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APLICAÇÕES DA MATEMÁTICA BÁSICA NO
COTIDIANO DOS NEGÓCIOS

Sumário
1. Frações e operações com frações aplicadas à gestão
de negócios

2. Porcentagem e variação percentual para o cálculo da


eficiência empresarial.

3. Elementos e propriedades de potenciação e de


radiciação

4. Equações do 1º grau, conjuntos numéricos e lógica


matemática na análise de cenários

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Este Percurso de Aprendizagem se dedica a Olá
demonstrar como os conhecimentos elementares
da matemática podem ajudar o empreendedor a
conhecer seu ambiente de negócios e melhorar
seu processo de tomada de decisão. Para isso, é
importante que você fique atento ao método de
resolução dos problemas, pois vamos estudar e
aplicar as noções de frações e suas operações,
porcentagem, potenciação, radiciação e equações,
em situações comuns ao ambiente de trabalho do
empreendedor. Assim, poderemos responder a
questionamentos como: quais as situações em que
precisarei usar esse conhecimento matemático?
Preciso decorar todas as fórmulas? Como interpreto
os resultados de equação? Agora, vamos aos
estudos!

4
1.

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Frações e operações com frações aplicadas à gestão de
negócios

É natural que todos os dias você resolva vários problemas matemáticos. A maior parte
dessas resoluções é tão simples e intuitiva que acabamos nem percebendo o quanto
sabemos e dominamos os conceitos e técnicas matemáticos. Por isso será muito simples
compreender e aplicar em casos práticos as noções de frações e suas operações.

Para definirmos o que é uma fração, vamos compreendê-la da seguinte maneira:

Toda vez que fragmentamos um determinado elemento em partes iguais,


estaremos fracionando esse elemento. Por isso, uma fração é simplesmente “a
divisão de um item em partes necessariamente iguais”.

Esses fragmentos, ou “pedaços”, podem ser somados uns aos outros, ou subtraídos um
em relação ao outro; podem ainda multiplicarem-se ou serem divididos. Quando fazemos
isso, dizemos que: houve uma operação de frações.

Em seu cotidiano à frente da gestão de sua empresa, na elaboração ou análise de um


plano de negócios, é comum que se façam divisões de orçamentos anuais em orçamentos
mensais, fragmentação do quantitativo de produção mensal em produção semanal,
consumo de insumo por produto acabado, e são nessas situações que você precisará
das noções aqui estudadas.

Mas como faço a aplicação desse conceito?

Sendo a figura abaixo uma placa quadrada de 2m de lado, e se precisamos de 0,5m


quadrados dessa placa para fabricar um dado produto, logo cada placa atende a demanda
de 4 produtos, já que 0,5m2 + 0,5m2 + 0,5m2 + 0,5m2 = 2m2.

Então, qual fração da placa será usada em cada produto? Para solucionar esse problema,
podemos usar uma fração!

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Onde os termos dessa fração serão a porção necessária para cada produto como o
numerador e a área da placa como denominador.
Assim:

numerador 0,5m
= =
denominador 2, 0m

Nesse caso, vamos multiplicar ambos os termos por 10 e transformá-los em números


naturais:

0,5 x10 5
= =
2, 0 x10 20

Como representamos a fração por números naturais, tanto no numerador como no


denominador, precisaremos usar o Máximo Divisor Comum – MDC, para transformarmos
essa fração em uma fração ideal. Então, precisaremos do MDC de 5 e 20. Para isso
faremos assim:

5, 20 5
1, 4 2
1, 2 2
1,1

Como o 5 é único número que divide tanto ele mesmo quanto o 20, então o 5 é o Máximo
Divisor Comum, tanto para o 5 quanto para o 20. E para concluirmos a fração, basta agora
dividir tanto o numerador quanto o denominador pelo MDC, que nesse caso é o 5. Ficará
assim:

Para ajudá-lo(a) a fixar o conceito e o método, veja esses exemplos:

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Exemplo 1: Uma panificadora que produz 160 bolos mensalmente produzirá em média ¼
de sua produção semanalmente, pois:

Exemplo 2: Em uma churrascaria que serve 1kg de carne para 5 pessoas, considera-se
que cada cliente consome até 200g. Qual a fração da carne servida a cada cliente?

Até aqui já conseguimos fazer essa breve revisão. São tópicos básicos, mas de muita
importância para os nossos próximos Percursos de Aprendizagem.
Como as noções de frações foram tratadas, agora precisamos aplicar suas operações.
Para isso vamos estudar um pouco sobre: soma e subtração e multiplicação e divisão de
fração.
Soma e subtração de frações
Vamos iniciar admitindo que um gerente de produção precise direcionar 1/3 dos insumos
X para a produção de um produto A, e ¼ desse mesmo insumo para a produção de um
produto B. Nessas condições, se precisarmos saber a soma total do quanto foi utilizado
desse insumo, precisamos proceder da seguinte forma:

1 1
= +
3 4

Aqui temos um principal ponto de atenção: tanto na soma quanto na subtração de frações
com denominadores diferentes, teremos que deixar esses denominadores iguais. Para
isso precisamos determinar o Mínimo Múltiplo Comum – MMC de 3 e de 4. Faremos
assim:

3, 4 2
3, 2 2
3, 1 3
1,1

Nosso método considera então o produto dos divisores de 3 e de 4, com isso, o mmc de 3
e 4 será: 2 x 2 x 3 = 12. Com isso, podemos determinar as equivalentes com denominador
12 para as duas frações supracitadas, basta que você use o mesmo fator de multiplicação
no numerador e no denominador.

Feito isso, repetimos ambos os denominadores e somamos apenas os numeradores:

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4 3 7
= =
12 12

Chegamos então à fração irredutível: 7/12, o que significa dizer que o gerente 7 partes de
um total de 12 partes possíveis desse insumo.
Do mesmo modo, podemos determinar a fração que representa a quantidade de insumo
em estoque, pois a quantidade em estoque é 1 inteiro. Podemos fazer isso da seguinte
forma:
7
1
= +x
12
1 7
= +x
1 12
Para isso teremos que determinar o mm de 1 e de 12, que nesse caso é o próprio 12,
então:
1x12 7
= +x
1x12 12

12 7
= +x
12 12

7 12
+x=
12 12

12 7
x
= −
12 12

Multiplicação e divisão de frações


Para multiplicarmos duas frações basta multiplicar o numerador por numerador e o
denominador por denominador. Assim teremos:

Já na divisão de frações, iremos converter a divisão em multiplicação. Para isso, basta


que você multiplique a primeira fração pelo inverso da segunda. Dessa forma:

Nossos estudos apenas iniciaram, portanto precisamos fazer essa breve recapitulação
de dos conceitos fundamentais de fração e suas operações. Por isso, você deve sempre

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lembrar que é possível realizar tanto uma soma ou uma adição, como também a
subtração ou diminuição de frações. Bem, como podemos realizar uma multiplicação,
que chamaremos também de produto, e ainda uma divisão de frações? Sendo essas
algumas das operações. Mas antes de apresentarmos mais exemplos para fixar essas
operações, vamos tratar da igualdade de frações.

Igualdade de frações
m p
Vamos admitir duas frações, quais sejam: n e q . Se nesse caso os valores de n e q são
≠ 0, então as duas frações serão iguais na condição obrigatória de a . d = b . c, pois, assim,
m p
n = q ⇔ a . d = b . c, sendo n ≠ 0 e q ≠ 0.
m p
Logo, a equivalência de n = q só ocorre se, e somente se, a . d = b . c.
Bom, mas é preciso exemplificar essa explicação para ajudá-lo(a) a compreender essa
relação, e assim garantirmos a sua aplicação quando você precisar desses conhecimentos
nas práticas de gestão e empreendedorismo. Então vejamos:
Exemplo 3: Um em cada três funcionários da empresa X possui formação superior,
muito embora a terceira parte de cada nove funcionários dessa mesma empresa possua
apenas o ensino fundamental. Nesse exemplo, podemos perceber que a quantidade de
funcionários que concluiu uma graduação é “equivalente” à quantidade de funcionários
que concluiu apenas o ensino fundamental. Dada a conclusão, podemos representar
essa mesma situação por meio de uma equivalência de frações matemáticas. Basta
fazer assim:

1 3
=
3 9
Veja que 1 em cada 3, ou seja, 1/3 representa os graduados, e 3 em cada 9, ou seja, 3/9,
representam os que possuem ensino fundamental, logo, pela explicação dada, temos
que:
1 3
=
3 9 se, e somente se, 1. 9 = 3 . 3. Concluímos então que 9 = 9, ou seja, de fato temos uma
fração equivalente. Simples, não é mesmo?
Observe os exemplos que seguem. A finalidade deles é ajudá-lo(a) a fixar as operações
com frações. Para isso, todos eles foram construídos em situações hipotéticas, para as
quais o(a) empreendedor(a) terá que usar seus conhecimentos matemáticos.
Exemplo 4: Ao analisar os seus estoques, o dono de um empreendimento Y identificou
que três dos produtos vendidos pela empresa apresentavam danos nas embalagens por
causa das condições de acondicionamento. O produto A apresentou uma avaria em 3
de cada 4 produtos em estoque; no produto B, 2 de cada 12 itens estavam na mesma
situação; e o item C apresentava avaria em 5 de cada 8 produtos. Nesse cenário, se
somássemos essas avarias, qual a fração que representaria esse total?
Para solucionarmos, veja como é simples: nesse caso, faremos uma soma, ou seja,
usaremos o +. Perceba ainda que as avarias do item B podem ser simplificadas, 2/12 é

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equivalente a 1/6, já que 1 . 12 = 2 . 6 = 12.
Então a soma dessas avarias pode ser dada assim: A + B + C, ou seja:

3 1 5
+ +
4 6 8
Lembrando-se do que tratamos anteriormente, precisaremos determinar o mmc dos
denominadores dessas frações. Bom, como o mmc de 4, 6 e 8 é 24, você deve multiplicar
tanto o denominador quanto o numerador pelo número que equipara o denominador das
três frações. Você fará assim:

Agora, vamos repetir o denominador comum 24 e somar os numeradores:

Lembre-se de que esse é o mesmo processo para realizar uma subtração de frações.
Exemplo 5: A Loja Roupas Boas quer implantar um programa de bonificação na venda de
calças jeans. Essa estratégia é para motivar os vendedores a darem saída no estoque,
pois a nova coleção já está chegando. Para isso, como a empresa pratica um lucro de

sobre as vendas das calças, a ideia é bonificar o vendedor com 1/3 do lucro de cada
uma dessas calças. Sendo assim, ao vender 2 em cada 6 calças do estoque, qual a fração
que representa o bônus desse vendedor em relação ao preço das calças?
Para solucionar esse problema, já está claro que teremos que usar uma multiplicação de

fração. Deve-se perceber ainda que a fração , pois 2 . 3 = 1 . 6 = 6.


Logo, a fração que representa o ganho do vendedor será determinada pelo produto entre
o lucro do vendedor e o bônus do vendedor. Assim teremos:

Exemplo 6: A Global Ltda pretende distribuir 25% dos seus lucros com os 1.000 funcionários
mais produtivos de todas as suas filiais. Admitindo que a Global Ltda tenha no total 10.000
funcionários em suas filiais, determine a fração que representa o quociente entre o lucro
distribuído e a parcela de funcionários contemplados.
Para resolver esse problema, já sabemos que devemos usar uma divisão de frações.
Nesse caso, você deve determinar quais são essas frações.
Se 25% dos lucros serão distribuídos, então a fração que representa esse valor é ¼. E
como temos 1000 de cada 10.000, então: 1.000/10.000 = 1/10. Assim vejamos:

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Chegamos ao fim do nosso primeiro conteúdo. Deve ter ficado claro para você o
que é uma fração e como realizar suas operações. Veja que no exemplo 6 tivemos
que usar outro conceito da matemática, a porcentagem, e esse será o nosso novo
Circuito de estudo. Vamos lá?

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2.

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Porcentagem e variação percentual para o cálculo da
eficiência empresarial

Desde o Imperador romano Otávio Augusto, na Grécia antiga, com a taxa denominada
centésima rerum venalium (razão 1/100), que os conhecimentos ligados à porcentagem
são aplicados em diversas áreas do conhecimento, seja nos estudos geográficos, na
economia ou na gestão de investimentos e negócios. Já seu símbolo % só foi criado no
século XVII pelos ingleses, mas é utilizado até hoje.

Originada do latim, per centum, a expressão “por cento” (%), significa “um por
cento”. Por isso que quando você comprou aquela calça jeans que custava R$
100,00, com desconto de 30% você pagou apenas R$ 70,00. Pois de cada R$ 100,00

será descontado R$ 30,00. Concluímos assim que há uma razão .

Desse modo, definimos porcentagem como toda razão , para b=100.

Para tanto, 30 por cento de 100 é igual a . Mas veja, em vez de usarmos sempre
a expressão “por cento”, podemos usar p símbolo % (onde lemos: por cento). Com

isso, = 30%.

Seja nas ciências, na indústria, no comércio ou nas finanças, os cálculos de porcentagem


são sempre aplicados como método e verificação de resultados, como, por exemplo,
a eficiência de uma empresa. Diariamente, usamos as expressões redução no preço,
acréscimo nos preços de produtos ou serviços, que são exatamente quantidades
numéricas que são tomadas como base.
Exemplo 7: o combustível aumentou 2%. Ou seja, a cada R$ 100,00 de combustível
comprado pelo cliente, serão acrescentados R$ 2,00 em relação ao preço anterior.
Exemplo 8: a loja está dando descontos de 10% nas compras à vista. Ou seja, a cada R$
100,00 pagos à vista, o cliente terá um desconto de R$ 10,00.

Razão Centesimal
Toda e qualquer razão que tenha como consequente um denominador 100 é chamada de
Razão Centesimal. Assim, se dos 25 funcionários de uma empresa, 15 possuem ensino
superior, podemos dizer que 60% deles são graduados, pois:

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Podemos destacar mais exemplos, veja:

Essa mesma razão centesimal também pode ser expressa de outra forma. Desse modo:

Assim, temos quatro taxas percentuais: 10%, 3%, 25% e 16%. Vamos aplicar a um exemplo
para fixarmos nosso estudo.
Exemplo 9: sabendo que um plano de negócio indica que o empreendedor terá uma
lucratividade de R$ 4,00 para cada R$ 10,00 investido nesse negócio, expresse essa razão
em taxa percentual.

Logo, pode ser expresso como 40%.

Calculando variação porcentagem


Podemos propor um modelo matemático para aplicarmos o cálculo percentual, pois a
porcentagem p% de um determinado valor V pode ser adquirida multiplicando-se a fração

representativa da taxa percentual , pelo valor V. Assim teremos:

Concluiremos aplicando em mais um exemplo prático.


Exemplo 10: um(a) empreendedor(a) que deseje 17% de rentabilidade anual em um
negócio que demanda investimento de R$ 32.000,00, terá que valor monetário anual de
rentabilidade?

Assim, o(a) empreendedor(a) terá anualmente uma rentabilidade de R$ 5.440,00.


Além desse material, que é introdutório e o orienta nos estudos, uma ótima opção de
estudo é o acesso à Biblioteca Virtual. Lá você encontrará muitos livros que o(a) ajudarão
com mais exercícios e cases. Uma ótima indicação é o livro Matemática aplicada, de
Nilton Lapa. Você pode verificar o endereço dessa obra nas referências deste material de
estudo. Veja o exemplo 11 exposto abaixo, ele foi adaptado do livro de Lapa (2012):

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Exemplo 11: Um(a) empreendedor(a) está oferecendo a mercadoria X, cujo preço era R$
50,00, com um aumento de 32%. Considerando que um dos vendedores da loja concedeu
desconto de 20% em uma unidade desse produto, qual será o preço pago pelo cliente?
Observe que esse problema traz uma situação cotidiana dos negócios do setor de
comércio. Para solucionar esse problema, podemos admitir o fator de aumento de 32%
como sendo 1,32, e o fator de redução de 20% como sendo de 0,80. Assim, para sabermos
o preço final dessa mercadoria após essas duas modificações sucessivas, basta calcular
R$ 50,00 ⋅ 1,32 ⋅ 0,80 = 52,8.
Portanto, o preço final da mercadoria X será de R$ 52,80.
Observe que:

Como 1,056 é o fator de aumento correspondente a 5,6%, concluímos que um aumento de


32%, seguido de uma redução de 20%, equivale a um aumento de 5,6%.

O estudo de porcentagem é fundamental para a sua compreensão do módulo 4


desta disciplina. Por isso, além dos exemplos apresentados, é fundamental que
você resolva as atividades de fixação e acesse os livros indicados. Nesse próximo
Circuito de Estudo, vamos concluir nossos estudos introdutórios e revisão,
trataremos de potenciação, que juntamente com a porcentagem comporão as bases
para estudarmos matemática financeira e taxas de juros simples e compostos.
Siga em frente!

14
3.

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Elementos e propriedades de potenciação e de radiciação

Uma potência, ou potenciação, pode ser uma ferramenta extremamente útil enquanto
método de simplificação matemática de valores muito grandes. Essa condição é bem
antiga e pode auxiliar o empreendedor em múltiplas tarefas do seu cotidiano, possibilitando
distintas representações matemáticas com certo nível de complexidade.
Em termos práticos, podemos dizer que uma representação por meio de potência pode
ser usada quando os fatores são todos iguais.
Para definirmos o que é uma potência, vamos compreendê-la da seguinte maneira:
Potência de grau p de um número n é o produto de p fatores iguais, sendo assim:
np = n ⋅ n ⋅ ...⋅ n
Em que:
n = base da potência
p = expoente da potência
Para deixar essa explicação clara, vamos aplicar em uma situação prática.
Exemplo 12: ao comparar a rentabilidade de um investimento de R$ 12.000,00
na melhoria de seu negócio, um(a) empreendedor(a) constata que teria a mesma
rentabilidade se investisse esse valor em um fundo de capital que rende 2% a.a. Assim,
caso o(a) empreendedor(a) decida investir no negócio, qual será o valor monetário de sua
rentabilidade após 2 anos?
Para resolvermos esse exemplo, usaremos nossos conhecimentos em fração,
porcentagem e potenciação, aplicados no modelo de determinação do montante em
matemática financeira. Assim teremos:
M = P(1+i)n
Onde:
M = montante
P = Capital aplicado
i = taxa de rentabilidade
n = período de aplicação
Teremos, então:
(1+i) como a base do expoente n. Logo, basta substituirmos o valor do investimento, da
taxa e do período, no modelo proposto.

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M = P(1+i)n ⇒ M = R$ 12.000,00 . (1 + ( 2)/100) 2 ⇒ M = R$ 12.000,00 . (1 + 0,02)2 ⇒
M = R$ 12.000,00 . (1,02)2 ⇒ M = R$ 12.000,00 . 1,0404 ⇒
M = R$ 12.484,8
No estudo das potências, teremos que tratar de alguns casos específicos, a saber:
potências com expoentes positivos, negativos e nulos; e potências de base 10 e de
número racional.

Casos Específicos
1º Potência com expoente positivo inteiro: para todo número n ≠ 0 elevado ao expoente
1, seu resultado será n, sendo assim: n1 = n. Desse modo, para 81, teremos:
81 = 8
(-31) = -3

2º Potência com expoente negativo: para todo número n ≠ 0 elevado ao expoente negativo

p, para p sendo um número inteiro positivo, seu resultado será , sendo assim: .
Desse modo, para 2-3, teremos:

3º Potência com expoente nulo: para todo número n ≠ 0 elevado ao expoente nulo, ou
seja, zero, seu resultado será 1, sendo assim: n0 = 1. Desse modo, para 40, teremos:

4° Potência de Base 10: para toda potência de base 10, seu resultado será 1 seguido da
quantidade de zero indicado pelo valor do expoente. Desse modo, para 101, teremos:
101 = 10
103 = 1000
105 = 100000

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5º Potência de Número racional com expoente positivo inteiro: tomando n ≠ 0, m ≠ 0 e

p sendo um número positivo e inteiro, teremos . Desse modo, para ,


teremos:

Propriedades de uma potência


Agora vamos esclarecer algumas das propriedades que precisamos utilizar para o cálculo
matemático de potenciação.
1ª Propriedade: Potência de uma fração

Considere a expressão . Definindo-a como potência, teremos:

Desse modo, se d ≠ 0 for um número real, e c for um número inteiro positivo, logo, .

Sendo assim, determinamos a potência tanto do numerador quanto do denominador.

2ª Propriedade: Produto de uma potência de mesma base


Caso tenhamos a expressão 22 ⋅ 23, pela definição de potenciação, teremos:
22 ⋅ 23 = (2 ⋅ 2) ⋅ (2 ⋅ 2⋅ 2) = 25
Desse modo, sendo d ≠ 0 e real, e p e q números inteiros positivos, logo dp ⋅ dq = dp+q. Sendo
assim, conserva-se a base e somam-se os expoentes.

3ª Propriedade: Divisão de Potência de mesma base

Se tivermos a expressão , dada a definição de potenciação, teremos:

Desse modo, sendo d ≠ 0 e um número real, e p e q sendo números inteiros, logo .

Sendo assim, conserva-se a base e subtrai-se o expoente do denominador do expoente

do numerador.

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4ª Propriedade: Potenciação de outra Potência

Caso tenhamos a expressão , dada a definição de potenciação, teremos:

Desse modo, sendo d ≠ 0 e um número real, e p e q sendo números inteiros, logo .


Sendo assim, conserva-se a base e multiplicam-se os expoentes.

Exemplo 13: Dada a potência , resolva essa expressão.

Nesse exemplo, temos uma potência de potência. Veja que acabamos de tratar dessa
propriedade, além dela, usaremos também a propriedade de potência de fração. Assim,
para resolvê-la, primeiro solucione a potência da potência:

Exemplo 14: Sabe-se que na divisão de potências de mesma base, conserva-se a base
e subtrai-se do expoente do numerador o expoente do denominador. Dada a explicação,

solucione o seguinte problema: .

Nesse caso, você deve repetir a fração base, ou seja, 2/3, e subtrair o 5 do 7. Assim:

Radiciação
Para entendermos o que é a radiciação, vamos partir do número 27, admitindo que um
determinado número, quando elevado à terceira potência, ou ao cubo, seja exatamente
igual a 27. Naturalmente saberemos que esse número é o 3, já que o 33 = 27. É essa
inversão da potenciação que chamamos de radiciação.
Podemos então definir que a radiciação é:
Raiz n-ésima de n a expressão que elevada à potência n reproduz p, sendo ela
representada por √.
Vamos tomar essa definição por base e considerar que um número p seja nomeado raiz
enésima de um número q, ou seja, se, e somente se, q=pn. Aqui, √ será o radical, q
será chamado de radicando, p será a raiz e n será o índice da raiz maior ou igual a 1.

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A aplicação da radiciação está ligada principalmente à solução de equações e simplificação
de expressões algébricas e aritméticas. É preciso lembrar, ainda, que potências, cujo
expoente seja fracionário, podem ser escritas em forma de radical, ao ponto que o radical
pode ser escrito em forma de potência, tendo o expoente fracionário. Veja os exemplos
abaixo:

Exemplo 15:

Exemplo 16:

Propriedades da Radiciação
1ª Propriedade: Expoente inteiro par

Seja p ≥ 0 e n > 1, e um inteiro par, logo:

2ª Propriedade: Expoente ímpar

Seja p número real qualquer e n > 1 um número ímpar, logo:

3ª Propriedade: Índices inteiros e positivos


Seja p, q, r inteiros e p>1, q>1 e r>1, logo:

Além da radiciação, precisamos lembrar ainda dos conceitos base de racionalização.


Essa racionalização poderá ser usada quando você se tiver uma raiz no denominador
de uma fração. Nessas condições, será necessário que você elimine essa raiz do
denominador. Esse processo é chamado de racionalização.
Assim, sempre que uma fração apresentar um radical, seja no numerador ou
denominador, chamaremos de fração irracional.

Isso quer dizer que racionalizar uma fração nada mais é que escrever essa fração tirando
as raízes do denominador, deixando-o racional. Essa resolução pode ser alcançada
quando multiplicamos o numerador e o denominador da fração por um número que seja
diferente de zero.

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Uma fração irracional pode ser exemplificada por , ou .

Exemplo 17: Dada a fração , podemos racionalizá-la da seguinte forma:

Como dito na explicação, basta multiplicar a fração por um número que seja diferente de
zero. Bom, como o objetivo é eliminar a raiz do denominador, teremos que multiplicar os
termos da fração por √3. Essa simplificação pode ser feita assim:

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4.

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Equações do 1º grau, conjuntos numéricos e lógica
matemática na análise de cenários

Agora vamos tratar de equações. Nesse Percurso de Aprendizagem vamos estudar mais
afundo as equações do 1º grau. Será feita uma breve introdução a equações do 2° grau.
Mas lembre-se de que as bibliografias da disciplina oferecem ótimas opções de livro na
Biblioteca virtual. Fique à vontade para usar esse material.
É comum usarmos a x b para representar genericamente uma sentença matemática
para o produto de dois números racionais quaisquer que sejam seus valores. É o que
chamamos de expressão algébrica.
Quando uma sentença usa o símbolo de =, dizemos que ela representa uma igualdade.
Fica fácil entender quando afirmamos que 8 + 2 = 10. Essa é a representação da sentença
matemática oito mais dois é igual a dez, escrita em números.
Assim, em uma igualdade como: 6 + 5 = 11, teremos: 6 + 5 como primeiro membro da
igualdade; e 11 como segundo membro da igualdade. Ou seja, o primeiro membro se
localiza à esquerda da igualdade, e o segundo membro à direita.
Naturalmente, sentenças como essas são sempre usadas no cotidiano do empreendedor,
seja para analisar um relatório de resultados de produção, seja para comparar planilhas
de compras e despesas. Nessas tarefas, é muito comum a aplicação de equações do 1º
grau como método de análise. Esse será nosso último Circuito de Estudo nesse Percurso
de Aprendizagem.
Primeiro precisamos entender o que é uma equação, pois além da equação do 1º grau,
você estudará, em outros componentes, a do 2º grau. Assim, podemos definir uma
equação como:
A sentença matemática que representa uma igualdade, reunindo letras a números
desconhecidos na sentença, ao ponto que nomeamos essa letra de incógnita.
Segundo Morettin, Hazzan e Bussab (2017), podemos ainda dizer que uma equação do
primeiro grau na incógnita x, no universo real, é toda equação redutível à forma:
a.x=b
De modo que a e b são números reais quaisquer, com a ≠ 0.
Sendo assim, para se resolver esse tipo de equação, basta dividir ambos os membros por
a, ou seja:

O valor encontrado é chamado raiz da equação.


Para ajudá-lo(a) a fixar essa explicação, usaremos um exemplo proposto por Morettin,
Hazzan e Bussab (2017). Observe:

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Exemplo 18: Dada a equação , poderemos determinar o valor de x da
seguinte maneira:
Primeiro precisaremos identificar o mmc de 3, 2 e 6, que nesse caso é 6. Com isso, vamos
multiplicar todos os termos da equação pelo mmc. Assim:

Vamos exemplificar para ajudá-lo(a) nessa compreensão:


Exemplo 19: o gerente de financeiro, após analisar o relatório de receitas, constata que
precisará de 100 unidades do produto y para somar essa receita com os R$ 500,00 em
caixa para alcançar a meta do dia, que é R$ 1.600,00.
Para esse exemplo, devemos montar a equação, assim teremos: 100y + 500 = 1600.
Temos então uma equação com uma incógnita.
Exemplo 20: ao produzir 7 peças x de sua linha de produtos, o(a) empreendedor(a)
constata que precisa de 3 itens do insumo a mais 2 itens do insumo b.
Representando a situação numa equação, teremos: 3a + 2b = 7. Temos assim uma
equação com duas incógnitas.
Com isso, podemos dizer que uma equação do 1º grau é aquela que se pode reduzir à
forma ax=b, em que é a incógnita e a e b são os coeficientes e números reais, com a ≠ 0.
Quanto aos objetivos da equação, podemos distingui-la em três tipos:
• Equação de definição: é aquela que estabelece identidade entre duas expressões
alternativas que possuam exatamente o mesmo significado. Uma situação prática
acontece quando o empreendedor quer determinar o Lucro Total – LT do negócio, que
nesse caso é o excedente de Receita Total – RT em relação aos Custos Totais - CT, ou
seja, LT = RT – CT.
• Equação de comportamento: é aquela que especifica como uma variável se comporta
frente a alterações em outras variáveis. Para aplicarmos em uma situação prática,
podemos tomar como os Custos Totais propostos acima, para os quais será necessário
saber Custo Fixo – CF mais Custos Variáveis – CV, ou seja, se o CF de um negócio é
de R$ 800,00 e o CV depender do consumo x de um determinado insumo que custa R
50,00, então a equação que representa CT será: CT = CF + CV ⇒ CT = 800 + 50x.

22
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• Equação de equilíbrio: é aquela que indica uma noção de equilíbrio em um modelo
econômico. Um modelo matemático comumente conhecido é o equilíbrio oferta x
demanda, cuja quantidade ofertada é igual à quantidade demandada, ou seja: Qo =
Qd.
• Equação de equilíbrio: é aquela que indica uma noção de equilíbrio em um modelo
econômico. Um modelo matemático comumente conhecido é o equilíbrio oferta x
demanda, cuja quantidade ofertada é igual à quantidade demandada, ou seja: Qo =
Qd.
Para ajudar a fixar o conceito e a aplicação, vamos observar um exemplo prático:
Exemplo 21: ao comparar a planilha de custos, o gestor do negócio constata que teve um
custo fixo de R$ 1.050,00 naquele mês, e que ao usar 80 unidades do item x, que custa R$
12,00 cada, havia diminuído seu lucro em 10% em relação ao mês anterior, mesmo com
uma receita de R$ 7.000,00 naquele mês.
Para esse exemplo, vamos determinar o Lucro Total do negócio no mês anterior ao mês
analisado. Faremos assim:
CT = CF + CV ⇒ CT = R$ 1.050,00 + 80 . R$ 12,00 ⇒ CT = R$ 1.050,00 + R$ 960,00 ⇒ CT =
R$ 2.010,00
2º determinar o Lucro Total no mês em Análise - LTa
LT = RT – CT ⇒ LT = R$ 7.000,00 – R$ 2.010,00 ⇒ LT = R$ 4.990,00
3º determinar o Lucro Total no Mês Anterior – LTma
LTma = LTa – x, em que x é exatamente igual a 10% do lucro total do mês em análise,
assim: x = LTa . 10%

Logo: LTma = LTa – (LTa . 10%) ⇒ LTma = R$ 4.990,00 – (R$ 4.990,00 . ) ⇒ LTma = R$
4.990,00 – R$ 499,00 ⇒ LTma = R$ 4.491,00
Além das equações do 1º grau, também será necessário estudar sobre Equação do 2º
Grau. Para a resolução dessas ultimas, você precisará usar os conhecimentos anteriores.
Veja, uma equação de 2º Grau é uma expressão algébrica que pode ser reduzida à forma
ax2 + bx + c = 0, onde os coeficientes a, b e c são números reais e a ≠ 0.
Assim, dada a equação y = x2 – 3x + 4, teremos como coeficientes: a = 1, b = -3 e c =
4. Nesse caso, o gráfico da equação do 2º Grau é dado por uma parábola que passa o
vértice de coordenadas: xv = na abscissa e yv = 1(xv)2 - 3xv+4 na coordenada.
Para as equações de 2º grau, você deverá usar a Fórmula de Bhaskara, aquela mesma do
ensino médio. Veja a formula:

Para ajudá-lo a praticar, observe o exemplo apresentado a seguir.


Exemplo 22: Dada a equação 2x2 + 3x – 2 = 0, determine o valor de x e obtenha o conjunto
verdade.

23
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Como dito, para essa resolução, você terá que usar Bhaskara. Aplicando os coeficientes
a = 2, b = -3 e c = 2, teremos:

Assim, o conjunto verdade será .

Conjuntos numéricos e lógica matemática na análise de cenários


O estudo dos conjuntos numéricos traz grande aplicação prática no mundo da gestão e
contribui na resolução do problema cotidiano das empresas. Assim, faz-se necessário
estudarmos sobre a teoria dos conjuntos, identificando seus possíveis tipos e suas
representações.

Nessa empreitada, precisaremos também relembrar um pouco dos estudos sobre


a reta numérica e como ela se relaciona com os conjuntos, pois assim poderemos
praticar as operações possíveis com esses conjuntos. Após relembrados esses
conceitos e definições, conheceremos algumas situações nas quais deveremos
usar nossos conhecimentos sobre conjuntos para solucionar problemas do
ambiente empresarial. Agora, vamos aos estudos!

24
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Tipos de conjunto
Para iniciarmos nossos estudos sobre a teoria dos conjuntos, precisaremos das noções
primitivas quanto ao conjunto, aos elementos e a sua pertinência. Com isso, podemos
dizer que um conjunto constitui-se por um agrupamento de objetos definidos nomeados
de elementos, escritos tanto entre chaves quanto separados por vírgula ou ponto-e-
vírgula.
Sabendo disso, podemos distinguir três tipos de conjuntos, a saber: Conjunto Unitário,
Conjunto Vazio, Conjunto Finito e Conjunto Infinito.
• Conjunto Vazio: é aquele no qual não se encontra nenhum elemento, podendo ser
representado por { } ou Ø.
• Conjunto Unitário: é aquele no qual a coleção dos elementos é constituída por apenas
um item, como, por exemplo, no conjunto da tipagem sanguínea {O-}.
• Conjunto Finito: é aquele no qual se pode contar ou enumerar os elementos, a exemplo
do conjunto das vogais {a, e, i, o, u}, ou os dias da semana {domingo, segunda, terça,
quarta, quinta, sexta, sábado}.
• Conjunto Infinito: é aquele constituído por elementos os quais não podemos enumerar,
a exemplo do conjunto das estrelas.
Esses conjuntos possuem múltiplas formas de representação, ou seja, várias
representações de conjuntos. Podemos então representar os conjuntos de forma tabular,
por propriedade e/ou por diagrama de Venn.
• Representação Tabular: é a listagem ou a enumeração dos elementos do conjunto,
quando representados entre chaves e separados por ponto-e-vírgula. Exemplo: {1; 2;
3; 4; 5; 6; 7; 8; 9}.
• Representação por Propriedade: é a representação dos elementos em função de dada
propriedade. Exemplo: X = {y | y é uma vogal}, então x = {a, e, i, o, u}.
• Representação por Diagrama de Venn: dá-se mediante utilização de uma figura
geométrica fechada. Seu principal intuito é facilitar a compreensão das definições e
demonstrações do conjunto, de modo que todo e qualquer ponto interno à figura pode
configurar um elemento do conjunto; já os pontos fora da figura não pertencem ao
conjunto. Como exemplo, as vogais do nosso alfabeto na figura a seguir:

25
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Nesse ponto, já conseguimos entender que é possível existir uma relação de inclusão
entre conjuntos. Se considerarmos o Conjunto A = {a, b, c, d, e, i, o, u}, poderemos constatar
que há um subconjunto em A, a saber, o subconjunto V = {a, e, i, o, u}. Para tanto, o V é
um subconjunto de A, onde V está contido em V. Essa inclusão só é possível porque V⊂A,
sendo uma tautologia para demais casos iguais, onde V estará contido A se, e somente
se, todo elemento de V for também elemento de A.

Noções sobre conjunto Universo


Até aqui já tratamos dos tipos de conjunto e suas formas de representação, mas ainda
precisaremos explicar como interpretar o conjunto que representa a totalidade dos
elementos disponíveis. Matematicamente, a classe que contém todos os elementos que
se deseja considerar em certa situação é chamada de Universo. Desse modo, todos os
conjuntos seriam subconjuntos de um conjunto que possui mais elementos, chamado de
conjunto universo, sendo indicado por U.

Podemos então admitir a definição de Guerra (2016) para quem o conjunto universo
é um conjunto que contém todos os elementos do contexto no qual estamos
trabalhando (GUERRA, 2016).

Com isso, podemos analisar a figura disposta abaixo:

Após essa análise, podemos concluir com base na definição proposta acima que todos
os elementos dispostos constituem o conjunto universo, ou seja, U = {p, q, e, a, i, o, u, r}.
Assim, ao deparar com situação na qual se verifique mais de um conjunto, e mesmo com
elementos dispersos e fora do diagrama de Venn, será possível construir um conjunto
universo ao relacionar todos os elementos dispostos.
Vamos observar o exemplo abaixo e apresentar uma solução para o problema apresentado,
a partir das noções de conjunto universo. Observe:
Exemplo 23 Guilherme é um funcionário da Bolsa de Valores que informa a três
corretores, Pedro, Renato e Samuel, as oscilações do mercado de ações. Para manter
sua organização, ele construiu um diagrama, como o apresentado abaixo, no qual P, Q e
representam os conjuntos de informações transmitidas aos corretores Pedro, Renato e
Samuel, respectivamente. O diagrama descreve para quem as informações 1, 2, 3, 4 e 5
foram transmitidas.

26
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Em vez de usar o diagrama, Guilherme poderia organizar esses dados em tabela, em
que, no cruzamento da linha (informação) com a coluna (corretor), ele escreveria um X,
indicando que tal informação já foi transmitida a tal corretor. Para ajudar o Guilherme,
construa a tabela proposta.
Para construirmos a tabela, podemos constatar que as informações representam os
elementos e nesse caso, o conjunto U = {1, 2, 3, 4, 5}. Assim a tabela poder apresentada
do seguinte modo:

Esperamos que você, até aqui, já tenha aprendido os conhecimentos elementares sobre
conjuntos, como sua representação e seus tipos. Mas antes de iniciarmos nossos
estudos sobre operações com conjuntos, é muito importante estudar sobre os conjuntos
numéricos fundamentais e suas propriedades. Vamos lá?

Apresentação dos conjuntos numéricos fundamentais e suas propriedades


Estamos estudando a Teoria dos Conjuntos, e nesse caso os conjuntos de interesse do
nosso estudo são aqueles formados por números, ou seja, os conjuntos numéricos. Por
sua vez, esses conjuntos podem ser formados por números: naturais, inteiros, racionais,
irracionais e/ou reais. Vamos agora conhecer cada um deles!
Números Naturais

27
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Inicialmente, é preciso destacar que os chamados números naturais são usados
com a finalidade básica de servirem a contagem. Sabendo disso, podemos
resgatar um pouco da história para compreendermos como esses números
surgiram. O que se sabe é que, já no ano 3800 a.C, como algumas sociedades
primitivas aprenderam a usar ferramentas e armas de bronze, aldeias às margens
dos rios transformaram-se em cidades. Com isso, surgiram algumas atividades
mais complexas graças ao desenvolvimento do comércio. Assim, os agricultores
passaram a produzir alimentos em quantidades superiores às suas necessidades,
o que fez com que algumas pessoas se dedicassem a outras atividades, como
artesanato, comércio, administração. A consequência desse desenvolvimento, foi
o surgimento da escrita e com ela, passou-se a representar quantidade através de
símbolos (GUERRA, 2016).

No estudo sobre o conjunto dos números naturais, denotaremos por ℕ, de modo que
ℕ = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, ...}. Esses algarismos também podem ser nomeados de
algarismos indo-arábicos. Nessa sequência, vamos considerar o zero como natural, pois
ele tem as mesmas propriedades algébricas que os números naturais.
Assim, se p é um número natural, logo p + 1 será um número natural, tal que:
p e p + 1 são números naturais consecutivos;
p é número antecessor de p + 1;
p + 1 é o número sucessor de p.

Com isso, podemos indicar as propriedades dos Números Naturais:


Propriedade 1 – Todo número natural possui um número sucessor;
Propriedade 2 – A soma de dois números naturais quaisquer é um número natural;
Propriedade 3 – A multiplicação de dois números naturais quaisquer resulta em um número
natural.

Números Inteiros

O conjunto dos números inteiros é formado pelos números inteiros positivos,


números inteiros negativos e pelo zero, e é representado por ℤ. Assim, ℤ é dado
por -5, -4, -3, -2, -1, 0 , 1, 2, 3, 4, 5. Ou seja: ℤ = { ..., -5, -4, -3, -2, -1, 0 , 1, 2, 3, 4, 5 ...}.
Podemos afirmar que os números inteiros estão presentes no cotidiano de todas
as pessoas, não apenas dos(as) empreendedores(as). As medidas de temperatura
que diariamente vemos nos jornais, e, no caso específico dos negócios, ao vermos
diariamente nos saldos e extratos bancários os valores a creditar e a debitar, o
que por sua vez podem deixar os números apresentados, tanto negativos quanto
positivos.

Para ajudar em seus estudos, vamos diferenciar números inteiros positivos de números

28
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inteiros negativos. Assim vejamos:
Números inteiros positivos: são os números localizados à direita do zero na reta numérica,
ou seja, o números, 1, 2, 3, 4, 5 ..., 50, ... 100.
Números inteiros negativos: são os números localizados à esquerda do zero na reta
numérica, ou seja, os números -1, -2, -3, -4, -5, ... -50, ... -100.
Com isso, podemos indicar uma reta com os números inteiros. Logo:

Com isso, podemos indicar as propriedades dos Números Inteiros:


Propriedade 1 – Sendo P e I os conjuntos dos números inteiros pares e ímpares,
respectivamente, temos P U I = ℤ e P ∩ I = Ø;
Propriedade 2 – Todo número inteiro tem sucessor e antecessor;
Propriedade 3 – A soma de dois números inteiros quaisquer é um número inteiro;
Propriedade 4 – A diferença entre dois números inteiros quaisquer é um número inteiro;
Propriedade 5 – O produto de dois números inteiros quaisquer é um número inteiro.

Números Racionais
Para apresentar uma definição, podemos dizer que todo número que pode ser escrito na
forma p/q é um número racional, desde que p e q sejam inteiros e q seja diferente de zero.
Os números racionais podem ser denotados por ℚ, de modo que:

ℚ={ | p, q ∈ ℤ e q ≠ 0}

Com isso, podemos destacar que todo número inteiro p pode ser escrito no formato p/1.

Vejamos:

Dos números racionais, podemos indicar as seguintes propriedades:


Propriedade 1 – A soma de dois números quaisquer é um número racional;
Propriedade 2 – A diferença de dois números racionais quaisquer é um número racional;
Propriedade 3 – O produto de dois números racionais quaisquer é um número racional;
Propriedade 5 – A divisão de dois números racionais quaisquer, desde que o divisor seja
diferente de zero, é um número racional.
Números Irracionais

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Os números irracionais são todo e qualquer número não racional, logo, podemos dizer

que número irracional é aquele que não poder ser representado no formato , tal que q
seja diferente de 0.
Podemos citar como exemplo de números irracionais: √(5 ) e √(7 ).
Podemos assim apresentar as seguintes propriedades para os números Irracionais:

Propriedade 1 – Sejam p e q números naturais, com p ≠ 0. Se não é inteiro, então é


irracional;
Propriedade 2 – A soma de um número racional com um número irracional é um número
irracional;
Propriedade 3 – A diferença entre um número racional e um número irracional, em qualquer
ordem, é um número irracional;
Propriedade 4 – O produto de um número diferente de zero por um número irracional é
um número irracional;
Propriedade 5 – A divisão de um número racional diferente de zero por um número
irracional é um número irracional.

Números Reais
O conjunto dos números reais pode ser denotado por ℝ, e é formado pelos números ℕ, ℤ,
ℚ e pelos Irracionais. Logo:
ℝ = {x | x ∈ ℚ ou I}
Dos números Reais, podemos destacar as seguintes propriedades:
Propriedade 1 – A soma de dois números reais quaisquer é um número real;
Propriedade 2 – A diferença entre dois números reais quaisquer é um número real;
Propriedade 3 – O produto de dois números reais quaisquer é um número real;
Propriedade 4 – A divisão de dois números reais quaisquer, sendo o divisor não nulo, é
um número real;

Propriedade 5 – Sendo p um número natural par não nulo e q um número real, logo ∈
ℝ ⇔ q ≥ 0;

Propriedade 6 – Se p é um número natural ímpar e q um número real, logo ∈ ℝ.

A reta numérica e sua relação com conjuntos


Uma vez conhecidos os conjuntos numéricos, já podemos, a partir desses estudos,
construirmos uma reta numérica. Para isso, precisamos lembrar que o conjunto dos
números reais (ℝ) é formado por todos os números naturais (ℕ), racionais (ℚ), irracionais
(I) e inteiros (ℤ).
Assim, vamos desenhar uma reta e, ao selecionarmos um ponto qualquer como referência
ao 0 para servir de origem, e a partir dele podermos escolher um ponto à direita como
ponto 1.

30
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Perceba que os números 2/3, 1 e 2 estão à direita do zero na reta numérica, e assim são
chamados de Positivos. Já os números -1/2, -1 e -2, estão à esquerda do zero, e são
chamados de Negativos.
Na reta numérica, a medida da distância entre cada ponto pode ser chamado de unidade de
medida. Assim, ao marcar ordenadamente os números reais à direita do zero, convenciona-
se que eles são números positivos; já os números reais à esquerda do zero são negativos.
Esses intervalos, bem como a representação de subconjuntos que envolvam números
reais na reta real, são importantes para a resolução tanto de Inequações de 1° Grau,
quanto na definição de funções, limite, continuidade etc.
Vamos tratar de uma situação na qual poderemos usar a reta numérica para chegar a
uma conclusão. Veja o exemplo abaixo.
Exemplo 24 A loja Variedades Alfa trabalha com fretes e entregas, e para isso usa uma
caminhoneta para atender a demandas de clientes e oferecer serviços de transporte
de mercadorias na cidade. O motorista do veículo sabe que a velocidade do veículo é
limitada por normas da própria empresa, tanto que na carroceria do veículo foi anexada
uma placa com a seguinte descrição:

Ao analisarmos a placa informativa e indicarmos por x uma velocidade qualquer da


caminhoneta, em quilômetros por hora, no trecho da entrega, podemos classificar as
afirmativas abaixo como Verdadeira ou Falsa, a saber:
a) x pode assumir qualquer valor real, com 0 ≤ x ≤ 80.
b) x podo assumir o valor 70 √2.
c) x pode assumir qualquer valor irracional, com 0 ≤ x ≤ 80.
d) Se a caminhoneta atingiu a velocidade y ∛2 km/h nesse trecho, então podemos afirmar
que 0 ≤ y ≤ 40 ∛2.
Observe que esse exemplo oferece certo nível de complexidade, pois estamos
trabalhando com esses exemplos para que você também possa estudar situações mais
matematizadas que o(a) ajudarão em avaliações externas, como é o caso do ENADE.

31
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Bom, vamos ajudá-lo(a) a compreender e a resolver esse exemplo. Assim, vejamos:
A afirmativa “a” é verdadeira, já que a velocidade tem variação constante, ou seja, para
passar de uma velocidade menor que determinado valor v para uma velocidade maior
que v, o automóvel tem de passar, obrigatoriamente, pela velocidade v. Logo, para que
varie de 0 a 80 km/h, a velocidade deve assumir todos os valores reais x, com 0 ≤ x ≤ 80.
A afirmativa “b” é falsa, já que 70 √2 ≈ 99, e os valores de x devem obedecer à condição
0 ≤ x ≤ 80.
A afirmativa “c” é verdadeira, pois todo número irracional é real, e no item a concluímos
que x assume qualquer valor real sob a condição 0 ≤ x ≤ 80.
A afirmativa “d” é falsa, pois 0 ≤ y ∛2 ≤ 80, e dividindo os membros dessa desigualdade
por ∛22, teremos:

Assim, racionalizando o denominador de , multiplicamos o numerador e o denominador


por ∛22, teremos:

0 ≤ y ≤ 40 ∛4.

Operações com conjuntos


Agora vamos tratar um pouco das operações que podemos realizar com conjuntos.
Nessas operações trabalharemos com intersecção, união e diferença. Assim vejamos:

Intersecção
Considere dois conjuntos: P e Q. Os elementos que são comuns tanto a P quanto a Q
representam a intersecção entre ambos os conjuntos. Veja o exemplo:

Nesse exemplo, podemos perceber que 1, 2 e 3 pertencem a P, mas não pertencem


a Q; já os números 7, 9 e 11 pertencem a Q mas não pertencem a P, ao ponto que os
números pares: 2, 4, 6, 8 e 10 pertencem simultaneamente a P e Q. Assim, dizemos que

32
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a intersecção entre P e Q é representada pelos números 2, 4, 6, 8 e 10. Essa intersecção
pode ser presentada por P∩Q. Logo, se o conjunto P = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 8, 10} e Q = { 2, 4, 6, 7,
8, 9, 11}, então P∩Q = {2, 4, 6, 8, 10}.
Simbolicamente, podemos afirmar que P∩Q = {a|a ∈ P e a ∈ Q}. Mas caso tenhamos dois
conjuntos que não possuam qualquer elemento comum, chamaremos então de conjuntos
disjuntos, e serão denotados P∩Q = Ø.
Exemplo 25 Dados os conjuntos A e B, em que A = {1, 3, 5, 7, 9}, B = {2, 3, 6, 9}, determine
o conjunto A∩B.
Assim temos que o conjunto A∩B = {3}.
Exemplo 26 Ao iniciar sua loja virtual, um(a) empreendedor(a) fez uma pesquisa com 350
pessoas para avaliar a eficácia de um anúncio na divulgação de dois produtos novos, X e
Y. Ao concluir a pesquisa, ele(a) constatou que do total de entrevistados, 280 conheciam
o produto X; 80 conheciam os dois produtos; e 20 não conheciam nenhum dos dois
produtos.
De acordo com os dados colhidos pelo(a) empreendedor(a), quantas pessoas
entrevistadas conheciam apenas o produto B?
Na solução desse problema, vamos ajudá-lo(a) mostrando um passo a passo. Observe
com atenção, pois esse método o(a) ajudará nos problemas futuros. Vamos lá?
Relembrando nossos conceitos fundamentais, temos três conjuntos, a saber: U como
conjunto Universo; X como conjunto do produto X; e Y como conjunto do produto Y.
Podemos então representá-los assim:

Primeiro passo: vamos considerar o conjunto X ∩ Y aquele formado pelas pessoas que
conhecem os dois produtos. Essa intersecção possui 80 elementos. Podemos então
representá-la da seguinte forma:

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Segundo passo: o conjunto X é formado pelas pessoas que conhecem o produto X. Tal
conjunto possui 280, porém, no passo 1, já foram consideradas 80 pessoas desse total,
faltando, assim, 200 pessoas para contemplar o conjunto. Vamos escrever as 200 na
região que corresponde a X – Y:

Terceiro passo: a região que corresponde a (XUY) é aquela das pessoas que não
conhecem nenhum dos produtos. Nessa região devemos escrever 20:

Quarto passo: a região que corresponde ao conjunto Y – X é aquela das pessoas que
conhecem apenas o produto Y. Como não o conhecemos, vamos admitir essa região
como q, sendo esse o número de elementos desse conjunto:

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Voltar ao sumário
Nesse ponto, como já sabemos a quantidade de elementos no conjunto universo, ou seja,
350, logo, 20 + 200 + 80 + q = 350, assim:
350 = 20 + 200 + 80 + q
350 = 300 + q
300 + q = 350
q = 350 – 300
q = 50 elementos

Com isso, podemos representar o diagrama completamente preenchido, onde:

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União
O conjunto União de dois conjuntos, P e Q, será formado pelos elementos presentes em
pelo menos um dos conjuntos. Veja o exemplo:

Pelo exemplo, podemos dizer que dos conjuntos P = { a, b, c, d, e, f} e Q = {j, l, m, n}, o


conjunto União é dado por P∪Q = {a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, l , m, n}, onde, simbolicamente: P∪Q
= {a|a ∈ P ou a ∈ Q}, e o número de elementos de P∪Q é 13, e denotamos n(P∪Q) = 13.
É possível ainda denotar que observamos que o número de elementos de P∪Q, n(P∪Q)
é dado por: n(P∪P) = n(P) + n(Q)–n(P∩Q), ao ponto de que n(P) e n(Q) representam,
respectivamente, os números de elementos dos conjuntos P e Q.
Exemplo 27 Considerando os conjuntos A e B, em que A = {4, 8, 16, 32} e B = {2, 4, 6, 12},
determine o conjunto n(A∪B).
Temos então que A∪B = {2, 4, 6, 8, 12, 16, 32}, onde n(A∪B) = 12.

Diferença
A diferença P – Q dos conjuntos P e Q é dada por qualquer conjunto formado pelos
elementos que por sua vez pertençam a P e não pertençam a Q.

No exemplo indicado acima, do conjunto P = {x, y, w, z, a, b, c} e do conjunto Q = {e, i, o, u,


a, b, c}, temos o conjunto diferença P – Q = {x, y, w, z} e Q – P = { e, i, o, u}. Simbolicamente:
P – Q = {a|a ∈ P e a ∉ Q}.
Exemplo 28 dado o conjunto A = {1, 2, 3, 4, 5}, B = {2, 4, 6, 8}, quais os elementos que
podemos encontrar no conjunto B – A?

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Nesse caso, sabendo que a diferença é dada pelos elementos presentes em um conjunto
e não presentes no outro, concluímos que B – A = {6, 8}.
Exemplo 29 Os negócios do setor de tecnologia lidam diariamente com termos em línguas
estrangeiras. Por essa razão, um(a) empreendedor(a) de um negócio de vendas online
fez um levantamento na empresa e constatou que dos 180 funcionários que trabalham
no escritório da matriz, 108 deles falam inglês, 68 falam espanhol, 32 falam apenas
português.
Diante dessa situação, o(a) empreendedor(a) precisar saber quantos funcionários falam
inglês e espanhol.
Para ajudar a resolver esse problema, usaremos mais uma vez o passo a passo
apresentado anteriormente. Vejamos:
Chamaremos de U o conjunto universo, I o conjunto de funcionários que falam inglês e E
o conjunto de funcionários que falam espanhol.

Primeiro passo: como temos uma intersecção entre os que falam inglês e espanhol, logo,
E∩I é exatamente o valor que estamos procurando. Assim, chamaremos de x.

Segundo passo: o conjunto I tem 108 elementos. Como já admitimos que x desses
elementos estão em I, então faltam 108-x desses elementos em I, que devem ser indicados
na região I – E:

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Voltar ao sumário
Terceiro passo: o conjunto E tem 68 elementos. Como já admitimos que x desses
elementos estão em E, então faltam 68 – x elementos em E, que devem ser indicados na
região E – I:

Quarto passo: se 32 dos funcionários falam apenas português, logo esses 32 não falam
nem inglês nem espanhol, então:

Quinto passo: já sabemos que o conjunto Universo é formado por 180 elementos, logo,
32 + 108 – x + x + 68 – x = 180.
Assim temos que:

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Voltar ao sumário
180 = 32 + 108 – x + x + 68 – x
180 = 140 – x + x + 68 – x
180 = 208 – x + x – x
180 = 208 – x
x = 208 – 180
x = 28 elementos

Assim podemos preencher completamente o diagrama com os seguintes valores:

Aplicações de operações com conjunto em gestão de negócios


Ao deparar diariamente com suas atribuições e competências demandadas ao exercício
de cargos de gestão e decisão, é possível fazer uso das operações indicadas acima como
método de resolução de problemas.
Lembre-se de que, como gestor, uma das habilidades mais requisitadas é a capacidade
de tomar decisão diante de trade off de recursos, mercados, máquinas ou investimentos
financeiros.
Para ajudar na compreensão dessa aplicação, podemos optar pela seguinte situação:
um profissional de marketing, após contratar uma pesquisa base, identificou que 80%
dos clientes pesquisados compram o produto X semanalmente, enquanto 20% compram
apenas o produto Y com a mesma frequência, mas 40% desses clientes não compram
Y. Sabendo que a pesquisa levantou informações de 200 clientes, o profissional deverá
identificar a quantidade de clientes que não compram Y, no intento de buscar uma
estratégia que motive a compra desse grupo de clientes.
Para chegar à conclusão necessária diante do problema proposto, o profissional pode
fazer uso de seus conhecimentos em Teoria dos Conjuntos, por meio do seguinte
processo:
Clientes que só compram Y = 20%
Clientes que compram X = 80%
Clientes que não compram Y = 40%

39
Voltar ao sumário
Já que tivemos 200 clientes entrevistados, podemos então concluir que 40 clientes
compram apenas Y e 80 clientes não compram Y, já que 160 do total de clientes
pesquisados compram tanto X quanto Y. Como 160 dos clientes compram X ou Y, e 80
desses clientes não compra Y, logo, 80 compram apenas X. Essa mesma conclusão pode
ser alcançada usando um diagrama de Veen. Veja:

Onde: ? + 40% + 20% = 100%, ou seja, X ∩ Y + (X - Y) = 160, onde sabemos que Y – X = 40,
logo, X - Y = X∪Y – [(X ∩ Y) + (Y – X)]. Assim, ? = 200 – (80 + 40), ou seja, ? = 200 – 120 = 80.
Para concluirmos nossos estudos sobre conjuntos, vamos propor mais uma situação
prática. Lembre-se que já resolvemos vários exemplos, por isso, tente responder a
situação com base nos exemplos anteriores. De todo modo, você terá a resolução a sua
disposição. Vamos lá?
Exemplo 30 Uma das ferramentas mais eficazes na gestão de negócios é a pesquisa
de mercado. Por meio da pesquisa de mercado, você pode levantar informações do seu
mercado consumidor, mercado concorrente e mercado fornecedor. Sendo assim, uma
indústria de artigos esportivos contratou uma empresa de consultoria de negócios para
fazer uma pesquisa de mercado com 1.500 pessoas, que deveriam responder “sim” ou
“não” a cada uma das seguintes perguntas:
1ª Você pratica caminhada?
2ª Você pratica corrida?
3ª Você pratica ginástica?
A empresa de consultoria entregou os seguintes resultados da pesquisa conforme
apresentados na tabela abaixo:

De posse desses dados, a fábrica precisa identificar quantas pessoas responderam “não”
às três perguntas.

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Dos exemplos que já resolvemos, uma coisa que você já deve ter percebido: é que a
resolução deve sempre começar pela intersecção entre os conjuntos. Façamos então o
mesmo procedimento. Veja:
Chamaremos U o conjunto universo formado por 1.500 entrevistados;
1 será o conjunto de pessoas que respondeu sim à 1ª pergunta;
2 será o conjunto de pessoas que respondeu sim à 2ª pergunta;
3 será o conjunto de pessoas que respondeu sim à 3ª pergunta.

Primeiro passo: iniciaremos sempre pela intersecção entre os 3 conjuntos. Logo, já


sabemos que 70 pessoas responderam sim às 3 perguntas, ou seja, 1 ∩ 2 ∩ 3. Assim,
teremos:

Segundo passo: devemos indicar o número de elementos das intersecções dos conjuntos
dois a dois. Já sabemos por meio da tabela que 108 pessoas responderam “sim” à 1ª e
à 2ª pergunta, simultaneamente, e como já indicamos 70 pessoas nessa intersecção,
logo, faltam 48 elementos em 1 ∩ 2; na tabela também identificamos que 172 pessoas
responderam “sim” à 1ª e à 3ª perguntas, simultaneamente, e já indicamos 70 pessoas
nessa intersecção, logo faltam 102 pessoas em 1 ∩ 3; como 110 pessoas responderam
“sim” à 2ª e à 3ª perguntas, simultaneamente, e já havíamos indicado 70 pessoas nessa
intersecção, então faltam 40 pessoas em 2 ∩ 3. Assim, vejamos:

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Terceiro passo: sabemos que 800 pessoas responderam “sim” à 1ª pergunta, e já
indicamos 220 elementos em 1 (102+70+48=220), faltam 580 elementos/pessoas para
completar o conjunto; a tabela indica que 332 pessoas/elementos responderam “sim” à 2ª
pergunta, e já indicamos 158 (48+70+40=174) pessoas em 2, logo faltam 174 elementos;
como 618 pessoas responderam “sim” à 3ª pergunta, e como já indicamos 212 pessoas
em 3 (102+70+40=212), faltam 406 elementos.

Quarto passo: como já preenchemos os grupos 1, 2 e 3, o número de pessoas é representado


pelos elementos que estão fora dos três conjuntos. Nesse caso, representaremos por x.

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Logo, sendo U = 1.500 o conjunto que totaliza os entrevistados, temos:
x + 174 + 48 + 70 + 40 + 580 + 102 + 406 = 1.500
1.500 = x + 174 + 48 + 70 + 40 + 580 + 102 + 406
1.500 = x + 1.420
x + 1.420 = 1.500
x = 1.500 – 1.420
x = 80 pessoas
Concluímos então que 80 pessoas entrevistadas responderam “não” às três perguntas.

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RESUMO DO PERCURSO DE APRENDIZAGEM

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Neste Percurso de Aprendizagem, o nosso objetivo era compreender como os
conhecimentos elementares de frações, porcentagem, equações e conjuntos podem
auxiliar o(a) empreendedor(a) no cotidiano do ambiente de negócios. Vamos relembrar
os principais conceitos deste Percurso de Aprendizagem:
• Toda vez que fragmentamos um determinado elemento em partes iguais, estaremos
fracionando esse elemento. Por isso, uma fração é simplesmente a divisão de um
item em partes necessariamente iguais.
• A expressão “por cento” (%) significa “um por cento”. Por isso que quando você
comprou aquela calça jeans que custava R$ 100,00, com desconto de 30%, pagou
apenas R$ 70,00, pois de cada R$ 100,00 serão descontados R$ 30,00.
• Uma potência pode ser uma ferramenta extremamente útil enquanto método
de simplificação matemática de valores muito grandes. Ela pode auxiliar o(a)
empreendedor(a) em múltiplas tarefas do seu cotidiano, possibilitando distintas
representações matemáticas com certo nível de complexidade.
• Raiz n-ésima de n a expressão que elevada à potência n reproduz p, sendo ela
representada por √.
• Essa racionalização poderá ser usada quando você tiver uma raiz no denominador
de uma fração. Racionalizar é eliminar a raiz do denominador, pois sempre que uma
fração apresentar um radical, seja no numerador ou no denominador, chamaremos
de fração irracional.
• Uma equação pode ser definida como sentença matemática que representa uma
igualdade, reunindo letras e números desconhecidos na sentença, ao ponto que
nomeamos essa letra de incógnita.
• Conjunto constitui-se de um agrupamento de objetos definidos nomeados de
elementos, escritos tanto entre chaves ou separados por vírgula ou ponto-e- vírgula.
• Os conjuntos podem ser vazios, unitários, finito e até infinitos.
• Conjunto vazio que é aquele no qual não se encontra nenhum elemento; o conjunto
unitário é aquele no qual a coleção dos elementos é constituída por apenas um
item; o conjunto finito é aquele no qual se pode contar ou enumerar os elementos;
o conjunto infinito é aquele constituído por elementos os quais não podemos
enumerar.
• As operações com conjunto incluem operações de intersecção, união e diferença
entre conjuntos.
Aprendemos ainda que seja nas ciências, na indústria, no comércio ou nas finanças,
os cálculos de porcentagem são sempre aplicados como método e verificação de
resultados, como, por exemplo, a eficiência de uma empresa. Ficou claro que uma
potência, ou potenciação, pode ser uma ferramenta extremamente útil enquanto método
de simplificação matemática de valores muito grandes, e que uma equação é a sentença
matemática que representa uma igualdade, reunindo letras e números desconhecidos na
sentença, ao ponto que nomeamos essa letra de incógnita. Por fim, vimos os conjuntos
dos números naturais, números racionais, números irracionais e números reais, e as
operações com conjuntos, quais sejam: soma, diferença e intersecção.
Assim, concluímos nosso Percurso de Aprendizagem, e vamos praticar por meio dos
exercícios. Bons estudos!

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REFERÊNCIAS
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análise: cálculo diferencial e integral a uma variável. Rio de Janeiro: LTC, 2007. Disponível
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(Cód.:5347)
DREWS, Sonia Beatriz Teles; BORGEs, Pedro Augusto Pereira. Matemática aplicada à
administração. Ijuí: Ed. Unijuí, 2009. 182 p.
LAPA, Nilton. Matemática aplicada: uma abordagem introdutória. São Paulo: Saraiva,
2012. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788502157118.
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MORETTIN, Pedro A. ; HAZZAN, Samuel ; BUSSAB, Wilton O. Introdução ao cálculo para
administração, economia e contabilidade. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. Disponível
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788547221843. (DIGITAL)
(Cód.:25860)
GUERRA, Fernando. Matemática básica. Brasília. ed. DCA-UFSC. 2016. 168p.
GUIDORIZZI, Hamilton Luiz. Um curso de cálculo. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2018. v.
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PAIVA, Manoel. Matemática. 1ª ed. São Paulo: Moderna, 2009.
SILVA, Luiza Maria Oliveira da; MACHADO, Maria Augusta Soares. Matemática aplicada à
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SILVA, Sebastião Medeiros da ; SILVA, Elio Medeiros da (autor) ; SILVA, Ermes Medeiros
da (autor). Matemática básica para cursos superiores. 2. ed. Rio de Janeiro: Atlas,
2018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597016659.
(DIGITAL) (Cód.:23473)

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UNIVERSIDADE DE FORTALEZA (UNIFOR)

Presidência AUTOR
Lenise Queiroz Rocha JOSÉ LANDSBERG COSTA LIMA FILHO
Vice-Presidência
Manoela Queiroz Bacelar
Empreendedor, empresário e professor universitário, grad-
Reitoria uado em Administração de Empresas com especialização
Fátima Maria Fernandes Veras em Administração Financeira e MBA em Gestão Financei-
Vice-Reitoria de Ensino de Graduação e Pós-Graduação
ra, Controladoria e Auditoria além de mestrando em Ad-
Maria Clara Cavalcante Bugarim ministração. Sólida vivência financeira com atuação em
cargos de gestão e direção de empresa. Possui experiên-
Vice-Reitoria de Pesquisa cia na área projetos financeiros, planejamento financeiro
José Milton de Sousa Filho e de risco financeiro com participações em empresas de
Vice-Reitoria de Extensão pequeno, médio e grande. Conhecedor de ferramentas
Randal Martins Pompeu estatísticas que ajudam, previnem e diminuem as perdas
financeiras e que reduzem o risco na atuação no mercado
Vice-Reitoria de Administração
financeiro. Também possui conhecimento na área de pro-
José Maria Gondim Felismino Júnior
jetos e captação de recursos para investimentos e novos
Diretoria de Comunicação e Marketing produtos adquiridos ao longo de mais de dez anos de at-
Ana Leopoldina M. Quezado V. Vale uação no segmento. Professor em cursos de graduação
Diretoria de Planejamento e pós-graduação ministrando disciplinas correlatas aos
Marcelo Nogueira Magalhães métodos quantitativos como matemática, matemática fi-
nanceira, finanças e estatística.
Diretoria de Tecnologia
José Eurico de Vasconcelos Filho

Diretoria do Centro de Ciências da Comunicação e Gestão


Danielle Batista Coimbra

Diretoria do Centro de Ciências da Saúde


Lia Maria Brasil de Souza Barroso

Diretoria do Centro de Ciências Jurídicas


Katherinne de Macêdo Maciel Mihaliuc

Diretoria do Centro de Ciências Tecnológicas


Jackson Sávio de Vasconcelos Silva

RESPONSABILIDADE TÉCNICA

COORDENAÇÃO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Coordenação Geral
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