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1. Erro de instrumento
O instrumento tem sempre erros quando se fabricam e as pessoas devem usar “seus próprios instrumentos”,
por exemplo: olhos, ouvidos, mãos, para lerem resultados também fazem erros.
REGRA: O erro de dados obtido através de observação não é inferior á metade da mínima graduação do
instrumento usado, isto é, se por exemplo for usada uma balança cuja graduação mínima é grama, então, o erro
que se comete ao usar esta balança não é inferior a metade de grama.
2. Erros calculáveis
Muitas vezes, os cálculos cometem mais um tipo de erros, chamados “erros estranguláveis”, por exemplo, pela
necessidade de fazer arredondamentos na divisão, multiplicação de números decimais. Por outro lado, alguns
números como 𝜋, 𝜖, √2, 𝑠𝑒𝑛1𝑜 , etc, só podem vir por meio de valor aproximado.
Certo problema não tem métodos exactos de resolução e, por vezes, a solução é muito complicada e neste
caso, usam-se métodos aproximados.
CONCLUSÂO: É necessário estabelecer algum critério que permite fazer o estudo de modo como os erros dos
valores aproximados vão influenciar os resultados finais.
Comentário: O erro absoluto, no caso geral não é conhecido exactamente, pois caso contrário, o problema de
erro não teria sentido. Conhece-se apenas o número positivo |𝜖| ≤ ∆𝑁 e chamamos também ∆𝑁erro absoluto
̅.
de 𝑁
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1 𝑛
̅ = 𝑒̅ ≈ 2,7 cometemos o
Exemplo: o número 𝑒 = lim (1 + 𝑛) = 2,7128182 … se usar o valor aproximado 𝑁
𝑛→∞
erro absoluto 𝜖 = 𝑁 − 𝑁 ̅ = 2,7128182 … − 2,7 = 0,0128182 … < 0,02 → |𝜖| < 0,02. Neste caso podemos
dizer que no uso do valor de 2,7, como aproximado do número 𝑒, comete-se erro absoluto de ∆𝑁 = 0,02
̅ ± ∆𝑁
a) 𝑁
̅ − ∆𝑁; 𝑁
b) [𝑁 ̅ + ∆𝑁]
De referir que a notação acima só tem significado nos resultados finais, não podemos usar nos cálculos
intermédios.
O conceito de erro relactivo tem a seguinte importância: Explicar o erro absoluto que cada unidade do valor da
grandeza comete. Por exemplo, ao medir a altura da sala de aulas=3,40 m≈ 3,40 ± 0,05
|∆𝑁| 0,05
̅ = 3,40 e ∆𝑁 = 0,05 então, 𝑅 =
Se considerarmos 𝑁 = 3,40 = 0,014. O número 0,014 diz que cada metro
̅|
|𝑁
de altura tem erro absoluto igual a 0,014 e podemos ver que o erro absoluto não tem dimensão, enquanto que
erro absoluto tem.
Geralmente podemos considerar o seguinte problema: Seja uma função f(x,y,z). Determinar o erro absoluto de
∆f, quando em vez de calcular o valor da função para x=x0, y=y0, z=z0, se faz o cálculo com x=x0+∆x, y=y0+∆y,
z=z0+∆z, sendo ∆x, ∆y e ∆z erros absolutos de x, y e z respectivamente.
Suponhamos que a função f e suas derivadas parciais são contínuas, então temos:
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∆𝑓 = 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) − 𝑓(𝑥𝑜, 𝑦𝑜, 𝑧𝑜) = 𝑓(𝑥𝑜 + ∆𝑥, 𝑦𝑜 + ∆𝑦, 𝑧𝑜 + ∆𝑧) − 𝑓(𝑥𝑜, 𝑦𝑜, 𝑧𝑜)
= 𝑓𝑥′ (𝛼, 𝛽, 𝛾) ∗ ∆𝑥 + 𝑓𝑦′ (𝛼, 𝛽, 𝛾) ∗ ∆𝑦 + 𝑓𝑧′ (𝛼, 𝛽, 𝛾) ∗ ∆𝑧
Onde:
Nota: Essa fórmula fundamental pode generalizar-se para outras equações de qualquer nº de variáveis.
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Exercícios:
Determinar o erro absoluto que vem quando se calcula a área de trapézio ABCD, abaixo.
Onde:
a = 13 ± 2 (m)
b = 40 ± 2 (m)
h=5±1 (m)
Resolução
𝑎 = 13 ± 2 (𝑚); → ∆𝑎 = 2; 𝑎̅ = 13; 𝑎 ∈ [11; 15]
ℎ = 5 ± 1 (𝑚); → ∆ℎ = 1; ℎ̅ = 5; ℎ ∈ [4; 6]
𝑎+𝑏
1º Passo: Achar as derivadas parciais a partir da função: 𝑆 = ∗ℎ
2
ℎ
𝑆𝑎′ = ;
2
ℎ
𝑆𝑏′ = ;
2
𝑎+𝑏
𝑆ℎ′ = ;
2
2º Passo: Achar o módulo de cada derivada parcial e substituir os maiores valores das variáveis
ℎ ℎ 6
𝑆𝑎′ = → |𝑆𝑎′ | = | | ≤ = 3;
2 2 2
ℎ ℎ 6
𝑆𝑏′ = → |𝑆𝑏′ | = | | ≤ = 3;
2 2 2
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𝑎+𝑏 𝑎+𝑏 𝑎 𝑏 15 42 57
𝑆ℎ′ = → |𝑆ℎ′ | = | |≤| |+| |≤ + = = 28,5;
2 2 2 2 2 2 2
𝑎̅ + 𝑏̅ 13 + 40
𝑆̅ = ∗ ℎ̅ = ∗ 5 = 132,5
2 2
EXERCÍCIO
1. Calcule o valor aproximado de S e o respectivo erro absoluto, dado que:
sendo x = 5 ± 3
x 2 − yz
S=
ex y=3±2
z=2±1
y=5±2
z=4±1
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I. INTRODUÇÃO
Seja uma função tabelada f(x), onde temos os pares ordenados seguintes: (x1, f1), (x2, f2), …, (xn,fn), que em
muitos casos é obtida através dos experimentos ou observações. Existe a necessidade de determinar o valor da
função para qualquer x. Quer dizer, para além dos xi que aparecem na tabela, pretendemos determinar o valor
da função para um outro valor de x que não aparece na tabela. Este problema, chama-se Interpolação de
Funções.
A interpolação de funções, na sua forma mais geral, consiste em representar uma função tabelada duma forma
prefixada partindo dos valores que esta função toma para um conjunto de valores de seus argumentos.
F(x) é uma função tal que F(xi)=f(xi), para qualquer i=1,2,3,…,n. Se f(xi) é substituída por F(xi) num dado intervalo,
diz-se que F(xi) é uma função interpoladora para f(xi) neste intervalo.
A função interpoladora F(xi) pode tomar formas diferentes. Quando F(xi) for um polinómio, então teremos uma
interpolação polinomial; Quando F(xi) for uma soma de funções trigonométricas , então teremos uma
interpolação trigonométrica.
Para facilitar a interpolação, usa-se F(xi) mais simples e isto consegue-se usando F(xi) polinomial.
Teorema (Weirstrass): Toda função f(x) contínua no intervalo fechado [a,b] pode ser aproximado neste intervalo
por um polinómio, isto é, existe um polinómio P(x) tal que ∀𝜀 > 0, 𝜀 pequeno se tem e |𝑓(𝑥) − 𝑃(𝑥)| < 𝜀 e
isto acontece quando e 𝑥 ∈ (𝑎; 𝑏)
O significado deste teorema é: usando polinómio como função interpoladora, pode substituir qualquer função
com precisão adequada.
Definição: Seja f(x) uma função tabelada 𝑓(𝑥𝑖) = 𝑓𝑖, (i=1,2,3,…,n), chama-se diferença da primeira ordem ou
simplesmente diferença da função no ponto xi à grandeza ∆𝑓𝑖 = 𝑓𝑖+1 − 𝑓𝑖 onde (i=1,2,3,…,n).
∆2 𝑓𝑖 = ∆(∆𝑓𝑖) = 𝑓𝑖+2 − 2𝑓𝑖+1 + 𝑓𝑖 . De forma semelhante, podemos definir diferenças de ordem superior,
através da fórmula:
∆𝑘 𝑓𝑖 = ∆(∆𝑘−1 𝑓𝑖 )
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Vamos estudar o caso muito usual que é: Os valores de xi são espaçados, ou seja, xi forma uma progressão
aritmética:
Vamos apresentar a função tabelada e suas diferenças como se mostra na figura seguinte:
X f(x) ∆𝑓𝑖 ∆2 𝑓𝑖 ∆3 𝑓𝑖 ∆4 𝑓𝑖 ∆5 𝑓𝑖 …
.
Caminho descendente do
𝑥−3 𝑓−3 ponto 𝑥−3
𝑥−2 𝑓−2 ∆𝑓−3
. Caminho descendente do
ponto 𝑥−1
.
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Exemplo:
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Para esta fórmula de interpolação, vamos supor que a função tabelada f(x) tem argumento xi espaçados x0, h,
logo 𝑥𝑖 = 𝑥0 + 𝑖. ℎ
Usando a função descendente podemos concluir: a fórmula abaixo, chama-se fórmula de Newton Descendente.
∆𝑓0 ∆2 𝑓0
𝑓(𝑥) = 𝑓(𝑥0 + 𝑖. ℎ) = 𝑓0 + (𝑥 − 𝑥0 ) ∗ (𝑥
+ − 𝑥0 )(𝑥 − 𝑥1 ) +
ℎ 2! ∗ ℎ2
∆3 𝑓0
+(𝑥 − 𝑥0 )(𝑥 − 𝑥1 )(𝑥 − 𝑥2 ) + ⋯+ 𝑅
3! ∗ ℎ3
Sabe-se que:
x 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 1,7 1,8 1,9 2,0
f(x) 0,891207 0,932039 0,963558 0,985450 0,997495 0,999574 0,991665 0,973848 0,946300 0,909295
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Resolução:
ℎ = 0,1 → A diferença entre os valores de xi, o que se chama razão na progressão Aritmética
𝑥−𝑥0 1.25−1.2
𝜃= = = 0.5 ;
ℎ 0.1
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𝑓(1.25) = 𝑓0 + 𝑁1 ∗ ∆𝑓0 + 𝑁2 ∗ ∆2 𝑓0 + 𝑁3 ∗ ∆3 𝑓0 + 𝑁4 ∗ ∆4 𝑓0 + 𝑁5 ∗ ∆5 𝑓0
𝑓(1.25) = 0.932039 + 0.5 ∗ 0.031519 + 0.125 ∗ 0.009627 − 0.0625 ∗ 0.000220 − 0.03906 ∗ 0.000101
− 0.02734 ∗ 0.000004 = 0.94898
Nota Importante: Deve manter o número de casas decimais nos cálculos intermédios.
X f(x) ∇𝑓𝑖 ∇2 𝑓𝑖 ∇3 𝑓𝑖 ∇4 𝑓𝑖 ∇5 𝑓𝑖 …
.
Caminho
Caminhosascendente
ascendentes
.
𝑥−3 𝑓−3
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Nota: Pode-se calcular valores de diferenças descendentes e ascendentes directamente pelos valores
da função tabelada e temos a fórmula:
𝑛
𝑛!
∆ 𝑓𝑖 = ∑(−1)𝑘
𝑛
∗𝑓
𝑘! (𝑛 − 𝑘)! 𝑖−𝑘
𝑘=0
𝑛
𝑛!
∇ 𝑓𝑖 = ∑(−1)𝑘
𝑛
∗𝑓
𝑘! (𝑛 − 𝑘)! 𝑖−𝑘
𝑘=0
R = Erro absoluto
𝑓 (𝑛+1) (𝜉)
𝑅= 𝜃(𝜃 + 1)(𝜃 + 2) … (𝜃 + 𝑛) 𝜉 𝑒𝑠𝑡á 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑥 𝑒 𝑥𝑛
(𝑛 + 1)!
x 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 1,7 1,8 1,9 2,0
f(x) 0,891207 0,932039 0,963558 0,985450 0,997495 0,999574 0,991665 0,973848 0,946300 0,909295
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Resolução:
2º Passo: Determinar o 𝒙𝟎 e 𝜽
ℎ = 0,1 → A diferença entre os valores de xi, o que se chama razão na progressão Aritmética
𝑥−𝑥𝑛 1.82−1.9
𝜃= = = −0.8; ;
ℎ 0.1
3º Passo: Determinar o 𝑵𝟏, 𝑵𝟐, 𝑵𝟑, 𝑵𝟒, 𝒆 𝑵𝟓, e usando as fórmulas abaixo, terminar em casa.
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N1 = 𝜃
𝜃+1
N2 = N1 *
2
Usar estas fórmulas
N3 = N2 *
𝜃+2 para terminar o
3
exercício
𝜃+3
N4 = N3 *
4
𝜃+4
N5 = N4 *
5
F(x) = 𝑓𝑛 + N1 * ∇𝑓𝑛 + N2 * ∇² 𝑓𝑛 + N3 * ∇³ 𝑓𝑛 + N4 * ∇4 𝑓𝑛 + N5 * ∇5 𝑓𝑛
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As fórmulas de Newton, tem suas aplicações apenas no caso em que os valores de xi estão espaçados
ou seguem uma progressão aritmética. Nos casos em que os valores de xi não seguem uma progressão
aritmética, podemos construir uma fórmula semelhante as de Newton, utilizando as diferenças
divididas, mas estas fórmulas são complicadas.
Existe uma outra fórmula de interpolação que pode ser usada tanto para xi que seguem uma
progressão aritmética como para xi que não segue uma progressão aritmética e esta fórmula chama-
se Fórmula ou método de Lagrange.
A ideia principal do método de Lagrange é estabelecer um polinómio F(x) de grau n que toma os
mesmos valores que a função tabelada tem. Isto significa que F(xi)=f(xi).
(𝑥 − 𝑥0 )(𝑥 − 𝑥2 )(𝑥 − 𝑥3 ) … (𝑥 − 𝑥𝑛 )
+ ∗𝑓 +
(𝑥1 − 𝑥0 )(𝑥1 − 𝑥2 )(𝑥1 − 𝑥3 ) … (𝑥0 − 𝑥𝑛 ) 1
(𝑥 − 𝑥0 )(𝑥 − 𝑥1 )(𝑥 − 𝑥4 ) … (𝑥 − 𝑥𝑛 )
+ ∗𝑓 +
(𝑥2 − 𝑥0 )(𝑥2 − 𝑥1 )(𝑥2 − 𝑥3 ) … (𝑥2 − 𝑥𝑛 ) 2
+ ……… ……… … … … … … … … … … … +
Observações:
𝑓 (𝑛+1) (𝜉)
𝑅= (𝑥 − 𝑥0 )(𝑥 − 𝑥1 ) … (𝑥 + 𝑥𝑛 )
(𝑛 + 1)!
x 40 42 45 48 49 50
F(x) 1.60206 1.62325 1.65321 1.68124 1.69002 1.69897
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Resolução:
X=47
(47−42)(47−45)(47−48)(47−49)(47−50)
𝐹(47) = (40−42)(40−45)(40−48)(40−49)(40−50) ∗ 1.60206 +
𝐹(47) = 1.67209
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Observações
2. A fórmula de Lagrange exige logo de inicio determinar o grau de polinómio interpolador, mas
nem sempre a fórmula dá maior precisão.
3. Nos nossos dias, com o uso de computadores, não há nenhuma dificuldade ao realizar número
grande de cálculos, e, é aconselhável usar a fórmula de Lagrange para obter precisão adequada.
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