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Autor:
Amanda Aires, Vicente Camillo
26 de Dezembro de 2021
Derivada ....................................................................................................................... 2
Oferta de Trabalho ...................................................................................................... 8
Utilidade e Curva de Indiferença .................................................................................................................. 9
Inclinação da Curva de Indiferença ....................................................................................................... 12
Restrição Orçamentária .................................................................................................................................... 16
Quantas Horas Trabalhar? ............................................................................................................................... 18
Oferta de Trabalho ................................................................................................................................................ 23
Conceitos Adicionais sobre a Oferta de Trabalho .............................................. 32
Elasticidade salário da oferta........................................................................................................................ 32
Salário de reserva ................................................................................................................................................... 33
Rendas econômicas ............................................................................................................................................ 34
Lista de Questões e Gabarito .................................................................................. 37
Gabaritos ...................................................................................................................................................................... 40
Questões Resolvidas ................................................................................................. 41
Considerações Finais ............................................................................................... 48
Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Economia do Trabalho - 2022 (Pré-Edital) 1
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Aula 01
DERIVADA
Antes de iniciarmos os temas relativos à oferta de trabalho, é relevante conhecer
um pouco de cálculo diferencial, sobretudo do processo de derivação.
Vamos utilizar uma função qualquer que pode se aplicar à microeconomia, que
possui a forma abaixo apresentada:
𝒚 = 𝒙𝟑 + 𝟐𝒙𝟐 + 𝟑𝒙
Nos cursos de física de nível médio é muito comum aprendermos que a variação
da velocidade é dada pela aceleração. Pois bem, se aplicarmos uma variação
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𝒚 = 𝒙𝟑 + 𝟐𝒙𝟐 + 𝟑𝒙
𝝏𝒚
= 𝟑𝒙𝟐 + 𝟒𝒙 + 𝟑
𝝏𝒙
𝝏𝒚
Sendo que a representação representa justamente a derivada de y em função
𝝏𝒙
de x.
este fim. O mesmo pode ser representado pelo parâmetro ∆ ou mesmo pelo 𝒅, pelo
∆𝒚 𝒅𝒚
que ficaríamos com ou com . Há ainda uma forma mais resumida de
∆𝒙 𝒅𝒙
𝒚 = 𝒙𝑵
𝝏𝒚
= 𝑵𝒙𝑵−𝟏
𝝏𝒙
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Aula 01
𝒚 = 𝒙𝟑 + 𝟐𝒙𝟐 + 𝟑𝒙
𝝏𝒚
= 𝟑 × 𝒙𝟑−𝟏 + 𝟐 × 𝟐𝒙𝟐−𝟏 + 𝟏 × 𝟑𝒙𝟏−𝟏
𝝏𝒙
𝝏𝒚
= 𝟑𝒙𝟐 + 𝟐 × 𝟐𝒙𝟏 + 𝟏 × 𝟑𝒙𝟎
𝝏𝒙
𝝏𝒚
= 𝟑𝒙𝟐 + 𝟒𝒙 + 𝟑
==1e00d3==
𝝏𝒙
𝑸𝒅 = 𝟐𝟎 − 𝟒𝒑
Sendo que:
P ➔ representa o preço
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Aula 01
A função acima nos mostra que para preço igual a zero, o consumidor demanda
20 unidades do bem. Para encontrar este resultado basta substituir o parâmetro p
por 0. Da mesma forma, caso o preço se eleve para 1, a demanda agora será de
16 unidades. E assim por diante. Portanto, à medida que o preço aumenta em 1
unidade, a quantidade demandada do bem diminui em 4 unidades.
𝝏𝑸𝒅
= (𝟏) × 𝟒𝒑𝟏−𝟏
𝝏𝒑
𝝏𝑸𝒅
= 𝟐𝟎𝟎 − (𝟏) × 𝟒𝒑𝟎
𝝏𝒑
𝝏𝑸𝒅
= −𝟒
𝝏𝒑
Note que o termo “20” não apareceu no momento da derivada. Isso ocorre porque
ele é uma constante. Se estamos querendo saber a variação do valor da função,
a constante não tem sentido de ser. Ou seja, ela deve ser ignorada no processo de
derivação justamente por não variar, afinal, ela é uma constante.
𝒑 ∆𝒒
𝑬= ×
𝒒 ∆𝒑
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∆𝒒
Se notarmos com mais atenção, é exatamente a derivada da função de
∆𝒑
𝑸𝒅 = 𝟐𝟎 − 𝟒𝒑
𝟏𝟎 = 𝟐𝟎 − 𝟒𝒑
𝒑 = 𝟐, 𝟓
𝟐, 𝟓
𝑬= × (−𝟒)
𝟏𝟎
𝑬 = −𝟏
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𝒂
𝑸𝒅 =
𝒑
𝒑 ∆𝒒
𝑬= ×
𝒒 ∆𝒑
Derivando, temos:
𝒂
𝑸𝒅 =
𝒑𝟏
𝝏𝑿
= (−𝟏) × 𝒂 × 𝒑−𝟏−𝟏
𝝏𝑷
𝝏𝑿 𝒂
=− 𝟐
𝝏𝑷 𝒑
𝒑 ∆𝒒
𝑬= ×
𝒒 ∆𝒑
𝒑 𝒂
𝑬= 𝒂 =− 𝟐
𝒑
𝒑
𝒑 𝒂
𝑬=𝒑× =− 𝟐
𝒂 𝒑
𝒑𝟐 𝒂
𝑬= =− 𝟐
𝒂 𝒑
𝑬 = −𝟏
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OFERTA DE TRABALHO
Nesta aula nosso objetivo é responder algumas perguntas bem simples: o porquê,
como e quanto as pessoas trabalham?
As perguntas são simples e, prometo, o instrumental para efetuar esta análise será
também de simples compreensão. Portanto, comecemos!
Eu disse que o conceito é simples, não disse? A partir de agora iremos destrinchar
todos os conceitos envolvidos nessa simples definição para que você acerte todas
as questões!!!
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Aula 01
𝑼 = 𝒇(𝑪, 𝑳)
Ou seja, a utilidade (U) é uma função (f) de consumo (C) e lazer (L).
Uma curva de indiferença apresenta um, e apenas um, nível de utilidade. Ou seja,
podemos considerar em um plano cartesiano quantidades de consumo (em $$$) e
quantidade de lazer (em horas) que retornam a mesma quantidade de utilidade.
Portanto, uma função utilidade com determinado valor de utilidade (chamado de
útiles) pode ser representada por uma curva de indiferença.
Vejamos:
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CONSUMO ($)
300
C
200
A
2000 útiles
100
B
1000 útiles
O ponto A, por exemplo, fornece $200 de consumo e 100 horas de lazer. O ponto
B, por sua vez, $100 de consumo e 125 horas de lazer. Note que os dois pontos estão
na mesma curva de indiferença, o que indica que eles fornecem o mesmo nível de
utilidade. Em nosso exemplo, a utilidade é 1000 útiles.
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Aula 01
Outro fato importante é o seguinte: curvas de utilidade acima e à direita têm mais
utilidade. Vamos, por exemplo, comparar o ponto C com o ponto B. Enquanto em
C o individuo tem 2000 útiles, em B ele tem 1000 útiles. Como o sujeito pretende
maximizar a utilidade, é de se esperar que ele deseje estar na curva de utilidade
mais à “nordeste”. Assim, curvas de utilidade mais acima e à direita possuem mais
utilidade; curvas de utilidade mais abaixo e à esquerda indicam menor nível de
utilidade.
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Aula 01
CONSUMO ($)
300
200
B
100
Disso concluímos que a curva de indiferença do trabalhador que irá ofertar trabalho
é negativamente inclinada.
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Abrir mão de consumo, significa reduzir o valor do consumo. Ou seja, temos uma
variação de consumo quando passamos de A para B. E variação é representada
matematicamente pelo delta (∆). O mesmo vale para o lazer. Assim, temos um -∆𝑪,
que representa a variação negativa do consumo, e um ∆𝑳, que representa a
variação na quantidade de lazer.
∆𝑪
𝑻𝑴𝑺 = −
∆𝑳
Não tem segredo: para ter mais lazer é preciso trabalhar menos (afinal, as horas do
dia são limitadas); e, se você trabalha menos, você ganha menos e consome
menos. O que nos interessa, nesse momento, é calcular essa taxa de troca,
chamada de taxa marginal de substituição.
𝟏𝟎𝟎 − 𝟐𝟎𝟎
𝑻𝑴𝑺 =
𝟏𝟐𝟓 − 𝟏𝟎𝟎
−𝟏𝟎𝟎
𝑻𝑴𝑺 =
𝟐𝟓
𝑻𝑴𝑺 = −𝟒
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Portanto:
𝑻𝑴𝑺 = −𝟒
|𝑻𝑴𝑺| = 𝟒
∆𝑪 𝑼𝑴𝒈𝑳
𝑻𝑴𝑺 = − =−
∆𝑳 𝑼𝑴𝒈𝑪
Isto é, a TMS é igual a relação entre as utilidades marginais de lazer e consumo. Dito
de outro modo, a inclinação da curva de indiferença é igual à razão entre a
utilidade marginal do lazer e a utilidade marginal do consumo.
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E, o que muda quando a TMS é igual a 4 e quando a TMS é igual a 10, por exemplo?
Se ela for igual a 10, o trabalhador exige abrir mão de $10 de consumo para
aumentar 1 hora de lazer. Se a TMS é igual a 4, ele exige $4 de consumo para mais
1 hora de lazer.
Vamos dizer que o primeiro caso (𝑇𝑀𝑆 = 10) refere-se à Pedro, enquanto que o
segundo caso, a João (𝑇𝑀𝑆 = 4). As curvas de indiferença dos dois estão
apresentadas abaixo1:
CONSUMO ($)
JOÃO
PEDRO
HORAS DE LAZER
1
Como sabemos, as curvas de indiferença do MESMO trabalhador não se cruzam. Como estão sendo
demostradas curvas de indiferença de indivíduos diferentes, que possuem preferências distintas, elas
podem se cruzar. ATENÇÃO!!!
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Isso NÃO quer dizer que João gosta menos de trabalhar do que Pedro. Mas, sim,
que João exige mais unidades monetárias de consumo por 1 hora a menos de lazer
usufruído.
RESTRIÇÃO ORÇAMENTÁRIA
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𝑪 = 𝒘𝒉 + 𝑽
Sabemos que a pessoa gasta seu tempo (T) com trabalho (h) ou lazer (L). Assim,
podemos dizer que 𝑻 = 𝑳 + 𝒉. Desenvolvendo: 𝒉 = 𝑻 − 𝑳. Substituindo na restrição
orçamentária:
𝑪 = 𝒘(𝑻 − 𝑳) + 𝑽
𝑪 = 𝒘𝑻 + 𝑽 − 𝒘𝑳
Essa expressão é conhecida como linha orçamentária e sua inclinação é dada por
−𝑤. Vamos analisa-la graficamente:
CONSUMO ($)
𝑤𝑇 + 𝑉
V E
T HORAS DE LAZER
2
Essa hipótese não considera a possibilidade de poupança. Evidentemente, é uma hipótese
simplificadora, mas suficiente para nossa análise.
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Aula 01
À medida que a pessoa oferta trabalha, ela vai se deslocando acima e à esquerda,
conforme indica a seta. Ao fazer isso, a pessoa gasta menos horas com lazer, mas,
como recompensa, aumenta a quantidade de consumo de acordo com o salário
hora e com as horas trabalhadas.
A solução para tal questão, se vista graficamente, é dada pela tangência entre a
curva de indiferença e a reta orçamentária. Matematicamente, temos nesse ponto
a igualdade entre as inclinações das curvas, ou seja3:
𝑼𝑴𝒈𝑳
=𝒘
𝑼𝑴𝒈𝑪
Graficamente:
3
Já estamos utilizando a expressão em módulo, como é mais comum em provas de concursos.
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B
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CONSUMO ($)
300
100 200
B
U2
E
U1
50 25 0 HORAS DE TRABALHO
A condição de otimização
𝑼𝑴𝒈𝑳
( = 𝒘) é encontrada em B. No ponto ótimo, a taxa marginal de substituição (ou
𝑼𝑴𝒈𝑪
a razão entre as utilidades marginais) é igual à taxa salarial. Dito de outro modo, a
taxa na qual a pessoa está disposta a abdicar de horas de lazer em troca de
consumo adicional (TMS) é igual à taxa em que o mercado de trabalho permite ao
trabalhador substituir lazer por trabalho (w).
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CONSUMO ($)
300
C
100 200
E1
B
U2
E0
U1
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menos trabalho, pois poderá consumir mais em função do aumento da renda não
trabalho.
Vejamos.
Aumento do Salário
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CONSUMO ($)
300
C
100 200
E0 U2
U1
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abrir mão de uma maior quantidade de consumo, o que não parece interessante
ao trabalhador racional.
OFERTA DE TRABALHO
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Vejamos:
CONSUMO ($)
C
300
D
B
100 200
SALÁRIO ($)
D
CURVA DE OFERTA
DE TRABALHO
C
B
A
HORAS DE TRABALHO
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Mesmo assim, é possível notar que a oferta de trabalho aumenta à medida que o
salário aumenta. Mas, isso ocorre até certo ponto, enquanto o efeito substituição é
maior que o efeito renda.
Assim, iniciando no ponto A e indo até o ponto C, temos que a oferta de trabalho
aumenta enquanto o salário aumenta. Como já salientado, o efeito substituição
supera o efeito renda neste momento, de modo que a quantidade de horas gastas
com lazer diminui e, consequentemente, as horas trabalhadas aumentam. A
majoração do salário torna o lazer mais caro, e o indivíduo substitui lazer por
trabalho.
A explicação para este fato é interessante. Taxas salariais mais elevadas, a partir de
certo nível, resultam em satisfação do consumo do indivíduo. A partir deste
momento, o trabalhador pode se perguntar a ele mesmo: trabalhar mais horas para
que? Diz-se que, deste ponto em diante o indivíduo atinge certo grau de
saciedade, de forma que mais consumo não trará ganhos relevantes de utilidade,
liberando-o para mais horas de lazer ao passo que a taxa salarial aumenta.
Esse fato pode parecer uma situação distante no Brasil, mas alguns países
desenvolvidos já o experimentam. A mesma ideia pode ser aplicar a trabalhadores
que, dado o alto grau de qualificação e experiência, reduzem a quantidade de
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Aula 01
Já explicada a ideia central, vamos analisa-la mais de perto, com um pouco mais
de tecnicismo.
Como visto, à medida que a renda aumenta, coeteris paribus, a demanda por um
bem aumenta. Assim, se a renda aumenta, mantidos os outros fatores constantes,
a demanda por lazer aumenta (já que o lazer é um bem). Veja que quando falamos
“mantidos os outros fatores constantes”, estamos dizendo que todo o resto é
constante, inclusive os salários (lembre que salários ≠ renda). Logo, podemos
reescrever a afirmação da seguinte maneira: se a renda aumenta, e os salários
mantêm-se constantes, a oferta de trabalho cairá.
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Aula 01
Pesquisa realizada nos EUA com pessoas que receberam pequenas e grandes
heranças parece comprovar a previsão teórica. De fato, o índice de participação
na força de trabalho daquele grupo de pessoas que recebeu maiores legados era
menor que a participação das pessoas que receberam legados menores.
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Este tipo de ação do governo cria um efeito substituição puro, pois ao reduzir o IR
sobre a pessoa física, o valor que os trabalhadores receberão no contracheque
será maior. Isto é, haverá aumento de salário. Mas este mesmo aumento de salário
será compensado pela gasolina mais cara, de forma que a renda disponível não
se alterará. Portanto, os salários são aumentados enquanto a renda é mantida
aproximadamente constante. Esse programa, assim, cria um efeito substituição que
induz as pessoas a ofertar mais trabalho. (aumento de salários W → aumento do
custo do lazer → redução na demanda por lazer → aumento da oferta de
trabalho.)
O aumento de renda, conforme vimos, faz com que haja aumento da demanda
por lazer e, consequentemente, redução da oferta de trabalho. O aumento de
salários faz com que haja redução da demanda por lazer e, consequentemente,
aumento da oferta de trabalho. A resposta real da oferta de trabalho será a soma
dos efeitos renda e substituição, de forma que não podemos prever a resposta
antecipadamente.
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(teríamos efeito renda puro). Lembre que quando duas variáveis variam em
sentidos opostos, temos uma curva negativamente inclinada. Aqui, estas duas
variáveis são os salários e a quantidade de trabalho.
Visto graficamente:
Salários
(W)
W*
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SALÁRIO DE RESERVA
O salário de reserva também pode ser conceituado como o salário mínimo para
que determinada pessoa oferte trabalho. Ainda, de outra maneira: o salário de
reserva é o salário, acima do qual, determinada pessoa oferta horas positivas de
trabalho.
Assim, em relação ao salário de reserva, pode-se estar em três situações, que, por
sua vez, geram três definições distintas:
1. abaixo do salário de reserva: caso o salário oferecido seja menor que o salário
de reserva, serão ofertadas ZERO horas de trabalho;
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3. acima do salário de reserva: caso o salário oferecido seja maior que o salário
de reserva, serão ofertadas horas positivas de trabalho.
Caso caia a definição na prova, deve-se estar atento para o nível salarial que
está sendo colocado como referência. Se for expresso no enunciado que serão
ofertadas ZERO horas de trabalho, o salário em análise está abaixo do salário de
reserva. Se for expresso que serão ofertadas horas positivas de trabalho, o salário
em análise está acima do salário de reserva. Se for expresso que há indiferença
sobre ofertar, ou não, horas de trabalho, o salário em análise é IGUAL ao salário de
reserva.
RENDAS ECONÔMICAS
Renda econômica pode ser definida coma a quantia em que o salário de mercado
supera o salário de reserva em um emprego particular.
Imagine um trabalhador que aceite ofertar trabalho caso receba R$100,00 por
hora. Este salário é, portanto, seu salário de reserva. Suponha, agora, que ele seja
contratado e receba um salário de R$120,00 por hora. Estes R$ 20,00 acima do
salário de reserva constituem a renda econômica. Assim, vemos claramente que a
renda econômica é a diferença entre os pagamentos destinados à mão-de-obra e
o mínimo valor que teria de ser despendido para poder contratar o uso de tal mão-
de-obra.
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W
Oferta de
mão-de-obra
W*
RENDAS
W1
Demanda de
mão-de-obra
L1 L*
L (Quantidade de
trabalhadores)
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a) C=3 e L= 3
b) C=3 e L=2
c) C=2 e L=3
d) C=2 e L=2
e) C=0 e L=6.
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ESAF - AFT/MTE/2003
A oferta de trabalho passa a ter inclinação negativa porque, quando o salário real
fica suficientemente elevado,
ESAF - AFT/MTE/2006
II. O salário de reserva é aquele que torna o indivíduo indiferente entre ofertar zero
horas de trabalho ou ofertar horas positivas de trabalho.
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A opção correta é:
GABARITOS
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
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QUESTÕES RESOLVIDAS
BACEN-Adaptada
a) C=3 e L= 3
b) C=3 e L=2
c) C=2 e L=3
d) C=2 e L=2
e) C=0 e L=6.
Função Utilidade → 𝑈 = 𝐶𝐿
𝑈𝑚𝑔𝐿 𝑃𝑙
=
𝑈𝑚𝑔𝐶 𝑃𝑐
𝑑𝑈
A utilidade marginal do lazer é dada pela derivada da função utilidade pelo lazer ( 𝑑𝐿 ) e
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Aula 01
𝑈𝑚𝑔𝐿 𝑃𝑙
=
𝑈𝑚𝑔𝐶 𝑃𝑐
𝐶 1
=
𝐿 1
𝐶 1
=
𝐿 1
𝐶+𝐿 =6
𝐿 + 𝐿 = 6 → 2𝐿 = 6 → 𝐿 = 3
𝐶𝑜𝑚𝑜 𝐶 = 𝐿 → 𝐶 = 3
GABARITO: A
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Aula 01
SALÁRIO ($)
CURVA DE OFERTA
DE TRABALHO
HORAS DE TRABALHO
A curva de oferta coletiva de trabalho , ao ser uma soma de curvas individuais, fica
à direita da curva individual. Desta forma:
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Aula 01
SALÁRIO ($)
CURVA INDIVIDUAL
CURVA COLETIVA
HORAS DE TRABALHO
GABARITO: CERTO
GABARITO: ERRADO
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Aula 01
Os fatores que deslocam a curva de oferta de trabalho são todos aqueles que
aumentam ou reduzem a quantidade de trabalho. Imigração e mudanças
tecnológicas possuem este efeito.
GABARITO: ERRADO
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Aula 01
Em que pese não termos abordado este modelo em específico, em função dele
não ser cobrado em nosso certame, a ideia é muito simples: a oferta de trabalho é
maior conforme maior for o salário. Assim, a mobilidade de mão-de-obra do meio
rural em direção das cidades ocorre porque os salários pagos no meio urbano são
fixados acima do nível de subsistência da agricultura.
GABARITO: LETRA E
ESAF - AFT/MTE/2003
A oferta de trabalho passa a ter inclinação negativa porque, quando o salário real
fica suficientemente elevado,
Como visto, a oferta de trabalho passa a ter inclinação negativa quando o efeito
renda supera o efeito substituição.
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GABARITO: LETRA E
ESAF - AFT/MTE/2006
II. O salário de reserva é aquele que torna o indivíduo indiferente entre ofertar zero
horas de trabalho ou ofertar horas positivas de trabalho.
A opção correta é:
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Apenas um comentário adicional: o efeito renda pode ser dividido entre efeito
renda-ordinário e do efeito renda-dotação. Ou seja: 𝐸𝑓𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 =
𝐸𝑓𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎𝑂𝑅𝐷𝐼𝑁Á𝑅𝐼𝑂 + 𝐸𝑓𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎𝐷𝑂𝑇𝐴ÇÃ𝑂
GABARITO: LETRA E
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Finalizamos aqui mais uma aula. Espero que tenha gostado e compreendido nossa
proposta de curso.
Saiba que, ao optar pelos Estratégia Concursos, estará fazendo a escolha certa.
Isso será perceptível no decorrer do curso, a medida em que formos desenvolvendo
os assuntos.
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