Slides FC Cap1 Logica 2324 15out

Fundamentos de Cálculo
Lógica e Teoria dos Conjuntos -

Lógica
Cristina Almeida
Depart. de Matemática
Outubro de 2023
Cristina Almeida (Depart. de Matemática) Lógica e Teoria de Conjuntos - Lógica Fundamentos de Cálculo, 2023-2024 1 / 18
Lógica Álgebra de proposições
Designações e Proposições
Definição
Chama-se expressão a qualquer sequência finita de sı́mbolos, com ou sem
significado.
Uma expressão com significado que represente algo, pode ser uma designação ou
uma proposição.
Exemplo
”Hoje”, 7+2=9 e #%2 são expressões mas a última não tem significado.
Definição
Uma expressão com significado que representa algo (sentença não declarativa),
denomina-se por designação, termo ou nome.
Exemplo
”Hoje” e ”O que é o jantar?” são designações.
Definição
Uma expressão com significado que traduz uma afirmação, denomina-se
proposição ou frase. Na Lógica só se consideram proposições as afirmações sobre
as quais se possa decidir se são verdadeiras ou falsas.
Exemplo
”Lisboa é a capital de Portugal”, 2 ≤ 3 e 2 + 3 > 7 são proposições.
Valor Lógico
Definição
Diz-se que o valor lógico de uma proposição é Verdade, se a proposição for
verdadeira e denota-se por V ou 1.
Se a proposição é falsa tem valor lógico Falso e denota-se por F ou 0.
Toda a proposição tem apenas um e um só valor lógico.
Definição
Duas proposições dizem-se equivalentes quando têm o mesmo valor lógico.
Exemplo
7 + 2 = 9, ”Lisboa é a capital de Portugal” e 2 + 3 > 7 são proposições de valor
lógico V, V e F, respetivamente, isto é, as duas primeiras proposições são
equivalentes.
Lógica Operadores, prioridades e propriedades
Cálculo Proposicional
Podemos obter novas proposições a partir doutras, por meio das operações
lógicas: negação, conjunção, disjunção, implicação e equivalência
Negação ∼, ¬, −
Conjunção ∧
Disjunção ∨
Implicação ⇒
Equivalência ⇔
chamados conectivos lógicos.
Regras lógicas (de inferência) permitem obter proposições verdadeiras se
assumirmos outras proposições (hipóteses) como verdadeiras.
A tabela de verdade de uma operação lógica (ou de uma proposição) também nos
dá o valor lógico da nova proposição, em função do valor lógico das proposições
de que foi obtida.
Definição
Sejam p e q proposições:
a negação de p representa-se por ∼ p (ou ¬p ou p̄) e lê-se ”não p”.
∼ p é verdadeira se e só se p é falsa.
Observação: ∼ (∼ p) é equivalente a p.
a conjunção de p e q representa-se por p ∧ q e lê-se ”p e q”.
p ∧ q é verdadeira caso p e q sejam ambas verdadeiras

e é falsa caso se pelo menos uma delas for falsa.
a disjunção de p e q representa-se por p ∨ q e lê-se ”p ou q”.
p ∨ q é verdadeira se pelo menos uma das proposições

é verdadeira e é falsa se ambas são falsas.
Definição
a implicação de p por q representa-se por p ⇒ q e lê-se
”p implica q” ou ”se p então q”.
▶ p é o antecedente e q é o consequente
▶ p é condição suficiente para q
▶ q é condição necessária para p
O único caso em que a implicação é falsa é quando

o antecedente é verdadeiro e o consequente é falso.
Observações:
▶ p⇒q é equivalente a ∼ p ∨ q.
▶ O operador ⇒ não estabelece nenhuma ideia de causa/efeito, nem afirma que
a partir duma proposição seja possı́vel provar a outra.
Exemplo
√
25 ≥ 2 ⇒ (5 > 1) prop. Verd. (2 < 0) ⇒ (5 > 1) prop. Verd.
(4 > 0) ⇒ (5 < 1) prop. Falsa (7 < 2) ⇒ (π < 1) prop. Verd.
Muitos teoremas têm a forma (H ⇒ T ). Neste caso a proposição H é chamada a

hipótese (ou antecedente ou premissa) do teorema, e T é chamada a tese (ou
consequência ou conclusão) do teorema.
Definição
a equivalência entre p e q representa-se por p ⇔ q e lê-se
”p equivale a q” ou ”p se e só se q”.
▶ p é condição necessária e suficiente para q
p ⇔ q é verdadeira quando p e q têm o mesmo valor lógico

e é falsa caso contrário.
Prioridades das operações

Quando numa proposição surgem mais do que uma operação lógica usam-se
parêntesis para indicar a ordem pela qual se realizam essas operações,
sobrepondo-se à seguinte convenção de prioridade das operações:
1 negação;
2 conjunção e disjunção;
3 implicação e equivalência.
A ordem de precedências é:
∼ ∧ ∨ ⇒ ⇔
Exemplo
Dadas duas proposições p e q, a proposição composta
[∼ (p ∧ q)] ⇔ [(∼ p) ∨ (∼ q)]

pode simplesmente escreve-se como ∼ (p ∧ q) ⇔∼ p∨ ∼ q.
Algumas propriedades das operações lógicas

Sejam p, q e r proposições.
Propriedades da negação
▶ ∼ (∼ p) ⇔ p.
Propriedades da conjunção e da disjunção

▶ p∨p⇔p e p ∧ p ⇔ p;
▶ Se q é Verdadeira então
p ∨ q é Verdadeira e p ∧ q ⇔ p;
▶ Se q é Falsa então
p ∧ q é Falsa e p ∨ q ⇔ p.
Primeiras Leis de De Morgan

▶ ∼ (p ∧ q) ⇔ (∼ p∨ ∼ q);
▶ ∼ (p ∨ q) ⇔ (∼ p∧ ∼ q).
Propriedades da implicação
▶ (p ⇒ q) ⇔ (∼ p ∨ q);
▶ ∼ (p ⇒ q) ⇔ (p∧ ∼ q);
▶ (p ⇒ q) ⇔ (∼ q ⇒∼ p)
uma implicação e a sua contra-recı́proca têm o mesmo valor lógico;
▶ [(p ⇒ q) ∧ (q ⇒ r)] ⇒ (p ⇒ r)
note-se que [(p ⇒ q) ∧ (q ⇒ r)] ⇎ (p ⇒ r).
Propriedades da equivalência
▶ (p ⇔ q) ⇔ (q ⇔ p);
▶ (p ⇔ q) ⇔ [(p ⇒ q) ∧ (q ⇒ p)];
▶ (p ⇔ q) ⇔ (∼ p ⇔∼ q).
Definição
Uma proposição composta que é sempre verdadeira, quaisquer que sejam os
valores de verdade das proposições que nela ocorram, diz-se uma tautologia.
Exemplo
Vejamos a tabela de verdade que se segue:
Exemplo de Tautologia
p ∼p p∨ ∼ p
V F V
F V V
Tabela resumo das propriedades das operações lógicas
Sejam p, q, r proposições tem-se:

∼ (∼ p) ⇔ p
∼ (p ∧ q) ⇔∼ p∨ ∼ q ∼ (p ∨ q) ⇔∼ p∧ ∼ q
p∧p⇔p p∨p⇔p
p∧q ⇔q∧p p∨q ⇔q∨p
(p ∧ q) ∧ r ⇔ p ∧ (q ∧ r) (p ∨ q) ∨ r ⇔ p ∨ (q ∨ r)
p ∧ (p ∨ q) ⇔ p p ∨ (p ∧ q) ⇔ p
p ∧ (p ∨ q) ⇔ p p ∨ (p ∧ q) ⇔ p
p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r) p ∨ (q ∧ r) ⇔ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r)
p ⇒ q ⇔∼ p ∨ q
∼ (p ⇒ q) ⇔ p∧ ∼ q p ⇒ q ⇔∼ q ⇒∼ p
[(p ⇒ q) ∧ (q ⇒ r)] ⇔ p ⇒ (q ∧ r) [(p ⇒ q) ∨ (q ⇒ r)] ⇔ p ⇒ (q ∨ r)
Expressões com variáveis
Definição
Uma expressão com significado que contenha variáveis (sı́mbolos, em geral letras,
que podem ser substituı́dos por elementos de um dado universo) designa-se por:
expressão designatória se, ao substituir as variáveis por elementos do
universo, se obtém uma designação;
expressão proposicional (ou condição) se, ao substituir as variáveis por
elementos do universo, se obtém uma proposição (verdadeira ou falsa).
Exemplo
2 + a e x2 y 3 são expressões designatórias, enquanto que x2 y 3 > 4 e
”α é a capital de França” são expressões proposicionais.
Definição
Domı́nio de uma expressão: valores (do universo) pelos quais faz sentido
substituir as variáveis que nela ocorrem.
Conjunto solução da expressão proposicional: valores do seu domı́nio que
a transformam numa proposição verdadeira.
Definição
Num determinado Universo, uma expressão proposicional pode ser:
possı́vel, se existem valores que substituı́dos nas variáveis a transformam
numa proposição verdadeira;
impossı́vel caso contrário.
Uma expressão proposicional possı́vel diz-se Universal se, ao substituı́rmos as suas
variáveis por quaisquer valores dos respetivos domı́nios, obtivermos sempre
proposições verdadeiras.
Lógica Condições e Conjuntos: quantificador universal, quantificador existencial
Quantificadores
Seja p(x) uma expressão proposicional na variável x.
Ao trabalhar expressões com variáveis podem definir-se três novas operações:
Quantificador universal
Representa-se por ∀ e significa ”para todo” ou ”qualquer que seja”.
▶ A proposição ∀x, p(x) lê-se ”qualquer que seja x, p(x)”.
Num certo universo,
∀x, p (x) é verdadeira sse a condição p (x) é universal.
Exemplo
A condição x2 + 1 > 0 é universal em R, pelo que a proposição
∀x ∈ R, x2 + 1 > 0 é verdadeira.
No entanto, a condição x + 1 > 0 não é universal em R, sendo

∀x ∈ R, x + 1 > 0 falsa.
(por exemplo para x = −2 a proposição é falsa)
Quantificador existencial
Representa-se por ∃ e significa ”existe pelo menos um”.
▶ A proposição ∃x, p(x) lê-se ”existe pelo menos um x tal que p(x)”.
Num certo universo,
∃x, p (x) é verdadeira sse a condição p (x) é possı́vel.
Exemplo
A condição x + 2 > 0 é uma condição possı́vel em R, donde a proposição
∃x ∈ R, x + 2 > 0 é verdadeira.
Quantificador de existência e unicidade

Representa-se por ∃1 e significa ”existe um e um só”.
▶ A proposição ∃1 x, p(x) lê-se ”existe um e um só x tal que p(x)”.
Num certo universo,
∃1 x, p (x) é verdadeira sse a condição p (x) tem uma única solução.
Exemplo
A condição x2 = 9 tem duas soluções em R (−3 e 3), donde a proposição
∃1 x ∈ R, x2 = 9 é falsa.
Quantificação múltipla
A troca de ordem de dois quantificadores consecutivos do mesmo tipo
transforma uma condição (ou proposição) numa equivalente.
Pelo contrário, a troca de ordem de quantificadores
que não são do mesmo tipo, origina condições (ou proposições) que, em
geral, não são equivalentes às iniciais.
Segundas Leis de De Morgan
Sendo p uma condição tem-se:
∼ (∀x, p(x)) ⇔ ∃x, ∼ p(x);

∼ (∃x, p(x)) ⇔ ∀x, ∼ p(x).
Exemplo
∀x ∀y ((x > 0) ∧ (y > 0) ⇒ (x + y > 0)) é traduzido por,
quaisquer que sejam x e y, se x e y positivos a sua soma é positiva.
∃z ∀x ∀y x + y = z traduz-se por,
existe um z tal que, para todo o x e y se tem que x + y = z.

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Lógica e Teoria dos Conjuntos -

Toda a proposição tem apenas um e um só valor lógico.

∼ p é verdadeira se e só se p é falsa.

a conjunção de p e q representa-se por p ∧ q e lê-se ”p e q”.

p ∧ q é verdadeira caso p e q sejam ambas verdadeiras

a disjunção de p e q representa-se por p ∨ q e lê-se ”p ou q”.

p ∨ q é verdadeira se pelo menos uma das proposições

O único caso em que a implicação é falsa é quando

Muitos teoremas têm a forma (H ⇒ T ). Neste caso a proposição H é chamada a

p ⇔ q é verdadeira quando p e q têm o mesmo valor lógico

Prioridades das operações

A ordem de precedências é:

[∼ (p ∧ q)] ⇔ [(∼ p) ∨ (∼ q)]

Algumas propriedades das operações lógicas

Propriedades da conjunção e da disjunção

Primeiras Leis de De Morgan

Tabela resumo das propriedades das operações lógicas

Sejam p, q, r proposições tem-se:

Expressões com variáveis

∀x, p (x) é verdadeira sse a condição p (x) é universal.

No entanto, a condição x + 1 > 0 não é universal em R, sendo

Quantificador de existência e unicidade

∼ (∀x, p(x)) ⇔ ∃x, ∼ p(x);

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