2 ⎥
⎢ ⎥ L 2 → L2 + L 1 ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⇒⎢ ⎥
⎢ −1 5 −1 1 ⎥ ⎢ 0 7 −4 3 ⎥
⎣ ⎦ L3 → L3 − 2L1 ⎣ ⎦
2 3 −5 0 0 −1 1 −4

⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 2 −3 2 ⎥ ⎢ 1 2 −3 2 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⇒⎢
⎢ 0 7 −4 3

⎥ L3 → 7L3 + L2 ⇒⎢
⎢ 0 7 −4 3


⎣ ⎦ ⎣ ⎦
0 −1 1 −4 0 0 3 −25

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Com isso, obtemos o sistema linear


⎪ x + 2y − 3z = 2 (I)



⎪ 7y − 4z = 3 (II)




3z = −25 (III)

25
Em (III), obtemos z = − . Substituindo esse valor para z em (II) temos:
3
� �
25 100 91 91 13
7y − 4 − =3 ⇒ 7y + =3 ⇒ 7y = − ⇒ y=− =−
3 3 3 21 3

Agora, com os valores de y e z definidos, substituı́mos esses valores em (I) e teremos:


� � � �
13 25 26 75 49 43
x+2 − −3 − =2 ⇒ x− + =2 ⇒ x+ =2 ⇒ x=−
3 3 3 3 3 3

Ou seja, o sistema em questão é SPD.




⎪ x + 2y − 3z = −1



Exemplo 25: Vamos agora resolver o sistema linear −3x + y − 2z = −7





5x + 3y − 4z = 2

Solução: Em termos de matriz ampliada, temos:

⎡ ⎤
⎢ 1 2 −3 −1 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ −3 1 −2 −7 ⎥
⎣ ⎦
5 3 −4 2

MATRIZES, DETERMINANTES E SISTEMAS LINEARES


215

Escalonando: ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 2 −3 −1 ⎥ ⎢ 1 2 −3 −1 ⎥
⎢ ⎥ L2 → L2 + 3L1 ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⇒⎢ ⎥
⎢ −3 1 −2 −7 ⎥ ⎢ 0 7 −11 −10 ⎥
⎣ ⎦ L3 → L3 − 5L1 ⎣ ⎦
5 3 −4 2 0 −7 11 7

⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 2 −3 −1 ⎥ ⎢ 1 2 −3 −1 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⇒⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ 0 7 −11 −10 ⎥ L3 → L3 + L2 ⇒ ⎢ 0 7 −11 −10 ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
0 −7 11 7 0 0 0 −3

Assim, teremos o sistema linear a seguir, equivalente ao sistema em questão:


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.



⎪ x + 2y − 3z = −1



⎪ 7y − 11z = −10




0 = −3

Observamos, então, que esse sistema não tem solução (SI), pois temos um absurdo em 0 = −3.


⎪ x + 2y − 3z = 1



Exemplo 26: Vamos resolver o sistema 2x + 5y − 8z = 4





3x + 8y − 13z = 7

Solução: Em termos de matriz ampliada, temos:

⎡ ⎤
⎢ 1 2 −3 1 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 2 5 −8 4 ⎥
⎣ ⎦
3 8 −13 7

Escalonando: ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 2 −3 1 ⎥ ⎢ 1 2 −3 1 ⎥
⎢ ⎥ L2 → L2 − 2L1 ⎢ ⎥

⎢ 2 5 −8 4 ⎥
⎥ ⇒⎢
⎢ 0 1 −2 2


⎣ ⎦ L3 → L3 − 3L1 ⎣ ⎦
3 8 −13 7 0 2 −4 4

⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 2 −3 1 ⎥ ⎢ 1 2 −3 1 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⇒ ⎢ 0 1 −2 2 ⎥ L3 → L3 − 2L2 ⇒ ⎢
⎢ ⎥
⎢ 0 1 −2 2


⎣ ⎦ ⎣ ⎦
0 2 −4 4 0 0 0 0

Resolução de sistemas lineares por escalonamento


IV

Isto é: ⎧
Isto é: ⎧ ⎪
⎨ + 2y − 3z = 1
⎨ x +x2y

− 3z = 1

⎪ ⎩
⎩ y − 2z = 2
y − 2z = 2
Têm-se infinitas soluções (SPI). Tomando z = t, obtemos y = 2+2t e x = −3−t. Ainda podemos escrever
Têm-se infinitas soluções (SPI). Tomando z = t, obtemos y = 2+2t e x = −3−t. Ainda podemos escrever
a solução geral desse sistema como sendo o conjunto {(−3 − t, 2 + 2t, t); t ∈ R}.
a solução geral desse sistema como sendo o conjunto {(−3 − t, 2 + 2t, t); t ∈ R}.
Existem outros métodos para resolução de sistemas lineares. Para isso, você, poderá consultar Boldrini
Existem outros métodos para resolução de sistemas lineares. Para isso, você, poderá consultar Boldrini
(1980) e Lima (2009), por exemplo.
(1980) e Lima (2009), por exemplo.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
No link abaixo, você tem um pouco da história das matrizes, produto de matrizes e sistemas lineares.
No link abaixo, você tem um pouco da história das matrizes, produto de matrizes e sistemas lineares.
É um material disponı́vel no portal do professor que será de grande valia:
É um material disponı́vel no portal do professor que será de grande valia:
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/EnsMed/expensmat3 1 2.pdf.>.
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/EnsMed/expensmat3 1 2.pdf.>.

Aqui, você tem acesso a um modelo de aula sobre escrita, interpretação e resolução de um Sistema
Aqui, você tem acesso a um modelo de aula sobre escrita, interpretação e resolução de um Sistema
Linear.
Linear.
<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=7204.>.
<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=7204.>.

Neste outro link, você terá acesso a um exemplo de Sistema Linear em uma dieta alimentar e a
Neste outro link, você terá acesso a um exemplo de Sistema Linear em uma dieta alimentar e a
apresentação do método de Gauss para resolução:
apresentação do método de Gauss para resolução:
<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnica.html?id=35371>.
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MATRIZES, DETERMINANTES E SISTEMAS LINEARES


217

CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta unidade, vimos o conceito de matriz e conhecemos seus tipos especiais. Aprendemos a comparar duas
matrizes, a identificar a matriz nula e a obter a oposta de uma matriz. Também vimos algumas matrizes
quadradas que se destacam por suas caracterı́sticas e que serão especialmente úteis no desenvolvimento da
teoria. Mostramos como obter a transposta de uma matriz e reconhecer matrizes simétricas. Aprendemos a
somar duas matrizes e a multiplicar uma matriz por um escalar, bem como a estudarmos as propriedades
das operações vistas. Definimos como multiplicar duas matrizes. Trata-se de uma operação que se
distingue das que vimos anteriormente, tanto pela maneira pouco intuitiva pela qual é definida quanto
pelo fato de não ser comutativa. Ela representa um papel muito importante no desenvolvimento de toda a
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Álgebra Linear, permitindo, por exemplo, uma representação simples da composição de funções especiais,
as quais será estudado em outro módulo. Além disso, fomos apresentados às matrizes inversı́veis e vimos
que estas sempre comutam com suas matrizes inversas.

Recordamos a definição de determinante e vimos que não se trata de um método prático para calcular
determinantes de ordens altas. Verificamos as propriedades dos determinantes e, com o uso de quatro
delas, pudemos facilitar o cálculo de determinantes, aplicando operações elementares e “transformando” o
determinante original em um triangular. Tal método, chamado triangularização, permite que determinan-
tes de ordens altas sejam obtidos sem que tenhamos que recair numa sequência enorme de determinantes
de ordens menores a serem calculados.

Estudamos o método de escalonamento para resolver e classificar sistemas lineares. Trata-se de um método
seguro, que “revela” a estrutura do sistema, explicitando as redundâncias ou incongruências das equações.
Após o escalonamento, as equações que não acrescentam informação ao sistema têm seus termos todos
anulados e aquelas que são incompatı́veis com as demais se transformam numa sentença matemática falsa
(algo como 0 = a, com a diferente de zero).

Considerações Finais
LEITURA COMPLEMENTAR

Toda matriz quadrada de ordem n pode ser associada a um número (sendo real ou complexo), o qual deno-
minamos de Determinante, a ideia sobre os determinantes surgiu na antiga China. Muitos séculos depois
dos chineses, um matemático japonês, Seki Kowa (1642-1708), desenvolveu, em 1683, alguns trabalhos
sobre os determinantes, com base em tabelas numéricas.

No Ocidente, a primeira referência ao método dos determinantes é atribuı́da ao matemático alemão Gott-
fried Wilhelm Leibniz, em 1693. Em 1750, Gabriel Cramer reinventa os determinantes e fica conhecido
por isso até hoje. Alguns anos mais tarde, Pierre Simon Laplace apresenta estudos sobre algumas propri-
edades dos determinantes e Joseph-Louis Lagrange aplica a teoria dos determinantes no cálculo da área
de um triângulo e no volume de um tetraedro.

Mas o termo determinante toma um significado somente com Augustin-Louis Cauchy, em 1812, quando,
perante o instituto francês, lê uma vasta memória sobre o assunto. Em 1815, Cauchy viria a aplicar a
linguagem dos determinantes em várias situações.

A teoria dos determinantes tem importantes aplicações: na computação (programação), na determinação


da matriz inversa (o que nós vamos ver nesta unidade), na resolução de alguns tipos de sistemas lineares,
entre outros.

Dado um sistema de equações lineares, com n equações e n incógnitas, para obtermos uma solução desse
sistema, caso exista, uma técnica bem interessante é utilizar a Regra de Cramer, que se resume em cal-
cular determinantes de matriz associada ao sistema em questão, essa técnica é bem útil quando temos
matrizes quadradas. No entanto, é interessante ressaltar que, para matrizes de ordem 2x2, o cálculo do
determinante requer 2 multiplicações e 1 adição, quando a matriz tem ordem 3x3, efetuamos 9 multiplica-
ções e 5 adições, já para matrizes de ordem 4x4, são necessárias 40 multiplicações e 23 adições. Portanto,
podemos concluir que, para matrizes quadradas de ordem maior que 4, essa técnica não é a mais adequada.

Fonte: o autor.
219

ATIVIDADE DE AUTOESTUDO

1. Escreva a matriz A = [aij ]m×n em cada caso:

a) A = [aij ]2×3 tal que aij = 2i − j

b) B = [bij ]3×2 tal que bij = i2 + j




⎨ i + j se i = j
c) C = [cij ]3×3 tal que cij =

⎩ i − j se i �= j
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ x+y 9 ⎥ ⎢ 30 9 ⎥
2. Sejam as matrizes A = ⎣ ⎦eB=⎣ ⎦. Calcule os valores de x e y para que
−2 x − y −2 16
se tenha A = B.


⎨ i − 3j se i < j
3. Obtenha a transposta da matriz A = [aij ]3×2 tal que aij =

⎩ 2i + 2j se i  j

⎡ ⎤
⎢ −1 6 0 ⎥
⎢ ⎥
4. Determine os valores de w e t para que a matriz A = ⎢
⎢ w2 − 3 5

4 ⎥ seja simétrica.
⎣ ⎦
0 2w − 5t 7
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 8 ⎥ ⎢ 0 −5 ⎥ ⎢ 7 3 ⎥ ⎢ 0 9 ⎥
5. Dadas as matrizes A = ⎣ ⎦, B = ⎣ ⎦, C = ⎣ ⎦eD=⎣ ⎦, calcule:
−3 6 4 2 −2 4 11 1
a) A + B

b) B + C − A

c) 2A − C + 5D − B

d) (A + B) − (C + D)
⎡ ⎤
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 5 −2 −4 ⎥
⎢ 2 1 −3 ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ 1 2 ⎥
6. Dadas as matrizes A = ⎣ ⎢
⎦, B = ⎢ 0 3 ⎥
2 ⎥eC=⎣ ⎦, calcule:
0 2 5 ⎣ ⎦ −3 4
1 7 11
a) A · B

b) C · A · B
⎡ ⎤
⎢ −7 0 ⎥
7. Dada a matriz A = ⎣ ⎦, escreva a matriz B tal que se tenha A + B = 02 , em que 02 é a
2 −5
matriz nula de ordem 2.
8. Sejam as matrizes A = [aij ]m×n e B = [bij ]m×n . Utilize as propriedades da tranposta de uma matriz
� �t
1 t 3
para simplificar a expressão 3(2At − B)t + 5 B − At + B .
5 5

9. Julgue as afirmações abaixo como verdadeira ou falsa, justificando sua resposta:

a) Se A e B são duas matrizes quadradas de mesma ordem, então

(A + B) · (A − B) = A2 − B 2

b) Se A é uma matriz triangular superior, então A2 também será uma matriz triangular superior.

c) A transposta de uma matriz triangular superior também é uma matriz triangular superior.

d) Se B é uma matriz quadrada de ordem n, então B + B t é simétrica.

e) Qualquer matriz quadrada com uma fila (linha ou coluna) nula admite inversa.
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ −1 2 ⎥ ⎢ 0 3 −4 ⎥
10. Sejam as matrizes A = ⎣ ⎦eB=⎣ ⎦. Determine:
5 4 1 −7 6
a) A · B

b) B · A

11. Verifique em cada caso se a matriz B é a inversa da matriz A.


⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 5/39 −2/39 ⎥ ⎢ 7 2 ⎥
a) B = ⎣ ⎦eA=⎣ ⎦
2/39 7/39 −2 5
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 0 1 ⎥ ⎢ −3 4 ⎥
b) B = ⎣ ⎦eA=⎣ ⎦
1/4 1/12 9 0

12. Encontre a inversa de cada matriz abaixo, caso exista:


⎡ ⎤
⎢ 5 3 ⎥
a) A = ⎣ ⎦
4 2
⎡ ⎤
⎢ 2 −3 ⎥
b) B = ⎣ ⎦
1 3
⎡ ⎤
⎢ −2 6 ⎥
c) C = ⎣ ⎦
3 −9
221

⎡ ⎤
⎢ 1 1 1 ⎥
⎢ ⎥
d) D = ⎢ ⎥
⎢ 0 1 2 ⎥
⎣ ⎦
1 2 4
⎡ ⎤
⎢ 1 2 1 ⎥
⎢ ⎥
e) E = ⎢
⎢ 3 5 2 ⎥

⎣ ⎦
−1 4 7
⎡ ⎤
⎢ −3 0 1 ⎥
⎢ ⎥
f) F = ⎢ ⎥
⎢ 2 2 −1 ⎥
⎣ ⎦
1 4 9

⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ x−4 ⎥
x ⎢ y −3 ⎥
13. Sabendo que a matriz B = ⎣ ⎦ é a inversa da matriz A = ⎣ ⎦, calcule o
x−5 1 −2 x
valor de x2 − y 2 .

⎡ ⎤
⎢ 1 1 1 ⎥
⎢ ⎥
14. Dada a matriz M = ⎢
⎢ x y z
⎥ mostre que detM = (x − y)(y − z)(z − x).

⎣ ⎦
x2 y 2 z 2

15. Calcule os determinantes das seguintes matrizes:


⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 2 6 ⎥ ⎢ 5 1 ⎥ ⎢ −2 8 ⎥ ⎢ 4 9 ⎥
a) A = ⎣ ⎦ b) B = ⎣ ⎦ c) C = ⎣ ⎦ d) D = ⎣ ⎦
4 1 3 −2 −5 −3 1 −3
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎡ ⎤
⎢ 2 1 1 ⎥ ⎢ 3 −2 −4 ⎥
⎢ a+b a ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
e) E = ⎣ ⎦ f) F = ⎢ ⎥
⎢ 0 5 −2 ⎥ g) G = ⎢
⎢ 2 5 −1 ⎥

b a+b ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
1 −3 4 0 6 1
⎡ ⎤
⎡ ⎤
⎢ 2 −3 1 7 ⎥
⎢ ⎥
⎢ −2 −1 4 ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ −2 3 0 4 ⎥
h) H = ⎢ ⎥
⎢ 6 −3 −2 ⎥ i) I = ⎢



⎣ ⎦ ⎢ −1 5 4 −3 ⎥
⎢ ⎥
4 1 2 ⎣ ⎦
2 4 −5 0
⎡ ⎤
⎢ 3 0 0 0 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 15 13 0 0 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
j) J = ⎢
⎢ −5 π −3 0

0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ √ √ ⎥
⎢ 7 5 7 0 0 ⎥
⎢ ⎥
⎣ ⎦
1 2 −3 8 −1

16. Sejam X, M e N matrizes tais que M XN = I, se M e N são matrizes inversı́veis, então podemos
afirmar que:
a) X = N M
b) X = M N
c) X = I
d) X = M −1 N −1
e) X = N −1 M −1

⎡ ⎤
⎢ x 1 2x ⎥
⎢ ⎥
17. Dada a matriz A = ⎢ ⎥
⎢ 0 1 0 ⎥ seu determinante é negativo sempre que:
⎣ ⎦
3 7 x
a) −6 < x < 0
b) 0 < x < 6
c) x < 0
d) x > 6
e) −6 < x < 6

18. Duas matrizes A e B são semelhantes se existe uma matriz M tal que A = M −1 BM . Mostre que,
se A e B são semelhantes, então detA = detB.

⎡ ⎤
⎢ 1 −2 ⎥
19. Dada uma matriz X = ⎣ ⎦, definimos como polinômio caracterı́stico de X o polinômio
0 3
p(λ) = det(X − I), em que I é a matriz identidade de ordem 2. Assim, o polinômio caracterı́stico
de X é:
a) λ2 − 3λ − 4
b) λ2 + 3λ − 4
223

c) λ2 + 4λ − 3
d) λ2 − 3λ + 4
e) λ2 − 4λ + 3

20. Se A é uma matriz quadrada de ordem 3 com detA = 7, então qual o valor de det(3A)?

21. Resolva os sistemas de equações lineares a seguir:


⎧ ⎧ ⎧ ⎪
⎪ x+y−z =1
⎪ ⎪ ⎪ ⎪

⎨ 2x + 3y = 1 ⎨ 4x − 2y = 5 ⎨ 2x − 4 = 3y ⎨
a) b) c) d) 2x + 2y − 2z = 2

⎩ 5x + 7y = 3 ⎪
⎩ −6x + 3y = 1 ⎪
⎩ 5y − x = 5 ⎪




5x + 5y − 5z = 7

⎧ ⎧ ⎧

⎪ 2x − y = −7 ⎪
⎪ 2x + y − z = −6 ⎪
⎪ 3x − y + z = 0

⎪ ⎪
⎪ ⎪

⎨ ⎨ ⎨
e) −3x + 4y = 13 f) x − y + 3z = 21 g) x + y − 2z = 0

⎪ ⎪
⎪ ⎪


⎪ ⎪
⎪ ⎪

⎩ ⎩ ⎩
x + 2y = −1 3x + 2z = 15 5x − 3y + 4z = 0

22. Considere o sistema ⎧



⎪ x+y =1



⎪ 2x + y = 2




5y = k

Determine o valor de k para que o sistema tenha solução única.

23. Considere o seguinte sistema de equações lineares:




⎪ x + y − kz = 0



⎪ kx + y − z = 2 − k




x + ky − z = −k

Discuta o sistema em função da constante k.


24. Determine os valores de k, para os quais o sistema é determinado.




⎪ x + 2y − 2z − t = 1




⎨ 2x − 2y − 2z − 3t = −1



⎪ 2x − 2y − z − 5t = 9




⎩ 3x − y + z − kt = 0

25. Dona Josefina confecciona tapetes artesanais de dois modelos, pentagonal e retangular. Num certo
mês, ela confeccionou 60 tapetes e teve um lucro lı́quido de R$ 500,00. Sabendo que cada tapete
retangular foi vendido por R$ 10,00 e cada tapete pentagonal por R$ 12,00 e que dona Josefina
gastou R$ 160,00 em materiais, quantos tapetes de cada modelo ela confeccionou nesse mês?

26. Dado o sistema de equações a seguir




⎪ x+y−z = 5



⎪ −2x − 2y + 2z = 12




x + y + z = −1

Podemos afirmar que:


a) O sistema é possı́vel e determinado com solução S=(4,3,2).
b) O sistema é possı́vel e determinado com solução S=(4,3,13).
c) O sistema é possı́vel e determinado com solução S=(4,3,-8).
d) O sistema é possı́vel e indeterminado.
e) O sistema é impossı́vel.

27. Dado um sistema de equações lineares, podemos representá-lo como produto de matrizes AX = B,
em que A é a matriz dos coeficientes, X é a matriz das incógnitas (solução) e B é a matriz dos
⎛ ⎞ ⎛ ⎞
⎜ 1 0 1 ⎟ ⎜ 1 ⎟
⎜ ⎟ ⎜ ⎟
termos independentes. Assim, se A é inversı́vel com A = ⎜
−1
⎜ 2 1

−1 ⎟ e B = ⎜
⎜ ⎟
0 ⎟, então a
⎝ ⎠ ⎝ ⎠
0 1 3 2
matriz X é igual a:
225

28. Considere o sistema ⎧



⎪ x − 2y + z = 4



⎪ 2x + y − z = 5




3x − y = 9

Podemos afirmar que o sistema é:


a) Possı́vel e determinado, com solução única (4, 1, 2).
b) Possı́vel e determinado, com solução única (0, −9, −14).
c) Possı́vel e indeterminado, com uma solução (4, 1, 2).
d) Possı́vel e indeterminado, com uma solução (3, 0, 1).
e) Impossı́vel.

29. Dado o sistema linear homogêneo




⎪ x+y+z = 0



⎪ 2x + ky + kz = 0




kx + z = 0

Analise o conjunto solução em função de k.


Professor Me. Anderson Leandro Zulin

V
TRANSFORMAÇÕES,

UNIDADE
AUTOVALORES E
AUTOVETORES

Objetivos de Aprendizagem
■■ Compreender os conceitos de transformação linear.
■■ Definir o núcleo e a imagem de uma transformação linear.
■■ Compreender os conceitos de autovalor e autovetor.
■■ Reconhecer um escalar como autovalor de um operador linear e de
uma matriz.
■■ Reconhecer um vetor como autovetor de um operador linear e de
uma matriz.
■■ Compreender o conceito de polinômio característico de uma matriz.
■■ Compreender a relação entre as raízes do polinômio característico e
os autovalores de uma matriz.
■■ Obter autovalores a partir do polinômio característico.
■■ Observar que existem matrizes que não possuem autovalores nem
autovetores.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Transformações Lineares
■■ Núcleo e Imagem de uma Transformação Linear
■■ Autovalores e Autovetores
■■ Polinômio Característico
229

INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO

No Ensino Médio, aprendemos o conceito de funções, que é uma aplicação que, cada elemento de um
conjunto chamado domı́nio, associa-se a outro elemento de outro conjunto chamado contradomı́nio, de
um modo geral, esses elementos são números, as funções nas quais estamos interessados são aplicações
denominadas de transformações, cujos domı́nios e contradomı́nios são espaços vetoriais e que, além disso,
preservam as operações de adição de vetores e de multiplicação de um vetor por um escalar; quando
essas operações são satisfeitas, a aplicação é dita de transformação linear, como veremos nesta unidade.
Em particular, quando o domı́nio e o contradomı́nio coincidem, a transformação linear recebe o nome
de operador linear. Na Álgebra Abstrata, uma transformação linear é um homomorfismo dos espaços
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

vetoriais.

Para finalizar esta última unidade, desenvolveremos os conceitos fundamentais de autovalor e autovetor de
uma matriz. Esses conceitos são de fundamental importância na Matemática pura e aplicada e aparecem
em situações muito mais gerais que as consideradas aqui. Os conceitos de autovalor e autovetor também
são usados no estudo das equações diferenciais e sistemas dinâmicos: eles fornecem informações crı́ticas
em projetos de Engenharia e surgem de forma natural em áreas como a Fı́sica e a Quı́mica, por exemplo,
em Fı́sica Atômica, porque os nı́veis de energia dos átomos e moléculas são dados por autovalores de
determinadas matrizes, esse conceito também surge no estudo dos fenômenos de vibração, análise de
estabilidade de um avião e muitos outras situações envolvendo fenômenos fı́sicos de grandeza vetorial,
mostrando a importância da procura de autovalores e autovetores de uma matriz.

Investigaremos a teoria de um único operador linear T , num espaço vetorial V , de dimensão finita.
Também associaremos certos polinômios a um operador T , isto é, seu polinômio caracterı́stico. Esses
polinômios e suas raı́zes desempenham um papel importante na investigação de T .

Introdução
V

TRANSFORMAÇÕES LINEARES
TRANSFORMAÇÕES LINEARES

Definição: Sejam V e W espaços vetoriais. Uma transformação linear de V em W é uma função


T : V → W que possui as seguintes propriedades:

i) T (v1 + v2 ) = T (v1 ) + T (v2 ), para quaisquer v1 e v2 em V ;

ii) T (av) = aT (v), para quaisquer v em V e a em R.

Em consequência a essa definição, temos que as propriedades i e ii são equivalentes à seguinte propriedade

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
T (v1 + av2 ) = T (v1 ) + aT (v2 )

para quaisquer v1 e v2 em V e para qualquer a em R.

No caso em que V = W , uma transformação linear T : V → V é chamada também de operador linear.

Exemplo 1: A função T : R2 → R, dada por T (x, y) = x + y, é uma transformação linear. De fato, se


v1 = (x1 , y1 ) ∈ R2 , v2 = (x2 , y2 ) ∈ R2 e a ∈ R, temos que:

T (v1 + av2 ) = T (x1 + ax2 , y1 + ay2 )

= x1 + ax2 + y1 + ay2

= (x1 + y1 ) + a(x2 + y2 )

= T (v1 ) + aT (v2 )

Portanto, T é uma transformação linear de R2 em R.

Exemplo 2: A função T : R3 → R2 , dada por T (x, y, z) = (x − y, y − z), é uma transformação linear. De


fato, se v1 = (x1 , y1 , z1 ) ∈ R3 , v2 = (x2 , y2 , z2 ) ∈ R3 e a ∈ R, temos que:

T (v1 + av2 ) = T (x1 + ax2 , y1 + ay2 , z1 + az2 )

= (x1 + ax2 − (y1 + ay2 ), y1 + ay2 − (z1 + az2 ))

= ((x1 − y1 ) + a(x2 − y2 ), (y1 − z1 ) + a(y2 − z2 ))

= (x1 − y1 , y1 − z1 ) + a(x2 − y2 , y2 − z2 )

= T (v1 ) + aT (v2 )

TRANSFORMAÇÕES, AUTOVALORES E AUTOVETORES


231

mostrando que T é uma transformação linear de R3 em R2 .

Exemplo 3: A função T : R → R, dada por T (x) = 7x, é uma transformação linear. De fato, se
x1 , x2 ∈ R, temos que:

T (x1 + ax2 ) = 7(x1 + ax2 ) = 7x1 + a7x2 = T (x1 ) + aT (x2 )

Exemplo 4: A função T : R2 → R2 , dada por T (x, y) = (x2 , y), não é uma transformação linear. De
fato, se tomarmos v1 = (1, 0), v2 = (2, −1) e a = 3 temos:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

T (v1 + av2 ) = T ((1, 0) + 3(2, −1))

= T ((1, 0) + (6, −3))

= T (7, −3)

= (49, −3)

e
T (v1 ) + aT (v2 ) = T (1, 0) + 3T (2, −1)

= (1, 0) + 3(4, −1)

= (1, 0) + (12, −3)

= (13, −3)

Logo, T (v1 + av2 ) �= T (v1 ) + aT (v2 ).

Teorema: Seja α = {v1 , . . . , vn } uma base de um espaço vetorial V . Sejam w1 , . . . , wn vetores de um


espaço vetorial W . Então, existe uma única transformação linear T : V → W tal que T (vj ) = wj para
todo 1  j  n.

Transformações Lineares
V

Exemplo 5: Para determinarmos a transformação linear T : R2 → R3 tal que T (1, 1) = (0, 2, 1) e


NÚCLEO E IMAGEM DE UMA TRANSFORMAÇÃO
T (0, 2) = (1, 0, 1), devemos, pelo Teorema 2, verificar que α = {(1, 1), (0, 2)} é uma base de R e calcular
2

LINEAR
as coordenadas de um vetor de R na base α. Ora, como α é linearmente independente e dimR = 2,
2 2

temos que α é uma base de R2 . Além disso, se (x, y) ∈ R2 , então,

(x, y) = a1 (1, 1) + a2 (0, 2)

y−x
e dessa igualdade obtemos a1 = x e a2 = , portanto,
2

y−x
T (x, y) = xT (1, 1) + 2 T (0, 2)

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
y−x
= x(0, 2, 1) + 2 (1, 0, 1)
� y−x �
= (0, 2x, x) + 2 , 0, y−x 2
� x+y �
= y−x2 , 2x, 2

NÚCLEO E IMAGEM DE UMA TRANSFORMAÇÃO LINEAR

Definição: Seja T : V → U uma transformação linear. A imagem de T , escrita ImT , é o conjunto dos
pontos imagem em U

Im T = {u ∈ U ; T (v) = u para algum v ∈ V }

O núcleo de T , denotado por N uc T , é o conjunto dos elementos em V , que são transformados em 0 ∈ U

N uc T = {v ∈ V ; T (v) = 0}

Exemplo 6: Seja T : R4 → R3 a transformação linear definida por:

T (x, y, s, t) = (x − y + s + t, x + 2s − t, x + y + 3s − 3t)

Para determinarmos N uc T , devemos obter o conjunto de vetores (x, y, s, t) em R4 tais que:

T (x, y, s, t) = (x − y + s + t, x + 2s − t, x + y + 3s − 3t) = (0, 0, 0)

Equivalentemente, N uc T é o conjunto solução do seguinte sistema linear:





⎪ x−y+s+t=0


⎪ x + 2s − t = 0




x + y + 3s − 3t = 0

TRANSFORMAÇÕES, AUTOVALORES E AUTOVETORES


233

Escalonando o sistema, obtemos: ⎧



⎨ x−y+s+t=0


Escalonando o sistema, obtemos: y + s − 2t = 0


⎨ x−y+s+t=0
Pondo y = 2t − s conseguimos x = t − 2s. Portanto:

⎩ y + s − 2t = 0
N uc T = {(t − 2s, 2t − s, s, t); s, t ∈ R}
Pondo y = 2t − s conseguimos x = t − 2s. Portanto:
Agora, vamos encontrar Im T . Para isso, vejamos o que segue:
N uc T = {(t − 2s, 2t − s, s, t); s, t ∈ R}
T (x, y, s, t) = (x − y + s + t, x + 2s − t, x + y + 3s − 3t)
Agora, vamos encontrar Im T . Para isso, vejamos o que segue:
= (x, x, x) + (−y, 0, y) + (s, 2s, 3s) + (t, −t, −3t)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

− y1,+1)s + y(−1,
T (x, y, s, t) == (xx(1, t, x + 0, −+
2s1) t, x + y2,+
s(1, +−
3)3s 3t)−1, −3)
t(1,

= {(1,
Com isso, vemos que o conjunto (x, 1,
x,1),
x) + (−y,
(−1, 0, y)
0, 1), (1,+2,(s,
3),2s,
(1,3s) (t, −t,gera
−1,+−3)} −3t)T . Mas, colocando em

x(1, 1, 1) + y(−1, 0, 1) + s(1, 2, 3) + t(1, −1, −3)


forma de matriz e escalonando, o= obtemos:
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
Com isso, vemos que o conjunto {(1, 1, 1), (−1, 0, 1), (1, 2, 3), (1, −1, −3)} gera T . Mas, colocando em
⎢ 1 1 1 ⎥ ⎢ 1 1 1 ⎥
forma de matriz e escalonando, o obtemos:⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ −1 0 1 ⎥ ⎢ 0 1 2 ⎥
⎡⎢ ⎤⎥ ⇒⎡⎢ ⎤⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢⎢ 1 1 1 2 1 3 ⎥⎥ ⎢⎢1 0 1 0 1 0⎥⎥
⎢⎣ ⎥⎦ ⎢⎣ ⎥⎦
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ −11 0−1 1−3⎥ ⎢ 0 0 1 0 2 0⎥
⎢ ⎥⇒⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ 1 ⎥
2 , 3isto⎥é, ⎢ ⎥
⎢ de ImT
Assim, {(1, 1, 1), (0, 1, 2)} é uma base ⎢ 0 0 0 ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
1 −1 −3 0 0 0
Im T = {(x, x + y, x + 2y); x, y ∈ R}
Assim, {(1, 1, 1), (0, 1, 2)} é uma base de ImT , isto é,
Teorema: Seja V de dimensão finita e seja T : V → U uma transformação linear. Então:
Im T = {(x, x + y, x + 2y); x, y ∈ R}
dim V = dim(N uc T ) + dim(Im T )
Teorema: Seja V de dimensão finita e seja T : V → U uma transformação linear. Então:

dim V = dim(N uc T ) + dim(Im T )

O teorema que apresentamos é de grande utilidade, pois estabelece uma relação numérica entre a
dimensão do espaço vetorial no domı́nio, com as dimensões do núcleo e da imagem da transformação,

Oisto é, a dimensão


teorema do espaço V
que apresentamos é igual
é de à soma
grande das dimensões
utilidade, do núcleo
pois estabelece umacom a dimensão
relação da imagem.
numérica entre a
dimensão do espaço vetorial no domı́nio, com as dimensões do núcleo e da imagem da transformação,
isto é, a dimensão do espaço V é igual à soma das dimensões do núcleo com a dimensão da imagem.

Núcleo e Imagem de uma Transformação Linear


V

AUTOVALORES E AUTOVETORES
AUTOVALORES E AUTOVETORES
Dado um operador linear T : V → V , queremos determinar quais vetores seriam levados neles mesmos
por esse operador linear. Isto é, dado T : V → V , quais os vetores v ∈ V tais que T (v) = v?

Exemplo 1: Seja o operador T : R2 → R2 definido por T (x, y) = (x, y), também conhecido como Aplica-
ção Identidade, que podemos simplesmente escrever I(x, y) = (x, y). Nesse caso, todo R2 é fixo uma vez
que I(x, y) = (x, y), para todo (x, y) ∈ R2 .

Exemplo 2: Seja o operador Reflexão no eixo do x, isto é, rx : R2 → R2 tal que rx (x, y) = (x, −y) ou

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ainda em forma matricial temos: ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ x ⎥ ⎢ 1 0 ⎥ ⎢ x ⎥
⎣ ⎦ �→ ⎣ ⎦·⎣ ⎦
y 0 −1 y

Geometricamente:

Figura 2: Reflexão de um vetor u sobre o eixo x

Podemos notar, no exemplo anterior, que o vetor sobre o eixo dos x se manteve inalterado. De fato,
observemos o que segue: ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 0 ⎥ ⎢ x ⎥ ⎢ x ⎥
⎣ ⎦·⎣ ⎦=⎣ ⎦
0 −1 0 0

Ainda mais, podemos


⎡ verificar
⎤ que esses vetores são os únicos com essa propriedade, ou seja, se procurar-

⎢ x ⎥
mos outros vetores ⎣ ⎦ tais que
y

⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 0 ⎥ ⎢ x ⎥ ⎢ x ⎥
⎣ ⎦·⎣ ⎦=⎣ ⎦
0 −1 y y

TRANSFORMAÇÕES, AUTOVALORES E AUTOVETORES


235

obtemos o seguinte sistema de equações lineares para ser resolvido




⎨ x + 0y = x

⎩ 0x − y = y

ou ainda ⎧

⎨ x=x

⎩ −y = y

e as únicas soluções desse sistema são vetores do tipo (x, 0), ou seja, são os vetores pertencentes ao eixo
dos x.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Seja T : V → V um operador linear. Um número real c será dito um autovalor de T se existir um vetor
não nulo v em V tal que: T (v) = cv. O vetor v é chamado de autovetor de T associado a c.

Observemos que se v é um autovetor de um operador T associado a um autovalor c, então todo múltiplo


por escalar de v é também um autovetor de T associado a c. Mais ainda, se A(c) = {v ∈ V ; T (v) = cv},
então A(c) é um subespaço vetorial de V chamado autoespaço de T associado a c. Note que A(c) é
formado pelo vetor nulo de V e por todos os autovetores de T associados a c.

Exemplo 3: Seja T : R2 → R2 o operador linear dado por T (x, y) = (4x−y, 2x+y). Queremos determinar
c ∈ R e v = (x, y) ∈ R2 , não nulo, tais que T (x, y) = c(x, y), ou seja, tais que (4x − y, 2x + y) = c(x, y).
Equivalentemente, queremos determinar c ∈ R e v = (x, y) ∈ R2 , não nulo tais que


⎨ 4x − y = cx

⎩ 2x + y = cy

Da primeira equação do sistema acima, isolamos y, obtendo y = 4x − cx e substituı́mos esse resultado na


segunda equação, isto é,
2x + y = cx ⇒ 2x + 4x − cx = c(4x − cx)

⇒ 6x − cx = 4cx − c2 x

⇒ 6x − 5cx + c2 x = 0

⇒ x(6 − 5c + c2 ) = 0

Essa última igualdade é satisfeita se x = 0 ou 6 − 5c + c2 = 0. Se x = 0 implica em y = 0, mas v não é


vetor nulo. Logo, temos que resolver 6 − 5c + c2 = 0. Resolvendo essa equação, obtemos c = 2 ou c = 3.
Portanto, c = 2 e c = 3 são os autovalores de T . Vamos agora determinar os autovetores de T associados

Autovalores e Autovetores
V

a c = 2. Com o sistema que montamos no inı́cio desse exemplo, obtemos




⎨ 4x − y = 2x

⎩ 2x + y = 2y

o qual é equivalente à equação 2x − y = 0, cujo conjunto solução é dado por {(x, 2x); ∈ R}. Assim, os
autovetores de T associados a c = 2 são os vetores da forma (x, 2x), com x ∈ R e x �= 0.

Da mesma forma que fizemos para c = 2, vamos determinar os autovetores de T associados a c = 3.


Temos o seguinte sistema ⎧

⎨ 4x − y = 3x

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
⎩ 2x + y = 3y

o qual é equivalente a equação x − y = 0, cujo conjunto solução é dado por {(x, x); ∈ R}. Portanto, os
autovetores de T associados a c = 3 são os vetores da forma (x, x), com x ∈ R e x �= 0.

Exemplo 4: Se I é matriz identidade de ordem n, então o único autovalor é c = 1. Qualquer vetor não
nulo v de Rn é um autovetor de I associado ao autovalor c = 1, pois:

Iv = v = 1v

⎛ ⎞
⎜ −3 1 ⎟
Exemplo 5: Vamos verificar se os vetores u e v são autovetores de A, em que A = ⎝ ⎠,
−5 3
⎛ ⎞ ⎛ ⎞
⎜ 1 ⎟ ⎜ 1 ⎟
u = ⎝ ⎠ e v = ⎝ ⎠.
1 2

Para identificarmos se u é um autovetor de A, devemos verificar se existe um escalar λ ∈ R tal que:


Au = λu. Temos que ⎛ ⎞⎛ ⎞ ⎛ ⎞ ⎛ ⎞
⎜ −3 1 ⎟ ⎜ 1 ⎟ ⎜ −2 ⎟ ⎜ 1 ⎟
Au = ⎝ ⎠⎝ ⎠ = ⎝ ⎠ = −2 ⎝ ⎠
−5 3 1 −2 1

Assim, u = (1, 1) é um autovetor de A com autovalor correspondente λ = −2.

No caso do vetor v, temos:


⎛ ⎞⎛ ⎞ ⎛ ⎞ ⎛ ⎞
⎜ −3 1 ⎟ ⎜ 1 ⎟ ⎜ −1 ⎟ ⎜ 1 ⎟
Av = ⎝ ⎠⎝ ⎠ = ⎝ ⎠=� λ⎝ ⎠
−5 3 2 1 2

TRANSFORMAÇÕES, AUTOVALORES E AUTOVETORES


237

Assim, não existe escalar λ ∈ R tal que Av = λv e, consequentemente, v = (1, 2) não é um autovetor da
matriz A.

Assim, não existe


Exemplo 6: Sejaescalar ∈R
T : R2λ→ R2 tal que Av =linear
o operador λv e,dado
consequentemente, v = x).
por T (x, y) = (−y, (1, 2) c∈R
Se não é um
e v autovetor R2 ,
= (x, y) ∈ da
matriz
v �= 0,A.
são tais que T (x, y) = c(x, y), então

(−y, x) = c(x, y)
Exemplo 6: Seja T : R2 → R2 o operador linear dado por T (x, y) = (−y, x). Se c ∈ R e v = (x, y) ∈ R2 ,
v=� 0, são tais que T (x, y) = c(x, y), então
equivalentemente, ⎧

⎨ cx = −y
(−y, x) = c(x, y)

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

⎩ cy = x

equivalentemente, ⎧
donde obtemos a equação (c2 + 1)y = 0. Como c ∈ R, a equação (c2 + 1)y = 0 é satisfeita somente

⎨ cx = −y
quando y = 0. Mas se y = 0, implica x = 0. Mas v �= 0 logo concluı́mos que T não tem autovalores nem

⎩ cy = x
autovetores.

donde obtemos a equação (c2 + 1)y = 0. Como c ∈ R, a equação (c2 + 1)y = 0 é satisfeita somente
quando y = 0. Mas se y = 0, implica x = 0. Mas v �= 0 logo concluı́mos que T não tem autovalores nem
autovetores.

Em computação gráfica, os movimentos mais simples de imagens manipulados na tela dos computado-
res são, na verdade, multiplicação de matrizes que representam transformações lineares, por exemplo,
as reflexões, contrações e projeções.

Fonte:
Em o autor. gráfica, os movimentos mais simples de imagens manipulados na tela dos computado-
computação
res são, na verdade, multiplicação de matrizes que representam transformações lineares, por exemplo,
as reflexões, contrações e projeções.

Fonte: o autor.

Autovalores e Autovetores
V

POLINÔMIO CARACTERÍSTICO
POLINÔMIO CARACTER ÍSTICO

Apresentaremos uma fórmula sistemática de calcular os autovalores de uma matriz quadrada de ordem n.
A cada matriz A ∈ Mn (R) associaremos um polinômio cuja propriedade de suas raı́zes é exatamente os
autovalores de A. Antes de apresentarmos formalmente esse polinômio, vejamos, por meio de um exemplo,
como ele surge naturalmente.
⎛ ⎞
⎜ 1 1 ⎟
Exemplo 7: Vamos determinar os autovalores de A = ⎝ ⎠ e seus respectivos autovetores asso-
−2 4
ciados.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Vejamos, queremos encontrar números reais λ e todos os vetores não nulos v = (x, y) ∈ R2 satisfazendo a
equação
Av = λv

ou seja, ⎛ ⎞⎛ ⎞ ⎛ ⎞
⎜ 1 1 ⎟⎜ x ⎟ ⎜ x ⎟
⎝ ⎠⎝ ⎠ = λ⎝ ⎠
−2 4 y y

A qual podemos representar pelo seguinte sistema




⎨ x + y = λx

⎩ −2x + 4y = λy

ou ainda ⎧

⎨ (λ − 1)x − y = 0

⎩ 2x + (λ − 4)y = 0

E esse sistema é homogêneo de duas equações e duas incógnitas. Escalonando, obtemos




⎨ (λ − 1)x − y = 0
⎩ �(λ − 1)(λ − 4) + 2�y = 0

e este terá solução não nula se, e somente se, (λ − 1)(λ − 4) + 2 = 0 o que é equivalente a
⎛ ⎞
⎜ λ − 1 −1 ⎟
det ⎝ ⎠=0
2 λ−4

TRANSFORMAÇÕES, AUTOVALORES E AUTOVETORES


239

ou se preferir � �
� �
� λ − 1 −1 �
� �
� �=0
� �
� 2 λ−4 �

Isto é, se, e somente se, o determinante da matriz associada ao sistema linear for nulo.

Simplificando a equação (λ − 1)(λ − 4) + 2 = 0, obtemos λ2 − 5λ + 6 = 0, ou ainda, (λ − 2)(λ − 3) = 0 e,


portanto, temos, para essa equação, λ = 2 e λ = 3. Logo, λ = 2 e λ = 3 são os autovalores da matriz A.

Para encontrarmos os autovetores v = (x, y) ∈ R2 associados ao autovalor λ = 2, observemos o sistema




⎨ x + y = 2x

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

⎩ −2x + 4y = 2y

ou, equivalentemente, −x + y = 0. O que resulta na solução geral {(x, x); x ∈ R}. Portanto, os vetores
da forma (x, x) são os autovetores da matriz A associados ao autovalor λ = 2.

De forma análoga, para encontrarmos os autovetores da matriz A associados ao autovalor λ = 3, obser-


vemos o seguinte sistema ⎧

⎨ x + y = 3x

⎩ −2x + 4y = 3y

ou, o mesmo que −2x + y = 0, cuja solução geral é dada por {(x, 2x); x ∈ R}. Portanto, os vetores da
forma (x, 2x) são os autovetores da matriz A associados ao autovalor λ = 3.

Notemos no exemplo anterior que o determinante transformou a equação matricial (λIn − A)v = 0, que
contém duas incógnitas, λ e v, na equação polinomial λ2 − 5λ + 6 = 0, que tem uma variável só. Usaremos
o processo apresentado nesse exemplo como o método padrão para determinar os autovalores de uma
matriz A ∈ Mn (R).

Definição 1: Seja A uma matriz quadrada de ordem n. A matriz λIn −A, em que λ é uma indeterminada,
é chamada matriz caracterı́stica de A. O determinante dessa matriz é um polinômio em λ, chamado
polinômio caracterı́stico da matriz A e denotado por PA (λ).
⎛ ⎞
⎜ 4 −1 ⎟
Exemplo 8: Seja a matriz A = ⎝ ⎠. A matriz caracterı́stica de A é
3 1

⎛ ⎞
⎜ λ−4 1 ⎟
λI2 − A = ⎝ ⎠
−3 λ − 1

Polinômio Característico
V

e o polinômio caracterı́stico de A é
� �
� �
� λ−4 1 �
� �
PA (λ) = � � = λ2 − 5λ + 7
� �
� −3 λ − 1 �

⎛ ⎞
⎜ 0 −1 ⎟
Exemplo 9: Consideremos a matriz A = ⎝ ⎠. A matriz caracterı́stica de A é a matriz
1 0

⎛ ⎞
⎜ λ 1 ⎟
⎝ ⎠
−1 λ

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
e o polinônio caracterı́stico de A é
PA (λ) = λ2 + 1

Podemos observar que as raı́zes do polinômio caracterı́stico encontradas no exemplo 7 são exatamente
os autovalores do exemplo 3. O mesmo ocorre com o exemplo 9 e 6. Esse resultado não é por acaso.
Acontece sempre, logo, podemos falar que as raı́zes não nulas do polinômio caracterı́stico são, de fato, os
autovalores do operador linear dado.

Exemplo 10: Vamos determinar os autovalores e autovetores da matriz


⎛ ⎞
⎜ 5 −2 1 2 ⎟
⎜ ⎟
⎜ ⎟
⎜ 0 3 −6 3 ⎟

A=⎜ ⎟

⎜ 0 0 5 −5 ⎟
⎜ ⎟
⎝ ⎠
0 0 0 0

Temos que o polinômio caracterı́stico dessa matriz é


� �
� �
� λ−5 2 −1 −2 ��

� �
� �
� 0 λ−3 6 −3 �
PA (λ) = det(λI4 − A) = �� � = λ(λ − 3)(λ − 5)2

� 0 0 λ − 5 5 ��

� �
� �
� 0 0 0 λ �

Cujas raı́zes são 0, 3, 5 e 5. Portanto, os autovalores da matriz A são 0, 3, 5 e 5. Mas observemos que
os autovalores 0 e 3 têm multiplicidade algébrica 1, enquanto o autovalor 5 aparece com multiplicidade

TRANSFORMAÇÕES, AUTOVALORES E AUTOVETORES


241

algébrica 2. Vamos, agora, calcular os autovetores associados em cada caso.


Para o autovalor λ = 0, temos que os autovetores associados v = (x, y, z, w) satisfazem o sistema linear

(0I4 − A)v = 0

isto é, ⎛ ⎞⎛ ⎞ ⎛ ⎞
⎜ −5 2 −1 −2 ⎟ ⎜ x ⎟ ⎜ 0 ⎟
⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜ 0 −3 6 −3 ⎟ ⎜ y ⎟ ⎜ 0 ⎟
⎜ ⎟⎜ ⎟=⎜ ⎟
⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜ 0 0 −5 5 ⎟ ⎜ ⎟ ⎜ 0 ⎟
⎜ ⎟⎜ z ⎟ ⎜ ⎟
⎝ ⎠⎝ ⎠ ⎝ ⎠
0 0 0 0 w 0
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

ou ainda ⎧

⎪ −5x + 2y − z − 2w = 0



⎪ −3y + 6z − 3w = 0




−5z + 5w = 0

o qual possui como solução geral o conjunto {(−w/5, w, w, w)w ∈ R}. Portando, os autovetores associados
� �
ao autovalor λ = 0 são da forma v = − w5 , w, w, w , com w ∈ R.
Analogamente, os autovetores associados ao autovalor λ = 3 satisfazem a seguinte equação

(3I4 − A)v = 0

isto é, ⎛ ⎞⎛ ⎞ ⎛ ⎞
⎜ −2 2 −1 −2 ⎟⎜ x ⎟ ⎜ 0 ⎟
⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜ 0 0 6 −3 ⎟ ⎜ y ⎟ ⎜ 0 ⎟
⎜ ⎟⎜ ⎟=⎜ ⎟
⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜ 0 0 −2 5 ⎟ ⎜ z ⎟ ⎜ 0 ⎟
⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎝ ⎠⎝ ⎠ ⎝ ⎠
0 0 0 3 w 0

cujas soluções são da forma v = (x, x, 0, 0), com x ∈ R.

Por fim, vamos obter os autovetores da matriz A associados ao autovalor λ = 5 resolvendo o seguinte
sistema
(5I4 − A)v = 0

Polinômio Característico
V

isto é ⎛ ⎞⎛ ⎞ ⎛ ⎞
⎜ 0 2 −1 −2 ⎟ ⎜ x ⎟ ⎜ 0 ⎟
⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜ 0 2 6 −3 ⎟ ⎜ y ⎟ ⎜ 0 ⎟
isto é ⎜⎛ ⎟ ⎜
⎞ ⎛ ⎟= ⎜ ⎟
⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎞⎜ ⎛ ⎟ ⎞
⎜ 0 0 0 5 ⎟⎜ z ⎟ ⎜ 0 ⎟

⎝⎜ 0 2 −1 −2 ⎟⎜
⎠⎝⎟⎜ ⎟ x ⎟⎜ ⎜ ⎟ 0 ⎟
⎜ ⎟⎜ ⎠ ⎟⎝ ⎜ ⎠ ⎟
⎜0 0 0 5 ⎟⎜ w ⎟ ⎜ 0 ⎟
⎜ 0 2 6 −3 ⎟ ⎜ y ⎟ ⎜ 0 ⎟
⎜ ⎟⎜ ⎟=⎜ ⎟
⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟
equivalente a ⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ 0 ⎟
⎛⎜ 0 0 0 ⎞5⎛ ⎟ ⎜⎞z ⎟ ⎛ ⎜ ⎞ ⎟
⎝ ⎠⎝ ⎠ ⎝ ⎠
0 1
⎜ 0 0 0 ⎟5⎜0 0 x ⎟w ⎜ ⎟ 00
⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜ 0 0 1 0 ⎟⎜ y ⎟ ⎜ 0 ⎟
equivalente a ⎜⎛ ⎟⎜ ⎞⎛ ⎟ ⎞⎜ ⎟
⎜ ⎟⎜ ⎟= ⎜ ⎛⎟ ⎞
⎜ 0 0 0 1 ⎟⎜ z ⎟ ⎜ 0 ⎟
⎜⎜ 0 1 0 ⎟ 0⎜ x

⎟⎜ ⎠ ⎟⎝ ⎜ ⎟⎜ 0 ⎟
⎝⎜ ⎠⎝ ⎟⎜ ⎟ ⎜⎠ ⎟

0 00 00 10 0 ⎟ ⎜⎟ ⎜ ⎟
w y ⎟ ⎜ ⎜
0 0 ⎟
⎜ ⎟
⎜ ⎟⎜ ⎟=⎜ ⎟
⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟
de onde obtemos soluções da forma v ⎜
= (x,
⎜ 0 0, ⎟ ⎜x z∈ R.
0 0,00),1com
⎟⎜
⎟ ⎜ 0 ⎟
⎟ ⎜ ⎟
⎝ ⎠⎝ ⎠ ⎝ ⎠

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
0 0 0 0 w 0

de onde obtemos soluções da forma v = (x, 0, 0, 0), com x ∈ R.

Este é um ótimo vı́deo do professor Elon Lages Lima sobre o estudo de Matrizes. Além das opera-
ções fundamentais de matrizes, Elon aborda algumas aplicações das matrizes. Tais aplicações foram
abordadas no decorrer deste livro. O vı́deo enriquecerá bastante o assunto tratado neste livro.
Este é um ótimo vı́deo do professor Elon Lages Lima sobre o estudo de Matrizes. Além das opera-
<https://www.youtube.com/watch?v=eEbp3aKFoIA>.
ções fundamentais de matrizes, Elon aborda algumas aplicações das matrizes. Tais aplicações foram
abordadas no decorrer deste livro. O vı́deo enriquecerá bastante o assunto tratado neste livro.

<https://www.youtube.com/watch?v=eEbp3aKFoIA>.

TRANSFORMAÇÕES, AUTOVALORES E AUTOVETORES


243

CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Vimos nesta última unidade conceitos importantes e essenciais para o estudo da Álgebra Linear. Os con-
ceitos sobre autovalor e autovetor de uma transformação linear (ou matriz) são de extrema importância,
por exemplo, em Fı́sica Atômica, porque os nı́veis de energia dos átomos e moléculas são dados por auto-
valores de determinadas matrizes. Também o estudo dos fenômenos de vibração, análise de estabilidade
de um avião e muitos outros problemas de Fı́sica levam à procura de autovalores e autovetores de matri-
zes. Autovalores e autovetores também são utilizados na resolução de sistemas de equações diferenciais,
e muitas situações fı́sicas são descritas por um sistema de equações diferenciais. Você terá conhecimento
de equações diferenciais mais adiante no curso, nas disciplinas de Cálculo.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Apresentamos um procedimento bem prático e interessante para obter os autovalores e autovetores, que
foi utilizando o polinômio caracterı́stico, em que as raı́zes desse polinômio representavam os autovalores
associados à matriz da transformação linear.

Outra aplicação importante desses conceitos é a classificação de cônicas e quádricas. Conteúdos estes que
forão tratados na unidade III do livro. Nela, autovalores e autovetores são usados para normalizar formas
quadráticas. Mais especificamente, eles são usados para encontrar mudanças de referencial que permitem
identificar quais as figuras geométricas que representam certas equações no plano e no espaço.

Então, podemos ver que os conteúdos estudados neste curso são aplicados em diversas áreas da ciência.
Como o espaço para escrita deste livro foi limitado, concentramos-nos somente em conceitos e alguns
exemplos de aplicações conceituais. Cabe ao(à) leitor(a) curioso(a) buscar em outras bibliografias o
estudo mais aprofundado sobre Álgebra Linear.

Considerações Finais
LEITURA COMPLEMENTAR

A MATEMÁTICA DOS CÓDIGOS DE BARRAS

C. Polcinio Milies

Adaptado de Anderson Leandro Zulin

Um código de barras não é mais do que um número, assignado ao produto para sua identificação, escrito
de forma a permitir uma leitura rápida no caixa. Imediatamente abaixo das barras, aparece o mesmo
número escrito em algaritmos correntes, de forma que o leitor humano também possa ler o número.

Vamos fazer algumas considerações sobre a leitura de um código de barras: primeiro que o desenho das
barras é totalmente simétrico para a máquina, que o lê usando um feixe de luz transversal, ao passá-lo “de
ponta cabeça”, ela não deveria ler o número na ordem contrária? E, o que é pior, o operador do caixa, ao
digitar o número rapidamente, não poderia cometer um erro fazendo com que paguemos por um produto
muito mais caro do que aquele que estamos comprando? Na verdade, isso não ocorre. Tanto quando lido
numa ordem, como na ordem contrária, o código sempre é interpretado de forma correta. Mais ainda,
quando o operador comete algum erro de digitação - e todos nós já vimos isso acontecer alguma vez - a
máquina simplesmente emite um som, para avisar que houve um erro.

Se observamos um código de barras, notamos imediatamente que ele é formado por listras brancas e
pretas alternadas, de espessura variável. Há, na verdade, quatro espessuras possı́veis para essas listras,
que podem ser classificadas como finas, médias, grossas ou muito grossas. Vamos utilizar o sı́mbolo 0 para
indicar uma listra branca fina, o sı́mbolo 00 para uma listra branca média, 000 para uma listra branca
grossa e 0000 para uma muito grossa. Da mesma forma, vamos representar por 1, 11, 111 e 1111 uma
listra preta fina, média, grossa ou muito grossa, respectivamente. Assim, as primeiras quatro listras da
figura (sem contar, é claro as listras que servem de limite e que aparecem mais compridas na figura), que
são uma listra branca grossa, uma preta média, uma branca fina e uma preta fina respectivamente, podem
ser representadas pela sequência 0001101.

Há dois tipos de códigos o UPC-A e EAN-13. No código EAN há um dı́gito a cada código, de modo
a permitir a identificação do paı́s de origem do produto. Por exemplo, o código de barras de todos os
produtos produzidos no Brasil começa com a sequência 789, que é a que identifica o paı́s.
245

A detecção de erros - aplicação

Para compreender como funciona o processo de detecção de erros, precisamos entender, inicialmente, como
se atribui a cada produto o dı́gito de verificação. Suponhamos que um determinado produto está identi-
ficado, no sistema EAN-13, por uma dada sequência de dı́gitos a1 a2 . . . a12 a13 . Como os primeiros dı́gitos
identificam o paı́s de origem, o fabricante e o produto especı́fico, os primeiros doze dı́gitos da sequência
estão determinados naturalmente por um método padrão, a cargo de uma autoridade classificadora em
cada paı́s. Denotaremos o décimo terceiro dı́gito, de verificação, por x. Para facilitar nossa exposição,
vamos escrever esta sequência como um vetor: α = (a1 , a2 , . . . , a11 , a12 , x). O sistema EAN-13 se utiliza
de um vetor fixo, que chamaremos vetor de pesos que é: w = (1, 3, 1, 3, 1, 3, 1, 3, 1, 3, 1, 3, 1). Calcula-se,
então, o “produto escalar” de ambos vetores: �α, w� = �(a1 , . . . , a12 , x), (1, 3, 1, 3, 1, 3, 1, 3, 1, 3, 1, 3, 1)� =
= a1 + 3a2 + a3 + 3a4 + a5 + 3a6 + a7 + 3a8 + a9 + 3a10 + a11 + 3a12 + x. Agora, o dı́gito de ve-
rificação x se escolhe de forma tal que a soma acima seja múltipla de 10, isto é, tal que �α, w� =
0(mod10). Por exemplo, no caso do código da figura acima, os números que indicam o paı́s de ori-
gem, o fabricante e o produto são 789500026624. Vamos ver como foi determinado o dı́gito de ve-
rificação. Chamando este dı́gito de x e fazendo o “produto escalar” com o vetor de pesos, temos:
7 + 3 × 8 + 9 + 3 × 5 + 0 + 3 × 0 + 0 + 3 × 2 + 6 + 3 × 6 + 2 + 3 × 4 + x = 99 + x. Consequente-
mente, deve-se tomar x = 1.

Vejamos agora um exemplo de como funciona a detecção de erros. Um livro do autor recebeu o código
de barras 9781402002380. Suponhamos que, por um erro de digitação no quarto dı́gito, este número
é transmitido como α = 9782402002380. Ao fazer a verificação de leitura, o computador que recebeu a
informação faz a operação �α, w� e obtém: 9+3×7+8+3×2+4+3×0+2+3×0+0+3×2+3+3×8+0 = 73.
Como o resultado não é um múltiplo de 10, ele avisa que foi cometido algum erro.

Assim o sistema detecta todo erro de transposição cometido.

O artigo completo vocês podem encontrar em: <http://mat.ufg.br/bienal/2006/mini/polcino.pdf> Acesso


em: 23 jul. 2014.
ATIVIDADES DE AUTOESTUDO

1. Seja T : R3 → R3 uma transformação linear definida por T (x, y, z) = (y − z, −x, x), chama-se núcleo
da transformação T o conjunto dos pontos de R3 cuja imagem por T é nula. Assim, o núcleo de T
é o subespaço de R3 gerado por:
a) {(0, 0, 0)}
b) {(0, 1, 0)}
c) {(1, 0, −1)}
d) {(0, 1, 1)}
e) {(1, 0, 1), (0, 1, 0)}

2. Seja T : R2 → R a transformação linear para a qual T (1, 1) = 3 e T (0, 1) = −2. Encontre T (x, y),
para (x, y) ∈ R2 .

3. Verifique se o vetor v ∈ V pertence ao núcleo da transformação linear T : V → W , em cada caso:

(a) V = R3 , W = R2 , T (x, y) = (x + y − z, 3y + z), v = (4, −1, 3)

(b) V = R3 , W = R2 , T (x, y) = (x + y − z, 3y + z), v = (1, −1, 2)


⎛ ⎞ ⎡ ⎤
⎜ a11 a12 ⎟ ⎢ 1 −3 ⎥
(c) V = M2 (R), W = R, T ⎝ ⎠ = a11 + a12 + 2a21 + 2a22 , v = ⎣ ⎦
a21 a22 5 2
⎛ ⎞ ⎡ ⎤
⎜ a11 a12 ⎟ ⎢ 1 3 ⎥
(d) V = M2 (R), W = R, T ⎝ ⎠ = a11 + a12 + 2a21 + 2a22 , v = ⎣ ⎦
a21 a22 3 −5

4. Determine a dimensão e uma base do núcleo, a dimensão e uma base da imagem da transformação
linear T : R3 → R2 dada por T (x, y, z) = (y − 2z, x − y − z).

5. Determine os autovalores e os autovetores das seguintes transformações lineares:

a) T : R2 → R2 dada por T (x, y) = (x − y, x);

b) T : R3 → R3 dada por T (x, y, z) = (x, −2x − y, 2x + y + 2z);

c) T : R[x]2 → R[x]2 dada por T (ax2 + bx + c) = ax2 + cx + b;


⎛⎡ ⎤⎞ ⎡ ⎤
⎜⎢ a b ⎥⎟ ⎢ 2c a+c ⎥
d) T : M (2) → M (2) dada por T ⎝⎣ ⎦⎠ = ⎣ ⎦.
c d b − 2c d
247

6. Determine os autovalores e os autovetores dos seguintes operadores cujas matrizes na base canônica
são:
⎛ ⎞
⎛ ⎞
⎛ ⎞ ⎜ 4 0 2 0 ⎟
⎜ ⎟
⎜ 1 0 0 ⎟ ⎜ ⎟
⎜ 2 2 ⎟ ⎜ ⎟ ⎜ 0 2 0 0 ⎟
a) A = ⎝ ⎠ b) A = ⎜ ⎟
⎜ −1 0 −2 ⎟ c) A = ⎜



2 2 ⎝ ⎠ ⎜ 0 0 2 0 ⎟
⎜ ⎟
1 1 3 ⎝ ⎠
0 −1 0 0

7. Os autovalores de um operador linear T : R3 → R3 são λ1 = 1, λ2 = 2 e λ3 = −1, sendo v1 = (1, 1, 1),


v2 = (0, 1, 1) e v3 = (−1, 1, 0) os respectivos autovetores associados. Determine T (x, y, z).
⎛ ⎞ ⎛ ⎞ ⎛ ⎞
⎜ 1 ⎟ ⎜ 0 ⎟ ⎜ 0 0 ⎟
8. Verifique se v = ⎝ ⎠ e u = ⎝ ⎠ são autovetores da matriz A = ⎝ ⎠. Determine os
0 1 0 1
autovalores correspondentes.
⎛ ⎞ ⎛ ⎞
⎜ 1 ⎟ ⎜ −3 1 ⎟
9. Verifique se v = ⎝ ⎠ é autovetor da matriz A = ⎝ ⎠. Caso seja, determine o autovalor
4 −3 8
correspondente.
⎛ ⎞ ⎛ ⎞
⎜ 4 ⎟ ⎜ 3 7 9 ⎟
⎜ ⎟ ⎜ ⎟
10. Verifique se v = ⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜ −3 ⎟ é autovetor da matriz A = ⎜ −4 −5 1 ⎟. Caso seja, determine o
⎝ ⎠ ⎝ ⎠
1 2 4 4
autovalor correspondente.
⎛ ⎞
⎜ 4 −1 6 ⎟
⎜ ⎟
11. Seja a matriz A = ⎜ ⎟
⎜ 2 1 6 ⎟. Verifique se λ = 2 é um autovalor de A.
⎝ ⎠
2 −1 8

12. Determine os valores de a, b, c, d, e e f de modo que v1 = (1, 1, 1), v2 = (1, 0, −1) e v3 = (1, −1, 0)
⎛ ⎞
⎜ 1 1 1 ⎟
⎜ ⎟
sejam autovetores da matriz A = ⎜ ⎜ a

b c ⎟ e os autovalores associados.
⎝ ⎠
d e f
MATERIAL COMPLEMENTAR

O Romance das Equações Algébricas – A história


da Álgebra
GARBI, Gillberto G.

Editora: Makron Books


Sinopse: Representa algo inovador no Brasil e há de exer-
cer duradoura influência nos métodos de ensino da Mate-
mática em nosso paı́s. Sem dúvida, trata-se de uma obra
que será muito bem recebida por professores, alunos e afi-
cionados e está destinada a despertar em muitos jovens
vocações até então desconhecidas para uma ciência que,
ainda hoje injustificadamente, costuma ser envolta em um
manto de mistério e encarada com infundado temor. Em poucas palavras, um livro fascinante.
249
CONCLUSÃO
CONCLUSÃO DO LIVRO

Caro(a) leitor(a), reunir as disciplinas Álgebra Linear e Geometria Analı́tica em único livro foi uma tarefa
bastante desafiadora, visto a enorme responsabilidade, por se tratar de dois pilares da matemática do
ensino superior, e também de extrema importância para as mais diversas áreas de conhecimento, das
ciências exatas e engenharias. A proposta inicial deste material foi apresentar a geometria analı́tica de
maneira construtiva, com muitos exemplos e ilustrações que pudessem facilitar a compreensão dos assuntos
abordados. Na unidade 1, iniciamos o estudo dos vetores, salientando os aspectos geométricos em sua
essência, para, depois, abordar os aspectos algébricos, e estendemos as definições e propriedade dos vetores
nos espaços euclidianos para outros conjuntos, permitindo, então, definir os espaços vetoriais, dando inı́cio
ao estudo da álgebra linear.

Na unidade 2, estudamos as retas e os planos, deduzimos várias equações, sempre partindo dos conceitos
estudados na unidade anterior, mostrando, assim, a importância dos vetores com suas teorias. Na unidade
seguinte, vimos as equações de grau dois com duas variáveis no plano cartesiano e obtemos as curvas
cônicas. Ainda na mesma unidade, fizemos um estudo bem detalhado das superfı́cies quádricas no espaço
tridimensional, sendo essa última um dos principais objetivos deste material, em se tratando de geometria
analı́tica.

Voltando ao estudo da álgebra linear, na unidade 4, fizemos o estudo das matrizes, dos determinantes e
dos sistemas lineares, conteúdos extremamente importantes para as engenharias e ciências exatas. En-
fim, concluı́mos nosso estudos com a unidade 5, na qual apresentamos as transformações lineares, os
autovalores, autovetores e o polinômio caracterı́stico.

Esperamos que o livro apresentado aqui possa, de alguma maneira, ter contribuı́do para seu aprendizado
e, principalmente, tenha dado uma base sólida para a continuidade dos seus estudos.
251
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRAFIA

ANTON, H.; RORRES, C. Álgebra Linear com Aplicações. Porto Alegre: Bookman, 2008.

BOLDRINI, J. M., et al. Álgebra Linear. 3 ed. São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1980.

BOULOS, P., CAMARGO, I. Geometria Analı́tica - um tratamento vetorial. São Paulo: Makron
Books do Brasil, 1987.

CALLIOLI, C. A., et al. Álgebra Linear e Aplicações. 6 ed. São Paulo: Atual, 1990.

D’ AMBROSIO, U. Da realidade à ação: reflexões sobre educação e matemática. 2. ed. São Paulo:
Sumus editorial, 1996.

HOFFMAN, K.; KUNZE, R. Álgebra Linear. Tradução: Adalberto P. Bergamasco, São Paulo: Polı́-
gono, 1970.

LIMA, E. L. Álgebra Linear. 8 ed. Rio de Janeiro: Impa, 2009.

LIPSCHUTZ, S. Álgebra Linear. 4 ed. Tradução Dr. Carlos Ivo Doering, coleção schaum. Porto
Alegre: Bookman, 2011.

SANTOS, N. M. Vetores e Matrizes. 4 ed. Rio de Janeiro: LTC - Livros Técnicos e Cientı́ficos Editora
S.A., 1985.

STEINBRUCH, A.; WINTERLE, P. Geometria Analı́tica. 2 ed. São Paulo: McGraw-Hill, 1987.

STEINBRUCH, A.; WINTERLE, P. Álgebra Linear. 2 ed. São Paulo: Makron Books, 1987.

STRANG, G. Álgebra Linear e suas Aplicações. Tradução da 4 ed norte-americana (All Tasks). São
Paulo: Cengage Learning, 2013.
GABARITO
GABARITO

UNIDADE I

1)
a) X = −4 e) X = −2 i) X = 6
b) X = 4 f ) X = −2 j) X = −3
c) X = 4 g) X = 2 l) X = −1
d) X = 4 h) X = 3 m) X = 2

2) 3)
a) D(7, 7) a) 2
b) F (−2, 0) b) − 2 h) − 1
c) D(3, 1) c) 4 i) 5
d) K(7, 3) d) 4 j) 0
e) I(−7, 1) e) − 8 k) 5
f ) J(1, 5) f) 8 l) − 2
g) L(5, −1) 4 m) − 10
g) n) 1
h) M (8, 6) 3

4) 5) 6)
a) (1, −1) a) (−1, −1, 2) Desenho de vetores
b) (2, 0) b) (2, 0, −2)
c) (0, 0) c) (9, −1, −8)
d) (2, 0) d) √(3, −5, 2)
e) (0, 0) e) √ 2
f ) (2, 0) f ) 2√ 2
g) (−1, 2) g) √3 2
h) (3, 0) h) 6
i) 1√
j) 2
k) 2√
l) 2 2

7) 8) 9)
a)�v + 2�u 1 7 �u e �v não são paralelos
(−4, 1) = (−1, 2) + (−5, 1)
b)2�v − �u 9 9
c)2(�v − �u)
d)�v − �u
253
GABARITO

10) 11) 12)


5
a=5eb= a) Não a) Tente mostrar por absurdo
6
b) Sim que �u e �v são LD.
b) w
� = 2(−1, 2, 1) + 3(0, 1, 3)

13) 14) 17)


a) LD a) Sim a) W é Subespaço de R2
7 14
b) �x = ( , 0, − ) b) Não b) W não é Subespaço de R2
5 5
c) W não é Subespaço de R2
d) W é Subespaço de R2

18) 19) 20)


a) W é Subespaço de R3 a) W é Subespaço de M (3, 3) a) W não é Subespaço de R[x]
b) W não é Subespaço de R3 b) W é Subespaço de M (3, 3) b) W é Subespaço de R[x]
c) W é Subespaço de R3 c) W é Subespaço de M (3, 3) c) W é Subespaço de R[x]
d) W é Subespaço de R3
e) W é Subespaço de R3

21)
a) Base V= {(1,1,0),(0,0,1)}, div V=2; c) Base V= {(1,0,-1),(0,1,-3)}, div V=2;
Base W= {(1,1,1)}, div W=1; Base W= {(0,0,1)}, div W=1;
Base V+W= {(1,1,0),(0,0,1)}, div W+V=2; Base V+W= {(1,0,-1),(0,1,-3),(0,0,1)}, div W+V=3;
Base V∩W= {(1,1,1)}, div V∩W=1. div V∩W=0, não temos base para V∩W.

⎧⎛ ⎞ ⎛ ⎞⎫

⎨ 1 0 ⎪

⎜ ⎟ ⎜ 0 1 ⎟
b) Base V= ⎝ ⎠,⎝ ⎠ , dim V=2;

⎩ 0 1 ⎪
1 0 ⎭
⎧⎛ ⎞ ⎛ ⎞⎫

⎨ 1 0 ⎪

⎜ ⎟ ⎜ 0 1 ⎟
Base W= ⎝ ⎠,⎝ ⎠ , dim W=2;

⎩ 1 0 ⎪
0 1 ⎭
⎧⎛ ⎞ ⎛ ⎞ ⎛ ⎞⎫

⎨ 1 0 ⎪

⎜ ⎟ ⎜ 0 1 ⎟ ⎜ 1 0 ⎟
Base V+W= ⎝ ⎠,⎝ ⎠,⎝ ⎠ , dim V+W=3;

⎩ 0 1 ⎪
1 0 1 0 ⎭
⎧⎛ ⎞⎫

⎨ 1 1 ⎪ ⎬
⎜ ⎟
Base V∩W= ⎝ ⎠ , dim V∩W=1.
⎩ 1 1 ⎪
⎪ ⎭
GABARITO

d) Base V= {(1,0,0,1),(0,1,0,2),(0,0,1,0),(0,0,0,-1)}, div V=4


Base W= {(1,1,1,1)}, div V=1
Base V+W= {(1,0,0,1),(0,1,0,2),(0,0,1,0),(0,0,0,-1)}, div W+V=4
Não temos uma base para V∩W, div V∩W=1

e) Base V= {(1,1,1)}, div V=1


Base W= {(0,0,1)}, div V=1
Base V+W= {(1,1,1),(0,0,1)}, div W+V=2
Não temos uma base para V∩W, div V∩W=1

22) 23) 24)


São L.I. a) São L.I. São L.D.
b) São L.I.
c) São L.D.

25) 26) 27)⎡ ⎤


São uma base de M (2, 2) a) O vetor ( 23 , 1, −1, 2) ∈S ⎢ 0 −2 ⎥
a) ⎣ ⎦∈W
b) O vetor (0, 0, 1, 1) �∈ S 0 1
⎡ ⎤
⎢ 0 2 ⎥
b) ⎣ ⎦ �∈ W
3 1
28) 29)
a) (7, −11, 2) = 3 · (2, −3, 2) − 1 · (−1, 2, 4) S = {(x, −5x + y, 5x − y, 2x); x, y ∈ R}
b) k = -88
c) a = 2α1 − α2 , b = −3α1 + 2α2 e c = 2α1 + 4α2

30)
a) Não são L.D.
b) São L.D.
c) Não são L.D.
d) São L.D.
255
GABARITO

31)
a) 6 e) 0 i) 4
b) − 6 f) 0 j) − 17
c) 6 g) 1 k) 4
d) 11 h) − 3 l) 0
m) 10

32)
√ 33)
√ 34)
2 26
�u e �v são ortogonais
2 26

35) 36) 37)


a) m = −1 ou m = 4 Demonstração (8, −8, −2)
� = (−3, −9)
b) w

38) 39) 40)


√
√ √ √ √ 
38 a) 2 2 3 7 3 3
,− ,−
√ 15 15 3
b) 2 3

41) 42) 43)


a) 8 a) − 2 28
b) − 8 b) 6
c) 8

44) 45) 46)


1 Demonstração Demonstração
GABARITO

UNIDADE II

1) 2) 3)


⎪ x = 1+a−b 25x + 12y + 3z − 1 = 0 −x + 3y + 2z − 3 = 0



a) y = −2 + 6a + 3b





z = 3 − 4a + b

b) O ponto E(2, 1, 0) pertence ao


plano π.
c) O sistema não tem solução, logo
F (1, 1, 1) não pertence ao plano π.

d) 53

4) 5) 6) √
13 42
x + 9y − 3z + 23 = 0 equação geral: −x + 3y − 3z + 19 = 0 cos θ = →θ∼
= 66, 34o
210
equação paramétrica:



⎪ x = 1 − 3p + 3q



⎪ y = −1 + p




z = 5 + 2p − q

7) 8) b)
⎧ ⎧
⎪ ⎪ −x + 3 −y + 2 −z + 4

⎪ x = 2 + 5λ ⎪
⎪ x = 3 − 4λ = = =λ

⎨ ⎪
⎨ 4 2 2
y = −1 + λ a) y = 2 − 2λ

⎪ ⎪


⎪ ⎪

⎩ ⎩ O ponto D não pertence a reta.
z = 3 − 5λ z = 4 − 2λ

O ponto C pertence a reta.

9) 10)
⎧ ⎧

⎪ x = 1−λ ⎪
⎪ x = −23λ

⎪ ⎪

⎨ ⎨
⎪ y = 2 + 2λ ⎪ y = −2 − 10λ

⎪ ⎪


⎩ ⎪

z = 5 z = 3 + 6λ

11)
257
GABARITO

a) b) c)
Os planos não são paralelos, São paralelos. Não são paralelos e nem coinci-
nem coincidentes. dentes.

12) 13) 14) 15)


k = 31 demonstração θ = arccos(0, 8870) ∼
= 27, 5o demonstração

16) √ √ √
4 3 5 14 3 2
a) b) c) 0. d)
3 14 2

17)
√ 18) 19)
7 1406
r e s são paralelas d(s, r) ∼
= 2, 8948
38
d(r, s) = 3, 2571

UNIDADE III

1)
Vértices: A1 (−3, 0) , A2 (3, 0), B1 (0, 2) e B2 (0, −2)
√ √
Focos: F1 (− 5, 0) e √ F2 ( 5, 0)
5
Excentricidade: e =
3


119
2) e =
12

x2 y2 15 ∼
3) + 2 = 1, focos: F1 (0, −15) e F2 (0, 15), excentricidade: e = = 0, 88.
172 8 17

x2 y2
4) Equação: + √ = 1.
152 ( 161)2

√ √
5) Focos: F1 (2 − 3, −1) e F2 (2 + 3, 1)

(x + 6)2 (y + 4)2
6) Equação reduzida: 2
+ = 1, centro: C(−6, −4), vértices: A1 (−11, −4) , A2 (−1, −4),
5 32
B1 (−6, −7) e B2 (−6, −1), focos: F1 (−10, 5) e F2 (−2, 5)
GABARITO

(x + 1)2 (y − 1)2
7) Equação: + = 1.
32 42


8) Centro: C(1, −2), vértices: A1 (−1, −2), A2 (3, −2), B1 (1, −8) e B2 (1, 4), focos: F1 (1, −2 − 32) e

F2 (1, −2 + 32), excentricidade: e = √632 ∼
= 1, 1.

√ √
9) Vértices: A1 (0, −3) e A2 (0, 3), focos: F1 (0, − 13) e F2 (0, 13), assı́ntotas: y = 32 x e y = − 32 x, excen-

13 ∼
tricidade: e = = 1, 20.
3

√ √ 5
10) Vértices: A1 (0, −1) e A2 (0, 1), focos: F1 (0, − 5) e F2 (0, 5), excentricidade: e = ∼= 1, 12
2

(x − 2)2 (y + 3)2 3
11) Equação: − = 1 e excentricidade e = .
4 5 2

√ √
12) Centro: C(−1, −3), vértices: A1 (0, −3) e A2 (0, 3), focos: F1 (−1, −3
√ − 51) e F2 (−1, −3 + 51),
7, 14 3, 8 7, 14 3, 8 68
assı́ntotas: y = x− ey=− x− , excentricidade: e = √ ∼ = 1, 16.
4, 12 3 4, 12 3 51

13) Foco: F (0, 5/2) e diretriz: y = −5/2.

14) ) Equação x2 = 16y, diretriz: y = −4

15) Vértice: V (3, 1), foco: F (3, 0) e diretriz: y = 2.

16) Vértice: V (5, 5; 1), foco: F (3, −1) e diretriz: x = 8.

17) Elipsoide

18) a) Esfera b) Elipsoide de revolução

19) a) Hiperboloide de 1 folha (z) b) Hiperboloide de 1 folha (x)

20) Hiperboloide de 2 folhas (y)


259
GABARITO

21) a) Paraboloide elı́ptico (z) b) Paraboloide elı́ptico (x)

22) Paraboloide hiperbólico (z)

23) a) Superfı́cie cônica (z) b) Superfı́cie cônica (x)

24)
a) Cilindro parabólico (z)
b) Cilindro elı́ptico (y)
c) Cilindro parabólico (x)
d) Cilindro hiperbólico (z)
e) Planos (z)
f ) Cilindro circular (z)

UNIDADE IV

1)
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎡ ⎤
⎢ 2 3 ⎥ ⎢ 2 −1 −2 ⎥
⎢ 1 0 −1 ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
a) A = ⎣ ⎦ b) A = ⎢
⎢ 5 6

⎥ c) A = ⎢
⎢ 1 4 −1 ⎥

3 2 1 ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
10 11 2 1 6
2) 3) ⎡ ⎤ 4)
2
S = {x = 23, y = 7} ⎢ 4 6 8 ⎥ w=3et=
At = ⎣ ⎦ 5
−5 8 10
5) ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 3 ⎥ ⎢ 6 −10 ⎥ ⎢ −5 63 ⎥
a) A+B = ⎣ ⎦ b) B + C − A = ⎣ ⎦ c) 2A − C + 5D − B = ⎣ ⎦
1 8 5 0 47 11
⎡ ⎤
⎢ −6 −9 ⎥
d) (A + B) − (C + D) = ⎣ ⎦
−8 3
GABARITO

6) ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 7 −22 −39 ⎥ ⎢ 17 60 79 ⎥
a) A · B = ⎣ ⎦ b) (C · A) · B = ⎣ ⎦
5 41 59 −1 230 353

7) ⎡ ⎤ 8) 9)

⎢ 7 0 ⎥ =A+B a) A afirmação é FALSA


B=⎣ ⎦
−2 5 b) A afirmação é VERDADEIRA
c) A afirmação é FALSA
d) A afirmação é VERDADEIRA
e) A afirmação é FALSA

10) ⎡ ⎤ . 11)

⎢ 2 −17 16 ⎥ b) B ·A não está a) B é a inversa de A


a) A · B = ⎣ ⎦
4 −13 4 definida b) B não é a inversa de A

12) ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
3 1 1
⎢ −1 2 ⎥ ⎢ 3 3 ⎥ ⎢ −2 6 ⎥
a) A−1 =⎣ ⎦ b) B −1 = ⎣ ⎦ c) C −1 =⎣ ⎦
5
2 2 − 19 2
9 3 −9

⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
27 1 11 1 1
⎢ 0 −2 1 ⎥ ⎢ −2 5 2 ⎥ ⎢ − 30 − 15 30 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
d) D−1 =⎢
⎢ 2

3 −2 ⎥ e) E −1 =⎢
⎢ 23 −4 − 12

⎥ f ) F −1 =⎢
⎢ 19 14 1 ⎥

⎣ ⎦ ⎣ 2 ⎦ ⎣ 60 30 60

−1 −1 1 − 17
2 3 1
2
1
− 10 − 15 1
10

13) 14) É verdadeiro.


x2 − y2 = 48

15) . 16) d) X = M −1 N −1 17) b)


a) -22 f ) 21 0<x<6
b) -13 g) -11
c) 46 h) 100
d) -21 i) -83
e) a2 + ab + b2 j) 0
261
GABARITO

18) 19) 20) 21)


É verdadeiro. e) λ2 − 4λ + 3 det(3 · A) = 189 a) S = (2, −1)
b) Não existe solução
c) S = (5, 2)
d) Não existe solução
e) Não existe solução
f ) Infinitas soluções
g) (0, 0, 0)

22) k = 0

23) Para k �= 1 e k �= 2 o sistema é possı́vel e determinado.


Para k = 1 e k = −2 o sistema é impossı́vel.

95
24) k = 3

25) S = (30, 30)

26) e) O sistema é impossı́vel.


⎛ ⎞
⎜ −4 ⎟
⎜ ⎟
27) X = ⎜⎜ 4 ⎟

⎝ ⎠
6
28) b) Possı́vel e determinado, com solução única (0,-9,-14).

29) Se k �= 2 o conjunto solução é dado por S = (0, 0, 0).


Se k = 2 o conjunto solução é da forma S = (3y, y, 2y).

UNIDADE V

1) 2) 3)
d) {0, 1, 1} T (x, y) = 5x − 2y a) v ∈ N uc T
b) v �∈ N uc T
c) v �∈ N uc T
d) v ∈ N uc T

4) Base = {(1, 0), (0, 1)} e dim(Im T ) = 2.


GABARITO

5)
a) Não temos autovalores para T e nem autovetores.
y
b) Autovalores = 1, 2 e -1; Autovetores = (x, −x, −x),(0, 0, z) e (0, y, − )
3
c) Autovalores = 1 e -1; Autovetores = a2 +⎡bx + b e ⎤ −b
bx ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 2c 3c ⎥ ⎢ −2c c ⎥ ⎢ −c 0 ⎥
d) Autovalores = 1, -1 e -2; Autovetores = ⎣ ⎦, ⎣ ⎦e⎣ ⎦
c d c 0 c 0

6)
a) Autovalores = 0 e 4; Autovetores = (x, −x) e (x, x)
y
b) Autovalores = 0 e 2; Autovetores = (−y − 2z, y, z) e (0, y, −y) e (0, y, − )
3
c) Autovalores = 0, 2 e 4; Autovetores = (0, 0, 0, w),(x, 0, 0, 0) e (−z, −2w, z, w)

7) T (x, y, z) = (x + 2y − 2z, −x − 2y + 4z, −x − y + 3z)

8) λ = 1

9) u não é autovetor de A.

10) λ = 0

11) λ = 2 é autovalor de A.

12) a = b = c = d = e = f = 1

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