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O que é Matemática Financeira?

Dentre as inúmeras aplicações da matemática está a de ajudar na resolução de


problemas de ordem financeira e comercial, tal como cálculo de juros, descontos,
porcentagens, divisão de capital, vendas a prazo, rendimento de investimentos,
previsibilidade de investimentos, pagamentos de impostos, e uma serie de outras
aplicações.
A matemática financeira já é conhecida desde antes de Cristo, por volta de 2000
a.C., e seu aprimoramento vem ocorrendo junto com a evolução das transações
comerciais. Na Babilônia, por exemplo, quando alguém emprestava sementes para o
plantio, esperava seu pagamento na próxima colheita. Isso fazia com que o cálculo de
juros ocorresse em uma base anual. Com o passar do tempo, criaram-se novas maneiras
de se trabalhar com a relação tempo-juros, por meio de juros semestrais, bimestrais,
mensais, diários, etc. Essa relação foi vinculando-se cada vez mais à instituição bancária,
criada pela primeira vez em Veneza no século XII.
Concluímos que tão importante quanto o que foi dito, é o domínio destes
conceitos de matemática financeira.
Como um todo a matemática não é dominada pela maioria das pessoas, logo, sai
privilegiado aquele que consegue manter maior intimidade com esta, podendo tornar-se
um profissional de maior valia para empresa, além de obter maior esclarecimento frente a
situações que envolvem conceitos de matemática no dia-a-dia. Hoje a matemática
financeira é exigida em vestibulares e muitos concursos importantes, tais como concursos
para instituições bancarias, ou mesmo para se conseguir uma colocação no mercado de
trabalho em geral, comércios, bancos, empresas de investimento, seguradoras, e em
muitas outras.

Razão e Proporção

Antes de darmos início a conceitos mais específicos da matemática financeira vãos


relembrar alguns outros importantes, lá da sexta séria do ensino fundamental.

Razão: Uma razão nada mais é do que o resultado de uma divisão entre dois
números.
Sejam dois números reais a e b, onde b seja um número diferente de zero. Chama-
se de razão entre a e b (nessa ordem) o quociente a : b, ou a / b.
O número a é denominado antecedente (numerador) e b é o conseqüente
(denominador).

EXEMPLOS:

1º) A razão entre 20 e 50 é que é igual a ; já a razão entre 50 e 20 é que é igual

a .

2º) Numa classe de 42 alunos há 18 rapazes e 24 moças.

A razão entre o número de rapazes e o número de moças é , o que

significa que para cada 3 rapazes há 4 moças.

Já a razão entre o número de rapazes e o total de alunos é dada por ,o

que equivale a dizer que de cada 7 alunos na classe, 3 são rapazes.

Proporção: Uma proporção é a igualdade entre duas razões.


Na proporção (lê-se: “ 3 está para 5 assim como 6 está para 10”), os

números 3 e 10 são chamados extremos, e os números 5 e 6 são chamados de meios.


Observe que a multiplicação de 3x10=30 é igual à multiplicação de 5x6=30, o que
caracteriza a propriedade fundamental das proporções:

“Em toda proporção, o produto dos meios é igual ao produto dos extremos”

EXEMPLOS:

1º) Na proporção , temos 2 x 9 = 3 x 6 = 18, e em ,

temos 4 x 4 = 1 x 16 = 16
2º) Para determinarmos o valor de y em: , fazemos:

15 . (y+1) = 5 . (2y+6), logo resolvendo a equação do 1º grau, temos que y=3.

3º) Na bula de um remédio pediátrico recomenda-se a seguinte dosagem: 5 gotas para


cada 2kg do “peso” da criança.
Se uma criança tem 12Kg, a dosagem correta “y” é dada por:

, efetuando a multiplicação entre extremos e meios, e resolvendo a equação

do 1º grau, teremos que y = 30gotas.

EXERCÍCIOS

1) Determine a razão entre:


a) 2 e 4
b) 12 e 4
c) 125 e 25
d) 625 e 125
e) 2 500 e 500
f) 1 000 e 10
g) 10 e 1 000
h) –12 e 48

2) Em uma pequena comunidade constatou-se que, de cada 7 crianças, duas possuem


olhos azuis. Responda:
a) Qual a razão entre o número de crianças que não possuem olhos azuis e o número total
de crianças?
b) Sabendo-se que há na comunidade 560 crianças, quantas não possuem olhos azuis?

3) Se com uma lata e meia de tinta é possível pintar uma parede com 24m², quantas latas
de tinta são necessárias para a pintura de uma parede com 40m²?

Números Proporcionais

Resumindo a idéia de números proporcionais, podemos dizer que, dadas três


razões, ou mais, estas terão partes proporcionais entre si, quando a razão (quociente)
destas forem iguais. Exemplo:

, notem que:

3 / 6 = 1/2
10 / 20 = 1/2
8 / 16 = 1/2

A razão (quociente), entre as três proposições gera um resultado igual, neste caso
1/2, se em qualquer uma delas tivéssemos um resultado diferente dos demais, então
diríamos que aquela razão não é proporcional as demais.

Divisão de uma quantia


em partes proporcionais
Este é um dos primeiros casos mais práticos da matemática financeira, tomando
como base o que vimos até aqui. Este tipo de evento é comum em pequenas empresas,
ou mesmo em uma ação que requeira uma divisão de um bem adquirido em conjunto.

EXEMPLO:

Veja a situação abaixo:


Três sócios, ao iniciarem um negócio, tiveram a seguinte participação: O primeiro
investiu R$ 5.000,00, o segundo investiu R$ 4.000,00 e o terceiro R$ 2.000,00.
Passado algum tempo, a empresa lhes gerou um lucro de R$ 3.300,00. Como eles
devem dividir este lucro, de acordo com a participação de cada um?
Adotamos a seguinte idéia de proporcionalidade:

X, Y e Z, são as partes que cada um vai receber, e que ainda desconhecemos o valor. Desta
forma: X+Y+Z= 3300, então podemos escrever:

, agora que determinamos a razão entre o lucro e os

investimentos, podemos determinar as partes correspondentes a cada sócio, calculando a


proporção entre o lucro, o investimento e razão que encontramos (3/10).

logo: 10X = 15 000 então X = 1 500

logo: 10Y = 12 000 então Y = 1 200


logo: 10Z = 6 000 então Z = 600

O primeiro sócio vai receber R$ 1.500,00, o segundo R$ 1.200,00, e o terceiro R$ 600,00.


Note como é correto este padrão, o terceiro sócio investiu a metade do valor de
investimento do segundo sócio, portanto, terá a metade do lucro em relação ao segundo
sócio, bem de acordo com o seu investimento.

EXERCÍCIOS

1) Reparta o número 364 em parcelas proporcionais aos números 16, 40, 32 e 24.

2) Um pessoa aplicou R$ 840,00 em uma caderneta de poupança e R$ 560,00 em outra,


ambas durantes o mesmo período, no mesmo banco. Se no final desse período as duas
juntas renderam R$ 490,00, qual foi o rendimento de cada uma?

3) João e Paulo possuíam cadernetas de poupança na mesma agência bancária e num


mesmo período, se João tinha uma quantia de R$ 1.200,00, e obteve um rendimento de
R$ 175,00, qual deve ser o rendimento proporcional de Paulo, que possuía R$ 1.008,00?

Taxa de Porcentagem, ou Taxa Percentual,


ou Taxa Porcentual
A noção de porcentagem já é uma velha conhecida nossa, pois todo o tempo
somos submetidos a ela, seja em índices inflacionários, reajustes salariais, nos pedidos de
desconto na hora de uma compra à vista, ou na preocupação com o percentual de juros
em uma compra a prazo ou empréstimo.
Porcentagem é um recurso matemático, utilizado para expressar qualquer fração
escrita sobre uma base 100, daí a noção de “porcentagem”, ou seja, é uma dada quantia
que está sendo sujeita a uma divisão (fração), por cem.
A base 100, representa o todo, o valor inteiro, ou uma parte inteira de alguma
coisa, se pegarmos uma barra de chocolate, ela inteirinha representa 100%, se nos
dividirmos ela em 4 partes iguais, estaremos dividindo 100 por 4, teremos então que cada
um dos 4 pedaços representa 25% do tamanho original. Se tivéssemos dividido a barra em
10 pedaços, todos iguais, teríamos dividido 100 por 10, teríamos então que cada
pedacinho representa 10% do tamanho inicial, que era representado pelo todo, ou seja,
100%.
Uma das maneiras mais simples de se efetuar cálculos com porcentagem é
identificando qualquer tipo de razão dentro do contexto, ou então, podemos aplicar a
idéia de proporcionalidade, como já vimos anteriormente.

EXEMPLO:

1º) Um rolo de corda apresenta 240m, uma pessoa que conseguiu enrolar 48m deste rolo,
terá enrolado que percentual de corda?

Lembre: o símbolo %, apenas significa que trata-se de uma fração de base 100!

Podemos identificar a seguinte relação neste problema:


Como o problema nos diz que o rolo de corda possui 240m, podemos
compreender que 240m é todo o rolo, ou seja 100%, e nós apenas queremos descobrir o
percentual de 48m. Temos então duas razões, e , podemos então relaciona-

las: , logo x=20, como estamos

trabalhando numa proporção com indicadores em porcentuais, o resultado 20 equivale

a 20%, ou ainda se preferirmos: .

2º) Vamos tomar um exemplo mais complexo e dentro contexto da matemática


financeira. O departamento financeiro de uma empresa após realizar seu balanço de final
de ano, chegou a alguns indicadores que demonstram seus lucros em suas três filiais, A, B
e C, com base nestes dados, pediram que um funcionário candidato a uma vaga no
financeiro da empresa, comparasse os valores com os atingidos no ano anterior e
determina-se qual foi a taxa de crescimento em cada uma da filiais. Os valores são os
seguintes:

Filial Lucro acumulado (em milhões de reais)


Em 2005 Em 2006
A 2.372 3.262
B 2.209 2.983
C 2.843 3.818

Nota: Na matemática pode ser admitido qualquer tipo de resolução, para cada problema
existem diversas formas de se resolver, contudo, o resultado é imparcial, não importando
o meio adotado! Principalmente na matemática financeira.
No caso do exemplo 2, a maneira mais prática de se chegar a um resultado
bastante completo, seria o seguinte:
Adotamos que os valores atingidos em 2005, representam 100% do capital de cada
filial, o que já irá nos permitir montar uma razão. Já para os valores de 2006, podemos
estabelecer mais uma razão, porém com uma variável X, que queremos determinar.
Vejamos:
Para Filial A:

Temos que X = 137,521079. Está correta esta resposta?


Quase! Como o valor alcançado pela empresa em 2006 é maior do que o de 2005, é
normal que o resultado encontrado ultrapasse os 100%, então neste caso X vale 137,52%,
mas a taxa de crescimento de 2005 para 2006, será dada por
. Então a taxa real de crescimento foi de 37,52%

Agora tente determinar as taxas das filiais B e C.

Exercícios
1) Um órgão de fiscalização municipal ao investigar uma locadora que estaria envolvida
com pirataria de DVD’s descobre que fato no local haviam 750 filmes originais, e mais 200
filmes contrabandeados. Uma pessoa ao compor o laudo da fiscalização deve expressar
estes valores em porcentagem, como eles serão expressos?
2) Um cliente ao efetuar a compra de um eletrodoméstico com pagamento no ato recebe
da loja um desconto de 12%. Sabendo que o valor do aparelho era de R$ 350,00, quanto o
cliente terá pago?

3) Catacisco paga R$ 750,00 de prestação mensal de um automóvel. Este mês, ele atrasou
o pagamento e deverá pagar uma taxa de R$ 10,00, e mais uma multa de 3,5% sobre o
valor da parcela devida. Quanto o Catacisco vai pagar este mês?

4) Por uma conta de telefone atrasada foram pagos R$ 160,68. Sabendo-se que a taxa de
multa cobrada sobre o valor dessa conta foi de 3%, calcule o valor da:
a) conta de telefone, sem a multa.
b) Multa.

Lucros e prejuízos

Uma das primeiras noções da matemática comercial e financeira é a compreensão


dos conceitos de “Lucro” e o de “Prejuízo”. Essas duas idéias estão sempre relacionadas
com transações comerciais.
Lucro: é o ganho obtido numa transação comercial. Porém vale lembrar que no
lucro deve estar embutido o valor do objeto comercializado. Muitos comerciantes
estabelecem os preços de seus produtos somando uma taxa percentual sobre o preço que
pagaram por aquele produto.
Nota: No Brasil, ao se adquirir um produto qualquer, cerca de
40% do valor pago é só de impostos aos governos.

Algebricamente podemos expressar o lucro pela seguinte relação:


L = V - C (com V > C)
Onde: L é o lucro obtido, V é o preço de venda do produto e C é preço de custo do
produto, logo para que haja Lucro, o preço de venda sempre deve ser maior que o preço
de custo.

Prejuízo: Junto com a idéia de lucro vem a idéia de prejuízo, o prejuízo ocorre
quando o preço de custo, C, é maior do que o preço o de venda, V, deste produto. Logo
temos:
P = C - V

EXEMPLO:

1º) Um produto cujo o preço de custo era R$ 120,00 foi vendido por R$ 160,00. Determine
o lucro desta transação, e a taxa percentual que este lucro representa para o comerciante.

2º) Uma pessoa adquiri um produto pelo qual pagou R$ 860,00, passados 2 meses
necessita vender este produto para conseguir algum dinheiro, ao realizar esta venda
acabou tendo um prejuízo de 20%. Por quanto foi vendido este produto?
Termos importantes de
Matemática Financeira
Na matemática financeira temos alguns termos que são comumente aplicados, e a
partir dos quais geramos alguns expressões (fórmulas) que facilitam os cálculos. Para
conhece-las e compreende-las vamos considerar a seguinte situação:
Quando uma pessoa aplica uma certa quantia (capital) em uma caderneta de
poupança por um determinado período (tempo). A aplicação é como se ela estivesse
fazendo um empréstimo ao banco. Então, no fim desse período, essa pessoa recebe uma
quantia (juros) como compensação. O valor dessa quantia é estabelecido por uma
porcentagem (taxa de juros).
Ao final da aplicação, a pessoa terá em sua conta a quantia correspondente a
Capital + Juros (montante).

EXEMPLO:
Um banco oferece rendimento de 1,2% ao mês. Se uma quantia de R$600,00 for
aplicada nesse banco por 1 mês, o cliente acabará tendo então R$607,20.
Nesta situação temos o seguinte:

R$ 600,00 é o capital (C) ou principal


1 mês é o tempo (t)
1,2% ao mês é a taxa de juros (i)
R$ 7,20 é juros (j)
R$ 607,20 é o montante (M)

Juros
Suponhamos que uma pessoa deseje comprar um bem qualquer e não disponha de
dinheiro suficiente para pagamento à vista. Nessas condições, ela pode efetuar a compra
a prazo ou tentar um empréstimo (financiamento) em uma instituição.
Em qualquer um dos casos a pessoa geralmente paga uma quantia – além do preço
do bem adquirido – a título de juros. A cobrança desses juros é justificada pelo prazo
obtido para o pagamento ou pelo “aluguel” do dinheiro emprestado.
Há muitas outras situações em que aparecem juros: por exemplo, se uma pessoa
dispõe de alguma importância, ela pode aplicá-la em uma caderneta de poupança ou em
algum outro investimento. Ao fim de certo período, ela receberá do banco a importância
aplicada, acrescida de um valor referente aos juros da aplicação.
Normalmente, quando se realiza alguma operação desse tipo, fica estabelecida
uma taxa de juros (x por cento) por um período (mês, dia, ano), a qual incide sobre o valor
da transação, que é chamado de capital.

Juros Simples
A utilização dos juros simples hoje é bastante incomum, pois ele é menos rentável
que o juro composto, que veremos a seguir. A exemplo da utilização dos juros simples
temos a situação que segue no próximo parágrafo.
Se um determinado Capital ao ser aplicado a uma taxa de 5% de juros simples ao
mês, por um período de 6 meses, rende no final deste período 30% do capital aplicado
inicialmente, então temos que: 6 x 5 = 30, ou seja, a taxa de juros que incide sobre o
capital inicial é extraída pela multiplicação do tempo pela taxa de cada período em
particular.
Sendo assim podemos determinar que os juros podem ser determinados pela
seguinte expressão:

j=C.i.t
Onde:
J = Juros
C = Capital
i = Taxa de juros
t = tempo
Bem, temos agora que considerar que os juros são aplicado sobre o capital, mas a
pessoa que realizou o investimento agora vai ter direito ao valor aplicado (capital) e mais
os juros, ou seja, ela terá direito ao montante (M), então podemos dizer que o montante
é determinado pela expressão:

M=C+j
Onde:
M = montante
C = capital
j = juros

“Nota 1: Na aplicação das fórmulas é importante que a taxa


de juros e que o tempo de investimento estejam na mesma
unidade de tempo.”
“Nota 2: O ano comercial tem 360 dias, e o mês comercial tem
30 dias.”
EXEMPLO:

1º) O capital de R$ 530,00 foi aplicado à taxa de juros simples de 3% ao mês. Qual o valor
do montante após 5 meses?
Basta fazermos uso das expressões vistas anteriormente.

OBS: não podemos esquecer que 3% é na verdade , ou seja 0,03.

Logo:

j = 79,50
Agora que determinamos o valor dos juros, vamos utilizar a outra expressão para
determinarmos o valor do montante.
M=C+j
M = 530 + 79,50
M = 609,50
Então o montante que resultou da aplicação proposta é de R$ 609,50.

2º) Uma pessoa emprestou uma quantia de R$ 700,00, a uma taxa de 15% a. a., se ele
receber o pagamento do empréstimo daqui a 540 dias. Quanto ela deve receber?
A primeira coisa aqui é ver que a taxa de juros é calculada ao ano (a.a.), mas o
tempo esta em dias. Então o primeiro passo é determinar a quantos anos equivalem esses
540 dias. Para isto basta tomarmos a razão abaixo:

anos

Agora basta aplicarmos as fórmulas.


Não podemos esquecer que 15% é na verdade =0,15

j = 157,50
Agora já sabemos qual o valor dos juros. Para determinarmos o montante basta
aplicarmos M=C+j, logo:

M = 700 + 157,50
M = 957,50
3º) Billy tomou um empréstimo de R$ 1.000,00. Dois meses depois, pagou R$ 1.200,00.
Quais foram os juros pagos por Billy e qual foi a taxa de juros simples/
Muito simples. R$ 1.000,00 é o capital, R$ 1.200,00 é o montante, é o que ele
pagou, ou seja, capital mais juros. Então, como M=C+j, temos que:
1200=1000 + j
Resolvendo esta equação do primeiro grau, temos que j = 200, então já

respondemos a primeira pergunta. Agora, se j = C . i . t, temos:

Note o seguinte, entramos uma taxa de 0,1, quando nós queremos eliminar o
símbolo %, nós dividimos o número por 100, e chegamos a taxa de juros na forma
decimal, tal como o 0,1, agora para podermos agregar o símbolo %, basta multiplicarmos
0,1 por 100, ou seja, realizarmos a operação inversa a feita anteriormente, desta forma
temos que a taxa de juros pagas por Billy, foi de 10%.

Exercícios
1) Qual foi o capital que, aplicado a taxa de juros simples de 1,5% ao mês, rendeu R$ 90,00
em um trimestre?

2) Um capital de R$ 600,00, aplicado à taxa de juros simples de 20% ao ano, gerou um


montante de R$ 1080,00 depois de certo tempo. Qual foi esse tempo?

3) Determine os juros simples obtidos nas seguintes condições:


Juros? Capital Taxa Prazo
R$ 200,00 5% a.m. 1 mês
R$ 180,00 10% a.m. 3 meses
R$ 3.500,00 30% a.m. 1 ano
R$ 1.000,00 12% a.a. 1 ano e meio

Juros Compostos

O regime de capitalização mais utilizado nas transações comerciais e financeiras


atualmente é o de juros compostos, que são bem mais rentáveis que os juros simples, mas
só para quem empresta o dinheiro, ou aplica ele, pois quem tem de pagar a divida já não
vai achar assim tão vantajoso...
O sistema de juros compostos se baseia no seguinte princípio: Se uma pessoa
aplica um determinado capital a uma taxa de juros compostos de 5% por um período de 3
meses, ao contrário do sistema de juros simples ela não vai ter uma rentabilidade de 15%,
terá mais. Os juros compostos, ou sistema de juros sobre juros, funcionam da seguinte
maneira: ao final do primeiro mês teremos uma incidência de 5% sobre o capital, nos
dando um determinado montante, no segundo mês a taxa de 5% irá incidir sobre o
montante conseguido no primeiro mês, ou seja, 5% sobre o capital inicial mais a taxa de
5% do primeiro mês, daí gerando a determinação de juros sobre juros. Já no terceiro mês
teremos uma incidência de juros sobre o montante conseguido no segundo mês, ou seja,
o capital mais 5% do primeiro mês, mais 5% sobre a soma do capital e dos juros
conseguidos no segundo mês, e só então os últimos 5% do terceiro mês sobre todo o valor
conseguido até então.
A tabela abaixo demonstra a rentabilidade de uma aplicação de R$ 4.000,00
aplicada a uma taxa de juros compostos de 10% ao ano, durante 3 anos. Veja como
obtemos o montante no final da aplicação:

Prazo (em Saldo do início de cada Juro de cada ano Montante de cada ano
anos) ano (capital)
1º ano 4.000 10% de 4.000 = 400 4.000+400 = 4.400
2º ano 4.400 10% de 4.400 = 440 4.400 + 440 = 4.840
3º ano 4.840 10% de 4.840 = 484 4.840+484 = 5.324

Veja só, o dinheiro desta aplicação em sistema de juros compostos rendeu R$


1.324,00, mas se esta mesma aplicação tivesse sido feita em sistema de juros simples
teríamos uma rentabilidade de somente R$ 1.200,00, neste caso a diferença é de apenas
R$ 124,00, porém a medida que ampliarmos o tempo de aplicação maior será a diferença
entre os sistemas de juros simples e compostos.
Devido a esta relação entre juros e tempo de aplicação é que economistas sempre
advertem a população sobre a contratação de empréstimos a longo prazo, ou
parcelamentos intermináveis, pois quanto mais tempo você demorar para pagar, mais
caro você irá pagar.
Considerando esta relação entre tempo e juros podemos criar uma expressão
matemática que represente este funcionamento e que nos permita operar diferentes
períodos de rentabilidade. Basta então fazermos uso da expressão a seguir:

.
M = C (1 + i)t

Na expressão acima estamos usando as mesmas variáveis vistas até agora. Vamos
retomar o exemplo utilizado na tabela e efetuar o cálculo do montante ao final dos 3
anos, diretamente com o uso da fórmula acima.

M = 5324
Como vimos acima o resultado é idêntico ao encontrado anteriormente, como não
poderia deixar de ser. A principal vantagem da utilização desta Expressão é quando temos
a necessidade de calcular investimento com um prazo bem maior.
Por exemplo, vamos determinar qual o preço final de uma moto cujo preço é de R$
3.000,00, mas que foi adquirida em um financiamento em 36 meses, com uma taxa de
juros compostos de 3%.

M = 8.694,83
Então a aquisição da moto de R$ 3.000,00, nas condições em que foi adquirida terá
um preço final de R$ 8.694,83. Se quisermos saber o valor de cada parcela basta
efetuarmos a divisão do montante encontrado por 36. Teremos então que cada parcela
equivale a R$ 241,52.

Exercícios:

1) Aplicou-se a juro composto um capital de R$ 1.200,00 a 4% a.m. durante 3 meses.


Calcule o juro e o montante.
2) Carlitos aplicou R$ 1.000,00 a juro composto à taxa de juro de 4% a.m. durante 60 dias.
Determine o montante e o juro gerado por esse capital.

3) Um capital de R$ 5.000,00 foi aplicado a 2% ao mês durante 4 meses.


a) se o montante ao fim desse tempo foi de R$ 5.412,16, a aplicação foi a juro
simples ou a juro composto? Qual seria o montante se, no lugar de 4 meses o tempo fosse
de 3 meses?

b) Se o montante foi de R$ 5.400,00, a aplicação foi a juro simples ou a juro


composto? Qual seria o montante se, no lugar de 4 meses, o tempo fosse 5 meses?

4) Michele quer comprar um aparelho de som que custa R$ 640,00 à vista, mas só tem R$
600,00. Ela vai aplicar o que tem por 4 meses a juro composto de 2% a.m. Depois disso,
admitindo que não haja reajuste no preço do aparelho, ela o compraria à vista. O valor
acumulado é suficiente para Michele comprar à vista o aparelho de som? Quanto sobrará
ou faltará?

5) Plínio aplicou R$ 1.600,00 a juro composto durante 5 meses. Determine o montante


final, sabendo-se que a taxa de juro foi de 5% ao mês nos três primeiros meses e 4% nos
dois últimos meses.

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