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Curso de Cálculo 
Todos os teoremas de 
Cálculo I que você 
precisa saber 
 

Cálculo para estudantes de Engenharia 


 

   

 

Tá de apostila nova em bebê! 


Muito  obrigado  por  baixar  uma  das  apostilas  do  Curso  de  Cálculo.  Nela,  você  encontra  um  guia  de 
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Todos os teoremas de Cálculo I que você precisa saber 


“Não importa o quão lentamente você caminha, desde que você nunca pare” 
- Confúcio 

Teorema do Confronto 
O que é? 
O  Teorema  do  Confronto  é  um  teorema  utilizado  para  avaliarmos  o  limite  de  uma  função  ​quando  o 
cálculo  direto  deste  limite  não  é  trivial​.  Alguns  exemplos  de  limites  que  avaliamos  pelo  Teorema  do 
confronto: 

A  estratégia  aqui  é  a  seguinte:  se  para  um  certo  número    as funções   e​   , maior e menor que 
  respectivamente,  possuem  o  mesmo  limite  , então a função   também terá este limite   ao 
aproximarmos de . Vamos à definição do teorema. 

Definição: Teorema do Confronto 

Temos  três  funções,  ,    e    tais  que    para  todo    dentro  de  um 
intervalo contendo um número c, exceto possivelmente em c. Caso 

então podemos afirmar, pelo Teorema do Confronto, que 

Ok, não entendi. Me explica melhor? 


A  visualização  do  Teorema  do  Confronto  a  partir  de  um  gráfico  o 
deixa  mais  claro.  Aqui,  vemos  as  funções    e    que  são, 
respectivamente,  maior  e  menor  que  .  Ao  nos aproximarmos de  , 
vemos  que  as  funções    e    possuem  o  mesmo  limite  .  Sendo 
assim,  dado  que    está  entre    e    (temos  um  “sanduíche''  da 
função    por   e  ), então o limite de   quando   se aproxima de   
será  também  .  Não  é  por  acaso  que  um  dos nomes do Teorema do 
Confronto seja Teorema do Sanduíche. Note como o teorema faz um 
"sanduíche" da função com as funções e . 

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Exercício 
Utilizando o Teorema do Confronto determine 

Resposta 
Sabemos  que  a  função  seno  sempre  produz  um  resultado  entre  -1  e  1,  independente  do  arco 
trigonométrico. Sendo assim, podemos afirmar que  

Multiplicando todos os termos da inequação por , temos 

Olha só! Já temos as nossas funções , e , dadas por 

Dado que ​ e que  

então podemos afirmar, pelo Teorema do Confronto, que  

   

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Teorema do Valor Intermediário 


Um  dos  primeiros  teoremas  vistos  em  Cálculo  I  e  também  um  dos  mais  difíceis  de  serem 
compreendidos. Vamos para a definição. 

Definição: Teorema do Valor Intermediário 

Seja  f  uma  função contínua no intervalo   onde   e k é um número qualquer entre a e b. 


Sendo assim, existe pelo menos um número c em tal que . 

Ok, não entendi. Me explica melhor? 

Suponha  uma  função    contínua  em  um  intervalo  fechado  (delimitaremos  o  intervalo  )  e  que  os 
valores  da  função  nos  extremos  sejam    e    (figura  à  esquerda).  Necessariamente  a  função 
passa  por  um  valor    entre    e    quando  ,  estando    entre    e  . Em outras palavras, se 
você  tenta  traçar  um  caminho  entre  os  pontos    e    você  fatalmente  cruza  a  reta 
, fazendo com que em algum ponto (figura à direita). 

Exercício 
Utilize o Teorema do Valor Intermediário para provar que a função polinomial  

  

possui pelo menos uma raiz no intervalo . 

Resposta 
Dizer  que  a  função  possui  uma raiz é o mesmo que dizer que, em um certo ponto, a função cruza o eixo 
x (ou seja, o valor da função se anula). 

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Dado  que  a  função  que  estamos  analisando  é ​polinomial​, ela é ​contínua para todo número real. Sendo 


assim,  já  atendemos a um pré-requisito da utilização do TVI: a função é contínua. Vamos agora analisar 
o valor dessa função nos extremos do intervalo: 

Um  dos  valores  encontrados  é  menor  do  que  zero,  e  o outro é positivo. Sendo assim, pelo Teorema do 


Valor  Intermediário,  em  algum  momento  (dentro  deste  intervalo)  a  função  passará  por  zero  -  ou seja, 
teremos um número ​c​ em tal que (teremos uma raiz). 

Utilizando  um  software  computacional,  podemos  descobrir  que  tal  raiz  ocorre  em  .  ​É 
importante  lembrar  que  o  Teorema  do  Valor  Intermediário  não  nos  mostra  como  calcular  tal  valor 
de , apenas nos mostra que tal valor existe. 

   

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Teorema do Valor Médio 


O  Teorema  do  Valor  Médio  relaciona  a  variação  média de uma função com a sua variação instantânea 
dentro de um certo intervalo. Vamos começar pela definição. 

Definição: Teorema do Valor Médio 


Suponha que é uma função que satisfaz os seguintes critérios: 
● é contínua em um intervalo fechado  
● é diferenciável em um intervalo aberto  
então existe um n´umero c dentro do intervalo tal que 
 

Geometricamente,  isto  significa  que  a  tangente  ao  gráfico  de    no  ponto  de  abcissa    é  paralela  à 
secante que passa pelos pontos de abcissas e . 

Ok, não entendi. Me explica melhor? 


A  interpretação  gráfica  é  a  mais  fácil  de  ser  compreendida.  Vemos  que  a  reta  tangente  à  curva  em   
possui  a  mesma  inclinação  que  a  secante que liga os pontos   a   (lembre-se que a reta 
tangente  representa  a  derivada  da  função  naquele  ponto).  Em    a  ​variação instantânea é igual à 
variação média da função​ - a derivada possui o mesmo valor da inclinação da reta secante​. 

Exercício 
Dois  radares  eletrônicos  estão  localizados  nas  duas  pontas  de  um  trecho  de  certa  rodovia.  Ao  passar 
por  um  dos  radares, um carro desenvolve a velocidade de 115 km/h. Depois de 1 minuto, o carro passa 

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pelo  segundo  radar  a  uma  velocidade  de  120  km/h.  Dado  que  a distância entre os radares é de 2,5 km 
prove que o carro ultrapassou o limite de velocidade da rodovia de 120 km/h. 

Resposta 

A  distância  percorrida  pelo  automóvel  é  uma  grandeza  ​contínua​.  Sendo   o instante em que o 


carro  passa  pelo  primeiro  radar,  o  instante  em  que  ele  passa  pelo  segundo  radar  é    (um 
minuto, convertido em horas).  

A velocidade média do carro é dada por 

Pelo  Teorema  do  Valor  Médio,  dado  que  a  velocidade  média desenvolvida pelo carro foi de 150 km/h, 


podemos  afirmar  que,  em  algum  momento  do  deslocamento,  sua  velocidade  instantânea  foi  de  150 
km/h. 

   

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Teorema de Rolle 
O  Teorema  de  Rolle  é  uma  condição  especial  do  Teorema  do  Valor  Médio,  onde,  além  das  duas 
condições  do  TVM,  teremos  uma  terceira:  .  Isso  acarretará  em  uma  conclusão  bastante 
diferente da do TVM. 

Suponha que é uma função que satisfaz os seguintes critérios: 

● é contínua em um intervalo fechado  


● é diferenciável em um intervalo aberto  
●  

então  existe  um  número  c  dentro  do  intervalo    tal  que  .  Em  outras  palavras,   
assume uma taxa de variação (derivada) nula dentro deste intervalo. 

Ok, não entendi. Me explica melhor? 


Aqui, novamente, a interpretação gráfica é mais fácil de ser compreendida.  

Vemos  no  gráfico  à  esquerda  que  a  função,  em  seu  ponto  final  e  em  seu ponto inicial, possui o mesmo 
valor  d.  Sendo  assim,  e  sendo  a  função  contínua  e  diferenciável  no  intervalo,  em  algum  momento 
dentro do intervalo a variação instantânea da função (sua derivada) é nula. 

No  gráfico  à  direita,  pot  outro  lado,  a  função  também  assume  o  mesmo  valor  d  nos  extremos  do 
intervalo.  Porém, dado que a função não é diferenciável no intervalo aberto (por possuir um bico em c), 
o Teorema de Rolle não se aplica. 

Exercício 
Determine  se  o  Teorema  de  Rolle  pode  ser  aplicado  à  função  abaixo  no  intervalo  dado.  Se  for  o  caso, 
encontre todos os valores de no intervalo que satisfazem o teorema. 

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Resposta 
Analisando  o  domínio  da  função,  vemos  que  ela  é  somente  descontínua  em  .  Ou  seja,  para  o 
intervalo  fornecido,  temos  uma função contínua e diferenciável (duas das condições foram satisfeitas). 
Vamos analisar agora os extremos da função no intervalo fornecido: 

Temos portanto . Sendo assim, podemos aplicar o Teorema de Rolle: 

Sendo assim, 

Utilizando  uma  calculadora,  vemos  que    e  .  Somente um destes valores está no 


intervalo,  que  é  o  caso  do  .  Dessa forma, em   a taxa de variação instantânea da função 
é nula. 

   

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Teorema Fundamental do Cálculo - Parte I 


A  primeira  parte  do  TFC  nos  mostra  como  derivar  certos  tipos  de  integrais  definidas,  mostrando 
também a relação intrínseca entre integrais e derivadas. 

Definição: TFC Parte I 

Considere  uma  função    definida  e  contínua  no  intervalo    onde  .  Podemos  tomar 
uma função tal que 

contínua e derivável no intervalo aberto de modo que . 

Ok, não entendi. Me explica melhor? 


Pense  em  ​derivar  e  ​integrar  como  processos  contrários.  Ao deriva uma integral, estando esta integral 
definida  no  intervalo  que  vai  de  um  número  qualquer  a  ,  você  ​cancela  a  derivada  com  a  integral, 
ficando somente com a função original porém reescrita na variável . 

Exercício 
Encontre a derivada da função abaixo através do TFC I. 

Resposta 

Para  calcular  a  derivada  da  função   basta lembrar que  . Sabemos pelo enunciado do 


problema que 

Sendo assim, 

Note que o extremo inferior da integral poderia ser qualquer número já que a função é contínua em . 

   

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Teorema Fundamental do Cálculo - Parte II 


Para  funções  contínuas  em  intervalos  fechados  podemos  definir  a  integral  definida  como  a  ​primitiva​, 
calculada  no  final  do  intervalo,  ​menos  a  primitiva  calculada  no  início  do  intervalo.  Note  que  a  função 
deve ser contínua no intervalo fornecido. 

Definição: TFC Parte II 

Considere uma função definida e contínua no intervalo . Sendo assim, se , então 

Ok, não entendi. Me explica melhor? 


Lembre-se  que  quando  falamos  da  ​primitiva  estamos,  em  outras  palavras,  falando  da  ​integral 
indefinida  da  função.  Sendo  assim,  para  avaliar  a  integral  definida,  basta  calcular  a integral indefinida 
primeiramente e, em seguida, avaliar esta intergral no instante final ​menos​ o inicial. 

Exercício 

Determine o valor da integral  

Resposta 

Sabe-se que a primitiva (ou a integral indefinida) de é . Sendo assim,  

ou seja, a integral de no intervalo de 1 a 3 é igual a 20. 

   

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Teorema do Valor Extremo 


Assim  como  o  Teorema  do  Valor  Intermediário,  o  Teorema  do  Valor  Extremo  é  um  teorema  de 
existência,  ou  seja,  ele  fala  da  existência  de  máximos e mínimos em certo intervalo, porém não mostra 
como calculá-los. Vamos ao teorema: 

Definição: Teorema do Valor Extremo 

Sendo    contínua  em  um  intervalo  fechado  ,  tal  função  assume  um  valor  máximo  absoluto  e 
um valor mínimo absoluto em certos números dentro deste intervalo. 

Ok, não entendi. Me explica melhor? 

Observando  uma  função  qualquer  contínua  no  intervalo  fechado  , é plausível afirmar que, dentro 


deste intervalo, tal função assumirá um valor máximo e um valor mínimo dentro deste intervalo. 

Nos  três  gráficos  abaixo  observamos  situações  onde  os  critérios  do  teorema  não  são  satisfeitos  -  ou 
seja,  onde  a  função  não é contínua no intervalo fechado. Sendo assim, não podemos utilizar o TVE (não 
podemos afirmar que existem máximos ou mínimos globais).  

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Exercício 

Determine os pontos de máximo e de mínimo absolutos da função dada abaixo no intervalo  

Resposta 
O gráfico da função definida por partes está representado abaixo: 

Nele,  vemos  que,  em  ,  a  função  possui  um  salto  de  descontinuidade.  Contudo,  a  função  é 
contínua  no  intervalo  .  Sendo  assim,  neste  intervalo,  a  função  assumirá  valores  de  ​máximo 
absoluto​ e de ​mínimo absoluto​. 

Através  da  inspeção  do  gráfico,  vemos  que  o  máximo  absoluto  ocorre  no  ponto    e  o  mínimo 
absoluto no ponto . 

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