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ESCOLA ROMULO CASTELLO – SERRA

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
2ª PARTE

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Professor Responsável: Jonny Scaramella Junior


Técnico em Gerência em Saúde – 2022
Escola Romulo Castello
Curso Técnico em Administração

4.0 Juros Compostos


Os juros compostos são bastante recorrentes em empréstimos bancários,
financiamentos de moradia ou carro e também em investimentos como poupança, entre
outros. Na matemática financeira, para trabalhar com os juros compostos, é necessário
compreender cada uma das suas variáveis, são elas:
• o capital, que é o valor inicial;
• a taxa de juros, que é a porcentagem cobrada de juros ao decorrer do tempo;
• o tempo, que pode ser contado em dias, meses, bimestres, semestres, anos, ou seja,
em qualquer intervalo de tempo;
• o montante, que é o valor resgatado ao final da transação.

Para calcular os juros compostos, usamos uma fórmula específica com cada um desses
elementos. Além deles, existem os juros simples. A diferença entre ambos é que, nos juros
simples, os juros serão fixos, cobrados em cima do capital somente, já nos juros
compostos, há uma cobrança de juros em cima do valor anterior, do capital mais os
juros, ou seja, há juros sobre juros. Isso faz com que os juros compostos resultem em
valores maiores que os juros simples ao decorrer do tempo.

4.1 Fórmula do juro composto


A fórmula dos juros compostos é formada por quatro variáveis, são elas:
capital, juros, taxa de juros, tempo e montante.

M = C (1 + i)t

M: montante
C: capital
i: taxa de juros
t: tempo

Capital (C): é o primeiro valor da negociação; é o valor que pegamos emprestado em um


caso de financiamento ou o valor que foi investido primeiro; é o valor inicial que serve
como referência para calcular os juros.

Montante (M): é o valor final da minha transação. Após um tempo, ao valor do meu
capital será adicionado o que chamamos de juros. O valor final, ou seja, a soma do capital
com os juros, gera o que conhecemos como montante: M = C + J.

Juros (J): muitas vezes confundido com a taxa de juros, os juros são o valor de correção
do capital, ou seja, são o valor adquirido a mais, calculado em cima do capital ao decorrer
do tempo. Em um empréstimo, por exemplo, juros são o valor pago a mais ao final do
prazo; em um investimento, são o rendimento adquirido em cima do capital. Eles são
calculados pela diferença entre o montante e o capital, ou seja: J = M – C.

Tempo (t): é o prazo em que o capital ficará na transação. Ele pode ser dado em qualquer
unidade de tempo, ou seja, em dias, meses, bimestres, semestres, anual. É importante que
o tempo e a taxa de juros estejam com a mesma unidade de medida para realizar-se o
cálculo.

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Taxa de juros (i): é a porcentagem cobrada a cada intervalo de tempo.

4.2 Como calcular os juros compostos


Para calcular os juros compostos, ou qualquer outra variável envolvendo-os,
basta substituir os valores conhecidos na fórmula, para isso, é necessário o domínio da
resolução de equações.

Exemplo 1:
Um capital de R$ 4.000,00 foi aplicado a juros compostos, com taxa de 10 % a.a. Qual
será o montante e os juros gerados após 3 anos?

Dados:
C = 4.000,00
t = 3 anos
i = 10 % a.a.

Vamos representar 10% em sua forma decimal = 0,1.

Temos que:
M = C (1 + i) t
M = 4.000,00 (1 + 0,1)³

Após a substituição, vamos resolver a equação:

M = 4.000,00 (1,1)³
M = 4.000,00 · 1,331
M = 5.324,00

Para encontrar os juros, basta calcular a diferença J = M – C:


J = M – C = 5.324,00 – 4.000,00 = 1.324,00

Então, temos que:


M = R$ 5.324,00
J = R$ 1.324,00

Exemplo 2:
Durante quanto tempo um capital deve ser investido a uma taxa de 5 % a.a para que ele
dobre o seu valor? (Use log 1,05 = 0,2 e log 2 = 0,3)
Se o montante será o dobro do capital, então, temos que:

M = 2C

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1 ano e meio, ou seja, 1 ano e 6 meses.

4.3 Diferença entre juros simples e juros compostos


A diferença entre os juros simples e os juros compostos inicia-se ao analisarmos
matematicamente o comportamento de cada um deles. Acontece que as fórmulas de
cálculo são diferentes, os juros simples são calculados pela fórmula:

J=C·i·t

Nesse caso, ao trabalhar com juros simples, o valor somado a cada ciclo é sempre o
mesmo, por exemplo:

Se em um investimento de R$ 1.000,00 os juros forem de 10 % ao mês, então, a cada


mês, no regime de juros simples, serão acrescentados R$ 100,00, assim, no decorrer de 5
meses, haveria um aumento de R$ 500, então, o montante seria de R$ 1.500,00.

Nos juros compostos, o comportamento é bem diferente.


Para valores e intervalos de tempo maiores, a diferença torna-se muito grande. Utilizando-
se do mesmo valor, R$ 1.000,00, a juros de 10 % ao mês, no primeiro mês, o acréscimo
seria o mesmo que nos juros simples, ou seja, R$ 100,00, porém, a partir do segundo mês,
esses juros serão calculados em cima do valor atual e não do inicial. Como agora temos
R$ 1.100,00, os juros serão de 10 % desse valor, R$ 110,00, resultando em R$ 1.210,00
no segundo mês.

No terceiro mês, calcula-se mais uma vez 10 % do valor atual (R$ 1.210,00), que é igual
a R$ 121,00, gerando um total de R$ 1.232,00, repetindo-se esse processo se esse capital
ficar o mesmo tempo que o outro, ou seja, 5 meses. Se for o caso, ele vai gerar um
montante de R$ 1.610,51. A diferença nesse prazo foi de R$ 110,51 entre os juros simples
e os juros compostos, mas, ao realizar esse mesmo cálculo para valores e tempo maiores
(por exemplo, em um financiamento de imóvel durante 30 anos), a diferença é muito
grande.

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Note que os juros compostos têm o tempo como expoente, comportando-se como
uma função exponencial, o que não acontece nos juros simples, que se comportam de
forma linear, ou seja, o gráfico é uma reta.

Exercícios resolvidos
Questão 1 – Os juros adquiridos ao investir-se um capital de R$ 20.000,00 a juros
compostos, de 3 % a.a., durante um período de 24 meses, serão de:
A) R$ 22.315
B) R$ 21.218
C) R$ 1218
D) R$ 2414
E) R$ 1310

Resolução
Alternativa C

Dados: C = 20.000,00
i = 3 % a.a.
t = 24 meses = 2 anos (note que a taxa está em anos)

M = C (1 + i)t
M = 20.000,00 (1 + 0,03)2
M = 20.000,00 (1,03)²
M = 20.000,00 · 1,0609
M = 21.218,00

J = M – C = 21.218,00 – 20.000,00 = 1.218,00

Questão 2 – (Fauel 2019) Um pequeno investidor decide realizar uma aplicação no


Tesouro Direto, um fundo de investimento muito pouco arriscado, porém que rende mais
que a poupança tradicional. Considerando-se que tal investimento rende
aproximadamente 7 % ao ano no regime de juros composto, quanto uma aplicação de R$
100,00 renderia ao final de dois anos?
A) R$ 13,85
B) R$ 14,00
C) R$ 14,49
D) R$ 15,23

Resolução
Alternativa C

C = 100,00
t = 2 anos
i=7%

M = C (1 + i)t
M = 100,00 (1 + 0,07)²
M = 100,00 (1,07)²

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M = 100,00 * 1,1449
M = 114,49

Calculando os juros, temos que:


J=M–C
J = 114,49 – 100,00 = 14,49

Exercícios Propostos
1.Um investidor aplicou a quantia de R$ 3.000,00, à taxa de juro composta de 7 % am.
Que montante este capital irá gerar após 5 meses?

2. Em quanto tempo um capital dobra a uma taxa de 4 % aa?

3. O capital de R$ 25.000,00 foi aplicado a juro composto de 3 % am. Qual o montante


ao final de 3 anos e 8 meses?

4. Qual a taxa que um capital de R$ 100.000,00 resulte no montante de 155.796,50 no


prazo de 15 meses?

5. Com a finalidade de comprar um aparelho que custa R$ 42.076,56 uma pessoa fez uma
aplicação de R$ 30.000,00 em um banco que paga 7,00 % a.m. de juro composto. Quanto
tempo levou essa aplicação para atingir o valor desejado?

6. Calcular o juro composto que obterá na operação de R$ 100.000,00 a 15 % aa, durante


48 meses.

7. Encontrar a taxa mensal de juro composto que, aplicada ao capital de R$ 70.000,00, o


transforma em um montante de R$ 109.060,00, em 15 meses. (matemática comercial e
financeira)

8. Depositei R$ 180.000,00 a juro composto e recebi após 3 meses R$ 311.040,00.


Quanto receberia se tivesse aplicado esse mesmo capital, à mesma taxa, por 8 meses?
(matemática comercial e financeira)

9. Determinar o principal que deve ser investido para produzir um montante de R$


20.000,00, num prazo de dois anos, com uma taxa de 12 % ao semestre, no regime de
juros compostos. (Abelardo de Lima Puccini)

10. Um investidor deseja fazer uma aplicação financeira a juros compostos de 1,5 % ao
mês, de forma a garantir uma retirada de R$ 10.000,00 no final do 6º mês e outra de R$
20.000,00 no final do 12º mês, a contar da data da aplicação. Determinar o menor valor
a ser investido para permitir a retirada desses valores nos meses indicados. (Abelardo de
Lima Puccini)

11. Questão (IFSC) – Uma empresa financiou R$ 100.000,00 por 1 ano. O montante do
financiamento foi de R$ 172.000,00. Determine a taxa de juros mensal cobrada da
empresa.

Resolução
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Substituindo os dados do exercício na fórmula, temos:

Elevando ambos os lados da igualdade a 1/12, vamos eliminar o expoente 12 localizado


no lado direito da igualdade. Podemos realizar esse procedimento graças ao princípio da
equivalência, o qual afirma que, se operarmos um lado da igualdade, devemos realizar a
mesma operação do outro lado.

Multiplicando o 0,0462 por 100 para escrever na forma percentual, temos:

0,0462 · 100

12. Questão 2 (IFSC) – Carlos aplicou R$ 20.000,00 a uma taxa de juros de 0,6% a.m e,
após um tempo, verificou que o saldo estava em R$23.600,00. Determine quanto tempo
o dinheiro de Carlos ficou aplicado.

[Dados: log (1,18) = 0,07188; log (1,006) = 0,002597]

Resolução

Substituindo na fórmula, temos que:

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Para determinar o valor da incógnita, devemos resolver a equação exponencial


utilizando logaritmos.

O tempo em que o dinheiro de Carlos ficou aplicado foi de 28 meses ou 2 anos e 4 meses.

13. Digamos que você tenha comprado um terreno hoje por R$ 60.000,00 e queira
vender ela daqui a 24 meses por R$ 90.000,00. Qual a rentabilidade (taxa de juros)
mensal deste investimento?

Temos então:
• FV=R$ 90.000,00
• PV=R$ 60.000,00
• i= ?
• n= 24 meses
Neste caso podemos utilizar a fórmula de juros compostos reorganizada para achar a
taxa.

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Substituindo os valores na equação para encontrar a taxa de juros compostos, temos:

5. Taxa Efetiva
A taxa efetiva é aquela que o período de formação e incorporação dos juros ao
capital coincide com aquele a que a taxa está referida.
a) Uma taxa de 5% ao mês com capitalização mensal.
b) Uma taxa de 75% ao ano com capitalização anual.
c) Uma taxa de 11% ao trimestre com capitalização trimestral.

6. Taxa Nominal
A taxa nominal é aquela em que o período de formação e incorporação dos juros
ao capital não coincide com aquele a que a taxa está referida.

Exemplos:
a) Uma taxa de 12 % ao ano com capitalização mensal.
b) 5 % ao trimestre com capitalização semestral.
c) 15 % ao semestre com capitalização bimestral.

7. Taxa Proporcional
São taxas de juros fornecidas em unidades de tempo diferentes que, ao serem
aplicadas a um mesmo principal durante u mesmo prazo, produzem um mesmo montante
acumulado no final daquele prazo, no regime de juros simples

ia = is x 2 = it x 4 = im x 12 = id x 360

Onde:
ia = taxa de juros anual
is = taxa de juros semestral
it = taxa de juros trimestral
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im = taxa de juros mensal


id = taxa de juros diária

Exemplos
1) Calcular a taxa anual proporcional a: (a) 6% ao mês; (b) 10% ao bimestre.

Solução:
a)

b)

2) Encontrar as taxas de juro simples mensal, trimestral e anual, proporcionais a 2% ao


dia.

Solução

Exercícios Propostos
1. Determine os montantes no final de quatro anos a partir de um principal de R$ 100,00,
no regime de juros simples, com as seguintes taxas de juros: (Abelardo de Lima Puccini)
a) 12 % ao ano
b) 6 % ao semestre
c) 1 % ao mês

2. Determinar as taxas semestral e mensal que são proporcionados à taxa de 12 % ao ano.


(Abelardo de Lima Puccini)
a) Taxa semestral
b) Taxa mensal

3. Determinar as taxas semestral, mensal e diária, proporcionais à taxa de 24 % ao ano.


(Abelardo de Lima Puccini)

4. Determinar as taxas mensal e diária proporcionais à taxa de 3,60 % ao trimestre.


(Abelardo de Lima Puccini)

5. Determinar as taxas trimestral e anual proporcionais à taxa de 0,9 % ao mês. (Abelardo


de Lima Puccini)

6. Calcule a taxa mensal proporcional a: (Matemática comercial e financeira fácil)


a) 9 % at
b) 24 % as
c) 0,04 % ad

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8. Taxa Equivalente
São taxas que quando aplicadas ao mesmo capital, num mesmo intervalo de
tempo, produzem montantes iguais. Essas taxas devem ser observadas com muita atenção,
em alguns financiamentos de longo prazo, somos apenas informados da taxa mensal de
juros e não tomamos conhecimento da taxa anual ou dentro do período estabelecido,
trimestre, semestre entre outros. Uma expressão matemática básica e de fácil manuseio
que nos fornece a equivalência de duas taxas é:

𝟏 + 𝒊𝒂 = (𝟏 + 𝒊𝒑)𝒏

ia = taxa anual
ip = taxa período
n: número de períodos

(1+ia) = (𝟏 + 𝒊𝒔)𝟐 = (𝟏 + 𝒊𝒕)𝟒 = (𝟏 + 𝒊𝒎)𝟏𝟐 = (𝟏 + 𝒊𝒅)𝟑𝟔𝟎


Exemplo 1
Qual a taxa anual de juros equivalente a 2% ao mês?
Temos que: 2% = 2/100 = 0,02

1 + ia = (1 + 0,02)12
1 + ia = 1,0212
1 + ia = 1,2682
ia = 1,2682 – 1
ia = 0,2682 x 100
ia = 26,82 %

A taxa anual de juros equivalente a 2% ao mês é de 26,82%.

As pessoas desatentas poderiam pensar que a taxa anual nesse caso seria calculada da
seguinte forma: 2% x 12 = 24% ao ano. Como vimos, esse tipo de cálculo não procede,
pois a taxa anual foi calculada de forma correta e corresponde a 26,82% ao ano, essa
variação ocorre porque temos que levar em conta o andamento dos juros compostos (juros
sobre juros).

"Exemplo 2
Qual a taxa mensal de juros equivalentes a 0,1% ao dia?
Temos que: 0,1% = 0,1/100 = 0,001

1 + im = (𝟏 + 𝟎, 𝟎𝟎𝟏)𝟑𝟎
1 + im = 1,00130
1 + im = 1,0304
im = 1,0304 – 1
im = 0,0304 x 100
im = 3,04 %

A taxa mensal de juros equivalente a 0,1% ao dia é de 3,04%.

Exercícios Propostos

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1.Determinar o montante acumulado no final de dois anos ao se aplicar um principal de


R$ 1.000,00 à taxa de 10,20 % ao ano, capitalizados mensalmente. (Abelardo de Lima
Puccini)

2. Qual a taxa anual equivalente a 2 % ao mês? (Matemática comercial e financeira fácil)

3.Qual a taxa trimestral equivalente a 30 % ao ano? (Matemática comercial e financeira


fácil)

4. Uma taxa nominal de 18 % ao ano é capitalizada semestralmente. Calcule a taxa


efetiva. (Matemática comercial e financeira fácil)

5. Um banco emprestou a importância de R$ 35.000,00 por 2 anos. Sabendo que o banco


cobra a taxa de 36 % ao ano, com capitalização trimestral, qual a taxa efetiva anual e qual
o montante a ser devolvido ao final dos 2 anos. (Matemática comercial e financeira fácil)

6.Determine as taxas mensal, trimestral, semestral e anual equivalentes à taxa de:


a) 30 % aa
b) 20 % as
c) 8 % at
d) 2 % am

7. Complete a tabela abaixo:

Taxa Nominal Taxas efetivas anuais equivalentes (em %)


Anual (%) quando o período de Capitalização for
Anual Semestral Trimestral Mensal
9,00 9,00 4,40 2,18 0,72
12,00 12,00 5,83 2,87 0,95
24,00 24,00 11.36 5,53 1.81
36,00 36,00 16,62 7,99 2,60

8. Uma instituição financeira remunera suas aplicações com uma taxa efetiva de 1,20 %
ao mês, no regime de juros simples. Determinar os valores de resgate e as taxas efetivas
mensais de uma aplicação de R$ 10.000,00 nas seguintes hipóteses para os prazos da
operação: (Abelardo de Lima Puccini)
a) 10 dias
b) 60 dias

9. Encontre a taxa de juro diária, equivalente a 332,1942 % aa. (Matemática comercial e


financeira)

10. Um investidor está indeciso se aplica uma quantia em dinheiro disponível no banco
A, que oferece a taxa composta de 2 % ao mês, ou no banco B, que oferece 27 % ao
ano, também no regime de juro composto. Qual dos dois bancos oferece a melhor
oportunidade de investimento? (Matemática comercial e financeira)

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9. Desconto Comercial Simples


No sistema financeiro, as operações de empréstimo são muito utilizadas pelas
pessoas, tais movimentações geram ao credor um título de crédito, que é a justificativa da
dívida. Esses títulos possuem datas de vencimento pré-determinadas, mas o devedor tem
o direito de antecipar o pagamento; caso isto aconteça, um abatimento chamado de
desconto é efetuado. Existem vários produtos utilizados nas operações financeiras, como
principais temos:

Duplicata: papel emitido por pessoas jurídicas contra clientes físicos ou jurídicos,
especificando vendas de mercadorias com prazo ou prestação de serviços a serem pagos
mediante contrato firmado entre as partes.

Nota promissória: título que comprova uma aplicação com vencimento determinado. Este
produto é muito utilizado entre pessoas físicas e ou pessoas físicas e instituições
financeiras credenciadas.

Letra de câmbio: como a promissória, é um título que comprova uma aplicação com
estabelecimento prévio do vencimento. No caso da letra, o título ao portador somente é
emitido por uma instituição financeira credenciada.

Ao descontar um dos títulos citados ou qualquer outro produto do mercado financeiro,


são levadas em conta algumas condições:
Dia do vencimento: o dia estabelecido para vencimento do título.

Tempo ou prazo: diferença entre o dia do vencimento e o dia da negociação. Essa


diferença costuma ser definida em dias.

Valor nominal: valor mostrado no título e que deve ser pago no dia do vencimento.

Valor atual: valor a ser pago ou recebido em data anterior ao vencimento. Comumente
efetuado com desconto.

Nas operações bancárias de desconto de títulos costuma-se utilizar o conceito de taxa de


desconto “por fora”, que normalmente é denominada simplesmente taxa de desconto.

O desconto simples comercial pode ser calculado aplicando a seguinte expressão


matemática:

d=N*i*n

Na expressão para cálculo do desconto simples temos:


d = valor do desconto
N = valor nominal do título
i = taxa de desconto
n = tempo (antecipação do desconto)

Com base na expressão para o cálculo do desconto, podemos estabelecer outra expressão
matemática capaz de determinar o valor atual comercial, que é dado por:

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PV= N – d, lembrando que d = N * i * n.


PV= N – N * i * n

PV = N*(1 – i * n)

É importante ressaltar que as operações de desconto comercial devem ser efetuadas em


períodos de curto prazo, já que em períodos longos o valor do desconto pode ser maior
que o valor nominal do título.

Exemplo 1
Um título de R$ 10 000,00 é descontado à taxa de 1,5% ao mês, faltando 25 dias para o
vencimento. Determine:

a) o valor do desconto simples comercial.


b) o valor atual comercial do título.

Temos:
N = 10 000
n = 25
i = 1,5% = 1,5/100 = 0,015 ao mês = 0,0005 ao dia

a) d = N * i * n
d = 10 000 * 0,0005 * 25
d = 125
Desconto comercial de R$ 125,00.

b)
PV = 10 000 – 125
A = 9875
Valor atual, o desconto simples comercial será de R$ 9 875, 00.

Exemplo 2
Um título no valor de R$ 4 800,00 foi resgatado anterior ao seu vencimento por R$ 4
476,00 e a taxa de desconto comercial utilizada foi de 32,4% ao ano. Determine o tempo
de antecipação do resgate.

N = 4 800
PV = 4 476
i = 32,4% a.a. = 32,4/100 = 0,324 a.a. = 0,324/12 = 0,027 a.m.

PV = N*(1 – i *n)
4476 = 4800*(1 – 0,027 * n)
4476/4800 = 1 – 0,027n
0,9325 = 1 – 0,027n
0,9325 – 1 = – 0,027n
– 0,0675 = – 0,027n (multiplicar por –1)
0,0675 = 0,027n
0,0675/0,027 = n
n = 2,5
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O tempo de resgate do título foi o correspondente a 2,5 meses ou 2 meses e 15 dias."

Exercícios Propostos
1. Em 2021 um título com o valor nominal de R$ 35.000,00 foi resgatado 40 dias antes
de sua data de vencimento, à taxa de 30 % ao mês. Qual o desconto comercial concedido?
(Matemática comercial e financeira)

2. Em 2021 resolvi quitar uma dívida de R$ 8.500,00, faltando 23 dias para o seu
vencimento. Que valor devo pagar, se meu credor exigiu que a operação se realizasse
com base na taxa de desconto comercial de 36 ao mês? (Matemática comercial e
financeira)

3. Por uma duplicata de R$ 20.000,00, um banco pagou o líquido de R$ 19.250,00.


Quantos dias antes faltavam para o vencimento do título, se a operação deu-se à taxa
comercial de 30 % ao ano. (Matemática comercial e financeira)

4. Um banco opera no desconto de títulos à taxa comercial simples de 20 % ao mês. O


sacador de uma duplicata de R$ 3.000,00 deseja “vende-la” a esse banco 7 meses antes
de sua data de vencimento. Vale a pena realizar essa operação? (Matemática comercial e
financeira)

5. Uma empresa descontou em um banco uma duplicata de R$ 600.000,00, recebendo o


líquido de R$ 516.000,00. Sabendo-se que o banco cobra uma comissão de 2 % sobre o
valor do título, que o regime é de juro simples comerciais, sendo a taxa de juros de 96 %
ao ano, qual o prazo de desconto da operação? (Matemática comercial e financeira)

6. Em 2021, sobre uma dívida paga 18 dias antes de seu vencimento, obteve-se um
desconto comercial de R$ 56.160,00. Qual era o valor dessa dívida, se a taxa de desconto
comercial usada na operação foi de 120 % ao ano? (Matemática comercial e financeira)

7. Uma empresa oferece os seguintes títulos para serem descontados num banco
comercial:

Vencimento (dias) Valor do título (R$)


30 10.000,00
60 20.000,00
90 30.000,00
Total 60.000,00

Determinar o valor a ser creditado na conta dessa empresa, por essa operação de desconto,
assumindo o mês com 30 dias, sabendo-se que a taxa de desconto é de 1 % ao mês.
(Abelardo de Lima Puccini)

8. Em 01/05/2022 uma empresa entregou um borderô de duplicatas, ao banco, para serem


descontadas:

Vencimento (dias) Valor do título (R$)


15/06/2022 15.000,00

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15/07/2022 25.000,00
15/08/2022 22.000,00
Total 62.000,00

Determinar o valor a ser creditado na conta dessa empresa, por essa operação de desconto,
sabendo-se que a taxa de desconto é de 3,5 % ao mês. (O autor)

9. Um título com o valor de resgate de R$ 1.000,00 com 80 dias a decorrer até o seu
vencimento, está sendo negociado a juros simples, com uma taxa de desconto “por fora”
de 15 % ao ano. Determinar: (Abelardo de Lima Puccini)
a) o valor do principal desse titulo
b) o valor do desconto simples
c) a rentabilidade mensal desse título, até seu vencimento.

10. Um título no valor de R$ 70.000,00, pagável em 50 dias, vai ser substituído por outro
com vencimento em 120 dias. Sabendo que o credor pode resgatar o título à taxa de 36
% ao ano. Determine o valor nominal do novo título. 75.568,00

10. Formação de Preços


10.1 Conceito de preço
O que é preço? É apenas um valor em moeda corrente? O preço de venda nada
mais é do que o valor que o produto ou serviço deve ser vendido considerado os custos
variáveis, os custos fixos proporcionais, e ainda o lucro líquido estimado.

Para definir o preço de venda o gestor deve considerar dois aspectos: o financeiro
(interno) e o mercadológico (externo). Pelo aspecto financeiro, o preço de venda deverá
cobrir tanto os custos (variável e fixo), bem como o lucro líquido. Pelo aspecto
mercadológico, o preço de venda deverá também estar próximo do praticado pelos
concorrentes diretos. Nessa mesma linha o autor GUERREIRO (2006, p.50) destaca “o
modelo de simulação de preços pode ter duas concepções: formar preços a partir da
estrutura de custos e formar preços a partir de referências de preços de mercado”.

Para KOTLER, ARMSTRONG (2000, p. 29) preço significa “a soma de dinheiro que os
clientes devem pagar para obterem o produto”. Os mesmos autores ainda mencionam o
preço como os totais de valor que os consumidores trocam pelos benefícios gerados por
produtos ou serviços. Além disso, para a definição do preço, outros fatores também
influenciam diretamente: conhecimento de marca, tempo de mercado, volume de vendas
já conquistado e agressividade da concorrência... Se o preço determinado pelo mercado
for menor que o encontrado a partir dos custos da empresa, o gestor financeiro deve rever
os cálculos financeiros para avaliar até a viabilidade de continuar atuando no seguimento
daquele serviço.

Para OLIVEIRA (2005, p. 2) “a fixação de preços é uma decisão de suma importância


para a administração, por ser o fator primordial de sobrevivência, lucratividade e
posicionamento da empresa no mercado”.

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Para MONTEIRO (2002, p. 4), “há dois pontos de vista a considerar em relação ao preço.
Primeiro, para a empresa, preço é a quantidade de dinheiro que está disposta a aceitar em
troca de um produto. Para os consumidores, preço é algo que estão dispostos a pagar em
troca de um produto.”

O aumento da concorrência, que vem acontecendo em quase todos os tipos de negócio,


está levando o empresário a trabalhar, a cada dia, com uma menor margem de lucro. A
maior liberdade nos preços e a crescente diversificação de produtos e serviços têm sido
fatores que contribuíram para este cenário de concorrência acirrada.

10.2 Evolução histórica da formação de preços


Antigamente as empresas calculavam todos os custos e acrescentava uma margem
de lucro para formar o preço de venda, desta forma quem determinava o preço “era quem
vendia”, e a equação para formar o preço era simples (CUSTO + LUCRO = PREÇO).

Atualmente o processo se inverteu e o preço passou a ser determinado pelo mercado, hoje
a empresa que não perceber que é o cliente que influência no preço, está em grandes riscos
de insucesso no seu negócio. Desta forma o lucro, que antes era calculado pelo gestor
financeiro (onde era possível colocar a margem de lucro que queria), passou a ser a
diferença entre o preço “aceito pelo mercado” e o total dos custos e despesas.

Essa mudança é significativa, pois, enquanto no modelo anterior o preço era função de
uma planilha interna, propiciando meros repasses de custos, no modelo atual o preço é
definido pelo mercado. Neste novo modelo também é levado em conta o poder aquisitivo,
qualidade, alternativas de escolha e a utilidade do produto e/ou serviço. Na empresa, isso
significa repensar métodos de trabalho e gestão, planejando com base na variável externa,
ou seja, de fora para dentro, buscando seu retorno via produtividade, redução de custos,
eficiência, qualidade, o que significa repensar a empresa estrategicamente quanto aos
métodos de gestão financeira.

10.3 Critérios para a formação de preço


Como o preço é dado pelo mercado, porque então se preocupar tanto com a
política e formação de preços? Não deveríamos apenas seguir os preços praticados pelo
mercado?

Dentro deste cenário e desta nova forma de calcular os preços passa a ser fundamental
um bom gerenciamento de “Custos”.

Podemos comparar que antigamente era o período de “formação dos preços” enquanto
que atualmente é o período de “formação dos custos”. Podemos dizer que o lucro provém
dos preços e dos volumes de negócios; portanto, muito mais do que qualquer outra
situação, é de importância vital que a empresa conheça seus custos e despesas de forma
detalhada, que examine cuidadosamente sua política e formação de preços e administre
todas as variáveis envolvidas na questão, de forma a conhecer exatamente seus limites de
atuação, no que diz respeito ao mercado, volumes e retornos possíveis. Assim sendo, a
empresa irá observar o preço que o mercado está praticando e confrontar com os custos
internos. Casos os custos seja muitos altos e próximos do preço praticado, a empresa terá
uma baixa lucratividade. Por outro lado, se os custos superarem o preço de venda

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praticado pelo mercado a empresa terá duas opções... Tentar vender mais caro
demonstrando que seu produto é diferenciado ou buscar a redução de custos para ser
competitivo e poder atuar com o preço de venda praticado no mercado.

10.4. Visão mercadológica X visão financeira


A formação do preço de venda deve respeitar a duas perspectivas (interna e
externa) e ambas são importantes de serem consideradas.

Para SALANEK FILHO, 2006 na financeira interna é considerado o paradigma


tradicional, onde o preço é formado de dentro para fora. Nesta visão permite cobrir os
custos e despesas e gerar a rentabilidade desejada. Considera-se como o produto e/ou
serviço ideal ao cliente e neste modelo respeita-se a rentabilidade. Na mercadológica
(externa) é observado o comportamento dos preços no mercado. O preço é formado de
fora para dentro. Nesta perspectiva existe interação com a liberdade de preços e com a
necessidade de mercado e respeita-se a competitividade.

Atividades de aprendizagem
• Você já formou preço de algum produto ou serviços que você vendeu?

a) Caso positivo lembre-se de como você fez essa conta... O preço que você vendeu foi
correto? Foi adequado para você e para o seu cliente?

b) Caso você nunca tenha vendido nenhum produto ou serviço... Pergunte para algum
comerciante próximo de sua casa. Como ele forma o preço dos produtos/serviços que
vende?

11. Lucro: gerando resultado para o negócio


De forma geral dizemos que o lucro é o valor que sobra entre o preço de venda e
todos os gastos que tivemos. Pode ser definido também como o valor que desejamos
ganhar. Esse ganho ele deve ser um valor atrativo para que a comercialização desse
produto continue existindo. Quanto maior a diferença entre o preço de venda e os custos,
podemos dizer que maior será o nosso lucro e mais estimulados ficaremos para continuar
vendendo aquele produto. Vejamos abaixo as definições sobre o lucro.

11.1 Conceito de Lucro


Na ótica empresarial dizemos que o lucro ou lucratividade não é apenas um desejo
da empresa, mas também um motivo de sobrevivência. Uma empresa para continuar
existindo ela precisa ser lucrativa, se não a tendência para encerrar suas atividades é
eminente.

Para Bezerra, “o lucro das empresas é importante instrumento não só de sobrevivência


das empresas, mas também de medição do sucesso que tiveram em atender a necessidades
de bens e serviços da sociedade”.

Sob a ótica financeira o lucro é a melhor forma de medir o sucesso de um negócio. A


empresa irá continuar atuando no mercado, pagamentos seus custos, os salários dos seus
funcionários e os impostos para o governo apenas se ela for lucrativa. Nenhuma empresa
sobrevive ao longo do tema se não gerar lucro.

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Entre os diversos indicadores de sucesso do negócio o lucro é a mais eficiente forma de


medir o desempenho de um negócio. O sucesso e a competência do administrador
financeiro começam a ser valorizados no momento em que ele consegue fazer que entre
mais dinheiro no caixa do que sai. Esse simples raciocínio faz com que o negócio seja
rentável e a empresa continue exercendo a sua atividade.

Podemos observar que muitas empresas possuem ótimas ideias e excelentes produtos e
não sobrevivem, na maioria das vezes, isso ocorre pela falta de lucratividade no momento
da venda. Para KOTLER (2000, p.45) Nas empresas privadas o maior objetivo é o lucro
e devem alcançar o lucro como consequência da criação de valor para os clientes.

11.2 Calculando o lucro


Além do cálculo nominal do lucro, ou seja, em dinheiro é muito comum também
calcularmos o lucro em percentual. Veja o exemplo: Uma empresa resolveu no final do
ano avaliar o se desempenho financeiro e verificar qual foi a sua lucratividade e apurou
os seguintes resultados.

Receita Total – R$ 500.000,00

Custo Total – R$ 400.000,00

Logo o lucro será de R$ 100.000,00.

Nesse simples exemplo começamos a verificar o resultado do negócio. Esse lucro, além
de ser apresentado de forma nominal – R$ 100.000,00 – também pode ser calculado em
percentuais sobre a receita. Podemos fazer essa conta dividindo o valor de R$ 100.000,00
pela receita total que foi de R$ 500.000,00 logo teremos o percentual de 20%. Desta
forma, dizemos que o nosso lucro foi de 20% da nossa receita total, conforme
demonstrado abaixo!

Lucro em percentual = Lucro (R$) / Receita (R$) => 100.000,00 / 500.000,00 = 20%

Nesse exemplo fica clara essa demonstração percentual do lucro. Esse formato também é
importante quando vamos comparar vários períodos com receitas e lucratividades
diferentes. Muitas vezes vamos nos surpreender que, nem sempre o período que a empresa
atinge o maior lucro nominal, também será o maior lucro percentual. Veja o exemplo
abaixo:

Item Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5


Receita (R$) 350.000,00 450.000,00 500.000,00 550.000,00 600.000,00
Lucro (R$) 50.000,00 60.000,00 55.000,00 70.000,00 83.000,00
Lucro (%) 14,3 13,3 11,0 12,7 13,8

Observamos na tabela acima que o melhor lucro percentual aconteceu no primeiro ano,
quando atingiu 14,3% e observamos também que foi o menor lucro nominal de todos,
pois atingiu apenas R$ 50.000,00 – como que esse fato pode ocorrer? O menor lucro pode
ser chamado de melhor lucro?

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Pode sim! O primeiro ano demonstra que foi o ano em que a empresa foi mais eficiente,
ou seja, conseguiu atingir o maior lucro em relação a sua receita. Do valor de R$
350.000,00 que a empresa recebeu, ela teve de sobra no final do ano o valor de R$
50.000,00. Essa proporção mostra muito mais eficiência do que ocorreu, por exemplo, no
ano 3. Nesse ano a empresa até lucrou mais – R$ 55.000,00 – mas o seu faturamento total
foi de R$ 500.000,00 e proporcionalmente sobrou um menor lucro do que no primeiro
ano.

Atividades de aprendizagem
• Vamos praticar um pouco mais o cálculo do lucro em percentual. Na tabela a seguir,
calcule o lucro percentual dos meses indicados e descreva em quais períodos a empresa
apresentou o melhor e o pior lucro percentual.
Demonstrativo de lucratividade nominal e percentual
Item Janeiro Fevereiro Março Abril
Receita (R$) 60.000,00 75.000,00 80.000,00 100.000,00
Lucro (R$) 8.000,00 15.000,00 12.000,00 18.000,00
Lucro (%)

12. A definição de Mark-up


Continuaremos a falar sobre o lucro, mas daremos outro enfoque. Você conhecerá
um novo conceito usado na formação do preço que é chamado de mark-up ou também de
taxa de marcação. Aprendemos a importância da empresa gerar lucro e saber avaliar o
desempenho desse lucro sobre o total das receitas. Agora aprenderemos a calcular um
percentual de lucro desejado, ou seja, teremos o custo total e desejamos definir o
percentual de lucratividade que a empresa terá no período.

12.1 Calculando o lucro a partir dos custos


Pense na seguinte situação! Você tem uma empresa que trabalha com confecção
de roupas. O custo de um tipo de casaco que você produz custa R$ 100,00 e você deseja
ganhar 20% de lucro, por quanto que você deverá negociar com o seu cliente?

Você deve ter pensado rapidamente nessa resposta, certo? Agora tome muito cuidado com
a resposta, pois o valor de venda não será um cálculo direto e simples. Caso você aplique
20% diretamente sobre os custos e determine que o seu preço de venda seja R$ 120,00 –
o cálculo estará errado! O preço de venda será outro. Acompanhe comigo esse raciocínio:

Você definindo o preço de venda pelo valor de R$ 120,00 e aplicar aquele conceito que
nós aprendemos no capítulo anterior em que dividimos o lucro pelo total do faturamento
teremos outro percentual e não o de 20%.

Lucro em percentual = Lucro (R$) / Receita (R$) => 20,00 / 120,00 = 16,7%

Nesse cálculo direto não ganharemos 20% de lucro e apenas 16,7%. Caso você calcule
neste formato você imagina que atingirá um percentual de lucro e na verdade estará
atingindo um percentual menor. Para sabermos calcular adequadamente o nosso preço de
venda e o nosso lucro percentual vamos aprender o conceito de mark-up ou também
chamado de taxa de marcação.
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12.2 Cálculo de Mark-up


O que será que significa esse termo? Como que ele é calculado? Vamos então para
a definição e demonstração dos cálculos.

O site Wikipédia traz a seguinte definição “é um termo usado em economia para indicar
quanto do preço do produto está acima do seu custo de produção e distribuição”.

Para MONTEIRO (2002, p. 11) apud Padoveze “o mark-up é uma metodologia usada
para se calcular preços de venda a partir do custo de cada produto. Este método consiste
na aplicação de um multiplicador sobre os custos que resulta no preço final de venda”.
Para PORTON & FURLAN (2002) o mark-up representa um percentual sobre o preço de
venda, necessário para cobrir despesas e custos do produto, impostos sobre venda e a
margem de lucro pretendida.

O conceito mark-up é muito usado pelas empresas, esse cálculo parte do pressuposto de
que a base para diferenciação de preços de venda dos diversos produtos produzidos pela
empresa é o custo (PADOVEZE, 1994).

Após a apresentação dos conceitos, vamos agora entender como que os cálculos são
feitos. Para PORTON & FURLAN (2002) existem duas formas do mark-up ser calculado.
Encontramos o cálculo do mark-up divisor e o cálculo do mark-up multiplicador.

Mark-up divisor = (100% - (% de lucro)) / 100


Mark-up divisor = (100% - (20%)) / 100
Mark-up divisor = (80%) / 100
Mark-up divisor = 0,80

Mark-up multiplicador = 1 / ((100% - (% de lucro)) / 100)


Mark-up multiplicador = 1 / ((100% - (20%)) / 100)
Mark-up multiplicador = 1 / ((80%) / 100)
Mark-up multiplicador = 1 / 0,80
Mark-up multiplicador = 1,25

Pronto! Agora temos o mark-up calculado nos dois formatos e já podemos calcular o
preço de venda correto da nossa empresa. No primeiro cálculo vamos dividir o nosso
custo total pelo mark-up divisor e no segundo cálculo iremos multiplicar o custo pelo
mark-up multiplicador.

Preço de venda pelo mark-up divisor:


Preço de venda = R$ 100,00 / 0,80
Preço de venda = R$ 125,00

Preço de venda pelo mark-up multiplicador:


Preço de venda = R$ 100,00 x 1,25
Preço de venda = R$ 125,00

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As empresas podem utilizar tanto o mark-up divisor como o mark-up multiplicador que
o cálculo do preço de venda será o mesmo. (COPPI, SOUZA E BASSO, 2005).

Utilizando qualquer um dos cálculos teremos o preço de venda calculado de forma


correta. Portanto o nosso preço de venda não será R$ 120,00 conforme comentamos no
início da nossa aula e sim o valor de R$ 125,00 – dessa forma o nosso lucro também não
será de R$ 20,00 e sim de R$ 25.00. Vamos agora verificar o percentual do lucro sobre o
total das receitas e verificar se realmente temos os 20%.

Lucro em percentual = Lucro (R$)/ Receita (R$) => 100.000,00/500.000,00 = 20%

É importante frisar que devemos incluir o Mark-up não apenas o lucro, mas também todos
os demais percentuais que terão o preço de venda como base para o cálculo de seus
percentuais. Além do lucro, que deve ser calculado sobre o preço de venda, geralmente a
empresa paga impostos sobre o preço de venda e também comissão para seus funcionários
da área comercial também sobre o preço de venda. Vejamos então o exemplo:

Outro exemplo, o dono de uma loja de revenda de óculos calcula o custo médio (custo
fixo + custo variável) o valor de R$ 100,00. Essa pequena empresa deseja obter um lucro
de 30%, deverá pagar 15% de impostos e também 5% de comissão para o vendedor
(funcionário da loja). Qual será o preço de venda?
Observe agora que temos três tipos de percentuais e todos eles deverão compor o Mark-
up. Assim sendo, faremos o cálculo considerando o percentual em 50%.

Cálculo pelo mark-up divisor:


Mark-up divisor = (100% - (% de lucro + % de impostos + % de comissão)) / 100
Mark-up divisor = (100% - (30% + 15% + 5%)) / 100
Mark-up divisor = (100% - (50%) / 100
Mark-up divisor = (50%) / 100
Mark-up divisor = 0,50

Preço de venda pelo mark-up divisor:


Preço de venda = R$ 100,00 / 0,50
Preço de venda = R$ 200,00

Cálculo pelo mark-up multiplicador

Mark-up multiplicador = 1 / ((100% - (% de lucro + % de impostos + % de comissão)) /


100)
Mark-up multiplicador = 1 / ((100% - (30% + 15% + 5%)) / 100)
Mark-up multiplicador = 1 / (100% - (50%) / 100)
Mark-up multiplicador = 1 / (50%) / 100)
Mark-up multiplicador = 2,0000

Preço de venda pelo mark-up multiplicador:


Preço de venda = R$ 100,00 x 2,0000
Preço de venda = R$ 200,00

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O preço de venda será de R$ 200,00. A distribuição desse valor acontecerá da seguinte


forma:
• Preço de venda = R$ 200,00
• Lucro (30%) = R$ 60,00
• Impostos (15%) = R$ 30,00
• Comissão (5%) = R$ 10,00

A soma de todos os valores dos percentuais totaliza o valor de R$ 100,00 que deduzidos
do preço de venda de R$ 200,00 – restará o valor também de R$ 100,00 para o pagamento
dos custos.

Vamos continuar vendendo óculos? Por se tratar de um produto que melhora a nossa
visão, vamos usar como exemplo em outros cálculos. Portanto fique bem atento, com os
olhos bem abertos e utilizaremos muito o exemplo dessa empresa que revende óculos.

Atividades de aprendizagem
• Calcule os índices de mark-up bem como o preço de venda para as situações abaixo
indicadas.

Cálculo do preço de venda utilizando a metodologia mark-up

Item Empresa 1 Empresa 2 Empresa 3 Empresa 4


Custo Total 500,00 1.200,00 5.000,00 20.000,00

% Lucro 10 % 15 % 25 % 8%
% Impostos 5% 10 % 10 % 15 %
% Comissão 1% 3% 10 % 2%

Mark up Divisor
Preço Venda

Mark up Multiplicador
Preço Venda

13. Calculando o Mark-up


Aprendemos um conceito importantíssimo para a formação do preço que é o
cálculo do mark-up. Agora vamos aprimorar um pouco mais esse conhecimento e
principalmente aprender mais sobre os custos.

13.1 Custo unitário total


Custos unitários são compostos por custos fixos unitários e custos variáveis
unitários, ou seja, precisamos chegar na unidade que estamos produzindo.

Quanto será o gasto com cada óculos?

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Nesses custos deverão estar incluídos os custos variáveis (custo de compra) e os custos
fixos (estrutura da loja). Será fundamental, a título deste nosso exemplo, que a empresa
revende apenas um tipo de óculos e que o custo médio de compra seja de R$ 50,00.
Utilizaremos esse exemplo simples (de um único produto) para entendermos bem o
conceito de custo unitário total.

Exemplos de custos variáveis unitários de uma empresa que revende óculos

Itens Quantidade de Óculos Vendidos


10 50 100 400
Custos Variáveis Unitários 50,00 50,00 50,00 50,00
Total 50,00 50,00 50,00 50,00

Observamos, no exemplo acima que, na amplitude do custo variável unitário, cada óculos
irá custar o mesmo valor. Vamos considerar o valor de R$ 50,00 como custo médio. É
obvio que se pegarmos o total dos custos variáveis estes aumentaram a medida que
aumentarem o número de unidades. Mas é importante frisar que estamos calculando o
custo variável unitário.

Com relação ao custo fixo a visão já deve ser outra. Necessitamos obrigatoriamente saber
o número de óculos vendidos para que seja possível diluir o custo fixo total. Neste tipo
de custos, caso aumente o número de unidades vendidas teremos custos fixos unitários
menores e se diminuir o número de unidades vendidas, teremos custos fixos unitários
maiores. Observe a tabela abaixo.

Exemplos de custos unitários fixos de uma empresa de revenda de óculos.

Itens Quantidade de óculos vendidos


Custo
Fixo 10 50 100 400
Total
Custos Fixos Unitários (por unidade)
Aluguel 4.000,00 400,00 80,00 40,00 10,00
Publicidade 300,00 30,00 6,00 3,00 0,75
IPTU 100,00 10,00 2,00 1,00 0,25
Salários 6.000,00 600,00 120,00 60,00 15,00
Outros Custos 9,600,00 960,00 192,00 96,00 24,00
Total 20.000,00 2.000,00 400,00 200,00 50,00

Verificamos na tabela acima que à medida que o número de unidades aumenta diminui o
custo fixo unitário por óculos vendidos e vice-versa. Nessa situação teremos claramente
o valor que cada óculos terá de custo fixo. Com os dois cálculos efetuados e as duas
tabelas prontas será possível determinar o custo unitário total que é a soma do custo fixo
unitário mais o custo variável unitário.

Itens Quantidade de Óculos Vendidos


10 50 100 400
Custos Variáveis Unitários
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Compra de Óculos 50,00 50,00 50,00 50,00


Total 50,00 50,00 50,00 50,00

Custos Fixos Unitários


Aluguel 400,00 80,00 40,00 10,00
Publicidade 30,00 6,00 3,00 0,75
IPTU 10,00 2,00 1,00 0,25
Salários 600,00 120,00 60,00 15,00
Outros Custos 960,00 192,00 96,00 24,00

Total 2.050,00 450,00 250,00 100,00

Na tabela acima tivemos uma visão muito clara do fechamento dos custos unitários. É
possível avaliar que se tiver apenas 10 unidades vendidas os custos ficarão altíssimos,
não tanto em função dos custos variáveis mais sim em função dos custos fixos distribuídos
para apenas 10 unidades.

Caso tenhamos 50 ou 100 unidades os custos totais atingirão 450,00 e 250,00


respectivamente a unidade. Ou seja, à medida que aumenta o número de venda o custo
unitário total diminui, sempre devido a redução dos custos fixo. E finalmente se tivermos
400 unidades vendidas será atingido o valor do nosso exemplo inicial, ou seja, um custo
de R$ 100,00 por óculos.

Tendo esse custo determinado o gestor financeiro deverá a seguir aplicar o mark-up e
formar o preço de venda por unidade!

Nesta aula aprendemos a calcular o custo unitário total através do detalhamento do custo
fixo unitário e do custo variável unitário.

Atividades de aprendizagem
• Com base no aprendizado desta aula, calcule os custos variáveis unitários, os custos
fixos unitários e o custo unitário total:
Custo A = 13,00
Custo B = 2,00
Aluguel = 1.500,00

Publicidade = 500,00
Terceiros = 350,00
Outros custos fixos = 150,00 Tabela

Exercício sobre custos unitários totais


Itens Quantidade de Óculos Vendidos
20 30 40 50
Custos Variáveis Unitários
Custo A
Custo B
Total

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Custos Fixos Unitários


Aluguel 400,00 80,00 40,00 10,00
Publicidade 30,00 6,00 3,00 0,75
Terceiros 10,00 2,00 1,00 0,25
Outros 600,00 120,00 60,00 15,00

Total 2.050,00 450,00 250,00 100,00

Custo Unitário
Total (CUT)

14. Conceito de margem de contribuição


É muito comum na área de finanças ouvirmos o termo margem. A mais conhecida,
sem dúvidas, é a margem de lucro. Nas aulas anteriores já calculamos o lucro, tanto em
valor como em percentual, inclusive o percentual podemos chamar de margem de lucro.

Sempre que usarmos o termo margem significa dizer que é a relação entre o volume de
recursos que entra e que sai do caixa. Encontramos um termo denominado de margem
bruta, outro denominado de margem líquida... Existe também a margem antes dos
impostos, ou seja, podemos observar essa relação entre as receitas e em alguns momentos
que os pagamentos vão sendo efetuados. A seguir conversaremos então sobre a margem
de contribuição e porque ela é tão importante assim.

14.1 Conceituando margem de contribuição


Tem um momento que é fundamental observar a relação entre as entradas e as
saídas de caixa. Para descobrirmos esse momento precisamos relembrar dos conceitos de
custos fixos, dos custos variáveis e dos percentuais de mark-up.

Para calcularmos a margem de contribuição será necessário observarmos a relação entre


estas variáveis. Em linhas gerais podemos dizer que a margem de contribuição é o valor
que sobra para pagar os custos fixos e para a empresa ter lucro. Como assim? Como que
essa margem então á calculada?

Vamos descrever agora exatamente esse detalhamento. Em um primeiro momento


precisamos ter a receita total. Em seguida devemos refletir sobre todos os custos que
teremos para obter essa receita, que são os custos variáveis. Vale relembrar que os custos
variáveis são custos de produção e os custos fixos são os de estruturas. Caso a empresa
não produza nada, não existiram custos de produção, mas teremos os custos de estrutura!

Além dos custos variáveis teremos que considerar também os percentuais do mark-up que
não ficaram para a empresa, ou seja, o precisaremos saber também os percentuais de
impostos sobre receitas e o percentual de comissão.

Agora já temos todas as informações necessárias para calcular a margem de contribuição.


Vamos observar a fórmula no quadro abaixo.

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MC = RECEITAS – (CUSTOS VARIAVEIS + (RECEITAS x PERCENTUAIS DE


IMPOSTOS E COMISSÕES))

Para GUERREIRO (2006, p. 24) “margem de contribuição corresponde às receitas de


vendas menos os custos e despesas variáveis. O total da margem de contribuição deve ser
suficiente para cobrir todos os custos e despesas fixas e propiciar o lucro esperado”.

Segundo PRADO, CORDEIRO E SALANEK FILHO (2009, p. 196) “a margem de


contribuição é o valor que sobra do faturamento total menos o custo variável. A margem
de contribuição representa quanto a empresa tem para pagar os custos fixos e gerar o lucro
estimado”.

Então vamos lá! Com o entendimento do conceito poderemos agora aplicar a fórmula da
margem de contribuição. Vamos usar aquele nosso mesmo exemplo da empresa que atua
na revenda de óculos, lembra?

Inicialmente temos que relembrar as informações através da tabela abaixo.

Itens Quantidade para 400 unidades


Custos Variáveis Unitários
Compra 50,00
Total 50,00

Custos Fixos Unitários


Aluguel 10,00
Publicidade 0,75
IPTU 0,25
Salários 15,00
Outros Custos 24,00
Total 50,00

Custo Unitário Total 100,00

Percentuais para cálculo do Mark up


Comissão (5 %), Impostos (15 %), Lucro (30 %) 50,00 %

Mark up Multiplicador 2,00


Mark up Divisor 0,50

Preço de Venda 200,00

Na tabela acima está apresentada, de forma unitária, o descritivo do cálculo dos custos
(fixos e variáveis) e da formação do preço de venda com a aplicação do mark-up (divisor
ou multiplicador).
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Vamos elaborar o cálculo considerando a receitas e os custos toda margem de


contribuição na tabela abaixo.

Itens Valores Unitários (por Valores totais (400


unidade) unidades)
Custos Variáveis 50,00 20.000,00
Custos Fixos 50,00 20.000,00
Custos Totais 100,00 40.000,00

Preço de Venda / 200,00 80.000,00


Faturamento

15 % Impostos 30,00 12.000,00


5 % Comissões 10,00 4.000,00
30 % Lucro 60,00 24.000,00

Margem de Contribuição:
Receitas – (Custos 110,00 44.000,00
Variáveis + (Receitas x
Percentuais de impostos e
comissões))
Margem de Contribuição
em percentual sobre o 55,00 % 55,00 %
faturamento

Margem de Contribuição Unitária:


MC = 200,00 – (50,00 + (200,00 x 20%)) = R$ 110,00
MC percentual = 110,00 / 200,00 = 55,00%

Margem de Contribuição Total:


MC = 80.000,00 – (20.000,00 + (80.000,00 x 20%)) = R$ 44.000,00
MC percentual = 44.000,00 / 80.000,00 = 55,00%

Agora já temos todos os valores calculados e o conhecimento de um novo indicador de


avaliação financeira – a margem de contribuição. De forma geral podemos dizer que a
atividade da empresa contribui com R$ 110,00 por unidade ou também com 55,00% da
receita para pagar os custos fixos e também para ter lucro. Podemos afirmar também que
sobra 55,00% (próximo da metade do faturamento) para cobrir todos os custos de
estrutura e também para gerar resultado positivo (lucro) para a empresa.

A margem de contribuição é muito importante de ser calculada, pois demonstra quando


sobra do faturamento após pagar os custos de produção. No nosso exemplo sobrou um
percentual relativamente alto (55,00%), mas poderia ter sobrado apenas 20%. Nessa
situação estaríamos afirmando que a atividade da empresa contribui com apenas 20% para
cobrir os custos fixos e gerar lucro.

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Nessa linha de raciocínio você já deve estar imaginando que é melhor que tenhamos uma
margem de contribuição alta. Isso mesmo! Quanto maior a margem de contribuição,
maior será a sobra de recursos para empresa cobrir sua estrutura fixa e ganhar dinheiro.

Margem de Contribuição
O estudo aborda os problemas empresariais ligados à necessidade de maximização
do resultado em um contexto de escassez de recursos e outras condições adversas que
limitam a capacidade produtiva. Neste sentido, apresenta o Custeio Variável e o conceito
de Margem de Contribuição pelo fator limitante da produção, como um instrumento de
controle e otimização de recursos da maior importância para o processo decisório, sendo
tais conceitos ilustrados com um exemplo numérico.

Atividades de aprendizagem
• Calcule a margem de contribuição dos exemplos abaixo e assinale qual dos exemplos
traz a melhor margem de contribuição tanto em valor como em percentual sobre o preço
de venda.

Itens Exemplo 1 Exemplo 2


Custos Variáveis 1.200,00 850.00
Custos Fixos 800,00 150,00
Total 2.000,00 1.000,00

Preço de Venda 2.500,00 1.250,00

8 % Impostos 200,00 100,00


2 % Comissões 50,00 25,00
10 % Lucro 250,00 125,00

Margem de Contribuição:
Receitas – (Custos
Variáveis + (Receitas x
Percentuais de impostos e
comissões))

Margem de Contribuição
em percentual sobre o
faturamento

15. Ponto de equilíbrio em valores e em quantidade


Ponto de equilíbrio (PE) é o último dos conceitos que trabalharemos em nosso
módulo de finanças relacionado a formação de preços. Sua finalidade é calcular qual o
momento em que as contas se equilibram, sem gerar lucro, nem prejuízo.

15.1 O conceito de ponto de equilíbrio


Este cálculo do ponto de equilíbrio dará uma informação de grande relevância
para a decisão da empresa. Será possível determinar qual o faturamento mínimo, tanto
em valores (receita total) como em quantidades (número de vendas efetuadas). Saberemos

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avaliar até que ponto é viável realizar a comercialização do produto, bem como e o
faturamento mínimo a ser atingido.

Para Prado, Cordeiro e Salanek Filho (2009, p. 196) “o ponto de equilíbrio é calculado
em valor e em quantidade para saber quanto que a empresa precisa vender para cobrir
apenas o custo (fixo e variável) das mercadorias vendidas. No ponto de equilíbrio a
empresa não terá nem lucro e nem prejuízos”.

Para Guerreiro (2006, p.36) “o ponto de equilíbrio diz respeito a um determinado volume
de quantidade de receita em que o lucro é nulo. Esse ponto é denominado na literatura de
ponto de equilíbrio”.

No site fluxodecaixa.com encontramos a seguinte definição: “Ponto de Equilíbrio é um


dos indicadores que informa o volume necessário de vendas, no período considerado, para
cobrir todas as despesas, fixas e variáveis, incluindo-se o custo da mercadoria vendida ou
do serviço prestado”.

No ponto de equilíbrio não teremos então nem lucro e nem prejuízo. Será um volume de
receita que terá apenas uma finalidade: pagar todos os compromissos de forma que o
negócio não gere prejuízos.

Na figura abaixo será possível observarmos essa relação em uma ótica visual. Abaixo do
ponto de equilibro a empresa terá prejuízos e acima do ponto de equilíbrio e empresa terá
lucro. Vela salientar que os custos variáveis, no ponto de equilíbrio, serão equivalentes
aos volumes vendidos. Caso a empresa produza mais os custos variáveis aumentarão e se
produzir menos eles reduzirão proporcionalmente.

15.2 Cálculo do ponto de equilíbrio


Para Prado, Cordeiro e Salanek Filho (2009) o cálculo do ponto de equilíbrio
envolve o uso das informações de custos fixos, margem de contribuição, faturamento e
preço de venda.

Ponto de Equilíbrio em valores

PE (valores) = (CF/CV) x Faturamento

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Ponto de Equilíbrio em quantidades

PE (qdade) = PE (valores) / Preço de Venda

O nosso próximo passo será utilizar a aplicação do ponto de equilíbrio na empresa que
revende óculos. Vamos observar como se comporta o ponto de equilibro. Abaixo, na
tabela, resgataremos os cálculos com o complemento do ponto de equilíbrio.

Itens Valores totais (400 unidades)


Custos Variáveis 20.000,00
Custos Fixos 20.000,00
Custos Totais 40.000,00

Preço de Venda / Faturamento 80.000,00

15 % Impostos 12.000,00
5 % Comissões 4.000,00
30 % Lucro 24.000,00

Margem de Contribuição: Receitas –


(Custos Variáveis + (Receitas x
Percentuais de impostos e comissões)) 44.000,00

Margem de Contribuição em percentual


sobre o faturamento 55,00 %
Ponto de Equilíbrio em valores 36.363,64
Ponto de Equilíbrio em quantidade

Atingimos o valor de R$ 36.363,64 – esse será o valor mínimo que a empresa deverá
atingir para pagar todas as suas contas, inclusive as de características fixas. Para atingir
esse volume de faturamento preciso saber exatamente quantos óculos devem ser
comprados e vendidos. Para obter essa quantidade devemos dividir pelo preço de venda.
A quantidade calculada é de 181,8 unidades... Como não é possível vender óculos pela
metade! Determinamos que o ponto de equilíbrio fica próximo a 182 unidades. Caso a
empresa decida vender esse número de óculos atingirá um volume que terá um lucro
muito baixo, próximo de zero que seria o ponto de equilíbrio... Veja essa demonstração
na tabela abaixo.

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Itens Valores Totais (400 Valores Totais (181 Valores Totais (182
unidades) unidades) unidades)
Custos Variáveis 20.000,00 9.050,00 9.100,00
Custos Fixos 20.000,00 20.000,00 20.000,00
Custos Totia 40.000,00 29.050,00 29.100,00

Faturamento 80.000,00 36.200,00 36.400,00

15 % de impostos 12.000,00 5.430,00 5.460,00


5 % de comissões 4.000,00 1.810,00 1.820,00

Lucro nominal - R$ 24.000,00 (90,00) 20,00


Lucro percentual 30 % (0,25 %) 0,05 %

Na tabela acima, podemos visualizar, na primeira coluna, o volume total de faturamento


com a participação de 400 unidades e um lucro de R$ 24.000,00 que corresponde a 30%
do faturamento. Na segunda coluna o resultado, para um total de 181 unidades, é negativo
em R$ 90,00 – pois a empresa vendeu menos que o ponto de equilíbrio. Se a empresa
vender 182 unidades terá um lucro mínimo de R$ 20,00.

Ficará claro para os administradores que uma empresa nessas condições não vender
menos do que 182 óculos.
Esses gestores também observarão que o ideal seria trabalhar com o volume de 400
unidades. Eles saberão também que se a turma tiver entre 182 e 400 unidades vendidas a
empresa será lucrativa.

Uma última situação... E se a empresa vender mais de 400 óculos? Como ficarão os
lucros? Serão em volumes acima de R$ 24.000,00. Os gestores terão que observar apenas
se a estrutura fixa, que custa R$ 20.000,00 irá suportar a realização de mais vendas. Será
bem provável que a empresa terá que ampliar também a estrutura fixa aumentando assim
os custos fixos e tendo que recalcular toda a viabilidade.

Atividade de aprendizagem
• Calcule o ponto de equilíbrio da empresa abaixo. No final do quadro anote o valor
mínimo de faturamento e a quantidade mínima que deverão ser comercializados.

Itens Valores Totais (10.000,00 convites)


Custos Variáveis 600.000,00
Custos Fixos 850.000,00
Custos Totia 1.450.000,00

Preço de Venda 2.900.000,00

25 % de impostos 725.000,00
7 % de comissões 203.000,00

Margem de Contribuição 1.372.000,00

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Margem de Contribuição em percentual 47,31 %


Ponto de Equilíbrio em valores
Ponto de Equilíbrio em quantidade

16. O Sistema Financeiro Nacional – SFN


As entidades normativas são responsáveis pela definição das políticas e diretrizes
gerais do sistema financeiro, sem função executiva. Em geral, são entidades colegiadas,
com atribuições específicas e utilizam-se de estruturas técnicas de apoio para a tomada
das decisões. Atualmente, no Brasil funcionam como entidades normativas o Conselho
Monetário Nacional – CMN, o Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP e o
Conselho Nacional de Previdência Complementar – CNPC.

As entidades supervisoras, por outro lado, assumem diversas funções executivas, como a
fiscalização das instituições sob sua responsabilidade, assim como funções normativas,
com o intuito de regulamentar as decisões tomadas pelas entidades normativas ou
atribuições outorgadas a elas diretamente pela Lei. O Banco Central do Brasil – BCB, a
Comissão de Valores Mobiliários – CVM, a Superintendência de Seguros Privados –
SUSEP e a Superintendência Nacional de Previdência Complementar – PREVIC são as
entidades supervisoras do nosso Sistema Financeiro.

Além destas, há as entidades operadoras, que são todas as demais instituições financeiras,
monetárias ou não, oficiais ou não, como também demais instituições auxiliares,
responsáveis, entre outras atribuições, pelas intermediações de recursos entre poupadores
e tomadores ou pela prestação de serviços.

Abaixo, breve relação dessas instituições, com descrição das principais atribuições de
algumas delas.

16.1 Entidades Normativas


* Conselho Monetário Nacional - CMN
É o órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional. O CMN não
desempenha função executiva, apenas tem funções normativas. Atualmente, o CMN é
composto por três membros:
• Ministro da Fazenda (Presidente);
• Ministro do Planejamento Orçamento e Gestão; e
• Presidente do Banco Central.

Trabalhando em conjunto com o CMN funciona a Comissão Técnica da Moeda e do


Crédito (Comoc), que tem como atribuições o assessoramento técnico na formulação da
política da moeda e do crédito do País. As matérias aprovadas são regulamentadas por
meio de Resoluções, normativos de caráter público, sempre divulgadas no Diário Oficial
da União e na página de normativos do Banco Central do Brasil.

* Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP


O CNSP desempenha, entre outras, as atribuições de fixar as diretrizes e normas
da política de seguros privados, regular a constituição, organização, funcionamento e

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fiscalização das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades Abertas de


Previdência Privada, Resseguradores e Corretores de Seguros.

* Conselho Nacional de Previdência Complementar CNPC


O CNPC tem a função de regular o regime de previdência complementar operado
pelas entidades fechadas de previdência complementar (Fundos de Pensão).

16.2 Entidades Supervisoras


* Banco Central do Brasil - BCB
O Banco Central do Brasil foi criado em 1964 com a promulgação da Lei da
Reforma Bancária (Lei nº 4.595 de 31.12.64).

Sua sede é em Brasília e possui representações regionais em Belém, Belo Horizonte,


Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
É uma autarquia federal que tem como principal missão institucional assegurar a
estabilidade do poder de compra da moeda nacional e um sistema financeiro sólido e
eficiente.

A partir da Constituição de 1988, a emissão de moeda ficou a cargo exclusivo do BCB.


O presidente do BCB e os seus diretores são nomeados pelo Presidente da República após
a aprovação prévia do Senado Federal, que é feita por uma arguição pública e posterior
votação secreta.

Entre as várias competências do BCB destacam-se:


• Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda nacional e da solidez do
Sistema Financeiro Nacional;
• Executar a política monetária mediante utilização de títulos do Tesouro Nacional;
• Fixar a taxa de referência para as operações compromissadas de um dia, conhecida
como taxa SELIC;
• Controlar as operações de crédito das instituições que compõem o Sistema
Financeiro Nacional;
• Formular, executar e acompanhar a política cambial e de relações financeiras com o
exterior;
• Fiscalizar as instituições financeiras e as clearings (câmaras de compensação);
• Emitir papel-moeda;
• Executar os serviços do meio circulante para atender à demanda de dinheiro
necessária às atividades econômicas;
• Manter o nível de preços (inflação) sob controle;
• Manter sob controle a expansão da moeda e do crédito e a taxa de juros;
• Operar no mercado aberto, de recolhimento compulsório e de redesconto;
• Executar o sistema de metas para a inflação;
• Divulgar as decisões do Conselho Monetário Nacional;
• Manter ativos de ouro e de moedas estrangeiras para atuação nos mercados de
câmbio;
• Administrar as reservas internacionais brasileiras;
• Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras nacionais;
• Conceder autorização para o funcionamento das instituições financeiras.

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* Comissão de Valores Mobiliários - CVM


A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi criada em 07 de dezembro de 1976
pela Lei 6.385 para fiscalizar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil.

A Comissão de Valores Mobiliários é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da


Fazenda, porém sem subordinação hierárquica.

Com o objetivo de reforçar sua autonomia e seu poder fiscalizador, o governo federal
editou, em 31.10.01, a Medida Provisória nº 8 (convertida na Lei 10.411 de 26.02.02),
pela qual a CVM passa a ser uma "entidade autárquica em regime especial, vinculada ao
Ministério da Fazenda, com personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de
autoridade administrativa independente, ausência de subordinação hierárquica, mandato
fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária" (art. 5º).

É administrada por um Presidente e quatro Diretores nomeados pelo Presidente da


República e aprovados pelo Senado Federal. Eles formam o chamado "colegiado" da
CVM. Seus integrantes têm mandato de 5 anos e só perdem seus mandatos "em virtude
de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado ou de processo administrativo
disciplinar" (art. 6º § 2º). O Colegiado define as políticas e estabelece as práticas a serem
implantadas e desenvolvidas pelas Superintendências, as instâncias executivas da CVM.
Sua sede é localizada na cidade do Rio de Janeiro com Superintendências Regionais nas
cidades de São Paulo e Brasília.

Essas são algumas de suas atribuições:


• Estimular a formação de poupança e a sua aplicação em valores mobiliários;
• Assegurar e fiscalizar o funcionamento eficiente das bolsas de valores, do mercado
de balcão e das bolsas de mercadorias e futuros;
• Proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores do mercado contra
emissões irregulares de valores mobiliários e contra atos ilegais de administradores
de companhias abertas ou de carteira de valores mobiliários;
• Evitar ou coibir modalidades de fraude ou de manipulação que criem condições
artificiais de demanda, oferta ou preço dos valores mobiliários negociados no
mercado;
• Assegurar o acesso do público a informações sobre os valores mobiliários negociados
e sobre as companhias que os tenham emitido;
• Assegurar o cumprimento de práticas comerciais equitativas no mercado de valores
mobiliários;
• Assegurar o cumprimento, no mercado, das condições de utilização de crédito
fixadas pelo Conselho Monetário Nacional.
• Realizar atividades de credenciamento e fiscalização de auditores independentes,
administradores de carteiras de valores mobiliários, agentes autônomos, entre outros;
• Fiscalizar e inspecionar as companhias abertas e os fundos de investimento;
• Apurar, mediante inquérito administrativo, atos ilegais e práticas não-equitativas de
administradores de companhias abertas e de quaisquer participantes do mercado de
valores mobiliários, aplicando as penalidades previstas em lei;
• Fiscalizar e disciplinar as atividades dos auditores independentes, consultores e
analistas de valores mobiliários.

Superintendência de Seguros Privados - SUSEP


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A Susep é o órgão responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de


seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro. Criada em 1966 pelo
Decreto-Lei 73/66, que também instituiu o Sistema Nacional de Seguros Privados, de que
fazem parte o CNSP, o IRB, as sociedades autorizadas a operar em seguros privados e
capitalização, as entidades de previdência privada aberta e os corretores habilitados.

É uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, administrada por um Conselho


Diretor, composto pelo Superintendente e por quatro Diretores. Essas são algumas de suas
atribuições:

Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das Sociedades


Seguradoras, de Capitalização, Entidades Abertas de Previdência Privada e
Resseguradores, na qualidade de executora da política traçada pelo CNSP; Atuar no
sentido de proteger a captação de poupança popular que se efetua através das operações
de seguro, previdência privada aberta, de capitalização e resseguro.

* Superintendência Nacional de Previdência Complementar - PREVIC


A Previc atua como entidade de fiscalização e de supervisão das atividades das
entidades fechadas de previdência complementar e de execução das políticas para o
regime de previdência complementar operado por essas entidades. É uma autarquia
vinculada ao Ministério da Previdência Social.

16.3 Entidades Operadoras


Órgãos Oficiais:
* Banco do Brasil - BB
O Banco do Brasil é o mais antigo banco comercial do Brasil e foi criado em 12
de outubro de 1808 pelo príncipe regente D. João. É uma sociedade de economia mista
de capitais públicos e privados. É também uma empresa aberta que possui ações cotadas
na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBOVESPA).

O BB opera como agente financeiro do Governo Federal e é o principal executor das


políticas de crédito rural e industrial e de banco comercial do governo. E a cada dia mais
tem se ajustado a um perfil de banco múltiplo tradicional.

* Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES


Criado em 1952 como autarquia federal, hoje é uma empresa pública vinculada ao
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, com personalidade
jurídica de direito privado e patrimônio próprio. É responsável pela política de
investimentos a longo prazo do Governo Federal, necessários ao fortalecimento da
empresa privada nacional.

Com o objetivo de fortalecer a estrutura de capital das empresas privadas e


desenvolvimento do mercado de capitais, o BNDES conta com linhas de apoio para
financiamentos de longo prazo a custos competitivos, para o desenvolvimento de projetos
de investimentos e para a comercialização de máquinas e equipamentos novos, fabricados
no país, bem como para o incremento das exportações brasileiras.

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Os financiamentos são feitos com recursos próprios, empréstimos e doações de entidades


nacionais e estrangeiras e de organismos internacionais, como o BID. Também recebe
recursos do PIS e PASEP.

Conta com duas subsidiárias integrais, a FINAME (Agência Especial de Financiamento


Industrial) e a BNDESPAR (BNDES Participações), criadas com o objetivo,
respectivamente, de financiar a comercialização de máquinas e equipamentos; e de
possibilitar a subscrição de valores mobiliários no mercado de capitais brasileiro. As três
empresas, juntas, compreendem o chamado "Sistema BNDES".

* Caixa Econômica Federal - CEF


Criada em 12 de janeiro de 1861 por Dom Pedro II com o propósito de incentivar
a poupança e de conceder empréstimos sob penhor. É a instituição financeira responsável
pela operacionalização das políticas do Governo Federal para habitação popular e
saneamento básico.

A Caixa é uma empresa 100% pública e não possui ações em bolsas.

Além das atividades comuns de um banco comercial, a CEF também atende aos
trabalhadores formais - por meio do pagamento do FGTS, PIS e seguro-desemprego , e
aos beneficiários de programas sociais e apostadores das Loterias.
As ações da Caixa priorizam setores como habitação, saneamento básico, infraestrutura
e prestação de serviços.

* Demais Entidades Operadoras


- Instituições Financeiras Monetárias
São as instituições autorizadas a captar depósitos à vista do público. Atualmente,
apenas os Bancos Comerciais, os Bancos Múltiplos com carteira comercial, a Caixa
Econômica Federal e as Cooperativas de Crédito possuem essa autorização.

- Demais Instituições Financeiras


Incluem as instituições financeiras não autorizadas a receber depósitos à vista.
Entre elas, podemos citar:
• Agências de Fomento
• Associações de Poupança e Empréstimo
• Bancos de Câmbio
• Bancos de Desenvolvimento
• Bancos de Investimento
• Companhias Hipotecárias
• Cooperativas Centrais de Crédito
• Sociedades Crédito, Financiamento e Investimento
• Sociedades de Crédito Imobiliário
• Sociedades de Crédito ao Microempreendedor

- Outros Intermediários Financeiros


São também intermediários do Sistema Financeiro Nacional:
• Administradoras de Consórcio;
• Sociedades de Arrendamento Mercantil;
• Sociedades corretoras de câmbio;
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• Sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários;


• Sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários.

- Instituições Auxiliares
Também compõem o Sistema Financeiro Nacional, como entidades operadoras
auxiliares, as entidades administradoras de mercados organizados de valores mobiliários,
como os de Bolsa, de Mercadorias e Futuros e de Balcão Organizado.

Além das entidades relacionadas acima, também integram o SFN as companhias


seguradoras, as sociedades de capitalização, as entidades abertas de previdência
complementar e os fundos de pensão.

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