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UNIVERSIDADE TÉCNICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS


LICENCIATURA EM ENGENHARIA E GESTÃO DE ENERGIAS
RENOVÁVEIS

APLICAÇÃO DE UM SISTEMA FOTOVOLTAICO PARA


REAPROVEITAMENTO DE ÁGUAS PROVENIENTES DO BANHO

ORNÍLIA CÉLIA DA GRAÇA

Maputo, Setembro de 2022


APLICAÇÃO DE UM SISTEMA FOTOVOLTAICO PARA
REAPROVEITAMENTO DE ÁGUAS PROVENIENTES DO BANHO

Monografia apresentado em cumprimento parcial dos requisitos exigidos para obtenção


do grau de Licenciatura em Engenharia e Gestão de Energias Renováveis na
Universidade Técnica de Moçambique

Por:

ORNÍLIA CÉLIA DA GRAÇA

LICENCIATURA EM ENGENHARIA E GESTÃO DE ENERGIAS


RENOVÁVEIS

UNIVERSIDADE TÉCNICA DE MOCAMBIQUE


FACULDADE DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS

Tutor: Msc. dr. Constantino Dombo

Maputo, ___, ____________, 2021

O JÚRI:
O Presidente O Tutor O Arguente
_________________ _____________________ ___________________
DECLARAÇÃO DE HONRA
“Declaro que este Trabalho de Diploma nunca foi apresentado na sua essência para
obtenção de qualquer grau académico e ele constitui o resultado da minha pesquisa
pessoal”

Maputo, aos ____ de ________________ 2022

A autora

_______________________________________
(ORNÍLIA CÉLIA DA GRAÇA)

I
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais, Jaime Chavane e Líria António Lote Langa, aos meus
irmãos, Herminio Langa, Jaime Júnior e Edy Marven,

II
AGRADECIMENTOS
Primeiro quero agradecer a Deus por esse momento, por me permitir chegar ate aqui e
vivenciar essa etapa da vida.

Agradecer ao meu pai por ter me proporcionado a oportunidade de estudar e concluir a


minha licenciatura, a minha mãe Líria Langa por ser minha eterna fonte de inspiração.

Agradecer aos meus segundos pais Hermínio Langa e Célia Nhanala pela força e pelo
cuidado.

Agradecer aos meus irmãos Edy Marven e Jaime Júnior, Orquídia da Neusa pela ajuda que
me deram durante esse período e todos que contribuíram para realização dessa licenciatura.

Agradecer ao docente Constantino Dombo pelo apoio e as orientações dadas ao longo


deste processo.

E por fim agradecer ao meu companheiro da vida, Ruden Nhatumbo, por todo apoio que
me deu durante esse período.

III
LISTA DE ABREVIATURAS UTILIZADA
AC - Corrente Alternada

AEP - Áreas de Expansão Própria

CC - Corrente Continua

CNELEC - Conselho Nacional de Electricidade

DPS - Dispositivo de Proteção contra Surtos elétricos

EDM - Electricidade de Moçambique

FUNAE - Fundo de Energia

HCB - Hidroelétrica de Cahora Bassa

IRP - Índice de Rendibilidade do Projecto

MI - Motor de Indução

MOTRACO - Companhia de Transmissão de Moçambique

MPPT - Maximum Power Point Tracking

ONU - Organização das Nações Unidas

PETROMOC - Petróleos de Moçambique

PRI - Período (ou prazo) de Recuperação de Investimento

TIR - Taxa Interna de Retorno ou rendibilidade

VAL - Valor actual líquido

IV
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1. componentes do dimensionamento do SF e suas quantidades (fonte: autora) ..... 40
Tabela 2. Latitude e longitude (fonte: GoogleMapas.com) ................................................. 40
Tabela 3. Parâmetros do estudo de viabilidade económica. (fonte: autora) ........................ 48
Tabela 4.Tabela do VPL do projecto ................................................................................... 49

V
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1. Radiação directa do sol. Fonte: (Rodrigues, 2022) ................................................ 7
Figura 2. Representação dos ângulos segundo as técnicas solares. Fonte: (Galdino, 2014) . 8
Figura 3. vivendas bioclimáticas. Fonte: (ingenierosasesores, 2022) .................................... 9
Figura 4. Esquema solar residencial. Fonte: (Colonese, 2021)............................................ 10
Figura 5. esquema de energia solar fotovoltaica residencial. Fonte: (slsconsultoria, 2019) 10
Figura 6. esquema Autónoma. Fonte: (reluzeeco, 2020) ..................................................... 13
Figura 7. Sistema fotovoltaico conectado a rede. Fonte: (cumbre, 2019) ........................... 14
Figura 8. Sistema conectado à rede - on grid. Fonte: (Longosola, 2020) ............................ 15
Figura 9. Matriz energética moçambicana. Fonte: autora.................................................... 17
Figura 10. Organização Actual do Sector. Fonte: (ALER, 2021) ........................................ 20
Figura 11. Mapa de organização dos operadores do sector energético em Moçambique .... 22
Figura 12. Sistemas de Bombagem Solar. Fonte: (homar, 2019) ........................................ 28
Figura 13. Bombas Centrífugas. Fonte: (Franklin, 2009.) ................................................... 30
Figura 14. Bomba de Engrenagem. Fonte: (Franklin, 2009.) .............................................. 31
Figura 15. Bomba de rotor helicoidal. Fonte: (Franklin, 2009.) .......................................... 31

VI
RESUMO
O presente trabalho foca, essencialmente, três áreas relacionadas com um uso mais
eficiente da água: (i) o aproveitamento das águas de banho, (ii) dimensionamento de
sistemas fotovoltaicos para alimentar bomba de água e (iii) analise de viabilidade técnica e
económica. Em relação ao primeiro aspecto descrevem-se experiências que mostram que
um banho normal de uma pessoa custa em média 15 minutos, isto é, um volume de 4.2
litros será, em princípio, suficiente para um banho. Com outras formas de se ter de
produzir energia para satisfazer a demanda da bomba, foi possível chegar a menores
consumos de água e de energia eléctrica através de sistemas fotovoltaicos. Através de
sistemas fotovoltaicos é possível bombear a água para diferentes fins com menores custos
de operações e manutenções. As análises financeiras e económicas foram feitas a partir de
estimativas baseadas nas informações sobre o mercado e características do
empreendimento. A descrição das receitas e despesas e o fluxo de caixa projectados foram
de cinco anos, no qual o custo total de implementação desse sistema tem um custo
acessível. O estudo de viabilidade mostra que o projecto é técnico e economicamente
viável, pois o retorno do investimento está estimando em dois anos. Por fim, descreve-se
um estudo na parte que diz respeito às águas do banho, nomeadamente a sua quantidade e
diferentes concepções para o seu reaproveitamento.

Palavras-chave: Reaproveitamento de água de banho, Sistema Fotovoltaico e Análise de


viabilidade técnico económico.

VII
ABSTRACT
The present work focuses essentially on three areas related to a more efficient use of water:
(i) the use of bathwater, (ii) sizing of photovoltaic systems to feed the water pump and (iii)
technical and economic feasibility analysis. Regarding the first aspect, experiments are
described showing that a normal bath for a person cost on average 15 minutes, that is, a
volume of 4.2 liters will be, in principle, enough for a shower. With other ways of having
to produce energy to satisfy the demand of the pump, it has been possible to achieve lower
water and electricity consumption through photovoltaic systems. Through photovoltaic
systems it is possible to pump water for different purposes with lower operating and
maintenance costs. The financial and economic analyses were made from estimates based
on information about the market and characteristics of the enterprise. The description of
revenues and expenses and the projected cash flow were for five years, in which the total
cost of implementing this system is affordable. The feasibility study shows that the project
is technically and economically viable, as the return on investment is estimated in two
years. Finally, a study is described on the part that concerns the shower water, namely its
quantity and different designs for its reuse.

Keywords: Bathroom water reuse, Photovoltaic system and technical and economic
feasibility analysis.

VIII
ÍNDICE GERAL
DECLARAÇÃO DE HONRA ............................................................................................... I

DEDICATÓRIA ................................................................................................................... II

AGRADECIMENTOS ........................................................................................................ III

LISTA DE ABREVIATURAS UTILIZADA .....................................................................IV

ÍNDICE DE TABELAS ........................................................................................................ V

ÍNDICE DE FIGURAS........................................................................................................VI

RESUMO ........................................................................................................................... VII

ABSTRACT...................................................................................................................... VIII

CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO ........................................................................................... 1

1. Introdução ...................................................................................................................... 1

1.1. Problematização ...................................................................................................... 2

1.2. Objectivos................................................................................................................ 3

1.2.1. Objectivo Geral ................................................................................................ 3

1.2.2. Objectivos Específicos ..................................................................................... 3

2.1. Justificativa.............................................................................................................. 4

CAPÍTULO II – REVISÃO DA LITERATURA .................................................................. 5

3. Revisão de Literatura ..................................................................................................... 5

3.1. Energia .................................................................................................................... 5

3.1.1. Energia eléctrica............................................................................................... 5

3.1.2. Recurso solar .................................................................................................... 5

3.1.3. Distribuição da radiação solar .......................................................................... 6

3.1.4. Radiação directa e difusa ................................................................................. 6

3.2. Definição do ângulo ................................................................................................ 7

3.3. Energia Bioclimática ............................................................................................... 8


3.4. Energia solar térmica ............................................................................................... 9

3.5. Energia Solar Fotovoltaica .................................................................................... 10

3.5.1. Classificação dos sistemas solar fotovoltaicos .............................................. 12

3.5.2. Sistemas Isolados ou autónomos (Off-Grid).................................................. 12

3.5.3. Sistemas híbridos ........................................................................................... 13

3.5.4. Sistemas conectados à rede (On-Grid) ........................................................... 14

3.6. Acesso à Energia no Mundo.................................................................................. 15

3.6.1. Países em Vias de Desenvolvimentos (PED)................................................. 16

3.6.2. Em Moçambique ............................................................................................ 16

3.7. Eficiência energética ............................................................................................. 18

3.7.1. Revisões periódicas e manutenção constante ................................................ 19

3.8. Enquadramento Legal e Institucional .................................................................... 19

3.9. Quadro Regulamentar e Actores do Sector Energético ......................................... 21

3.9.1. Lei de Electricidade ....................................................................................... 21

3.9.2. Outros Instrumentos Legais ........................................................................... 21

3.9.3. Principais actores ........................................................................................... 22

3.9.4. Ministério de Energia ..................................................................................... 23

3.9.5. Fundo Nacional de Energia ............................................................................ 23

3.9.6. Conselho Nacional de Electricidade .............................................................. 24

3.9.7. Hidroelétrica de Cahora Bassa ....................................................................... 24

3.9.8. Electricidade de Moçambique........................................................................ 25

3.9.9. Petróleos de Moçambique, S.A. ..................................................................... 25

3.9.10. ELGÁS ....................................................................................................... 26

3.9.11. Companhia de Transmissão de Moçambique............................................. 26

3.10. Sistema de Bombagem Fotovoltaico ................................................................. 26


3.11. Conversor CC-CC.............................................................................................. 28

3.12. Inversor de frequência ....................................................................................... 28

3.13. Motor de Indução (MI) ...................................................................................... 28

3.14. Reservatório de água ......................................................................................... 28

3.15. Bombas Hidráulicas ........................................................................................... 29

3.15.1. Deslocamento cinético ............................................................................... 29

3.15.2. Deslocamento positivo ............................................................................... 30

CAPÍTULO III- METODOLOGIA ..................................................................................... 33

4. METODOLOGIA ........................................................................................................ 33

4.1. Materiais ................................................................................................................ 33

CAPÍTULO IV – APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS ..................... 34

5. Apresentação de resultados .......................................................................................... 34

5.1. Dimensionamento de sistema fotovoltaico ........................................................... 34

5.1.1. Correcção de Consumo .................................................................................. 34

5.1.2. Capacidade de Banco de baterias ................................................................... 35

5.1.3. Potência do Gerador ....................................................................................... 35

5.1.4. Número de módulos em série ........................................................................ 36

5.1.5. Escolha do controlador de carga (DC) ........................................................... 36

5.1.6. Escolha do Inversor........................................................................................ 37

5.1.7. Dimensionamento da caixa de junção............................................................ 37

5.1.8. Fusíveis e fileira ............................................................................................. 38

5.1.9. Disjuntor do Cabo CC Principal .................................................................... 39

5.1.10. Dimensionamento do Disjuntor do Lado CA ............................................. 39

5.2. Angulo de inclinação ............................................................................................. 40

5.3. Estudo da viabilidade económica .......................................................................... 41


5.3.1. Análise de fluxos de caixa financeiro (Cash-Flows) ..................................... 41

5.3.2. Avaliação da decisão económica de investimento ......................................... 42

4.1.1. Valor Actual Líquido (VAL)................................................................................. 43

5.3.3. Taxa Interna de Rentabilidade - TIR ..................................................................... 44

5.3.4. Período de Recuperação Actualizado (PRA) – Payback ............................... 45

5.3.5. Índice de Rentabilidade – IR ................................................................................. 47

5.4. Resultado e discussão ............................................................................................ 49

CAPÍTULO V – CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ................................................. 51

Conclusão............................................................................................................................. 51

Recomendações................................................................................................................ 52

REFERẼNCIAS BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 53


CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO

1. Introdução
Em África, a aplicabilidade das energias renováveis está ainda em fase embrionária, em
busca de financiamentos para a materialização de projectos com o objectivo de garantir a
electrificação total. Com processo de evolução da matriz energética, possibilitou-se o
melhoramento de estratégias de melhoramento do sector agrário através da disponibilidade
de sectores hídricos existentes bem como o potencial solar energético para avaliação de
outras possíveis opções de uso.

A escassez de água no mundo é agravada em virtude da desigualdade social e da falta de


manejo e usos dos recursos naturais. De acordo com os números apresentados pela ONU
(Organização das Nações Unidas), fica claro que controlar o uso da água significa deter
poder. As diferenças registradas entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento
chocam e evidenciam que a crise mundial dos recursos hídricos está diretamente ligada às
desigualdades sociais. (Interiores, 2022)

A importância da água no planeta é de tamanha proporção para a sobrevivência de animais


e vegetais na Terra, além de fazer parte de inúmeras actividades dos seres humanos. A falta
de água é uma ameaça, uma vez que a água é fonte da vida, preservar os recursos hídricos
é preservar a nossa existência. (A Importância da Água, 2011)

Das diferentes formas de aproveitamento de água, a que é proposto neste relatório é o


aproveitamento da água proveniente do chuveiro(banho). Para se ter uma ideia, um banho
de quinze minutos gasta, em média, cento e trinta e cinco litros de água. De acordo com
a Organização das Nações Unidas, centos litros de água por dia já seriam suficientes para
uma pessoa gastar com consumo e higiene. (condominiosverdes, 2016)

Desse modo, a utilização de micro geração de energia eléctrica através de painéis


fotovoltaicos, torna-se uma possibilidade para diversos sectores de actividade em
Moçambique, como indústria, comércio, serviços e habitações. O uso de sistemas
fotovoltaicos para produção de corrente eléctrica pode ser utilizado para bombear a água
do tanque, ajudando a reduzir a factura de energia que a bomba consome.

1
1.1. Problematização
Moçambique é o sétimo país mais pobre do mundo, e tem cerca de 15 milhões de pessoas a
viver em condições extremas de pobreza segundo (Reis, 2022). O constante crescimento
demográfico determina o desenvolvimento económico acelerado. Na agricultura, o esforço
para o aumento da produção contribui directamente para uma maior pressão sobre os
recursos naturais, e por isso deve-se impor formas mais racionais e sustentáveis para seu
uso e aproveitamento.

O consumo de água pode ser de diversas formas, isso torna a água um recurso
indispensável para o ser humano. Com isso, a falta de cuidados ou de formas de
reaproveitamento desse precioso líquido provocam seca e consequentemente causando
impactos negativos a natureza.

Um dos principais problemas esta no não reaproveitamento de água usada durante o banho,
neste contexto surge então a seguinte pergunta de pesquisa:

• Até que ponto um sistema fotovoltaico pode se mostrar viável no reuso da água
proveniente do banho?

2
1.2. Objectivos
Para responder à pergunta de pesquisa foram traçados os seguintes objectivos:

1.2.1. Objectivo Geral


• Aplicar um sistema fotovoltaico para reaproveitamento de água proveniente do
banho.

1.2.2. Objectivos Específicos


• Avaliar a quantidade de água usada numa casa durante o banho;
• Dimensionar um sistema fotovoltaico para alimentar o sistema de bombagem da
água;
• Analisar a viabilidade técnica e económica da implantação do sistema fotovoltaico.

3
1.3. Justificativa
O presente relatório visa aplicar um sistema fotovoltaico para reaproveitamento de água
proveniente do banho, com vista a garantir o uso de água para diferentes fins, ampliando os
conhecimentos hidráulicos e de energias fotovoltaicas.

A pesquisa, encontra também sua relevância no contexto da implementação dos projectos


de promoção de uso de energias limpas e renováveis. Devido a magnitude e delicadeza
desses projectos, propor soluções mais eficientes, pode ajudar a sociedade como um todo a
adquirir uma cultura de gestão de água e energia para o desenvolvimento socioeconómico.

4
CAPÍTULO II – REVISÃO DA LITERATURA

2. Revisão de Literatura
Nesse capítulo será apresentado o referencial teórico composto por assuntos relacionados
ao tema.

2.1. Energia
O conceito científico de energia está associado a actividades comuns como queimar
combustíveis, carregar baterias ou máquinas a rodar. Estes e outros processos podem ser
descritos em forma de diversas formas de energia, tais como energia térmica (Calor),
energia química (em combustíveis ou baterias), energia cinética (em corpos em
movimento), energia eléctrica, energia potencial e várias outras.

2.1.1. Energia eléctrica


“A energia eléctrica é uma das melhores fontes de energia disponíveis actualmente, ela
pode ser convertida em outras formas de energia como, mecânica, térmica ou luminosa”.
(POMILO, 2013). As fontes de energia eléctrica encontradas na natureza são chamadas de
fontes primárias, sendo divididas em fontes convencionais e fontes alternativas. As fontes
convencionais são as principais fontes de energia eléctrica utilizadas, como energia hídrica,
térmica e nuclear. As fontes alternativas são utilizadas de forma descentralizada e são
muito importantes como fontes renováveis, como energia solar, energia eólica, energia
oceânica, energia geotérmica e energia da biomassa.

2.1.2. Recurso solar


O aproveitamento da energia gerada pelo Sol é inesgotável, tanto como fonte de calor
quanto de luz, sendo uma das alternativas energéticas mais promissoras para prover a
energia necessária ao desenvolvimento humano. Quando se fala em energia, deve-se
lembrar de que o Sol é responsável pela origem de praticamente todas as outras fontes de
energia na Terra. Em outras palavras, as fontes de energia são, em última instância,
derivadas, em sua maioria, da energia do Sol.

Uma das formas de aproveitamento da fonte solar é utilização de painéis fotovoltaicos. O


painel fotovoltaico quando exposto à radiação solar funciona como um gerador de energia,
ele é composto por células solares, normalmente de silício, que através do efeito

5
fotovoltaico absorvem energia luminosa e produzem corrente eléctrica contínua,
(CRESESB 2006).

O efeito da incidência desses raios solares sobre determinados elementos químicos, efeito
fotovoltaico, foi relatado pela primeira vez pelo físico francês Alexandre Edmond
Becquerel, em 1839. Ele constatou o aparecimento de uma diferença de potencial entre os
extremos de uma estrutura de material semicondutor, resultante da absorção da luz solar.
Esse facto permitiu que se produzisse, alguns anos depois, a célula solar fotovoltaica,
unidade fundamental dos sistemas solares fotovoltaicos para geração de energia eléctrica
(CRESESB 2006).

Os painéis fotovoltaicos sofreram melhorias em relação ao seu desempenho, eficiência,


além disso, obtiveram uma queda significativa em seu custo devido ao crescimento de
investimento no sector e principalmente devido ao aumento da concorrência entre as
companhias que os fabricam.

2.1.3. Distribuição da radiação solar


A intensidade da radiação solar fora da atmosfera, depende da distância entre o Sol e a
Terra. Durante o decorrer do ano, pode variar entre 1,47x 108 km e 1,52x 108 km. Devido
a
este facto, a irradiância E0 varia entre 1.325 W/m2 e 1.412 W/m2. O valor médio é
designado por constante solar, EO = 1.367 W/m².

No entanto, apenas uma parte da quantidade total da radiação solar atinge a superfície
terrestre. A atmosfera reduz a radiação solar através da reflexão, absorção (ozono, vapor de
água, oxigénio, dióxido de carbono) e dispersão (partículas de pó, poluição). O nível de
irradiância na Terra atinge um total aproximado de 1.000 W/m2 ao meio-dia, em boas
condições climatéricas, independentemente da localização. Ao adicionar a quantidade total
da radiação solar que incide na superfície terrestre durante o período de um ano, obtém-se
a irradiação global anual, medida em kWh/m2.

2.1.4. Radiação directa e difusa


A luz solar que atinge a superfície terrestre, é composta por uma fracção directa e por uma
fracção difusa. A radiação directa vem segundo a direcção do Sol, produzindo sombras

6
bem definidas em qualquer objecto. Por outro lado, a radiação difusa carece de direcção
específica.

Figura 1. Radiação directa do sol. Fonte: (Rodrigues, 2022)


O Sol fornece anualmente, para a atmosfera terrestre, 1,5 x 108 kWh de energia. Trata-se
de um valor considerável, correspondendo a 10.000 vezes o consumo mundial de energia
neste período. Estes factos vêm indicar que, além de ser responsável pela manutenção da
vida na Terra, a radiação solar constitui-se numa inesgotável fonte energética, havendo um
enorme potencial de utilização por meio de sistemas de captação e conversão em outra
forma de energia (térmica, eléctrica, entre outras).

Em seu movimento de translação, o planeta terra descreve em relação à linha do equador,


uma trajectória elíptica inclinada em 23, 5º. Essa inclinação provoca variações na posição
do sol no horizonte no mesmo horário ao longo do ano, e que por consequência origina as
diferentes estações (CRESESB, 2006)

2.2. Definição do ângulo


O conhecimento exacto da localização do Sol, é necessário para determinar os dados de
radiação e a energia produzida pelas instalações solares. A localização do Sol pode ser
definida em qualquer local, pela sua altura e pelo seu azimute. No campo da energia solar,
o Sul é referido geralmente como Į = 0°. O símbolo negativo é atribuído aos ângulos
orientados a Leste (Leste: Į = - 90°) e o símbolo positivo aos ângulos orientados a Oeste
(Oeste: Į = 90°).

Representação de ângulos nas técnicas solares

7
Figura 2. Representação dos ângulos segundo as técnicas solares. Fonte: (Galdino, 2014)
2.3. Energia Bioclimática
A energia solar bioclimática ou simplesmente arquitectura bioclimática consiste em
formas de aproveitamento da luz natural do sol, do calor, ou evitando-os, através de
soluções arquitectónicas e urbanísticas, adaptadas às condições específicas de clima e de
habitus de consumo de cada local. Para aproveitar correctamente as condições naturais, a
edificação deve ser planejada cuidadosamente, o que pode significar um alto rendimento
no aproveitamento da energia natural do sol, economizando outras formas de energia mais
sofisticadas, condiciona o projecto arquitectónico quanto a sua orientação, espacial, quanto
as dimensões de abertura das janelas e transparência na cobertura das mesmas.

8
Figura 3. vivendas bioclimáticas. Fonte: (ingenierosasesores, 2022)
2.4. Energia solar térmica
Neste caso, o interesse é na quantidade de energia que um determinado corpo é capaz de
absorver, sob a forma de calor, a partir da radiação solar incidente no mesmo. A utilização
dessa forma de energia implica não somente em saber captá-la, mas também em como
armazená-la. Os equipamentos mais difundidos com o objectivo específico de se utilizar a
energia solar térmica são conhecidos como colectores solares.

Os colectores solares são aquecedores de fluidos (líquidos ou gasosos) e são classificados


em colectores concentradores e colectores planos, em função da existência ou não de
dispositivos de concentração da radiação solar. O fluido aquecido pode ser mantido em
reservatórios termicamente isolados até o seu uso final. Os colectores concentradores estão
associados a aplicações em temperaturas superiores a 100oC, podendo alcançar
temperaturas de até 400oC para o accionamento da turbina a vapor e posterior geração de
electricidade. Já os colectores planos são utilizados fundamentalmente para aplicações
residênciais e comerciais em baixa temperatura (por volta de 60oC), tais como: água
aquecida para banho, ar quente para secagem de grãos, aquecimento de piscinas, água,
aquecida para limpeza em hospitais e hotéis, etc.

9
Figura 4. Esquema solar residencial. Fonte: (Colonese, 2021)
2.5. Energia Solar Fotovoltaica
A energia solar fotovoltaica consiste na conversão directa da luz solar em energia eléctrica.
A unidade básica de conversão é a célula fotovoltaica e seu princípio de funcionamento é
explicado através do efeito fotovoltaico. Edmond Becquerel, em 1839, constatou que uma
estrutura feita de material semicondutor, ao ser submetido a uma exposição de luz
estabelecia uma diferença de potencial entre seus extremos. Essa descoberta representa um
marco na história do efeito fotoeléctrico e os avanços que o sucederam possibilitaram a
criação das primeiras estruturas semicondutoras.

Figura 5. Esquema de energia solar fotovoltaica residencial. Fonte: (slsconsultoria, 2019)

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1 - PAINÉIS SOLARES

Os painéis solares são feitos de células fotovoltaicas, que convertem a luz solar em energia
elétrica de corrente contínua durante todo o dia. Um inversor solar converte a energia solar
dos seus painéis fotovoltaicos (Corrente Continua - CC) em energia elétrica que pode ser
usada em sua Casa ou Empresa para a TV, Computador, Máquinas, Equipamentos, e
qualquer equipamento elétrico (Corrente Alternada - CA) que você precise.

2 - INVERSOR

Este dispositivo converte a energia de corrente contínua (CC) gerada pelos painéis solares
para a energia de corrente alternada (CA). A energia que sai do inversor solar vai para o
seu "quadro de luz" e é distribuída para sua casa ou empresa, e assim reduz a quantidade de
energia que você compra da distribuidora.

3 - PAINEL ELÉTRICO

A energia de corrente alternada é enviada a partir do inversor ao seu painel elétrico para
alimentar as luzes e dispositivos com energia solar. O painel elétrico é muitas vezes
chamado de quadro de distribuição.

4 - RELÓGIO BIDIRECIONAL

O relógio bidirecional ou medidor bidirecional, é aquele equipamento que mede o quanto


você está consumindo de energia, mas com uma novidade a mais. Quando você está
produzindo sua energia, ele vai girar no sentido contrário, e assim, você estará ganhando
créditos ao invés de consumir, Por isso deverá ser instalado esse medidor bidirecional com
registradores independentes. O custo e a instalação do relógio são de responsabilidade da
concessionária de energia da sua região.

5 - REDE PÚBLICA DE DISTRIBUIÇÃO

Seu imóvel vai continuar conectado a rede pública de distribuição. Você vai precisar dessa
energia durante a noite ou em dias muito nublados, mas não se preocupe, o custo é
compensado por qualquer excesso de energia solar que seu gerador injetar na rede durante
o dia (aquele relógio bidirecional girando inversamente).

11
2.5.1. Classificação dos sistemas solares fotovoltaicos
Os sistemas fotovoltaicos são classificados de acordo com à forma como é feita a geração
ou entrega da energia eléctrica em: Sistemas Isolados ou autónomos (Off-Grid); Sistemas
conectados à rede (On-Grid) e Sistemas híbridos.

2.5.2. Sistemas Isolados ou autónomos (Off-Grid)


Os sistemas autónomos constituíram o primeiro campo de operação económica da
tecnologia fotovoltaica. A aplicação deste tipo de sistemas autónomos, observa-se onde o
fornecimento de energia através da rede pública de distribuição de energia eléctrica, não se
verifica por razões técnicas e/ou económicas. Nestes casos, os sistemas fotovoltaicos
autónomos podem constituir alternativas com uma vertente económica de elevado
interesse.
Este cenário vem ao encontro do grande potencial para a implementação dos sistemas
autónomos nos países em vias de desenvolvimento, onde se encontram grandes áreas que
permanecem sem fornecimento de energia eléctrica. As sucessivas evoluções tecnológicas
e a diminuição dos custos de produção nos países industrializados, poderão também
contribuir para a generalização deste tipo de aplicação.

No campo das pequenas aplicações solares de fornecimento de energia eléctrica, também


podemos observar consideráveis avanços: calculadoras electrónicas, relógios, carregadores
de pilhas, lanternas e rádios, são alguns dos exemplos conhecidos do uso bem-sucedido das
células solares em sistemas autónomos de reduzida dimensão.

12
Figura 6. esquema Autónoma. Fonte: (reluzeeco, 2020)
Os sistemas isolados de geração de energia solar fotovoltaica, de maneira simplificada, são
compostos de quatro componentes:

• Painéis solares ou placas solares:

São o coração do sistema e geram a energia elétrica que abastece as baterias. Tem a
propriedade de transformar a radiação solar em corrente elétrica contínua. Um sistema
pode ter apenas um painel ou vários painéis interligados entre si.

• Controladores de carga:

São a válvula do coração e garantem o correto abastecimento das baterias evitando


sobrecargas e descargas profundas, aumentando sua vida útil.

• Inversores:

São o cérebro do sistema e tem a função de transformar corrente continua (CC) em


corrente alternada (AC), e levar a tensão, por exemplo, de 12V para 127V. Em alguns
casos pode ser ligado a outro tipo de gerador ou à própria rede elétrica para abastecer as
baterias.

• Baterias:

São o pulmão do sistema e armazenam a energia elétrica para ser utilizada nos momentos
em que o sol não esteja presente e não haja outras fontes de energia.

2.5.3. Sistemas híbridos


De acordo com Pinho, Galdino (2014) Apud (CRESESB., 2006), os sistemas híbridos são
aqueles que possuem várias fontes de geração, sendo que elas podem ser: módulos
fotovoltaicos, geração movida a diesel ou a outro combustível (gasolina, biodiesel, gás),
aerogeradores; além disso, este sistema pode estar interligado à rede de distribuição local.
Devido à complementaridade entre as fontes, pode-se operar este sistema com poucas
interrupções de fornecimento. No entanto, este sistema apresenta desvantagens como o
custo elevado perante outros sistemas, além do complexo sistema de controlo de geração.

13
Figura 7. Sistema fotovoltaico conectado a rede. Fonte: (cumbre, 2019)
2.5.4. Sistemas conectados à rede (On-Grid)
Os sistemas fotovoltaicos de conexão à rede são caracterizados por estarem integrados à
rede eléctrica de distribuição da concessionária. Diferente dos sistemas isolados que
atendem a um propósito específico e local, estes sistemas também são capazes de abastecer
a rede eléctrica com energia que pode ser utilizada por qualquer consumidor da rede.
Os sistemas conectados têm uma grande vantagem com relação aos sistemas isolados por
não utilizarem baterias e controladores de carga. Isso os torna cerca de 30% mais eficientes
e também garante que toda a energia seja utilizada, ou localmente ou em outro ponto da
rede. Sistemas de conexão à rede podem ser utilizados tanto para abastecer uma residência,
comércio ou indústria, ou então simplesmente produzir e injectar a energia na rede
eléctrica, assim como uma central hidroeléctrica ou térmica.

Para residências e empresas estes sistemas também são chamados de sistemas fotovoltaicos
de autoconsumo. Se o proprietário do sistema produzir mais energia do que consome, a
energia produzida fará com que o medidor de energia bidirecional contabilize a diferença
entre a energia utilizada da rede de distribuição com a gerada pelo sistema.

14
Figura 8. Sistema conectado à rede - on GRID. Fonte: (Longosola, 2020)
2.6. Acesso à Energia no Mundo
O acesso à energia é uma condição sine qua non da luta contra a pobreza: A energia é um
meio que intervém em todos os sectores chave do desenvolvimento, quer se trate de água,
da saúde, da refrigeração de alimentos, da iluminação, e do aquecimento doméstico, dos
transportes, da agricultura, da produção industrial ou ainda dos meios de comunicação
modernos. Onde falta a energia, desenvolve-se a pobreza e instala-se um ciclo vicioso
“pobreza - energia". O acesso ao conhecimento (ensino e formação) depende em muito das
novas tecnologias e da sociedade de informação que constituem uma oportunidade que só
pode ser aproveitada com a energia. (CCE, 2002).

Actualmente, quase dois mil milhões de pessoas concentradas na periferia dos centros
urbanos e zonas rurais isoladas não têm acesso a serviços energéticos de base. É este o
paradoxo energético que caracteriza o seculo XXI. Esta desigualdade perante a energia
afecta nomeadamente dois terços da população africana, que em grande medida depende
da biomassa tradicional para o seu aprovisionamento energético (U.A, 2010)

Procurar a eficiência das energias renováveis nestas zonas é buscar a modernização das
zonas rurais e a longo prazo estas acções são benéficas a nível socioeconómico, (Cabraal,
2005).

15
2.6.1. Países em Vias de Desenvolvimentos (PED)
Na maior parte dos PEDs é frequente a utilização de lenha para a preparação de alimentos
e para o aquecimento (biomassa tradicional). A recolha excessiva de biomassa é das
principais causas do aumento da taxa de desflorestação em Africa, que vem perdendo cerca
de 4 milhões de hectares de floresta por ano desde 2000, sendo África actualmente o
segundo continente com a maior taxa de desflorestação. (UNRIC, 2012).

Por outro lado, um dos desafios mais significativos para o desenvolvimento da economia
africana é o acesso à energia. Na realidade, diversos estudos sugerem que os recursos
energéticos de África são suficientes para cumprir a curto e médio prazo as necessidades,
tendo em conta os principais factores como o crescimento demográfico e crescimento
económico ((CME), 2005). Salientar, ainda, as autoridades procuram a integração das
pequenas e médias empresas nos mercados locais para a promoção e comercialização das
tecnologias das energias alternativas nas zonas rurais e isoladas.

2.6.2. Em Moçambique
Em Moçambique, por exemplo, mais de 80% da população não tem acesso a energia
elétrica. Este problema é consequência da incapacidade de expandir a rede elétrica para
certas zonas mais distantes e isoladas. Por outro lado, é bastante oneroso para o governo
proporcionar acesso a eletricidade nestas zonas quando não existe perspetiva temporal de
retorno de capital investido uma vez que os seus habitantes são maioritariamente pobres.
((FUNAE), 2011)

A maior parte da população encontra-se concentrada num pequeno número de centros


urbanos. Aumentar o acesso a eletricidade nestas áreas têm-se mostrado difícil e
dispendioso (MEM, 2011). Por outro lado, nas áreas rurais a combinação de baixa
densidade populacional e a pobreza severa e persistente é um factor importante para os
custos de investimentos altos e a para uma procura baixa. Embora se reconheça que a
eletricidade é um factor chave para se alcançar a transformação socioeconómica nas zonas
rurais, esta necessária disseminação tende a ser protelada. Nesse sentido Mulder e Tembe
(2007) questionam se valerá a pena o investimento na eletrificação das zonas rurais em
Moçambique.

16
2.6.2.1. Matriz energética Moçambicana
Moçambique apresenta um grande potencial também para a exploração da bioenergia,
sobretudo por produzir grandes quantidades de resíduos agropecuários, biomassa florestal,
cascas de arroz, cascas de castanha de caju e cascas de coco. A superfície florestal do País
é cerca de 55 milhões de hectares o que constitui uma oportunidade para a obtenção de
benefícios através da gestão adequada, que contribui no desenvolvimento socioeconómico
do País. (NUBE, 2016)
Por outro lado, o País dispõe de uma grande parte de produção pecuária (gado bovino),
com cerca de 205 612.00 cabeças de gado. (Estatística, 2013) houve um acréscimo
consoante os anos que foram passando, mas ainda são dados dispersos.

A produção pecuária é uma actividade relevante no sector agrário, em virtude do papel que
desempenha na estratégia de redução da pobreza, e da sua crescente contribuição para o
desenvolvimento socioeconómico do País. Além destas potências vantagens ainda se pode
obter outras oportunidades como a de geração de bioenergia através do esterco, mas devido
ao fraco conhecimento das tecnologias não são aproveitados na sua totalidade.

Destes muitos anos, a biomassa tem sido uma das fontes de energia mais usadas em
Moçambique, visto que aproximadamente cerca de 70% (maioria) da população
moçambicana habita nas zonas rurais (Estatistica, 2019), como mostra a matriz abaixo.

Matriz energética de Moçambique(2014)


4.40%
11.70%

8.10%

75.80%

Biomassa petróleo Hídrica Carvão e gás

Figura 9. Matriz energética Moçambicana. Fonte: Autora.

17
Actualmente o pais possui cerca de 80% da sua matriz energética baseada em biomassa,
13,2% Energia hidráulica e restantes 6.8% solar, eólica, combustíveis fosseis (Republica,
2009)

2.7. Eficiência energética


Eficiência energética é uma actividade que busca melhorar o uso das fontes de energia. A
utilização racional de energia chamada também simplesmente de eficiência energética,
consiste em usar de modo eficiente a energia para se obter um determinado resultado. Por
definição, a eficiência energética consiste da relação entre a quantidade de energia
empregada em uma actividade e aquela disponibilizada para sua realização. (abesco, 2021)

A água é um recurso natural finito que muitas vezes é desperdiçada em hábitos tidos como
inofensivos, mas que repetidos diariamente e por várias pessoas, representam um grande
risco à vida num futuro mais próximo do que podemos imaginar. Muitos desses hábitos
ocorrem no banheiro, pois a água é a base de quase todos os objetos que compõem esse
espaço.

Estima-se que cada minuto de banho consome em média 9 litros de água. Pode já parecer
uma quantidade considerável, mas fica ainda maior quando constatamos que boa parte dos
banhos provavelmente não duram menos que 15 minutos, ou seja, resultam no consumo de
até 135 litros de água.

“A dica para economizar é reduzir o tempo de banho e, adicionalmente, acionar o registro


somente para se enxaguar, evitando usar o chuveiro enquanto se ensaboa. Essa pequena
mudança de hábito no banho tende a reduzir o consumo para menos da metade” (Fagundes,
2019).

A mudança de atitude em relação ao banho é similar ao que você deve fazer quando estiver
usando a torneira do banheiro. Ao escovar os dentes e em hábitos de autocuidado, deixe a
torneira fechada enquanto não precisar dela para enxaguar. A economia ultrapassa os dois
dígitos em litros e pode ser ainda maior se você sempre fechá-las corretamente.

A cada seis segundos apertando a válvula da descarga, um vaso sanitário pode consumir
em média de 6 a 10 litros de água. Na maioria das vezes, essa quantidade de água foi muito
além do que realmente era necessário para fazer tudo fluir.

18
“Hoje existem descargas com válvula de acionamento duplo não só para os modelos de
vaso com caixa acoplada, mas também para instalação convencional na parede. Além de
controlar o consumo total, você otimiza o uso da água conforme a necessidade” (Fagundes,
2019).

2.7.1. Revisões periódicas e manutenção constante


Se pudéssemos classificar os tipos de desperdício, os vazamentos certamente estarão entre
os piores. É um tipo de consumo dos mais graves porque a água sequer chegou a ser
utilizada de fato pelo usuário e muitas vezes esse problema demora até ser notado.

Um buraco de apenas 2 mm num cano é capaz de desperdiçar 96 mil litros de água por
mês. Ao construir, é importante investir em material hidráulico de qualidade e verificar
periodicamente a conta de água, pois nela vem discriminado o consumo mensal.

“Ao se observar qualquer gotejamento em torneiras antigas, com toda certeza existe um
problema no mecanismo de vedação, sendo necessário trocar o que se chama popularmente
de ‘reparo’ para evitar que ela fique pingando”, completa (Fagundes, 2019).

2.8. Enquadramento Legal e Institucional


A produção de electricidade de origem renovável em Moçambique está regulada pela Lei
de Electricidade (Lei no 21/91). A evolução do contexto nacional impôs uma revisão da
referida lei, tendo em consideração:

• o desenvolvimento tecnológico das energias renováveis;


• o aumento da participação do sector privado;
• a redefinição do papel das instituições do estado que actuam no sector;
• o estabelecimento de mecanismos tarifários compatíveis com a estrutura de custos
dos projectos;
• a necessidade de mecanismos simplificados para projectos de pequena dimensão;
• entre outros.

O processo de revisão já foi iniciado em 2017, esperando-se que seja terminado em breve.
Entretanto em 2018 foi aprovada a Estratégia Nacional de Electrificação, que fixou o
objectivo de acesso universal até 2030. De acordo com a mesma, dentro das AEP – Áreas
de Expansão Própria (num raio <100m de uma linha de baixa tensão existente) a EDM é

19
obrigada a ligar a qualquer cliente que solicite serviço. A construção de sistemas fora da
rede é da responsabilidade do FUNAE, sendo que a comercialização, operação e
manutenção é feita pela EDM, operadores privados ou pelas comunidades envolvidas.
Tanto os projectos
do FUNAE como a extensão da rede da EDM fora das AEP são subsidiados por um novo
instrumento, a Conta de Electrificação, um fundo rotativo a criar pelo Governo com
recursos públicos, da Taxa de Electrificação e das receitas das concessões de produção
de electricidade. A nova abordagem da estratégia também prevê tarifas uniformes e
sustentáveis, que permitam recuperar os custos e que sejam periodicamente ajustadas.

Em termos mais amplos, o mercado da energia está abrangido pela Estratégia de Energia
aprovada em 2009, seguida da Estratégia de Desenvolvimento de Energias Novas e
Renováveis (2011). Também elas precisam de uma adaptação ao novo contexto, tendo já
sido iniciado o processo de revisão da Estratégia da Energia.

Figura 10. Organização Actual do Sector. Fonte: (ALER, 2021)

20
2.9. Quadro Regulamentar e Actores do Sector Energético
Nesta secção apresentam-se os principais elementos do quadro regulamentar do sector
energético de Moçambique e os principais actores.

2.9.1. Lei de Electricidade


A Lei de Electricidade (Lei n.º 21/97 de 1 de outubro) estabelece os seguintes objectivos
específicos relativamente à produção, transporte, distribuição e comercialização de
electricidade:

• A política geral da organização do sector e gestão do fornecimento de energia


elétrica;
• O regime jurídico geral das actividades de produção, transporte, distribuição e
comercialização da energia elétrica no território da República de Moçambique, bem
como a sua importação e exportação para o território nacional e o regime da
concessão de tais actividades.

2.9.2. Outros Instrumentos Legais


Para além da Lei da Electricidade, foram estabelecidos outros instrumentos legais, com
destaque para os seguintes:

• Resolução do Conselho de Ministros no 5/98 de 3 de março, que define as


orientações estratégicas gerais para o desenvolvimento do sector, atendendo
também às convenções regionais e internacionais;
• O Decreto nº 21/2005 de 31 de março, que institucionaliza o Ministério de Energia
como o agente coordenador da planificação, promoção, controle da inventariação
dos recursos energéticos, desenvolvimento, expansão da rede de fornecimento e
distribuição de energia elétrica em Moçambique;
• O Decreto nº 8/2000 de 20 de abril, que estabelece as competências e os
procedimentos relativos à atribuição de concessões de produção, transporte,
distribuição e comercialização de energia elétrica, bem como a sua importação e
exportação. Porém, este Decreto foi definido com vista a regulamentar a Lei de
Electricidade nº 21/97, de 1 de outubro;

21
• O Decreto nº 43/2005, de 29 de novembro, através do qual o Estado designou a
Empresa Electricidade de Moçambique, Empresa Pública, para assegurar a gestão
do serviço público de gestão da RNT de energia elétrica e do respectivo centro de
despacho;
• O Decreto nº 45/2004 de 29 de setembro, que regula o processo de avaliação do
impacto ambiental na execução de projectos, e revoga o Decreto nº78/98 de 29 de
dezembro;
• O Decreto nº 42/2005, de 29 de novembro, que regula as normas referentes à
planificação, financiamento, construção, posse, manutenção e operação de
instalações de produção, transporte, distribuição e comercialização de electricidade,
bem como os procedimentos relativos à gestão, operação e desenvolvimento global
da rede Nacional de Transporte de Energia Elétrica;
• O Decreto nº 48/2007, de 22 de outubro, através do qual o Estado adequou o
regulamento de concessões de Licenças para o estabelecimento e exploração de
instalações elétricas à realidade.

2.9.3. Principais actores


O sector energético envolve um conjunto de entidades maioritariamente públicas cujas
atribuições podem ser agrupadas em cinco actividades, conforme ilustra a figura abaixo
(Figura 10) (Resolução 9/2009):

• Tutela e regulamentação, no qual se insere a definição do enquadramento


legislativo e regulamentar;
• Promoção energética, que abrange a definição de estratégias para desenvolvimento
do sector e promoção do acesso à energia;
• Produção, que representa as entidades que efectivamente produzem electricidade;
• Transporte e distribuição de electricidade, que inclui as entidades responsáveis pelo
transporte de electricidade e as que a distribuem de forma a garantir o acesso à
electricidade do público, das indústrias e das empresas em geral;
• Comercialização, que abrange as entidades que vendem e compram electricidade.

Figura 11. Mapa de organização dos operadores do sector energético em Moçambique

22
Fonte: Adaptado da Resolução nº 9/2009 de 4 de julho

2.9.4. Ministério de Energia


O processo de tutela e regulamentação do sector eléctrico é da competência do Ministério
da Energia, criado pelo Decreto Presidencial nº 13/2005 de 4 de fevereiro, como o órgão
central do aparelho do Estado que, de acordo com os princípios, objectivos e tarefas
definidas pelo Governo, dirige, planifica, promove e controla a inventariação e uso dos
recursos energéticos, e o desenvolvimento e expansão da rede de distribuição de
electricidade, gás natural e produtos petrolíferos.

O Ministério da Energia tem como instituições tuteladas e subordinadas:

• Fundo Nacional de Energia (FUNAE);


• Conselho Nacional de Electricidade (CNELEC);
• Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB);
• Electricidade de Moçambique (EDM);
• Petróleos de Moçambique (PETROMOC);
• ELGÁS;
• Companhia de Transmissão de Moçambique (MOTRACO).

2.9.5. Fundo Nacional de Energia


O FUNAE foi constituído através do Decreto nº 24/97, de 22 de julho de 1997, dotado de
personalidade jurídica e autonomia administrativa e financeira, e subordinado ao
Ministério da Energia.

23
O FUNAE opera a nível nacional, com a missão de promover maior acesso à energia de
forma sustentável e racional, com especial enfoque nas zonas rurais, de modo a contribuir
para o desenvolvimento económico e social do País, devendo para o efeito:

• Angariar e administrar fundos para apoiar a produção de energia pública e privada;


• Criar iniciativas de distribuição com base em formas alternativas de energia,
visando soluções de baixo custo bem como a promoção da conservação e gestão
racional e sustentável dos recursos energéticos do País.

2.9.6. Conselho Nacional de Electricidade


O CNELEC foi constituído através da Lei da Electricidade (Lei n.º 21/97, de 1 de outubro)
estando a sua forma de organização/funcionamento definidos no Decreto nº 25/2000 de 3
de outubro.

O CNELEC é responsável pela conciliação, mediação e arbitragem em matéria de


diferendos
e outras questões que envolvam diferentes concessionários (de produção, e/ou transporte,
e/ou distribuição e/ou comercialização), ou os concessionários e os consumidores.
As atribuições do CNELEC consistem na execução da legislação pertinente ao sector de
energia elétrica e no acompanhamento de processos de atribuição de concessões e sua
execução.
O CNELEC também tem competências no que concerne à emissão de opinião, proposta de
projectos, supervisão e estudo de questões que estejam ligadas ao sector eléctrico.
As principais iniciativas já realizadas por esta entidade passaram pela elaboração da
estratégia e plano operacional para o sector energético e pela elaboração do regulamento e
programas de monitorização dos operadores (concessionários) do sector.

2.9.7. Hidroelétrica de Cahora Bassa


A Hidroelétrica de Cahora Bassa, S.A.R.L. (HCB), foi criada a 23 de junho de 1975 com o
objectivo exclusivo de exploração, em regime de concessão, do aproveitamento
hidroeléctrico de Cahora Bassa e, em geral, a produção, transporte e comercialização de
energia elétrica a partir da barragem de Cahora Bassa, incluindo a sua importação e
exportação, podendo praticar todos os actos conexos com o seu objecto, necessários ou

24
úteis
à realização deste.

HCB é uma das maiores barragens hidroelétricas do continente Africano, com uma central
equipada de 5 turbinas de 415MW cada uma, produzindo um total de 2075MW, no rio
Zambeze, província de Tete. É superada apenas pela barragem de Assuão no Egipto em
termos de extensão da sua albufeira. A HCB reverteu em 27 de novembro de 2008 para o
Estado Moçambicano, que hoje detém 85% do Capital Social desta empresa.

2.9.8. Electricidade de Moçambique


A Electricidade de Moçambique, E.E. (EDM) foi criada pelo Decreto-Lei nº 38/77, de 27
de agosto, como a entidade responsável pelo estabelecimento e exploração do serviço
público de produção, transporte, distribuição e comercialização de energia elétrica no País.

Na prossecução do objectivo político do Estado Moçambicano de disponibilização de


electricidade para todo o povo e dentro do contexto da reforma em curso no sector, a EDM
foi transformada em Empresa Pública, através do Decreto 28/95, de 17 de julho, passando
a
designar-se por Electricidade de Moçambique, E.P. (EDM). Em 2005, a EDM, E.P., foi
designada por Decreto do Conselho de Ministros gestora da Rede de Transporte de Energia
Elétrica (RNT).

2.9.9. Petróleos de Moçambique, S.A.


A Petróleos de Moçambique (PETROMOC, S.A), criada a 1 de Maio de 1999, sucedeu,
por Decreto nº 70/98, de 23 de Dezembro e Diploma Ministerial nº 77/99, de 7 de Julho, à
empresa Nacional Petróleos de Moçambique, E.E., transformação decorrente dos
desenvolvimentos ocorridos no País, nomeadamente, a introdução de economia de
mercado, o licenciamento de novas gasolineiras, a eliminação do monopólio “de facto” da
empresa em matéria de importação de produtos petrolíferos e a introdução de mecanismos
de fixação de preços mais consentâneos com o mercado.

A empresa comercializa combustíveis e óleos e massas lubrificantes apropriadas às


indústrias de mineração, agricultura e marinha, providenciando, também, a necessária
assistência técnica, sendo por isso a maior empresa distribuidora das principais empresas

25
industriais e comerciais moçambicanas (sectores de pesca, transporte, energia) e sectores
sociais, incluindo o fornecimento às companhias estrangeiras dos Países vizinhos,
particularmente as do Malawi, Zâmbia e Zimbabwe.

2.9.10. ELGÁS
A ELGÁS é uma empresa privada oficialmente institucionalizada em 2001 e dedica-se ao
fornecimento de energia elétrica produzida a partir de gás natural extraído em Temane, na
província de Inhambane, com uma capacidade instalada de apenas 0.684MW. A ELGÁS
transporta, distribui e comercializa a sua energia a um grupo restrito de clientes, composto
essencialmente por hotéis localizados no norte de Inhambane.

2.9.11. Companhia de Transmissão de Moçambique


A Companhia de Transmissão de Moçambique (MOTRACO) foi criada em 1998 sob
responsabilidade da EDM, SEB e ESKOM (detendo cada uma delas 33,3% da estrutura de
capital), para importar a electricidade da ESKOM e transportá-la até à MOZAL, dado a
EDM ter insuficiente capacidade para suprir esta procura.

A empresa foi criada para ultrapassar condicionantes impostas pela legislação que
impediam
a ESKOM de fornecer directamente à MOZAL. A concessão da MOTRACO tem validade
de 50 anos, e iniciou-se a 17 de janeiro de 2000.

2.10. Sistema de Bombagem Fotovoltaico


São sistemas projectados especificamente para bombeamento de água de poços, lagos e
rios. Uma característica deste tipo de sistema é que ela dispensa o armazenamento da
energia eléctrica produzida pêlos módulos fotovoltaicos já que se pode armazenar a água
bombeada em reservatórios. Nos períodos nocturnos ou quando não há insolação, pode-se
utilizar a água armazenada em um reservatório elevado. “É eficiente, confiável, necessita
de pouca manutenção e resolve o problema de bombeamento de água com um custo
relativamente baixo. Uma característica favorável ao uso dessa tecnologia refere-se ao
casamento perfeito entre a fonte energética, a radiação solar e a necessidade de água”
(ALVARENGA, 2014).

26
O sistema de bombeamento de água fotovoltaico é semelhante aos sistemas convencionais,
com a diferença básica que o accionamento do motor da bomba é feito por um conjunto de
módulos fotovoltaicos. Embora exista variedade de equipamentos e configurações para o
sistema fotovoltaico de bombeamento, a sua selecção vária de acordo com as
características da aplicação e da localização do empreendimento. Essa selecção de
equipamento afecta criticamente a viabilidade económica e o tempo de vida útil do
projecto.

Segundo (Franklin, 2009.), A tecnologia fotovoltaica apresenta vantagens em vários


aspectos, iniciando pelo facto de que o recurso solar ocorre em quase todo o globo terrestre
sem nenhum custo. A diferença é que há regiões com maiores e menores potenciais de
energia solar, porém esta disparidade é solucionada por meio de um dimensionamento
adequado do sistema.

No caso de localidades isoladas e que não possuem rede elétrica, quando o processo de
bombeamento de água não é feito manualmente, geralmente utiliza-se um conjunto
composto por um motor a combustão (geralmente a óleo diesel) e um gerador elétrico. Este
sistema apresenta como grande desvantagem, os gastos constantes com aquisição e
transporte de combustível.

As tecnologias para o aproveitamento da energia fotovoltaica já se encontram consolidadas


tecnicamente e possuem um alto grau de confiabilidade, tendo o gerador uma vida útil em
torno de 25 anos, o que as tornam opções viáveis para a solução de problemas de escassez
de água no meio rural. O custo de investimento inicial ainda é uma grande barreira a ser
superada, em parte, por uma produção em larga escala, e, em parte, por incentivos á sua
produção e aquisição.

Apesar de o efeito fotovoltaico ter sido observado pela primeira vez pelo físico francês
Edmund Becquerel, em 1839, e de as primeiras aplicações datarem da década de 1950, o
bombeamento fotovoltaico somente se deu de forma comercial no final da década de 1970.

Um sistema de bombeamento fotovoltaico é composto basicamente de:

27
Arranjo de módulos fotovoltaicos - Estes são a fontes de energia elétrica CC para o
sistema, a configuração adequada serie/paralelo dos diversos módulos possibilita que o
arranjo forneça diferentes níveis de tensão e corrente.

Figura 12. Sistemas de Bombagem Solar. Fonte: (homar, 2019)


2.11. Conversor CC-CC
Este é um componente que serve basicamente para regular a tensão de saída do painel solar
elevando ou abaixando a sua amplitude.

2.12. Inversor de frequência


Este converte a energia elétrica dos terminais do conversor CC em energia elétrica CA ou
converte diretamente do arranjo de módulos fotovoltaicos quando não for necessário o
conversor CC.

2.13. Motor de Indução (MI)


Converte a energia elétrica CA em energia mecânica rotacional. Bomba. Utiliza a energia
mecânica do MI e transfere para água na forma de energia cinética.

2.14. Reservatório de água


Este componente garante a continuidade do fornecimento de água. Ele é dimensionado de
acordo com a demanda e com o tempo em que o sistema não estará operando.

28
Diferentemente das aplicações de energia solar para fornecimento de eletricidade para
domicílios, os sistemas de bombeamento fotovoltaicos não necessitam de baterias
eletrolíticas para períodos de baixa radiação solar, ao invés das baterias utilizam-se os
reservatórios de água que, se bem dimensionados, suprem as necessidades em condições de
baixa radiação solar durante determinado período (Fedrizzi, 2003)

É importante considerar que a aplicação destes sistemas em países em desenvolvimento


exige que o custo total seja baixo e que a manutenção possa ser feita por pessoal
com qualificação técnica básica. Por esta razão é mais adequado o uso de uma estrutura
modular com peças de substituição disponíveis no mercado local, além de oferecer
treinamento de pessoal para manutenção e para o uso adequado. O sistema composto
de conversor CC-CC com rastreamento do MPP e inversor tem demonstrada
confiabilidade. Alguns sistemas utilizam o inversor para fazer o rastreamento do MPP
(Chen, 2003) (Muljadi, 1997).

Maiores detalhes sobre os sistemas bombeamento, mostrando sua evolução, as


falhas mais usuais e as suas potencialidades são encontradas em Short e Mueller (2002).

2.15. Bombas Hidráulicas


As bombas são muito utilizadas em aplicações residenciais e industriais, sendo muitos os
tipos, tamanho e materiais com os quais são feitas. Há materiais para aplicações corrosivas,
técnicas de vedação eficientes, melhoras na capacidade de funcionamento a vazio.

As bombas são divididas em dois tipos fundamentais baseados na maneira em que elas
transmitem a energia ao fluido.

2.15.1. Deslocamento cinético


Este tipo de bomba utiliza a força centrífuga do elemento rotativo, conhecido como
impelidor, que transfere energia cinética para o fluido. A energia é fornecida a água sob
forma de velocidade e converte-se dentro da bomba em energia de pressão. Um exemplo
comum são as bombas centrífugas, Figura 1, nelas o líquido penetra no rotor paralelamente
ao eixo, sendo dirigido pelas pás para a periferia seguindo trajetórias contidas em planos
normais ao eixo. O fluido é impelido pela força centrífuga criada pelo rotor e sai com

29
velocidade e pressão maiores do que quando entra. Este tipo de bomba é geralmente
utilizado para baixas pressões e grandes vazões.

Figura 13. Bombas Centrífugas. Fonte: (Franklin, 2009.)


2.15.2. Deslocamento positivo
São bombas que após a rotação de seu eixo, desloca um volume fixo de fluido. As bombas
de deslocamento positivo são indicadas em casos onde se requer vazão constante
independente de variação da carga. E mais indicada para aplicações onde o volume
bombeado deve ser medido com precisão. Um exemplo deste tipo de bomba é a do tipo de
engrenagens; nela o fluido bombeado e empurrado pelos dentes das engrenagens,
resultando numa vazão proporcional ao volume entre os dentes e a velocidade das
engrenagens, sendo uma delas acionadas por um motor ver Figura 2. Este tipo de bomba é
mais utilizado em líquidos lubrificantes. O tipo de bomba muito utilizado para
bombeamento fotovoltaico em poços artesianos são as bombas helicoidais (cavidades
progressivas), Figura 3.

30
Figura 14. Bomba de Engrenagem. Fonte: (Franklin, 2009.)

Figura 15. Bomba de rotor helicoidal. Fonte: (Franklin, 2009.)


Há três tipos de sistema de bombeamento de água: submersível, superficial e flutuante. O
submersível bombeia água de fontes profundas, o sistema superficial bombeia água da
superfície das fontes, seja tanques, rios e lagos, e o sistema com bomba flutuante bombeia
água dos reservatórios tendo a possibilidade de ajuste da altura. Em sistemas de
bombeamento o componente que tende a apresentar mais defeito é a bomba. Segundo
(Meah, 2006) antes de 2002, esses sistemas geralmente operavam com bombas a
diafragma.

Pequenas partes dinâmicas e diafragmas no interior das bombas submersas falhavam com
frequência, levando a custos de manutenção maiores do que o esperado. Além disso, a
maioria dos sistemas utilizavam motores CC para acionar a bomba, isto adicionava mais
custo de manutenção para a troca das escovas a cada 2-3 anos. Com a chegada no mercado
de bombas com rotor helicoidal e os motores de indução os problemas de manutenção
diminuíram. (Franklin, 2009.)

31
Um problema que pode ocorrer com frequência em bombas é a cavitação. Este fenómeno
ocorre quando cavidades pequenas ou grandes são geradas em um fluido que se expande e
rapidamente se contrai, produzindo um som agudo. Cavitação ocorre em bombas,
propulsores, impelidores etc. Um líquido, quando está submetido a uma baixa pressão
inferior a um limite, rompe e forma cavidades de vapor. O ruído criado por cavitação é um
problema particular em bombas. O colapso das cavidades envolve energias muito altas, e
pode causar danos maiores, ocasionando desgastes nos componentes reduzindo
drasticamente o tempo de vida da bomba (Kaya, 2008)

32
CAPÍTULO III- METODOLOGIA

3. METODOLOGIA
Neste capítulo, será descrita a metodologia que foi utilizada para a realização deste estudo.

Segundo (MATTAR, 1996) Apud Lima et al. (2013), uma das formas mais rápidas e
económicas de aprofundar um problema de pesquisa é através do conhecimento dos
trabalhos já feitos por outros pesquisadores, via levantamentos bibliográficos.

As revisões da literatura são caracterizadas pela análise e pela síntese da informação


disponibilizada por estudos relevantes abordando um determinado tema, de forma a
resumir o corpo de conhecimento existente e a concluir sobre o assunto de interesse
(LAKATOS & MARCONI, 1991).

Segundo (LAKATOS & MARCONI, 1991), existem diversos tipos de estudos de revisão
de literatura e cada um deles segue uma metodologia específica, quais sejam a revisão
crítica ou passiva da literatura e a revisão sistemática da literatura e de análise.

O presente estudo de revisão bibliográfica, quanto aos objectivos, é explicativo, pois


aborda os conceitos sobre os aspectos da análise de riscos ao longo da cadeia de petróleo.
Além disso, este estudo é caracterizado como pesquisa documental que se baseia na colecta
de dados, de documentos escritos ou não, através das fontes primárias, realizadas em
bibliotecas, institutos e centros de pesquisa.

Neste trabalho, o tipo de revisão de literatura seleccionado foi o estudo de revisão passiva,
uma vez que foram obedecidos os critérios de resumir, analisar e sintetizar as informações
contidas em um determinado assunto.

3.1. Materiais
Para a realização deste trabalho, foram utilizados os seguintes materiais:

• Computador portátil (Elitebook);


• Bloco de anotações;
• Software Office;
• Máquina calculadora (CASIO);
• Software AutoCAD.

33
CAPÍTULO IV – APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS

4. Apresentação de resultados
Para o tratamento dos dados, utilizámos diversos procedimentos e análises disponíveis no
programa informático Microsoft office e outra ferramenta de calculo e analise de dados.

4.1. Dimensionamento de sistema fotovoltaico


O sistema de geração de energia eléctrica fotovoltaico proposto tem como objectivo
abastecer o sistema eléctrico de uma bomba, tendo como foco principal o suprimento
eléctrico de potência máxima requerida de 550W.

A partir dos dados levantados em campo de potência instalada, foi calculado o consumo
diário. O consumo de energia eléctrica diário da bomba submersível seleccionada para o
estudo é apresentado no quadro abaixo, assim como a potência instalada.

Equipamento Pot. Unitária W Potencia em kW Energia diária kWh


Bomba Submersível 550 0.55 6.6
Tabela 1- Dados da bomba (fonte: autora)

4.1.1. Correcção de Consumo


Para o cálculo de correcção de consumo vamos considerar o rendimento de baterias de
86% e o rendimento do inversor de 85%, de acordo com os dados levantados da bomba
submersível que tem como potencia 550W em corrente alternada a correcção de consumo é
dada por pela seguinte fórmula:

𝐶𝐶𝐴
𝐶=ղ (1)
𝐵𝑎𝑡 𝑋ղ𝐼𝑛𝑣

Onde:

• C - Correcção do consumo [kWh/Dia]


• 𝐶𝐶𝐴 – Consumo do equipamento [CA]
• ղ𝐵𝑎𝑡 – Rendimento da Bateria [86%]
• ղ𝐼𝑛𝑣 – Rendimento do inversor [85%]

0.550
C= = 0.752W/Dia
0.86x0.85

34
A correcção do consumo é de 752W por dia.

4.1.2. Capacidade de Banco de baterias


Para o dimensionamento do banco de baterias, um parâmetro importante é a definição do
tipo de bateria a ser utilizado. Um dos parâmetros importantes que devem ser estabelecidos
é o tempo de autonomia que se quer para o sistema sem a presença da radiação solar, ou
seja, por quanto tempo os usuários vão poder utilizar normalmente o sistema eléctrico, sem
que haja insolação suficiente para carregar as baterias.

Considerada a capacidade de 25˚C (Ah), com tempo de ciclo de carga e descarga de 20h,
da bateria de 220Ah.

𝐶 𝑥 𝐷𝑖𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝐴𝑢𝑡𝑜𝑛𝑜𝑚𝑖𝑎 [2𝑑𝑖𝑎𝑠]


𝐶(𝐴ℎ) = (2)
𝑉𝑏𝑎𝑡 𝑥𝑃𝐷𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎

Onde:

• 𝐶(𝐴ℎ) – Capacidade de Banco de Bateria [Ah]


• 𝑉𝑏𝑎𝑡 – Tensão das baterias [12V]
• 𝑃𝐷𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 – Profundidade de descarga [20%-40%]

752𝑥2
𝐶(𝐴ℎ) = = 358,09𝐴ℎ
12𝑥0.35

O número de baterias que o sistema necessita será calculado pela seguinte fórmula:

𝐶(𝐴ℎ) 358,09
𝑁𝑏𝑎𝑡 = 𝐶 = = 1.6 ~2 (3)
(𝐴ℎ) 220

o número de baterias do sistema será de 2 baterias.

4.1.3. Potência do Gerador


Para calcular a potência do gerador será dado pela seguinte fórmula:

𝐶
𝑃𝐺𝑒𝑟 = 𝐻𝑆𝑃𝑥ղ (4)
𝑔𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟 𝑥ղ𝑒𝑙𝑒𝑐𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎

Onde:

• 𝑃𝐺𝑒𝑟 - Potencia de geração [Wp]

35
• ղ𝑔𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟 - Rendimento do gerador [75%]
• ղ𝑒𝑙𝑒𝑐𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 - Rendimento eléctrico [90%]
• HSP – Horas do Sol Pleno [6kWh/m2/ano]

752
𝑃𝐺𝑒𝑟 = = 186𝑊𝑃
6𝑥0.75𝑥0.9
𝑃
O número de placas dos sistemas e dado por: 𝑄𝑚𝑜𝑑 = 𝑃 𝐺𝑒𝑟 (5)
𝑚𝑜𝑑

186
𝑃𝐺𝑒𝑟 = = 0,93~1
250

A quantidade que o sistema necessita e de uma (1) placa de 250Wp.

4.1.4. Número de módulos em série


Para o dimensionamento do inversor a quantidade de módulos ligados em série deve ser tal
a garantir que a tensão da fileira esteja próxima à tensão nominal do inversor. Dessa forma
a razão é determinada pela Equação 6:

𝑈
𝑁𝑚𝑜𝑑 = 𝑈 𝑖𝑛𝑣 (6)
𝑚𝑚

𝑁𝑚𝑜𝑑 = 1

Onde:

• Uinv – Tensão nominal do inversor (12V);


• Umm – Tensão máxima do módulo (30,5V);
• Nmod – Número de módulos em série.

4.1.5. Escolha do controlador de carga (DC)


Controlador de carga MPPT (Maximum Power Point Tracking), em sistemas
fotovoltaicos Off-Grid (com uso de baterias) quando dimensionamos o controlador de
carga de mesma tensão, nossa única preocupação é observar se a corrente de máxima
potência do módulo/painel solar não excede a corrente de máxima potência do controlador
de carga.

O cálculo de dimensionamento do controlador de carga é dado por:

36
Carga dos paines = Isc x Npainel = 8.91 x 1 = 8,91A (7)

O controlador de carga para o sistema será de 10A.

4.1.6. Escolha do Inversor


O inversor tem como função principal a conversão da corrente continua (DC) em corrente
alternada (AC) e a sua capacidade é calculada pela fórmula:

𝐶𝐼 > ∑𝑛𝑖=1(𝑃𝑢 ∗ 𝑄𝑐 ) (8)

Onde:

• CI – Capacidade do Inversor [W]


• Qc – Quantidade dos aparelhos
• Pu – Potência Unitária [W]
• 𝐶𝐼 = (550 ∗ 1.1) = 605𝑊

O inversor a ser usado no sistema é de 1000W/12V

Apos a escolha do inversor, calcula-se o número de inversores necessários no sistema.

𝐶𝐼 605
𝑁𝐼 = 𝐶 = 1000 = 0,61~1 (9)
𝐼 𝐷𝑖𝑠𝑝

Nesse sistema será necessário apenas 1 inversor de 1000W/12V.

4.1.7. Dimensionamento da caixa de junção


4.1.7.1. Cabos CC
O dimensionamento do cabo CC deve considerar a corrente máxima que circula no cabo.
Segundo Barros, 2011, o cabo do arranjo deve ser dimensionado para suportar uma
corrente 1,25 vezes maior que a corrente de curto-circuito do sistema. De acordo com a
folha de dados do módulo, a corrente de curto-circuito (Isc) é de 8.90A, logo o valor da
corrente para este projecto será calculado pela Equação 10:

𝑰𝒄𝒂𝒃𝒐 𝑪𝑪 = 𝑰𝒔𝒄 𝒙𝟏, 𝟐𝟓


(10)

𝑰𝒄𝒂𝒃𝒐𝑪𝑪 = 𝟏𝟏, 𝟏𝟐𝟓𝑨

37
Onde:

• I cabo CC - Corrente máxima que circula no condutor;


• Isc - Corrente de curto-circuito do módulo- 8.90A.

4.1.8. Fusíveis e fileira


Para proteger os módulos e os cabos dos arranjos das sobrecargas, pode-se instalar
fusíveis. Segundo as informações técnicas, a ocorrência de um curto-circuito em um ou
mais módulos do arranjo de módulos pode ocasionar a corrente reversa. Em casos
extremos, a soma das correntes de curto-circuito dos arranjos não afectados podem fluir
pelo arranjo defeituoso ao invés de fluírem pelo inversor. A esse fenómeno é dado o nome
de corrente reversa. Como consequências desse problema pode-se citar superaquecimento
e possível danificação de outros módulos do arranjo.

O inversor seleccionado nesse estudo possui 5 entradas para a conexão dos circuitos, ou
seja, é possível conectar até 5 conjuntos de módulos ligados em série. Para a protecção do
circuito o inversor possui uma porta fusível onde é possível fazer a protecção individual de
cada circuito. De acordo com a folha de dados do módulo escolhido, o fusível deve ser de
10A.

4.1.8.1. Cabo CC Principal


O cabo CC principal deve ser dimensionado para suportar a corrente máxima produzida
pelo SF, esse cabo faz a conexão entre os cabos dos arranjos após o paralelo e o inversor.
De acordo com Barros, 2011, o cabo principal CC deve ser calculado para suportar 1,25
vezes a corrente de curto-circuito do SF.

A corrente de curto-circuito do SF é determinada pela corrente de curto-circuito do módulo


(folha de dados) multiplicado pelo número de arranjos.

Portanto, de acordo com a Equação 11:

𝐼𝑀𝐴𝑋 = 𝐼𝑐𝑐𝑓 𝑥𝑁𝑎𝑖𝑛𝑣 𝑥1,25


(12)

𝐼𝑚𝑎𝑥 = 11,125𝐴

38
Onde:

• Imáx - Corrente de dimensionamento do cabo em Ampére;


• Iccfv - Corrente de curto-circuito do SF 8.90A.
• Nainv - Número de arranjos 1.

4.1.9. Disjuntor do Cabo CC Principal


A utilização do disjuntor instalado no circuito principal CC permite que o SF seja isolado
do inversor para que seja possível realizar um trabalho de manutenção ou também na
ocorrência eventual de alguma falha. Os disjuntores devem ser dimensionados seguindo as
Equações 13 e 14:

𝐼𝑁 ≤ 𝐼𝐷 ≤ 𝐼𝑀𝐴𝑋

𝐼𝑠𝑐 𝑋1.5 < 𝐼𝐷 < 𝐼𝑠𝑐 𝑋2

13.35 < 𝐼𝐷 < 17.80

• Onde:
IN: Corrente nominal do circuito;
• ID: Corrente nominal do disjuntor;
• Imáx: Corrente máxima permitida no condutor;
• Isc: corrente de curto-circuito do módulo multiplicado por número de arranjos-
8.90A.

O disjuntor específico deve ser bipolar para redes CC de 20A.

4.1.10. Dimensionamento do Disjuntor do Lado CA


O dimensionamento do disjuntor do lado CA é feito de acordo com a corrente máxima de
saída do inversor (lado CA), que segundo o fabricante é 8.20A. Para a protecção do
circuito
de corrente alternada do nosso estudo, será adoptado um disjuntor de 20A pois se
adaptarmos um disjuntor de 32A, o mesmo poderia desarmar pois a capacidade do
disjuntor pode ser reduzida por factores como:

• Temperatura ambiente de funcionamento;

39
• Redução por carga permanente (> 1 hora);
• Disposição dos disjuntores no quadro (dificuldade de refrigeração).

Equipamento Quant Unid Preço unit (mt) Total (mt)


Modulo 1 UN 10500 10500
Controlador de carga 1 UN 5000 5000
Inversor 1 UN 21000 21000
Disjuntor tripolar 1 UN 2000 2000
Disjuntor geral de entrada 1 UN 2500 2500
Solar perfil alumínio 1 UN 1000 1000
Solar terminal final 1 UN 260 260
Solar porca 1 UN 100 100
Quadro geral 1 UN 5000 5000
Medidor de energia 1 UN 10000 10000
Cabo 25mm² CA 10 m 100 1000
Cabo 10mm² CA 10 m 70 700
Cabo 4mm² CC 100 m 30 3000
Electroduto cabos 140 m 300 300
Mão de obra - - - 32140
TOTAL - - 57 860 90 000
Tabela 1. Componentes do dimensionamento do SF e suas quantidades (fonte: autora)
4.2. Angulo de inclinação
É de grande importância conhecer as coordenadas geográficas do local para obtenção de
dados pertinentes para o dimensionamento, conforme ilustra a tabela abaixo.

Latitude Longitude Pais Medis das máximas


-25, 84º 32, 54º Moçambique 29,6˚
Tabela 2. Latitude e longitude (fonte: GoogleMapas.com)
Resumidamente, para o caso proposto temos uma bomba de água de 550W, onde
normalmente é acionado automaticamente. A casa tem dois tanques onde um é o principal

40
e outro é secundário. Será necessário, duas baterias de 220Ah, 1 controlador de carga de
10A, 1 painel fotovoltaico 250W e 1 inversor de carga de 1000W.

4.3. Estudo da viabilidade económica


Na avaliação de projectos recorre-se a critérios de rentabilidade de forma a suportar a
decisão de investir ou não num projecto, ou escolher entre várias alternativas de
investimento.

Os métodos de avaliação de investimentos são ferramentas que apoiam a tomada de


decisão e que têm sido definidos na literatura como os métodos e as técnicas utilizadas
para avaliar e seleccionar um projecto, apoiando o investidor a tomar uma decisão
economicamente sensata (Verbeeten, 2006).

Quem quer investir precisa de ferramentas úteis para prever a rentabilidade do


investimento proposto. É de salientar que nenhum método de avaliação poder garantir ao
investidor, com toda a certeza, se deverá investir ou não investir uma vez que todos os
investimentos acarretam riscos. A avaliação de investimentos baseia-se em previsões e
estimativas sobre o futuro desempenho dos projectos (Bennouna, Meredith & Marchant,
2010).

4.3.1. Análise de fluxos de caixa financeiro (Cash-Flows)


O fluxo de caixa é uma variável que caracteriza a rendibilidade de um projecto, ainda que
contabilisticamente outros critérios, os tradicionais, sejam considerados para aferir a
capacidade do mesmo gerar um excelente líquido positivo, ou seja, gerar lucro.

O fluxo de caixa representa uma série de pagamentos ou de recebimentos que se estima


ocorrer em determinado intervalo de tempo.

Os resultados do exercício (do projecto) são à primeira vista a variável ou o indicador de


rendibilidade por excelência. Porém, aqueles resultados (lucros) são um indicador que
depende de procedimentos de registos contabilísticos tais como o método de valorimetria
das existências (FIFO, LIFO, CMP e outros), o método adoptado no registo das
amortizações e reintegrações do imobilizado, por exemplo.

41
Os diferentes métodos adoptados proporcionam resultados do exercício diferentes, o que
pode levar o mesmo projecto a conclusões de sua aceitação numa situação e de rejeição,
noutra.

Também pode levar a aprovação do projecto nas várias situações, mas com valores
diferentes. O conceito de cash-flow designa os fluxos líquidos gerados pelo projecto. E
usado para eliminar a dependência da medida de rentabilidade do projecto ao procedimento
contabilístico.

O Cash-flow é desagregável em termos do processo sequêncial do projecto de investimento


em:

• O Cash-Flow de Investimento regista os pagamentos associados há despesas de


investimento do projecto, deduzidos os recebimentos associados à extinção do
projecto.

• O Cash-Flow de Exploração regista os recebimentos líquidos de pagamentos


associados à exploração do projecto.

• O Cash-Flow Líquido obtêm-se a partir do Cash-flow de investimento e do Cash-


flow de exploração.

4.3.2. Avaliação da decisão económica de investimento


A avaliação de projectos inicia com o pressuposto de que o financiamento é integralmente
materializável pelo uso de capitais próprios, ou seja, que os fundos de financiamento são
propriedade do investidor, de onde resulta a avaliação da decisão económica do projecto.

Nesta abordagem não há ocorrência de fundos de terceiros nem de pagamentos à terceira


de capitais captados de fontes externas, por estas não existirem, ou de juros.

Ao analisar o projecto têm-se em conta os indicadores de avaliação económica:

• O Valor actual líquido (VAL);

• A taxa interna de retorno ou rendibilidade (TIR);

• O período (ou prazo) de recuperação de investimento (PRI);

42
• O índice de rendibilidade do projecto (IRP).

4.1.1. Valor Actual Líquido (VAL1)


Na teoria, o indicador de rentabilidade mais sólido em condições determinísticas é o VAL
(Valor Actual Líquido), que aglomera os fluxos líquidos actualizados gerados pelo
projecto.

Este conceito pode ser entendido como a quantificação do efeito do investimento na


riqueza de uma empresa, pelo que é o mais indicado quando os promotores do projecto
assumem uma óptica de maximização da riqueza (Gomes, 2011).

A produção científica em finanças empresariais aponta o VAL como a melhor técnica de


avaliação de investimentos fundamentalmente por 3 razões (Brealey, Myers & Allen,
2016; Damodaran, 2001):

1. Tem em consideração o valor temporal do dinheiro. Na realidade, não é indiferente


receber um milhão de euros já, ou o mesmo montante daqui a um ano.

2. Utiliza os cash-flows, logo este conceito não está sujeito a manipulações contabilísticas
como seja o montante de depreciações, amortizações, imparidades e provisões.

3. Considera no processo de actualização o custo do capital incluindo nela o risco


associado ao investimento.

Conhecidos os cash-flows e seleccionada a taxa de actualização, o processo de


actualização e cálculo do VAL pode traduzir-se de forma generalizada na seguinte
expressão:

CFt
VAL = ∑nt=0 (1+K)t (6.1)

Onde,

• 𝑡 é o número do período;

• 𝑛 é o número total de períodos da vida útil do projecto ou do horizonte temporal da


análise;

1
Net Present Value (NPV), na terminologia anglo-saxónica

43
• 𝐶𝐹𝑡 é o valor do cash-flows, positivo ou negativo, gerado pelo projecto no período
t;

• 𝑘 é a taxa de actualização.

Se o VAL é superior a zero, a decisão de investir no projecto é viável. Por sua vez, se o
VAL é inferior a zero, o projecto é economicamente inviável, devendo ser rejeitado. Se o
VAL é igual a zero, constitui o ponto de indiferença, devendo considerar-se factores não
económicos ou recorrer-se a uma análise de sensibilidade para tomar a decisão de que o
projecto deverá ou não se realizar.

O modelo aceita a hipótese de taxas de actualização diferenciadas, e não apenas uma taxa
uniforme. O VAL é sensível ao custo do capital, sendo este traduzido pela taxa de
actualização. Este critério, considera todos os Cash-flows e toda a vida útil do projecto de
investimento (Silva & Queirós, 2013).

4.3.3. Taxa Interna de Rentabilidade - TIR2


A Taxa Interna de Rentabilidade (TIR) de um projecto é aquela que torna o VAL nulo.
Pode ser calculada ao igualar a expressão do VAL a zero, sendo a TIR a incógnita da
equação:

𝐶𝐹𝑡
∑𝑛𝑡=0 =0 (6.2)
(1+𝐾)𝑡

Onde,

• 𝑡 é o número do período;

• 𝑛 é o número total de períodos da vida útil do projecto ou do horizonte temporal da


análise;

• 𝐶𝐹𝑡 é o valor do cash-flow, positivo ou negativo, gerado pelo projecto no período .

O TIR representa a taxa a que o capital presente no projecto de investimento está a ser
reinvestido. Determinada a TIR do projecto, pode ser comparada com a taxa de
financiamento do próprio projecto, de modo a concluir se este é rentável o suficiente para

2
Internal Rate of Return (IRR), na terminologia anglo-saxónica.

44
cobrir as remunerações do capital próprio e do capital alheio. Pode ainda ser comparada
com a taxa de juro em vigor no mercado financeiro, podendo o investidor optar por investir
nesse mercado invés de investir no projecto se este se revelar uma alternativa menos
rentável e/ou de maior risco (Abecassis & Cabral, 2000).

O TIR, como critério de rentabilidade, complementa-se com o critério do VAL,


principalmente em decisões entre projectos.

Em projectos simples e convencionais, a TIR e o VAL são equivalentes em termos de


conclusão sobre a rejeição ou aceitação do projecto. Por isso se a TIR é superior a 𝑘, então
o VAL é positivo, logo o projecto é viável e cria valor para o investidor. Pelo contrário, se
a TIR for inferior ao custo do capital, então o investimento não cria valor para o investidor
e o VAL será negativo. Neste caso o projecto deverá ser abandonado ou reformulado. Deve
ainda referir-se que se a TIR for igual ao custo de capital do capital, então o VAL será
nulo, o que significa que o investimento remunera o investidor exactamente ao nível do
custo do capital exigido, sendo por isso, um investimento aceitável.

Genericamente, quanto mais elevada a TIR, mais capacidade terá o projecto de remunerar
o capital investido.

A grande vantagem do TIR é o facto de apresentar o resultado em percentagem, como um


verdadeiro retorno sobre o investimento, o que simplifica a sua interpretação. Por outro
lado, também podemos verificar que o TIR considera o valor do dinheiro no tempo, bem
como todos os cash-flows ao longo da vida útil do projecto de investimento, sendo ainda
consistente com o objectivo da gestão financeira que é a maximização da riqueza dos
sócios ou accionistas (Silva & Queirós, 2013).

4.3.4. Período de Recuperação Actualizado (PRA) – PayBack


O período de recuperação actualizado (PRA) determina o período de retorno do
investimento realizado. Reflecte quanto tempo é necessário para que os fluxos gerados
pelo projecto cubram na totalidade o investimento que foi realizado para os obter (Brealey
et al., 2016).

Refere-se então, ao período de tempo que decorre até que se verifique a seguinte condição:

45
𝐶𝐹𝑡
∑𝑛𝑡=𝑜 = 𝐼0 (6.3)
(1+𝐾)𝑡

Onde,

• 𝑡 é o número do período;
• 𝑛 é o número total de períodos da vida útil do projecto ou do horizonte temporal da
análise;
• 𝐶𝐹𝑡 é o valor dos cash-flows, positivo ou negativo, gerado pelo projecto no período
t;
• 𝑘 é a taxa de actualização.
• 𝐼0 é o valor do Investimento no momento inicial.

Este critério pode ser comparado com o período de tempo de recuperação do investimento
considerado aceitável pelos promotores do projecto, devendo ser rejeitados os projectos
cujo período de recuperação se revele superior à vida útil do projecto. Existe uma
preferência para que este critério seja utilizado e analisado em conjunto com outros.

Uma da insuficiência do VAL pode ser colmatada com a determinação do PRA. Com este
indicador conseguimos saber em que altura do projecto é que os capitais investidos são
totalmente recuperados (Silva & Queirós, 2013).

Entre investimentos mutuamente exclusivos de igual dimensão e igual VAL, a opção de


escolha recai sobre aquele cujo período de recuperação é inferior. O que significa que
privilegia os investimentos que geram mais liquidez nos primeiros períodos, ou seja,
prefere projectos de curto prazo. A ideia é a de que, para um dado nível de fluxos, o risco
será tanto maior quanto maior for o período de tempo para recuperar o investimento. (Silva
& Queirós, 2013).

Este critério é utilizado quando o factor risco é relevante na avaliação do projecto. É um


critério de grande simplicidade de cálculo, permite evidenciar com bastante clareza o
período de tempo durante o qual o projecto está exposto ao risco. Pode ser usado como
primeira referência da liquidez do projecto.

A rapidez de recuperação de um investimento, sem consideração da própria rentabilidade,


é uma limitação. Isoladamente, não permite tomar decisões sobre a viabilidade do

46
investimento. O PRA atende apenas ao período de tempo até ao momento em que se dá a
recuperação dos investimentos, esquecendo os cash-flows posteriores. (Silva & Queirós,
2013).

4.3.5. Índice de Rentabilidade – IR3


O Índice de Rentabilidade indica a rentabilidade que efectivamente se obtém por cada
unidade de capital investido. (Silva, 2000).

O IR vem colmatar a insuficiência do VAL ao relativizar o seu valor, pois conseguimos


saber quantas vezes é que multiplicamos o capital investido, durante o período
considerado. (Silva & Queirós, 2013a)

O seu valor obtém-se partindo da seguinte fórmula de cálculo:


𝐶𝐹𝑡 𝑉𝑅𝑡
∑𝑛
𝑡=0( +
(1+𝐾)𝑡 (1+𝐾)𝑡
𝐼𝑅 = 𝐼𝑡 (6.4)
∑𝑛
𝑡=0((1+𝐾)𝑡

Onde,

• t é o período;
• n é o número total de períodos da vida útil do projecto ou do horizonte temporal da
análise;
• 𝐶𝐹𝑡 é o valor do cash-flows, positivo ou negativo, gerado pelo projecto no período
t;
• 𝑉𝑅𝑡 é valor do Valor Residual, gerado pelo projecto;
• k é a taxa de actualização;
• I é o Valor do Investimento.

Interessa que este indicador assuma um valor superior à unidade. Na prática significa que
cada unidade de capital investido obteve rentabilidade suficiente para cobrir todo o
investimento, incluindo a taxa de retorno exigida, apresentando um excedente (Gomes,
2011)

3
Profitability Index (PI), na terminologia anglo-saxónico. Por vezes, este critério também é definido como
por rácio benefício/custo.

47
As conclusões retiradas da utilização deste indicador são paralelas às decorrentes da
utilização do VAL. Um IR igual à unidade pressupõe um VAL nulo, dado que os Cash-
flows de Exploração actualizados à taxa 𝑘 igualam o investimento, também actualizado à
mesma taxa. Dentro da mesma lógica, um IR superior à unidade corresponde a um VAL
positivo e um IR inferior à unidade, por sua vez, a um VAL negativo (Gomes,2011).

Relacionando as entradas de tesouraria (numerador) com o investimento, ou saídas


(denominador), sabemos quantas vezes é que essas entradas são superiores aos
investimentos. (Silva & Queirós, 2013a). Assim, se o IR é superior à unidade significa que
há uma recuperação total do capital investido, há uma remuneração do capital investido a
uma taxa igual à utilizada para avaliar o custo de capital, e que ainda se consegue aumentar
o capital investido em percentagem, consoante o resultado obtido pelo IR.

O IR consegue ainda prestar um bom serviço quando queremos tomar decisões de


investimento em ambiente de restrição de capital. Neste ambiente, poderemos ter de
excluir alguns investimentos, não porque eles se apresentam como mutuamente exclusivos,
mas porque o capital à disposição do investidor tem um limite, seja imposto por si, seja
porque não é possível recorrer ao mercado de capitais (Silva & Queirós 2013).

O IR não deve ser visto como alternativa ao VAL, apesar da sua proximidade: é preferível
trabalhar com o VAL (que é aditivo) do que com índices (que não o são) (Silva & Queirós
2013).

No caso de investimento mutuamente exclusivos, as decisões do IR podem ser


inconsistentes com o VAL: se compararmos projectos com diferentes magnitudes de
investimento, o IR não pode ser utilizado como critério de decisão (Silva & Queirós 2013).

Tal como acontece com o critério do VAL, é necessário conhecer previamente a taxa de
actualização (Gomes, 2011).

Tabela 3. Parâmetros do estudo de viabilidade económica. (fonte: autora)

Parâmetros Valores
Investimento Inicial 90 000.00 mt
Taxa de Desconto 15%

48
VPL do Projecto 209 921. 00 mt
Taxa Int. Retorno (TIR) 97%
Tempo de PayBack 1.3
Tabela 4.Tabela do VPL do projecto

Período Fluxo de Caixa Valor Presente VP Acumulado


0 -89,999.00 -89,999.00 -89,999.00
1 90,001.15 78,092.10 -11,906.90
2 90,001.31 67,759.00 55,852.10
3 90,001.46 58,793.15 114,645.25
4 90,001.61 51,013.67 165,658.92
5 90,001.76 44,263.56 209,922.48

4.4. Resultado e discussão


Após o conhecimento necessário do sistema fotovoltaico e do sistema de drenagem de
água do chuveiro e seu dimensionamento, serão apresentados e discutidos os resultados
financeiros e técnicos da instalação do sistema fotovoltaico, demonstrando situações
médias e marginais para a caracterização de outros cenários possíveis. Com a definição do
consumo médio mensal da casa e da potência a ser instalada, foi possível fazer um
orçamento em instalações de painéis fotovoltaicos e também consultar os preços dos
aparelhos e todos materiais de forma separada.

De acordo com o consumo médio diário que é de 6,6kwh/dia, com a análise da radiação
incidente no local, considerando o desvio azimutal e a melhor inclinação do módulo, a
potência necessária para suprir o consumo da bomba é de 1,76 kWp. A partir desta
potência foi dimensionado que o SF terá 1 módulo fotovoltaico da Trina Solar com uma
potência por modulo de 250kWp e 1 inversor da Vitronics Control com uma potência de
1000w. Vai-se utilizar a cobertura da casa usando suportes para telhado na acomodação do
módulo.

A partir do dimensionamento do SF, definiu-se que o investimento necessário para a


instalação do mesmo será de equivalente a 90,000.00mt. A recuperação do investimento
acontece no segundo ano de actividades. Com base no investimento obtêm-se VAL
positivo a partir dos meados do segundo ano. Segundo Oliveira (1982) um projecto cujo

49
valor presente líquido seja positivo, será economicamente interessante à taxa de desconto
considerada, tornando-se tanto mais atractivo quanto maior for seu VAL.

Considerou-se que haverá uma substituição dos aparelhos, devido à vida útil dos mesmos,
que pode ser de até 25 anos (WOODHOUSE et al, 2016). Com valores iniciais de
investimento, foram definidos os parâmetros necessários para o cálculo de tempo de
retorno, levando-se em conta as considerações em um período de 25 anos, período de vida
útil dos painéis solares (PINHO; GALDINO, 2014, p.52).

A vazão de um chuveiro varia de 6 a 25 litros por minuto dependendo de seu modelo e da


pressão da água. Quanto ao consumo, um banho de chuveiro por 15 minutos com o registro
meio aberto gasta 135 litros (casa) ou 243 litros (apartamento), ou, no caso do chuveiro
eléctrico, 45 litros em casa e 144 litros em apartamento. Economicamente, fechar o
registro4 enquanto se ensaboa e diminui o tempo de banho para 5 minutos consome 45
litros (casa) e 81 litros (apartamento) ou 15 litros (casa) e 48 litros (apartamento), para
chuveiros eléctricos.

4
O registro é um acessório essencial em qualquer imóvel, uma vez que ele é o responsável por controlar o
fluxo de água, ou bloquear a saída da água.

50
CAPÍTULO V – CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

Conclusão
Cerca de 97,5% da água que constitui o planeta terra corresponde a mares e oceanos, sendo
os restantes 2,5% relativos a água doce. A água usada durante um banho é de cerca de 15
minutos gastos por uma pessoa, em média, 135 litros de água por dia para cada pessoa o
que significa que 46,7% para os 4 elementos da família que corresponde a 14.400 litros /
mês.

O dimensionamento do sistema fotovoltaico indica que o sistema fotovoltaico requerido


para alimentar uma bomba de água será constituído por baterias, modulo solar, inversor,
controlador de carga, cabos, disjuntores, DPS e outros elementos para o funcionamento do
sistema. O sistema de drenagem esta de acordo com os requisitos de reuso de água do
banho, isto é, o escoamento da água não esta ligado a outros tubos de escoamento.

As análises económicas e técnicas foram feitas a partir de estimativas baseadas nas


informações sobre o mercado e características do empreendimento. A descrição das
receitas e despesas e o fluxo de caixa projectados foram de cinco anos, no qual o custo
total de implementação desse sistema é de noventa mil meticais, o estudo mostra que o
projecto é técnico e economicamente viável, pois o retorno do investimento está estimando
em dois anos.

51
Recomendações
Para implementação do sistema fotovoltaico, a que considerar algumas recomendações:
Tendo em conta a viabilidade económica dos sistemas fotovoltaicos, dimensionar sistemas
solares fotovoltaicos Off-Grid que possam alimentar residências em vários distritos e
localidades do Pais que ainda não tem acesso a energia eléctrica pública ou que gastam boa
parte do tempo dos seus orçamentos em despesas de energia eléctrica;

Por uma questão de contenção de custos, é recomendável que se use o acúmulo de


depósitos de água para questões de satisfação das necessidades em dias que não há
insolação;

Ao se construir uma casa recomenda-se ao construtor/empreiteiro/engenheiro que seja


dimensionado um sistema de drenagem de água separado para melhor aproveitar a água do
chuveiro e da cozinha, assim como pode ser aproveitado tudo que vem da casa no geral
para fins de reaproveitamento de água e posterior produção de gás;

Recomenda-se aos pesquisadores, que desenvolvam novos estudos de dimensionamento


de sistemas fotovoltaicos ainda mais eficiente ou no investimento de software mais
actualizados como o caso do “PV*SOL premium (PVSOL)”, como forma de garantir
maior variabilidade nos resultados e contribuir para os objectivos de desenvolvimento de
Moçambique.

52
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