Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
L Ó G IC A Q U A N T IF IC A C IO N A L BÁSICA
Ir - Romeu é italiano.
Ix - x é italiano.
= Para todo x, x é italiano (todos são italianos).
f4 MI*
x)Ix = Para algum x, x é italiano (alguns são italianos).
1Embora sobreposta com lógica silogística (Capítulo 2), a lógica quantificacional é mais
poderosa porque ela fundamenta-se na lógica proposicional. Por exemplo, ela pode expressar
enunciados como “Se tujlo que é A ou B é então C se e somente se é D, então ou algo é E
ou nada éE*
-■ 2 2 0 Introdução à lógica
Romeu é italiano,
x é italiano.
Para todo x, x é italiano (todos são italianos).
Para algum x, x é italiano (alguns são italianos).
Embora sobreposta com lógica silogística (Capitulo 2), a lógica quantificacional e mais
poderosa porque ela fundamenta-se na lógica proposicional. Por exemplo, ela pode expressar
enunciados como “Se tudo que é A ou B é então C se e somente se é D. então ou algo é E
ou nada é F."
■ ■ 222 Introdução à lógica
Utilize letras maiúsculas para ter- Utilize letras minúsculas para termos
mos gerai? (termos que descrevem singulares (termos que indicam uma
ou introduzem uma categoria): pessoa ou coisa específica):
Utilize letras maiúsculas para “um Utilize letras minúsculas para “o tal e
tal e tal”, adjetivos e verbos. tal”, “esse tal e tal” e nomes próprios.
Uma letra maiúscula seguida por duas Arj Romeu ama Julieta. |i
letras minúsculas representa uma re
lação.
rfcllrA JJ.X . „,
EssaVregras nos permitem construir fbfs que ja mencionamos:
“Ir”, “Ix”,y(x)Ix”)s “(3x)Ix”. Não utilize parênteses adicionais como
nos casos a seguir:
todo (cada)
fü N (X) ( v - 4
nem todo (não cada)
algum o*)
nenhum -0 x )
1. x ifão é um gato.
2 . Alguma coisa é um gato.
3. Alguma coisa não é um gato.
4. N ão é o caso que exista algo que não é um gato.
5. Tudo é um gato.
6 . Se x é um cachorro, então x é um animal.
7. Todo cachorro é um animal.
8. Ninguém é mau.
9. Alguns lógicos são maus.
10. N enhum lógico é mau.
11. Todo gato preto é azarado.
12. Alguns cachorros são grandes e famintos.
13. N em todo cachorro faminto ladra.
14. Alguns animais não são cachorros qúe ladram.
15. Alguns animais são cachorros que não ladram.
16. Todos os cachorros que ladram são assustadores.
17. N em todo não-cachorro é gato.
18. Alguns gatos que não são pretos não são azarados.
19. Alguns gatos não ronronam.
20. N em todo gato ronrona.
21. N em todo animal é gato ou cachorro. ,
22. Todos que são ou cachorro ou gato são animais.
23. Todos que são tanto cachorros como gatos são animais.
Lógica quantlficacíonal básica 227
Inverter ~ (x )F x - ( 3 x ) - F x
o p e ra d o re s ~ (3 x )F x -* (x )~ F x
--------------
Então “Nem todo mundo é engraçado” implica “Alguém não é
.engraçado”. De maneira similar, “Não é o caso que alguém seja engraça
do” (“Ninguém é*engraçado”) implica “Todo mundo é não-engraçado”.
Podemos inverter operadores em fórmulas mais longas, desde que a
fórmula inteira comece com “~ ” e depois o quantificador (então a ter
ceira caixa está errada):
__/v
~(3x)~Gx ~(
(x)— Gx .*.(3
író . .
Na primeira caixa, seria mais simples concluir “(x)Gx” (eliminando
a negação dupla). Inverta operadores sempre que você tiver uma fbf que
comece com “~” e depois um quantificador; inverter operadores move
o quantificador para o começo da fórmula, então mais tarde podemos
cortá-lo.
Cortamos quantificadores utilizando as próximas duas regras
(que valem indiferentemente de qiial variável substitui* “x” e quais fbfs
substituem “Fx” / “Fa” - desde que as duas fbfs sejam idênticas, exceto
que sempre que a variável ocorre livremente2 na anterior, a mesma
constante ocorre na última). A seguir a regra cortar-existencial (CE):
2 Nota técnica: uma instância de uma variável ocorre “livremente" se ela não ocorrer
como parte de uma fbf que comece com um quantificador utilizando essa variável; somente
a primeira instância de “x” em “(Fx • (x)(Gx)“ ocorre livremente. Então vamos de “(3 x) (Fx
• (x)(Gx)" para “(Fa • (x)Gx).”
- 228 Introdução h lógica
3*)(F * • Gx)
(Fa • Ga) ^ ^ T (F a D l> > -^ _
*Nota técnica: Esse parágrafo precisa de três qualificações: (1) Se alguém roubou o banco,
então talvez mais de uma pessoa o fez; então nosso nome (ou constante) se referirá a um dos
ladrões aleatoriamente. (2) Utilizar um novo nome é consistente com o ladrão ser alguém
mencionado no argumento; nomes diferentes (como *Jim“ e “Smith") podem referir-se ao
mesmo indivíduo. (3) A regra CE deve ser utilizada somente quando existe pelo menos uma
assunção não bloqueada; caso contrário, a versão simbólica de “Alguém é um ladrão, então
Gensler é um ladrão” seria uma prova de duas linhas.
Lógica quantlflcadonal básica 2 29
(x)(Fx d Gx)
(Fa d Ga)
Estrele qualquer fbf cm que você Estrele qualquer fbf da qual você
inverta operadores. corte um existencial.
* ~(x)Fx * (3x)Fx
(3x)~Fx Fa
não ser que tal instância já tenha ocorrido em linhas não bloqueadas
prévias). Estrele a linha original.
N ota: N ão corte um existencial se você já possui uma instância
não bloqueada em linhas prévias - não há sentido em derivar uma
segunda instância. Então não corte “(3x)Fx” se você já tem MFc”.
3. P O R FIM, C O R TE UNIVERSAIS: Para cada linha não bloqueada
que começa com um quantificador universal, derive instâncias utili
zando cada instância já utilizada. N ão estrele a linha original; você
pode ter que utilizá-la novamente.
N ota: C orte um quantificador universal utilizando uma nova letra
somente se você fez todo possível (fazendo assunções se necessário)
e ainda não tem nenhuma letra já utilizada. Isso não é usual, mas
acontece se tentamos provar “(x)~Fx ~(x)Fx.”
* 1 ~(3x)Fx Válido
[ (x)-(Fx • Gx)
* 2 - ass: -(x)-(F x • Gx)
-(3x)Fx
* 3 .'. (3x)(Fx • Gx) {de 2}
(x)~(Fx • Gx)
4 ••• (x)-Fx |de 11
5 (Fa • Ga) {de 3)
6 -F a (de 4}
7 L /. Fa {de 5)
8 ;. (x)-(Fx • Gx) {de 2; 6 contradiz 7}
7. (x )~ (F x v G x ) 9. (x )(F x D G x )
.*. (x )~ F x (x )(-F x DH x)
.*. (x )(G x V H x)
8 .2 b E x e r c íc io - ta m b é m L o g iC o la I E V
4. Todos (no colégio eleitoral) que fazem seu trabalho são inúteis.
Todos (no colégio eleitoral) que não fazem seu trabalho são perigo
sos.
.*. Todos (no colégio eleitoral) são inúteis ou perigosos. [Utilize Tx para
“x faz seu trabalho”, Ix para “x é inútil” e Px para “x é perigoso”.
Utilize o universo de discurso dos membros do colégio eleitoral:
tome “(x)w como significando “para todo membro x do colégio
eleitoral e não traduza “no colégio eleitoral”.]
a é um lógico. a é engraçado.
b não é um lógico. b não é engraçado.
3. Alguns fumam.
Nem todos têm pulmões limpos.
Alguns que fumam não têm pulmões limpos. [Utilize Fx e Lx.]
4. Alguns marxistas tramam revoluções violentas.
Alguns membros de faculdade são marxistas.
:. Alguns membros de faculdade tramam revoluções violentas. [Mx,
Tx, Fx]
5. Todo argumento válido que tem “deve” na conclusão também tem
t “deve” nas premissas. , ______ yA
Todo argumento que<Susca deduzir um “deve” de “é” tem “deve”
na conclusão, masnão tem “deve” nas premissas. I'Y
.'. Nenhum argumento quebusca deduzir um “deve” de um “é” é vá-
yylido. [Utilize Vx para “x é válido”, Cx para “x tem ‘deve’ na conclu
são”, Px para “x tem ‘deve’ nas premissas”, Dx para “x busca deduzir
um ‘deve’ de um ‘é” e o universo de discurso dos argumentos. Esse
é difícil de traduzir.]
6. Todo receptor que é bem-sucedido é rápido.
Todo receptor que é rápido é bem-sucedido. [Rx, Sx, R’x]
Nesse caso “S”, já que é uma letra maiúscula que não é seguida de
uma letra minúscula, representa um enunciado inteiro. E “r”, já que é
uma letra minúscula entre “a” e “w”, é uma constante que denota uma
pessoa ou coisa específica.
Começaremos também a utilizar quantificadores múltiplos e não
iniciais. De agora em diante, utilize as regras adicionais sobre qual
quantificador utilizar e onde colocá-los:
A seguir um exemplo:
Se todos são italianos, então Romeu é italiano = ((x) Ix D Ir)
Uma vez que “se” é traduzido como “(“do mesmo modo “se todo’
é traduzido como “((x)’. Ao traduzir, imite a ordem das palavras em
português:
Ninguém é rico.
Nenhuma pessoa é rica. ~(3x)Rx
Ninguém que seja italiano é um Nenhum italiano é um amante.
amante. ~(3x)(Ix • Ax)
Se qualquer pessoa é justa, Se alguém é justo, haverá paz.
então haverá paz. ((3x)JxDP)
(ambas
D (x)Gx erradas) .v ^ F a D G a ) ^ ^
12. Qualquer coisa não refutada que é de valor prático à vida de alguém
deve ser acreditada.
Livre-arbítrio não é refutado.
.\ Se livre-arbítrio é de valor prático à vida de alguém, então deve ser
acreditado. [Utilize Rx, Vx, D'x, 1(para “livre-arbítrio”), e o universo
de discurso das crenças. De William James.]
13. Se o mundo não tem início temporal, então alguma série de momen
tos antes do momento presente é uma série infinita completa.
Não existe série infinita completa.
.*. O mundo teve um início temporal. [Utilize Tx para “x teve um início
temporal”, m para “mundo”, Mx para “x é uma série de momentos
antes do momento presente” e Ix para “x é uma série infinita comple
ta”. Esse argumento e o próximo são de Immanuel Kant, que pensava
que nossos princípios metafísicos intuitivos levavam a conclusões
conflitantes e, consequentemente, não poderiam ser confiáveis.]14*
14. Tudo que teve um início temporal tem a causa de sua existência em
algo que já existia antes.
246 Introdução à lógica
16. Se todas as coisas são materiais, então todos os números primos são
compostos de partículas físicas.
Sete é um número primo.
Sete não é composto de partículas físicas.
/. Nem tudo é material. [Mx, Px, Cx, s]
20. Nada que não foi causado pode ser integrado na unidade de nossa
experiência.
Tudo que podemos conhecer experimentalmente pode ser integrado
na unidade de nossa experiência.
.-. Tudo que podemos conhecer experimentalmente é causado. [Utilize
Cx, lx e Ex. De Immanuel Kant. A conclusão é limitada a objetos
de experiência possível - já que diz “Tudo que podemos conhecer
experimentalmente é causado”; Kant pensava que o absoluto “Tudo
é causado” leva a contradição (veja problemas 1 e 2).]