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Departamento de Matemática
Álgebra Linear
Cursos: LMAC e LEFT
Exercı́cios sobre espaços vetoriais com produto interno
(Os exercı́cios marcados com ∗ têm um conteúdo mais teórico.)
S = {(1, 1, 1), (2, 2, 2)} X = {(1, 2, 1), (0, −1, 3), (11, 1, −3)}
1
(a) Mostre que a função h·, ·i : V × V → R definida por
é um produto interno em V .
(b) Determine uma base ortogonal para V (isto é, uma base de V que seja um conjunto
ortogonal).
(c) Determine a matriz da métrica (ou de Gram) deste produto interno com respeito à
base ordenada B = (1, t, t2 )
5. Considere o espaço vetorial C([0, π], R) das funções contı́nuas de [0, π] para R com o
produto interno usual dado por
ˆ π
hf, gi = f (x)g(x)dx
0
6. Determine um produto interno em R2 para o qual {(1, 2), (−1, 1)} seja uma base ortonor-
mada (isto é uma base que forma um conjunto ortonormado).
V = {(z1 , z2 , z3 , z4 ) ∈ C4 : z1 + z2 + iz3 = 0}
de C4 .
2
(b) Determine a matriz da métrica para este produto interno com respeito à base
1 2 1 0 0 −1 0 0
, , ,
−1 0 0 1 2 0 2 −3
para M2×2 (R).
1 2
(c) Qual é a matriz simétrica mais próxima de ?
1 0
10. Seja V um espaço vetorial (real ou complexo) com produto interno h·, ·i, e S ⊂ V .
(a) Mostre que S ⊥ = {v ∈ V : hx, vi = 0 para todo o x ∈ S} é um subespaço vetorial
de V .
(b) Mostre que L(S) ⊂ (S ⊥ )⊥ .
∗ 11. Seja V um espaço vetorial e h·, ·i um produto interno em V . Recorde que o dual de V é
o espaço vetorial V ∗ das transformações lineares de V para o corpo dos escalares (R ou
C). Para cada v ∈ V seja φv ∈ V ∗ o elemento definido pela fórmula
φv (w) = hv, wi
(a) Mostre que se V é real e tem dimensão finita, a aplicação v 7→ φv é um isomorfismo
entre V e o seu dual.
(b) Se V é um espaço vetorial complexo define-se o espaço vetorial conjugado V como
sendo o mesmo conjunto V , com a mesma operação de soma de vetores mas com
uma nova operação ·V de multiplicação por escalar definida em termos da operação
de produto por escalar em V por
α ·V v = α · v
Mostre que se V é um espaço vetorial complexo de dimensão finita, a aplicação
v 7→ φv determina um isomorfismo entre V e V ∗ .
∗ 12. Seja V um espaço vetorial real ou complexo. Uma função k · k : V → R+
0 diz-se uma
norma se
kvk = 0 ⇒ v = 0, kαvk = |α|kvk, kv+wk ≤ kvk+kwk para todos os α, v, w
(a) Verifique que se uma norma provém de um produto interno então é válida a identi-
dade do paralelogramo (que relaciona o comprimento das diagonais de um paralel-
ogramo com os comprimentos das arestas):
2kvk2 + 2kwk2 = kv + wk2 + kv − wk2
Pode mostrar-se que, reciprocamente, se a identidade acima é satisfeita, então a
norma provém de um produto interno dado pela expressão:
1
hv, wi = (kv + wk2 − kv − wk2 )
4
3
(b) Mostre que a função de Rn para R+
0 definida pela expressão
∗ 13. Relação entre os produtos internos real e complexo. Seja (V, h·, ·i) um espaço
vetorial complexo de dimensão finita. Recorde que V tem uma estrutura natural de
espaço vetorial real, restringindo o produto por escalar aos números reais. Neste exercı́cio
designamos este espaço vetorial real por VR .
Que condição tem J que verificar para que g e ω possam ser obtidos de um produto
interno complexo pelo procedimento da alı́nea (a)?
14. Seja V um espaço vetorial com produto interno. Determine em que condições é que a
igualdade kx + yk = kxk + kyk se verifica, e mostre que kx + yk ≥ |kxk − kyk| para
todos os x, y ∈ V .
15. Mostre que a reflexão no plano perpendicular a um vetor u ∈ Rn \ {0} é dada pela
fórmula
hu, vi
R(v) = v − 2 proju (v) = v − 2 u
hu, ui
4
16. Determine uma base ortonormada para R4 (com o produto interno usual) que contenha
os vetores ( √12 , 0, √12 , 0) e (− √13 , 0, √13 , √13 ), e calcule as coordenadas do vetor (1, 2, 3, 4)
nessa base.
17. Considere o produto interno usual em Rn . Sendo (u1 , . . . , uk ) uma base ortonormada
para o subespaço U ⊂ Rn e A a matriz n × k que tem os vetores u1 , . . . , uk como
colunas, mostre que a matriz que representa a projeção ortogonal PU com respeito à
base canónica é AAT . Sugestão: Pense qual é o significado da matriz coluna que se
obtém multiplicando um vetor por AT .
18. Determine a expressão para a projeção ortogonal de R4 (com o produto interno usual)
no plano
{(x, y, z, w) ∈ R4 : x + y + w = 0, y + z + 2w = 0}
Justifique.
20. Considere o produto interno em R3 que tem {(1, 0, 1), (0, 1, 0), (1, 0, −1)} como base
ortonormada.
(a) Determine uma base ortonormada (relativamente à restrição deste produto interno)
para o subespaço U = {(x, y, z) : x + y + z = 0}.
(b) Decomponha o vetor (1, 2, −1) como a soma de um vetor em U e de outro em U ⊥ .
21. Considere o produto interno em M2×2 (R) dado por hA, Bi = tr(AT B).
1 2 1 1
(a) Calcule o ângulo entre as matrizes e .
−1 0 1 1
1 2
(b) Determine a projeção ortogonal de no subespaço
−1 0
U = {A ∈ M2×2 (R) : tr A = 0}.
22. Determine a expressão para a projeção ortogonal do espaço dos polinómios de grau menor
ou igual que 2 no subespaço dos polinómios
´1 de grau menor ou igual a 1 com respeito ao
produto interno definido por hp, qi = 0 p(x)q(x)dx.
23. Considere o espaço C([0, π], R) das funções contı́nuas com o produto interno usual.
Determine a projeção ortogonal de f (x) = x no subespaço gerado pelas funções sen x,
sen(2x) e sen(3x). Veja o gráfico da função obtida num computador.
24. Determine
(a) A equação cartesiana de uma reta que é perpendicular ao plano −x + 2y + 3z = 1
e que passa pelo ponto (1, 0, 0).
(b) A equação cartesiana de um plano U ⊂ R4 que é perpendicular aos vetores (1, 0, 2, 1)
e (0, 1, 2, −1) e passa pelo ponto (1, 1, 1, 1).
5
25. Calcule as seguintes distâncias (sempre para o produto interno usual no Rn indicado).
26. Mais sobre ângulos. Considere Rn com o seu produto interno usual. O ângulo entre
dois subespaços não nulos U, V ⊂ Rn tais que U ∩ V = {0} define-se como o mais
pequeno ângulo entre vetores (não nulos) u ∈ U e v ∈ V .
(a) A reta y = ax + b que melhor aproxima os pontos (−1, 2), (0, 3), (2, 6) ∈ R2 .
(b) A função da forma α cos x+β sen x cujo que melhor aproxima os pontos (− π2 , 1), (0, 0), ( π2 , 2).
(c) O polinómio do segundo grau que melhor aproxima os pontos (0, 0), (1, 1), (2, 2), (−1, 1).
(d) O plano z = a+bx+cy que melhor aproxima os pontos (0, 0, 0), (1, 0, 1), (−1, 2, 0), (1, 2, 3).
28. Seja V um espaço vetorial com produto interno. Mostre que as seguintes afirmações
acerca de uma transformação T : V → V são equivalentes:
(i) T é unitária/ortogonal.
(ii) T é uma isometria, isto é kT (x) − T (y)k = kx − yk para todos os x, y ∈ V .
(iii) T envia a esfera unitária de V nela própria, isto é kT (x)k = 1 para todo o x ∈ V
com kxk = 1.
29. Diga se existe uma matriz simétrica real com os vetores próprios indicados e em caso
afirmativo ache uma
6
(a) Vetores próprios (1, −1, 1), (1, 1, −1) com valores próprios 1, 2.
(b) Vetores próprios (1, −1, 1), (1, 1, −1) ambos com valor próprio 1.
(c) Vetores próprios (1, 0, −1), (1, 1, 1), (1, −2, 1) com valores próprios −1, 0, 1 respeti-
vamente.
30. Classifique as seguintes formas quadráticas.
(a) f (x, y) = 3x2 + xy − y 2
(b) f (x, y) = x2 + 2xy + y 2
(c) f (x, y) = −x2 + 3xy − 3y 2
1 4 x
(d) f (x, y) = x y
0 1 y
(e) f (x, y, z) = x2 + 2xy + xz − y 2 + yz + z 2
31. Determine em cada caso se a curva plana é uma elipse, uma hipérbole ou uma parábola
e ache os eixos.
(a) 2x2 + xy + 3y 2 = 5
(b) x2 + 2xy + y 2 + x − y = 3
(c) x2 + 4xy + y 2 = 1
32. Escreva uma expressão para as seguintes transformações ortogonais de R3 :
(a) Rotação de 30 graus em torno do eixo (1, 1, 0) num sentido que parece o horário
quando visto do ponto (10, 10, 0).
(b) Rotação de 45 graus em torno do eixo dos zz num sentido que parece o anti-
horário quando visto de muito acima do plano xy, seguida de uma reflexão no plano
ortogonal ao vetor (0, 1, −1).
1 1 1 1 1
2
+ √
2 2
− 2
+ √
2 2
− 2
33. Determine o eixo e o ângulo da rotação descrita pela matriz − 12 + 2√1 2 21 + 2√1 2 − 21
1 1 √1
2 2 2
34. Seja V o espaço vetorial dos polinómios de grau ≤ 2 com o produto interno definido por
e W = M2×2 (R) com o produto interno definido por hA, Bi = tr(AT B). Sendo T : V →
W a transformação linear definida por
p(1) p(0) + p(1)
T (p) =
p(−1) p(2)
calcule a transformação adjunta T ∗ : W → V .
7
35. (a) Sendo A ∈ Mn×n (R) uma matriz simétrica semi-definida positiva, mostre que existe
uma única matriz simétrica definida positiva B tal que B 2 = A (que se chama a
raı́z quadrada simétrica de A). Sugestão: Diagonalize.
(b) Conclua que toda a matriz simétrica definida positiva é a matriz da métrica do
produto interno usual em Rn com respeito a alguma base de Rn .
(c) Calcule s
2 1
1 2
Sugestão: Diagonalize.
39. Seja A ∈ Mm×n (R) e A = U1 DU2 uma decomposição singular de A e suponha que
σ1 , . . . , σk são os valores singulares de A. Mostre que:
• A caracterı́stica de A é k.
• As primeiras k colunas de U1 são uma base ortonormada para EC(A) e as restantes
m − k uma base ortonormada para N (AT ).
• As primeiras k linhas de U2 são uma base ortonormada para EL(A) e as últimas
n − k são uma base ortonormada para N (A).
40. Mais sobre rotações. Seja O(n) = {A ∈ Mn×n (R) : At A = I} o conjunto das
transformações ortogonais de Rn (que se costuma chamar o grupo ortogonal).
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(b) Mostre que
cos α − sen α
SO(2) = : α ∈ [0, 2π]
sen α cos α
cos α sen α
O(2)− = : α ∈ [0, 2π]
sen α − cos α
(c) Mostre que os elementos de O(2)− são reflexões (na reta gerada por (cos α2 , sen α2 ))
e que os elementos de SO(2) se podem escrever como o produto de duas reflexões.
(d) Dada A in O(3) mostre que existe uma base ortonormada de R3 na qual a expressão
de A é da forma
1 0 0 −1 0 0
0 cos α − sin α ou 0 cos α − sin α
0 sin α cos α 0 sin α cos α
∗ 41. A norma de uma matriz quadrada. Seja V 6= {0} um espaço vetorial de dimensão
finita com produto interno e T : V → V um endomorfismo. Define-se a norma de T por
kT (v)k
kT k = sup
v∈V \{0} kvk
(a) Mostre que kT k está bem definida, isto é, que o conjunto { kTkvk
(v)k
: v ∈ V \ {0}} é
limitado superiormente.
(b) Mostre que para todo o v ∈ V se tem kT (v)k ≤ kT kkvk.
(c) Mostre que T 7→ kT k é de facto uma norma no espaço vetorial L(V, V ) (veja o
exercı́cio 12).
(d) Mostre que se T é diagonalizável por uma base ortogonal então kT k = max{|λ1 |, . . . , |λk |}
onde λi são os valores próprios de T .
9
p
(e) Mostre que, em geral, kT k = kT ∗ T k, isto é, a norma é o maior dos valores
singulares de T .
2 1 1
(f) Para o produto interno usual em R , calcule a norma de .
0 1
(g) A exponencial de matrizes. O limite de uma sucessão de vetores num espaço de
dimensão finita é definido coordenada a coordenada (em qualquer base). Mostre
que para qualquer T ∈ L(V, V ) a expressão
∞
X 1 n
v 7→ T (v)
n=0
n!
3t t
define um endomorfismo de V (que se denota por eT ). Calcule e 0 3t .
∗ 42. Este exercı́cio caracteriza as transformações lineares que são diagonalizávels com respeito
a uma base ortogonal. Uma matriz A ∈ Mn×n (C) diz-se normal se A∗ A = AA∗ .
10