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LUAN VALÉRIO DE SOUZA SILVA

CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA

MACEIÓ – AL
Abril/2022
A capitalização composta faz parte de todas as operações financeiras do seu

cotidiano, desde o financiamento de um veículo até um empréstimo ou

investimento. Com os juros compostos nos investimentos, o tempo é o seu maior

amigo: quanto mais tempo seu dinheiro ficar aplicado, maior será o

rendimento. Mas também pode ser o seu maior inimigo no caso de empréstimos

e financiamentos.

Capitalização simples x capitalização composta

A diferença da capitalização simples e da capitalização composta é a incidência

dos juros.

Na simples, os juros são calculados utilizando como base o capital inicial e

crescem de forma linear.

Na composta, as taxas de juros são aplicadas sobre o montante inicial e

acrescidos dos juros acumulados.

Na prática, todo o mercado financeiro utiliza a capitalização composta.

E isso significa que você deve utilizar os juros a seu favor, ou seja, fazer o

dinheiro trabalhar pelo seu futuro.

Exemplos de capitalização composta na prática

Veja dois exemplos que ilustram o poder da capitalização composta, tanto nos

investimentos quanto nos empréstimos.


Investimento

Suponha que você tenha investido R$ 10.000,00 em um título de renda fixa, com

prazo de seis meses e uma taxa de juros de 3% ao mês (esse retorno hipotético

é apenas para facilitar a visualização).

Perceba como, nesse caso, os juros compostos estão trabalhando a seu favor:

1º mês: rendimento de R$ 300,00 (total: R$ 10.300,00)

2º mês: rendimento de R$ 309,00 (total: R$ 10.609,00)

3º mês: rendimento de R$ 318,27 (total: R$ 10.927,27)

4º mês: rendimento de R$ 327,82 (total: R$ 11.255,09)

5º mês: rendimento de R$ 337,65 (total: R$ 11.592,74)

6º mês: rendimento de R$ 347,78 (total: R$ 11.940,52).

Empréstimo

Confira agora um exemplo de um empresário que, para cobrir as dívidas da

empresa, usa o cheque especial de R$ 50 mil, por um período de seis meses, a

juros de 10% ao mês:

1º mês: juros de R$ 5.000,00 (saldo devedor: R$ 55.000,00)

2º mês: juros de R$ 5.500,00 (saldo devedor: R$ 60.500,00)

3º mês: juros de R$ 6.050,00 (saldo devedor: R$ 66.550,00)

4º mês: juros de R$ 6.655,00 (saldo devedor: R$ 73.205,00)

5º mês: juros de R$ 7.320,50 (saldo devedor: R$ 80.525,50)

6º mês: juros de R$ 8.052,55 (saldo devedor: R$ 88.578,05).


Veja que, pelo lado da aplicação, quanto mais tempo o seu dinheiro estiver

investido em títulos de capitalização composta, maior será o ganho real ao final

do período. Já quando se trata de empréstimo, todo cuidado é pouco ao contrair

uma dívida com juros compostos. Na tentativa de resolver um problema, o

tomador de empréstimo poderá estar criando outro ainda maior. Ou seja, a

capitalização composta é uma ferramenta formidável de criação ou destruição

de valor, dependendo de como ela é usada. Por isso, a conscientização a

respeito do tema é essencial.

SISTEMAS SAC, SAM e SACRE

SAC:

O Sistema de Amortização Constante (SAC) é o modelo mais utilizado nos

financiamentos e empréstimos para imóveis. Neste sistema, as parcelas terão

valores decrescentes, ou seja, a cada pagamento o valor das parcelas diminui.

Cada parcela paga nesse sistema corresponderá à amortização do principal

emprestado somado aos juros aplicados sobre o saldo devedor. O cálculo é feito

dividindo o valor financiado/emprestado pelo número de meses para quitar o

valor.

Um exemplo: um financiamento imobiliário de R$110.500 para ser pago em até

360 meses e juros de 0,73% ao mês terá uma parcela de amortização do

principal emprestado/financiado no valor de R$306,94.

Você obtém esse valor da seguinte forma:

Amortização = Principal / Período


Amortização = R$110.500/360 meses = R$306,94

A cada parcela de amortização, é necessário somar os juros devidos sobre o

Principal que foi financiado/emprestado. Por exemplo, à primeira parcela de

R$306,94, você deverá somar o valor em juros correspondente a 0,72% de

R$110.500, como segue:

Primeira Parcela = Amortização + Juros sobre Principal

Primeira Parcela = R$306,94 + 0,72% x R$110.500 = R$1.102,54

Só que o mesmo cálculo não vale para a segunda parcela e em diante. Você tem

que reduzir do Principal o que já foi amortizado e aí então, calcular os juros.

Ficará assim a fórmula para a segunda parcela:

Segunda Parcela = R$306,94 + 0,72% x (R$110.500 – R$306,94) = R$1.100,33

Já na terceira parcela, você já terá pagado duas amortizações de R$306,94 e

que deverão ser descontadas do Principal para o cálculo dos juros:

Terceira Parcela = R$306,94 + 0,72% x [R$110.500 – (2 x R$306,94)] =

R$1.098,12
SAM:

Sistema de Amortização Misto (SAM)

Por este sistema, o devedor paga o empréstimo em prestações, tais que cada

uma delas é a média aritmética entre os valores encontrados para as prestações

do sistema PRICE e do SAC. E claro que isso implica que os juros, amortizações

e saldos devedores no SAM, em cada período, também constituam cada um, a

média aritmética entre juros, amortizações e saldos devedores dos sistemas

PRICE e SAC. Mas na prática nem sempre é conveniente calcular esses valores

dessa forma e apenas as prestações são calculadas como médias aritméticas.

Chamando de R a prestação do sistema PRICE e de P1, P2, ..., Pn as

prestações do SAC, para calcular as prestações P’1, P’2 P’n do SAM, basta

fazer:

Calculadas as prestações, o demonstrativo deve ser elaborado, como no sistema

PRICE, linha por linha. Sistema Americano de Amortização Por este sistema, o

devedor paga os juros periodicamente; o valor emprestado é pago no final do

prazo estipulado para o empréstimo.


Chamando de PV o valor emprestado com a taxa de juros i, os juros pagos em

cada período são iguais e calculados como:

J = PV . i

Terminado o prazo, o devedor, no último pagamento, além dos juros, salda o

capital emprestado PV.

Observe-se que, por esse sistema, é indiferente que o regime de juros seja

simples ou composto, pois, como os juros são pagos periodicamente, o saldo

devedor é sempre o mesmo, o que não muda o valor básico para o cálculo dos

juros.

SACRE:

Este sistema mistura o Sistema de Amortização Constante com a Tabela PRICE.

As prestações terão um valor crescente inicialmente, diminuindo ao longo do

tempo. As amortizações terão um valor cada vez maior ao longo do período em

que o valor é financiado/emprestado e os juros cada vez menores. O cálculo do

SACRE se repete a cada 12 meses, reduzindo os juros do montante que já foi

amortizado.

Como exemplo, vamos supor o financiamento de um imóvel no valor de

R$120.000 e entrada de R$20.000, com um prazo de financiamento de 24

parcelas e juros de 10,6% ao ano, o que dá uma taxa de 0,883% ao mês. O

cálculo é feito como se segue:


Amortização = Principal / Período

Amortização = R$100.000 / 24 meses = R$4.166,67

Juros = Taxa x Saldo Devedor

Juros = 0,883% x R$100.000 = R$883,00

Parcela = Amortização + Juros

Parcela = R$4.166,67 + R$883,00 = R$5.049,67

As 12 primeiras parcelas pelo SACRE terão o valor de R$5.049,67. Para as

próximas 12 parcelas, o cálculo é repetido, mas sobre o saldo devedor de

R$51.535,22. Teremos então mais 12 parcelas de R$4.749,66. Se você fizer

uma tabela para os pagamentos do SACRE, verá que nesse nosso exemplo, seu

saldo devedor no último mês será NEGATIVO, ou seja, você terá direito a uma

devolução de dinheiro ou desconto na última parcela.

A amortização pelo SACRE se mantém mais ou menos constante (aumenta de

valor X até Y e depois volta para X), com juros decrescentes e prestações mais

ou menos constantes (iguais por um período X, caindo após o período e ficando

iguais pelo período Y).

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