Produto interno Ficha 3 (parte 1) - Exercı́cios

Produto interno, normas, ângulos, vectores ortogonais: secções 2.1 e 2.2 de [TA]

1. Diga porque razão as aplicações · | · : R2 × R2 → R definidas, para quaisquer vectores

x = (x1 , x2 ), y = (y1 , y2 ) ∈ R2 , por:
(a) x | y = 3x1 y1 + x1 y2 + x2 y2 (b) x | y = 3x21 + 2y12 + 3x2 y2
(c) x | y = 3x1 y1 + 2x1 y2 + x2 y1 + x2 y2 (d) x | y = x1 y1 + 2x1 y2 + 2x2 y1 + x2 y2
não definem um produto interno em R2 , respectivamente.

2. Verifique se alguma das expressões seguintes define um produto interno em C2 :

(a) x | y = x1 y1 + x2 y2 ,
(b) x | y = x1 y1 + (1 − i)x1 y2 + (1 + i)x2 y1 + x2 y2 ,
(c) x | y = 2x1 y1 + ix1 y2 − ix2 y1 + x2 y2 ,
onde x = (x1 , x2 ), y = (y1 , y2 ) ∈ C2 .

3. Determine um produto interno “· | ·′′ em R2 tal que (1, 0) | (0, 1) = 2.

4. Considere, em R3 , a aplicação · | · : R3 × R3 → R definida, para quaisquer vectores

x = (x1 , x2 , x3 ), y = (y1 , y2, y3 ) ∈ R3 , por:
x | y = x1 y1 + x1 y3 + x3 y1 + 2x2 y2 + x2 y3 + x3 y2 + 4x3 y3 .
(a) Prove que “· | ·′′ é um produto interno em R3 .
(b) Calcule (1, 0, 1) | (1, −1, 2), (1, 0, 1) | (0, −5, 1), k(1, 0, 1)k e k(1, −1, 2)k.
(c) Determine os ângulos ∠((1, 0, 1), (1, −1, 2)) e ∠((1, 0, 1), (0, −5, 1)).

5. Considere R2 munido do produto interno canónico “· | ·′′ . Sejam u = (1, 2), v = (−1, 1) ∈
R2 . Determine, caso exista, w ∈ R2 tal que u | w = −1 e v | w = 3.

6. Que condições devem satisfazer os vectores u, v ∈ R3 para que sejam válidas as seguintes
relações?
(a) ku + vk = ku − vk (b) ku + vk > ku − vk (c) ku + vk < ku − vk

7. Seja E um espaço vectorial real munido de um produto interno “· | ·′′ e seja T : E → E

um endomorfismo de E. Dizemos que T é uma isometria se T (u) | T (v) = u | v, para
quaisquer u, v ∈ E. Mostre que são equivalentes as afirmações seguintes:
(i) T é uma isometria,
(ii) kT (u)k = kuk para todo u ∈ E,
(iii) kT (u) − T (v)k = ku − vk para quaisquer u, v ∈ E,

21003 - Álgebra Linear II 1

 8. Seja T : R2 → R2 um endomorfismo de R2 munido do produto interno canónico.

(a) Seja θ ∈ R fixo. Suponhamos que T (x, y) = (x cos θ − y sen θ, x sen θ + y cos θ).
Mostre que T é uma isometria.
 
2 1 2
(b) Seja B uma base ortonormada de R . Suponhamos que M(T ; B, B) = .
−2 1
Mostre que T não é uma isometria.

9. Seja M2×2 (R), o espaço vectorial constituı́do por todas as matrizes quadradas 2×2 com
coeficientes reais.

(a) Mostre que A | B = tr(AT B), onde tr denota o traço, é um produto interno em
M2×2 (R).
 √   √ 
1 2 1 2
(b) Considere as matrizes A = ,B= . Determine kAk, kBk, ∠(A, B).
0 1 0 0
(c) Averigúe se T : M2×2 (R) → M2×2 (R), definida por T (A) = AT , para todo A ∈
M2×2 (R), é uma isometria.

10. Seja E um espaço vectorial real ou complexo munido de um produto interno.

(a) Prove a lei dos co-senos:

ku − vk2 = kuk2 + kvk2 − 2kukkvk cos ∠(u, v) u u−v

v
(b) Considere
√ um triângulo △ABC cujas medidas dos lados são AB = AC = 1, BC =
~ ~
3. Determine ∠(AB, AC).

11. Suponha Rn munido dum produto interno. Sejam u, v ∈ Rn . Prove que |u | v| = kukkvk
se e só se u = λv para algum λ ∈ R.

12. Considere R3 , munido do produto interno canónico. Seja u1 = (1, 1, 1) ∈ R3 .

(a) Determine vectores u2 , u3 ∈ R3 linearmente independentes e ortogonais a u1 .

(b) Determine uma base ortogonal para R3 que inclua o vector u1 .

Matriz da métrica, processo de Gram-Schmidt: secção 2.3 de [TA]

13. Determine as matrizes da métrica dos produtos internos definido pelas expressões:

(a) x | y = 3x1 y1 − ix2 y1 + x3 y1 + ix1 y2 + x2 y2 + x1 y3 + x3 y3 , em relação à base canónica

de C3 .
(b) x | y = x1 y1 + x1 y3 + x3 y1 + 2x2 y2 + x2 y3 + x3 y2 + 4x3 y3 , em relação à base canónica
de R3 .

2 Ana L. Correia
 14. Seja E um espaço unitário de dimensão 3. Justifique que não existe um produto interno
em E cuja matriz da métrica, com respeito a uma base B = (e1 , e2 , e3 ) de E, seja:
     
1 0 0 2 1 0 1 1 0
(a) 0 2 0 (b) −1 2 1 (c) 1 2 i 
0 0 i 0 1 4 0 −i 1

15. Considere R3 , munido do produto interno canónico. Sejam a, b ∈ R \ {0}. Considere

a base B = ((1, 0, 0), (1, a, 0), (1, a, b)) de R3 . Use o processo de Gram-Schmidt para
ortogonalizar esta base.

16. Seja “· | ·” um produto interno em R2 e seja B = (e1 , e2 ) uma base de R2 tal que
ke1 k = 1, ke2 k = 2 e ∠(e1 , e2 ) = π3 . Determine:

(a) A matriz da métrica de “· | ·” com respeito à base B.

(b) A expressão geral do produto interno “· | ·”.
(c) α ∈ R tal que αe1 + e2 seja ortogonal a 2e1 + e2 .
(d) Uma base ortonormada para (R2 , · | ·).

17. Seja (E, · | ·) um espaço euclidiano

√ de dimensão√3 e seja B = (e1 , e2 , e3 ) uma base de
E tal que ke1 k = 1, ke2 k = 3, ke1 + e3 k = 5, e1 | e2 = 0, e2 | (e1 + e3 ) = 0 e
e1 | (e1 + e3 ) = 0. Determine:

(a) A matriz da métrica de “· | ·” com respeito à base B.

(b) A matriz da métrica de “· | ·” com respeito à base B′ = (e1 , e1 + e2 , e1 + e2 + e3 ).

18. Seja “· | ·” um produto interno em C3 definido por

x | y = 2x1 y1 + x1 y2 + x2 y1 + 2x2 y2 + x2 y3 + x3 y2 + 3x3 y3 ,

para todos x = (x1 , x2 , x3 ), y = (y1 , y2 , y3 ) ∈ C3 . Determine

a matriz da métrica de
“· | ·” com respeito à base B = (i, 1, 0), (−1, i, 1), (0, 1, −i) .

3
19. Seja “· | ·” um produto interno
 em R definido,
 em relação à base B = (1, 1, 1), (1, −1, 0),

1 0 0
(1, 0, 1) , pela matriz G = 0 2 −1 . Determine:
0 −1 3

(a) (2, 0, 1) | (2, −1, 1).

(b) A matriz da métrica de “· | ·” com respeito à base canónica de R3 .
(c) A expressão geral do produto interno “· | ·”.
(d) Uma base de R3 tal que a matriz da métrica,com respeito a essa base, seja diagonal.

21003 - Álgebra Linear II 3

Produto interno Ficha 3 (parte 1) - Soluções

1. Neste exercı́cio A1 - A4 designam os axiomas da definição 2.1 do [TA].

(a) Falha o axioma A3 (b) Falham os axiomas A1, A2, A3.
(c) Falha o axioma A3. (d) Falha o axioma A4.
2. Neste exercı́cio A1 - A4 designam os axiomas da definição 2.10 do [TA].
(a) Falham os axiomas A2 e A3. (b) Falha o axioma A4. (c) Falha o axioma A3.
3. Escreva x = (x1 , x2 ) = x1 (1, 0) + x2 (0, 1) e y = (y1 , y2) = y1 (1, 0) + y2 (0, 1) e use A1.
Por exemplo: x | y = 2x1 y1 + 2x1 y2 + 2x2 y1 + 4x2 y2 , uma vez que é bilinear, simétrica e
x | x = (x1 + 2x2 )2 + x21 ≥ 0 e x | x = 0 se e só se x = 0.
√ √
4. (b) (1, 0, 1) | (1, −1, 2) = 11, (1, 0, 1) | (0, −5, 1) = 0, k(1, 0, 1)k = 7 e k(1, −1, 2)k = 19.
(c) ∠((1, 0, 1), (1, −1, 2)) = arccos √711 √ , ∠((1, 0, 1), (0, −5, 1)) = π
19 2

5. w = (−7/3, 2/3).
6. (a) u e v são ortogonais (b) 0 ≤ ∠(u, v) < π/2 (c) π/2 < ∠(u, v) ≤ π
7. Para provar (iii) =⇒ (i) usar a hipótese (iii) com u e v genéricos e usar (iii) com v = 0
(e com u = 0), para concluir que −2(T (u) | T (v)) = −2(u | v).
8. (a) Provar que kT (x, y)k = k(x, y)k para todo o (x, y) ∈ R2 , usando a identidade
sen2 θ + cos2 θ = 1.  
1 2
(b) Se B = (u, v) como M(T ; B, B) = , então T (u) = u − 2v. Logo kT (u)k =
−2 1
√
ku − 2vk = 5 6= 1 = kuk e, portanto, T não é uma isometria de R2 .
√ √
9. (b) kAk = 2, kBk = 3, ∠(A, B) = arccos 23 = π6 .
(c) Sim, porque T (A) | T (A) = tr(AAT ) = tr(AT A) = A | A.
10. (a) Desenvolver ku − vk2 e usar a definição de cos ∠(u, v).
~ v = AB
(b) Fazer u = AC, ~ e usar (a), para deduzir que ∠(u, v) = 2π
.
3

11. “⇒” Usar |u | v| = kukkvk para mostrar que | cos ∠(u, v)| = 1. Logo ∠(u, v) = 0 ou
∠(u, v) = π e, portanto, u = λv para algum λ > 0 ou u = λv para algum λ < 0.
“⇐” Supondo u = λv, então kukkvk = kλvkkvk = |λ|kvk2 = |λ(v | v)| = |u | v|.

12. (a) Temos que (1, 1, 1) | (a, b, c) = 0 ⇐⇒ a + b + c = 0. Por exemplo u2 = (−1, 1, 0) e

u3 = (0, −1, 1) satisfazem os requisitos.
(b) Como (−1, 1, 0) | (0, −1, 1) = −1 6= 0 então (u1, u2 , u3 ) é uma base de R3 mas não
é ortogonal para o produto interno canónico. Podemos considerar u1 = (1, 1, 1) e
u2 = (−1, 1, 0) e determinar um vector ortogonal a ambos:
( (
a+b+c = 0 c = −2b
(a, b, c) | (1, 1, 1) = 0 = (a, b, c) | (−1, 1, 0) ⇔ ⇔ .
−a + b = 0 a=b
Por exemplo, u3 = (1, 1, −2) é tal que (u1 , u2, u3 ) é uma base ortogonal de R3 para
o produto interno canónico.

4 Ana L. Correia
    
3 i 1 1 0 1
13. (a) −i 1 0. (b) 0 2 1.
1 0 1 1 1 4

14. (a) Não - porque e3 | e3 = i 6∈ R (ver axioma A4 de p. interno).

(b) Não - porque e1 | e2 = 1 6= −1 = e2 | e1 .
(c) Não - porque porque a matriz não é invertı́vel.

15. A base ortogonal
obtida pelo processo de ortogonalização de Gram-Schmidt é (1, 0, 0),
(0, a, 0), (0, 0, b) .
 
1 1
16. (a) G = .
1 4
(b) x | y = x1 y1 + x2 y1 + x1 y2 + 4x2 y2 , onde x = x1 e1 + x2 e2 , y = y1 e1 + y2 e2 .
(c) α = −2.
(d) Pelo
√ processo√ de Gram-Schmidt obtém-se, ortogonalizando a base canónica, (e1 ,
− 3/3e1 + 3/3e2 ). Alternativamente, pode-se recorrer à alı́nea anterior e consi-
−2e1 +e2 2e1 +e2
 √ √
derar a base k−2e1 +e2 k , k2e1 +e2 k = (−e1 + 1/2e2 , 3/3e1 + 3/6e2 ).

 
1 0 −1
17. (a) G =  0 3 0 .
−1 0 6
 
1 1 0
(b) G′ = P T GP = 1 4 3, onde P = M(id; B′ , B) - usa o Teorema 2.50.
0 3 8
 
4 1 − 4i 2 + 2i
18. G′ = P T [ei | ej ]P = 1 + 4i 7 −1 + 5i, onde (e1 , e2 , e3 ) é a base canónica de
2 − 2i −1 − 5i 5
C3 e P = M(id; B, b.c C3 ) - usa o Teorema 2.50.

19. (a) Temos que (2, 0, 1) = (1, 1, 1) + (1,−1,

 0) e (2, −1, 1) = (1, −1, 0) + (1, 0, 1). Assim
  0
(2, 0, 1) | (2, −1, 1) = 1 1 0 G 1 = 1.
1
 
8 5 −12
(b) G′ = P T GP =  5 4 −8 , onde P = M(id; b.c R3 , B) = M(id; B, b.c R3 )−1
−12 −8 19
(c) (x1 , x2 , x3 ) | (y1 , y2, y3 ) = 8x1 y1 + 5x1 y2 + 5x2 y1 − 12x1 y3 − 12x3 y1 + 4x2 y2 − 8x2 y3 −
8x3 y2 + 19x3 y3 .
(d) Como G é mais simples que G′ vamos ortogonalizar a base B (e não a base canónica).
Aplicando o processo

de Gram-Schmidt obtemos a base ortogonal (1, 1, 1), (1, −1, 0),
(3/2, −1/2, 1) .

21003 - Álgebra Linear II 5

Produto interno Ficha 3 (parte 1) - Resolução detalhada

3. Seja B = (1, 0), (0, 1) a base canónica de R2 . Então dados quaisquer x = (x1 , x2 ), y =
(y1 , y2 )R2 temos x = x1 (1, 0) + x2 (0, 1) e y = y1 (1, 0) + y2 (0, 1). Queremos que
(1, 0) | (0, 1) = 2, logo também terá de ser, por simetria, que (0, 1) | (1, 0) = 2. Assim,



x | y = x1 (1, 0) + x2 (0, 1) | y1 (1, 0) + y2 (0, 1)
= x1 (1, 0) | y1 (1, 0) + x1 (1, 0) | y2 (0, 1) + x2 (0, 1) | y1 (1, 0) + x2 (0, 1) | y2 (0, 1)
= x1 y1 (1, 0) | (1, 0) + x1 y2 (1, 0) | (0, 1) +x2 y1 (0, 1) | (1, 0) +x2 y2 (0, 1) | (0, 1)
| {z } | {z }
2 2

= x1 y1 (1, 0) | (1, 0) + 2x1 y2 + 2x2 y1 + x2 y2 (0, 1) | (0, 1)

Por outro lado, terá de ser

(1, 0) | (1, 0) > 0 , (0, 1) | (0, 1) > 0,

mas nem todas as escolhas positivas originam um produto interno. Por exemplo, para a
escolha
(1, 0) | (1, 0) = 2 , (0, 1) | (0, 1) = 4,
obtemos a expressão:

x | y = 2x1 y1 + 2x1 y2 + 2x2 y1 + 4x2 y2 .

Temos, no entanto, que garantir que se trata de um produto interno em R2 . Por cons-
trução os axiomas A1 - A3 da def. de produto interno verificam-se. Resta ver A4:

x | x = 2x21 + 4x1 x2 + 4x22 = (x1 + 2x2 )2 + x21 ≥ 0;

( (
x1 + 2x2 = 0 x2 = 0
x | x = 0 ⇐⇒ ⇐⇒ .
x1 = 0 x1 = 0

Note que se escolhermos (1, 0) | (1, 0) = 1, (0, 1) | (0, 1) = 1 obtemos

x |1 y = x1 y1 + 2x1 y2 + 2x2 y1 + x2 y2 .

Mas “· | ·1 ” não é um produto interno em R2 porque falha A4:

(1, −1) |1 (1, −1) = 1 − 2 − 2 + 1 = −2 < 0.

6. Temos
• ku + vk2 = (u+v) | (u+v) = u | u+u | v +v | u+v | v = kuk2 + 2(u | v) + kvk2 ;

• ku − vk2 = (u−v) | (u−v) = u | u−u | v −v | u+v | v = kuk2 − 2(u | v) + kvk2 .

(a) Temos

ku + vk = ku − vk ⇐⇒ ku + vk2 = ku − vk2 ⇐⇒ 2(u | v) = −2(u | v)

positivos

⇐⇒ u | v = −u | v ⇐⇒ u | v = 0 ⇐⇒ u ⊥ v.

6 Ana L. Correia
 (b) Temos
ku + vk > ku − vk ⇐⇒ ku + vk2 > ku − vk2 ⇐⇒ 2(u | v) > −2(u | v)
positivos
u|v π
⇐⇒ u | v > 0 ⇐⇒ cos ∠(u, v) = > 0 ⇐⇒ 0 ≤ ∠(u, v) <
kukkvk 2

(c) Analogamente a (b) obtemos

π
ku + vk < ku − vk ⇐⇒ ≤ ∠(u, v) < π.
2
7. Vamos provar que: (i) =⇒ (ii) =⇒ (iii) =⇒ (i).
p p
(i) =⇒ (ii): Temos, para todo u ∈ E, kT (u)k = T (u) | T (u) = u | u = kuk.
def. hip.

(ii) =⇒ (iii): Temos, para quaisquer u, v ∈ E,

kT (u) − T (v)k = kT (u − v)k = ku − vk.
T linear hip.

(iii) =⇒ (i): Sejam u, v ∈ E quaisquer. Por hipótese kT (u) − T (v)k = ku − vk. Ora,
por um lado,
kT (u) − T (v)k2 = (T (u) − T (v)) | (T (u) − T (v))
= T (u) | T (u) − T (u) | T (v) − T (v) | T (u) + T (v) | T (v)
= kT (u)k2 − 2(T (u) | T (v)) + kT (v)k2.
Analogamente
ku − vk2 = kuk2 − 2(u | v) + kvk2 .
Portanto, temos
(∗) kT (u)k2 − 2(T (u) | T (v)) + kT (v)k2 = kuk2 − 2(u | v) + kvk2.
Por outro lado, da mesma hipótese kT (u) − T (v)k = ku − vk podemos concluir que
kT (u)k = kuk e que kT (v)k = kvk, fazendo primeiro v = 0E e depois u = 0E - note-se
que podemos fazer isto porque esta igualdade é válida para todos os vectores u, v ∈ E.
Portanto de (*) concluı́mos que
T (u) | T (v) = u | v,
o que prova que T é uma isometria, ou seja prova (i).

8. (a) Atendendo ao exercı́cio 7 temos que

T é uma isometria ⇐⇒ kT (x, y)k = k(x, y)k, para todos (x, y) ∈ R2 .
Seja (x, y) ∈ R2 qualquer. Temos
p
kT (x, y)k = (x cos θ − y sen θ, x sen θ + y cos θ) | (x cos θ − y sen θ, x sen θ + y cos θ)
p
= x2 cos2 θ − xy cos θ sen θ − yx sen θ cos θ + y 2 sen2 θ + x2 sen2 θ+
+xy sen θ cos θ + yx cos θ sen θ + y 2 cos2 θ
p p
= x2 (cos2 θ + sen2 θ) + y 2 (sen2 θ + cos2 θ) = x2 + y 2
sen2 θ+cos2 θ=1

= k(x, y)k
prod. int.
canónico

21003 - Álgebra Linear II 7

  
2 1 2
(b) Por hipótese B = (u, v) é uma base o.n. de R e temos que M(T ; B, B) = .
−2 1
Logo T (u) = 1u − 2v = u − 2v e T (v) = 2u + v. Como B = (u, v) é uma base o.n., temos
u | u = kuk2 = 1 , u | v = v | u = 0 , v | v = kvk2 = 1.
Assim
p p
kT (u)k = ku − 2vk = (u − 2v) | (u − 2v) = u | u − 2(u | v) − 2(v | u) + 4(v | v)
√
= 5 6= 1 = kuk.
Portanto, pelo exercı́cio 7, T não é uma isometria.

9. (a) Com a definição de produto interno dada, verificar os axiomas A1 - A4. Por exemplo:
T T
A1) (A + A′ ) | B = tr((A + A′ )T B) = tr((AT + A′ )B) = tr(AT B + A′ B)
T
= tr(AT B) + tr(A′ B) = A | B + A′ | B
 
a11 a12
A4) A | A = tr(A A) =T
a211 + a212 + a221 + a222 ≥ 0 − supondo A =
a21 a22
A | A = 0 ⇐⇒ a211 + a212 + a221 + a222 = 0 ⇐⇒ a11 = a12 = a21 = a22 = 0
 
0 0
⇐⇒ A =
0 0
Verifique A2 e A3!
(b) Temos
  √   √    √   √ 
√1 0 1 2 1 2 √1 0 1 2 1 2
T
A A= = √ T
, B B= = √
2 1 0 1 2 3 2 0 0 0 2 2
Assim tr(At A) = 4 e tr(B t B) = 3 e, portanto,
p p √ p p √
kAk = A | A = tr(AT A) = 4 = 2 , kBk = B | B = tr(B T B) = 3.
Por outro lado,
  √   √ 
1 0 1 2 1 2
AT B = √ = √ , A | B = tr(AT B) = 3.
2 1 0 0 2 2
portanto, √
A|B 3 3 π
∠(A, B) = arccos = arccos √ = arccos = .
kAkkBk 2 3 2 6

(c) Sabemos,de Álgebra Linear I, que:

(1) tr AT = tr A, para qualquer matriz quadrada A;
(2) tr(AB) = tr(BA), para quaisquer matrizes quadradas A, B.
Deste modo,


T (A) | T (B) = AT | B T = tr((AT )T B T ) = tr(AB T ) = tr (AB T )T
(1)
T T
= tr(BA ) = tr(A B) = A | B
(2)

Portanto T é uma isometria em M2×2 (R).

8 Ana L. Correia
 10. (a) Temos
ku − vk2 = (u − v) | (u − v) = kuk2 − 2(u | v) + kvk2 = kuk2 − 2kukkvk cos ∠(u, v) + kvk2 ,
u|v
porque cos ∠(u, v) = kukkvk
.

11. “⇒” Suponhamos que |u | v| = kukkvk. Como u | v = kukkvk cos ∠(u, v) então, da
hipótese, vem que
| cos ∠(u, v)| = ±1.
Ora
cos ∠(u, v) = 1 ⇐⇒ ∠(u, v) = 0 ⇐⇒ u = λv para algum λ > 0,
cos ∠(u, v) = −1 ⇐⇒ ∠(u, v) = π ⇐⇒ u = λv para algum λ < 0
“⇐” Supondo u = λv, então kukkvk = kλvkkvk = |λ|kvk2 = |λ(v | v)| = |u | v|.
 
2 1 0
18. Seja B = (e1 , e2 , e3 ) a base canónica de C3 . Então G = [ei | ej ] = 1 2 1. Por outro
0 1 3
 
i −1 0
3
lado, temos P = M(id; B, b.c C ) = 1 i 1 . Assim, a matriz pedida é dada por
0 1 −i
     
i 1 0 2 1 0 −i −1 0 4 1 − 4i 2 + 2i
G′ = P T GP = −1 i 1  1 2 1  1 −i 1 = 1 + 4i 7 −1 + 5i .
0 1 −i 0 1 3 0 1 i 2 − 2i −1 − 5i 5
19. (a) Vamos escrever os vectores dados como combinação linear dos vectores da base B:
(2, 0, 1) = 1(1, 1, 1) + 1(1, −1, 0) + 0(1, 0, 1) , (2, −1, 1) = 0(1, 1, 1) + 1(1, −1, 0) + 1(1, 0, 1).
 
  0
Assim (2, 0, 1) | (2, −1, 1) = 1 1 0 G 1 = 1. 
1
   −1
8 5 −12 1 1 −1
(b) G′ = P T GP =  5 4 −8 , onde P = Mb.c R3 ,B (id) = 1 −1 0  .
−12 −8 19 1 0 1
 
  y1
(c) Temos (x1 , x2 , x3 ) | (y1 , y2 , y3 ) = x1 x2 x3 G′ y2  = 8x1 y1 + 5x1 y2 + 5x2 y1 −
y3
12x1 y3 − 12x3 y1 + 4x2 y2 − 8x2 y3 − 8x3 y2 + 19x3 y3 .
(d) Como G é mais simples do que G′ vamos ortogonalizar a base B (e não a b.c.):
e2 | u1
• u1 = e1 = (1, 1, 1) • u2 = e2 − u1 = e2 = (1, −1, 0)
u1 | u1 e2 |u1 =e2 |e1 =0
e3 | u1 e3 | u2 1
• u3 = e3 − u1 − u2 = e2 + e3 = (3/2, −1/2, 1)
u1 | u1 u2 | u2 (∗) 2
(*) porque e3 | u1 = e3 | e1 = 0, e3 | u2 = e3 | e2 = −1, u2 | u2 = e2 | e2 = 2.
Portanto B′ = (e1 , e2 , 1/2e2 + e3 ) é uma base ortogonal e temos
   
e1 | e1 0 0 1 0 0
′′
G =  0 e2 | e2 0  = 0
 2 0 .
0 0 (1/2e2 + e3 ) | (1/2e2 + e3 ) 0 0 5/2

21003 - Álgebra Linear II 9