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ENGENHARIA ECONÔMICA

AULA 1

Prof. Guilherme Teodoro Garbrecht


CONVERSA INICIAL
Esta é a disciplina de Engenharia Econômica, que irá abordar tópicos
relacionados às decisões financeiras da empresa. Para realizar planejamentos
e decidir quais investimentos devem ser realizados com os recursos da
empresa, existem técnicas que auxiliam na tomada das decisões, comparando
os investimentos, as alternativas possíveis e os resultados projetados e
alcançados.
Vamos iniciar trabalhando alguns conceitos relacionados com a
matemática financeira, conceitos básicos que permitem entender o
funcionamento do dinheiro no tempo.
Os recursos financeiros, quando aplicados, rendem juros, que é a
remuneração por deixarmos o dinheiro em uma instituição financeira, por
exemplo.
No entanto, eles também sofrem impactos com a inflação, pois quando
projetamos um fluxo de caixa futuro, os montantes de lucros projetados são
impactados pela inflação. Isso equivale dizer que o mesmo montante, se
comparado hoje a daqui um ano, não possui o mesmo poder de compra.
É o efeito inflacionário!!! Todos esses aspectos devem ser analisados
quando realizamos projetos ou investimentos. Para nos aprofundarmos nos
cálculos, é necessário destacar alguns conceitos:
Capital (C): é qualquer valor expresso na moeda corrente de um país e
disponível para uma operação financeira (CASTANHEIRA, MACEDO, 2008, p.
14). É o montante ou quantia existente no instante inicial da operação
financeira. Pode aparecer também como valor presente, valor atual, principal.
O capital também é tratado na matemática financeira como Valor Presente (PV
= Present Value) e o montante como Valor Futuro (FV = Future Value).
Tempo (n): também chamado de período, prazo, número de períodos.
Corresponde ao tempo que determinado capital ficará aplicado ou, ainda, à
quantidade de parcelas ou períodos de capitalização.
Juros (i): é o valor (remuneração) que o capital receberá pelo tempo
que ficará aplicado. Mas também pode representar a remuneração do capital
que é utilizado nas atividades da empresa. O cálculo dos juros é realizado com
a aplicação de uma taxa sobre o capital empregado, pelo tempo da operação.

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Montante (M): é o valor do capital inicial acrescido dos juros, calculados
de acordo com o período de tempo da operação. É conhecido como o valor
futuro do capital.

Os cálculos que seguirão como exemplos nas questões de matemática


financeira utilizam todas as casas decimais. No texto, em função do espaço,
aparecem somente 4 a 5 casas após a vírgula, mas o cálculo foi desenvolvido
com a utilização de todas as casas possíveis. Se por acaso você for refazer os
exemplos e não chegar exatamente no valor, não se assuste! Refaça a questão
com todas as casas após a vírgula, não somente as 4 ou 5 casas que
aparecem no texto da resolução das questões.

Juros Simples e Compostos


O cálculo dos juros pode ser pela Capitalização Simples ou Composta,
conhecidos como Juros Simples e Juros Compostos.

Juros Simples
A taxa de juros incide somente sobre o capital inicial, não incidindo sobre
os juros acumulados no período (VIEIRA SOBRINHO, 2008, p. 21). Os juros
calculados não são somados ao capital para se calcular os próximos juros. A
equação para o cálculo dos juros simples é:
J=C.i.n

Para os exemplos apresentados, iremos utilizar Vieira Sobrinho (2008) e


Castanheira e Macedo (2008).
Vamos ver um exemplo: qual é o valor do juro obtido por um
investidor que aplicou R$12.500,00 pelo período de 40 dias, a uma taxa de
juros simples de 1,8% ao mês?
J=C.i.n

Mas antes de aplicarmos a fórmula, precisamos deixar o tempo e os


juros na mesma base, ou em dias ou em meses. Dividindo 1,8% ao mês por 30
dias, temos 0,06% ao dia. Ao utilizar uma taxa na fórmula, é preciso dividir por
100 = 0,06 / 100 = 0,0006. Agora sim:
J = 12500 . 0,0006 . 40 = 300,00

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Se quisermos calcular o montante, usa-se a equação:
M = C . (1 + n . i)
M = 12500 . (1 + 40 . 0,0006) = 12500 . (1,024) = 12.800,00

Em alguns cálculos, a variável que precisamos calcular é o Capital, o


tempo ou os juros. Nesse caso precisamos adaptar o cálculo, vejam o exemplo:
qual será a taxa mensal de juro simples que fará um capital de R$
200.000,00 formar um montante de 272.000,00 daqui a 12 meses?
M = C . (1 + n . i )
272.000 = 200.000 (1 + 12 . i)
272.000 / 200.000 = 1 + 12 . i
1,36 – 1 = 12 . i
0,36 / 12 = i
i = 0,03 x 100 = 3% ao mês

OBS: também é possível calcular a taxa utilizando = i = J / C . n

Juros Compostos
Um empréstimo é contratado a juros compostos quando, no final de
cada período, os juros devidos são pagos ou incorporados ao capital. Se forem
incorporados ao capital, os próximos juros incidirão sobre o capital e os juros
incorporados (HUMMEL, TASCHNER, 1995, p. 35). Usa-se a equação:
J = C . [(1 + i )n -1]

E o montante é calculado com:


M = C . (1 + i)n

No juro composto, o valor do juro calculado em um período incorpora ao


capital. Os novos juros são calculados sobre o novo valor. Exemplo:
1º período = 1.000,00 x 10% = 100,00 = novo valor de 1.100,00
2º período = 1.100,00 x 10% = 110,00 = novo valor de 1.210,00

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Exemplo: qual será o valor do juro correspondente a um
empréstimo de R$15.000,00 pelo prazo de um ano, a uma taxa de juro
composto de 2,5% ao mês?
J = C . [(1 + i )n -1]
J = 15000 . [(1 + 0,025)12 – 1]
J = 15000 . [1,344889 – 1]
J = 15000 . 0,344889
J = R$ 5.173,33

Em alguns casos, é solicitado capital, a taxa de juros ou o período.


Nesse caso podemos usar as seguintes fórmulas:
𝑀
Capital: 𝐶 = (1+𝑖)𝑛

𝑛 𝑀
Taxa: 𝑖 = √ 𝐶 − 1
𝑀
𝑙𝑜𝑔( )
𝐶
Tempo: 𝑛 = 𝑙𝑜𝑔(1+𝑖)

OBS: para a resolução das fórmulas pode ser utilizada calculadora


financeira ou o Excel para os cálculos.
Exemplo: a que taxa de juro composto devem ser emprestados
R$35.000,00 para, em oito meses, obtermos um montante de R$42.000,00?

𝑛 𝑀 8 42000
𝑖 = √𝐶 − 1 𝑖 = √35000 − 1 𝑖 = 8√1,2 − 1 𝑖=

1,02305 − 1

i = 0,02305 x 100 = 2,30% ao mês de juro

Para saber mais:


Quando precisamos saber outros elementos que não o montante, como
por exemplo o prazo ou o tempo, a fórmula precisa ser modificada para
acharmos o resultado. Para saber mais sobre o cálculo do prazo, assista ao
vídeo relacionado a seguir:
https://www.youtube.com/watch?v=3i_mGbC9GQg

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Taxa de Juros Efetiva e Nominal
A taxa nominal ocorre quando a taxa de juros é calculada em um
determinado período, por exemplo anual, mas a capitalização dos juros é
mensal. O período de referência dos juros é diferente do período de
capitalização da taxa.
A taxa efetiva ocorre quando o período de tempo de referência da taxa
é igual ao período de capitalização dos juros. É a taxa real da operação.

Para o cálculo dos juros compostos e montantes, é utilizada a taxa


efetiva. Se a taxa estiver nominal, pode-se transformar a mesma em taxa
efetiva, dividindo-se pelo período de meses da taxa de capitalização. É a taxa
proporcional ao período efetivo. Exemplo: se a taxa for de 24% ao ano com
capitalização mensal, a taxa efetiva será de 2% ao mês.

Taxas Equivalentes
Duas ou mais taxas são equivalentes se, ao mantermos constantes o
capital e o prazo de aplicação do capital, o montante resultante da aplicação for
o mesmo, quaisquer que sejam os períodos de capitalização (CASTANHEIRA,
MACEDO, 2008, p. 58).
Como exemplo, vamos utilizar uma taxa de 24% ao ano com
capitalização mensal, que é diferente da taxa de 2% ao mês pela capitalização
dos juros compostos. Para que as taxas sejam equivalentes, devem produzir o
mesmo montante no final do período.

Equação para determinar taxas equivalentes:


iq = (1 + it)q/t – 1

Na qual:

iq = taxa para o prazo que quero;


it = taxa para o prazo que eu tenho;
q = prazo que eu quero;
t = prazo que eu tenho.

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Exemplo: taxa anual de 12% para taxa mensal (taxa equivalente).
iq = (1 + 0,12)1/12 – 1

OBS: um ano tem 12 meses = 1/12. Se fosse de mês para anos = 12/1.
iq = (1,12)1/12 – 1
iq = 1,009489 – 1
iq = 0,009489 ou 0,9489% ao mês.

Exemplo: Determine a taxa trimestral equivalente a uma taxa de juro


composto de 36% ao ano.
iq = (1 + 0,36)1/4 – 1

OBS: um ano tem 4 trimestres = 1/4. Se fosse de trimestre para anos =


4/1.

iq = (1,36)0,25 – 1 iq = 1,079903 – 1 iq = 0,079903 x 100 = 7,99% ao


trimestre

Fluxo de Caixa
Antes de iniciar sobre séries de pagamentos, vamos entender sobre
Fluxo de Caixa, sua disposição gráfica. Fluxo de Caixa é uma sucessão de
recebimentos ou de pagamentos, em dinheiro, previstos para determinado
período de tempo (VIEIRA SOBRINHO, 2008, p. 64). A seguir estão
relacionadas entradas e saídas de uma empresa, no primeiro semestre do ano:
Mês Receitas Despesas Caixa Líquido
(entradas) (saídas)
Janeiro 100.000,00 60.000,00 40.000,00
Fevereiro 120.000,00 70.000,00 50.000,00
Março 80.000,00 60.000,00 20.000,00
Abril 100.000,00 70.000,00 30.000,00
Maio 110.000,00 80.000,00 30.000,00
Junho 100.000,00 60.000,00 40.000,00

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Graficamente, o fluxo de caixa líquido é assim representado:

Figura 01 – representação do fluxo de caixa.

Se houverem valores negativos, saídas de caixas, a seta estaria


apontada para baixo.

Efeitos inflacionários
Inflação é o aumento generalizado dos preços. A inflação precisa ser
considerada em cálculos financeiros, para se apurar qual é a taxa de juros
global e a taxa de juros real. Vamos ver cada uma dessas taxas:

a) Taxa de Juro Global

Algumas modalidades de cálculos levam em conta um indexador (para


levar em conta a inflação nos cálculos financeiros) e uma taxa de juros. É a
correção monetária para compensar o efeito inflacionário nos preços. Exemplo:
o rendimento da caderneta de poupança é determinado pela Taxa Referencial
(TR), acrescido de 0,5% ao mês. A TR é utilizada para compensar os efeitos
inflacionários e a taxa de 0,5% ao mês é o ganho proporcionado pela
poupança.
A equação para determinar a taxa global é a seguinte:
i global = [ (1 + i1) . (1 + i2) – 1 ] . 100

Onde i global = é o rendimento total da taxa da operação (não é a soma das


taxas).
i1 = taxa de correção monetária.
i2 = taxa de juros efetiva.

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b) Taxa de Juro Real
Taxa de Juros Real é a taxa efetiva, após excluídos os efeitos
inflacionários. É o ganho real proporcionado por determinada aplicação, após
excluídos os efeitos da perda monetária pela inflação.

É determinado pela equação:

1 + 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑎𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎çã𝑜


𝑖 𝑟𝑒𝑎𝑙 = [ ] − 1 𝑥 100
1 + 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑓𝑙𝑎çã𝑜

Exemplo: vamos supor que, em determinado período, uma roupa sofreu os


seguintes aumentos:
1º - 2% 2º - 4% 3º - 7%

Vamos comparar com a inflação do período, que foi de:


1º - 2% 2º - 3% 3º - 5%

a) Qual foi a taxa de aumento global do período?

i global = [ (1 + 0,02) . (1 + 0,04) . (1 + 0,07) – 1 ] . 100


i global = [ (1,02) . (1,04) . (1,07) – 1 ] . 100
i global = [ (1,1351) – 1 ] . 100
i global = [ 0,1351 ] . 100 = 13,51% de aumento no
período.

b) Qual foi a taxa de aumento global da Inflação do período?


 i global = [ (1 + 0,02) . (1 + 0,03) . (1 + 0,05) – 1 ] . 100
 i global = [ (1,02) . (1,03) . (1,05) – 1 ] . 100
 i global = [ (1,1031) – 1 ] . 100
 i global = [ 0,1031 ] . 100 = 10,31% de aumento no período.

a) Qual foi a taxa de aumento real do período?


1+0,1351
 𝑖 𝑟𝑒𝑎𝑙 = [1+0,1031] − 1 𝑥 100
1,1351
 𝑖 𝑟𝑒𝑎𝑙 = [1,1031] − 1 𝑥 100
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 𝑖 𝑟𝑒𝑎𝑙 = [1,028941] − 1 𝑥 100 = 0,028941 x 100 = 2,89% de
aumento real (taxa real)

Para saber mais:

a) Para saber mais sobre a inflação, segue indicação de artigo


acadêmico sobre o tema:

Dinâmica da Inflação no Brasil e os Efeitos Globais


http://www.anpec.org.br/revista/vol11/vol11n3p649_670.pdf

b) Para saber mais sobre as diferentes taxas, segue indicação


de artigo acadêmico sobre o tema:

Taxa de juros: nominal, efetiva ou real?


http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-
75901981000100008&script=sci_arttext

Série de Pagamentos
Consiste em uma série de pagamentos ou desembolsos, em períodos
diferentes. Castanheira e Macedo (2008, p. 92) classificam uma série ou renda
de acordo com quatro parâmetros:
a) Quanto ao prazo:
 Temporária, quando a duração é limitada.
 Perpétua, quando a duração é ilimitada.

b) Quanto ao valor:
 Constante, quando todos os pagamentos ou
recebimentos, ou saques ou depósitos têm valores iguais;
 Variável, quando os pagamentos ou recebimentos, ou
saques ou depósitos não têm todos os valores iguais.

c) Quanto à forma:

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 Imediata, quando o primeiro pagamento ou
recebimento, ou saque ou depósito ocorre no primeiro período,
podendo ser: postecipado, quando a ocorrência é no final do
período, ou seja, sem entrada; ou antecipado, quando a ocorrência
é no início do período, ou seja, com entrada (considerando essa
entrada igual às demais parcelas);

 Diferida, quando o primeiro pagamento ou


recebimento, ou saque ou depósito não ocorre no primeiro período,
havendo, portanto, um prazo de carência, podendo ser:
postecipado, quando o primeiro movimento ocorre um período
após o término da carência ou diferimento; ou antecipado, quando
o primeiro movimento coincide com o final de carência ou
diferimento.

d) Quanto à periodicidade:
 Periódica, quando a periodicidade entre os
pagamentos ou recebimentos, ou saques ou depósitos é igual;
 Não periódica, quando a periodicidade entre os
pagamentos ou recebimentos, ou saques ou depósitos não é igual
entre as parcelas.

Quando uma série uniforme é simultaneamente Temporária, Constante,


Imediata Postecipada e Periódica, temos um Modelo Básico de Renda.
Para calcular séries de pagamentos e recebimentos iguais com termos
vencidos (postecipados), as equações a seguir devem ser utilizadas:

 Fator de Valor Atual: quando se tem as prestações e quer calcular


o capital atual. As prestações são denominadas de P:
(1 + 𝑖)𝑛 − 1
𝐶 = 𝑃𝑛 . [ ]
(1 + 𝑖)𝑛 . 𝑖
Exemplo: um automóvel é anunciado em 36 prestações mensais iguais
de R$1.499,00, sendo que o primeiro pagamento será em 30 dias. Determine o
preço à vista deste automóvel, sabendo que a loja cobra 1,99% ao mês de taxa
de juro.

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(1,0199)36 − 1 2,0327 − 1
𝐶 = 1499 . [(1,0199)36 .0,0199] 𝐶 = 1499 . [2,0327 .0,0199] 𝐶=
1,0327
1499 . [0,040451]

C = 1499 . 25,52982 = R$38.269,21

 Fator de Recuperação de Capital: quando se tem o valor do


capital e quer se calcular as prestações:
𝑖 . (1 + 𝑖)𝑛
𝑃𝑛 = 𝐶 . [ ]
(1 + 𝑖)𝑛 − 1

Exemplo: um automóvel cujo preço à vista é de R$54.356,00 deverá ser


financiado em 36 parcelas mensais e iguais, sendo o primeiro pagamento em
30 dias, à taxa de juro de 2,99% ao mês. Determine o valor das prestações.

(1,0299)36 .0,0299 2,888166 .0,0299


𝑃 = 54356 . [ (1,0299)36 − 1
] 𝑃 = 54356 . [ ]
2,888166−1
0,086356
𝑃 = 54356 . [1,888166]

C = 54356 . 0,045735 = R$2.486,00

 Fator de Acumulação de Capital: quando se tem o valor das


prestações e se quer calcular o montante final (futuro):
(1 + 𝑖)𝑛 − 1
𝑀 = 𝑃𝑛 . [ ]
𝑖

Exemplo: uma empresa buscando manter um bom relacionamento com


seu banco efetuou 38 depósitos mensais de R$ 5.000,00 na instituição
financeira. Sabendo que a taxa mensal de juro é de 3% ao mês, qual é o saldo
à disposição da empresa após o último depósito?

(1,03)38 − 1 3,074783−1
𝑀 = 5.000 . [ ] 𝑀 = 5000 . [ ] 𝑀=
0,03 0,03
2,074783
5000 . [ ]
0,03

M = 5000 . 69,15945 = R$345.797,20

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 Fator de Formação de Capital: quando se tem o valor do
montante final (futuro) e se quer calcular as prestações:
𝑖
𝑃𝑛 = 𝑀 . [ ]
(1 + 𝑖)𝑛 − 1

Exemplo: qual é a quantia que devo depositar no final de cada mês,


durante dez anos, para constituir o montante de R$1.000.000,00, se a taxa de
juro é de 2% ao mês?

0,02 0,02
𝑃 = 1.000.000 . [(1,02)120 − 1] 𝑃 = 1.000.000 . [10,76516−1]
0,02
𝑃 = 1.000.000 . [9,76516]

P = 1.000.000 . 0,002048 = R$2.048,09 mensalmente.

Em algumas séries a primeira parcela acontece no momento da


operação, no momento zero, corresponde à renda antecipada. É dada uma
entrada do mesmo valor das demais parcelas. Nesse caso utilizamos a
fórmula:
(1+𝑖)𝑛 − 1
𝐶 = 𝑃𝑛 . [ (1+𝑖)𝑛 .𝑖 ] . (1+i)

Para Saber Mais:


Existem alguns sites que podem auxiliar, principalmente quando
precisamos fazer rapidamente alguns cálculos, disponibilizando calculadoras
para os mesmos. Seguem alguns links, clique nos botões:
http://www.webcalc.com.br/frame.asp?pag=http://www.webcalc.com.br/fi
nancas/calc_fin.html http://fazaconta.com/calculadora-financeira.htm

Descontos simples e compostos


Desconto é um abatimento concedido ao devedor pela antecipação do
pagamento de um título. Também é dado desconto quando um título é
resgatado antes do vencimento. No desconto o valor futuro do título é
conhecido e se quer determinar o atual valor do título, a diferença representa o
desconto na operação. O desconto é aplicado sobre o montante ou valor futuro.

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Desconto Simples (ou Bancário ou Comercial)
A taxa de desconto é aplicada sobre o montante ou valor futuro. O
desconto comercial é calculado sobre o valor da dívida no seu vencimento.
A equação para seu cálculo é: D=Mxdxn

Exemplo: uma empresa pretende saldar um título de R$3.900,00 três


meses antes do seu vencimento. Sabendo que a taxa de juro simples corrente
é de 24% ao ano, determine o desconto comercial que vai obter e que valor ela
deve pagar.
OBS: taxa de 24% ao ano / 12 meses = 2% ao mês
D = 3.900 . 0,03 . 3 = R$234,00

Para se obter o valor do título (valor presente, sem o desconto), é


necessário diminuir o valor do Desconto (D) do Montante do título (M) =

Valor presente = M – D OU Valor Presente = M . [1- (i . n)]

Exemplo: uma dívida de R$3.000,00 foi paga quatro meses antes do seu
vencimento, a uma taxa de desconto comercial simples de 2,5% ao mês. Qual
foi o valor líquido pago pela dívida?

Valor Pago = 3.000 . (1 – 0,025 . 4) = 3.000 . (1 – 0,1) = 3.000 . 0,9 = R


$2.700,00

Desconto Composto
De acordo com Vieira Sobrinho (2008, p. 55) o desconto composto é
aquele em que a taxa de desconto incide sobre o montante futuro, deduzido
dos descontos acumulados até o período imediatamente anterior.
A taxa de desconto incide, no primeiro período, sobre o valor futuro do
título, no segundo período, sobre o valor futuro do título menos o valor do
desconto correspondente ao primeiro período, e assim sucessivamente. Sua
fórmula é:
D = M . [1 – (1 – i)n]

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Exemplo: determine o desconto comercial composto de um título de
R$40.000,00 que vencerá daqui a um ano, supondo uma taxa efetiva de
desconto igual a 1,8% ao mês.
D = 40000 . [1 – (1 – 0,018)12]
D = 40000 . [1 – (0,982)12]
D = 40000. 0,195849
D = R$7.833,94
Para se calcular o valor do título, com uma taxa de desconto comercial
composto:
C = M . (1 – d)n

Exemplo: um título de R$27.000,00 é descontado oito meses antes do


seu vencimento, pela taxa de desconto de 1,5% ao mês. Qual é o valor pago
pelo título, considerando o desconto composto calculado?
C = 27000 . (1 – 0,015)8
C = 27000 . (0,985)8
C = 27000 . (0,886115)
C = R$23.925,09

Para saber mais:


Para ler um pouco mais sobre os descontos, segue link de um texto com
fórmulas e exemplos de cálculos (clique no botão):
http://matematicafinanceira.webnode.com.br/capitaliza%C3%A7%C3%A
3o%20composta/descontos-compostos/

Sistemas de Amortização de Dívidas


Amortização de dívidas corresponde aos pagamentos periódicos para a
quitação das mesmas. O pagamento compreende a devolução do capital e os
juros incidentes no empréstimo. Os dois principais sistemas de amortização
são: a) Sistema de Prestação Constante (SPC); b) Sistema de Amortização
Constante (SAC).

Sistema de Prestação Constante (SPC)

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É conhecido também por Sistema Francês de Amortização ou Sistema
Price. O valor de cada prestação é composto de juros e de uma fração do
capital. Nesse sistema a amortização de uma dívida é realizada em prestações
periódicas, iguais e sucessivas. O valor das prestações é constante em todos
os períodos. Os juros são maiores nas prestações iniciais e menores nas
prestações finais, pois a taxa de juros é aplicada sobre o saldo devedor. A
seguir é apresentada uma figura demonstrando como se compõem os valores
da parcela:

Figura 01 – Representação da composição das prestações no Sistema


de Prestação Constante

Vamos analisar um exemplo: calculando os valores das parcelas de


juros e a amortização de um empréstimo no valor de R$ 10.000,00, a ser
liquidado em 5 prestações mensais e iguais, considerando a taxa de juros de
3% ao mês.

Cálculo das prestações:


𝑖 . (1 + 𝑖)𝑛
𝑃𝑛 = 𝐶 . [ ]
(1 + 𝑖)𝑛 − 1
0,03 . (1,03)5
𝑃𝑛 = 10.000,00 . [ ]
(1,03)3 − 1
0,03 . (1,159274)
𝑃𝑛 = 10.000,00 . [ ]
(1,159274) − 1
0,034778
𝑃𝑛 = 10.000,00 . [ ]
0,159274

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𝑃𝑛 = 10.000,00 . 0,218355 = 2.183,55

Tabela 1 – Composição dos valores dos juros e amortização pelo Sistema de


Prestação Constante
Período Prestação Juros Amortização Saldo
Devedor
n P J A S
0 10.000,00
1 2.183,55 300,00 1.883,55 8.116,45
2 2.183,55 243,49 1.940,06 6.176,39
3 2.183,55 185,29 1.998,26 4.178,14
4 2.183,55 125,34 2.058,21 2.119,93
5 2.183,55 63,60 2.119,93 0,00
Total 10.917,75 917,73 10.000,00

Sistema de Amortização Constante (SAC)


Neste sistema a amortização da dívida (não a prestação) é constante.
No Sistema de Amortização Constante, o valor das prestações apresenta-se
decrescente e formado por parcelas do capital mais os juros.
Figura 02 – Representação da composição das prestações no Sistema
de Amortização Constante

Vamos analisar um exemplo, calculando os valores das parcelas de


juros e a amortização de um empréstimo no valor de R$ 10.000,00, a ser
liquidado em 5 prestações mensais, considerando a taxa de juros de 3% ao
mês.

Tabela 2 – Composição dos valores dos juros e amortização pelo Sistema de


Amortização Constante

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Período Amortização Juros Prestação Saldo
Devedor
n A J P S
0 10.000,00
1 2.000,00 300,00 2.300,00 8.000,00
2 2.000,00 240,00 2.240,00 6.000,00
3 2.000,00 180,00 2.180,00 4.000,00
4 2.000,00 120,00 2.120,00 2.000,00
5 2.000,00 60,00 2.060,00 0,00
Total 10.000,00 900,00 10.900,00

O valor da amortização é sempre o mesmo (R$ 2.000,00), fazendo com


que os juros sejam menores que no SPC, se comparado o total de juros
calculados durante o período. As prestações são maiores no início, se
comparado ao SPC, mas depois vão reduzindo, pois o saldo devedor é
amortizado mais rapidamente.

Para saber mais:


a) Os cálculos financeiros podem ser realizados utilizando a Calculadora
Financeira HP12C.

b) Para quem não tem a calculadora financeira HP12C, pode utilizar a


mesma on-line. Segue o link
https://epxx.co/ctb/hp12c.php

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