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EXEMPLO
p: Maria é insuportável.
q: Vamos ao cinema hoje.
r: Faremos as tarefas de casa.
s: Chove muito.
EXEMPLO
R: Maria é insuportável e Pedro é irritante.
S: Maria é insuportável ou Pedro é irritante.
T: Se Maria é insuportável, então Pedro é irritante.
V: Maria é insuportável se e somente se Pedro é irritante.
24 • CAPÍTULo 1
1.2 Princípios da lógica matemática
COMENTÁRIO
De acordo com o dicionário Aurélio (http://dicionariodoaurelio.com/principio), o vocábulo
PRINCÍPIO significa origem, base de uma ciência ou de uma teoria.
Significado de Princípio
1. O primeiro impulso dado a uma coisa.
2. Ato de principiar uma coisa.
3. Origem.
4. Causa primária.
5. O que constitui a matéria.
6. O que entra na composição de algo.
7. Opinião.
8. Frase que exprime uma conduta ou um tipo de comportamento.
9. Aquilo que regula o comportamento ou a ação de alguém; preceito moral.
10. Frase ou raciocínio que é base de uma arte, de uma ciência ou de uma teoria.
11. O princípio da vida, as primeiras épocas da vida.
12. Antecedentes.
13. Educação, instrução.
14. Opiniões, convicções.
15. Regras ou conhecimentos fundamentais e mais gerais.
16. a princípio: no começo, no primeiro tempo.
CAPÍTULo 1 • 25
O Princípio do Terceiro Excluído estabelece que toda proposição deve ser ver-
dadeira ou falsa, isto é, verifica-se sempre um destes casos e nunca um terceiro.
Podemos ainda interpretar o Princípio do Terceiro Excluído como: conside-
rando duas proposições contraditórias, uma delas é verdadeira, ou ainda, ou a
própria proposição dada é verdadeira ou sua negação.
Por causa destes princípios, a lógica clássica é dita bivalente, já que as pro-
posições simples são verdadeiras ou falsas. A opção verdadeira exclui a opção
falsa, e vice-versa
Reparem que até então estávamos tratando da parte “sintática” da Lógica
Proposicional. A partir do momento em que necessitamos se uma proposição é
verdadeira ou falsa, esta valoração diz respeito a parte da “semântica”.
Quando analisamos determinação de “verdadeiro” ou “falso”, chamamos
de valor verdade ou valor lógico das proposições.
EXEMPLO
p: Brasília é a capital do Brasil.
V(p) = V
q: O quadrado do número 3 é igual a 9.
V(q) = F
EXERCÍCIO
01. Determine o valor lógico das proposições simples:
(a) p: 2 é um número primo.
26 • CAPÍTULo 1
(b) q: 2 é um número racional.
(c) r: = 3,1415...
Tabela verdade
Proposição Simples
p
V
F
Nota: Número de linhas de uma tabela verdade 2n; onde n é o número de prosições
simples.
Proposição composta com 2 proposições simples
p q
V V
V F
F V
F F
p q r
V V V
V V F
V F V
V F F
F V V
F V F
F F V
F F F
1.4 Conectivos
28 • CAPÍTULo 1
Podemos criar proposições compostas novas a partir de outras proposições,
através de operações ditas operações lógicas, com o auxílio de elementos co-
nhecidos como conectivos. Os conectivos e proposições obedecem a regras do
cálculo proposicional.
Os conectivos:
• Negação
Simbolicamente: ~, , ´
Linguagem Corrente: “Não”, “É falso que”.
EXEMPLO
p: Iremos a praia amanhã.
~p: Não iremos a praia amanhã.
• Conjunção
Simbolicamente:
Linguagem Corrente: “E”, “Mas”, “Além disso”, “Também”.
EXEMPLO
p: Uma jibóia se enrolou em fiação de poste.
q: Uma jibóia foi resgatada por um bombeiro.
p q : Uma jibóia se enrolou em fiação de poste e foi resgatada por um bombeiro.
• Disjunção
Simbolicamente:
Linguagem Corrente: “Ou”
EXEMPLO
p: Iremos a praia.
q: Almoçaremos no Shopping.
p q : Iremos a praia ou almoçaremos no shopping.
CAPÍTULo 1 • 29
• Condicional
Simbolicamente:
Linguagem Corrente: “Se...então”, “Implica”, “Logo”.
EXEMPLO
p: O time jogou bem.
q: O time ganhou o campeonato.
p q : Se o time jogar bem então ganhará o campeonato.
• Bicondicional
Simbolicamente:
Linguagem Corrente: “...Se e somente se...”.
EXEMPLO
p: Fez sol hoje.
q: Vamos a praia.
p q : Fez sol hoje se e somente se vamos a praia.
Exercício
1- Sejam as proposições:
p: A inflação registrou alta este mês.
q: O dólar subiu vertiginosamente.
~p:
~q:
p q:
p q:
p q:
p q:
30 • CAPÍTULo 1
EXERCÍCIOS
01. Sejam as proposições:
p: 2 é um número par.
q: 2 é racional.
Determine em linguagem corrente as proposições ~p, ~q, p q, p q, p q, p q .
~p:
~q:
p q:
p q:
p q:
p q:
~p:
~q:
p ^ q:
pv ~ q:
~p q:
p q:
CAPÍTULo 1 • 31
COMENTÁRIO
Pensando em termos de quantidade mínima de proposições que são necessárias para a utiliza-
ção dos conectivos, temos um conectivo unário (~) e quatro conectivos binários (, , , ).
Dizemos que os conectivos são unários quando só necessitam de uma proposição: ~p.
Os conectivos são ditos binários quando necessitam de duas proposições para serem
utilizados: p v q, p q, p q, p q.
EXERCÍCIO
01. Transcreva em linguagem simbólica lógica as proposições escritas abaixo em lingua-
gem corrente:
a) Sábado fará sol e domingo choverá.
32 • CAPÍTULo 1
02. Dadas as proposições p: “O vocalista da banda canta bem” e q: “A banda faz muito su-
cesso” traduza para a linguagem corrente as proposições:
a) ~p q
b) p ~q
c) p~q
d) ~p q
e) p~q p
34 • CAPÍTULo 1
2
Análise de
Operações Lógicas
1. Análise de Operações Lógicas
O alfabeto da lógica proposicional é constituído pelos símbolos: as proposições
simples (atômicas), os conectivos lógicos e os delimitadores. No capítulo ante-
rior, tratamos das proposições e conhecemos os conectivos lógicos.
As operações realizadas sobre as proposições são chamadas de opera-
ções lógicas, as quais obedecem às regras de cálculo, o cálculo proposicional.
Conforme vimos anteriormente, podemos criar novas proposições a partir de
outras proposições, utilizando os conectivos, utilizando as operações lógicas.
Cada conectivo indica uma operação lógica diferente.
Estudaremos agora as operações lógicas fundamentais: Negação,
Conjunção, Disjunção Inclusiva, Disjunção Exclusiva, Condicional e
Bicondicional, e suas tabelas-verdade.
REFLEXÃO
Quando comparamos os constituintes sintáticos da linguagem corrente de uma língua e os
componentes da lógica matemática, percebemos que o significado das línguas está ligado à
sintaxe e as estruturas lógicas das sentenças.
Podemos dizer que as proposições equivalem às orações e, assim, possuem sujeito e
predicado. As proposições nunca são orações exclamativas, interrogativas ou imperativas,
mas sim orações declarativas.
OBJETIVOS
• Analisar o valor lógico de proposição composta
• Construir a tabela verdade de uma proposição.
• Interpretar os possíveis valores de uma tabela verdade;
• Identificar uma Tautologia;
• Identificar uma Contradição;
• Identificar uma Contingência.
36 • CAPÍTULo 2
1.1 Operações lógicas fundamentais.
1.1.1 Negação.
p p
V F
F V
EXEMPLO
Considere a proposição p: O Tribunal Regional Eleitoral cassou o mandato do deputado.
Teremos então:
~p: O Tribunal Regional Eleitoral não cassou o mandato do deputado.
~p: É falso que o Tribunal Regional Eleitoral tenha cassado o mandato do deputado.
~p: Não é verdade que o Tribunal Regional Eleitoral tenha cassado o mandato
do deputado.
ATENÇÃO
Quando negamos a negação da proposição p, obtemos a própria proposição p:
Em símbolos: ~(~p) significa p
CAPÍTULo 2 • 37
EXEMPLO
p: O avião caiu.
~p: O avião não caiu.
~(~p): Não é o caso que o avião não caiu.
~(~p): O avião caiu.
1.2 Conjunção
ATENÇÃO
O conectivo “e” possui a ideia de eventos simultâneos.
EXEMPLO
p: O zagueiro do time de várzea é inexperiente.
q: O zagueiro do time de várzea está contundido.
p q: O zagueiro do time de várzea é inexperiente e está contundido.
REFLEXÃO
Vamos pensar em uma situação que você promete a uma criança:
- “Vou te levar a praia e vou te levar ao cinema. ”
Repare que você prometeu à criança que a levará à praia e também prometeu que a
levará ao cinema. Na realidade, você se comprometeu a “fazer” as duas coisas.
38 • CAPÍTULo 2
Pois bem, se você a levar à praia e não a levar ao cinema, ela não ficará feliz, pois você
não cumpriu o que havia prometido, lembrando que você prometeu as duas atividades. O
mesmo se dará se você não a levar à praia e somente a levar ao cinema.
Em ambas as situações, você falhou, não terá sido “verdadeiro”, será considerado, então,
“falso”.
O que você prometeu a criança é que cumpririam as duas atividades: levá-la à praia e
levá-la ao cinema. Se ambas as promessas forem cumpridas, aí, sim, você será considerado
como “verdadeiro”.
Tabela verdade da conjunção:
p q pq
V V V
V F F
F V F
F F F
1.3 Disjunção
EXEMPLO
p: Os alunos da turma gostam de matemática.
q: Os alunos da turma detestam português.
p v q: Os alunos da turma gostam de matemática ou detestam de português.
Neste caso, podemos ter alunos que gostam de matemática e também gostam de
português, alunos que detestam português e detestam também matemática, mas tam-
bém existe a possibilidade de ter alunos que gostam de matemática e detestam português
simultaneamente.
CAPÍTULo 2 • 39
REFLEXÃO
Vamos pensar em uma outra situação que você promete a uma criança:
- “Vou te levar a praia ou vou te levar ao cinema. ”
Repare que você prometeu à criança que a levará à praia ou que a levará ao cinema. Na
realidade, você se comprometeu a “fazer” pelo menos uma das duas coisas.
Pois bem, se você a levar à praia e não a levar ao cinema, ela ficará feliz, pois você cum-
priu pelo menos uma das atividades que havia prometido. O mesmo se dará se você não a
levar à praia e somente a levar ao cinema.
Em ambas as situações, você cumpriu o prometido, você foi “verdadeiro”.
É claro que se você levar a criança a praia e ao cinema, será melhor ainda para a criança,
será mais “verdadeiro” ainda.
No entanto, se você não levar a criança nem a praia, nem ao cinema, não terá cumprido
o que prometeu, será considerado, então, “falso”.
p q pq
V V V
V F V
F V V
F F F
1.4 Condicional
40 • CAPÍTULo 2
EXEMPLO
p: Você vai viajar.
q: Eu irei ao teatro.
p q: Se você for viajar, então irei ao teatro.
ATENÇÃO
Quando p q , dizemos que: p é suficiente para q e também que q é necessário para p.
REFLEXÃO
Vamos a uma situação diferente de promessa à criança. Você promete a ela que
- “Se fizer sol, então eu te levarei a praia. ”
Se fizer sol e você levar a criança à praia, você será considerado pela criança alguém que
cumpre as suas promessas, alguém “verdadeiro”.
Mas e se fizer sol, e por algum motivo, você não levar a criança à praia? Neste caso, você
será considerado um mentiroso, um “falso”.
E se não fizer sol? Bem, já que você não prometeu nada com relação à não fazer sol, o
que quer que você venha a fazer, levar a criança ou não a praia, ela não poderá lhe taxar de
mentiroso neste caso.
p q pq
V V V
V F F
F V V
F F V
CAPÍTULo 2 • 41
1.5 Bicondicional
EXEMPLO
p: Você viajará.
q: Eu vou ao teatro.
p q: Você viajará se e somente se eu for ao teatro.
ATENÇÃO
A proposição bicondicional pode ser considerada como o “se...então...” na ida e na volta,
significa pensar em duas condicionais ocorrendo simultaneamente, a ida e a volta: p q e
qp
p q : Se você for viajar, então irei ao teatro
q p : Se eu for ao teatro então você viajou.
p q pq
V V V
V F F
F V F
F F V
42 • CAPÍTULo 2
EXERCÍCIOS
01. Determine o valor lógico da proposição composta “A capital da Argentina é Brasília ou
na Bélgica se fala francês. ”
b) V(p v q )
c) V(p q)
CAPÍTULo 2 • 43
d) V(p q)
e) V(~p)
a) V(q) = F e V(p q) = F
b) V(q) = F e V(p q) = V
44 • CAPÍTULo 2
c) V(q)=V e V(p q) = V
d) V(q)=F e V(p q) =F
e) V(q)=V e V(p q) =F
f) V(q)=F e V(p q) = V
g) V(q)=V e V(p q) = V
h) V(q)=F e V(p q) = F
CAPÍTULo 2 • 45
i) V(q)=F e V(p q) = V
j) V(q)=V e V(p q) = F
46 • CAPÍTULo 2
1.6 Construção de tabela verdade de proposições composta
EXEMPLO
Vamos considerar a frase em linguagem corrente “Se você for ao cinema amanhã, então,
não iremos a praia ou não jantaremos juntos”. Pede-se transformá-la em linguagem lógica e
construir a sua tabela verdade de modo a que possamos identificar quando esta frase será
verdadeira e quando será falsa.
Resolução:
Precisamos, a princípio, observar as ideias básicas das proposições simples do problema
considerado. Temos:
p: Você irá ao cinema amanhã.
q: Iremos à praia.
r: Almoçaremos juntos.
A frase “Se você for ao cinema amanhã, então, não iremos a praia ou não jantaremos jun-
tos” em linguagem lógica, utilizando as proposições que consideramos ficará: p (~qv~r).
CAPÍTULo 2 • 47
• A condicional será falsa somente quando o antecedente for verdadeiro e o consequente for
falso. Do contrário, será verdadeira.
COLUNAS
1 a 2 a 3 a 4a 5a 6a 7a
Observando a tabela verdade montada, a frase será falsa somente quando p, q e r forem
verdadeiras.
EXERCÍCIOS
Construa a tabela verdade das proposições abaixo
01. ~p ~q
p q ~q ~p ~p ~q
02. p ~q
p q ~q p ~q
48 • CAPÍTULo 2
03. ~(p ~q)
p q ~q p ~q ~(p ~q)
04. (p ~q) ~p
p q ~q ~p p ~q (p ~q) ~p
05. (p ~q) r
p q r ~q p ~q (p ~q) r
06. (p ~q) ~p
p q ~q ~p p ~q (p ~q) ~p
CAPÍTULo 2 • 49
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALENCAR FILHO, Edgard de. Iniciação a lógica matemática. 18. ed. São Paulo: Nobel, 2002.
CHAUÍ, Marilena. Introdução à história da filosofia: dos pré-socráticos a Aristóteles. v. I. São Paulo:
Brasiliense, 1994.
MACHADO, Nílson José. Lógica? É Lógico! São Paulo: Scipione, 2000.
O´CONNOR, J.J; ROBERTSON, E. F. MacTutor History of Mathematics archive. Disponível em: <http://
www-history.mcs.st-andrews.ac.uk/index.html>. Acesso: 05 mar. 2016.
ANDRADE, Alexsandra Oliveira Andrade. I Semana de Educação Matemática da Uesb. Mini-Curso:
Histórias da Matemática. Disponível em: <http://www.uesb.br/mat/semat/seemat_arquivos/docs/
mc4.pdf. Acesso: 05 mar. 2016.
CAPÍTULo 1 • 33
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