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Conteúdo

1 - Conceitos gerais - O conceito do valor do dinheiro no tempo; Capital, juros, taxas de juros;
Capitalização, regimes de capitalização; Fluxos de caixa e diagramas de fluxo de caixa; Equivalência
financeira. 2 - Juros simples - Cálculo do montante, dos juros, da taxa de juros, do principal e do
prazo da operação financeira. 3 - Juros compostos - Cálculo do montante, dos juros, da taxa de
juros, do principal e do prazo da operação financeira. 4 - Sistemas de amortização - Sistema price;
Sistema SAC.

 Coletâneas de Exercícios

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Conceitos Gerais
Matemática financeira é uma área de aplicação prática da matemática, que consiste em cálculos direcionados
à melhor organização e ao maior controle do dinheiro.

Mais do que uma ciência, é uma ferramenta bastante útil no dia a dia, tanto para cuidar das contas pessoais
quanto daquelas que pertencem a uma empresa.

A partir de diferentes fórmulas, é possível ter uma visão integral sobre as finanças, utilizar bem o dinheiro,
aumentar o seu valor e evitar prejuízos.

Como exemplos dessas operações podemos citar as aplicações financeiras, empréstimos, renegociação de
dívidas, ou mesmo, tarefas simples, como calcular o valor de desconto num determinado produto.

Conceitos Básicos da Matemática Financeira


Capital (C)
Representa o valor do dinheiro no momento atual. Este valor pode ser de um investimento, dívida ou
empréstimo.

Juros (J)
Representam os valores obtidos pela remuneração de um capital. Os juros representam, por exemplo, o custo
do dinheiro tomado emprestado.
Ele pode também ser obtido pelo retorno de uma aplicação ou ainda pela diferença entre o valor à vista e a
prazo em uma transação comercial.

Montante (M)
Corresponde ao valor futuro, ou seja, é o capital mais os juros acrescidos ao valor.

Assim, M = C + J.

Taxa de Juros (i)


É o percentual do custo ou remuneração paga pelo uso do dinheiro. A taxa de juros está sempre associada a
um certo prazo, que pode ser por exemplo ao dia, ao mês ou ao ano.

Cálculos Básicos da Matemática Financeira

Porcentagem
A porcentagem (%) significa por cento, ou seja, uma determinada parte de cada 100 partes. Como representa
uma razão entre números, pode ser escrita na forma de fração ou como número decimal.

Por exemplo:

30 sinal de percentagem igual a 30 sobre 100 igual a 0 vírgula 3

Muitas vezes utilizamos a porcentagem para indicar aumentos e descontos. Para exemplificar, vamos pensar
que uma roupa que custava 120 reais está, nesse período do ano, com 50% de desconto.

Como já estamos familiarizados com esse conceito, sabemos que esse número corresponde à metade do valor
inicial.

Então, essa roupa no momento está com custo final de 60 reais. Vejamos assim, como trabalhar a
porcentagem:

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50% pode ser escrito 50/100 (ou seja, 50 por cem)

Assim, podemos concluir que 50% equivale a ½ ou 0,5, em número decimal. Mas afinal o que isso significa?

Bem, a roupa está com 50% de desconto e, portanto, ela custa metade (½ ou 0,5) de seu valor inicial. Logo, a
metade de 120 é 60.

Mas vamos pensar noutro caso, em que ela está com 23% de desconto. Para tanto, temos que calcular quanto
é 23/100 de 120 reais. Lógico que por aproximação podemos fazer esse cálculo. Mas aqui a ideia não é essa.

Logo,

Transformamos o número percentual em número fracionário e multiplicamos pelo número total que queremos
identificar o desconto:

23/100 . 120/1 - dividindo o 100 e 120 por 2, temos:

23/50 . 60/1 = 1380/50 = 27,6 reais

Portanto, o desconto de 23% numa roupa que custa 120 reais será de 27,6. Assim, o valor que você irá pagar
é de 92,4 reais.

Agora vamos pensar no conceito de aumento, ao invés de desconto. No exemplo acima, temos que a comida
subiu 30%. Para isso, vamos exemplificar que o preço do feijão que custava 8 reais teve um aumento de 30%.

Aqui, temos que saber quanto é 30% de 8 reais. Da mesma forma que fizemos acima, vamos calcular a
porcentagem e, por fim, agregar o valor no preço final.

30/100 . 8/1 - dividindo o 100 e 8 por 2, temos:

30/50 . 4/1 = 120/50 = 2,4

Assim, podemos concluir que o feijão nesse caso está custando mais 2,40 reais. Ou seja, de 8 reais seu valor
foi para 10,40 reais.

Variação Percentual
Outro conceito associado ao de porcentagem é o de variação percentual, ou seja, a variação das taxas
percentuais de acréscimo ou decréscimo.

Exemplo:
No início do mês, o preço do quilo da carne era de 25 reais. No final do mês a carne era vendida por 28 reais
o quilo.

Assim, podemos concluir que houve uma variação percentual relacionada com o aumento desse produto.
Podemos constatar que o aumento foi de 3 reais. Pela razão dos valores temos:

3/25 = 0,12 = 12%

Sendo assim, podemos concluir que a variação percentual do preço da carne foi de 12%.

Juros
O cálculo de juros pode ser simples ou composto. No regime de capitalização simples, a correção é feita
sempre sobre o valor do capital inicial.

Já nos juros compostos, a taxa de juros é aplicada sempre sobre o montante do período anterior. Note que
esse último é muito utilizado nas transações comerciais e financeiras.

Juros Simples

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Os juros simples são calculados levando em consideração um determinado período. Ele é calculado pela
fórmula:

J=C.i.n

Onde:

C: capital aplicado
i: taxa de juros
n: período que corresponde os juros

Logo, o montante dessa aplicação será:

M=C+J
M=C+C.i.n
M = C . (1 + i . n)

Juros Compostos
O sistema de juros compostos é chamado de capitalização acumulada, pois, ao final de cada período os juros
que incidem sobre o capital inicial são incorporados.

Para calcular o montante em uma capitalização a juros compostos, usamos a seguinte fórmula:

Mn = C (1+i)n

Exercícios para resolver


Gabarito: no final da Coletânea de exercícios

01. Suponha um título de R$ 500,00, cujo prazo de vencimento se encerra em 45 dias. Se a taxa de
desconto “por fora” é de 1% ao mês, o valor do desconto simples será igual a
A) R$ 7,00.
B) R$ 7,50.
C) R$ 7,52.
D) R$ 10,00.
E) R$ 12,50.

02. Um investidor aplicou a quantia de R$ 8.000,00 à taxa de juros compostos de 4% a.m.; o montante
que esse capital irá gerar em 12 meses pode ser calculado por
A) M = 8000(1 + 12 x 4)
B) M = 8000(1 + 0,04)12
C) M = 8000(1 + 4)12
D) M = 8000 + 8000(1 + 0,04)12
E) M = 8000(1 + 12 x 0,04)

03. Um banco cobrou R$ 360,00 por seis meses de atraso em uma dívida de R$ 600,00. Qual a taxa de
juros mensal cobrada por esse banco, calculada a juros simples?
A) 8%
B) 9%
C) 10%
D) 15%
E) 20%

Gabarito
01) B 02) B 03) C

O conceito do valor do dinheiro no tempo

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Responda: você prefere receber 50 prestações mensais de R$ 1.000 a partir de hoje ou a quantia de R$ 49.800
à vista em sua conta bancária?

A maioria das pessoas (senão todas elas) prefere a quantia de R$ 49.800 à vista, apesar de 50 vezes R$
1.000,00 resultar num montante maior: R$ 50.000. Mas o que está por detrás dessa decisão? O conceito mais
importante que existe em finanças: o valor do dinheiro no tempo.

Um real hoje não é igual a um real amanhã. Um real hoje vale mais do que um real amanhã”. Em consequência,
um real hoje mais um real amanhã não resulta em dois reais nem hoje e nem amanhã! Ficou confuso?
Pergunto: um dólar mais um real resultam em dois reais? Em dois dólares? Não, né... Da mesma forma, 50
prestações de R$ 1.000 não resultam em R$ 50 mil hoje (isto é, em dinheiro de hoje). Sim, os exemplos são
comparáveis: assim como dólar e real são moedas diferentes e um precisa ser convertido no outro para as
contas ficarem corretas, o real de hoje é como se fosse uma moeda mais valiosa do que o real de amanhã, de
forma que precisamos fazer também o devido ajuste.

A Inflação
A mesma quantia em dinheiro que compra um cacho de bananas hoje muito provavelmente não será suficiente
para comprar o mesmo cacho daqui a um ano, pois a inflação fará com que o preço da banana aumente. Mas
o que torna a história ainda mais interessante é que mesmo num país com inflação zero, o dinheiro de hoje
vale mais do que o dinheiro de amanhã.

Por que então a preferência dos R$ 49.800 hoje em vez das 50 prestações de mil reais? Simplesmente, porque
os R$ 49.800 valem mais do que os R$ 50 mil divididos em várias prestações! E o motivo é simples: se
recebendo R$ 49.800 hoje, é possível fazer muitas coisas com esse dinheiro. Por exemplo, pode-se quitar uma
dívida com o cartão de crédito que está cobrando 10% de juros ao mês! Ou então, pode dar entrada num
apartamento, comprar um carro à vista (com um belo desconto!) ou mesmo investir comprando algumas ações
de empresas ou cotas de um bom fundo de investimento. O dinheiro na mão oferece muito mais oportunidades,
sem falar que ele pode até servir como uma reserva de segurança para qualquer necessidade inesperada.
Dentro deste contexto, falamos em custo de oportunidade, que na verdade refere-se ao custo da falta do
dinheiro.

Além da inflação e do custo de oportunidade explicado acima, há ainda um terceiro argumento para, em muitas
situações, preferirmos menos dinheiro hoje em vez de mais dinheiro no futuro: o risco. Quando recebe o
dinheiro antes, você dissipa (naquele momento) todo o risco de não o receber. Logo, preferimos receber um
real hoje a receber um real amanhã porque de hoje para amanhã algo pode acontecer que coloque em risco
esse um real.

No mundo corporativo, o custo do valor do dinheiro no tempo se resume a uma taxa de juros que serve para a
empresa tomar decisões financeiras, sejam de investimento ou de financiamento. Os montantes futuros são
sempre ajustados por esta taxa e comparados ao montante total presente para balizar a melhor decisão. Esta
taxa de juros que ajusta o valor do dinheiro no tempo, no âmbito corporativo, é conhecida como custo de capital
e trata-se de uma das mais importantes medidas corporativas. No campo de finanças pessoais, a ideia é muito
semelhante, mas este custo de capital pessoal varia muito de pessoa para pessoa. Por exemplo, para quem
está endividado com cartões de crédito e cheque especial, o custo de capital atinge patamares bem superiores
ao custo de capital de uma pessoa bem organizada financeiramente.

Voltando ao nosso exemplo inicial, suponha o seguinte: por qual quantia depositada hoje, qualquer pessoa,
abriria mão de 50 prestações mensais de R$ 1.000?
Cada pessoa tem oportunidades e necessidades distintas, de modo que diferentes pessoas podem ter
diferentes respostas. Se eu tenho uma dívida na qual pago juro de 10% ao mês, é possível que valha a pena
trocar as prestações de mil reais pela metade à vista, ou seja, R$ 25 mil. Mas se eu estou organizado
financeiramente, sem necessidade imediata de dinheiro, meu “desconto” será bem menor.

Exemplo
Se um consumidor precisa decidir entre comprar uma televisão em lojas diferentes mas em condições de
pagamentos diferentes, a decisão do melhor preço será feita pela comparação de valores na mesma data.

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Logo, se o aparelho está sendo vendido em duas parcelas mensais de R$ 500 na loja A e em 6 prestações de
R$ 180 na loja B, com juros mensais de 3% em ambas as lojas, qual a loja o consumidor deverá adquirir sua
televisão?
Para viabilizar a comparação vamos trazer para o valor presente ou o valor à vista os dois planos de
pagamento.

Na loja A, o preço à vista será de:

VP = VF(1+i) + VF(1+i)n

VP = 500(1,03) + 500(1,03) 2

VPloja A = R$ 956,73

E na loja B, o valor à vista será de:

VP = 180/1,03 + 180/1,032 + 180/1,033 + 180/1,034 + 180/1,035 + 180/1,036

VPloja B = R$ 975,09

Assim, levando –se em consideração os dois conjuntos de prestações para a mesma data, verifica-se que as
duas ofertas não são equivalentes, logo, na loja A o aparelho sai mais barato.

Esse é o conceito de valor do dinheiro no tempo, importantíssimo e irrefutável.

Capital, juros, taxas de juros

Capital
É o nome dado a um objeto ou pessoa que tem capacidade de virar um bem ou serviço. Matéria prima, mão
de obra e outros meios que sirvam para produção de um produto final é um capital.

Também, qualquer quantidade de dinheiro, que esteja disponível em certa data, para ser aplicado em uma
operação financeira.

Obs.: quando tratamos de capital devemos atribuir a este termo a noção de valor financeiro.

Juros
Os juros correspondem à remuneração do capital em uma operação de crédito, ou seja, são o valor pago pelo
tomador de um empréstimo ao credor, para compensá-lo pelo capital cedido por um determinado prazo.

Assim, quando alguém toma dinheiro emprestado, para quitar a dívida contraída, é preciso devolver, na data
acordada para o pagamento (Prazo), o valor do empréstimo (Capital) acrescido da remuneração do credor
(Juros). À soma desses dois valores dá-se o nome de Montante.

Taxas de Juros
Taxa de juro é o preço do dinheiro. Dinheiro é uma mercadoria como outra qualquer. Tomemos o exemplo de
uma geladeira. O preço varia em função da lei da oferta e da procura. Quanto maior a quantidade de geladeira
no mercado, menos o consumidor pagará por ele. Com o dinheiro é a mesma coisa. Quanto mais dinheiro os
bancos têm para oferecer aos seus clientes, menos eles cobram pelo empréstimo. E o preço que os bancos
cobram é a taxa de juros. Os bancos precisam captar recursos no mercado para poder emprestar. Para atrair
esse capital eles remuneram os clientes que depositam seu rico dinheirinho. E adivinhe com o se chama essa
remuneração: taxa de juros. Portanto, por definição, o que o banco lucra é a diferença entre a taxa de juros
paga ao depositante e a taxa cobrada de quem pega um empréstimo. É o chamado spread.

Spread bancário

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O spread bancário (pronuncia-se spréd) é a diferença entre os juros cobrados pelos bancos nos empréstimos
a pessoas físicas e jurídicas e as taxas pagas pelos bancos aos investidores que colocam seu dinheiro em
aplicações do banco.

Quanto maior o spread bancário, maior é o lucro que os bancos têm nas operações de crédito. É por conta
disso que o spread bancário brasileiro, um dos mais altos do mundo, é criticado por economistas
independentes, líderes sindicais, empresários e pelo governo – o dinheiro que poderia estar movimentando a
economia é “engolido” pelos bancos.

Taxas

Taxas Equivalentes
Em linguagem simples, são duas taxas ou mais taxas que, quando aplicadas, em determinado lapso de tempo
em determinada quantia têm como resultado o mesmo valor.

Complicado? Tá, então digamos assim: você tem uma aplicação que rende 1 % a.m. se você aplicar durante
6 meses. E você tem outra que rende 12 % a.a. se você aplicar durante um ano. Qual é mais vantajosa? É
tudo a mesma coisa, ou seja, elas são equivalentes, ou não? Ou será que é melhor pagar antecipadamente
uma dívida ou aplicar o dinheiro e pagá-la no vencimento previsto?

Exemplo: Calcular o juro produzido pelo capital de R$ 20.000,00


- à taxa de 4% ao mês, durante 6 meses
- à taxa de 12% ao trimestre, durante 2 trimestres

Resolução
No primeiro caso, temos J = 20.000,00 x 0,04 x 6 = 4.800,00
No segundo caso, temos J = 20.000,00 x 0,12 x 2 = 4.800,00
Como os juros são iguais, podemos dizer que 4% a. m. e 12% a. t., são taxas equivalentes

Taxa Nominal
É quando o período de formação e o período de incorporação de juros ao Capital não coincide com aquele a
que a taxa está referenciada. - Versão português: É quando você diz, por exemplo, que uma aplicação é de
35% ao ano só que a capitalização é mensal ou que a aplicação financeira é de 0,85% ao mês só que a
capitalização é diária, como os FIFs ou FAQs, de capitalização diária, dos bancos.
Assim, por exemplo,
35% ao ano, com capitalização mensal;
16% ao ano, com capitalização semestral;
36% ao mês, com capitalização diária.

Veja bem: A taxa nominal é muito utilizada no mercado, quando da formalização dos negócios. Não é, porém,
utilizada diretamente nos cálculos, por não corresponder, de fato, ao ganho/custo financeiro do negócio.
Qual é, então, a taxa efetivamente utilizada? É a taxa efetiva

Taxa Efetiva
É quando o período de formação e o período de incorporação de juros ao Capital coincide com aquele a que
a taxa está referenciada. - falando português: É quando você diz, por exemplo, que uma aplicação é de 1 %
ao mensal e capitalização é mensal, como a poupança.

Como se obtém a TAXA EFETIVA?


O seu valor pode ser determinado através da equivalência: o principal VP aplicado à taxa iaa durante um ano
deve produzir mesmo montante que quando aplicado à taxa i
durante m períodos:
VP( 1 + iaa) = VP( 1 + i)m.
Portanto,
iaa = (1 + i)m - 1 = FAC (m,i) - 1

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Exemplo
Sejam R$ 100,00 aplicados a 2% ao mês, capitalizados mensalmente.
Taxa nominal: iN = 12 x 2% = 24% ao ano.
Taxa efetiva: iE = (1 + 0,02)12 - 1 = 1,268 - 1 = 0,268 = 26,8% ao ano
O montante após um ano será 100(1 + 0,268) = 126,8 e não 100(1 + 0,24)
= 124 como se poderia supor!!.

A distinção entre taxa efetiva e taxa nominal é de suma importância. Em situações envolvendo empréstimos
ou financiamentos, por exemplo, a taxa que figura nos contratos é geralmente a taxa nominal, que não pode
ser tomada como critério de decisão.

Taxa Real
É a taxa efetiva corrigida pela taxa inflacionária do período. Você vai ouvir esse termo adoidado. Pegando o
exemplo da poupança, quando o Governo diz que a poupança tem um rendimento real de 0,5% ao mês,
significa que seu dinheiro foi corrigido primeiro pela inflação do período e sobre este montante foi aplicado
0,5%.

Taxa de Juros Proporcional


Duas taxas são ditas proporcionais quando os números que indicam as taxas são diretamente proporcionais
aos respectivos números que indicam os períodos de referência. É um conceito do regime de juros simples.
Por exemplo:
15% ao trimestre é proporcional a 5% ao mês. Isto porque:
15% / 3 meses = 5% / 1 mês

Taxa de Juros Aparente


É um conceito usado em estudos financeiros em contexto inflacionário. Hoje em dia não é utilizada devido às
baixas taxas de inflação registradas já há alguns anos no Brasil.

Fluxos de caixa e diagramas de fluxo de caixa

Fluxo de caixa
Nas operações do dia a dia de uma empresa, a organização financeira é fundamental. Para isso, o empresário
conta com um instrumento básico de planejamento e controle financeiro, denominado fluxo de caixa.

O objetivo dessa ferramenta é apurar e projetar o saldo disponível para que exista sempre capital de giro
acessível tanto para o custeio da operação da empresa (folha de pagamento, impostos, fornecedores, entre
outros) quanto para o investimentos em melhorias (reforma da fachada, por exemplo).

Na ferramenta de fluxo de caixa, devem ser registrados:

Todos os recebimentos
Vendas à vista em dinheiro, cheque, cartões; vendas a prazo, recebimento de duplicatas, entre outros.

Todos os pagamentos
Compras à vista e a prazo, pagamentos de duplicatas, pagamento de despesas e outros pagamentos.

Previstos
Recebimentos e pagamentos previstos para o futuro, num período de pelo menos três meses.

Benefícios do Fluxo de Caixa


Ao elaborar o fluxo de caixa, o empresário terá uma visão financeira do presente e do futuro da empresa.

Dessa forma, o empreendedor pode antecipar algumas decisões importantes, como: a redução de despesas
sem o comprometimento do lucro, o planejamento dos investimentos, a organização de promoções para
desencalhe de estoque, o planejamento de solicitação de empréstimos, a negociação para dilatar prazos com
fornecedor, e outras medidas para que dificuldades financeiras possam ser evitadas ou minimizadas.

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A estrutura do fluxo de caixa depende da natureza da empresa e das necessidades do empresário. O resultado
do fluxo de caixa é o saldo disponível (em dinheiro existente no caixa, ou depositado em conta corrente nos
bancos, etc.) apurado pela diferença entre o total do valor dos recebimentos e pagamentos efetivamente
realizados em determinada data ou período.

O saldo final do fechamento de caixa deve corresponder ao valor dos recursos disponíveis no caixa da empresa
ou depositados em contas bancárias.

Veja abaixo um resumo das etapas para uma boa gestão do fluxo de caixa da empresa:

Saldo do fluxo de caixa e controle operacional


O saldo de caixa não indica necessariamente que a empresa está tendo lucro ou prejuízo em suas atividades
operacionais. A existência do saldo final deve ser confirmada preferencialmente a cada dia.

É importante saber que saldos diários elevados, tanto negativos quanto positivos, sugerem a necessidade de
melhoria da organização financeira.

Caso o saldo apurado seja negativo, deve-se analisar se as despesas estão muito altas e verificar a
possibilidade de renegociação dos pagamentos aos fornecedores, entre outras providências possíveis.

Já se o saldo apurado for positivo, pode-se investir esse valor de forma que se obtenha algum rendimento até
que seja necessário fazer algum pagamento.

A análise do fluxo de caixa permite traçar estratégias para o crescimento da empresa


ou reverter as situações negativas.
Saldos negativos devem ser sempre analisados. A primeira providência é descobrir as causas: atraso nos
recebimentos, alta taxa de inadimplência, queda repentina nas vendas, etc.

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Esse problema também ocorre se as diferenças entre os prazos de recebimentos forem muito maiores do que
os prazos dos pagamentos. Nesse caso, planejar e organizar o capital de giro é fundamental. Para evitar
problemas no fluxo de caixa é recomendável ter uma reserva de capital de giro.

Vejamos um exemplo para uma loja de roupas. O lojista compra a mercadoria no valor total de R$ 1.000,00 no
dia cinco de janeiro. O pagamento ao fornecedor será em 30 dias, ou seja, no dia cinco de fevereiro.

A mercadoria foi vendida no dia 25 de janeiro, parcelada em duas vezes. A primeira parcela com 30 dias e a
segunda com 60 dias.

Nesse caso, o fluxo financeiro ficaria assim:

ATIVIDADE COMPRA VENDE A PAGA AO RECEBE RECEBE


MERCADORIA MERCADORIA FORNECEDOR PARCELA 1 PARCELA 2
DATAS 05/01 25/01 05/02 25/02 25/03
FLUXO DE - - (1.000,00) + 500,00 + 500,00
CAIXA
SALDO DO - - (1.000,00) (500,00) -
CAIXA
Observação: os valores entre parênteses representam saídas ou saldos negativos.

Veja que, no exemplo acima, há um descasamento entre a data do pagamento da mercadoria ao fornecedor e
o dia do recebimento da venda, gerando um saldo negativo de R$ 1.000,00 no dia 5 de fevereiro.

Fazendo o fluxo de caixa, o empresário antecipa que essa situação vai ocorrer e se prepara para guardar
dinheiro suficiente para fazer esse pagamento, mesmo não tendo ainda recebido do seu cliente.

O controle e a gestão do fluxo de caixa são muito importantes para que o empresário
tenha subsídios para uma tomada de decisão financeira na gestão do negócio.
Os empréstimos, sejam bancários ou provenientes de sócios, assim como os descontos de duplicatas são
alternativas viáveis, mas não devem ser as primeiras soluções. Nunca é demais lembrar que essas opções
devem ser previamente e detalhadamente analisadas, para que o empresário não assuma dívidas além de
suas possibilidades, enfrentando dificuldades futuras para quitar os compromissos assumidos.

Ferramenta para auxiliar com o fluxo


O fluxo de caixa pode ser elaborado manualmente (o que dá um pouco mais de trabalho), em uma agenda ou
um caderno. Mas é muito mais fácil, organizado e ágil se for realizado em uma planilha eletrônica ou em um
programa de gestão.

Diagrama de Fluxo de Caixa


Um diagrama de fluxo de caixa, é simplesmente a representação gráfica numa reta, dos períodos e dos valores
monetários envolvidos em cada período, considerando-se uma certa taxa de juros i.
Traça-se uma reta horizontal que é denominada eixo dos tempos, na qual são representados os valores
monetários, considerando-se a seguinte convenção: dinheiro recebido  seta para cima dinheiro pago  seta
para baixo.

Exemplo:
Veja o diagrama de fluxo de caixa a seguir:

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O diagrama da figura acima, por exemplo, representa um projeto que envolve investimento inicial de 800,
pagamento de 200 no terceiro ano, e que produz receitas de 500 no primeiro ano, 200 no segundo, 700 no
quarto e 200 no quinto ano.
dinheiro recebido  flecha para cima  valor positivo
Convenção:
dinheiro pago  flecha para baixo  valor negativo

Vamos agora considerar o seguinte fluxo de caixa, onde C 0, C1, C2, C3, ..., Cn são capitais referidos às datas,
0, 1, 2, 3, ..., n para o qual desejamos determinar o valor presente (PV).

O problema consiste em trazer todos os capitais futuros para uma mesma data de referência. Neste caso,
vamos trazer todos os capitais para a data zero. Do diagrama de fluxo de caixa visto acima, concluímos que
o valor presente - PV - do fluxo de caixa será:

Esta fórmula pode ser utilizada como critério de escolha de alternativas, como veremos nos
exercícios a seguir.

1 - Numa loja de veículos usados, são apresentados ao cliente dois planos para pagamento de um carro:
Plano A: dois pagamentos, um de R$ 1.500,00 no final do sexto mês e outro de R$ 2.000,00 no final do décimo
segundo mês.

Plano B: três pagamentos iguais de R$ 1.106,00 de dois em dois meses, com início no final do segundo mês.
Sabendo-se que a taxa de juros do mercado é de 4% a.m., qual o melhor plano de pagamento?

Solução:
Inicialmente, devemos desenhar os fluxos de caixa correspondentes:

PLANO A:

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PLANO B:

Teremos para o plano A:

Para o plano B, teremos:

Como o plano A nos levou a um menor valor atual (ou valor presente), concluímos que este plano A é mais
atraente do ponto de vista do consumidor.

2 - Um certo equipamento é vendido à vista por R$ 50.000,00 ou a prazo, com entrada de R$ 17.000,00 mais
três prestações mensais iguais a R$ 12.000,00 cada uma, vencendo a primeira um mês após a entrada. Qual
a melhor alternativa para o comprador, se a taxa mínima de atratividade é de 5% a.m.?

Solução:
Vamos desenhar os fluxos de caixa:
À vista:

À prazo:

Vamos calcular o valor atual (ou valor presente PV - Present Value) para esta alternativa:

Como o valor atual da alternativa a prazo é menor, a compra a prazo neste caso, é a melhor alternativa, do
ponto de vista do consumidor.

3 - Um equipamento pode ser adquirido pelo preço de R$ 50.000,00 à vista ou, a prazo conforme o seguinte
plano:

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Entrada de 30% do valor à vista, mais duas parcelas, sendo a segunda 50% superior à primeira, vencíveis em
quatro e oito meses, respectivamente. Sendo 3% a.m. a taxa de juros do mercado, calcule o valor da última
parcela.

Solução:

Teremos:

Resolvendo a equação acima, obtemos x = 19013,00

Portanto, o valor da prestação é R$19013,00.

Exercícios para resolver


Gabarito: no final da Coletânea de exercícios

01. A Demonstração de Fluxo de Caixa, além de ser elaborada pelo método direto e evidenciar as
movimentações havidas no caixa e seus equivalentes, deve abranger os seguintes fluxos:
A) Receitas, despesas e investimentos.
B) Operações, investimentos e financiamentos.
C) Operações de crédito, despesa e investimentos.
D) Execução orçamentária, movimentação extra orçamentária e patrimônio/capital.
E) Despesa, receita e financiamentos.

02. O resultado apurado no período:


A) gerou um ingresso total de caixa de R$ 16.300,00.
B) quando ajustado, é negativo em R$ 8.700,00.
C) contribuiu para ingresso financeiro de R$ 12.800,00.
D) representa um uso total de disponibilidades de R$ 12.300,00.
E) indica que a atividade operacional foi positiva em R$ 1.300,00.

03. Na elaboração da Demonstração dos Fluxos de Caixa podemos dizer que:


A) acréscimos em contas do ativo aumentam caixa.
B) decréscimos em contas do Patrimônio Líquido diminuem caixa.
C) acréscimos em contas do passivo diminuem caixa.
D) decréscimos em contas do Ativo diminuem caixa.
E) decréscimos em contas do Patrimônio Líquido aumentam caixa.

04. O lucro obtido na Venda de Imobilizado e o Resultado de Equivalência Patrimonial representam, na


Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC):
A) ingresso de caixa na atividade de investimento.
B) aumento de atividades operacionais.
C) ajustes do resultado na elaboração da DFC.
D) ingressos por Receita Operacional.
E) aumento de investimentos.

05. A empresa Inovação S.A. produtora de cabos de energia efetuou as seguintes operações em 2012:
I. Lançamento da depreciação do ano.
II. Pagamento de dividendos.
III. Juros sobre o Capital Próprio Recebidos.
Pode-se afirmar que estes eventos afetam a Demonstração dos Fluxos de Caixa, respectivamente, como:

13
A) ajuste das atividades operacionais; saída das atividades de financiamento; entrada das fontes de
investimento.
B) entrada das fontes de investimento; saída das fontes de financiamento; entradas das fontes de
financiamento.
C) entrada das fontes de financiamento; entrada das fontes de investimento; saída das fontes de financiamento.
D) entrada das atividades operacionais; saída das atividades de financiamento; saídas das fontes de
investimento.
E) saída das atividades operacionais; saídas das atividades operacionais; entrada das atividades operacionais.

06) Uma sociedade empresária foi constituída em 31.12.2010 com capital de R$100.000,00, dos quais
R$10.000,00 foram integralizados em dinheiro naquela data. Em janeiro de 2011, os sócios entregaram
mais R$30.000,00 em dinheiro e R$40.000,00 em terrenos. Ainda em janeiro, a sociedade empresária
adquiriu mercadorias para revenda por R$32.000,00, metade à vista e metade para pagamento em 30
dias.
Desconsiderando a incidência de tributos e com base nos dados informados, é CORRETO afirmar que,
na Demonstração dos Fluxos de Caixa relativa ao mês de janeiro de 2011:
A) as atividades de financiamento geraram caixa no valor de R$70.000,00.
B) as atividades de financiamento geraram caixa no valor de R$80.000,00.
C) as atividades de investimento consumiram caixa no valor de R$40.000,00.
D) as atividades operacionais consumiram caixa no valor de R$16.000,00.

07) Se 10% das Despesas do ano de 2000 representarem valores ligados a itens provisionados, pode-
se afirmar que o valor das saídas de caixa decorrentes de pagamento de despesas é:
A) 3.700.000
B) 3.920.000
C) 4.150.000
D) 4.500.000
E) 4.720.000

08) A Demonstração de Fluxo de Caixa, além de ser elaborada pelo método direto e evidenciar as
movimentações havidas no caixa e seus equivalentes, deve abranger os seguintes fluxos:
A) Receitas, despesas e investimentos.
B) Operações, investimentos e financiamentos.
C) Operações de crédito, despesa e investimentos.
D) Execução orçamentária, movimentação extra orçamentária e patrimônio/capital.
E) Despesa, receita e financiamentos.

09) O resultado apurado no período:


A) gerou um ingresso total de caixa de R$ 16.300,00.
B) quando ajustado, é negativo em R$ 8.700,00.
C) contribuiu para ingresso financeiro de R$ 12.800,00.
D) representa um uso total de disponibilidades de R$ 12.300,00.
E) indica que a atividade operacional foi positiva em R$ 1.300,00.

10) Na elaboração da Demonstração dos Fluxos de Caixa podemos dizer que:


A) acréscimos em contas do ativo aumentam caixa.
B) decréscimos em contas do Patrimônio Líquido diminuem caixa.
C) acréscimos em contas do passivo diminuem caixa.
D) decréscimos em contas do Ativo diminuem caixa.
E) decréscimos em contas do Patrimônio Líquido aumentam caixa.

11) O lucro obtido na Venda de Imobilizado e o Resultado de Equivalência Patrimonial representam, na


Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC):
A) ingresso de caixa na atividade de investimento.
B) aumento de atividades operacionais.
C) ajustes do resultado na elaboração da DFC.
D) ingressos por Receita Operacional.
E) aumento de investimentos.

14
12) A empresa Inovação S.A. produtora de cabos de energia efetuou as seguintes operações em 2012:
I. Lançamento da depreciação do ano.
II. Pagamento de dividendos.
III. Juros sobre o Capital Próprio Recebidos.
Pode-se afirmar que estes eventos afetam a Demonstração dos Fluxos de Caixa, respectivamente, como:
A) ajuste das atividades operacionais; saída das atividades de financiamento; entrada das fontes de
investimento.
B) entrada das fontes de investimento; saída das fontes de financiamento; entradas das fontes de
financiamento.
C) entrada das fontes de financiamento; entrada das fontes de investimento; saída das fontes de financiamento.
D) entrada das atividades operacionais; saída das atividades de financiamento; saídas das fontes de
investimento.
E) saída das atividades operacionais; saídas das atividades operacionais; entrada das atividades operacionais.

Gabarito

01 - B 02 - B 03 - B 04 - C 05 - A 06 - D 07 - B 08 - B 09 - B 10 - B
11 - C 12 - A

Equivalência financeira.
Em finanças é normal se deparar com diversas taxas em períodos distintos, seja elas na forma de capitalização
ou descontos. Logo, se torna imprescindível que o profissional saiba a equivalência das taxas a serem
analisadas em distintos períodos, para que ele possa convertê-las em uma mesma unidade temporal: se o
período de capitalização é em trimestre a taxa deve também deve estar em trimestre. Além disso, é importante
lembrar que para a transformação de períodos e taxas trabalha-se com meses equivalentes a 30 dias e ano
comercial de 360 dias.

Taxa Equivalente: A taxa é equivalente quando um valor é calculado por um prazo e, ao calcular o montante
através de diversas taxas, obtêm-se o mesmo valor. Alicerçado ao conceito de taxa equivalente temos os
conceitos de Capitalização e Descapitalização:

Capitalização: Quando a unidade temporal varia de menor para maior. Trimestre para ano, por exemplo.

Descapitalização: Quando a unidade temporal varia de maior para menor. Mês para dias, por exemplo.

Pode ser expressa através da Equação a seguir:

Na qual ei representa a taxa equivalente, i é a taxa inicial e t1 e t2 são os períodos de tempo equivalentes.

Exemplo 1:
Suponha que temos uma taxa de 14% a.a. e queremos saber a equivalência desta taxa para meses. Sabemos
que um ano possui 12 meses, então temos:

A resposta será 1,1% (aproximadamente 1,0979%).

Dessa forma, pode se dizer que 14% ao ano equivale a 1,1% ao mês. São taxas equivalentes.

Exemplo 2:
Agora supomos que queremos transformar 2,5% a.m. em taxa anual. Então temos:

15
A resposta será 34,49%.

Equivalência entre duas taxas no regime de juros simples


Essa é Fácil: é só pegar a taxa e multiplicá-la (ou dividi-la) pelo período correspondente ao que deseja
descobrir.
Exemplo: você tem uma taxa de 5% a.m. e quer saber quanto é equivalente ao ano. Ora, um ano tem 12
meses então é só multiplicar 5% por 12 e você tem 60% a.a. O inverso também é verdadeiro: você tem uma
taxa de 15% a.m. e quer saber quanto é ao dia. É só dividir 15% por 30 dias e você tem 0,5% a.d. Fácil, não?

Equivalência entre duas taxas no regime de juros composto


Bom, essa é um pouco mais complicada, mas também não é nenhum bicho-de-sete-cabeças. Se você quer
passar de uma unidade de tempo "menor" para uma "maior", como de mês para ano, você eleva a taxa de
juros pelo número de períodos correspondente. Se for o contrário, como por exemplo de ano para mês, você
eleva ao inverso do período. Complicado? Que nada, isso é matéria de 2º grau mas para os que não se
lembram ou cochilaram na aula, abaixo uma tabelinha com as conversões necessárias:
De a.m. para a.a. = ia = (1+im)12 -1
De a.d. para a.m. = im = (1+id)30 -1
De a.d. para a.a. = ia = (1+id)360 -1
De a.a. para a.m. = im = (1+ia)1/12 -1
De a.m. para a.d. = ia = (1+im)1/30 -1
De a.a. para a.d. = id = (1+ia)1/360 -1

Exemplo: você tem uma taxa de 24% a.a. e quer saber quanto é equivalente ao mês. Usando a fórmula dá
aproximadamente 1,81% a.m. Será? Então faça uma prova de confirmação: use as duas taxas sobre um valor
simples como R$ 1.000,00 e veja se o resultado não é igual. (Na verdade dá uma pequena diferença porque
eu arredondei o decimal na hora de calcular)

Equivalência entre uma aplicação e um desconto no regime de juros simples


Há ocasiões em que será necessário verificar se uma taxa de juros aplicada a um capital e uma taxa de juros
aplicada para fins de desconto são equivalentes.
Isso é fundamental para decidir se vale a pena pagar antes, aplicar, reinvestir, etc.
A fórmula para determinar uma taxa equivalente é:

Se você tem a taxa de desconto e quer descobrir a taxa de juros correspondente:


i / 1- i.n

Se você tem a taxa de juros para aplicação e quer descobrir a taxa de desconto correspondente:
i / 1+ i.n

Exemplo: Vamos pegar um capital de R$ 60.000,00 investido a juros simples de 8% a.m. por 3 meses. Qual
a taxa de desconto simples equivalente?
Usando a fórmula: i / 1+ i.n = > 0,08 / 1,08*3 = >0,0645 Ou seja 6,45% a.m. de desconto é equivalente a 8%
a.m. para aplicação, em regime de juros simples, num prazo de 3 meses.

Capitalização, regimes de capitalização


Do ponto de vista das finanças, CAPITALIZAÇÃO é o processo de aplicação de uma importância a uma
determinada taxa de juros e de seu crescimento por força da incorporação desses mesmos juros à quantia
inicialmente aplicada. No sentido particular do termo, CAPITALIZAÇÃO é uma combinação de economia
programada e sorteio, sendo que o conceito financeiro acima exposto aplica-se apenas ao componente
"economia programada", cabendo ao componente lotérico o papel de poder antecipar, a qualquer tempo, o
recebimento da quantia que se pretende economizar ou de um múltiplo dela de conformidade com o plano.
Para a venda de um título de Capitalização é necessária uma série de formalidades que visam a garantia do
consumidor. A Sociedade de Capitalização deve submeter o seu plano ao órgão fiscalizador do Sistema
Nacional de Capitalização - SUSEP.

16
Regimes de Capitalização
Capitalização corresponde à operação destinada a calcular o valor futuro de um determinado valor presente,
considerando uma taxa de juro previamente fixada.

Existem dois tipos de capitalização, simples e composta, conforme o tipo de juro a que se refira: simples
ou composto.

Conceitos Básicos

• Capital: valor que pode ser aplicado com a finalidade de rendimento de juros.
• Juros: é a remuneração do fator capital – é o dinheiro pago pelo uso do dinheiro.
• Montante: soma do capital inicial mais os juros recebidos.
• Taxa de juros: relação entre juros traduzidos e uma unidade de tempo.

Taxa de Juros
Existem dois tipos de taxas de juros: taxa percentual e taxa unitária. Nas fórmulas a serem utilizadas no
presente curso, a taxa a ser adotada será a unitária.

• Taxa Percentual: é a utilizada na pratica. Ex: 5% ao mês (o todo é 100).


• Taxa Unitária: é uma taxa técnica. Ex: 0,05 ao mês (o todo é 1).

A taxa unitária é obtida dividindo-se a taxa percentual por 100. Ex: 5/100 = 0,05. Nesta taxa não se utiliza o
símbolo da percentagem.

Simbologia:

P = Capital S = Montante J = Valor dos Juros


i = Taxa de Juros n = Número de períodos de Capitalização.

Capitalização Simples
Nesta modalidade de operação financeira o capital inicial é sempre a base de cálculo, não havendo acumulação
dos juros.

Fórmulas:

Exercícios para resolver


Gabarito: no final da Coletânea de exercícios

1) O banco “X” empresta ao Sr. Carlos a quantia de R$ 300.000,00, à taxa de 5% ao ano, para ser paga após
três anos e meio. Calcule o montante dessa operação.

2) A que taxa devemos aplicar um certo capital para que, em 8 meses, ele dobre de valor?

3) Um capital de R$ 7.000,00 foi aplicado a juros simples durante 1 ano e meio, à taxa de15% a.s. Calcular os
valores dos juros e do montante obtidos no final deste prazo.

17
4) Um capital de R$ 900,00 foi aplicado a juros simples, à taxa de 5% a.a., sendo obtidos R$ 15,00 de juros.
Calcular o prazo de aplicação em meses.

5) A empresa Monitoria S/A aplicou o valor de R$ 5.000,00 a juros de 1,5% a.m. e pretende sacar o valor após
12 meses. Qual o montante a ser regatado?

6) Certo cliente adquire um título por R$ 60.000,00 e resgata R$ 119.350,00, após 9 meses Qual a taxa de
juros dessa operação?

7) Qual o juro recebido por um comerciante que investe R$ 20.000,00, à taxa de 5% a.m., durante 2 meses?

8) Calcular o prazo, em anos, necessário para um capital triplique de valor, caso seja aplicado à taxa de 10%
a.t.

9) Um capital aplicado por 16 meses gerou R$ 13.440,00 de juros. Sabendo que a taxa de juros mensal foi de
6%, calcule o valor do capital inicial.

10) Qual será o valor dos juros de um capital de R$ 3.145,00, aplicado a uma taxa de 0,5%a.m., durante 1 ano
e meio?

11) Um capital de R$ 4.250,00, aplicado a uma taxa de 3% a.m., produziu um montante de R$ 6.162,50. Qual
foi o período de aplicação?

12) Danilo decidiu investir R$ 1.035,00 em uma instituição financeira que opera com uma taxa de juros simples
de 1,8% a.m., durante 1 ano. Qual será o montante ao final do período?

13) Um empréstimo de R$ 15.000,00 foi feito para ser pago em 24 meses, foi liquidado, ao final do período,
por R$ 23.000,00. Qual a taxa de juros utilizada?

14) Em quantos meses um capital de R$ 750,00 renderá juros igual a um terço de seu valor, se aplicado a uma
taxa de 6,67% a.m.?

15) Gilberto solicitou em seu banco um empréstimo de R$ 6.000,00. O pagamento será feito em 36 meses com
incidência de juros de 2,7% ao mês. Qual o valor a ser pago para liquidar a dívida?

16) Por um empréstimo de R$ 12.450,00, pagou-se R$ 3.200,00 de juros. Sabendo-se que a taxa de juros
utilizada foi de 1,79% a.m., qual foi o período dessa operação?

17) Leonardo solicitou um empréstimo de R$ 3.990,00 para pagar em 6 meses. A financeira cobrou juros de
1,97% a.m. Qual o valor dos juros a pagar?

18) Qual a taxa de juros cobrado por um banco, sabendo que por um empréstimo de R$ 500,00 pagou-se R$
115,00 de juros, em 3 meses?

19) Qual o capital que aplicado a juros simples de 12% a.a., durante 5 meses, gerou um montante de R$
1.260,00?

20) Ao se aplica a importância de R$ 5.000,00, à taxa de 8% a.a., obtém-se, após certo período, o montante
de R$ 6.000,00. Qual é o período de aplicação?

Gabarito

1) S = R$ 352.500,00 2) i = 12,5% a.m. 3) J = R$ 3.150,00; S = R$ 10.150,00


4) n = 4 meses 5) S = R$ 5.900,00 6) i = 10,9% a.m.
7) R$ 2.000,00 8) n = 5 anos 9) P = R$ 14.000,00
10) J = R$ 283,05 11) n = 15 meses = 1 ano e 3 meses 12) S = R$ 1.258,56
13) i = 2,22% a.m. 14) n = 5 meses 15) S = R$ 11.832,00
16) n = 14 meses e 11 dias 17) J = R$ 471,62 18) i = 7,7% a.m.

18
19) P = R$ 1.920,00 20) n = 2,5 meses ******************************

Capitalização Composta
Nas operações financeiras desta natureza, a cada período de capitalização, os juros são acumulados ao
capital inicial, formando estes (Capital + juros) o novo capital inicial do período de capitalização subsequente.
É o chamado "juros sobre juros".

Fórmulas:

Exercícios para resolver


Gabarito: no final da Coletânea de exercícios

01) Calcule o montante de uma aplicação de R$ 50.000,00 pelo prazo de 6 meses, à taxa de juros compostos
de 6% a.m.

02) Quanto deverei aplicar hoje para ter direito a receber a importância de R$ 500.000,00 daqui a 5 anos, se a
taxa de juro composto adotada for 15% ao ano?

03) Jean conseguiu um vale em sua empresa no valor de R$ 200,00 a serem descontados nos seus próximos
2 salários. Sabendo que a empresa vai descontar no final o valor de R$ 230,00, qual será a taxa de juros
compostos cobrada?

04) Em quanto tempo um capital de R$ 1.650,00 produzirá um montante de R$ 1.776,87, se aplicado a uma
taxa composta de 2,5% a.m.?

05) Qual o valor dos juros produzidos por um capital de R$ 2.500,00, aplicado à taxa de 4%a.m., durante 12
meses?

06) Rivaldo, desejando viajar no próximo ano, decidiu aplicar R$ 2.200,00 e resgatar daqui a12 meses, fins
custear a viagem. Sabendo que a instituição financeira paga juros compostos de 1,2% a.m., qual será o
montante a ser resgatado ao final do período?

07) Um capital de R$ 7.000,00, aplicado durante 6 meses, proporcionou ao aplicador um montante de R$


8.117,85. Qual a taxa de juros compostos dessa operação?

19
08) Um investidor investiu R$ 5.000,00 a juros de 1,5% a.m., durante um ano. Qual será o valor a ser resgatado
ao final do período?

09) Um capital de R$ 5.000,00, aplicado à taxa de 20% a.m., produzirá um montante de R$ 10.000,00 em
quanto tempo?

10) Um investidor aplicou R$ 45.000,00 em uma instituição financeira que opera com juros compostos de 3,55%
a.t., pelo período de 1 ano. Qual o valor dos juros dessa operação?

11) Saul contraiu uma dívida de R$ 2.000,00 para ser quitada após 2 anos e meio. Ao final do prazo contratado,
Saul quitou a dívida com um único pagamento de R$ 3.400,00. Qual a taxa de juro composta mensal dessa
operação?

12) Quantos dias são necessários para que um capital de R$ 35.000,00, aplicado a uma taxa de 10% a.m.,
produza juros de R$ 11.585,00?

13) Um determinado título de capitalização, com valor de face de R$ 6.000,00, remunera o aplicador com juros
de 3% ao mês. O prazo de aplicação é de 18 meses. Qual será o valor de resgate desse título ao final do prazo
contratado?

14) Qual a taxa de juro composta mensal que faz um capital dobra de valor em 6 meses?

15) Uma pessoa tem uma dívida no valor de R$ 900.000,00, a ser saldada daqui a 6 meses. Quanto deverá
aplicar hoje, à taxa de 7% a.m. para que, ao final de 6 meses, disponha da importância necessária para saldar
o seu compromisso, considerando o regime de juros compostos?

16) Um capital de R$ 5.000,00 produz juros de R$ 800,00 em um período de 4 meses. Qual a taxa mensal de
juros compostos?

17) Uma pessoa compra um lote de ações na Bovespa por R$ 1.250,00. Depois de 1 mês resolve vender suas
ações por R$ 1.500,00. Qual foi a rentabilidade, em termos percentuais, auferida por essas ações?

18) Em quanto tempo um capital pode produzir juros a 70% de seu valor se aplicado a 5.72% ao mês?

19) Bruno pede emprestado a um colega a importância de R$ 1.250,00 para consertar o seu carro. Tal amigo
o empresta, porém cobra uma taxa de juro composto de 1,5% ao mês. Ao final dos 6 meses, quanto Bruno
deverá pagar ao seu amigo para liquidar a dívida?

Gabarito
01) S = R$ 70.925,96 02) P = R$ 248.588,37 03) i = 7,24% a.m. 04) n = 3 meses
05) J = 1.502,58 06) S = R$ 2.538,57 07) i = 2,5% a.m. 08) S = R$ 5.978,09
09) n = 3 meses e 24 dias 10) J = R$ 6.738,39 11) i = 1,78% a.m. 12) n = 90 dias
13) S = R$ 10.214,60 14) i = 12,25% a.m. 15) P = R$ 600.000,00 16) i = 3,78 a.m.
17) i = 20% a.m. 18) 9 meses e 16 dias 19) S = R$ 1.366,80 **********************

Regime de Capitalização Contínua


No regime de capitalização contínua, consideramos uma taxa de juros I, dita instantânea, referida a um
intervalo de tempo infinitesimal, no fim do qual os juros formados se incorporam ao capital. O modelo
matemático associado ao regime de capitalização contínua considera que os juros - ou acréscimos de capital
- dpt são diretamente proporcionais ao capital Pt, ao intervalo infinitesimal de tempo dt e à taxa I, suposta
constante durante a capitalização.

Exemplo: Na bolsa de valores, o preço de fechamento de uma ação X sai do valor de 100 para 105 em três
pregões consecutivos, considerando o regime de capitalização contínua, determinar a taxa média diária de
juros do evento.
F=105 P=100 n=3 dias Sendo: F=P.E^I.N 105=100E^3.i I= 1,6263% A.D.

20
Exercícios Resolvidos

01) Considere que o logaritmo neperiano de 1,8 é igual a 0,6. Aplicando um capital de R$ 25.000,00 a
uma taxa de 4% ao mês, com capitalização contínua, verifica-se que o montante, no momento do
resgate, é igual a R$ 45.000,00. O período de aplicação é igual a
(A) 12 meses.
(B) 15 meses.
(C) 18 meses.
(D) 21 meses.
(E) 24 meses.
Temos:

O número de meses (=n) é desconhecido.


Aplicando a fórmula:

Aplicando logaritmo dos dois lados da igualdade:

Neste momento, temos que lembrar de uma importante propriedade do logaritmo. Quando aplicamos o
logaritmo sobre uma potência, ele faz com que o expoente “caia”, “desça”, ou seja, o que antes estava no
expoente passará a multiplicar

O logaritmo neperiano do número e é igual a 1. O logaritmo de 1,8 foi dado pela questão.

Gabarito: B

02) Um capital de R$ 50.000,00 foi aplicado a uma taxa semestral i, durante 2 anos, com capitalização
contínua, apresentando, no final do período, um montante igual a R$ 200.000,00. Utilizando ln2 = 0,69
(ln é o logaritmo neperiano), tem-se que i é igual a:
A) 14,02%
B) 17,25%
C) 30%
D) 34,5%
E) 69%

Resolução:

O período é de 2 anos, o que corresponde a 4 semestres.

Lembrando que o logaritmo faz “descer” o expoente:

21
Gabarito: D

Juros Simples
Cálculo do montante, dos juros, da taxa de juros, do principal e do prazo da operação
financeira.

Como já vimos acima, Juro é a remuneração paga a um capital.

Ao capital acrescido de juros é comum chamarmos montante.

Assim, observamos que os juros são a variação entre o capital e o montante.

Regime de Juros Simples


Chamamos de regime de juros simples àquele onde se admite que os juros serão diretamente proporcionais
ao tempo da operação considerada.

Como os juros são a variação entre o capital e o montante e esta, na prática, ocorre ao longo do tempo, o valor
dos juros deve sempre ser associado ao período de tempo que foi necessário para gerá-lo.

Exemplo:
Se dissermos que um empréstimo de R$ 1.000,00 cobra juros de R$ 2,00 isto representará uma variação
grande ou pequena? Depende. Se ela ocorreu em um ano, podemos dizer que é bem pequena. Mas se ocorreu
em um dia, já não teremos a mesma opinião.

Taxa de Juros
A taxa de juros indica qual remuneração será paga ao dinheiro emprestado, para um determinado período. Ela
vem normalmente expressa da forma percentual, em seguida da especificação do período de tempo a que se
refere:
8 % a.a. - (a.a. significa ao ano).
10 % a.t. - (a.t. significa ao trimestre).

Outra forma de apresentação da taxa de juros é a unitária, que é igual a taxa percentual dividida por 100, sem
o símbolo %:
0,15 a.m. - (a.m. significa ao mês).
0,10 a.q. - (a.q. significa ao quadrimestre)

Taxas Porcentuais e Unitárias


Conforme vimos no capítulo de Porcentagens, uma taxa porcentual representa uma razão centesimal fazendo
uso do símbolo %.

Assim, temos:

Entretanto, podemos representar a razão centesimal na forma decimal, obtendo a forma unitária da taxa, ou

22
taxa unitária:

Taxas Proporcionais
Dizemos que duas taxas são proporcionais quando seus valores formam uma proporção direta com os
respectivos tempos, considerados numa mesma unidade.

Exemplo:
As taxas de 72% ao ano e de 6% ao mês são proporcionais, pois:

ou seja: 72% está para 12 meses (1 ano) assim como 6% está para 1 mês.

Taxas Equivalentes
Dizemos que duas taxas são equivalentes quando produzem juros iguais ao serem aplicadas a capitais iguais
e por períodos de tempo também iguais.

Atenção: No regime de juros simples, taxas equivalentes serão sempre proporcionais.

Exemplo:
Aplicar X reais, durante algum tempo, à taxa de juros simples de 2% a.m. nos daria juros iguais àqueles que
obteríamos se aplicássemos os mesmos X reais, durante o mesmo tempo, mas à taxa de juros simples de 6%
a.t. (ao trimestre). Então dizemos que 2% a.m. é uma taxa equivalente a 6% a.t.

Notemos que 2% a.m. e 6% a.t. são também taxas proporcionais, pois:

Juros Comerciais e Juros Exatos


Existem situações onde o prazo de uma operação financeira é contado em dias enquanto a taxa de juros é
indicada em alguma outra unidade de tempo maior (mês, bimestre, quadrimestre, semestre ou ano).
A contagem do número de dias envolvidos nestas situações será feita, na prática, de acordo com uma das
duas convenções abaixo.

2) Prazo comercial - consideram-se todos os meses com 30 dias (mês comercial) e o ano com 360 dias (ano
comercial). Este é o caso mais frequente nos problemas de juros simples e os juros calculados de acordo
com esta convenção são chamados de juros comerciais ou juros ordinários.

3) Prazo exato - consideram-se os dias transcorridos efetivamente entre as datas apresentadas. Cada mês
poderá ter 30 dias (para abril, junho, setembro e novembro), 28 dias (para fevereiro, sendo 29 se o ano
for bissexto) ou 31 dias (para os demais meses do ano). O ano terá um total de 365 dias (ou 366 dias se
for bissexto). Os juros calculados de acordo com esta convenção são chamados juros exatos.

Prazo Médio e Taxa Média


Dado um conjunto com duas ou mais aplicações a juros simples, cada qual com seus próprios valores de
capital, taxa e prazo, dizemos que prazo médio é um prazo único tal que, substituindo os prazos de cada uma
das aplicações dadas, produzirá o mesmo total de juros das aplicações originais.
O prazo médio é sempre a média dos prazos ponderados pelos valores correspondentes das taxas e dos
capitais a eles associados.

Exemplo:
Três capitais de R$ 1.000,00, R$ 2.000,00 e R$ 3.000,00 foram aplicados às taxas simples de 2%, 3% e 4%
ao mês durante 3 meses, 2 meses e 1 mês, respectivamente. Qual seria o prazo médio para estas três

23
aplicações?

Portanto, o prazo médio seria de 1 mês e 15 dias.


Isto significa que, se nós trocássemos os três prazos por 1 mês e 15 dias, o total de juros produzidos pelas
três aplicações continuaria inalterado.

Taxa média é uma taxa única tal que, substituindo as taxas de cada uma das aplicações dadas, produzirá
o mesmo total de juros das aplicações originais.
A taxa média é sempre a média das taxas ponderadas pelos valores correspondentes dos prazos e dos capitais
a eles associados.

Exemplo:
Considerando as aplicações do exemplo anterior: R$ 1.000,00, R$ 2.000,00 e R$ 3.000,00, às taxas de 2%,
3% e 4% ao mês, durante 3, 2 e 1 mês, respectivamente. Qual seria a taxa média para estas três aplicações?

Portanto, a taxa média seria de 3% ao mês.

Isto significa que, se nós trocássemos as três taxas (2%, 3% e 4%) todas para 3% a.m., o total de juros
produzidos pelas três aplicações continuaria inalterado.

Exercícios Resolvidos

1. Um capital de R$ 800,00 foi aplicado pelo prazo de 2 meses, à taxa de 3% ao mês. Qual o valor dos
juros a receber?
Resolução:
Inicialmente, vemos que a taxa é de 3 % ao mês mas o prazo de aplicação é de 2 meses. Logo:
Observe o raciocínio de regra de três:

Se, em 1 mês pagam 3% de juros, então, em 2 meses pagam 6% de juros.

Poderíamos determinar quer os juros, quer o montante através de uma simples regra de três. Mas o problema
pediu o valor dos juros. Logo, faremos:

24
Se 100% representam 800,00 (capital) então, 6% representam J = ? (juros).

Resolvendo a regra de três, vem:

Portanto, os juros a receber são de R$ 48,00.

2. Um capital de R$ 23.500,00 foi aplicado durante 8 meses à taxa de 9% a. a. Determine o montante


desta aplicação.
Resolução:
A taxa é de 9% ao ano mas a aplicação durou 8 meses.
Se em um ano (12 meses) a aplicação paga 9%, então, em 8 meses a aplicação paga x%.
Com uma regra de três teremos:

Desse modo, podemos escrever:

Veja que o montante é 106% do capital!

Portanto, o montante foi de R$ 24.910,00.

3. Uma aplicação de R$ 50.000,00 pelo prazo de 8 meses resultou num montante de R$ 66.000,00. Qual
foi a taxa mensal desta aplicação?
Resolução:
Lembrando que os juros são a variação (diferença) do capital aplicado para o montante, teremos:

Pelo esquema vemos que:


(capital) 50.000 correspondem a 100%
(juros) 16.000 correspondem a x% (taxa para 8 meses)

Desse modo teremos:

Como a taxa pedida foi a taxa mensal, faremos:

Se em 8 meses a taxa é de 32%, então em 1 mês a taxa é de y%.

25
Portanto, a taxa é de 4% a.m. (ao mês).

4. De quanto será o juro produzido por um capital de R$ 2.300,00, aplicado durante 3 meses e 10 dias,
à taxa de 12% ao mês?
Resolução:
O enunciado apresentou um prazo em meses e dias, mas não indicou se o juro deve ser comercial ou exato.
Presume-se, em casos como este, que o juro seja comercial.

Pela convenção do prazo comercial, 3 meses e 10 dias nos dão:

3 meses + 10 dias = (3 x 30) + 10 dias = 90+ 10 dias = 100 dias


Agora, calculamos a taxa equivalente para os 100 dias (regra de três)

30 dias ............... pagam ............... 12%


100 dias ............. pagam ............... X%

Finalmente, determinamos o juro pedido:

Portanto, o juro é de R$ 920,00.

5. Determinar quantos dias, exatamente, durou uma aplicação que teve início em 18 de maio de certo
ano e término em 10 de setembro do mesmo ano.
Resolução:
Quando esta situação ocorre no meio de um problema em provas de concursos, quase sempre somos
obrigados a resolvê-la sem o auxílio da chamada "tabela para contagem de dias entre datas". Entretanto, é
possível resolvê-la com o seguinte procedimento:

1° passo: Multiplicar por 30 a diferença entre o mês de término e o mês de início. ( obs.: devemos subtrair 2
dias do resultado se passarmos de fevereiro para março).
De maio até setembro, são 4 meses: 4 x 30 = 120 dias

2° passo: Acrescentar mais 1 dia para cada dia 31 compreendido entre as datas de início e término.

3° passo: Adicionar o dia do término e subtrair o dia do início, obtendo o número exato de dias.
término: dia 10 ......... + 10 dias
início: dia 18 ............. - 18 dias

Portanto, transcorreram exatamente:


120 + 3 + 10 – 18 = 115 dias.

6. Um capital de R$ 5.300, 00 foi aplicado no dia 25 de março de um certo ano, à taxa anual de 10%.
Considerando o critério de juros simples exatos, qual o valor do montante desta aplicação em 6 de
junho do mesmo ano?

Resolução:
Devemos, inicialmente, determinar a duração exata da aplicação, em dias.

26
Agora, devemos ajustar a taxa de juros ao prazo de 73 dias da aplicação, pelo critério dos juros exatos, ou
seja, 1 ano = 365 dias.

Regra de três:
em 365 dias (1 ano) ........... temos ............10%
então, em 73 dias .............. teremos .........X%

Então, os juros obtidos durante os 73 dias são 2% de R$ 5.300,00.

Portanto, o montante procurado é igual a R$ 5.406,00, pois:

5.300 + 106 = 5.406

7. Calcular os juros simples de R$ 1.200,00 a 13 % a.t. por 4 meses e 15 dias.


0.13 / 6 = 0.02167
logo, 4m15d = 0.02167 x 9 = 0.195
j = 1.200 x 0.195 = 234

8 - Calcular os juros simples produzidos por R$40.000,00, aplicados à taxa de 36% a.a., durante 125
dias.
Temos: J = P.i.n
A taxa de 36% a.a. equivale a 0,36/360 dias = 0,001 a.d.
Agora, como a taxa e o período estão referidos à mesma unidade de tempo, ou seja, dias, poderemos
calcular diretamente:
J = 40000.0,001.125 = R$5000,00

9 - Qual o capital que aplicado a juros simples de 1,2% a.m. rende R$3.500,00 de juros em 75 dias?
Temos imediatamente: J = P.i.n ou seja: 3500 = P.(1,2/100).(75/30)
Observe que expressamos a taxa i e o período n em relação à mesma unidade de tempo, ou seja, meses.
Logo,
3500 = P. 0,012 . 2,5 = P . 0,030; Daí, vem:
P = 3500 / 0,030 = R$116.666,67

10 - Se a taxa de uma aplicação é de 150% ao ano, quantos meses serão necessários para dobrar um
capital aplicado através de capitalização simples?
Objetivo: M = 2.P
Dados: i = 150/100 = 1,5
Fórmula: M = P (1 + i.n)

Desenvolvimento:
2P = P (1 + 1,5 n)
2 = 1 + 1,5 n
n = 2/3 ano = 8 meses

Exercícios para resolver


Gabarito: no final da Coletânea de exercícios

27
01. Qual o juro obtido na aplicação, durante 3 meses, de um capital de R$ 10.000,00, à taxa de juros simples
de 10% ao mês?

02. Qual o juro obtido na aplicação, durante 2 meses, de um capital de R$ 100.000,00 à taxa de juros simples
de 60% a.m.?

03. Um capital de R$ 100.000,00 foi aplicado à taxa de juros simples de 40% a.m. Após um semestre, qual o
valor do montante obtido?

04. O capital de R$ 9.000,00 foi aplicado à taxa de juros simples de 36% a.a. Após quatro meses, qual é o
valor do montante?

05. De quanto será o juro produzido por um capital de R$ 39.600,00, aplicado durante 300 dias, à taxa de 15%
ao ano?

06. Qual o valor do capital que se deve aplicar, à taxa de 8% ao ano, durante 7 meses, para obter juro de R$
8.568,00?

07. A que taxa anual o capital de Cz$ 288,00, em 2 meses e 15 dias, renderia Cz$ 6,60 de juros simples?

08. Uma certa importância foi aplicada a juros simples de 48% a.a., durante 60 dias. Findo o prazo, o montante
apurado foi reaplicado por mais 120 dias, a uma taxa de 60% a.a., mantendo-se o mesmo regime de
capitalização. Admitindo-se que o último montante foi de R$ 207,36, qual foi o capital inicial da primeira
operação?

09. Calcular a taxa que foi aplicada a um capital de R$ 4.000,00, durante 3 anos, sabendo-se que se um capital
de R$ 10.000,00 fosse aplicado durante o mesmo tempo, a juros simples de 5% a.a., renderia mais R$ 600,00
que o primeiro.

10. Obtive uma renda (juros) total de R$ 1.290,00 proveniente das aplicações de dois capitais a juros de 6%
a.a., durante 4 meses. Se eu aplicasse a diferença entre os dois capitais a 12% a.a., durante o mesmo período,
obteria um rendimento de R$ 540,00. Quais eram os valores dos capitais aplicados?

11. Um capital de R$ 94.000,00 foi aplicado sendo uma parte a 6% a.m., outra a 8% a.m. e o restante a 10%
a.m., todas durante 10 meses. Determine o valor da terceira parte sabendo que os juros das três foram iguais.

12. Dividir o capital de R$ 441.000, em duas partes de modo que a primeira, aplicada a 5,5% ao mês e a
segunda a 60% ao ano, produzam, no fim do mesmo tempo de aplicação, juros de mesmo valor.

13. Dois capitais estão entre si como 2 está para 3. Para que, em períodos de tempo iguais, sejam obtidos
rendimentos iguais para os dois capitais, a taxa de aplicação do menor deles deve superar a do maior em
quantos por cento?

14. Uma pessoa emprega seu capital nas seguintes condições: a terça parte a 15% ao ano, a quinta parte a
18% ao ano e o restante a 21 % ao ano. Qual a taxa única, a que a mesma poderia empregar todo o capital, a
fim de obter o mesmo rendimento anual?

15. Certo capital foi dividido em duas partes iguais que, aplicadas à mesma taxa de juros, produziram
montantes de R$ 1.500,00 e R$ 1.200,00 em 6 meses e 4 meses respectivamente. Qual o valor do capital?

16. Aplicando-se R$ 100.000 durante 90 dias, obteve-se um rendimento de R$ 10.800,00. Qual seria o
rendimento obtido em um ano se a taxa mensal de juros fosse 0,1% maior (x% + 0,1%)?

17. Certo capital foi dividido em duas partes iguais que, aplicadas, produziram montantes de R$ 4.200,00 e R$
3.400,00 em 6 meses e 4 meses respectivamente. Qual era o valor do capital se a taxa de juros da primeira
aplicação estava para a da segunda assim como 2 está para 1?

28
18. Se 6/8 de uma quantia produzem 3/8 desta mesma quantia de juros em 4 anos, qual é a taxa
aplicada?
A) 20% ao ano
B) 125% ao ano
C) 12,5% ao ano
D) 200% ao ano
E) 10% ao ano

19. Um capital de R$ 14.400 aplicado a 22% ao ano rendeu Cr$ 880 de juros. Durante quanto tempo
esteve empregado?
A) 3 meses e 3 dias
B) 3 meses e 8 dias
C) 2 meses e 23 dias
D) 3 meses e 10 dias
E) 27 dias

20. Calcular os juros simples que um capital de R$ 10.000,00 rende em um ano e meio aplicado à taxa
de 6% a.a. Os juros são de:
A) R$ 700,00
B) R$1.000,00
C) R$1.600,00
D) R$ 600,00
E) R$ 900,00

21. Um capital no valor de 50, aplicado a juro simples a uma taxa de 3,6% ao mês, atinge, em 20 dias,
um montante de:
A) 51
B) 51,2
C) 52
D) 53,6
E) 68

22. Qual é o capital que diminuído dos seus juros simples de 18 meses, à taxa de 6% a.a., reduz-se a
R$ 8.736,00?
A) R$ 9.800,00
B) R$ 9.760,66
C) R$ 9.600,00
D) R$ 10.308,48
E) R$ 9.522,24

23. O capital que, investido hoje a juros simples de 12% a.a., se elevará a R$ 1.296,00 no fim de 8 meses,
é de:
A) R$ 1.100,00
B) R$ 1.000,00
C) R$ 1.392,00
D) R$ 1.200,00
E) R$ 1.399,68

24. Se em 5 meses o capital de R$ 250.000,00 rende Cr$ 200.000,00 de juros simples à taxa de 16% ao
mês, qual o tempo necessário para se ganhar os mesmos juros se a taxa fosse de 160% ao ano?
A) 6m
B) 7m
C) 8m
D) 9m
E) 10m

25. Obtendo-se, em 10 meses, R$ 120.000,00 de juros simples pelo empréstimo de um capital de R$


200.000,00 à taxa de 6% a.m. Determine o tempo necessário para se ganharem os mesmos juros, caso

29
a taxa seja de 60% a.a.
A) 8 meses
B) 1 ano e 3 meses
C) 1 ano
D) 10 meses
E) 13 meses

26. Em março de 1990, o governo brasileiro, numa tentativa de acabar com a inflação, reteve o dinheiro
do povo. Uma pessoa verificou que, ao final de 45 dias, à taxa de 4,2% ao mês obteve, de acordo com
seu saldo em cruzados novos, juros de R$ 630,00. Qual foi a quantia retida?
A) R$ 18.000,00
B) R$ 20.000,00
C) R$ 36.000,00
D) R$ 5.000,00
E) R$ 10.000,00

27. Emprestei 1/4 do meu capital, a 8% ao ano, 2/3 a 9% ao ano, e o restante a 6% ao ano. No fim de um
ano recebi R$ 102,00 de juros. Determine o capital.
A) R$ 680,00
B) R$ 840,00
C) R$ 1.200,00
D) R$ 2.530,00
E) R$ 12.600,00

28. A que taxa mensal deverá a firma "O Dura" aplicar seu capital de R$ 300.000,00, para que, em 2
anos e 4 meses, renda juros equivalentes a 98% de si mesmo?
A) 42% a.m.
B) 3,5% a.m.
C) 35% a.m.
D) 4,2% a.m.
E) 18% a.m.

29. Calcule o capital que se deve empregar à taxa de 6% a.m., a juros simples, para se obter R$ 6.000,00
de juros em 4 meses.
A) R$ 10.000,00
B) R$ 25.000,00
C) R$ 100.000,00
D) R$ 180.000,00
E) R$ 250.000,00

30. Se uma pessoa deseja obter um rendimento de R$ 27.000,00, dispondo de R$ 90.000,00 de capital,
a que taxa de juros simples quinzenal o dinheiro deverá ser aplicado no prazo de 5 meses?
A) 10%
B) 5%
C) 3%
D) 8%
E) 5,5%

31. Qual a taxa necessária para que um capital, colocado a juros simples, decuplique de valor em 7
anos?
A) 50% a.a.
B) 128 4/7% a.a.
C) 142 6/7% a.a.
D) 12/7% a.m.
E) 12% a.m.

32. Depositei certa importância em um Banco e, depois de algum tempo, retirei os juros de R$
1.600.000,00, que representavam 80% do capital. Calcular o tempo em que o capital esteve empregado,
se a taxa contratada foi de 16% a.m.

30
A) 5 meses e 20 dias
B) 5 meses
C) 4 meses e 10 dias
D) 4 meses
E) 6 meses e 5 dias

33. O capital de R$ 1.200.000,00 está para seus juros assim como 4 está para 3. Determinar a taxa de
juros, considerando que o capital esteve empregado 1 ano e 3 meses.
A) 6% a.m.
B) 60% a.a.
C) 5% a.a.
D) 66% a.a.
E) 50% a.a.

34. Um investidor aplicou R$ 2.000.000,00, no dia 6/1/86, a uma taxa de 22,5% ao mês. Esse capital terá
um montante de R$ 2.195.000,00.
A) 5 dias após sua aplicação
B) após 130 dias de aplicação
C) aos 15/5/86
D) aos 19/1/86
E) após 52 dias de sua aplicação

35. Certo investidor aplicou R$ 870,00 à taxa de 12% ao mês. Qual o montante, no final de 3 anos?
A) R$ 4.628,40
B) R$ 35.078,40
C) R$ 4.800,40
D) R$ 35.780,40
E) R$ 4.860,40

36. Um imposto no valor de R$ 488,00 está sendo pago com atraso de 3 meses. Se a Prefeitura cobrar
juros de 25% ao ano, o contribuinte terá de pagar um acréscimo de:
A) R$ 30,20
B) R$ 30,30
C) R$ 30,40
D) R$ 30,50
E) R$ 30,60

37. Certo capital, aplicado durante 9 meses à taxa de 35% ao ano, rendeu R$ 191,63 de juros. O valor
desse capital era de:
A) R$ 690,00
B) R$ 700,00
C) R$ 710,00
D) R$ 720,00
E) R$ 730,00

38. Um fogão é vendido por R$ 600.000,00 à vista ou com uma entrada de 22% e mais um pagamento
de R$ 542.880,00, após 32 dias. Qual a taxa de juros mensal envolvida na operação?
A) 5%
B) 12%
C) 15%
D) 16%
E) 20%

39. Quanto se deve aplicar a 12% ao mês, para que se obtenha os mesmos juros simples que os
produzidos por R$ 400.000,00 emprestados a 15% ao mês, durante o mesmo período?
A) R$ 420.000,00
B) R$ 450.000,00
C) R$ 480.000,00
D) R$ 520.000,00

31
E) R$ 500.000,00

40. Se em 5 meses o capital de R$ 250.000,00 rende R$ 200.000,00 de juros simples à taxa de 16% ao
mês, qual o tempo necessário para se ganhar os mesmos juros se a taxa fosse de 160% ao ano?
A) 6m
B) 7m
C) 8m
D) 9m
E) 10m

41. Três capitais são colocados a juros simples: o primeiro a 25% a.a., durante 4 anos; o segundo a
24% a.a., durante 3 anos e 6 meses e o terceiro a 20% a.a., durante 2 anos e 4 meses. Juntos renderam
um juro de R$ 27.591,80. Sabendo que o segundo capital é o dobro do primeiro e que o terceiro é o
triplo do segundo, o valor do terceiro capital é de:
A) R$ 30.2 10,00
B) R$ 10.070,00
C) R$ 15.105,00
D) R$ 20.140,00
E) R$ 5.035,00

42. Mário aplicou suas economias, a juros simples comerciais, em um banco, a juros de 15% a.a.,
durante 2 anos. Findo o prazo reaplicou o montante e mais R$ 2.000,00 de suas novas economias, por
mais 4 anos, à taxa de 20% a.a., sob mesmo regime de capitalização. Admitindo-se que os juros das 3
aplicações somaram R$ 18.216,00, o capital inicial da primeira aplicação era de R$:
A) 11.200,00
B) 13.200,00
C) 13.500,00
D) 12.700,00
E) 12.400,00

43. Carlos aplicou 1/4 de seu capital a juros simples comerciais de 18% a.a., pelo prazo de 1 ano, e o
restante do dinheiro a uma taxa de 24% a.a., pelo mesmo prazo e regime de capitalização. Sabendo-se
que uma das aplicações rendeu R$ 594,00 de juros a mais do que a outra, o capital inicial era de R$:
A) 4.600,00
B) 4.400,00
C) 4.200,00
D) 4.800,00
E) 4.900,00

44. O preço à vista de uma mercadoria é de R$ 100.000. O comprador pode, entretanto, pagar 20% de
entrada no ato e o restante em uma única parcela de R$ 100.160, vencível em 90 dias. Admitindo-se o
regime de juros simples comerciais, a taxa de juros anuais cobrada na venda a prazo é de:
A) 98,4%
B) 99,6%
C) 100,8%
D) 102,0%
E) 103,2%

45. João colocou metade de seu capital a juros simples pelo prazo de 6 meses e o restante, nas mesmas
condições, pelo período de 4 meses. Sabendo-se que, ao final das aplicações, os montantes eram de
R$ 117.000 e R$ 108.000, respectivamente, o capital inicial do capitalista era de:
A) R$ 150.000
B) R$ 160.000
C) R$ 170.000
D) R$ 180.000
E) R$ 200.000

Gabarito

32
01. R$ 3.000,00 02. R$ 120.000,00 03. R$ 340.000,00
04. R$ 10.080,00 05. R$ 4.950,00 06. R$ 183.600,00
07. 11% 08. R$ 160,00 09. 7,5%
10.R$39.000,00 e R$ 25.500,00 11. R$ 24.000,00 12. R$210.000,00 e R$ 231.000,00
13. 50% 14. 18,4% a.a 15. R$ 1.200,00
16. R$ 44.400,00 17. R$ 6.000,00 18. C
19. D 20. E 21. B
22. C 23. D 24. A
25. C 26. E 27. C
28. B 29. B 30. C
31. B 32. B 33. B
34. D 35. A 36. D
37. E 38. C 39. E
40. A 41. A 42. E
43. B 44. C 45. D

Juros Compostos
Cálculo do montante, dos juros, da taxa de juros, do principal e do prazo da operação
financeira.

Chamamos de regime de juros compostos aquele onde os juros de cada período são calculados sobre o
montante do período anterior.

Ou seja, os juros produzidos ao fim de cada período passam a integrar o valor do capital ou montante que
serviu de base para o seu cálculo de modo que o total assim conseguido será a base do cálculo dos juros do
próximo período.

Exemplo:
Vamos acompanhar os montantes, mês a mês, de uma aplicação de R$ 1.000,00 à taxa de 10% a.m. por um
período de 4 meses no regime de juros compostos:

Período juros no fim do período Montante


1º mês 10% de R$ 1.000,00 = R$ 100,00 R$ 1.100,00
2° mês 10% de R$ 1.100,00 = R$ 110,00 R$ 1.210,00
3° mês 10% de R$ 1.210,00 = R$ 121,00 R$ 1.331,00
4° mês 10% de R$ 1.331,00 = R$ 133,10 R$ 1.464,10

Observe que:
• os juros e o montante, no fim do 1° mês, são iguais aos que seriam produzidos no regime de juros simples;
• cada novo montante é obtido calculando-se um aumento de 10% sobre o montante anterior, o que resulta em
aumentos sucessivos a uma taxa fixa de 10%;
• os juros vão se tornando maiores a cada mês, de modo que, após o 1° mês, a diferença entre um montante
calculado no regime de juros compostos ( Mc ) e o correspondente valor no regime de juros simples (MS) vai
se tornando cada vez maior (ver gráfico abaixo).

33
Dá-se o nome de capitalização ao processo de incorporação dos juros ao capital ou montante de uma
operação financeira. Contudo, é comum encontrarmos as expressões regime de capitalização simples e regime
de capitalização composta no lugar de regime de juros simples e regime de juros compostos, respectivamente.

Frequentemente encontraremos, nos enunciados dos problemas, outras expressões usadas para indicar o
regime de juros compostos:

• taxa composta de X% a.m. - indicando juros compostos com capitalização mensal;


• taxa de X% a.a. capitalizados semestralmente - indicando juros compostos e capitalização semestral;
• capitalização composta, montante composto - indicando o regime de juros compostos.

Montante no Regime de Juros Compostos


Como vimos acima, no regime de juros compostos, o montante ao fim de um determinado período resulta de
um cálculo de aumentos sucessivos. Então, sejam:

C= Capital aplicado
M = Montante da aplicação ao fim de n períodos
i = forma unitária da taxa efetiva da aplicação
n = número de períodos de capitalizações
Poderemos expressar o montante (M) em função dos outros três elementos do seguinte modo:

Na fórmula apresentada acima, o montante está isolado. Mas poderemos calcular qualquer um dos quatro
elementos nela envolvidos desde que conheçamos os outros três e isolemos convenientemente o elemento a
ser calculado em cada caso.

Para poupar o trabalho algébrico necessário para isolar cada um dos outros três elementos da fórmula básica
dada acima, apresentamos a seguir os outros elementos também isolados:

Se as duas últimas fórmulas lhe parecem assustadoras, não se desespere, pois felizmente existem as
chamadas tabelas financeiras que foram desenvolvidas justamente para livrá-lo das contas mais complicadas.
Assim, nós aprenderemos a consultar estas tabelas e poderemos trocar o trabalho mais pesado por umas
poucas multiplicações e divisões.

Exercícios Resolvidos
1. Um capital de R$ 200,00 foi aplicado em regime de juros compostos a uma taxa de 20% ao mês.
Calcular o montante desta aplicação após três meses.
Resolução:
Resumindo os dados do problema, temos:
Capital - C = 200
Taxa - i = 20% = 0,2
Períodos de Capitalização - n = 3

Devemos calcular o montante:


M =CX(1+i)n

Substituindo os elementos dados na fórmula do montante, obteremos:


M = 200 x (1+0,2)3

34
M = 200 x (1,2)3
M = 200 x 1,728 = 345,60

Ou seja, o montante da aplicação, após os três meses será de R$ 345,60.

2. Um comerciante consegue um empréstimo de R$ 60.000,00 que deverão ser pagos, ao fim de um


ano, acrescidos de juros compostos de 2% ao mês. Quanto o comerciante deverá pagar ao fim do
prazo combinado?
Resolução:
São dados no enunciado:
C = 60.000
i = 2% = 0,02
n =12
Substituindo estes elementos na fórmula do montante, teremos

A tabela 1 nos mostra os resultados do cálculo de (1+ i )n, para diversos valores de i (que varia a cada
coluna) e de n (que varia a cada linha).

Em nosso caso, procuramos o resultado da potência no cruzamento da coluna que indica i = 2% com a linha
que indica n = 12, encontrando 1,26824.

Assim, a expressão do montante será dada por:


M = 60.000 x 1,26824 = 76.094,40
O comerciante deverá pagar, ao fim do prazo combinado, R$ 76.094,40.

3. Calcular o montante para um capital inicial de R$ 10.000,00 aplicado a juros compostos de 6% a.a.
durante 8 anos e 4 meses.
Resolução:
Primeiramente observaremos que o número de períodos não é inteiro.

uma aproximação bem razoável para o valor do montante composto


procurado.

A técnica consiste em calcular o montante em duas etapas:


1ª etapa - Calcular o montante composto para o maior número possível de períodos inteiros;

2ª etapa - Acrescentar ao resultado da 1ª etapa os juros simples proporcionais à parte fracionária restante do
tempo de aplicação, calculados sobre o montante obtido na 1ª etapa do cálculo.
Assim, no nosso problema teremos:

1°- Cálculo do montante composto, à taxa de 6% a.a., após os 8 anos:

35
2°- Acréscimo dos juros simples proporcionais a 1/3 de ano:
Se em 1 ano...................... temos 6% de juros,
Então, em 1/3 de ano.............. teremos 2% de juros. (regra de três)

Portanto, o acréscimo de juros simples deverá ser de 2% sobre o montante da 1ª etapa e o montante final será:
M = 15.938,50 x (1,02) = 16.257,27
O montante procurado é, portanto, de R$ 16.257,27.

Observação:
•A técnica apresentada acima conduz a resultado idêntico ao encontrado com a aplicação da técnica conhecida
como interpolação linear (a menos de erros de aproximação, comuns nesta última), portanto não a
apresentaremos.

4. Calcular o capital que aplicado à taxa composta de 2% a.m. daria origem a um montante de R$
3.656,97 ao fim de 10 meses.
Resolução:

São dados no problema:


M = 3.656,97
i = 2%=0,02
n = 10

Precisamos calcular o capital que, isolado a partir da fórmula fundamental, nos dará:

Substituindo os dados do problema nesta expressão, teremos:

Então, o capital procurado é de R$ 3.000,00.

5. Um capital de R$ 8.000,00 foi aplicado à taxa composta de 12% a.a., gerando um montante de R$
15.790,56. Determinar quanto tempo durou esta aplicação.
Resolução:

1º- Usando uma tabela financeira


Substituindo os dados do problema na fórmula fundamental, teremos:

Podemos determinar o resultado da potência isolando-a:

Agora, com o auxílio da tabela 1 procuramos o resultado da potência na coluna de 12%, encontrando-o na
linha referente a n = 6. Concluímos, portanto, que a duração da aplicação foi de 6 anos.

2º- Usando logaritmos


Se as tabelas financeiras não fossem fornecidas, seria necessário empregarmos a fórmula que expressa o
número de períodos (n) em função dos outros elementos:

36
Numa prova de concurso, esta situação poderia ser proposta basicamente de duas formas:

Neste caso, deveríamos dividir um valor pelo outro, como indicado na fórmula, para obter n.

b) As alternativas indicariam n em função de expressões com logaritmos.


Neste caso, a resposta correta seria aquela que apresentasse a expressão dada pela fórmula.
Nos restaria, apenas, assinalar a alternativa correspondente.

6. Certa loja anunciou um aparelho de som por R$ 466,56 com pagamento somente após 60 dias da
compra, sem entrada. Porém, se o comprador resolvesse pagar à vista, o mesmo aparelho sairia por
R$ 400,00. Calcular a taxa mensal de juros compostos praticada pela loja.
Resolução:

1° - Usando uma tabela financeira


Os dados do problema são:
C = 400
M = 466,56
n = 2 (60 dias = 2 meses)

Substituindo estes dados na fórmula fundamental, teremos:

Poderemos determinar o resultado da potência, isolando-a na expressão acima:

Agora, com o auxílio da tabela 1 procuramos o resultado da potência na linha de n = 2, encontrando-o na


coluna referente a 8%.

Concluímos, assim, que a taxa mensal de juros compostos praticada pela loja é de 8%.

2° - Sem o uso de tabelas financeiras


Se as tabelas financeiras não fossem fornecidas , seria necessário empregarmos a fórmula que expressa a taxa
(i) em função dos outros elementos:

Substituindo os dados do problema na fórmula, teríamos:

A única dificuldade, a partir deste ponto, seria o cálculo da raiz.


Numa prova de concurso, duas situações poderiam ocorrer a partir deste ponto:

a) O valor da raiz seria dado pronto, ao fim do enunciado do problema.


Então, bastaria efetuar a subtração final para termos a taxa na forma unitária (i = 0,08)

b) As alternativas indicariam i em função de expressões com radicais.

37
Neste caso, a resposta correta seria aquela que apresentasse a expressão dada pela fórmula.
Nos restaria, apenas, assinalar a alternativa correspondente.

Taxas Efetivas e Taxas Nominais


Quando a unidade de tempo indicada pela taxa de juros coincide com a unidade de tempo do período de
capitalização dizemos que a taxa é efetiva.

Exemplos:
taxa de 2% ao mês com capitalização mensal juros de 6% ao trimestre capitalizados trimestralmente
Nos enunciados de problemas de juros compostos onde se dá a taxa efetiva, frequentemente se omite o
período de capitalização, ficando subentendido que este é o mesmo indicado pela taxa.

Exemplos:
taxa de 2% ao mês - significando 2% ao mês, com capitalização mensal.
juros de 6% ao trimestre - significando 6% ao trimestre, com capitalização trimestral.
Entretanto, é comum encontrarmos também em problemas de juros compostos expressões como:

“juros de 72% ao ano, capitalizados mensalmente "


"taxa de 24% ao ano com capitalização bimestral"

Em tais expressões, observamos o que se convencionou chamar de taxa nominal que é aquela cuja unidade
de tempo não coincide com a unidade de tempo do período de capitalização.

Podemos entender a taxa nominal como uma "taxa falsa", geralmente dada com período em anos, que não
devemos utilizar diretamente nos cálculos de juros compostos, pois não produzem resultados corretos. Em seu
lugar devemos usar uma taxa efetiva.

Conversão da Taxa Nominal em Taxa Efetiva


A conversão da taxa nominal em taxa efetiva é feita ajustando-se o valor da taxa nominal proporcionalmente
ao período de capitalização. Isto pode ser feito com uma regra de três simples e direta.

Exemplos:
1. Um problema de juros compostos faz referência a uma taxa de juros de 72% ao ano com
capitalizações mensais. Qual deverá ser a taxa mensal que usaremos para calcular o montante?
Resolução:
Como as capitalizações são mensais, devemos ajustar a taxa nominal anual de 72% para uma taxa mensal,
usando uma regra de três:

Se em 12 meses (1 ano) .........temos 72% de juros, então em 1 mês ..... teremos 72 12 = 6% de juros
Portanto, a taxa nominal de 72% ao ano corresponde a uma taxa efetiva de 6% ao mês (i = 0,06).

2. Uma aplicação financeira paga juros compostos de 8% ao ano, capitalizados trimestralmente. Qual é
a taxa de juros efetiva trimestral praticada nesta aplicação?
Resolução:
As capitalizações são trimestrais. Logo, devemos ajustar a taxa nominal anual de 8% para uma taxa trimestral,
usando uma regra de três:

Se em 12 meses (1 ano) ........ temos 8% de juros, então em 3 meses .....teremos 2% de juros (i = 0,02).
Portanto, a taxa efetiva praticada é de 2% ao trimestre.

Exercício Resolvido

1. Calcular o montante que resultará de um capital de R$ 5.000,00, ao fim de 2 anos, aplicado a juros
compostos de 32% ao ano com capitalização trimestral.
Resolução:
Como a capitalização é trimestral, a taxa efetiva, bem como a duração da aplicação deverão ser indicadas em
trimestres.

38
taxa efetiva:

em 12 meses .............................................32%
em 3 meses .................................................8%

duração da aplicação:

Agora, resumindo os dados do problema, temos:

Capital .................................. C = 5.000


Taxa efetiva ............................. i = 8% = 0,08
Períodos de capitalização ....... n = 8

Devemos calcular o montante:

Substituindo os elementos dados na fórmula, obtemos:


M = 5.000 x (1,08)8
M = 5.000 x 1,85093
M = 9.254,65

Assim, concluímos que o montante procurado é de R$ 9.254,65

Equivalência de Taxas a Juros Compostos


Taxas equivalentes são aquelas que aplicadas ao mesmo capital P, durante o mesmo intervalo de tempo,
produzem o mesmo montante.

Seja o capital P aplicado por um ano a uma taxa anual ia.

O montante S ao final do período de 1 ano será igual a S = P(1 + i a )


Consideremos agora, o mesmo capital P aplicado por 12 meses a uma taxa mensal i m.
O montante S’ ao final do período de 12 meses será igual a S’ = P(1 + im)12

Pela definição de taxas equivalentes vista acima, deveremos ter S = S’.


Portanto, P(1 + i a ) = P(1 + im)12
Daí concluímos que 1 + ia = (1 + im)12

Esta fórmula permite calcular a taxa anual equivalente a uma determinada taxa mensal conhecida.

Exemplo:
Qual a taxa de juros anual equivalente a 1% a. m.?
Ora, lembrando que 1% = 1/100 = 0,01, vem:
1 + ia = (1 + 0,01)12 ou 1 + ia = 1,0112 = 1,1268
Portanto, ia = 1,1268 – 1 = 0,1268 = 12,68%

Observe, portanto, que no regime de juros compostos, a taxa de juros de 1% a.m. equivale à taxa anual de
12,68% a.a. e não 12% a.a., como poderia parecer para os mais desavisados.
Podemos generalizar a conclusão vista no parágrafo anterior, conforme mostrado a seguir.

Seja:
ia = taxa de juros anual
is = taxa de juros semestral
im = taxa de juros mensal

39
id = taxa de juros diária

As conversões das taxas podem ser feitas de acordo com as seguintes fórmulas:
1 + im = (1 + id)30 [porque 1 mês = 30 dias]
1 + ia = (1 + im)12 [porque 1 ano = 12 meses]
1 + ia = (1 + is)2 [porque 1 ano = 2 semestres]
1 + is = (1 + im)6 [porque 1 semestre = 6 meses]

todas elas baseadas no mesmo princípio fundamental de que taxas equivalentes aplicadas a um mesmo
capital, produzem montantes iguais.

Não é necessário memorizar todas as fórmulas.

Basta verificar a lei de formação que é bastante clara. Por exemplo, se iq = taxa de juro num quadrimestre,
poderíamos, por exemplo, escrever:
1 + ia = (1 + iq)3 [porque 1 ano = 3 quadrimestres]

Perceberam?
Exercícios Resolvidos

1 - Qual a taxa anual equivalente a 5% ao semestre?


Resolução:
Teremos: 1 + ia = (1 + is)2
Como 5% = 0.05, vem: 1 + ia = 1,052 \ ia = 0,1025 = 10,25%

2 - Qual a taxa mensal equivalente a 20% ao ano?


Resolução:
Teremos: 1 + ia = (1 + im)12
Como 20% = 20/100 = 0,20, vem:
1 + 0,20 = (1 + im)12
1,20 = (1 + im)12
Dividindo ambos os expoentes por 12, fica:
1,201/12 = 1 + im
Usando uma calculadora científica – a do Windows também serve – obteremos o valor de
im = 0,0153 = 1,53% a.m.

Exercícios para resolver 1


Gabarito: no final da Coletânea de exercícios

1) Qual a taxa anual equivalente a 0,5% ao mês?

2) Qual a taxa mensal equivalente a 12,62% ao semestre?

3) Uma taxa diária de 1%, equivale a que taxa mensal?

Gabarito
1) 6,17% a.a. 2) 2% a.m. 3) 37,48%

Taxa Real e Taxa Aparente


Consideremos que um banco tenha oferecido uma determinada aplicação pagando uma taxa efetiva de 10%
a.a. Se no mesmo período for registrada uma inflação da ordem de 6% a.a., então diremos que a taxa de 10%
a.a. oferecida pelo banco não foi a taxa real de remuneração do investimento mas uma taxa aparente, pois os
preços, no mesmo período, tiveram um aumento de 6%.

40
Se compararmos o que ocorreria com dois investimentos de R$100,00, o primeiro sendo remunerado à taxa
de 10% a.a. e o segundo recebendo apenas a correção monetária devida à inflação de 6% a.a., teremos:

Montante da aplicação a juros de 10%:


100,00 x 1,10 = 110,00

Montante da aplicação sujeita apenas à taxa de correção monetária de 6%:


100,00 x 1,06 = 106,00

Se o investidor recebesse, ao fim do investimento exatamente R$106,00 não teria havido ganho nenhum pois
o único acréscimo recebido teria sido o da correção monetária. Como o investidor recebeu R$110,00, o seu
ganho real foi de R$4,00 em relação a R$106,00, ou seja:

Sejam as taxas unitárias e referentes a um mesmo prazo:

Poderíamos chegar ao mesmo resultado utilizando a relação:

Observe que, ao contrário do que possa parecer a princípio, a taxa aparente iA não é igual à soma da taxa
de inflação ii com a taxa real iR, mas sim:

Exercícios para resolver 2


Gabarito: no final da Coletânea de exercícios

01. Se para um mesmo capital, aplicado durante qualquer período de tempo maior do que zero e a
uma certa taxa, chamarmos:
M1- Montante calculado no regime de juros simples;
M2- Montante calculado no regime de juros compostos pela convenção exponencial;
M3 - Montante calculado no regime de juros compostos pela convenção linear.
Teremos:
A) M3 > M 1 para qualquer t > 0 ;
B) M3 = M 1 para qualquer 0 < t < 1;
C) M3 < M2 para qualquer t > 0, desde que não seja inteiro;
D) M3 < M2 quando t é inteiro;
E) M2 > M1 para qualquer t > 0.

02. A aplicação de R$ 5.000,00 à taxa de juros compostos de 20% a.m. Irá gerar, após 4 meses, o
montante de:
A) R$10.358,00
B) R$10.368,00
C) R$10.378,00
D) R$ 10.388,00

41
03. Um investidor aplicou a quantia de R$ 20.000,00 à taxa de juros compostos de 10% a.m. Que
montante este capital irá gerar após 3 meses?
A) R$ 26.420,00
B) R$ 26.520,00
C) R$ 26.620,00
D) R$ 26.720,00

04. Um capital de US$ 2.000,00, aplicado à taxa racional composta de 5% a.m., em 1 ano produz um
montante de quantos dólares? Dado: (1,05)12 = 1,79586.
A) US$ 3.291,72
B) US$ 3.391,72
C) US$ 3.491,72
D) US$ 3.591,72

05. A aplicação de um capital de R$ 10.000,00, no regime de juros compostos, pelo período de três
meses, a uma taxa de 10% ao mês, resulta, no final do terceiro mês, num montante acumulado:
A) de R$ 3.000,00;
B) de R$13.000,00;
C) inferior a R$ 13.000,00;
D) superior a R$ 13.000,00;
E) menor do que aquele que seria obtido pelo regime de juros simples.

06. Se um capital cresce sucessiva e cumulativamente durante 3 anos, na base de 10% ao ano, seu
montante final é:
A) 30% superior ao capital inicial;
B) 130% do valor do capital inicial;
C) aproximadamente 150% do capital inicial;
D) aproximadamente 133% do capital inicial.

07. Um investidor aplicou a quantia de R$ 100.000,00 à taxa de juros compostos de 10% a.m. Que
montante este capital irá gerar após 4 meses?
A) R$ 140.410,00
B) R$ 142.410,00
C) R$144.410,00
D) R$ 146.410,00

08. A caderneta de poupança remunera seus aplicadores à taxa nominal de 6% a.a., capitalizada
mensalmente no regime de juros compostos. Qual é o valor do juro obtido pelo capital de R$ 80.000,00
durante 2 meses?
A) R$ 801,00
B) R$ 802,00
C) R$ 803,00
D) R$ 804,00

09. No Brasil as cadernetas de poupança pagam, além da correção monetária, juros compostos à taxa
nominal de 6% a.a., com capitalização mensal.
A taxa efetiva bimestral é então de:
A) 1,00025% a.b.
B) 1,0025% a.b.
C) 1,025% a.b.
D) 1,25% a.b.

10. A taxa de 30% ao trimestre, com capitalização mensal, corresponde a uma taxa efetiva bimestral de:
A) 20%
B) 21 %
C) 22%
D) 23%
E) 24%

42
11. O preço de uma mercadoria é R$ 2.400,00 e o comprador tem um mês para efetuar o pagamento.
Caso queira pagar à vista, a loja dá um desconto de 20%. O mercado financeiro oferece rendimento de
35% ao mês.
Assinale a opção correta.
A) A melhor opção é o pagamento à vista,
B) Não há diferença entre as duas modalidades de pagamento.
C) No pagamento a prazo, o comprador lucra, no fim do mês, R$ 192,00.
D) No pagamento a prazo, o comprador lucra, no fim do mês, R$ 210,00.
E) No pagamento a prazo, o comprador lucra, no fim do mês, R$ 252,00.

12. Uma pessoa aplicou R$ 10.000 a juros compostos de 15% a.a., pelo prazo de 3 anos e 8 meses.
Admitindo-se a convenção linear, o montante da aplicação ao final do prazo era de:
A) R$ 16.590
B) R$ 16.602
C) R$ 16.698
D) R$ 16.705
E) R$ 16.730
Obs.: (1,15)3 = 1,5209

13. Uma aplicação é realizada no dia primeiro de um mês, rendendo uma taxa de 1% ao dia útil, com
capitalização diária. Considerando que o referido mês possui 18 dias úteis, no fim do mês o montante
será o capital inicial aplicado mais:
A) 20,324%
B) 19,6147%
C) 19,196%
D) 18,174%
E) 18%

14. Um título de valor inicial R$ 1.000,00, vencível em um ano com capitalização mensal a uma taxa de
juros de 10% ao mês, deverá ser resgatado um mês antes do seu vencimento. Qual o desconto
comercial simples à mesma taxa de 10% ao mês?
A) R$ 313,84
B) R$ 285,31
C) R$ 281,26
D) R$ 259,37
E) R$ 251,81

15. Um capital de R$ 100.000 foi depositado por um prazo de 4 trimestres à taxa de juros de 10% ao
trimestre, com correção monetária trimestral igual à inflação. Admitamos que as taxas de inflação
trimestrais observadas foram de 10%, 15%, 20% e 25% respectivamente. A disponibilidade do
depositante ao final do terceiro trimestre é de, aproximadamente:
A) R$ 123.065
B) R$ 153.065
C) R$ 202.045
D) R$ 212.045
E) R$ 222.045

16. Um certo tipo de aplicação duplica o valor da aplicação a cada dois meses. Essa aplicação renderá
700% de juros em:
A) 5 meses e meio;
B) 6 meses;
C) 3 meses e meio;
D) 5 meses;
E) 3 meses.

17. A taxa de 40% ao bimestre, com capitalização mensal, é equivalente a uma taxa trimestral de:
A) 60,0%
B) 66,6%

43
C) 68,9%
D) 72,8%
E) 84,4%

18. Uma empresa aplica R$ 300 à taxa de juros compostos de 4% ao mês por 10 meses. A taxa que mais
se aproxima da taxa proporcional mensal dessa operação é:
A) 4,60%
B) 4,40%
C) 5,00%
D) 5,20%
E) 4,80%

19. Para que se obtenha R$ 242,00, ao final de seis meses, a uma taxa de juros de 40% a.a., capitalizados
trimestralmente, deve-se investir, hoje, a quantia de:
A) R$ 171,43
B) R$ 172,86
C) R$ 190,00
D) R$ 200,00
E) R$ 220,00

20. Determinada quantia é investida à taxa de juros compostos de 20% a.a., capitalizados
trimestralmente. Para que tal quantia seja duplicada, deve-se esperar

21. A renda nacional de um país cresceu 110% em um ano, em termos nominais.


Nesse mesmo período, a taxa de inflação foi de 100%. O crescimento da renda real foi então de:
A) 5%
B) 10%n
C) 15%
D) 105%
E) 110%

22. Acerca das taxas utilizadas em juros compostos, julgue os itens a seguir.
A) Capitalização composta é aquela em que a taxa de juros incide sempre sobre o valor obtido pela soma do
capital inicial e dos juros acumulados até o período anterior.
B) Duas taxas referentes a períodos distintos de capitalização são equivalentes, quando produzem o mesmo
montante no final de determinado período de tempo, pela aplicação de um mesmo capital inicial.
C) Quanto maior o número de capitalizações, maior é a taxa efetiva.
D) Para uma mesma taxa nominal, pagamentos de menor periodicidade implicam uma taxa efetiva mais
elevada.
E) A taxa efetiva de 21% ao ano corresponde à taxa nominal anual de 20%, capitalizadas semestralmente.

23. Deseja-se comprar um bem que custa X cruzeiros, mas dispõe-se apenas de 1/3 desse valor. A
quantia disponível é, então, aplicada em um Fundo de Aplicações Financeiras, à taxa mensal de 26%,

44
enquanto que o bem sofre mensalmente um reajuste de 20%. Considere as aproximações:
log 3 = 0,48;
log 105 = 2,021;
log 0,54 = -0,27.
Assinale a opção correta.
A) Ao final do primeiro ano de aplicação, o bem poderá ser adquirido com o montante obtido.
B) O número n de meses necessários para o investimento alcançar o valor do bem é dado pela fórmula: X/3 +
n 0,26 X/3 = X + n 0,2X
C) O número mínimo de meses de aplicação necessários a aquisição do bem será 23.
D) Decorridos 10 meses, o montante da aplicação será 40% do valor do bem naquele momento.
E) O bem jamais poderá ser adquirido com o montante obtido.

24. Acerca de uma aplicação realizada na mesma data e referente a dois capitais (C1 e C2) de valores
iguais, pelo prazo de um ano, capitalizados semestralmente, à taxa nominal de 42% ao ano, para o
capital C1, e à taxa efetiva de 21 % ao ano, para o capital C2, julgue os itens abaixo.
A) A taxa nominal, para a aplicação do capital C2, é igual a 20% ao ano.
B) A taxa de capitalização semestral do capital C 1, é igual a 20%.
C) A taxa de capitalização semestral do capital C 1, é exatamente o dobro da taxa de capitalização semestral
do capital C2.
D) O montante do capital C1 é 21% maior que o montante do capital C2, no prazo estabelecido para a aplicação.
E) Se apenas o capital C2 for reaplicado por mais um ano, à mesma taxa estabelecida, o montante de C 2 (ao
final do 2° ano de aplicação) será igual ao montante de C1, (ao final do 1° ano de aplicação).

Gabarito
1. B 2. B 3. C 4. D
5. D 6. D 7. D 8. B
9. B 10. B 11. C 12. E
13. B 14. A 15. C 16. B
17. D 18. E 19. D 20. B
21. A 22. C - C- E - E - C 23. C 24. C - E - E - C - C

Sistemas de amortização
Sistema price; Sistema SAC.

Sistema Price de Amortização


Um sistema de amortização é a forma como uma pessoa paga a sua dívida mensalmente ao tomar um
empréstimo junto a uma instituição financeira. Ao comprar um imóvel financiado, seja para morar ou mesmo
para investir, o comprador tem duas opções de pagamento dessa dívida: uma que funciona pela Tabela Price
e outra de acordo com a Tabela SAC (Sistema de Amortização Constante).

Porém, nem sempre o adquirente do bem sabe o que elas são e o que avaliar para escolher, principalmente
no que diz respeito à tabela Price, menos popular do que a SAC. É muito importante entender como cada uma
delas funciona, pois são tabelas muito diferentes e influenciam até no preço final da compra.

Elaboramos este artigo para lhe ajudar a entender como funcionam a tabela Price e a SAC e quais são as
diferenças que possuem entre si. Continue a leitura e fique por dentro do assunto.

Método da Tabela Price


Esse sistema foi criado ainda no século XVIII pelo francês Richard Price, que deu nome ao modelo. Ele foi
desenvolvido com o objetivo de viabilizar o pagamento de pensões e aposentadorias e foi adotado pelo
mercado financeiro com o passar dos anos. Hoje tornou-se uma das mais importantes formas de parcelamento
de compras a prazo, assim como o Sistema de Amortização Constante.

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Nesse modelo de pagamento do financiamento, as primeiras prestações são compostas, na maior parte, por
juros. Progressivamente, enquanto as parcelas vão avançando, os valores de amortização dentro das
prestações aumentam — e os juros diminuem. No entanto, o preço das mensalidades continua sempre o
mesmo, da primeira à última, apenas tendo suas composições alteradas.

Pelo andamento desse método, ele também é chamado de amortização crescente. Por exemplo: no início do
pagamento, 80% de uma prestação serve para amortizar o valor do imóvel, enquanto, na última parcela, pode-
se ter 95% do preço ou mais destinado à amortização.

Em resumo, é um sistema de amortização em que as parcelas do empréstimo possuem valores iguais. Esse
sistema está presente na maioria das compras parceladas, em que o preço à vista da mercadoria é diferente
do total parcelado com os juros compostos embutidos.

Cálculo pela Price


Com o método Price, o cálculo das parcelas de uma prestação é feito de acordo com uma fórmula em que o
valor da prestação é determinado em função do valor presente do bem em questão, assim como a taxa de
juros e o período de financiamento. Seu resultado fornece uma tabela com os valores dos juros de cada
prestação.

Dessa forma, ainda que o saldo devedor cresça de acordo com os juros, o pagamento das parcelas anteriores,
assim como a amortização de parte do saldo devedor, impedem o valor das parcelas de crescer.

Por exemplo, se o crédito for R$ 450 mil e a taxa de juros for de 1%, para um financiamento de 60 meses, a
primeira parcela poderá ser de R$ 12 mil — R$ 7.500 de amortização e R$ 4.500 de juros. Já na segunda
parcela, quando o imóvel tiver R$ 443 mil a amortizar, os juros serão de R$ 4.430. Então, a amortização, para
completar a prestação de R$ 12 mil, ficará em R$ 7.570.

Como calcular o valor das prestações do sistema price de amortização através da fórmula dos
juros compostos

Para se calcular o valor das prestações podemos usar a fórmula de juros compostos para encontrar a prestação
de uma série de pagamentos.

Tabela Price fórmula

Onde,
 PV é o valor financiado
 i é a taxa de juros
 e n é o número de parcelas

Suponha que tenhamos a seguinte situação:

Um financiamento de R$ 1.000,00 a ser pago em 4 prestações mensais com uma taxa de juros compostos
de 5% ao mês.

Neste caso temos as seguintes informações:


 PV= 1.000,00
 i= 5%= 0,05
 n = 4 meses

Para calcular a prestação da tabela price basta substituir na fórmula anterior os dados do problema.

46
Fazendo os cálculos acima teremos para este financiamento 4 prestação constantes de R$ 282,01.

Diferenças entre Price e SAC


Diante da possibilidade de financiamento imobiliário, o cliente pode escolher entre uma das opções de sistemas
de amortização do empréstimo para pedir ao banco ou construtora. Como visto, são elas quem definem a forma
como a dívida será paga durante o financiamento.

Como visto, na Tabela Price, as parcelas são fixas. É um sistema em que a maior parte da primeira prestação
é composta por juros. Assim, durante o financiamento, o valor pago em juros diminui e o valor pago em
amortização aumenta, sem que o valor da parcela se altere.

Já no caso do SAC, o valor de amortização durante o financiamento permanece o mesmo, mas o que diminui
é o valor pago em juros, o que permite uma redução do valor da prestação durante o contrato.

Na amortização constante, todas as prestações são compostas por um valor igual destinado à quitação
exclusiva do valor do bem comprado, enquanto pela Tabela Price esse percentual é crescente.

Quanto às parcelas, fixas no método de amortização crescente, pela Tabela SAC passam a ser decrescentes.
Isso ocorre por conta de uma semelhança entre as tabelas: os juros decrescem. Pois, conforme o valor devido
pelo patrimônio diminui, a incidência de juros acompanha.

Em resumo, com a tabela SAC, a parcela cai porque da primeira até a última há uma diminuição progressiva
dos juros, enquanto a Price tem como principal característica o fato de as parcelas serem constantes durante
todo o período em que o bem é financiado.

Cálculo pela SAC


No cálculo de financiamentos da tabela SAC, é aplicada a amortização correspondente acrescida dos juros
aplicados no cálculo do saldo final em cada parcela mensal. Parece confuso? Não se preocupe, de uma
maneira simplificada, a conta pode ser feita com o uso de uma fórmula, da seguinte maneira:

Valor da parcela = amortização + juros


Para fazer o cálculo do percentual de amortização é preciso dividir o valor da dívida pelo número de meses
acordado entre as partes para a realização do pagamento. Utilizando o imóvel já citado para ilustrar a Tabela
SAC, poderíamos fixar a amortização em R$ 7.500 para quitação do crédito em 60 vezes e, com 1% de juros,
teríamos R$ 4.500 de juros na primeira parcela — sendo essa também de R$ 12 mil.

Já no segundo pagamento, a amortização restante seria de R$ 443 mil e a parcela ficaria em R$ 11.930. Ou
seja, a segunda prestação reduziria em relação à Tabela Price, pois a amortização fixa continuaria enquanto
os juros seguiriam diminuindo.

Preço final
É importante que o consumidor saiba lidar com as opções disponíveis para evitar gastos desnecessários na
hora de ir ao mercado. Nesse sentido, pelas diferenças que vimos, a Price torna a compra sempre mais cara
para o consumidor. No exemplo que usamos, em 40 meses seriam pagos R$ 480 mil por esse método. Já pelo

47
SAC, o valor amortizado nesse período seria de R$ 300 mil, o que representa uma diferença realmente
significativa.

Então, a 41ª prestação já ficaria em R$ 10.500 (R$ 7.500 + R$ 3 mil) e seguiria baixando — enquanto as
prestações da Price continuariam em R$ 12 mil. A equação é simples: as mensalidades são reduzidas e somam
um valor menor, ao final.

Principais vantagens da tabela price


Os benefícios provenientes da utilização da tabela estão relacionados ao crescimento e manutenção de um
orçamento saudável, pois possibilitam uma projeção segura e frutuosa de despesas. Entenda os
desdobramentos dessas vantagens a seguir.

Prestações fixas
Com as prestações fixas, o empreendedor deve apenas se preocupar em cumprir seu compromisso mensal.
Você não será surpreendido com cobranças adicionais de reajustes durante o financiamento, o que pode abalar
o seu planejamento.

Dessa forma, você poderá tomar decisões muito mais assertivas e seguras, aproveitando ao máximo a
rentabilidade da companhia sem a necessidade de reservar uma quantia excedente para eventuais valores
inéditos.

Possibilidade de pagar antecipado


Caso ocorram hipóteses em que você obtém um capital extra, como datas festivas, aumento substancial do
lucro em seu negócio, entre outras eventualidades, você pode optar em quitar antecipadamente as últimas
parcelas do financiamento com a receita adicional, e poderá receber um excelente desconto no compromisso.

Sua desvantagem
Basicamente, as desvantagens dessa tabela consistem apenas nos juros mais altos. Como o valor das parcelas
do financiamento serão sempre os mesmos, você acaba pagando juros maior no final, isso independe do
número de parcelas ou do percentual dos juros.

À primeira vista, essa informação pode dar a impressão de que a tabela price é desvantajosa, entretanto, o
abatimento de financiamento pode ser bastante benéfico, como também há diversas situações em que ela será
preferível.

Abatimento de financiamentos pelo price


O abatimento consiste em um sistema de amortização, ou seja, o pagamento da parte de uma dívida com o
intuito de reduzi-la até a sua eliminação. No sistema de Amortização constante – SAC, ela ocorre de forma
constante e decrescente.

Já na tabela price, a prestação deve ser constante em todo o financiamento, por essa razão entende-se que o
valor da dívida será crescente, pois os juros caem, porém o valor da parcela será o mesmo.

Essa modalidade de abatimento de valores permite que as primeiras prestações sejam menores que a aplicada
no SAC. A partir disso, existem situações específicas em que ela será mais benéfica.

Situações que a tabela é mais utilizada


Enquanto o SAC é amplamente utilizado em dívidas a longo prazo, como a aquisição de imóveis, o sistema
Price é bastante popular para financiamentos com prazos menores, alguns exemplos são aquisições de:

 bens de consumo;
 veículos;
 empréstimos e crediários em geral;
 demais situações em que é viável financiar por pouco tempo.

Como inicialmente esse sistema é mais vantajoso, ele é ideal para aqueles profissionais em ascensão
profissional, que receberão um aumento em seus rendimentos em pouco tempo ou cujos retornos serão
excelentes.

48
Além disso, também facilita o planejamento de um orçamento mensal ao contratante, pois as variações
menores tornam o compromisso mais exato e as contas serão mais simples.

Outro fator que tornou a Tabela Price mais viável, consiste na recente diminuição e estabilização da inflação.
Nos períodos de crise econômica, a alta inflação da moeda corrói a renda, o que geralmente é compensado
pela amortização decrescente.

Entretanto, como houve uma considerada redução dos índices inflacionários, não há mais o receio de ter sua
renda prejudicada pela desvalorização da moeda, abrindo portas para a opção pelo Price.

Essa diferença mostra que com um bom planejamento e acesso às informações certas, você pode obter
benefícios fundamentais na hora de fechar negócio. Após a leitura dessa publicação, você sabe exatamente
quando a Tabela Price será favorável, seja para fins pessoais ou empresariais.

Amortização - SAC
(Sistema de Amortização Constante)

Neste sistema, o devedor obriga-se a restituir o principal em n prestações nas quais as cotas de amortização
são sempre constantes. Ou seja, o principal da dívida é dividido pela quantidade de períodos n e os juros são
calculados em relação aos saldos existentes mês a mês. A soma do valor de amortização mais o dos juros é
que fornecerá o valor da prestação. Não há necessidade de fórmulas complicadas mas você precisará montar
uma planilha em situações de períodos mais ou menos longos. Esse tipo de empréstimo é usado pelo SFH e
também, em certos casos, em empréstimos às empresas privadas através de entidades governamentais.

A Tabela SAC é utilizada para abater uma dívida constante e fixa. Mas, o que muitos não sabem, é que as
parcelas das prestações podem apresentar valores diferentes. Isto acontece devido a inclusão das taxas de
juros, que podem ocasionar esta diferença ao longo do tempo.

Na prática, o que acontece é que as primeiras parcelas terão um valor mais alto, enquanto as últimas vão
apresentar valores menores. Esta situação ocorre porque os juros incidem sobre o montante que o cliente
ainda deve ao banco.

Ou seja, quanto mais perto do fim da dívida, menor é o valor da parcela, já que os juros vão incidir sobre o
montante que o cliente ainda deve ao banco.

O significado de amortizar o financiamento


A amortização significa que você está pagando de forma parcial ou total o saldo devedor.

No momento em que você financia um automóvel ou uma casa, você assume um compromisso do pagamento
da dívida (a amortização) acrescida de taxas de juros e outros custos.

Vamos imaginar que você escolheu um financiamento habitacional. Então, as prestações geralmente serão
compostas:
 valor principal, que é o objeto da amortização;
 juros;
 encargos; e
 seguros que você tenha concordado em contratar.

Assim que você assina o contrato do financiamento, é possível conferir se as prestações possuem valores fixos
ou variáveis, além de certificar qual o tipo de tabela foi adotado para o pagamento.

Lembrando que desde a primeira prestação, você já está amortizando o saldo devedor.

Entenda como funciona o cálculo da amortização


Para melhor entendimento sobre a utilização da Tabela SAC, vamos supor que você solicitou um financiamento
de R$2.000 reais. E este valor você negociou para ser quitado em quatro parcelas. Com a tabela de
amortização SAC, podemos entender que este valor será dividido em parcelas iguais de R$500 reais.

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No entanto, você precisa ter em mente que o que vai sofrer alteração a cada mês é o abatimento da taxa de
juros.

Se levarmos em consideração que o valor total dos juros será de R$60 reais, então podemos presumir que ele
será distribuído da seguinte forma para cada mês:

1ª parcela: 23;
2ª parcela: 17;
3ª parcela: 13;
4ª parcela: 07.
Diante disso, podemos considerar que as quatro parcelas do financiamento, serão apresentadas da seguinte
forma:

1ª parcela: 523;
2ª parcela: 517;
3ª parcela: 513;
4ª parcela: 507.
Como é possível perceber, a primeira parcela do empréstimo possui um valor alto, mas com o passar do tempo,
ocorre uma redução gradual. Esta diminuição na quantia a ser paga é fruto da diminuição da atuação dos juros
nos pagamentos.

Exemplo:
Na compra de um apartamento de R$ 300.000,00, você faz um financiamento em um banco com juros de 4%
a.m., a ser pago em 5 meses. Calcule a prestação mensal.

Bom, o valor da amortização é calculado dividindo-se o principal pela quantidade de períodos, ou seja, 300.000
por 5 que dá 60.000 Os juros são calculados sobre os saldos da prestação, assim:
1º mês 300.000 * 4% = 12.000,00
2º mês 240.000 * 4% = 9.600,00
3º mês 180.000 * 4% = 7.200,00
4º mês 120.000 * 4% = 4.800,00
5º mês 60.000 * 4% = 2.400,00

Os saldos são calculados subtraindo-se apenas o valor da amortização. Por exemplo, no primeiro mês você
pagará R$ 72.000,00 de prestação mas do saldo devedor será subtraído apenas o valor da amortização que é
R$ 60.000,00 e por aí vai...

Ou seja, ao final você pagará R$ 336.000,00 em 5 prestações, sendo a primeira de R$ 72.000,00, a segunda
de R$ 69.600,00, a terceira de R$ 67.200,00, a quarta de R$ 64.800,00 e a quinta de R$ 62.400,00. Disso, R$
300.000,00 corresponde ao principal e R$ 36.000,00 aos juros.

Outro Exemplo
Para calcular o valor da amortização basta dividir o valor financiado pelo número de meses. Suponha
um financiamento de 110.500,00 em 360 meses à 0,72% ao mês:

Amortização = 110500/360 = 306,94


1a parcela = 306,94 + 0,72%*110500 = 1.102,54
2a parcela = 306,94 + 0,72%*(110500-1*306,94) = 1.100,33
3a parcela = 306,94 + 0,72%*(110500-2*306,94) = 1.098,12
...
...
...

Amortização - SAM
(Sistema de Amortização Mista)

Esse sistema é baseado no SAC e no Sistema Price. Nesse caso, a prestação é igual à média aritmética entre
as prestações dos dois outros sistemas, nas mesmas condições.

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Esse é o caso típico daquela frase: para quê simplificar se pode complicar... na verdade é apenas mais uma
forma de se fazer um pagamento, uma outra alternativa que o cliente tem para quitar suas dívidas...

Exemplo:
Na compra de um apartamento de R$ 300.000,00, você faz um financiamento em um banco com juros de 4%
a.m., a ser pago em 5 meses. Calcule a prestação mensal:

Esse problema já foi resolvido pelos outros dois sistemas, logo, tudo que tenho a fazer é somar os valores das
prestações dos dois casos e dividir por dois.

Ou seja, ao final você pagará R$ 336.470,34 em 5 prestações, divididas da seguinte forma:


1ª R$ 69.694,06
2ª R$ 68.494,07
3ª R$ 67.294,07
4ª R$ 66.094,07
5ª R$ 64.894,07

Disso, R$ 300.000,00 corresponde ao principal e R$ 36.470,34 aos juros.

Exercícios para resolver


Gabarito: no final da Coletânea de exercícios

1) O preço à vista de uma casa é R$ 100.000,00. Se essa casa for adquirida para ser liquidada pelo SAC, em
5 prestações anuais, a juros é de 10% a.a., qual será o valor da terceira prestação?

2) Um empréstimo no valor de R$ 2.000.000,00 é concedido à taxa de juros compostos de 10% a.a., para ser
reembolsado em 5 anos por meio de prestações anuais, sendo a primeira vencível ao final do primeiro ano,
pelo sistema SAC. Qual o valor da última prestação?

3) Montar uma planilha de um financiamento efetuado pelo SAC relativo aos dados indicados a seguir: P = R$
64.000,00; n = 8 pagamentos anuais; e i = 12% a.a.

4) Qual será o valor da 4ª prestação de um financiamento de R$ 20.000,00, com juros de 10% a.a., em 4
prestações anuais, segundo o sistema SAC?

5) Um empréstimo no valor de R$ 10.000 será amortizado pela Tabela Price, em de 12 prestações meses, a
uma taxa de 15% a.a. Indique o valor da 4ª amortização.

06) Para realizar a viagem dos sonhos, uma pessoa precisava fazer um empréstimo no valor de R$
5.000,00. Para pagar as prestações, dispõe de, no máximo, R$ 400,00 mensais. Para esse valor de
empréstimo, o valor da prestação (P) é calculado em função do número de prestações (n) segundo a
fórmula

Se necessário, utilize 0,005 como aproximação para log 1,013; 2,602 como aproximação para log 400; 2,525
como aproximação para log 335.

De acordo com a fórmula dada, o menor número de parcelas cujos valores não comprometem o limite definido
pela pessoa é:

A) 12
B) 14
C) 15
D) 16
E) 17

07) Um empréstimo deverá ser quitado em 6 prestações mensais iguais de R$ 670,00, segundo o

51
Sistema de Amortização Francês (Tabela Price), com a primeira prestação vencendo um mês após a
contratação. A taxa de juros nominal é de 60% ao ano, com capitalização mensal.
O saldo devedor imediatamente após o pagamento da 1ª prestação será:
Dado: 1,056 = 1,34
A) 2.900,00
B) 2.830,00
C) 2.800,00
D) 2.730,00
E) 2.700,00

08) A tabela Price, ou sistema francês de amortização, é caracterizada por prestações constantes. Caso
determinado cliente contrate um empréstimo de R$ 2.000,00 a uma taxa efetiva de 10% ao mês pelo
sistema francês, sem entrada e em duas parcelas, cada uma dessas parcelas será
A) uma valor entre R$ 1.250,00 e R$ 1.500,00
B) um valor entre R$ 1.000,00 e R$ 1.100,00
C) superior a R$ 1.500,00
D) superior a R$ 1.100,00, mas inferior a R$ 1.210,00
E) igual a R$ 1.000,00

09) No quadro abaixo tem-se o plano de amortização, pelo Sistema Francês, de uma dívida de R$
4.000,00, a ser paga em 6 parcelas mensais, a primeira delas ao completar 30 dias da data do
empréstimo. A taxa de juros é de 4% ao mês.

Devido aos arredondamentos, há um saldo devedor de R$ 0,33 após o pagamento da última prestação.
Para zerá-lo, fizemos um ajuste no valor da última prestação. Nessas condições, é verdade que
A) x = R$ 630,00.
B) y = R$ 138,85.
C) z = R$ 2.780,00.
D) x + y = R$ 734,00.
E) z + y = R$ 2.905,76.

10) Uma dívida referente a um empréstimo deverá ser liquidada por meio de 30 prestações mensais,
iguais e consecutivas, vencendo a primeira prestação 1 mês após a data da realização do empréstimo.
Considerou-se o Sistema de Amortização Francês (Tabela Price) a uma taxa de juros compostos de 2%
ao mês, utilizando o Fator de Recuperação de Capital (FRC) correspondente para 30 períodos igual a
0,045. Se o valor da amortização incluído na primeira prestação é igual a R$ 650,00, então o valor de
cada prestação deste plano é
A) R$ 1.134,00.
B) R$ 1.143,00.
C) R$ 1.152,00.
D) R$ 1.161,00.
E) R$ 1.170,00.

11) Considere que determinada empresa contraiu empréstimo de R$ 1.000.000,00 para pagamento pelo
Sistema de Amortização Constante em 36 prestações mensais e taxa de juros de 1,3% ao mês. No
contrato firmado com a instituição financeira, foi prevista uma carência de 6 meses, durante os quais
os juros mensais serão integralmente pagos. Nesse caso, a prestação a ser paga no décimo mês de
vigência do contrato será

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A) maior que R$ 39.000,00.
B) menor ou igual a R$ 39.000,00 e maior que R$ 38.000,00.
C) menor ou igual a R$ 38.000,00 e maior que R$ 37.000,00.
D) menor ou igual a R$ 37.000,00 e maior que R$ 36.000,00.
E) menor ou igual a R$ 36.000,00.

12) Antonio da Silva fez um empréstimo de R$ 300.000,00 para aquisição de casa própria, que deverá
ser pago em 120 prestações mensais, à taxa de 1% ao mês pelo Sistema de Amortização Constante
(SAC). A primeira prestação vence um mês após a data da realização do empréstimo. O valor da 101a
prestação, em R$, é igual a
A) 2.950,00.
B) 3.000,00.
C) 2.975,00.
D) 2.500,00.
E) 2.575,00.

13) Um imóvel de 100 mil reais é financiado em 360 prestações mensais, a uma taxa de juros de 1% ao
mês, pelo Sistema de Amortização Francês (Tabela Price), gerando uma prestação de R$ 1.028,61.
Reduzindo-se o prazo do financiamento para 240 prestações, o valor de cada prestação é, em reais,
aproximadamente,
Dado: (1,01) -120 = 0,3
A) 1.099,00
B) 1.371,00
C) 1.428,00
D) 1.714,00
E) 2.127,0

14) Uma dívida no valor de R$ 10.000,00, contraída pelo sistema francês de amortização (tabela Price),
com juros de 1,29% ao mês, será paga em 4 prestações mensais. Nesse caso, considerando-se 0,95
como valor aproximado de 1,0129 -4, cada prestação será igual a
A) R$ 2.620,00.
B) R$ 2.610,00.
C) R$ 2.600,00.
D) R$ 2.590,00.
E) R$ 2.580,00.

15) Considerando que uma dívida no valor de R$ 12.000,00, contraída pelo sistema de amortização
constante (SAC), tenha sido paga em 6 prestações mensais e que o valor dos juros pagos na 5ª
prestação tenha sido igual a R$ 80,00, assinale a opção correta.
A) A taxa de juros cobrada nessa transação foi de 2% ao mês.
B) Todas as prestações foram de mesmo valor.
C) Após a 5ª amortização, o valor da dívida era de R$ 4.000,00.
D) O valor dos juros pagos na 3ª prestação foi de R$ 200,00.
E) A soma das 3ª e 6ª prestações foi igual a R$ 4.000,00.

Gabarito

01) R = R$ 26.000,00 02) R = R$ 440.000,00 03) Última prestação: R$ 8.960,00


04) R = R$ 5.500,00 05) a4 = R$ 807,11 06) D
07) A 08) D 09) E
10) E 11) A 12) B
13) A 14) E 15) A

FIM.

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