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O que é PMT em matemática financeira?

A sigla PMT aparece com frequência quando se trata de matemática financeira

PMT são pagamentos de mesmo valor, ou seja, registrados pelo fluxo de


caixa (pessoal ou empresarial) de forma recorrente.

Podem aparecer em diferentes fórmulas utilizadas justamente para ter uma


compreensão mais próxima da realidade financeira e fazer projeções a partir
dela.
Importante destacar que o PMT não se refere apenas a pagamentos efetuados,
mas também recebidos.

Contudo, em ambos, a característica principal está na repetição, especialmente


mensal, mas também anual. Por isso, também são tratados como valor da
parcela.

São exemplos de pagamentos de mesmo valor:

o Prestação fixa de empréstimo ou financiamento


o Parcela fixa de compra junto a um fornecedor
o Parcela fixa de recebimento de um cliente.

Podemos ainda citar um exemplo.

Pense em uma venda no valor de R$ 2.000,00, que você parcelou no boleto


bancário em quatro vezes fixas, sempre com vencimento no dia 25.

Dessa forma, pelos próximos quatro meses, R$ 500,00 devem entrar no seu
caixa sempre no dia 25.

Esse valor é um PMT.

E se a cobrança tivesse juros? Nesse caso, o PMT seria apenas um dos


elementos a considerar no cálculo.

Mais à frente, ao falarmos das principais fórmulas matemáticas, vamos


apresentar exemplos nos quais o PMT aparece.

O que é PV em matemática financeira?


Várias fórmulas na matemática financeira usam a ideia de PV

PV, em inglês, significa present value. Ou seja, em matemática financeira, a


sigla é conhecida por valor presente.

Mas o que isso quer dizer?

Não há mistério: é o valor que se tem no momento e do qual se parte em


uma operação matemática.
Há fórmulas voltadas a descobrir o valor presente, mas vamos nos focar em
um exemplo de sua aplicação mais comum.

Vamos supor que você faça um investimento de R$ 10 mil no Tesouro Direto,


uma modalidade de renda fixa.

Nesse caso, o seu VP é justamente de 10.000. É dele que você parte para
descobrir qual será o rendimento daqui a 12 meses, por exemplo, em uma
fórmula que considera a correção mensal promovida pela incidência de juros.

O valor presente também pode estar em uma dívida constituída, como um


empréstimo contratado para adquirir máquinas e equipamentos para a
empresa.

O que não muda é que o VP será sempre o valor de momento, o ponto de


partida de uma equação.

Principais fórmulas de matemática financeira


Algumas das fórmulas abaixo são básicas e fáceis de usar, mas podem trazer resultados
de suma importância

Agora que alguns dos principais conceitos estão claros, assim como a
definição e a importância da matemática financeira, vamos entrar no campo
prático.

Lembrando que, por mais que você não goste de números, cálculos e
fórmulas, a matemática desempenha um papel fundamental no seu bolso.

Como já vimos ao chegar até aqui, a saúde do seu orçamento depende disso.

E se você tem uma empresa ou ocupa um cargo de gestão nela, o


conhecimento é obrigatório.

Caso contrário, pode ser mais uma a ter que fechar as portas precocemente.

Então, conheça agora as principais fórmulas de matemática financeira.


Juros Simples

Juros simples são uma correção calculada sobre um valor inicial, expressa
em porcentagem.

Trata-se de um acréscimo que, como o nome indica, é bastante simples de ser


realizado.

Pode ser uma cobrança ou recebimento extra por não haver o desembolso
total no momento

Partindo de um valor presente, se aplica uma taxa de juros que leva em conta
também o período da operação.

Vale para vendas a prazo e investimentos (dinheiro que entra) e para compras
parceladas e empréstimos (dinheiro que sai).

A fórmula dos juros simples é bastante enxuta e considera quatro variáveis:

o Capital (C): o valor presente, que se refere à quantia total da operação


o Juros (J): acréscimo sobre o capital
o Tempo (t): a duração da operação (geralmente expressa em meses)
o Taxa (i): percentual que determinada a quantidade de juros que
incidem na operação.

Assim, chegamos à seguinte fórmula: J = C * i * t.

Exemplo de juros simples

Você fez uma compra no valor de R$ 1.000,00. Esse é o capital.

A taxa de juros aplicada é de 2% ao mês. Para o cálculo, a porcentagem é


convertida em número decimal, ou seja, 2/100 = 0,02.

A operação foi programada para cinco meses. Esse é o tempo.

Logo, a fórmula a ser aplicada é a seguinte:

o J = 1000 x 0,02 x 5 = 100.

Ou seja, o custo final da operação com o acréscimo dos juros simples será de
R$ 100, o que significa dizer que a sua compra a prazo representará uma
despesa de R$ 1.100,00.

Juros Compostos
Juros compostos representam o juro sobre juro, ou seja, têm aplicação sobre o
montante de cada período.

A melhor forma de entender é justamente comparar com os juros simples.

Observando o exemplo anterior, você vê que há uma previsão clara sobre o


acréscimo antes mesmo de a operação ser realizada, com juros incidindo sobre
o valor total da operação.

No caso dos juros compostos, isso muda um pouquinho.

O que acontece é que a cada mês, é aplicada uma correção sobre o capital de
momento.

Isso torna a rentabilidade de um investimento mais atrativa, mas, por outro


lado, pode elevar uma dívida se for essa a modalidade de correção utilizada.

No caso dos juros compostos, um novo elemento é somado à fórmula:

o M: corresponde ao montante final.

Os demais se mantém: capital (C), taxa de juros (i) e tempo (t).

A fórmula agora é a seguinte:

o M = C x (1 + i) t

Exemplo de juros compostos

Para este exemplo, vamos considerar uma aplicação financeira no valor de R$


2.000,00 durante um ano, com juros compostos de 2% ao mês.

Então, temos o seguinte:

o M=?
o C = 2.000
o i = 2% = 2/100 = 0,02 (decimal)
o t = 1 ano = 12 meses.

Então, vamos aplicar a fórmula:

o M = 2.000 x (1 + 0,02)¹²

Agora, vamos calcular:

o M = 2.000 x 1,02¹²
o M = 2000 x 1,268242
o M = 2.536,48.

Veja, então, que a aplicação de juros compostos pelo período de 12 meses


resultou em um rendimento de R$ 536,48.

Porcentagem

A porcentagem, velha conhecida até de quem estudou matemática básica, aparece com
tudo na matemática financeira

A porcentagem, também chamada de percentagem, é uma razão centesimal.


Ou seja, uma unidade de medida que apresenta a proporção ou relação entre
dois valores a partir de uma fração que tem no 100 o denominador comum.

Dentro da matemática financeira, ela pode ser muito útil para identificar, por
exemplo, quanto do seu orçamento está comprometido com uma determinada
despesa ou qual é a principal fonte de receita em termos percentuais.

Seria interessante descobrir, por exemplo, que dois clientes representam 56%
do seu faturamento, não é mesmo? Mas quanto equivale esses 56%?

A porcentagem pode ser encontrada a partir de diferentes cálculos.

Um dos mais simples consiste na multiplicação do percentual que deseja


descobrir pelo valor presente.

Para seguir no mesmo exemplo, vamos supor que seu faturamento


mensal seja de R$ 14 mil.

Logo, 56% equivalerá ao seguinte:

o 56 x 10.000 = 784.000 / 100 = R$ 7.840,00

Interessante e fácil, não é mesmo?

Use a porcentagem no dia a dia para calcular descontos e lucros.

Um exemplo: seu concorrente tem ofertado 10% de desconto à vista e você


pensa em oferecer 12%. Quanto isso representaria na prática?

Considerando uma venda no valor de R$ 890, temos o seguinte:

o 12 x 890 = 10.680 / 100 = 106,80


o 890 – 106,8 = 783,20

Logo, você oferecerá R$ 106,80 de desconto e definirá como preço de


venda R$ 783,20.

Razão e Proporção

Aqui, temos outros dois conceitos importantes no universo da matemática


financeira.

A razão é utilizada na comparação de duas grandezas (A e B).

Seu cálculo consiste na divisão de uma pela outra.


Um exemplo bastante prático do dia a dia é o da velocidade com a qual nos
deslocamos de casa para o trabalho.

Se você imprime uma velocidade média de 40 km/h, saiba que esse valor é a
razão de duas grandezas: distância (A) e tempo (B).

Ele é obtido da divisão entre elas. Ou seja: você percorreu 10 quilômetros em


0,25 horas (15 minutos).

Já a proporção corresponde à igualdade ou equivalência de razões.

Seguindo no exemplo anterior, podemos dizer que a velocidade média de 40


km/h (que representa a razão) é a mesma de quem percorre 20 quilômetros em
0,5 horas (30 minutos).

Que tal um exercício? Abaixo, você confere duas razões que se equivalem e
precisa descobrir o valor de X na proporção:

o 2 / 7 = 12 / X

Para o cálculo, podemos aplicar a regra de três (falaremos mais sobre ela na
sequência), sendo:

o 12 x X = 7 x 12
o 2X = 84
o X = 84 / 2
o 42.

Regras de três simples e compostas


A regra de três também reaparece na matemática financeira para facilitar os cálculos

A regra de três, que usamos para calcular a proporção no exercício anterior,


está mais presente do que imagina na sua vida.

Você pode utilizar essa fórmula fácil e prática para resolver uma série de
equações no dia a dia, incluindo porcentagens.
No seu conceito clássico, ela se aplica a problemas que envolvem duas ou
mais grandezas direta ou inversamente proporcionais.

Considerando o seu formato simples, você precisa de três elementos para


descobrir um quarto, não identificado.

Vamos a um exemplo?

Supondo que você venda 50 itens de um determinado produto todo mês e que
isso represente R$ 2.500,00 de receitas no período, quanto será o seu
faturamento se passar a vender 60 itens?

Observe a equação abaixo:

o 50 = 2.500
60 = X

Na regra de três simples, você deve cruzar as informações. Ou seja:

o 60 x 2.500 = 150.000
o 150.000 / 50 = 3.000

Pronto: ao vender 60 itens, seu faturamento será de R$ 3.000,00. Simples


mesmo, não é verdade?

Já o modelo de regra de três composta acrescenta mais dois elementos,


totalizando seis na mesma equação (apenas um desconhecido)

Seguindo no exemplo, você tem agora o número de itens e o valor a receber


em duas situações diferentes.

Mas que tal incluir também o gasto que você tem hoje para comprar os itens
para revender e verificar quanto terá que desembolsar após a mudança?

Observe a equação abaixo, que abre com a despesa atual (R$ 1.000,00):

o 1.000 = 50 = 2.500
X = 60 = 3.000.

Para calcular, primeiro, resolva a parte conhecida, multiplicando 50 por 2.500


e 60 por 3.000.

Neste caso, teremos o seguinte:

o 1.000 = 125.000
X = 180.000
Agora, a regra de três passa a ser simples:

o 1.000 x 180.000 = 180.000.000


o 180.000.000 / 125.000 = 1.440

Ou seja, seu gasto com fornecedores subirá de R$ 1.000,00 para R$ 1.440,00.

Quer mais uma prova de como a matemática financeira é um poderoso


instrumento de gestão?

Ao vender dez itens a mais, você terá um incremento de R$ 500,00 nas


receitas e de R$ 440,00 nas despesas. Ou seja, um lucro de R$ 60,00 – R$
6,00 por item.

Com essas informações, você pode agora decidir se vale mesmo a pena
promover essa mudança, considerando ainda a existência de outros gastos,
como o pagamento de colaboradores.

Frações

Para terminar, vamos falar rapidamente sobre as frações, que nada mais são do
que números expressos pela razão de outros dois.

É uma forma de divisão, tal qual a sua pizza que vem em oito fatias. Nesse
caso, cada fatia equivale a ⅛ do total.

As frações podem ser apresentadas também em gráficos, o que ajuda na sua


visualização e compreensão.

Existem diferentes tipos de frações: equivalentes, aparentes, mistas, próprias


e impróprias.

Não vamos avançar na sua diferenciação, mas cabe apresentar um exemplo


prático para verificar como elas podem ser úteis no dia a dia.

Supondo que o seu orçamento de marketing digital seja de R$ 25 mil para


2019 e que 100% do valor precisa ser dividido igualmente em 12 ações
diferentes, incluindo marketing de conteúdo, link patrocinados, redes sociais e
campanhas de e-mail marketing.

Na prática, significa que cada ação responderá por 1/12 (um doze avos) do
orçamento total do marketing.

A partir dos resultados, você poderá identificar se a divisão se mostrou a mais


correta e, caso contrário, ajustar seu planejamento para o período seguinte.
Conclusão

A matemática financeira é vital para fazer uma boa gestão e saber quais são seus
recursos e fundos para seguir em frente

Então, o que achou dessa breve aula de matemática financeira?

O objetivo deste artigo não foi focar apenas em ensinamentos teóricos, mas
apresentar a você a importância das fórmulas e cálculos no seu cotidiano.

Seja para as despesas pessoais ou para controlar melhor o dinheiro do


negócio, a matemática é uma aliada e tanto.
A sugestão, então, é que faça deste material o seu ponto de partida.

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