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Equações e Inequações -
Equações
Cristina Almeida
Depart. de Matemática
Novembro de 2023
Definição
Uma equação algébrica é uma igualdade entre duas expressões com uma ou mais
variáveis (ou incógnitas) sujeitas a operações aritméticas.
Exemplo
5 − 3x = 2 e 5x2 − 2x = −5 são ambas equações de uma única variável, x,
sendo a primeira de 1.º grau e a segunda do 2.º grau.
−2x + y = 3 é uma equação de 1.º grau com duas incógnitas.
Definição
Resolver uma equação significa obter todos os possı́veis valores da incógnita (ou
das incógnitas) que tornam a proposição verdadeira. As soluções de uma equação
denominam-se raı́zes da equação.
Definição
Toda a equação pode ser classificada como:
possı́vel determinada, se tem uma única solução;
possı́vel indeterminada, se tem mais do que uma solução (infinitas);
impossı́vel, se não tem soluções.
Observação:
Para resolver uma equação é necessário realizarem-se operações sobre esta.
Numa equação, a expressão algébrica que fica à esquerda da igualdade chama-se
primeiro membro e a que fica à direita chama-se segundo membro.
Quando se adiciona (ou subtrai) valores iguais em ambos os membros da equação,
obtém-se uma equação equivalente. O mesmo acontece se se multiplicar ou dividir
ambos os membros da equação por um valor não nulo.
Exemplo
▶ −3x + 4 = 10 ⇔ −3x + 4 − 4 = 10 − 4 ⇔ −3x = 6 ⇔
−3x 6
⇔ −3
= −3
⇔ x = −2
3
▶
2
x − 5 = − 23 ⇔ M.M.C.(2, 3) = 6
9 30
⇔ 6
x − 6
= − 46 ⇔ 9x − 30 = −4 ⇔ 9x − 30 + 30 = −4 + 30 ⇔
9x 26 26
⇔ 9x = 26 ⇔ 9
= 9
⇔ x= 9
Exemplo
√ √
4x2 − 8 = 0 ⇔ 4x2 = 8 ⇔ x2 = 2 ⇔ x = − 2 ∨ x = 2
Exemplo
4x2 − 12x = 0 ⇔ x (4x − 12) = 0 ⇔ x = 0 ∨ 4x − 12 = 0 ⇔
⇔ x = 0 ∨ 4x = 12 ⇔ x = 0 ∨ x = 12
4
⇔ x=0∨x=3
Exemplo
√ √
7± 49−24
2x2 − 7x + 3 = 0 ⇔ x = 4
⇔x= 7± 25
4
⇔ x= 1
2
∨x=3
1 0 −3 −2
2 2 4 2
1 2 1 0
n
Equações simples de grau n: x = k com n ∈ N
Resolve-se recorrendo à radiciação para eliminar o expoente.
k < 0, sem soluções em R
Se n par e
k = 0, solução única, x = 0
xn = k ⇒
√ √
k > 0, duas soluções, x = − n k ∨ x = n k
√
Se n ı́mpar, solução única x = n k
Exemplos
▶ x2 + 1 = 0 ⇔ x2 = −1 impossı́vel em R
√
▶ 4x2 − 4 = 0 ⇔ 4x2 = 4 ⇔ x2 = 4
4
⇔ x2 = 1 ⇔ x = ± 1 ⇔
x = −1 ∨ x = 1
√ √
▶ x3 = −8 ⇔ x = 3
−8 ⇔ x = 3
−23 ⇔ x = −2
Equações biquadradas:
Equação que se pode reduzir à forma de equação de 2.º grau através de uma
substituição da variável.
Exemplo
√
3± 9+16
x4 − 3x2 − 4 = 0 ⇔ 2 y 2 − 3y − 4 = 0 ⇔ y = 2 ⇔
y=x
⇔y= 3±5
2 ⇔ y = −1 ∨ y = 4 ⇔ x2 = −1 ∨ x2 = 4 ⇔
| {z }
impossı́vel em R
√
⇔ x = ± 4 ⇐⇒ x = −2 ∨ x = 2
Equações racionais:
Equação racional (uma ou mais variáveis estão no denominador de uma
fração): resolve-se reduzindo todas as frações a um denominador comum e
multiplicando ambos os membros de equação pelo denominador comum,
considerando-se apenas as soluções que não anulam o denominador.
Exemplo
2 4 x−1 2(x−2) 4(x+2) x−1
x+2 + x−2 = x2 −4 ⇔ (x+2)(x−2) + (x+2)(x−2) = (x+2)(x−2) ⇔
⇔ 2 (x − 2) + 4 (x + 2) = x − 1 ∧ (x + 2) (x − 2) ̸= 0 ⇔
⇔ 2x − 4 + 4x + 8 = x − 1 ∧ x + 2 ̸= 0 ∧ x − 2 ̸= 0 ⇔
⇔ 5x = −5 ∧ x ̸= −2 ∧ x ̸= 2 ⇔ x = −1 ∧ x ̸= −2 ∧ x ̸= 2 ⇔
⇔ x = −1
Equações irracionais:
Equações irracionais (uma ou mais variáveis estão dentro de uma, ou mais,
raizes): resolve-se começando por transformar a equação numa equação
racional, isto é, elevando ambos os membros da equação a uma potência
conveniente. Em seguida, resolve-se a equação racional encontrada e,
finalmente, verifica-se se as raı́zes da equação racional obtidas podem ou não
ser aceites como raı́zes da equação irracional dada (verificar a igualdade).
Esta operação final é necessária porque a transformação em equação racional
não é uma equivalência mas sim uma implicação.
k < 0, sem soluções em R
Se n par e k = 0, solução x = 0
√
n
x=k⇒
k > 0, solução x = k n
Se n ı́mpar, solução x = k n
Equações irracionais:
Exemplo
√ √ √ 2 2
6−x+x=0⇔ 6 − x = −x ⇒ 6−x = (−x) ∧ 6 − x ≥ 0 ⇒
⇒ 6 − x = x2 ∧ x ≤ 6 ⇒ x2 + x − 6 = 0 ∧ x ≤ 6 ⇒
√
−1± 1+24 −1±5
⇒x= 2 ∧ x≤6⇒x= 2 ∧ x≤6⇒
⇒ (x = −3 ∨ x = 2) ∧ x ≤ 6 ⇒ x = −3 ∨ x = 2
Verificação:
p √
6 − (−3) + (−3) = 9 − 3 = 3 − 3 = 0 −→ x = −3 é solução da
equação
√ √
6−2+2= 4 + 2 = 2 + 2 = 4 ̸= 0 −→ x = 2 não é solução da equação
|x| = |y| ⇔ x = y ∨ x = −y
Exemplos
▶ x2 − 4 = 3 ⇔ x2 − 4 = 3 ∨ x2 − 4 = −3 ⇔
√ √
⇔ x2 = 7 ∨ x2 = 1 ⇔ x = − 7 ∨ x = 7 ∨ x = −1 ∨ x = 1
▶ |2x − 2| = |5 − x| ⇔ 2x − 2 = 5 − x ∨ 2x − 2 = − (5 − x) ⇔
⇔ 3x = 7 ∨ 2x − 2 = −5 + x ⇔ 3x = 7 ∨ x = −3 ⇔
7
⇔ x= 3
∨ x = −3
O gráfico de uma função (polinómio) do 2.º grau é uma parábola cujo vértice é
dado por,
b ∆
V (− , − ).
2a 4a
Este ponto da parábola corresponde sempre ao valor mı́nimo (se a parábola está
virada para cima) ou máximo (parábola voltada para baixo) atingido pela função.
O sinal do coeficiente principal, a, indica se a parábola está voltada para cima
(a > 0) ou para baixo (a < 0).
∆ < 0: p(x) não tem raı́zes reais, isto é, a parábola não toca o eixo.
∆ > 0: p(x) tem duas raı́zes reais (α1 , α2 ), isto é, a parábola toca duas
vezes o eixo.
p(x) = ax2 + bx + c = a(x − α1 )(x − α2 )