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Matemática Financeira

Módulo I - Introdução à Matemática Financeira


Prof. Igor Bernardes

Dentre as inúmeras aplicações da matemática está a de ajudar na resolução de


problemas de ordem financeira e comercial, tal como cálculo de juros, descontos,
porcentagens, divisão de capital, vendas a prazo, rendimento de investimentos, previsibilidade
de investimentos, pagamentos de impostos, e uma série de outras aplicações.
A matemática financeira já era conhecida antes de Cristo, por volta de 2000 a.C., e seu
aprimoramento vem ocorrendo junto com a evolução das transações comerciais. Na Babilônia,
por exemplo, quando alguém emprestava sementes para o plantio, esperava seu pagamento
na próxima colheita. Isso fazia com que o cálculo de juros ocorresse em uma base anual. Com
o passar do tempo, criaram-se novas maneiras de se trabalhar com a relação tempo/juros, por
meio de juros semestrais, bimestrais, mensais, diários, etc. Essa relação foi vinculando-se cada
vez mais à instituição bancária, criada pela primeira vez em Veneza no século XII.
Vale lembrar que a matemática financeira é um ramo muito extenso e complexo,
poderíamos estudar durante longo período de tempo e encontraríamos sempre informações
novas, pode dizer que ela é tão complexa quanto o mundo comercial e as relações financeiras
que nos cercam, mas o mais importante é que ela se constitui como uma das partes da
matemática mais prática, encontrando-se presente em nosso cotidiano de muitas formas,
ninguém compra ou vende algo sem fazer algum cálculo financeiro, até aquele dinheiro que
guardado a sete chaves no banco está sobre influência de indicadores financeiros calculados
através dos métodos da matemática financeira.
Dominar a linguagem da matemática financeira e seus cálculos não é muito
complicado, porém é imprescindível que o individuo tenha um domínio sobre a matemática
básica, caso haja lacunas no seu conhecimento você pode buscar algum apoio em livros do
ensino fundamental, a base da matemática encontra-se em livros do quarto ao nono ano com
explicações bastante simples.

Números Racionais

Aqueles que pretendem ter um bom relacionamento com a matemática financeira


devem dar uma revisada no estudo do conjunto dos números racionais, suas formas de
representação, operações e definições em geral, aqui nós iremos resgatar alguns pontos
importantes, o restante você pode descobrir em livros do ensino fundamental.
Primeiro vamos a definição, um número é considerado Racional quando puder ser
a
escrito na forma em que “a” pertence ao conjunto dos números inteiros e “b” pertence ao
b
conjunto dos números inteiros com exceção do zero.
Vamos iniciar revisando as formas de representação dos números racionais:

1º) Forma fracionária: é uma das representações mais importantes dos números
racionais, na qual encontramos larga aplicação, na matemática financeira podemos dizer que
ela é importante por permitir a representação das partes de um todo, ou de várias partes de
conjunto de valores. Qualquer divisão é na verdade uma fração.

Numerador da a
Fração b
Denominador
da Fração
Exemplo:

a) A fração a seguir é chamada de dois terços, ou seja, estamos nos referindo a duas
partes de um total de três:

2
3

OBS.: Lembre-se que uma fração é também uma divisão! Por exemplo, a fração quatro
4
quintos, , é igual a 4 ÷ 5 = 0,8!
5

2º) Forma decimal: A forma decimal decorre justamente da idéia de executar a divisão
da fração e obter o número na forma decimal (quebrado como dizem por aí), pense o seguinte
se uma fração serve, entre outra coisas, para representar as partes de um todo, então
podemos entender que algo foi partido, foi dividido em pedaços menores, um número decimal
é uma representação dessas partes de forma individual, sendo que podemos somar estas
partes individuais e formar novas frações, e novos decimais.
Por exemplo, nossa unidade monetária padrão é o Real, a nota ou moeda de R$ 1,00 é
o nosso padrão o resto deriva dela, ela é o todo, é nossa parte inteira, se eu receber R$ 100,00,
terei recebido cem dessas partes inteiras, mas se eu receber R$ 0,50 (cinqüenta centavos),
terei recebido algo menor que a parte inteira, ou seja, alguém fracionou a unidade monetária
e me repassou apenas uma fração.
Observe que para obtermos R$ 1,00 são necessárias 10 moedas de R$ 0,10 (dez
centavos), então cada moeda de R$ 0,10 é um décimo da unidade monetária.
Observe também que para obtermos R$ 1,00 são necessárias 100 moedas de R$ 0,01
(um centavo), então cada moeda de R$ 0,01 é um centésimo da unidade monetária.

R $ 1,00
=R $ 0,10
10

R$ 1,00
R $ 1,00
=R $ 0,01
100

3º) Representação na forma percentual ou porcentual: Da mesma forma que a fração


e os decimais são utilizados para representar as partes de um todo a forma percentual ou
porcentual também é destinada a estas representações, e saber aplicar bem as regras da
porcentagem implica em dominar bem as duas anteriores.
Um número na forma percentual é na verdade uma fração de base 100. Por exemplo,
20
20% é na verdade , daí o nome porcentagem (por cem).
100
Quando nos referimos a algo de forma integral, por exemplo todo o seu salário sem
descontos, estamos falando de 100% do seu salário, mas que significado isto possui?
100
100 % do seu salário significa: , agora note que a fração 100 sobre 100 pode ser
100
simplificada, dividida, 100 dividido por 100 é igual a “1”, este valor “1” é o seu salário, é “um
salário inteiro” é o nosso padrão, é o todo do problema.
Agora quando pegamos uma parte do seu salário, estamos trabalhando com outro
percentual, por exemplo, se quisermos pegar 20% do seu salário, estaremos extraindo dele a
20
fração dele, e 20 ÷ 100 = 0,2 (dois décimos do seu trabalho), imagine partir seu salário em
100
10 partes iguais, e dele retirarmos duas dessas partes, estaríamos retirando exatamente 20%.
São inúmeras as aplicações das formas percentuais, e na matemática financeira não
vivemos sem ela.
Observe o exemplo abaixo:

A tabela acima representa o nosso todo,


é uma tabela, é nosso 100%, analisando melhor
observamos que ela encontra-se dividida em
25 partes iguais, mas se pegarmos as 25 partes
iguais, ainda teremos 100%, pois não teremos feito separação alguma, mas note que das 25
partes da tabela, 16 partes encontram-se preenchidas, imagine que pretendemos extrair estas
16 partes da tabela, qual percentual seria extraído?
Existem várias maneiras de se efetuar isto, a mais simples seria dizer que pretende-se
16
extrair da tabela, ou seja, pretende-se retirar 16 partes de um total de 25, agora vamos
25
para a representação decimal, 16 ÷ 25 = 0,64, ou seja, as 16 partes da tabela, representam 6
décimos e 4 centésimos da tabela. De posse desta informação, basta multiplicar o valor da
representação decimal por 100 para que obtenhamos a porcentagem esperada, sendo assim
temos 0,64 x 100 = 64 %.
De forma prática temos:
16
=16 ÷ 25=0,64 x 100=64 %
25

Exemplos:

a) Uma turma é composta por 40 aluno(a)s, dos quais 22 são mulheres e 18 são
homens. Diga qual é a porcentagem de homens e de mulheres nesta turma:

Solução:
22
=22 ÷ 40=0,55 x 100=55 % de mulheres
40

18
=18 ÷ 40=0,45 x 100=45 % de homens
40

b) Se uma loja arrecada em um mês o equivalente a R$ 12.000,00, bruto, e gasta R$


8.500,00 para cobrir suas despesas, como aluguel, água, luz, funcionários, qual o
percentual de lucro obtido no mês? Considere ainda que deste percentual de lucro
o proprietário retire apenas 60%, deixando o restante depositado para reinvestir
na própria loja. De quanto será efetivamente o saque do proprietário?

c) A tabela abaixo faz uma comparação entre a arrecadação de três filiais de uma
mesma empresa, nos anos de 2007 e 2008. Observe os valores, que encontram-se
em milhões de reais, e diga quais foram os percentuais de crescimento de cada
filial.

Filial Em 2007 Em 2008 % de Crescimento


A 2.356 5.857
B 4.216 7.895
C 8.782 9.502

Definição de Razão Entre Dois Números

A razão entre dois números nada mais é do que uma fração, uma divisão, do tipo
a
comb ≠ 0, por exemplo:
b
Em determinada turma temos 28 meninos e 32 meninas, a razão entre o número de
28
meninos e meninas existentes nesta turma é representada pela fração  .
32
Quando realizamos o cálculo do consumo de combustível de um veículo, nós estamos
avaliando a razão entre o número de quilômetros rodados em relação ao consumo de
combustível.
Observe: Um determinado veículo percorre 250 km e consome 12,5 litros de gasolina,
250
a razão deste problema de consumo de km por litros, é dada por , e fazendo a divisão
12,5
temos 20 km/litro.

Definição de Proporção

Uma proporção é uma igualdade entre duas razões, entender o que é uma proporção
é fundamental para diversos tipos de cálculos na matemática, a lógica é muito simples, mas
requer atenção, interpretação e cuidado na armação da conta.
Uma regra de três, por exemplo, nada mais é do que uma maneira de aplicar a idéia de
proporcionalidade dentro de uma situação qualquer. Muitas questões em concursos requerem
apenas a aplicação de uma regra de três, ou seja, de uma proporção.
Acompanhe o seguinte problema de proporcionalidade:
Ex. 1 - Uma dona-de-casa possui uma receita de bolo para 8 pessoas, onde diz que ela
deve misturar 1 kg de farinha de trigo e 6 ovos, “note que a proporção dos ingredientes da
1
receita é ”, agora responda:
6
a) Se a dona-de-casa estiver esperando a visita de 24 pessoas, quantos ovos e quanto
de farinha ela deve misturar?

b) E se ela possuir 2,5 kg de farinha, quantos ovos ela deve acrescentar, conservando
a proporção e usando toda a farinha?

Ex. 2 – Um funcionário precisa trabalhar 8 horas para receber o equivalente a R$


100,00. Quantas horas ele deve trabalhar para receber o equivalente a R$ 350,00?

Proporção Direta

Uma proporção é considerada direta quando os valores envolvidos variam da mesma


maneira, ou seja, se um valor aumenta o outro também aumenta da mesma forma.
Por exemplo:
Um operário recebe seu salário de acordo com o número de horas que trabalha, logo
se ele trabalhar o dobro do número de horas que está habituado ele deverá receber o dobro
do salário!

Proporção Inversa

Uma proporção é considerada inversa quando os valores envolvidos variam de forma


contraria, ou seja, se um aumenta o outro diminui.
Por exemplo:
O consumo de combustível de um veículo denota uma proporção inversa na relação
entre o consumo de combustível e o número de quilômetros rodados. Considera uma moto
que possui um desempenho de 35 km por litro da gasolina, e que dá início ao seu movimento
com 10 litros de combustível em seu tanque, no decorrer do movimento observamos o
seguinte comportamento:
Quilometragem Combustível no tanque
0 10
35 9
70 8
105 7
140 6
175 5
Observe que existe uma proporcionalidade entre os valores, mas que um conjunto de
valores aumenta enquanto outro reduz.

Divisão Em Cotas Proporcionais


Um elemento importante para matemática financeira é o uso da proporcionalidade
para fazer a divisão de um valor ou bem em cotas proporcionais. Estamos utilizando os
mesmos princípios vistos acima, apenas vamos refinar mais nosso raciocínio.
A situação abaixo vai nos ajudar a entender melhor como ocorre este tipo de divisão
de cotas de maneira proporcional em uma empresa, por exemplo. Observe:
Ex. 1:
Três sócios, ao iniciarem um negócio, tiveram a seguinte participação no capital social
da empresa:
O primeiro investiu R$ 5.000,00;
O segundo investiu R$ 4.000,00;
E o terceiro R$ 2.000,00.
Passado algum tempo, a empresa lhes gerou um lucro de R$ 3.300,00. Como eles
devem dividir este lucro? Levando em conta participação de cada um?
Adotamos a seguinte idéia de proporcionalidade:

X Y Z
= =
5000 4000 2000
Onde: X, Y e Z, são as partes que cada um vai receber, e que ainda desconhecemos.
Desta forma: X + Y + Z = 3300, então podemos escrever:

x+ y+z 3300 3
= =
5000+4000+2000 11000 10 ,

Agora que determinamos a razão entre o lucro e os investimentos, podemos


determinar as partes correspondentes a cada sócio, calculando a proporção entre o lucro, o
investimento e razão que encontramos (3/10).

X 3
=
5000 10 logo: 10X = 15 000 então X = 1 500

Y 3
=
4000 10 logo: 10Y = 12 000 então Y = 1 200

Z 3
=
2000 10 logo: 10Z = 6 000 então Z = 600

O primeiro sócio vai receber R$ 1.500,00, o segundo R$ 1.200,00, e o terceiro R$


600,00. Note como é correto este padrão, o terceiro sócio investiu a metade do valor de
investimento do segundo sócio, portanto, terá a metade do lucro em relação ao segundo
sócio, bem de acordo com o seu investimento.

Ex. 2: Uma pessoa aplicou R$ 840,00 em uma caderneta de poupança e R$ 560,00 em


outra, ambas durante o mesmo período, no mesmo banco. Se no final desse período as duas
juntas renderam R$ 490,00, qual foi o rendimento de cada uma?
Ex. 3: João e Paulo possuíam cadernetas de poupança na mesma agência bancária e
num mesmo período, se João tinha uma quantia de R$ 1.200,00, e obteve um rendimento de
R$ 175,00, qual deve ser o rendimento proporcional de Paulo, que possuía R$ 1.008,00?

Juros

Suponhamos que uma pessoa deseje comprar um bem qualquer e não disponha de
dinheiro suficiente para pagamento à vista. Nessas condições, ela pode efetuar a compra à
prazo ou tentar um empréstimo (financiamento) em uma instituição de crédito.
Em qualquer um dos casos a pessoa geralmente paga uma quantia – além do preço do
bem adquirido – a título de juros. A cobrança desses juros é justificada pelo prazo obtido para
o pagamento ou pelo “aluguel” do dinheiro emprestado.
Há muitas outras situações em que aparecem juros: por exemplo, se uma pessoa
dispõe de alguma importância, ela pode aplicá-la em uma caderneta de poupança ou em
algum outro investimento. Ao fim de certo período, ela receberá do banco a importância
aplicada, acrescida de um valor referente aos juros da aplicação.
Normalmente, quando se realiza alguma operação desse tipo, fica estabelecida uma
taxa de juros (x por cento) por um período (mês, dia, ano), essa taxa incide sobre o valor da
transação, que é chamado de capital.
Também é importante levar em conta que as taxas de juros praticadas no mercado
decorrem de uma série de fatores, tais como a disponibilidade de crédito no mercado, os
riscos do empréstimo, o tempo da aplicação ou empréstimo, e assim por diante, assim
entendemos por que os juros de empréstimos se tornam mais altos em tempos de crise, pois
há maior risco para quem empresta.

Taxa de juros

A taxa de juros indica qual remuneração será paga ao dinheiro emprestado, para um
determinado período. Ela vem normalmente expressa da forma percentual, em seguida da
especificação do período de tempo a que se refere:

8 % a.a. - (a.a. significa ao ano).


10 % a.t. - (a.t. significa ao trimestre).

Outra forma de apresentação da taxa de juros é a unitária, que é igual a taxa


percentual dividida por 100, sem o símbolo %:
0,15 a.m. - (a.m. significa ao mês).
0,10 a.q. - (a.q. significa ao quadrimestre).

Alguns Termos Importantes:


Capital “C”, ou Principal “P”  é o valor principal de uma transação, é o inicial a ser
aplicado. Em inglês é comum encontrarmos PV “Present Value”.
Juros “j”  juros simples, é o rendimento do capital.
Juros “J”  juros compostos, é o rendimento do capital.
Taxa de Juros “i”  é a taxa percentual, o índice de rentabilidade do capital.
Número de Períodos “n”  é o número de períodos em que a taxa de juros estará
associada rendendo sobre o capital.
Montante “M”  é a soma do capital mais os juros.

Juros Simples

Atualmente o sistema de juros simples já está praticamente extinto, são poucos os


casos que o aplicamos, a maior parte das transações financeiras prefere trabalhar com o
sistema de juros compostos.
O sistema de juros simples existe quando a taxa de juros incide sempre sobre o capital
inicial, independente do período de aplicação, ou seja, não há cobrança de juros sobre juros.
Observe, se aplicar um capital de R$ 1.000,00, a uma taxa de 8% por 3 meses teremos
o seguinte rendimento:

No primeiro mês temos 8% de R$ 1.000,00 = R$ 80,00


No segundo mês temos 8% de R$ 1.000,00 = R$ 80,00
No terceiro mês temos 8% de R$ 1.000,00 = R$ 80,00

Logo, o Montante “M” será igual ao capital mais os juros do período, assim temos:

M = R$ 1.000,00 + R$ 80,00 + R$ 80,00 + R$ 80,00


M = R$ 1.240,00

Levando em conta a forma com que ocorre a incidência dos juros simples sobre o
capital, é possível descrever a seguinte expressão para o cálculo dos juros:

j=Cxnxi
Observe:

j = 1.000 x 3 x 8%
j = 1.000 x 3 x 0,08
j = 240

Note que calculamos os juros do período, sendo assim podemos dizer que o montante
da aplicação é dado por:

M=C+j
M = 1.000 + 240
M = 1.240,00
Juros Compostos

O sistema de juros compostos é o mais útil para o dia-a-dia, pois é o mais utilizado em
todas as transações financeiras do mercado atual. No sistema de juros compostos ocorre a
famosa incidência de juros sobre juros, por isso que todo empréstimo, financiamento, cheque
especial e outras transações muitas vezes parecem se tornar uma bola de neve, pois débitos
são cumulativos, os juros ocorrem não só sobre o capital principal, mas sobre o capital e os
juros do período que vão sendo somados ao principal.
Observe a situação a seguir:
Uma pessoa faz uma aplicação de R$ 1.000,00 por 4 meses, em um sistema de juros
compostos a uma taxa de 8% ao mês.
Assim temos:

No primeiro mês  8% de R$ 1.000,00 = R$ 80,00


No segundo mês  8% de R$ 1.080,00 = R$ 86,40
No terceiro mês  8% de R$ 1.166,40 = R$ 93,31
No quarto mês  8% de R$ 1.259,71 = R$ 100,77

Logo o Montante será igual ao capital mais os juros do período. Assim temos:

M = 1.000 + 80 + 86,40 + 93,31 + 100,77


M = 1.360,48

“Faça uma rápida comparação entre os juros simples e os


compostos, observe que com os juros simples, aplicando
os mesmos R$ 1.000,00 em 3 meses a uma taxa de 8%
tivemos um rendimento de R$ 240,00, e nas mesmas
condições, porém com juros compostos, nos primeiros 3
meses da aplicação tivemos um rendimento de R$ 290,40.
Consideravelmente maior que na primeira situação”

Levando em conta a forma com que se dá o rendimento dos juros compostos podemos
definir a seguinte expressão:

M = C x ( 1 + i )n

Observe que:

M = 1.000 x ( 1 + 0,08)4
M = 1.000 x ( 1,08)4
M = 1.000 x 1,36048
M = 1.360,48

E o valor referente aos juros do período pode ser dado pela expressão:

J=M–C
J = 1.360,48 – 1.000
J = 360,48

Aplicando Logaritmos No Cálculo De Juros Compostos

Trabalhar com o sistema de juros compostos é quase impossível sem o uso de


logaritmos e suas propriedades, contudo, estudar as propriedades dos logaritmos é algo que
nos tomaria muito tempo, sendo assim vamos direto aos pontos principais.
Primeiramente é importante esclarecer que um logaritmo nada mais é do que um
expoente, sendo assim calcular logaritmos é calcular expoentes.
Dê uma observada na fórmula que utilizamos para calcular os juros compostos, note
que existe uma potência em “n” que depende do n.º de períodos que capital irá render, agora
imagine se você deixar um capital render por 60 meses, o seu “n” seria igual a 60 e você teria
que calcular uma potência sexagésima, o que sem uma calculadora ou computador seria muito
trabalhoso, e as chances de erro seriam grandes. Mas quando operamos logaritmos e fazemos
uso de suas propriedades isto fica mais fácil.
Nas provas de concurso as questões que envolvem taxas compostas dificilmente
dispensam o uso de logaritmos.

Ex. 1:
Calcule o montante de um capital de R$ 6.000,00, aplicado a juros compostos, durante
1 ano, à taxa de 3,5% ao mês.
( use log 1,035 = 0,0149 e log 1,509 = 0,1788 )

Resolução:

C = R$6.000,00
n = 1 ano = 12 meses
i = 3,5 % a.m. = 0,035
M=?

Usando a fórmula

M=C.(1+i)n
Obtemos:

M  =  6000 . ( 1 + 0,035 )12  =  6000 . (1,035)12

12
Agora fazemos  x = 1,035 , e aplicando logaritmos, encontramos:

log x = log 1,035 12       log x = 12 log 1,035     log x = 12 . 0,0149  log x = 0,1788
log x = 0,1788      x = 1,509

Então retornamos a expressão inicial e teremos:

M = 6000 . 1,509 = 9054

Portanto o montante é R$9.054,00

Ex. 2:
Paulo aplicou R$ 800,00 num investimento que rende 3% a.m., em um sistema de juros
compostos. Quanto tempo após a aplicação o saldo será de R$ 1.200,00?
(use log de 1,5 = 0,1761 e log de 1,03 = 0,0128)

Resolução:

M = 1.200,00
C = 800,00
i = 3% = 0,03
n=?

Usando a fórmula

M=C.(1+i)n

Obtemos:

1200 = 800 . ( 1 + 0,03 )n

1200 = 800 . ( 1,03 )n

1200
= 1,03n
800

1,5 = 1,03n

log 1,5 = log 1,03n

log 1,5 = n . log 1,03

log 1,5
n=
log 1,03

0,1761
n=
0,0128

n = 13,75 meses aproximadamente


“Observe que 13,75 é igual a 13 + 0,75, ou seja, 13 meses e mais
0,75 de um mês, como temos um decimal, e todo decimal é
também uma porcentagem podemos calcular o seguinte, se um
mês possui 30 dias, e 0,75 = 75%, então 75% de 30 dias é igual a
aproximadamente 22 dias. Logo a aplicação deve ser feita por
um período de 13 meses e 22 dias!”

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