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MATEMÁTICA FINANCEIRA

Matemática Financeira

A matemática financeira é a área da matemática que estuda a equivalência de capitais no tempo, ou


seja, como se comporta o valor do dinheiro no decorrer do tempo. Sendo uma área aplicada da Mate-
mática, estuda diversas operações ligadas ao dia a dia das pessoas. Por esse motivo, conhecer suas
aplicações é fundamental.

Como exemplos dessas operações podemos citar as aplicações financeiras, empréstimos, renegocia-
ção de dívidas, ou mesmo, tarefas simples, como calcular o valor de desconto num determinado pro-
duto.

Conceitos Básicos da Matemática Financeira

Capital (C)

Representa o valor do dinheiro no momento atual. Este valor pode ser de um investimento, dívida ou
empréstimo.

Juros (J)

Representam os valores obtidos pela remuneração de um capital. Os juros representam, por exemplo,
o custo do dinheiro tomado emprestado.

Ele pode também ser obtido pelo retorno de uma aplicação ou ainda pela diferença entre o valor à vista
e a prazo em uma transação comercial.

Montante (M)

Corresponde ao valor futuro, ou seja, é o capital mais os juros acrescidos ao valor.

Assim, M = C + J.

Taxa de Juros (i)

É o percentual do custo ou remuneração paga pelo uso do dinheiro. A taxa de juros está sempre asso-
ciada a um certo prazo, que pode ser por exemplo ao dia, ao mês ou ao ano.

Cálculos Básicos da Matemática Financeira

Porcentagem

A porcentagem (%) significa por cento, ou seja, uma determinada parte de cada 100 partes. Como
representa uma razão entre números, pode ser escrita na forma de fração ou como número decimal.

Por exemplo:

Muitas vezes utilizamos a porcentagem para indicar aumentos e descontos. Para exemplificar, vamos
pensar que uma roupa que custava 120 reais está, nesse período do ano, com 50% de desconto.

Como já estamos familiarizados com esse conceito, sabemos que esse número corresponde à metade
do valor inicial.

Então, essa roupa no momento está com custo final de 60 reais. Vejamos assim, como trabalhar a
porcentagem:

50% pode ser escrito 50/100 (ou seja, 50 por cem)

Assim, podemos concluir que 50% equivale a ½ ou 0,5, em número decimal. Mas afinal o que isso
significa?

Bem, a roupa está com 50% de desconto e, portanto, ela custa metade (½ ou 0,5) de seu valor inicial.
Logo, a metade de 120 é 60.

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Mas vamos pensar noutro caso, em que ela está com 23% de desconto. Para tanto, temos que calcular
quanto é 23/100 de 120 reais. Lógico que por aproximação podemos fazer esse cálculo. Mas aqui a
ideia não é essa.

Logo,

Transformamos o número percentual em número fracionário e multiplicamos pelo número total que
queremos identificar o desconto:

23/100 . 120/1 - dividindo o 100 e 120 por 2, temos:

23/50 . 60/1 = 1380/50 = 27,6 reais

Portanto, o desconto de 23% numa roupa que custa 120 reais será de 27,6. Assim, o valor que você
irá pagar é de 92,4 reais.

Agora vamos pensar no conceito de aumento, ao invés de desconto. No exemplo acima, temos que a
comida subiu 30%. Para isso, vamos exemplificar que o preço do feijão que custava 8 reais teve um
aumento de 30%.

Aqui, temos que saber quanto é 30% de 8 reais. Da mesma forma que fizemos acima, vamos calcular
a porcentagem e, por fim, agregar o valor no preço final.

30/100 . 8/1 - dividindo o 100 e 8 por 2, temos:

30/50 . 4/1 = 120/50 = 2,4

Assim, podemos concluir que o feijão nesse caso está custando mais 2,40 reais. Ou seja, de 8 reais
seu valor foi para 10,40 reais.

Variação Percentual

Outro conceito associado ao de porcentagem é o de variação percentual, ou seja, a variação das taxas
percentuais de acréscimo ou decréscimo.

Juros

O cálculo de juros pode ser simples ou composto. No regime de capitalização simples, a correção é
feita sempre sobre o valor do capital inicial.

Já nos juros compostos, a taxa de juros é aplicada sempre sobre o montante do período anterior. Note
que esse último é muito utilizado nas transações comerciais e financeiras.

Juros Simples

Os juros simples são calculados levando em consideração um determinado período. Ele é calculado
pela fórmula:

J=C.i.n

Onde:

C: capital aplicado
i: taxa de juros
n: período que corresponde os juros

Logo, o montante dessa aplicação será:

M=C+J
M=C+C.i.n
M = C . (1 + i . n)

Juros Compostos

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O sistema de juros compostos é chamado de capitalização acumulada, pois, ao final de cada período
os juros que incidem sobre o capital inicial são incorporados.

Para calcular o montante em uma capitalização a juros compostos, usamos a seguinte fórmula:

Mn = C (1+i)n

Regra de Três

A regra de três simples é muito utilizada em situações cotidianas que envolvam proporções entre gran-
dezas, sendo também muito utilizada em situações que envolvam cálculos financeiros, misturas quími-
cas, conversões de grandezas na Física.

Observe os exemplos a seguir:

Exemplo 1

Em dois litros de água foram misturados 150 gramas de certa substância para se obter uma mistura
homogênea. Calcule quantos gramas deverão ser adicionadas em 1,2 litros de água para que a mistura
continue no padrão homogênea.

Grandezas diretamente proporcionais

Regra De Três Composta

A regra de três composta é utilizada em problemas com mais de duas grandezas, direta ou inversa-
mente proporcionais.

Exemplos

1) Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m3 de areia. Em 5 horas, quantos caminhões serão


necessários para descarregar 125m3?

Solução: montando a tabela, colocando em cada coluna as grandezas de mesma espécie e, em cada
linha, as grandezas de espécies diferentes que se correspondem:

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Identificação dos tipos de relação:

Inicialmente colocamos uma seta para baixo na coluna que contém o x (2ª coluna).

A seguir, devemos comparar cada grandeza com aquela onde está o x. Observe que, aumentando o
número de horas de trabalho, podemos diminuir o número de caminhões. Portanto a relação é inversa-
mente proporcional (seta para cima na 1ª coluna).

Aumentando o volume de areia, devemos aumentar o número de caminhões. Portanto, a relação é di-
retamente proporcional (seta para baixo na 3ª coluna). Devemos igualar a razão que contém o termo x
com o produto das outras razões de acordo com o sentido das setas.

Algumas situações envolvendo porcentagem podem ser resolvidas por meio de uma regra de três sim-
ples. Entendemos por porcentagem uma razão centesimal (fração com denominador igual a 100) que
é denominada de taxa percentual e é representada pelo símbolo % (por cento). Por exemplo, se temos
45%, podemos representá-lo das seguintes formas:

45% = 45
100

ou

9
20

ou 0,45

Sempre que utilizarmos a regra de três no intuito de determinar porcentagens, devemos relacionar a
parte do todo com o valor de 100%.

Capitalização Simples e Composta e Descontas

Regimes De Capitalização

Regime de capitalização é a forma em que se verifica o crescimento do capital, este pode ser pelo
regime de capitalização simples ou composta.

No regime de capitalização simples os juros são calculados utilizando como base o capital inicial (VP),
já no regime de capitalização composta as taxas de juros são aplicadas sobre o capital acumulado dos
juros.

Exemplos:

a) Empréstimo de R$ 10.000,00 por seis meses, a taxa de 3% a.m.

Juros Simples

O regime de capitalização simples mostra que o capital aumenta de forma linear.

Em nosso país este regime de capitalização não é muito utilizado por instituições financeiras, pois com
o regime de capitalização composta se obtém lucros maiores em empréstimos.

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Fórmulas

J=VP*i*n (juro = Valor Presente * taxa * período)

Como montante é igual à Capital + juros, temos:

VF=VP* (1+i*n)

b) Certos Bancos cobram 3,0% ao mês (juro simples) para pagamentos em atraso de duplicatas. Cal-
cular o montante de liquidação das duplicatas abaixo.

Valor Duplicata Vencimento Pagamento Montante

R$ 2.345,00 01/03/2009 30/05/2009 ?

R$ 3.456,00 02/04/2009 30/05/2009 ?

R$ 6.543,00 05/05/2009 30/05/2009 ?

Lembre-se de formatar as células nos formatos devidos, vencimento e pagamento no formato data, e
as demais como moeda.

Juro Exato e Juro Comercial

Para juro exato temos que utilizar o número de dias do calendário, entretanto o mercado utiliza o nú-
mero de dias do mês sendo 30 e o ano com 360 dias, portanto ao calcular juros onde datas são men-
cionadas devemos fazer o ajuste conforme o exemplo abaixo.

=DIAS360(data inicial; data final), resulta em 90 dias.

No entanto se subtrairmos as duas datas, = data final - data inicial, o resultado será 92 dias, nesse caso
os meses que tem 31 dias serão contados.

Juros Compostos

No caso da capitalização composta, o cálculo é efetuado através do método exponencial, ou seja, juros
são computados sobre os juros anteriormente calculados.

Equações:

VF = VP* (1+i)^n Valor Futuro

VP = VF/(1+i)^n Valor Presente

I = (VF/VP)^(1/n) – 1 Taxa

n = LOG10(VF/VP)/LOG10(1+i) Período

A planilha possui várias funções prontas para calcular todos esses valores, mas é importante que sai-
bamos manipular as fórmulas, pois muitas vezes é mais fácil construir uma fórmula que gravar a apli-
cação de cada função, vou deixar para cada um fazer a sua escolha. Mais tarde veremos como cada
função pode ser usada.

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c) Tomo um empréstimo de R$10.000,00 por 12 meses, a uma taxa de 5% a.m. Qual seria o montante
a ser desembolsado para o pagamento do empréstimo?

Nesse caso vamos construir o resultado através da equação do valor futuro

Um item relevante da planilha é o assistente de funções onde se encontra formulações matemática,


trigonométricas, estatísticas, financeiras entre outras. Para acessar esta função basta acionar o me-
nuInserir e selecionar a opção Função (fx).

Poderíamos ter resolvido a atividade acima utilizando essa ferramenta.

Para utilizar o assistente de função basta seguir os passos abaixo:

1. Depois de explicitar os dados do problema, selecione a célula onde vamos calcular o valor futuro
clique em Inserir / Função ou “Ctrl F2”, ou ainda clicar no ícone na barra de fórmulas, a caixa de
fórmulas ira se abril, em Categoria, escolha Financeiras, procure por VF (valor futuro) clique em Pró-
ximo, uma nova caixa ira se abrir como na figura abaixo:

No local da Taxa, clique na célula que corresponde a taxa na planilha, NPER é o prazo PGTO são
pagamentos, nesse caso deixe em branco e em VP clique no valor presente e depois em OK.

Teremos o resultado abaixo:

Negativo devido ao fluxo de caixa, pois o VP é positivo.

Poderíamos ter colocado os valores na fórmula ao invés de vinculá-lo a uma célula na caixa de fórmula,
mas nesse caso o resultado não seria interativo.

Depois de fazer a fórmula, qualquer um dos dados iniciais poderá ser alterado, alterando também o
valo futuro.

Da mesma maneira acima poderemos calcular o valor presente (VP) o prazo (NPER) e a taxa, usando
as equações ou as fórmulas da planilha.

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Outro exemplo, onde foi calculado o Valor Presente, com os dados abaixo.

Para calcular o período no caso acima subtrair a data final da data inicial, para transformar em meses
dividir o resultado em dias por 30. Transformamos o prazo em meses devido à taxa estar em mês. O
período sempre deve estar de acordo com o período da taxa.

Taxas de Juros

Taxa Nominal

É a taxa de juros em que a unidade referencial de seu tempo não coincide com a unidade de tempo
dos períodos de capitalização. A taxa nominal é sempre fornecida em termos anuais, e os períodos de
capitalização podem ser semestrais, trimestrais, mensais ou diários. São exemplos de taxas nominais:

12% ao ano, capitalizados mensalmente;

24% ao ano, capitalizados semestralmente;

10% ao ano, capitalizados trimestralmente;

18% ao ano, capitalizados diariamente.

A taxa nominal, apesar de bastante utilizada no mercado, não representa uma taxa efetiva e, por isso,
não deve ser usada nos cálculos financeiros, no regime de juros compostos.

Toda taxa nominal traz em seu enunciado uma taxa efetiva implícita, que é a taxa de juros a ser aplicada
em cada período de capitalização. Essa taxa efetiva implícita é sempre calculada de forma proporcio-
nal, no regime de juros simples.

Conforme podemos observar, a taxa efetiva implícita de uma taxa nominal anual é sempre obtida o
regime de juros simples. A taxa anual equivalente a essa taxa efetiva implícita é sempre maior que a
taxa nominal que lhe deu origem, pois essa equivalência é sempre feita no regime de juros compostos.
Essa taxa anual equivalente será tanto maior quanto maior for o número de períodos de capitalização
da taxa nominal.

Taxa Efetiva

É a taxa de juros em que a unidade referencial de sue tempo coincide com a unidade de tempo dos
períodos de capitalização. São exemplos de taxas efetivas:

2% ao mês, capitalizados mensalmente;

3% ao trimestre, capitalizados trimestralmente;

6% ao semestre, capitalizados semestralmente;

10% ao ano, capitalizados anualmente.

Nesse caso, tendo em vista a coincidência nas unidades de medida dos tempos da taxa de juros e dos
períodos de capitalização, costuma-se simplesmente dizer: 2% ao mês, 3% ao trimestre, 6% ao se-
mestre e 10% ao ano.

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A taxa efetiva é utilizada nas calculadoras financeiras e nas funções financeiras das planilhas eletrôni-
cas.

Taxas Equivalentes

São taxas de juros fornecidas em unidades de tempo diferentes que ao serem aplicadas a um mesmo
principal durante um mesmo prazo produzem um mesmo montante acumulado no final daquele prazo,
no regime de juros compostos.

O conceito de taxas equivalentes está, portanto, diretamente ligado ao regime de juros compostos.

Assim, a diferença entre taxas equivalentes e taxas proporcionais se prende exclusivamente ao regime
de juros considerado. As taxas proporcionais se baseiam em juros simples, e as taxas equivalentes se
baseiam em juros compostos.

Taxas Proporcionais

São taxas de juros fornecidas em unidades de tempo diferentes que, ao serem aplicadas a um mesmo
principal durante um mesmo prazo, produzem um mesmo montante acumulado no final daquele prazo,
no regime de juros simples.

12% ao ano é proporcional a 6% ao semestre;

1% ao mês é proporcional a 12% ao ano.

Taxa Real

A taxa real de juros nada mais é do que a apuração de ganho ou perda em relação a uma taxa de in-
flação ou de um custo de oportunidade. Na verdade, significa dizer que taxa real de juros é o verdadeiro
ganho financeiro.

Se considerarmos que uma determinada aplicação financeira rendeu 10% em um determinado período
de tempo, e que no mesmo período ocorreu uma inflação de 8%, é correto afirmar que o ganho real
desta aplicação não foram os 10%, tendo em vista que o rendimento correspondente sofreu uma des-
valorização de 8% no mesmo período de tempo; desta forma temos de encontrar qual o verdadeiro
ganho em relação à inflação, ou seja, temos de encontrar a taxa real de juros.

Taxa Aparente

A taxa aparente é a taxa que se obtém numa operação financeira sem se considerar os efeitos da
inflação.

Se a inflação for zero, a taxa aparente e a taxa real são iguais.

Rendas Uniformes e Variáveis

Rendas em Matemática Financeira

Renda, também conhecida como anuidade, é todo valor utilizado sucessivamente para compor um ca-
pital ou pagar uma dívida. As rendas são um dos principais conceitos que baseiam os financiamentos
ou empréstimos. Nessas rendas são realizadas uma série de pagamentos (parcelas ou termos) para
arrecadar um fundo de poupança, pagar dívidas, financiar imóveis, etc.

No caso da poupança, para acumularmos determinado valor, realizamos vários pagamentos que geram
um montante ao final, chamado de montante equivalente da renda.

Já no pagamento de uma dívida, os débitos são feitos posteriormente, ou seja, as prestações são pagas
ao credor com períodos e parcelas determinadas. Um exemplo, é o pagamento de um aluguel. Esse
pagamento de dívidas é chamado de amortização.

Existem diversos tipos de sistemas de amortização, são eles: Sistema de Amortização Francês, Sis-
tema de Amortização Constante (SAC), Sistema de Amortização Alemão, etc., sendo que cada um têm
sua particularidade.

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Dentro da renda, são trabalhados os seguintes conceitos:

Número de prestações ou termos de renda: quantidade de pagamentos ou recebimentos feitos;

Valores dos termos de renda: valor de cada termo da renda;

Período de Vencimento: data de vencimento ou pagamento dos termos da renda.

As rendas de acordo com as formas de pagamento podem ser divididas em:

Rendas Certas

As rendas certas, também chamadas de séries periódicas uniformes, são aquelas em que todos os
elementos já estão pré-determinados e podem ser classificados de acordo com o tempo, a variação
dos elementos, o valor, o período do vencimento, etc, que por sua vez podem ser divididas em:

Rendas Postecipadas: Rendas em que o pagamento é feito apenas ao final de cada período.

Ex.: faturas de cartão de crédito, empréstimos e financiamentos, etc.

Rendas Antecipadas: Rendas em que há a exigência do pagamento ser feito no início de cada período.

Ex.: financiamentos pagos à vista.

Rendas Diferidas: O período de pagamento está num prazo entre o início da compra do período de
pagamento da primeira parcela.

Ex.: Essas séries são utilizadas em promoções de “Compre hoje e comece a pagar em tal dia.”

Rendas Aleatórias

As rendas aleatórias são utilizadas quando alguns de seus elementos não podem ser previamente
determinados.

Ex.: o seguro de vida, com relação ao valor do seguro (de acordo com a causa da morte) e a data do
recebimento (data da morte) que não podem ser determinados durante o fechamento do contrato.

Classificação Das Rendas

Como foi dito, as rendas são uma sucessão de pagamentos ou depósitos em determinado período e
tempo. Mas, ainda de acordo com cada tipo de elemento que estiver determinado no contrato, elas
podem ser classificadas de formas diferentes. Veja:

Rendas Temporárias: quando os pagamentos possuem um prazo para acabar.

Rendas Perpétuas: quando os pagamentos são infinitos.

Rendas Fixas ou Uniformes: quando os pagamentos são iguais.

Rendas Variáveis: quando os pagamentos mudam.

Rendas Constantes: quando os termos são constantes. Ex.: Prestações.

Rendas Variáveis: quando as rendas são variáveis. Ex.: Depósitos crescentes na poupança.

Rendas Imediatas: quando o primeiro pagamento é feito no primeiro período (mês) da série.

Planos de Amortização de Empréstimos e Financiamentos

Sistema de Amortização Constante (SAC)

No Sistema de Amortização Constante (SAC), as parcelas de amortização do principal são sempre


iguais (ou constantes). O valor da amortização (A) é calculado através da divisão do capital emprestado
(PV) pelo número de amortizações (n). Os juros são calculados, a cada período, multiplicando-se a

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taxa de juros contratada pelo saldo devedor existente sobre o período anterior, assumindo valores de-
crescentes nos períodos. A prestação, a cada período, é igual à soma da amortização e dos encargos
financeiros (juros, comissões, etc.), sendo periódica, sucessiva e decrescente em progressão aritmé-
tica, de razão igual ao produto da taxa de juros pela parcela de amortização.

Sistema Francês de Amortização ou Sistema Price

O Sistema Francês foi desenvolvido pelo matemático e físico belga Simon Stevin no Século XVI. Foi
utilizado pelo economista e matemático inglês Richard Price, no Século XVIII, no cálculo previdenciário
inglês da época, e ficou conhecido no Brasil como Sistema Price.

O Sistema Francês ou Sistema Price é o mais utilizado pelas instituições financeiras e pelo comércio
em geral. Nesse sistema, o mutuário obriga-se a devolver o principal mais os juros em prestações iguais
e periódicas, a partir do instante em que começam a ser pagas. A amortização é crescente em pro-
gressão geométrica de razão igual a (1+i), e o juro é decrescente.

Taxa Interna de Retorno

A Taxa Interna de Retorno, mais comumente conhecida pela sigla TIR, ou em inglês IRR (Internal Rate
of Return) é uma métrica utilizada para analisar o percentual de retorno de um projeto.

Para entender a TIR é necessário ter claro o conceito de “valor do dinheiro no tempo”. Esse conceito
surge da relação entre juros e tempo, uma vez que uma quantia aplicada, por um determinado período,
pode ser remunerada a uma taxa de juros pré-acordada. Com isso: R$ 100,00 investidos a uma taxa
de 10,0% ao ano (a.a.) durante um ano renderia um montante de R$ 110,00 ao final do ano ou R$
100,00 investidos a uma taxa de 21,3% a.a. durante 6 meses renderia um montante de R$ 110,00 ao
final dos 6 meses.

Nesse exemplo podemos afirmar o seguinte:

A TIR de um investimento de um ano que aumenta o capital de R$100 para R$110 é 10,0% a.a.

A TIR de um investimento de 6 meses que aumenta o capital de R$100 para R$110 é 21,3% a.a.

Cálculo Da Tir Dos Investimentos Nexoos.

Para se ter o percentual exato da TIR é preciso que a carteira de investimentos analisada possua todos
os seus prazos e fluxos de valores definidos. No caso da Nexoos não podemos estimar desta forma,
pois há o risco de atraso ou até mesmo não pagamento por parte das empresas, portanto, para aferir
diariamente a rentabilidade esperada fazemos um pressuposto dos fluxos futuros dos empréstimos,
considerando essas variáveis.

Baseado na evolução da carteira Nexoos e comportamento do mercado, implantamos a seguinte escala


de provisionamento para estimar os fluxos futuros:

até 29 dias de atraso no empréstimo: não provisionamos saldo devedor e incluímos juros corridos por
atraso, pois é baixa a probabilidade de inadimplência.

de 30 a 59 dias de atraso no empréstimo: 50% de provisionamento do saldo devedor incluindo juros


corridos por atraso. A probabilidade de inadimplência passa a ser considerável, estimamos que metade
do saldo devedor será recuperado.

de 60 a 119 dias de atraso no empréstimo: 75% de provisionamento do saldo devedor incluindo juros
corridos por atraso. A probabilidade de inadimplência é alta, estimamos que somente 25% do saldo
devedor será recuperado.

acima de 120 dias de atraso no empréstimo: 100% de provisionamento do saldo devedor incluindo juros
corridos por atraso, estimamos que o saldo devedor será perdido.

Adicionalmente, caso o tomador tenha realizado um pagamento nos últimos 40 dias, mesmo possuindo
um boleto de data anterior atrasado, consideramos este um caso de recuperação e a data de paga-
mento do boleto dos últimos 40 dias é usada para calcular o novo atraso na régua de provisionamento.

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Essa escala de provisionamento é uma estimativa da Nexoos e não garantimos a recuperação dos
empréstimos em atraso, contudo afirmamos que essa escala é conservadora.

A TIR é a taxa de desconto que aplicada ao fluxo de caixa das parcelas do empréstimo (representado
abaixo), trazidas ao valor presente iguala o investimento inicial.

Para calcular a TIR utilizamos seguinte fórmula:

Onde:

Investimento: valor do investimento inicial (valor bruto do empréstimo)


Parcela: parcelas vencidas e pagas incluindo encargos moratórios (multa e mora)
Saldo: Saldo de principal do empréstimo
Juros corridos: juros corridos da última parcela paga até hoje
Prov.: Provisionamento
N: números de dias desde o início do empréstimo
n: números de dias entre o início do empréstimo e a data de pagamento da parcela

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