Você está na página 1de 47

Lógica Proposicional e Equivalências Proposicionais

André Rodrigues da Cruz


andre@decom.cefetmg.br

Departamento de Computação
Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 1 / 44


Lógica

Base do raciocı́nio matemático e automatizado;


Aplicações de demonstrações matemáticas:
I Desenvolvimento de algoritmos corretos;
I Inteligência artificial;
I Desenvolvimento de máquinas.
Demonstração da afirmação: Teorema;
Conjunto de teoremas: Tópico;
Objetivos do conteúdo:
I Entender e criar argumentos matemáticos corretos;
I Ferramentas para construção dos argumentos;
I Métodos de demonstração;
I Noção de conjectura.

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 2 / 44


Lógica Proposital

Significado preciso para sentenças matemáticas;


Distinção entre argumentos matemáticos válidos e inválidos;
Entendimento e construção de argumentos corretos.

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 3 / 44


Proposições

Proposição
Uma proposição é uma sentença declarativa que pode ser verdadeira ou
falsa, mas não ambas. É uma sentença que declara um fato.

Usa-se letras para variáveis proposicionais (variáveis declarativas);


Letras comumente usadas: p, q, r, s, . . . ;
O valor-verdade quando verdadeiro é indicado por V ;
O valor-verdade quando falso é indicado por F ;
Proposições compostas;
Operadores lógicos;
Cálculo Proposicional ou Lógica Proposicional.

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 4 / 44


Proposições
São proposições
1 Brası́lia é a capital do Brasil.
2 Toronto é a capital do Canadá.
3 1 + 1 = 2.
4 2 + 2 = 3.

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 5 / 44


Proposições
São proposições
1 Brası́lia é a capital do Brasil.
2 Toronto é a capital do Canadá.
3 1 + 1 = 2.
4 2 + 2 = 3.
As proposições 1 e 3 são verdadeiras e 2 e 4 são falsas.

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 5 / 44


Proposições
São proposições
1 Brası́lia é a capital do Brasil.
2 Toronto é a capital do Canadá.
3 1 + 1 = 2.
4 2 + 2 = 3.
As proposições 1 e 3 são verdadeiras e 2 e 4 são falsas.
Não são proposições
1 Que horas são?
2 Leia isto cuidadosamente.
3 x + 1 = 2.
4 x + y = z.

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 5 / 44


Proposições
São proposições
1 Brası́lia é a capital do Brasil.
2 Toronto é a capital do Canadá.
3 1 + 1 = 2.
4 2 + 2 = 3.
As proposições 1 e 3 são verdadeiras e 2 e 4 são falsas.
Não são proposições
1 Que horas são?
2 Leia isto cuidadosamente.
3 x + 1 = 2.
4 x + y = z.

As sentenças 1 e 2 não são declarativas, 3 e 4 não são nem verdadeiras e


nem falsas.
André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 5 / 44
Proposições Compostas

Operador de Negação
Seja p uma proposição. A negação de p, indicada por ¬p, é a sentença
“Não é o caso de p.”
A proposição ¬p é lida “não p”. O valor-verdade da negação de p, ¬p, é
o oposto do valor-verdade de p.

p ¬p
V F
F V
Tabela: Tabela verdade para a Negação de uma proposição.

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 6 / 44


Proposições Compostas

Operador de Negação
Seja p uma proposição. A negação de p, indicada por ¬p, é a sentença
“Não é o caso de p.”
A proposição ¬p é lida “não p”. O valor-verdade da negação de p, ¬p, é
o oposto do valor-verdade de p.

Exemplos
Não é o caso de hoje ser sexta-feira.
Hoje é sexta-feira. Hoje não é sexta-feira.
Não é sexta-feira hoje.
Não é o caso de ter chovido 10mm de chuva.
Choveu no mı́nimo 10mm de chuva.
Choveu menos de 10mm de chuva.

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 7 / 44


Proposições Compostas

Operador de Conjunção
Sejam p e q proposições. A conjunção de p e q, indicada por p ∧ q, é a
proposição “p e q”. A conjunção p ∧ q é verdadeira quando ambas são
verdadeiras, e falsa caso contrário.

p q p∧q
V V V
V F F
F V F
F F F
Tabela: Tabela verdade para a Conjunção de duas proposições.

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 8 / 44


Proposições Compostas

Operador de Conjunção
Sejam p e q proposições. A conjunção de p e q, indicada por p ∧ q, é a
proposição “p e q”. A conjunção p ∧ q é verdadeira quando ambas são
verdadeiras, e falsa caso contrário.

Exemplo
Encontre a conjunção das proposições p e q, em que p é a proposição
“Hoje é sexta-feira.” e q é a proposição “Hoje está chovendo.”
A conjunção p ∧ q é a proposição “Hoje é sexta-feira e hoje está chovendo”.

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 9 / 44


Proposições Compostas

Operador de Disjunção
Sejam p e q proposições. A disjunção de p e q, indicada por p ∨ q, é a
proposição “p ou q”. A disjunção p ∨ q é falsa quando ambas são falsas, e
verdadeira caso contrário.

p q p∨q
V V V
V F V
F V V
F F F
Tabela: Tabela verdade para a Disjunção de duas proposições.

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 10 / 44


Proposições Compostas

Operador de Disjunção
Sejam p e q proposições. A disjunção de p e q, indicada por p ∨ q, é a
proposição “p ou q”. A disjunção p ∨ q é falsa quando ambas são falsas, e
verdadeira caso contrário.

Exemplo
Encontre a disjunção das proposições p e q, em que p é a proposição
“Hoje é sexta-feira.” e q é a proposição “Hoje está chovendo.”
A disjunção p ∨ q é a proposição “Hoje é sexta-feira ou hoje está chovendo”.

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 11 / 44


Proposições Compostas

Operador de Disjunção Exclusiva


Sejam p e q proposições. A disjunção exclusiva (ou ou exclusivo) de p e
q, indicada por p ⊕ q, é a proposição que é verdadeira quando apenas uma
proposição é verdadeira, e falsa nos outros casos.

p q p⊕q
V V F
V F V
F V V
F F F
Tabela: Tabela verdade para a Disjunção Exclusiva de duas proposições.

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 12 / 44


Proposições Compostas

Operador de Disjunção Exclusiva


Sejam p e q proposições. A disjunção exclusiva (ou ou exclusivo) de p e
q, indicada por p ⊕ q, é a proposição que é verdadeira quando apenas uma
proposição é verdadeira, e falsa nos outros casos.

Exemplos
“Estudantes de sistemas ou engenharia podem assistir a esta aula.”
(disjunção);
“Estudantes de sistemas ou engenharia, mas não ambas, podem
assistir a esta aula.” (disjunção exclusiva);
“Sopa ou salada é servida na entrada.” (disjunção exclusiva).

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 13 / 44


Proposições Compostas

Proposições Condicionais
Sejam p e q proposições. A proposição condicional p → q é a proposição
“se p então q”. A condicional p → q é falsa quando p é verdadeira e q é
falsa, e verdadeira em qualquer outro caso. Na condicional p → q, p é
chamada de hipótese (ou antecedente ou premissa) e q é chamada de
conclusão (ou consequência ou consequente).

p q p→q
V V V
V F F
F V V
F F V
Tabela: Tabela verdade para as Sentenças Condicionais p → q.

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 14 / 44


Proposições Compostas

Proposições Condicionais
Sejam p e q proposições. A proposição condicional p → q é a proposição
“se p então q”. A condicional p → q é falsa quando p é verdadeira e q é
falsa, e verdadeira em qualquer outro caso. Na condicional p → q, p é
chamada de hipótese (ou antecedente ou premissa) e q é chamada de
conclusão (ou consequência ou consequente).

Uma proposição condicional também é chamada de implicação;


p → q afirma que q é verdadeira na condição de que p também o seja;
p não pode ser verdadeira se q não o é;
A proposição é falsa quando p é verdadeira e q falsa;
Quando p é falsa, q pode ser verdadeira ou falsa.

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 15 / 44


Proposições Compostas

Proposições Condicionais
Sejam p e q proposições. A proposição condicional p → q é a proposição
“se p então q”. A condicional p → q é falsa quando p é verdadeira e q é
falsa, e verdadeira em qualquer outro caso. Na condicional p → q, p é
chamada de hipótese (ou antecedente ou premissa) e q é chamada de
conclusão (ou consequência ou consequente).

Exemplo
A expressão “a menos que” é frequentemente usada para expressar
condicionais. “q a menos que ¬p” significa que se ¬p é falsa, então q
deve ser verdadeira. Ou seja, a proposição “q a menos que ¬p” é falsa
quando p é verdadeira e q é falsa, mas é verdadeira em qualquer outro
caso. Consequentemente, “q a menos que ¬p” e p → q tem o mesmo
valor-verdade.

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 16 / 44


Proposições Compostas

Exemplo
“Se eu for eleito, então eu vou diminuir os impostos.”
Se por acaso eleito, os eleitores esperam que o polı́tico diminua os impostos. Se diminuir está
dentro dos conformes. Se não for eleito, os impostos podem abaixar ou não; e a sentença
declarativa continua verdadeira. Porém, se for eleito e os impostos não abaixarem então a
proposição condicional é falsa. O povo provavelmente deve se revoltar.

Exemplo
Seja p a proposição “Maria aprende matemática discreta” e q a proposição
“Maria vai conseguir um bom emprego”. Expresse p → q em português.
Algumas possibilidades são:
“Se Maria aprender matemática discreta, então ela vai conseguir um bom emprego.”
“Maria vai encontrar um bom emprego quando aprender matemática discreta.”
“Para conseguir um bom emprego, é suficiente que Maria aprenda matemática discreta.”

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 17 / 44


Proposições Compostas

Oposta, Contrapositiva e Inversa


Pode-se formar outras proposições a partir da condicional p → q:
Oposta: q → p;
Contrapositiva: ¬q → ¬p;
Inversa: ¬p → ¬q

A contrapositiva ¬q → ¬p possui o mesmo valor verdade que p → q:


I A contrapositiva somente é falsa quando ¬p é falsa e ¬q verdadeira;
I Isto é o mesmo que p ser verdadeiro e q falsa.
A oposta e a inversa não têm o mesmo valor-verdade que p → q:
I Quando p é verdadeiro e q falso a condicional original é falsa;
I Neste caso, tanto a oposta quanto a inversa são verdadeiras.

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 18 / 44


Proposições Compostas

Exemplo
Qual é a contrapositiva, a oposta e a inversa da proposição condicional “O
time ganha sempre que está chovendo”?

Seja p → q “Se está chovendo então o time ganha”;


A contrapositiva ¬q → ¬p é “Se o time não ganha então não está chovendo”;
A oposta q → p é “Se o time ganha então está chovendo”;
A inversa ¬p → ¬q é “Se não está chovendo então o time não ganha”.

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 19 / 44


Proposições Compostas

Proposições Bicondicionais
Sejam p e q proposições. A proposição bicondicional p ↔ q é a
proposição “p se somente se q”. A condicional p ↔ q é verdadeira sempre
que p e q possui o mesmo valor-verdade, e falsa caso contrário.
Bicondicionais também são chamadas de bi-implicações. Note que p ↔ q
é o mesmo que (p → q) ∧ (q → p).

p q p↔q
V V V
V F F
F V F
F F V
Tabela: Tabela verdade para as Sentenças Bicondicionais p ↔ q.

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 20 / 44


Proposições Compostas

Proposições Bicondicionais
Sejam p e q proposições. A proposição bicondicional p ↔ q é a
proposição “p se somente se q”. A condicional p ↔ q é verdadeira sempre
que p e q possui o mesmo valor-verdade, e falsa caso contrário.
Bicondicionais também são chamadas de bi-implicações. Note que p ↔ q
é o mesmo que (p → q) ∧ (q → p).

Exemplo
Seja p a proposição “Você pode tomar o avião” e q a proposição “Você
comprou uma passagem”. Então a proposição p ↔ q em português é
“Você pode tomar o avião se e somente se você comprou uma passagem.”

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 21 / 44


Expressões em Português

Expressões em Português Conectivo Lógico Expressão


não p; é falso que p. . . ;
Negação ¬p
não é verdade que p. . . ;
e; mas; também; além disso; Conjunção p∧q
ou; Disjunção p∨q
ou; ou. . . porém/mas Disjunção Exclusiva p⊕q
se p então q; p implica q;
se p, q; p, logo q;
p apenas se q; q se p;
p é suficiente para q;
q quando ocorrer p; q segue de p;
Condicional p→q
q sempre que p; q se p;
q é necessário para p;
uma condição suficiente para q é p;
uma condição necessária para p é q;
q a menos que ¬p;
p se somente se; q p sse q;
Bicondicional (equivalência) p↔q
p é condição necessária e suficiente para q;

Tabela: Expressões em português associadas a conectivos lógicos.

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 22 / 44


Tabela Verdade para Proposições Compostas

Resoluções de proposições mais complicadas;


Valor-verdade de cada expressão em uma coluna;
Seguir prioridade dos operadores;
Última coluna possui o valor-verdade final.

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 23 / 44


Tabela Verdade para Proposições Compostas

Prioridade dos Operadores Lógicos


Operador Prioridade
¬ 1
∧ 2
∨ 3
→ 4
↔ 5

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 24 / 44


Tabela Verdade para Proposições Compostas

Exemplo
Construa a tabela verdade para a proposição composta p ∨ ¬q → p ∧ q.

p q ¬q p ∨ ¬q p∧q p ∨ ¬q → p ∧ q
V V F V V V
V F V V F F
F V F F F V
F F V V F F

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 25 / 44


Traduzindo Sentenças em Português

Frases para expressões lógicas;


Redução da ambiguidade;
Análise do valor-verdade;
Aplicação de regras de inferência;
Determinar:
I Variáveis proposicionais para cada sentença;
I Conectivos lógicos que estão entre elas.

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 26 / 44


Traduzindo Sentenças em Português

Exemplo
Traduza do português para expressões lógicas: “Você pode acessar a
Internet a partir deste campus somente se você é experiente em
computação ou não é um novato”.
Sejam a, b e c variáveis proposicionais que representam, respectivamente, “Você pode acessar a
Internet a partir deste campus”, “Você é experiente em computação” e “Você é um novato”.
Note que “somente se” é uma forma de a condicional ser expressa. Logo, tem-se:

a → b ∨ ¬c

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 27 / 44


Sistemas de Especificações

Expressões lógicas para especificações de sistemas e hardware;


Verificação de consistência;
Especificação não conflitante.

Exemplo
Determine se este sistema é consistente:
“A mensagem de diagnóstico é armazenada no buffer ou é retransmitida.”
“A mensagem de diagnóstico não é armazenada no buffer.”
“Se a mensagem de diagnóstico é armazenada no buffer, então ela é
retransmitida.”
Seja p “A mensagem de diagnóstico é armazenada no buffer” e q “A mensagem de diagnóstico
é retransmitida”. As especificações podem ser escritas como p ∨ q, ¬p e p → q. Para que as
três especificações sejam verdadeiras deve-se ter:
p sendo falso, para que seja verdadeiro ¬p;
q sendo verdade, para que seja verdadeiro p ∨ q e p → q.
Portanto, a especificação é consistente.

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 28 / 44


Quebra-Cabeça Lógico

Exemplo
Em uma ilha existem dois tipos de habitantes: cavaleiros, que sempre
falam a verdade, e bandidos, que sempre mentem. Você encontra duas
pessoas, A e B. Quem são A e B, se A diz “B é um cavaleiro” e B diz
“Nós dois somos tipos opostos de habitantes”?
Sejam p e q as proposições “A é um cavaleiro” e “B é um cavaleiro”, respectivamente. Então
¬p e ¬q são as afirmações que dizem que A e B são bandidos.
Suponha que p seja verdadeira, ou seja, A é cavaleiro e, portanto, diz a verdade. Isto implica
que B é um cavaleiro. Porém, B disse que ambos são tipos opostos de habitantes, o que é um
absurdo.
Agora supondo que A é bandido, implica que B também é bandido. Assim, B mente. Isto
implica que ambos são do mesmo tipo de habitantes. Logo, A e B são bandidos.

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 29 / 44


Operações de Bit

Exemplo
Encontre a sequência binária tipo OU, a sequência binária tipo E e a
sequência binária tipo OU-exclusivo das sequências 01 1011 0110 e
11 0001 1101.

01 1011 0110
11 0001 1101
11 1011 1111 OU ∨
01 0001 0100 E∧
10 1010 1011 OU-exclusivo ⊕

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 30 / 44


Equivalências Proposicionais

Proposições que possuem o mesmo valor-verdade;


Construção de argumentos matemáticos;
Proposições compostas:
I Expressões formada por várias variáveis proposicionais;
I Usam operadores lógicos.

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 31 / 44


Equivalências Proposicionais

Tautologia, Contradição e Contingência


Uma proposição composta que é sempre verdadeira, independentemente
dos valores-verdade das proposições que ocorrem nela, é denominada
tautologia.
Uma proposição composta que é sempre falsa, qualquer que sejam os
valores-verdade das proposições que a compõem, é chamada de
contradição.
Uma proposição composta que não é nem tautologia nem contradição, é
chamada de contingência.

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 32 / 44


Equivalências Proposicionais

Exemplo de Tautologia e Contradição


p ¬p p ∨ ¬p p ∧ ¬p
V F V F
F V V F

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 33 / 44


Equivalência Lógica

Logicamente Equivalentes
As proposições compostas p e q são chamadas de logicamente
equivalentes se p ↔ q é uma tautologia. A notação p ≡ q indica que p e
q são logicamente equivalentes.

O sı́mbolo ≡ não é um conectivo lógico;


p ≡ q não é uma proposição composta;
p ≡ q indica que p ↔ q é uma tautologia;
As proposições compostas p e q são equivalentes se e somente se as
colunas da tabela verdade apresentam os mesmos valores-verdade.

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 34 / 44


Equivalência Lógica

Exemplo
Mostre, usando a tabela verdade, que ¬(p ∨ q) e ¬p ∧ ¬q são logicamente
equivalentes.

p q p∨q ¬(p ∨ q) ¬p ¬q ¬p ∧ ¬q
V V V F F F F
V F V F F V F
F V V F V F F
F F F V V V V

Como os valores-verdade de ¬(p ∨ q) e ¬p ∧ ¬q coincidem para todas as possibilidades de


combinações, segue-se que ¬(p ∨ q) ↔ ¬p ∧ ¬q é uma tautologia e, portanto, essas proposições
compostas são logicamente equivalentes.

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 35 / 44


Equivalência Lógica

Exemplo
Mostre, usando a tabela verdade, que p → q e ¬p ∨ q são logicamente
equivalentes.

p q ¬p ¬p ∨ q p→q
V V F V V
V F F F F
F V V V V
F F V V V

Como os valores-verdade de p → q e ¬p ∨ q coincidem para todas as possibilidades de


combinações, segue-se que p → q ↔ ¬p ∨ q é uma tautologia e, portanto, essas proposições
compostas são logicamente equivalentes.

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 36 / 44


Equivalência Lógica

Exemplo
Mostre, usando a tabela verdade, que p ∨ (q ∧ r ) e (p ∨ q) ∧ (p ∨ r ) são
logicamente equivalentes.

p q r q∧r p ∨ (q ∧ r) p∨q p∨r (p ∨ q) ∧ (p ∨ r)


V V V V V V V V
V V F F V V V V
V F V F V V V V
V F F F V V V V
F V V V V V V V
F V F F F V F F
F F V F F F V F
F F F F F F F F

Como os valores-verdade de p ∨ (q ∧ r ) e (p ∨ q) ∧ (p ∨ r ) coincidem para todas as


possibilidades de combinações, segue-se que p ∨ (q ∧ r ) ↔ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r ) é uma tautologia e,
portanto, essas proposições compostas são logicamente equivalentes.

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 37 / 44


Equivalência Lógica
Equivalências Lógicas

p∧V ≡p Propriedade dos elementos neutros


p∨F≡p
p∨V ≡V Propriedade de dominação
p∧F≡F
p∨p ≡p Propriedades idempotentes
p∧p ≡p
¬(¬p) ≡ p Propriedade da negação dupla
p∨q ≡q∨p Propriedades comutativas
p∧q ≡q∧p
(p ∨ q) ∨ r ≡ p ∨ (q ∨ r ) Propriedades associativas
(p ∧ q) ∧ r ≡ p ∧ (q ∧ r )
p ∨ (q ∧ r ) ≡ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r ) Propriedades distributivas
p ∧ (q ∨ r ) ≡ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r )
¬(p ∧ q) ≡ ¬p ∨ ¬q Leis de Morgan
¬(p ∨ q) ≡ ¬p ∧ ¬q
p ∨ (p ∧ q) ≡ p Propriedades de absorção
p ∧ (p ∨ q) ≡ p
p ∨ ¬p ≡ V Propriedade de negação
p ∧ ¬p ≡ F

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 38 / 44


Equivalência Lógica

Equivalências Lógicas com Sentenças Condicionais e Bicondicionais

p → q ≡ ¬p ∨ q
p → q ≡ ¬q → ¬p
p ∨ q ≡ ¬p → q
p ∧ q ≡ ¬(p → ¬q)
¬(p → q) ≡ p ∧ ¬q
(p → q) ∧ (p → r ) ≡ p → (q ∧ r )
(p → r ) ∧ (q → r ) ≡ (p ∨ q) → r
(p → q) ∨ (p → r ) ≡ p → (q ∨ r )
(p → r ) ∨ (q → r ) ≡ (p ∧ q) → r
p ↔ q ≡ (p → q) ∧ (q → p)
p ↔ q ≡ ¬p ↔ ¬q
p ↔ q ≡ (p ∧ q) ∨ (¬p ∧ ¬q)
¬(p ↔ q) ≡ p ↔ ¬q

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 39 / 44


Equivalência Lógica

Exemplo
Use as leis de Morgan para expressar as negações de “Miguel tem um
celular e um laptop” e “Rodrigo vai ao concerto ou Carlos vai ao
concerto”.
Seja p “Miguel tem um celular” e q “Miguel tem um laptop”. Assim, “Miguel tem um celular e
um laptop” pode ser representado como p ∧ q. Aplicando a primeira lei de Morgan tem-se
¬(p ∧ q) ≡ ¬p ∨ ¬q, que representa “Miguel não tem um celular ou não tem um laptop”.
Seja r “Rodrigo vai ao concerto” e s “Carlos vai ao concerto”. Então, “Rodrigo vai ao concerto
ou Carlos vai ao concerto” é representado por r ∨ s. Aplicando a segunda lei de Morgan tem-se
¬(r ∨ s) ≡ ¬r ∧ ¬s, que representa “Rodrigo não vai ao concerto e Carlos não vai ao concerto”.

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 40 / 44


Equivalência Lógica

Exemplo
Mostre que ¬(p → q) e p ∧ ¬q são logicamente equivalentes.

¬(p → q) ≡ ¬(¬p ∨ q) por um exemplo anterior


≡ ¬(¬p) ∧ ¬q pela segunda lei de Morgan
≡ p ∧ ¬q pela propriedade da dupla negação

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 41 / 44


Equivalência Lógica

Exemplo
Mostre que ¬(p ∨ (¬p ∧ q)) e ¬p ∧ ¬q são logicamente equivalentes.

¬(p ∨ (¬p ∧ q)) ≡ ¬p ∧ ¬(¬p ∧ q) pela segunda lei de Morgan


≡ ¬p ∧ [¬(¬p) ∨ ¬q] pela primeira lei de Morgan
≡ ¬p ∧ (p ∨ ¬q) pela propriedade da dupla negação
≡ (¬p ∧ p) ∨ (¬p ∧ ¬q) pela segunda propriedade distributiva
≡ F ∨ (¬p ∧ ¬q) ¬p ∧ p ≡ F (contradição)
≡ (¬p ∧ ¬q) ∨ F pela propriedade comutativa para disjunções
≡ ¬p ∧ ¬q pela propriedade dos elementos neutros para F

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 42 / 44


Equivalência Lógica

Exemplo
Mostre que (p ∧ q) → (p ∨ q) é uma tautologia.

(p ∧ q) → (p ∨ q) ≡ ¬(p ∧ q) ∨ (p ∨ q) por um exemplo anterior


≡ (¬p ∨ ¬q) ∨ (p ∨ q) pela primeira lei de Morgan
≡ (¬p ∨ p) ∨ (¬q ∨ q) pelas propriedades associativas
e comutativas para a disjunção
≡ V∨V por um exemplo anterior e pela
propriedade comutativa para a disjunção
≡ V pela propriedade de dominação

André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 43 / 44


André Rodrigues da Cruz (CEFET-MG) Lógica e Equivalências Proposicionais 44 / 44

Você também pode gostar