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Faculdade de Engenharia

Departamento de Engenharia
Curso de Licenciatura em Engenharia Electrotécnica

Inácio Maicolo Júnior

Análise de desempenho de CMH usando bombas como alternativa a


Turbina Hidráulica
Caso de estudo: Rio Dimbautore (Distrito de Sussundenga)

Chimoio, Julho de 2019

I
Análise de desempenho de centrais CMH usando bombas como
alternativa a Turbina Hidráulica
Caso de estudo: Rio Dimbautore (Distrito de Sussundenga)

Inácio Maicolo Júnior

Dissertação apresentada à Faculdade de

Engenharia Universidade Católica de

Moçambique como requisito parcial à obtenção

do grau de licenciatura em Engenharia

Electrotécnica.

Supervisor:

___________________________

Engo. Albertino Nassone

Chimoio, Julho de 2019

II
Análise de desempenho de CMH usando bombas como alternativa a
Turbina Hidráulica
Caso de estudo: Rio Dimbautore (Distrito de Sussundenga)

Chimoio, ________de___________________de___________________________________

Resultado

_________________________________________________________________________

Membro de Júri

Presidente:

__________________________________________________________________________

Supervisor:

__________________________________________________________________________

Examinador/Oponente:

_________________________________________________________________________

Estudante:

III
Declaração do autor

Eu, Inácio Maicolo Júnior declaro que esta dissertação sob o tema de Análise de desempenho
de centrais hidroelétricas usando bomba como alternativa a Turbina Hidráulica é resultado do
meu próprio trabalho e está a ser submetido para a obtenção do grau de linceciatura na faculdade
de engenharia da Universidade Católica de Moçambique, Chimoio.

Ela não foi submetida antes para obtenção de nenhum grau ou para avaliação em nenhuma
outra universidade.

Chimoio aos, _______de _________________ de 2019.

____________________________________________

(Inácio Maicolo Júnior)

I
Agradecimentos

Ao longo deste trabalho, várias pessoas e entidades contribuíram para que fosse possível o seu
desenvolvimento, às quais quero agradecer:

Primeiro a DEUS pelo dom da vida.

À minha família, especialmente ao meu pai Inácio Maicolo e minha mãe Maria Teresa Augusto
Maicolo pelo apoio, motivação e esforço prestado ao longo de todo percurso acadêmico.

Aos meus irmãos Valter, Erasmo, Eunice e Telma pela força moral que sempre me prestaram
para levar a cabo os meus estudos com mais dedicação.

Aos meus colegas e amigos Hélder Rafael e Zimas Joaquim David pelo percurso por nos
percorido sempre nos apoiando em tudo.

Ao meu Supervisor, Eng.º Albertino Nassone pelo apoio constante e incansável, críticas e
sugestões relevantes que contribuíram de forma benigna para o desenrolar desta dissertação.

Ao engº. Adelino Mugadui antes colaborador de GIZ-AMES pelo apoio incondicional no


fornecimento de materias e explicação acerca das CMH, (Centrais Mini Hídroeléctricas), dos
distritos de Sussudenga e Barué.

Ao corpo docente da Faculdade de Engenharia Universidade Católica de Moçambique,


Chimoio, especialmente aos que passaram pela minha turma.

A todas as pessoas que conheci durante o meu percurso académico, dentro e fora da faculdade.

II
Dedicatória

Dedico este trabalho a meu Pai Inácio Maicolo, que é uma pessoa muito especial que muito me
ajudou e ensinou como batalhar para conseguir um futuro melhor.

III
Índice geral

Capitulo I. Introdução....................................................................................................................1

1.1 Contextualização da investigação.....................................................................................1

1.2 Importância e actualidade do tema....................................................................................2

1.3 Definição do problema............................................................................................................3

1.4.1 Objectivos gerais..............................................................................................................3

1.4.2 Objectivos específicos......................................................................................................3

1.5 Hipóteses.................................................................................................................................3

1.5.1 Hipóteses nula..................................................................................................................4

1.6 Significância ou justificativa do estudo...................................................................................4

1.7. Organização do projecto.........................................................................................................4

2.1.1 Energia Hidráulica............................................................................................................5

2.1.2 Bacia Hidrográfica...........................................................................................................5

2.1.3 Vazão................................................................................................................................6

2.1.4 Duto..................................................................................................................................6

2.2 Energia Potencial Hidráulica............................................................................................6

2.2.1 Energia Potencial Hidroeléctrica (Moçambique).............................................................8

2.3 Centrais Hidroecléctricas................................................................................................10

2.3.1 Contexto Geral...............................................................................................................10

IV
2.3.2 Características de uma central hidroeléctrica.................................................................10

2.3.3 Centrais mini hidroeléctricas (CMH).............................................................................11

2.3.3.1 Classificação de CMH.............................................................................................12

2.3.4 Componentes e equipamentos de usinas hidroeléctricas................................................15

2.3.4.1 Barragem..................................................................................................................16

2.3.4.2 Vertedouro...............................................................................................................16

2.3.4.3 Tomada de água.......................................................................................................17

2.3.4.4 Equipamentos de tomada de água............................................................................17

2.3.4.5 Órgãos Adutores......................................................................................................18

2.3.4.6 Componentes de órgãos adutores.............................................................................18

2.3.4.7 Chaminé de equilíbrio..............................................................................................18

2.3.4.8 Casa de máquinas....................................................................................................19

2.3.4.9 Unidade geradora.....................................................................................................19

2.4 Bombas funcionando como Turbinas....................................................................................20

2.4.1 Contexto geral................................................................................................................20

2.4.2 Máquinas Hidráulicas de Fluxo......................................................................................22

2.4.2.1 Bombas....................................................................................................................23

2.4.2.2 Turbinas...................................................................................................................24

2.4.3 Comparações entre bombas e turbinas...........................................................................27

2.4.4 Vantagens de utilização de BFT.....................................................................................27

V
2.4.5 Desvantagens da BFT.....................................................................................................28

2.4.6 Metodologia para a caracterização de BFTs..................................................................29

2.4.7 Método de Viana............................................................................................................31

2.4.7.1 Modificações a serem realizadas na BFT (Método de Viana).................................33

2.5 Viabilidade econômico-financeira........................................................................................36

Capitulo III. Materiais e Métodos...............................................................................................37

3.1. Apresentação da área geográfica do estudo.........................................................................37

3.1.1 Localização geográfica do distrito de Sussundenga....................................................37

3.1.1.1Caracterização Biofísica...........................................................................................37

3.2 Descrição da amostra.............................................................................................................38

3.2.1 Rio Dimbautore..............................................................................................................38

3.3 Materiais e procedimentos metodológicos............................................................................39

3.3.1 Levantamento Bibliográfico...........................................................................................39

3.3.2 Medição do caudal..........................................................................................................39

3.3.2.1 Medição da velocidade.........................................................................................40

3.3.3 Medição da queda........................................................................................................40

3.3.4 Cálculo de Potência.....................................................................................................41

3.3.5 Metodo de escolha da bomba para substituir a turbina..................................................41

3.3.6 Método de escolha do Alternador Síncrono...................................................................45

3.3.7 Dutos e conexões:...........................................................................................................46

VI
3.3.8 Metodo de análise económica........................................................................................47

3.4 Cronograma de actividade.....................................................................................................47

Capitulo IV. Resultados e Discussão..........................................................................................48

4.1. O Local Escolhido................................................................................................................48

4.1.1 Levantamento de dados e Perfil transversal do rio Dimbautore....................................49

4.1.2 Medição do caudal.......................................................................................................50

4.1.3 Cálculo da queda (Head).............................................................................................51

4.1.4 Cálculo de potência P (kW).........................................................................................51

4.1.5 Metodo para Escolha de BFT ( Metodo de Viana)........................................................51

4.1.5.1 Bomba escolhida......................................................................................................56

4.1.6 Método de escolha do Gerador.......................................................................................61

4.1.6.1 Gerador escolhido....................................................................................................61

4.1.7 Análise de custo de Investimento do Alternador e BFT................................................63

4.1.7.1 Custo de manutenção da BFT e Alternador.............................................................64

4.1.7.2 Grafico de custos e ganhos..........................................................................................65

4.1.8 Dutos e conexões............................................................................................................65

Capitulo V. Conclusão................................................................................................................67

5.1 Dificuldades encontradas......................................................................................................67

5.2 Contribuições feitas...............................................................................................................68

5.3 Recomendações.....................................................................................................................68

VII
Anexos.........................................................................................................................................74

Índice de tabela

Tabela 1 – Classificação das CMH quanto à potência instalada.................................................12

Tabela 2 – Classificação das CMH quanto à altura de queda.....................................................13

Tabela 3- comparações entre bombas e turbinas.........................................................................27

Tabela 4 Métodos para caracterização de BFTs..........................................................................30

Tabela 5 – Dados de levantamento de campo para o cálculo do caudal.....................................49

Tabela 6 – Resultados obtidos do cálculo do caudal...................................................................50

VIII
Índice de figuras

Figura 1- Potencial técnico de aproveitamento hidroeléctrico estimado no mundo - 1999..........8

Figura 2 - Potencial Hídrico de Moçambique...............................................................................9

Figura 3 - Sistema de produção de farinha (moageira hidro); Fonte: Autor...............................11

Figura 4 - Central mini hidroeléctrica (CMH)............................................................................12

Figura 5- BFB..............................................................................................................................21

Figura 6 BFT...............................................................................................................................21

Figura 7 - Curvas de recepção da BFB e da BFT,.......................................................................22

Figura 8 - Bomba centrifuga.......................................................................................................24

Figura 9 -Turbina Francis............................................................................................................25

Figura 10 -Turbina Pelton...........................................................................................................26

Figura 11 - Turbina Hélice ; Fonte: SILVA, (2010)...................................................................26

Figura 12 - Coeficientes de altura e vazão, (adaptado)...............................................................32

Figura 13 - Tubo de sucção montado na saída da BFT,..............................................................35

Figura 14 – Coeficiente de vazão e altura versus coeficiente de rotação específica...................43

Figura 15- altura da bomba em relação ao nível de captação.....................................................44

Figura 16- acoplamento do gerador à bomba..............................................................................45

Figura 17- Esquema de montagem dos tubos e conexões...........................................................46

Figura 18 - Local de Medição de caudal do rio Dimbautore (1).................................................48

Figura 19 - Local de Medição de caudal do rio Dimbautore (2).................................................49

Figura 20 - Perfil do rio Dimbautore no ponto de medição........................................................50

IX
Figura 21: Dimensionamento de bomba hidraulica....................................................................55

Figura 22: Especificações precisas da bomba a escolher............................................................56

Figura 23: Bombas Encotradas para o projecto...........................................................................56

Figura 24: Bomba NB 65-160/165 AF2ABQQE. ( GROUNDFOS, 2019)................................57

Figura 25: Curva de caracteristica da bomba NB 65-160/165 AF2ABQQE..............................58

Figura 26 - Gerador da linha G Plus modelo GTA160AI14.......................................................62

Figura 27 – Prazo de retorno de investimento estimado a 10 anos.............................................65

Figura 28- Representação dos tubos e conexões.........................................................................66

Figura 29 - Albufeira de CMH com regularização de caudal.....................................................74

Figura 30 - CMH de fio de agua..................................................................................................75

Figura 31 - Bomba Centrifuga NB 65-160/165 AF2ABQQE (Dimensionamento)....................76

Figura 32 - Acoplamento de CMH construída nos Estados Unidos............................................77

Figura 33 - Alternador da linha G Plus modelo GTA160AI14 ( Componentes)........................78

Figura 34 - Gerador da linha G Plus modelo GTA160AI14 (Detalhes de Fixação)...................79

X
Abreviaturas

AMES – Access to Modern Energy Services


ANEEL- Agência Nacional de Energia Elétrica

BFB - Bomba Funcionando como Bomba

BFT - Bomba Funcionando como Turbina

CMH – Centrais Mini Hidroeléctricas


EDM – Electricidade de Moçambique
GIZ – Deutsche Gesellschaftfür Internationale Zusammenarbeit (GTZ)
GPS – Geographic Positioning System
MAE – Ministério da Administração Estatal
ME – Ministério da Energia
MW - Unidade de potência mega watts

PRI - Prazo de Retorno de Investimento

REN – Rede Eléctrica Nacional


TWh -Terawatt-hora é a medida de energia

WEG- Werner Eggon Geraldo

XI
Glossário

Manancial - Local onde a água se origina; nascente ou fonte. Que pode ser considerado como
o início de fonte durável de qualquer coisa.

Condutas forçadas - é a estrutura que conduz a água à casa de máquinas, pode estar ligado a
chaminé de equilíbrio ou câmara de carga, ou conectado diretamente à tomada de água.

Golpe de aríete - designa as variações de pressão decorrentes de variações da vazão causada


por alguma perturbação, voluntária ou involuntária, que se imponha ao fluxo de líquidos em
condutas, tais como operações de abertura ou fechamento de válvulas, falhas mecânicas de
dispositivos de proteção e controle, parada de turbinas hidráulicas e ainda de bombas causadas
por queda de energia no motor, havendo, no entanto, outros tipos de causas

Cavitação – é a formação de bolhas de vapor e posterior implosão das mesmas nas pás do
impulsor da bomba. Este fenómeno ocorre quando a pressão estática do fluido bombeado, a uma
determinada temperatura, desce até à pressão de vaporização e posteriormente sofre uma súbita
subida de pressão.

XII
Resumo

Se, por um lado, a dependência energética constitui uma forte ameaça para a sociedade em
geral, por outro as preocupações economicas induzem a necessidade de medidas mais
sustentáveis.

As centrais hidroeléctricas geralmente usam como mecanismo de conversão de energia


hidráulica para energia mecânica, as turbinas hidráulicas, mas estas são caras, de difícil
manutenção, e são tecnologias ainda subdesenvolvidas em Moçambique, sendo que para a sua
implementação precisa de contratação de técnicos estrangeiros. No entanto, de acordo com os
inconvenientes apresentados, existe outro mecanismo para construir uma central hidroeléctrica,
que para além de usar as turbinas hidráulicas, usam-se as bombas centrífugas. Este mecanismo
apresenta-se sem inconvenientes acima citados

A presente dissertação analisa o desempenho de uma central mini hidroeléctrica (CMH) usando
bomba como alternativa a turbina. Inicialmente foram estudadas as características do caudal, a
queda existente no ponto de medição do rio Dimbautore, Comunidade de Munhiga (Distrito de
Sussundenga), com os dados que se obteve, fez se a avaliação do potencial hidroeléctrico
existente. E de seguida através do método de Viana calculou-se a altura e a vazão da BFT,
posteriormente potência hidráulica disponível para BFT.

Com os procedimentos feitos, escolheu-se a bomba através do software GROUNDFOS de


dimensionamento e escolha de uma bomba hidráulica, de seguida dimensionamento e escolha do
alternador. Só então após todos os procedimentos feitos, analisou-se o período exato de retorno
de investimento, somente para a bomba e o alternador escolhido.

Com a investigações feitas, notou-se que este tipo de central hidroeléctrica é somente
empregada para gerações de potência menor que 50kW, e o processo de substituição da máquina
primária influencia na potência hidráulica a ser empregada. O rio Dimbautore oferece uma
potência de 1.7kW com a turbina hidráulica, mas 1.58kW se for empregada a BFT. Com a
dissertação conclui-se que a troca de turbina hidráulica com a bomba centrífuga é sim uma
alternativa de geração de energia eléctrica, mais somente CMH do tipo micro.

XIII
PALAVRAS-CHAVE: Bombas Funcionando como Turbina (BFT); Central Mini
Hidroeclétrica (CMH)

Abstract

If, on the other hand, the energy dependence in general constitutes one strong threat for the
society, for another one the economic concerns induces the necessity of more sustainable
measures.

Hydroelectric power plants generally use hydraulic turbines to convert hydraulic energy to
mechanical power, but these are expensive, with difficult maintenance, and are still
underdeveloped technologies in Mozambique, And for its implementation needs to hire foreign
technicians. However in accordance with the presented inconveniences, There is another
mechanism to build a hydroelectric power plant, which, in addition to using hydraulic turbines,
uses centrifugal pumps. This mechanism is presented without inconvenience mentioned above

This dissertation examines the performance of a mini hydro Power plant using a pump as an
alternative to the turbine. Initially we studied the characteristics of the flow, the fall existing at
the point of measurement of the river Dimbautore, community of Munhiga (district of
Sussundenga), with the data obtained, did if the evaluation of the existing hydroelectric potential.
And then through the method of Viana was calculated the height and flow of the Pumps Running
as Turbine (PRT), subsequently hydraulic power available for pumps running as turbine.

With the procedures done the pump was chosen through GROUNDFOS software of design and
choice of a hydraulic pump, then sizing and choosing the alternator. Only then after all the
procedures done, the exact period of return of investment was analyzed, only for the pump and
the alternator chosen

With the investigation done it was noted that this type of hydroelectric power plant is only used
for generations of potency less than 50kW, and the process of replacing the primary machine
influences the hydraulic power to be employed. The Dimbautore River offers a power of 1.7 kW
with the hydraulic turbine, but 1.58 kW if it is employed at pumps running as turbine. With the
dissertation it is concluded that the exchange of hydraulic turbine with the centrifugal pump is
rather an alternative of electric power generation, more only Mini Hydroelectric Plant of the type
Micro

XIV
Key Words: Mini Hydroelectric Plant; Pump Running as Turbine

XV
Capitulo I. Introdução

1.1 Contextualização da investigação

Segundo SERRAT (2011) & DELGADO (2012), o uso da energia como meio para facilitar a
actividade produtiva e social do homem se centra nos primeiros tempos da humanidade, à
medida que tem alcançado um nível mais alto, maior tem sido o desenvolvimento das regiões em
que tem ocorrido projectos de electrificação.

As usinas hidroelétricas representam a maior parte da energia renovável do mundo (cerca de


16,6%) e apresentam grande potencial de expansão. Em comparação com outras alternativas para
a geração de energia, as hidroelétricas mostram-se atraentes em termos de geração de energia e
de custos. (REN21,2017).

Moçambique é o segundo País na África Austral com grande potencial hídrico. O total do
potencial hídrico por se explorar é cerca de 12 000 MW dos quais 10 000 MW estão na província
de Tete o Vale do Zambeze tem um potencial de mais de 5 000 MW mas apenas 2075 MW na
Cahora Bassa estão em exploração. Com isso para Moçambique deve se olhar como a fonte
primária de geração de energia elétrica o uso dos recursos hídricos pelas múltiplas vantagens
existentes em relação a outras formas de geração de energia. (SOUSA. A,2011).

A Província de Manica encontra-se numa das zonas mais elevadas de Moçambique, sendo nela,
que nascem muitos dos rios que descem para Leste em direcção ao Índico. E segundo SOUSA. A
(2011) A província de Manica apresenta cerca de 358MW de potencial energético existente.

Geralmente as centrais hidroeléctricas usam como máquina primária as turbinas hidráulicas que
convertem a energia hidráulica disponível em potência de eixo, sendo considerada uma máquina
motriz. Este projecto visa dar outra ideia de construção de uma central, além de usar a turbina
hidráulica como máquina primária, substituir-se com bomba centrífuga que no seu
funcionamento realiza o processo oposto que o da turbina, convertendo energia mecânica de eixo
em energia cinética e finalmente em energia de pressão. (VIANA, 20

1
Com a substituição da máquina primária existe várias limitações encontradas no processo do
estudo do projecto. De acordo com VIANA (1987), este tipo de central construída com bomba
centrífuga em substituição a turbina hidráulica a potência não pode exceder a 50kW.

Central hidroeléctrica com potência abaixo de 50KW é designada como uma Central Mini
Hidroeclétrica (CMH).

O trabalho foi desenvolvido de acordo com os dados do rio Dimbautore, comunidade de


Ciquizo, posto administrativo de Munhinga – distrito Sussundenga.

A escolha dessa comunidade deve-se ao facto de ser uma zona de construção recente de uma
CMH, e o presente trabalho pretende através dos dados colhidos no tal rio, acima citado analisar
o desempenho de CMH usando bombas como alternativa a Turbina Hidráulica.

1.2 Importância e actualidade do tema

A análise do desempenho de uma CMH usando bomba funcionando como turbina (BFT) é
importante devido ao baixo custo de equipamento quando comparada com a produção usual das
turbinas hidráulicas, bem como da grande disponibilidade e diversidade de equipamentos
existentes no comércio, além da simplicidade, robustez e existência de grande oferta de oficinas
de manutenção desse tipo de equipamento em todo o território nacional. (RONDINA, 2016)

Estes tipos de centrais apresentam-se como capazes de contribuir, significativamente, para as


necessidades energéticas futuras, oferecendo uma excelente alternativa às fontes convencionais
de energia eléctrica. (TEIXEIRA, 2009) & (ALBUQUERQUE, 2006).

E de acordo (HOXHA & BERISHA, 2017), centrais hidroeléctricas tendem a ter uma vida
econômica muito mais longa do que centrais térmicas, geralmente acima de 50 anos.

2
1.3 Definição do problema

As turbinas hidráulicas usadas em uma CMH são caras, dificultando a construção da


infraestrutura, e são de difícil manutenção, para além disso, a tecnologia empregada na sua
implementação é ainda subdesenvolvida em Moçambique, sendo que para a sua montagem faz-
se a contratação de técnicos estrangeiros. Mediante estes factos a pesquisa pretende encontrar a
resposta para a seguinte questão:

 Como usar bombas centrífugas para construir uma CMH de custos reduzido e de fácil
manutenção no rio Dimbautore (Distrito de Sussundenga)?

1.4.1 Objectivos gerais

 Analisar o desempenho de CMH usando bombas como alternativa a Turbina Hidráulica.

1.4.2 Objectivos específicos

 Analisar o potencial hídrico no rio Dimbautore (Distrito de Sussundenga);


 Demostrar através de cálculos como as bombas centrífugas podem substituir as turbinas
hidráulicas;
 Diferenciar as turbinas hidráulicas e as bombas hidráulicas para a geração de energia;
 Escolher a bomba centrífuga para a área em estudo;
 Escolher o alternador eléctrico em função das características da área em estudo;
 Analisar o reembolso de investimento da BFT e Alternador.

1.5 Hipóteses

Hipóteses 1: Com uma CMH usando bomba centrífuga como alternativa a turbina hidráulica
minimizar-se-ia o custo de construção.

Hipóteses 2: Com uma CMH usando bomba centrífuga como alternativa a turbina hidráulica
facilitar-se-ia o processo de manutenção;

3
1.5.1 Hipóteses nula

Com a tecnologia de uso de Bomba funcionando como turbina se construiria centrais


hidroeléctricas de grande porte.

1.6 Significância ou justificativa do estudo

O tema foi escolhido com o intuito de contribuir de modo satisfatorio em ideias para o aumento
da Rede Eléctrica Nacional (REN) porque, umas partes do território nacional, incluindo as zonas
rurais e periurbanas, encontram-se isoladas da REN. Embora esforços estejam a ser feitos para
expandir a REN, o acesso à electricidade ainda está muito além do desejável, e as zonas isoladas
necessitam da provisão de serviços de energia de qualidade (ME, 2010)

Perante esta situação o Governo da Província de Manica através de vários programas e


parceiros vem respondendo a este défice de fornecimento de energia da REN, na base de
electrificação rural através de CMH, construídas ao nível das localidades, comunidades e
povoações, mais mesmo assim os esforços feitos não são suficientes devido a custos de
manutenção e de aquisição das turbinas hidraulicas. O projecto visa trazer meios de economizar
mais ao nivel de construção e manutenção de uma CMH, recuperando desniveis energeticos
utilizando bombas funcionando como turbinas

1.7. Organização do projecto

O trabalho apresenta cinco (5) capítulos, sendo o primeiro capítulo o introdutório. Neste
capítulo encontram-se ainda a justificativa, a problematização, as hipóteses e os objetivos.

No segundo capítulo encontra-se a revisão bibliográfica referente às Centrais Hidroeléctricas


onde é feita uma abordagem teórica sobre conceitos e os variados tipos de sistemas de Centrais
Hidroeléctricas.

O terceiro capítulo descreve a metodologia seguida e as bases que sustentam a escolha da


mesma.

O quarto capítulo apresenta os resultados obtidos, provenientes dos cálculos das quedas, dos
caudais, potência e da escolha de bombas como turbinas hidráulicas para o ponto localizado.

4
O quinto capítulo apresenta as conclusões do estudo. Faz-se algumas recomendações para
estudos futuros, com base nos problemas encontrados.

Capitulo II. Revisão da literatura

2.1 Conceitos Básicos

Alguns conceitos que geralmente se irão encontrar quando se retratar acerca de centrais
hidroeclétricas

2.1.1 Energia Hidráulica

De acordo com SILVA (2010), a energia hidráulica é a energia obtida a partir da energia de
uma massa de água, que se manifesta na natureza nos fluxos de água, como rios e lagos e pode
ser aproveitada por meio de um desnível ou uma queda de água.

Segundo CATALÃO (2003), BARBIERI (2005) & SILVA (2010), o processo de produção da
energia eléctrica gerada através das CMH, decorre do seguinte modo: a água disponível numa
cota superior é encaminhada através de uma tubagem para um depósito acumulador e de seguida
é encaminhada para uma pequena turbina de geração de energia. Sendo uma excelente opção
desde que se disponha de um curso regular de água com uma inclinação suficiente.

2.1.2 Bacia Hidrográfica

REIS E SILVEIRA, (2001 cit. Por SAMWAYS, et all; 2004) bacia hidrográfica é uma área da
superfície terrestre capaz de armazenar água das precipitações meteorológicas e conduzi-las a um
curso de água. Para o dimensionamento correto de uma bacia hidrográfica deve-se realizar
estudos em áreas a montante 2 do local onde se quer determinar o aproveitamento.

São vários os factores associados às bacias hidrográficas, com reflexo directo no fluxo de água
do rio e seus afluentes, como sua área, topologia do solo (declividades, depressões) e condições
geológicas como vegetação, cultivos e geologia.

5
2.1.3 Vazão

De acordo com REIS E SILVEIRA, (2001 cit. Por SAMWAYS, et al; 2004) uma das principais
características para aproveitamento de um curso de água é a sua vazão. A vazão de um rio é o
volume de água que passa através de sua secção reta por unidade de tempo. Normalmente é
expressa em m3/s. A vazão, juntamente com a queda de água em um determinado ponto do rio,
são factores preponderantes para a determinação do seu potencial eléctrico.

2.1.4 Duto

Segundo PINHAL, (2009), um tubo, cano ou conduta é um cilindro oco comprido geralmente
fabricado em cerâmico, metal ou plástico, pode variar de diâmetro, espessura de parede, e
comprimento. Tubo que conduz líquidos (canos), fios (conduítes) ou ar, no caso dos sistemas de
condicionamento de ar. Tubos são geralmente utilizados em:

 Transporte de líquidos e/ou gases;


 Construção civil;
 Revestimento de poços de petróleo;
 Partes de máquinas e equipamentos mecânicos.

Que no caso de uma central hidroelétrica se usa para o transporte de líquidos.

2.2 Energia Potencial Hidráulica

Para uma estimativa adequada e primária da quantidade de energia hidráulica existente no


mundo é obtida com base no cálculo da fórmula de energia potencial, o EP.
EP=M . g . H (2.1)

onde:
 M - é a massa [g];
 g - é a aceleração da gravidade [m/s2];
 H - é a altura [m].

6
A precipitação média anual na terra, é mensurada em massa, é da ordem de 1017 kg e a altura
média da superfície terrestre (em relação ao nível do mar) é de 800 m. Portanto, a energia
hidráulica potencial é da ordem de 200 mil Twh por ano, o que equivale a duas vezes o consumo
médio anual de energia primária no mundo. (SAMWAYS, et all; 2004)
Estima-se, assim, que apenas um quarto do referido volume de água precipitada esteja
efectivamente disponível para o aproveitamento hidráulico. Desse modo, a energia hidráulica
disponível na Terra é de aproximadamente 50 mil Twh por ano, o que corresponde, ainda assim,
a cerca de quatro vezes a quantidade de energia eléctrica gerada no mundo atualmente.
(SAMWAYS, et all; 2004)

De acordo com a ANEEL, (2002), essa quantia supostamente disponível de energia hidráulica,
também denominada recurso total, é ainda irreal do ponto de vista técnico. A quantidade
efectivamente disponível depende das condições locais do aproveitamento (como a topografia e
o tipo de chuva) e do tempo efectivo de operação do sistema. Teoricamente, uma central
hidroeléctrica poderia operar continuamente (8.760 mil horas por ano), isto é, com um factor de
capacidade de 100%. Na prática, porém, esse índice é da ordem de 40% apenas, em função de
problemas operacionais e da necessidade de manutenção.

Desse modo, estima-se que a energia hidráulica efectivamente disponível na Terra, isto é, o
potencial tecnicamente aproveitável, varie de 10 mil a 20 mil TWh por ano.
A figura a seguir ilustra o potencial técnico de aproveitamento da energia hidráulica no mundo.
Como se observa, os maiores potenciais estão localizados na América do Norte, antiga União
Soviética, China, Índia e Brasil. O Continente Africano é o que apresenta os menores potenciais
(ANEEL, 2002).

7
Figura 1- Potencial técnico de aproveitamento hidroeléctrico estimado no mundo - 1999

Fonte: (ANEEL, 2002)

2.2.1 Energia Potencial Hidroeléctrica (Moçambique)

Segundo SOUSA.A (2011) Moçambique é o segundo País na África Austral com grande
potencial hídrico. O total do potencial hídrico por se explorar é cerca de 12 000 MW dos quais
10 000 MW estão na província de Tete. O Vale do Zambeze tem um potencial de mais de 5 000
MW mas apenas 2075 MW na Cahora Bassa estão em exploração.

8
Figura 2 - Potencial Hídrico de Moçambique

Fonte: SOUSA.A (2011)

De acordo com MADEIRA, (2019) a principal infra-estrutura hidroeléctrica é a Cahora Bassa,


localizada no rio Zambeze, implantada no distrito de Songo – província de Tete, com uma
capacidade de 2.000 MW. A mesma barragem produz energia suficiente para o país assim como
para o exterior. Um dos exemplos é República da África do Sul que alimenta a sua indústria a
partir da energia da Cahora Bassa, sendo o maior consumidor da energia de Cahora Bassa (90%).

Segundo MADEIRA (2019), novos projectos estão sendo desenhados para a implantação duma
outra infra-estrura hidroeléctrica, caso da barragem de Mpanda Nkwa, prevista a 60 km a jusante
do Lago de Cahora Bassa, com uma capacidade prevista de 1.500 MW. Maior parte de sua
produção de electricidade vai assim ser exportada para a África do Sul.

9
2.3 Centrais Hidroecléctricas

2.3.1 Contexto Geral

JÚNIOR (2013) define central hidroeléctrica como um conjunto de obras e equipamentos, cujo
fim é a geração de energia eléctrica através do aproveitamento do potencial hídrico existente
num rio.

Uma central hidroeléctrica é aquela que é usada para a geração de energia eléctrica por meio do
aproveitamento da energia potencial da água armazenada numa represa situada a um nível mais
alto que a central. A água flui por um tubo de descarga para a casa de máquinas da central, onde
por meio de turbinas hidráulicas se produz a electricidade em alternadores (ROLANDO, 2010).

Recentemente estão sendo levados a cabo construção de centrais hidroeléctricas, mais amigas
do ambiente e que se beneficiam dos progressos tecnológicos, alcançando um rendimento e uma
viabilidade económica razoável (SERRAT, 2011).

As centrais hidroelétricas funcionam através da pressão da água que gira a turbina,


transformando a energia potencial em energia cinética. Depois de passar pela turbina o gerador
transforma a energia cinética em energia eléctrica. Através de fios e cabos a energia é
distribuída, e antes de chegar às casas e nas de comércios é transformada em baixa tensão.
(FARIA, 2012)

2.3.2 Características de uma central hidroeléctrica

Segundo ROLANDO (2010), as características principais de uma central hidroeléctrica, do


ponto de vista da sua capacidade de geração de electricidade, são:

 A potência, que é função da diferença existente entre o nível médio do reservatório e o


nível médio das águas debaixo da central eléctrica e do caudal máximo que pode mover
as turbinas, além das características das turbinas e dos geradores;
 A energia garantida geralmente um ano, em função do volume útil do reservatório, da
pluviometria anual e da potência instalada.

O potencial hidráulico é proporcionado pelos desníveis existentes ao longo do curso do rio e


pelo caudal hidráulico. JÚNIOR (2013) classifica os desníveis em três formas:

10
 De forma natural, quando o desnível está concentrado numa cachoeira;
 Através de uma barragem, quando pequenos desníveis são concentrados na altura da
barragem;
 Através do desvio do rio do seu leito natural, os pequenos desníveis são concentrados
nesse desvio.

2.3.3 Centrais mini hidroeléctricas (CMH)

A designação CMH é utilizada para indicar todos os aproveitamentos hidroeléctricos que


variam desde um pequeno empreendimento que alimenta uma única casa até uma central com
alguns mega Watts de potência a produzir para a rede eléctrica (BUMBA, 2012).

Segundo CASTRO (2008) e COSTA (2010), a Union Internationale de Producteurset


Distributeurs d'Energie Electrique (UNIPEDE), designa CMH como sendo os aproveitamentos
hidroeléctricos de potência inferior a 0,5 MW.

Estas centrais podem ser usadas para fornecer energia eléctrica às populações isoladas onde não
existe ligação à rede eléctrica nacional, também em locais onde não existe a médio prazo um
plano de incorporação na rede eléctrica nacional (BUMBA, 2012).

As figuras abaixo 2 e 3 mostra uma CMH construida no distrito de sussundega (Manica,


Moçambique) no rio Bonde que contém um sistema combinado, que funciona como gerador
eléctrico ou moagem. As correias são acopladas no sistema da moagem quando se pretende
produzir farinha e são acopladas no gerador eléctrico quando se pretende produzir eletricidade.

11
Figura 3 - Sistema de produção de farinha (moageira hidro); Fonte: Autor.

Figura 4 - Central mini hidroeléctrica (CMH).

Fonte: O autor.

2.3.3.1 Classificação de CMH

De acordo com COSTA (2008) & COZ (1996), o principal método para dimensionar e
classificar uma central hidroeléctrica está associado a quatro características. Estas características
designam-se por: potência, queda, caudal e regime de exploração.

12
1) Potência

As CMH em função da potência instalada podem se subdividir em três subcategorias, segundo


recomendação da Union Internationale de Producteurset Distributeurs d'Energie Electrique. Na
Tabela 1, são indicadas as subcategorias recomendadas (COSTA, 2010).

Tabela 1 – Classificação das CMH quanto à potência instalada

Designação Potencia instalada (MW)

Pequena Central Hidroeléctrica <10

Mini Central Hidroeléctrica <2

Micro Central Hidroeléctrica <0,5

Fonte: COSTA, (2010).

A potência a instalar num aproveitamento hidroeléctrico obedece a informação de duas


características físicas: altura de queda e fluxo de água presente no local de instalação da CMH.
Assim sendo, MONTEIRO (2007) e CASTRO (2008) cit. Por COSTA (2010), sugerem que a
potência é expressa pela equação (1) que se apresenta de seguida:

P=¿ g∗H u∗Qi (2.2)

Onde:

P – Potência (kW);

g – Aceleração de gravidade: 9,81(m/s2)

 - Factor de eficiência (%)

Qi – Caudal instantâneo (m3/s); e

13
Hu – Altura útil (m).

2) Queda (Head)

A altura de queda é um dos factores fundamentais das CMH, pois é através desta característica
que se consegue retirar a energia potencial presente na água, como também da energia cinética
que advém da queda. Muitas classificações têm sido dadas a esta variável, mas a classificação
habitual é a que se indica na tabela 2 (COSTA, 2010).

Tabela 2 – Classificação das CMH quanto à altura de queda

Designação Hu (m)

Queda baixa 2 – 20

Queda média 20 – 150

Queda alta > 150

Fonte: COSTA, (2010).

Existem diversos conceitos associados à caracterização da altura de quedas, designadamente


MONTEIRO (2007) cit. Por COSTA (2010):

 Altura de queda bruta Hb- diferença entre a altura na tomada de carga e a altura no ponto
de restituição no rio para situações de caudal nominal (caudal médio);
 Altura de queda bruta máxima Hbmáx- diferença máxima entre a altura máxima na
tomada de carga e a altura mínima no ponto de restituição no rio;
 Altura de queda útil Hu - é a diferença entre a altura de queda bruta e a altura equivalente
a todas as perdas hidráulicas.

3) Caudal

O caudal é uma característica fundamental para o dimensionamento das CMH, pois este é o
factor determinante e condicionante para a produção de energia eléctrica (COSTA, 2010). No

14
estudo para implementação de uma central deste tipo não basta caracterizar a variabilidade de
ocorrência dos caudais no que respeita à sua magnitude, mas também o intervalo de tempo em
que os mesmos ocorrem. Não esquecendo que apenas uma percentagem do caudal do rio é
utilizada pela CMH (CASTRO, 2008).

4) Regime de Exploração

Segundo CASTRO (2008) & COSTA (2010), as CMH são classificadas, em relação ao seu
regime de exploração, como:

 CMH a fio de água; e

 CMH a albufeira.

As CMH a fio de água têm uma capacidade reduzida de regularizar o caudal que na grande
maioria não passa de algumas horas, pelo que o caudal utilizável nestas CMH, é o caudal
instantâneo do rio (CASTRO, 2008). Neste tipo de CMH não existe barragem para o
armazenamento de água, mas apenas um pequeno açude de regularização, procedendo-se ao
aproveitamento da energia cinética da água que atravessa as turbinas em cada instante. As CMH
são, geralmente, centrais de fio de água (BUMBA, 2012). Segundo o mesmo autor, as CMH de
albufeira aproveitam a água dos rios armazenada numa albufeira, a energia da água é
armazenada sob a forma de energia potencial, sendo criada artificialmente, por meio de uma
albufeira, uma elevação da cota das águas a montante.

Este tipo de aproveitamento permite a regularização dos caudais de água e uma produção de
energia eléctrica relativamente estável ao longo do ano (BUMBA, 2012).

2.3.4 Componentes e equipamentos de usinas hidroeléctricas

Em Centrais Hidroelétricas dimensionamento de componentes relaciona-se sob o aspecto


construtivo, os principais equipamentos e componentes de centrais hidroelétricas:

a) Obras civis
 Vias de acesso;
 Barragem;

15
 Tomada de água;
 Sistema de baixa pressão (canal ou suportes);
 Câmara de carga;
 Chaminé de equilíbrio;
 Suporte para tubulação forçada;
 Casa de máquinas.

b) Equipamentos mecânicos
 Grades;
 Comportas;
 Válvulas;
 Tubulações;
 Turbinas hidráulicas;
 Reguladores de velocidade;
 Pórticos.

c) Equipamentos eléctricos
 Sistema de acionamento eletroelectrônico;
 Sistema de proteção e de comunicação;
 Geradores e sistemas de excitação;
 Reguladores eletroeletrônicos de velocidade, de tensão, e de carga;
 Quadro de comando;
 Sistema eletroelectrônico de baixa, e de altas tensões;
 Subestações elevadoras e abaixadoras;
 Linhas de transmissão.

2.3.4.1 Barragem

A barragem é a estrutura (concreto, enrocamento e terra) que serve para represar a água e obter
o desnível de 120 m (queda bruta nominal) que permite a operação das turbinas. Na parte
superior da barragem principal, estão situadas as tomadas de água, estruturas com comportas que

16
permitem que a água, passando por elas e pelas condutas forçadas, alcance a caixa espiral, onde
faz a turbina girar. (WEBMASTER, 2010)

2.3.4.2 Vertedouro

Vertedouro funciona como um dispositivo de segurança da barragem, que actua quando


ocorrem vazões máximas, fazendo com que a água não ultrapasse o limite da barragem, evitando
danos não só aos componentes como as pessoas e as estruturas. Logo, a determinação da
capacidade de escoamento de um vertedouro é de grande importância para a segurança, e o bom
funcionamento, da central hidroeléctrica. Normalmente são utilizados somente em períodos de
cheias e como a água que flui pelo vertedouro é uma água de descarte, não passa pela turbina e
logo não produz energia. Quando temos uma vazão vertida temos um desperdício na geração.
(MUNHOZ & MARQUES; 2015)

2.3.4.3 Tomada de água

Basicamente a tomada de água é um dos componentes da central hidroeléctrica que permite a


passagem da água até as turbinas hidráulicas para começar o processo de geração de energia
eléctrica.

De acordo com SAMWAYS, (2004) a tomada de água tem três finalidades: captar e conduzir a
água aos órgãos adutores, impedir a entrada de corpos flutuantes e fechar a entrada de água
quando for necessário. A tomada de água é formada por três componentes: grade de protecção,
para reter as partículas sólidas transportadas pela água e evitar danos a turbina; a comporta, que
faz o controlo do fluxo de água nas condutas; e o tubo de geração, evita a formação de
depressões no interior das tubulações.

2.3.4.4 Equipamentos de tomada de água

De acordo com SCHREIBER (1987,) cit. Por SAMWAYS (2004) os equipamentos da tomada
de água são:

1) Grades

As grades são estruturas constituídas por barras achatadas de aço instaladas na tomada de água,
com a finalidade de interceptar objectos que possam danificar as turbinas.

17
As grades podem ser do tipo achatada ou possuir formas hidrodinâmicas, que amenizam as
perdas de carga; porém seu custo é elevado e, em geral, este acréscimo no preço final não é
compensado pelo ganho. As barras das grades são instaladas na posição vertical, ou em alguns
casos, inclinadas. São apoiadas, na parte inferior, em uma ranhura localizada na soleira da
tomada de água, na parte central por vigas horizontais e na parte superior em uma estrutura de
concreto

2) Comportas

As comportas são empregadas para interromper a entrada de água aos órgãos adutores e às
turbinas em situações de revisão ou eventuais consertos, ou ainda, em situações de emergência,
como defeito na regulação da turbina. As comportas planas são as mais utilizadas em tomadas de
água e são munidas de rodas ou rolos que amenizam o atrito na movimentação. Esta
movimentação é realizada por meio de guinchos mecânicos ou servomotores acionados por óleo
sob pressão. Este último é frequentemente utilizado devido as suas vantagens técnicas e
econômicas. Além da bomba de óleo que gera a pressão necessária, não existem partes rotativas
sujeitas a desgastes. A vedação da comporta contra peças fixas é realizada normalmente nas
laterais e na extremidade superior por meio de perfis de borracha, de preferência sintética.

2.3.4.5 Órgãos Adutores

Órgãos adutores ou adutoras, todas as construções que ligam a tomada de água às turbinas”.

A escolha da adutora depende do tipo de instalação da usina e das condições topográficas. Nas
centrais de represamento por reservatório, por exemplo, a ligação entre a tomada de água e a
turbina é muito curta, de modo que, às vezes, praticamente desaparece (SCHREIBER, 1987, cit.
Por SAMWAYS, 2004)

2.3.4.6 Componentes de órgãos adutores

a) Canais

Os canais são órgãos adutores que conduzem a água da tomada de água até a turbina. A adução
por canais é realizada em baixa pressão e são utilizadas basicamente em centrais de fio de água.
(SCHREIBER, 1987; cit. Por SAMWAYS, 2004)

18
b) Tubulações

Em usinas hidroeléctricas as tubulações assumem, assim como nos canais, a função de


interligar a tomada de água com a turbina, excepto onde há canais abertos. As tubulações podem
ser divididas basicamente em tubulações adutoras e em tubulações forçadas. As tubulações
adutoras conduzem a água desde a sua tomada até o ponto onde a queda é detectada. A partir daí
a tubulação forçada conduz a água a um nível abaixo da represa, onde estão as turbinas.
(SCHREIBER, 1987; cit. Por SAMWAYS, 2004)

2.3.4.7 Chaminé de equilíbrio

A chaminé de equilíbrio é utilizada como elemento de transição com o conduto de alta pressão,
quando o sistema de baixa pressão é composto por uma tubulação ou um túnel. Assim como a
câmara de carga, este componente tem como função atenuar as sobre pressões resultantes de
prováveis transitórios hidráulicos. As condutas forçadas ou tubulação de alta pressão que, com
suas juntas de dilatação e apoiados em blocos de apoio e de ancoragem, conduzem a água até às
turbinas; (MUNHOZ, MARQUES; 2015)

2.3.4.8 Casa de máquinas

Ou casa de força que é composta pelos grupos geradores e acessórios, quadros de comando e
protecção, pára-raios, sistema de comunicação, talhas, ponte rolante, sistemas de ventilação e/ou
ar condicionado, salas para escritório, baterias, almoxarifado e outros, eventual oficina mecânica
e eléctrica. (MUNHOZ, MARQUES; 2015)

2.3.4.9 Unidade geradora

A unidade geradora é composta pelos equipamentos eletromecânicos, que são as turbinas


hidráulicas e os geradores eléctricos, juntamente com os componentes auxiliares principais,
regulador de velocidade, válvula, quadro de comando e volante de inércia. (MUNHOZ,
MARQUES; 2015)

a) Gerador síncrono

Um gerador síncrono é um tipo de máquina eléctrica rotativa capaz de transformar energia


mecânica (em forma de rotação) em energia eléctrica. O princípio de funcionamento consiste em

19
uma excitação de fluxo no rotor. Diz-se síncrono, devido à igualdade entre a frequência eléctrica
com a frequência angular, ou seja, o gerador gira na velocidade do campo magnético, porque esta
igualdade de frequência é denominada sincronismo. Assim como as máquinas de corrente
contínua e as máquinas de indução (assíncronas), as máquinas síncronas podem ser utilizadas
tanto como motores como geradores. Devido a razões construtivas e ao seu custo maior em
relação às máquinas de indução, elas são, entretanto mais utilizadas como geradores.
(NASCIMENTO, et all; 2016)

b) Sistema de regulação

O sistema de regulação tem como função manter o sincronismo do grupo gerador dentro dos
limites considerados aceitáveis. Isso pode ser feito com o regulador de velocidade, que mantém a
rotação constante para que a frequência da tensão gerada seja mantida em seu valor nominal
(SOUZA; SANTOS; BORTONI, 1999) cit. Por (MUNHOZ, MARQUES; 2015).

O regulador actua no fluxo de água que entra na turbina, controlando deste modo a variação da
potência da mesma, de acordo com a variação da carga na unidade geradora. Em unidades
geradoras de pequena capacidade, o regulador de velocidade actuando sozinho pode ser
insuficiente para garantir uma regulação estável, sendo necessária a utilização do volante de
inércia. ELETROBRÁS/DNAEE, 1985) cit. Por (MUNHOZ, MARQUES; 2015)

2.4 Bombas funcionando como Turbinas

2.4.1 Contexto geral

O presente capítulo retrata de informações a respeito da ideia chave do trabalho, que é a de


substituição de turbinas hidráulicas com uma bomba centrífuga para a produção da força motriz.
De acordo com os aspectos construtivos hidráulicos da bomba e turbina, elas realçam que essas
duas maquinas são muito semelhantes, pois as duas desempenham as mesmas funções mais de
modos opostos. De acordo com VIANA, (2012) as máquinas hidráulicas são:

Bombas - máquinas que convertem energia mecânica de eixo em energia cinética e finalmente
em energia de pressão.

20
Turbina - realiza o processo oposto, convertendo a energia hidráulica disponível em potência
de eixo, sendo considerada uma máquina motriz.

Sentido do fluxo de água deve ser invertido, e consequentemente haverá uma inversão no
sentido de rotação. As figuras abaixo 5 e 6 são demostrações da bomba funcionando como
bomba e como turbina (BFB e BFT), e no funcionamento como bomba na figura 5 o líquido
entra na sucção à baixa pressão, transforma energia de velocidade em pressão através do rotor e
sai pela descarga. No funcionamento como turbina na figura 6, o líquido entra com energia de
pressão, aciona o rotor em reverso e sai com baixa pressão.

Figura 5- BFB

Fonte: VIANA, (2012)

21
Figura 6 BFT

Fonte: VIANA, (2012).

No entanto, para que o rendimento da bomba operando como turbina seja igual aquele da
bomba operando como bomba, é necessário que a altura e a vazão da BFT sejam maiores que as
da BFB, para a mesma rotação. Estes aumentos são necessários a fim de se compensar as perdas
internas da máquina, devido à inversão do fluxo. A consequência disso é o aumento da potência
de eixo quando a máquina estiver operando como turbina. VIANA, (1987, cit. Por
MEDEIROS,2004). A figura 7 mostra as curvas de recepção da BFB e BFT, operando com
rotação constante.

22
Figura 7 - Curvas de recepção da BFB e da BFT,

Fonte: (VIANA, 2012)

Adiante estão mostrados de forma sintetizada os conceitos e as definições das máquinas


hidráulicas, principalmente no que se refere a inversão de fluxo de água. Serão apresentadas as
definições de máquinas hidráulicas, os tipos de bombas de fluxo. (VIANA, 2012).

2.4.2 Máquinas Hidráulicas de Fluxo

Na máquina de fluxo hidráulica há um fluido incompreensível, que escoa continuamente e


opera transformações de energia do tipo Emecanica ↔ E cinetica ↔ E pressão.

As máquinas de fluxo podem ser motoras ou geradoras. As primeiras transformam


Emecanica ↔ E cinetica ↔ E pressão Na categoria das máquinas motoras estão as turbinas hidráulicas. As

23
máquinas geradoras de fluxo transformam energia do tipo Emecanica ↔ E cinetica ↔ E pressão Essas são
as bombas hidráulicas WILLIAMS, (1995, cit. Por RONDINA, 2016)

2.4.2.1 Bombas

2.4.2.1.1 Conceitos

Bombas são turbomáquinas que transferem energia ao fluido em questão. As bombas


convertem a energia mecânica recebida por el em energia de pressão para o fluido. (GATTULLI
et all; 2018)

A bomba de fluxo é definida, ainda segundo (VIANA, 2012) como uma máquina geradora ou
acionada, onde o líquido escoa continuamente. A transformação é realizada através da energia
mecânica recebida pelo eixo da máquina, tomando a forma de energia cinética e sendo depois
convertida em energia de pressão, naturalmente sofrendo perdas nas transformações. O rotor da
bomba converte, por meio da rotação de suas pás, grande parte da energia cinética do líquido em
energia de pressão.

2.4.2.1.2 Tipos de Bombas

Segundo GATTULLI, et all, (2018) as bombas podem ser classificadas de acordo com a forma
de transformação do trabalho em energia hidráulica que são:

Turbo bombas ou bombas centrífugas - O agente receptador ou fornecedor de energia é um


fluido em escoamento contínuo pelas fronteiras do volume de controlo. O fluido não se encontra
confinado na bomba em momento algum. Tem funcionamento baseado em uma criação de zona
de baixa pressão e uma outra de alta pressão. Utilizada para o transporte de fluidos. Veja a figura
8.

24
Figura 8 - Bomba centrifuga

Fonte: ABS PUMPS, (2004)

Bombas Volumétricas ou de Deslocamento Positivo - A movimentação do líquido se deve


pelo movimento do mecanismo da bomba e as forças geradas pela bomba tem a mesma direção
que seu deslocamento. O líquido preenche o espaço predefinido no interior da bomba e é
excluído com a ação do mecanismo.

Nota: Para esse escopo de projecto o principal tipo de bombas a se estudar serão o turbo
bombas ou bombas centrífugas. Como descrito anteriormente, o projeto se baseia em BFTs e as
bombas volumétricas não podem ser aproveitadas como turbinas. (GATTULLI et all; 2018)

2.4.2.2 Turbinas

2.4.2.2.1 Conceitos

A turbina hidráulica é uma máquina motora ou acionadora, onde a transformação é realizada


através da energia de pressão (queda) passando pela variação da energia cinética, sendo então
convertida em energia mecânica. HARVEY, (1998, cit. Por RODINA, 2016)

Turbinas actuam de forma inversa as bombas, ou seja, elas recebem a energia cedida pelo
fluido. As turbinas convertem a energia cinética do fluido em energia mecânica. (GATTULLI et
all; 2018)

25
2.4.2.2.2 Tipos de turbinas

Tradicionalmente o uso de turbinas hidráulicas tem-se concentrado no tipo Pelton, com um ou


mais jactos, no caso das máquinas de acção e na Francis, Hélice ou Kaplan, no caso das
máquinas de reacção. A escolha do tipo adequado de máquina de reacção baseia-se nas
condições de vazão, queda líquida, e altitude do local (SAMWAYS, et all; 2004)

1) Turbina Francis

Este tipo de turbina é uma modificação das turbinas de reacção, onde a água flui radialmente
accionando o rotor e emerge axialmente. O rotor é montado normalmente em caixa em espiral
com pás para orientação do fluxo de água. São turbinas adequadas para operação com condições
intermédias de queda e de caudal. Apresentam um alto rendimento (80% a 90%), tanto mais alto
quanto maior for à potência.

As turbinas de reacção em geral são menos flexíveis a variações de caudal, sendo que o
máximo de eficiência é sempre próximo do valor de caudal de projecto, no entanto podem operar
com alturas abaixo dos 10 m (SILVA 2010).

Figura 9 -Turbina Francis

Fonte: Silva, 2010

2) Turbina Pelton

Consiste numa roda com uma série de semi-baldes ao longo da sua periferia. Um ou mais jactos
de alta velocidade são direccionados tangencialmente contra a roda. O jacto atinge o balde
dividindo-se em dois, movimentando a roda. A água deflectida nos baldes acaba por cair no

26
canal de descarga. O uso é adequado para locais onde haja altas quedas e baixo caudal e
apresenta bons rendimentos onde há grande variação de carga, podendo ser operadas entre 10 e
100% de sua potência máxima (SILVA, 2010).

Figura 10 -Turbina Pelton

Fonte: Silva, 2010

3) Turbinas Kaplan

O princípio é semelhante ao da hélice de um barco, mas funcionando de forma inversa. Neste


tipo de turbinas uma das características básicas para aumentar a eficiência é originar rotação no
fluído antes de entrar na turbina através de guias fixas ou varáveis. As turbinas de hélice não são
reguláveis, este tipo de turbinas permite pouca variação no caudal (apenas controlado pelo
distribuidor).

São usadas para grandes caudais e baixas quedas. Existem diversas configurações, a principal a
Kaplan, onde as pás podem ser ajustadas que apesar dos custos, permitem aumentar a eficiência
para maiores gamas de caudais (SILVA, 2010).

Figura 11 - Turbina Hélice ; Fonte: SILVA, (2010)

27
2.4.3 Comparações entre bombas e turbinas

Tabela 3- comparações entre bombas e turbinas

Turbina Bomba

Entrada de energia tipo


Entrada de energia do tipo
hidráulica é por meio de um
mecânica através do torque
fluido (água) de baixa
no eixo da máquina.
Fluxo de energia pressão.
Saída de energia do tipo
Saída de energia tipo
hidráulica por meio de um
mecânica entregue ao eixo da
fluido de baixa pressão.
máquina.
Altura dinâmica total deve
Altura decresce com o
Altura ser aumentada com o
aumento da vazão.
aumento da vazão.
O rotor da turbina gira em direção oposta ao sentido de
Sentido de rotação rotação da bomba.

Em ambos os modos têm a mesma direção.


Direção do torque

Fonte: AUDISIO, 2002

2.4.4 Vantagens de utilização de BFT

De acordo com RICARDO (2007) a grande vantagem da utilização de bombas funcionando


como turbina é seu custo reduzido, que é de 2 a 3 vezes inferior aos custos de uma turbina
convencional, já que são produzidas em série devido à sua ampla utilização em diversos sectores,
como saneamento e irrigação.

Por esta razão, países como EUA, Alemanha e França vêm utilizando bombas e motores para
gerar energia elétrica em pequenos aproveitamentos VIANA et al, (2004, cit. Por GATTULLI et
al 2018)

28
Além do baixo custo, WILLIAMS (2003 cit. Por GATTULLI et al 2018) ressalta outras
vantagens de se utilizar BFT’s para geração de energia:

 Maior disponibilidade de peças de reposição;


 São simples e robustas;
 Possuem uma ampla faixa de operação, podendo ser aplicadas a diferentes tipos de
aproveitamentos;
 Rapidez no fornecimento do equipamento;
 Instalação mais simples;
 A bomba e o motor podem ser adquiridos em conjunto, com acoplamento directo,
reduzindo as perdas na transmissão de potência através de correias, por exemplo.

2.4.5 Desvantagens da BFT

Entretanto, ao contrário das turbinas convencionais, as bombas não possuem nenhum


dispositivo para controle da vazão para que a rotação se mantenha praticamente constante,
mesmo que haja variação da demanda. Assim, é necessário que a BFT opere com vazão e altura
constantes. Além disso, CHAPALLAZ (1992 cit. Por GATTULLI et al 2018) ainda levanta as
seguintes questões:

 O rotor de uma bomba é feito para que a energia cinética seja convertida em energia de
pressão, ou seja, as pás do rotor são feitas para que haja um aumento gradual da secção
do escoamento. Quando o fluxo é invertido ocorrem choques nas pás do rotor, que
causam maiores perdas, reduzindo a altura disponível.
 As BFT’s estão mais sujeitas a sofrerem com a cavitação, e por isso o tubo de sucção
deve ser dimensionado com cuidado.
 Quando a operação ocorre abaixo de seu ponto de funcionamento, há uma rápida queda
em seu rendimento.

Nota: Para que o rendimento na operação como turbina seja o mesmo rendimento da operação
como bomba, é necessário a correcta seleção do equipamento. Tal seleção é realizada com base
nos dados de vazão e altura de queda do aproveitamento. Além de realizar se modificações na
BFT com a finalidade de evitar danos ao equipamento durante o seu funcionamento devido as
restrições citadas acima. CHAPALLAZ (1992 cit. Por GATTULLI et all 2018)

29
2.4.6 Metodologia para a caracterização de BFTs

Segundo DANILO (2010), os métodos de seleção de BFT’s ainda possuem certo grau de
imprecisão, prejudicando de certa forma a adesão a essa tecnologia. As pesquisas em andamento
sobre o tema estão maioritariamente voltadas para o desenvolvimento e aprimoramento das
metodologias de seleção.

Algumas das metodologias desenvolvidas podem ser citadas de acordo com a Tabela 4 que
mostra a razão entre a vazão do aproveitamento (Qt) e vazão da BFT (Qb) assim como a razão
entre a altura de queda do aproveitamento (Ht) e altura da BFT (Hb).

30
Tabela 4 Métodos para caracterização de BFTs

Fonte: GATTULLI et all (2018)

De acordo com GATTULLI et all (2018) Após comparar estudos laboratoriais com diversos
modelos de caracterização de BFTs, SINGH, em 2005 concluiu que a velocidade específica da
bomba era fundamental para o desempenho de cada metodologia.

31
Entre as metodologias de seleção de BFT de acordo com GATTULLI et al, (2018), os mais
utilizados em pesquisas e para fins acadêmicos estão os métodos desenvolvidos no Brasil por
NOGUEIRA (1990), VIANA (1987) e desenvolvidos na Europa por CHAPALLAZ (1992).

2.4.7 Método de Viana

Neste método, a altura e a vazão da bomba são dados pelas equações (2.3) e (2.4) a seguir:

H b =c H . H t (2.3)
Qb=c Q .Qt (2.4)

Onde:

Hb - altura da bomba que será utilizada como turbina [m];

cH - coeficiente de altura [1];

Ht - altura disponível no aproveitamento (da BFT) [m];

Qb - vazão da bomba que será utilizada como turbina [m³/s];

cQ - coeficiente de vazão [1];

Qt - vazão disponível no aproveitamento (BFT) [m3/s].

De posse destes dados e da rotação da BFT (1800 ou 3600rpm), calcula-se a rotação específica
da máquina através da equação (2.5).

n t . √Qt (2.5)
n qA= 3
.10 3
( g . Ht ) 4

Onde:

nqA- rotação específica da bomba ou da BFT no Sistema Internacional [1];

32
nt - rotação da BFT [rps];

Qt - vazão da BFT [m3/s];

g – aceleração da gravidade [m/s2];

Ht - altura da BFT [m].

Conhecida a rotação específica, determinam-se os coeficientes de altura e vazão com base na


figura 12. Note que na figura 12, NOGUEIRA, (1990, cit. Por MEDEIROS, 2004), utilizam
bombas com rotação específica até 200, ou seja, rotores radiais ou centrífugos.

Figura 12 - Coeficientes de altura e vazão, (adaptado)

Fonte: MEDEIROS, 2004

Determinados os coeficientes e de posse da altura e da vazão disponíveis no aproveitamento


energético, calcula-se a altura e a vazão da bomba, através das equações (2.6) e (2.7). É
importante salientar que, os catálogos dos fabricantes não levam em consideração as rotações de
1800 e 3600rpm (velocidades síncronas dos motores de indução), pois as bombas operam abaixo
destas, em função da velocidade dos motores assíncronos. Estas rotações situam-se em torno de
1750 e 3500rpm. Há necessidade, no entanto, de fazer um ajuste na altura e na vazão da bomba a
fim de se considerar a rotação encontrada nos catálogos. Isto pode ser feito, com boas
aproximações, utilizando-se as Leis de Semelhança, através das equações (2.6) e (2.7).
(MEDEIROS, 2004)

33
( )
2
nob (2.6)
H ob= × Hb
nb
n ob (2.7)
Qob= ×Qb
nb

Onde:

Hob - altura referente à velocidade nominal da bomba encontrada no catálogo do fabricante [m];

nob - velocidade nominal da bomba encontrada no catálogo do fabricante [rpm];

Hb - altura referente às velocidades de 1800rpm ou 3600rpm [m];

Qob - vazão referente à velocidade nominal da bomba encontrada no catálogo do fabricante


[m³/s];

Qb - vazão referente às velocidades de 1800 ou 3600rpm [m³/s];

Realizados estes procedimentos, seleciona-se a bomba, através dos catálogos de fabricantes,


que oferece o melhor rendimento possível, que, para a turbina será o mesmo da bomba, na
mesma rotação.

2.4.7.1 Modificações a serem realizadas na BFT (Método de Viana)

Como o sentido de rotação é invertido e a altura é elevada na BFT, surge a necessidade de


realizar algumas verificações antes de colocar a máquina em funcionamento.

O primeiro item a ser verificado é pressão que a voluta da bomba vai ser submetida devido ao
aumento da altura. A máxima pressão da BFT deve obedecer a inequação (2.8).

Pmax t ≤1 , 5× Pmax b (2.8)


Onde:

Pmax t - pressão máxima admissível na BFT [m];

Pmax b - pressão máxima da bomba [m].

Deve ser verificada também, a rotação de disparo da BFT, pois a bomba é projectada para
operar numa determinada rotação, que, se for superada, poderá causar danos no equipamento

34
girante. A equação (2.9), que foi obtida experimentalmente, permite o cálculo da rotação de
disparo.

n dt ≤ 1 ,53 × nnb (2.9)


Onde

n dt - Rotação de disparo da BFT [rpm];

n nb- Rotação nominal da bomba [rpm].

Outra verificação que deve ser feita é a tensão aplicada no eixo da bomba, pois sabe-se que, a
potência do eixo quando a máquina estiver operando como turbina, é superior àquela quando a
máquina estiver operando como bomba (Figura 7). A equação (2.10) pode ser utilizada para
calcular a tensão que o material do eixo vai ser submetido devido ao aumento da potência.

( )
Pet (2.10)
τ 1 =0 , 81. 3
nt ×d

Onde:

τ 1 - Tensão no eixo da bomba [N/m²];

Pet - Potência de eixo da BFT [W];

nt - Rotação da BFT [rps];

d - Diâmetro do eixo [m].

A tensão no eixo deve ser menor do que aquela admissível para o material em questão. A
tensão admissível do material pode ser encontrada em tabelas específicas. Deve ser verificada
também, a necessidade de pinagem ou, chaveamento na rosca que fixa o rotor ao eixo, devido à
inversão de rotação. Esta verificação é muito importante, pois o rotor pode se soltar e causar
danos irreparáveis à bomba.

Cálculo da altura geométrica de sucção

35
O tubo de sucção é um elemento mecânico montado na saída de máquinas de reacção. Sua
finalidade é permitir um ganho na altura total da turbina, e, consequentemente, um aumento na
potência da máquina. A figura 13 mostra o tubo de sucção montado na saída da BFT.

Figura 13 - Tubo de sucção montado na saída da BFT,

Fonte: VIANA, 2012

Tal como a turbina Francis é interessante prever-se um tubo de sucção na saída da BFT, com a
finalidade de se aproveitar a energia disponível entre o rotor e o nível de água a jusante. No
entanto, é necessário tomar devido cuidado quanto ao efeito da cavitação, que é extremamente
prejudicial às máquinas de fluxo, cuja consequência, é a avaria dos elementos mecânicos em
contacto com a água, o que repercutiria numa gradual queda do rendimento da máquina ao longo
do tempo.

Portanto, a determinação correcta da altura geométrica de sucção é interessante no sentido de se


prevenir tal efeito indesejável. Para isso, utiliza-se a equação (2.11) apresentada no trabalho de
(VIANA, 2012):

H s =10−0,00122 × A−0,025 × ¿)× H t (2.11)

Onde;

36
Hs - altura geométrica de sucção [m];

A - altitude local [m];

nqAt - rotação específica da BFT no Sistema Internacional [1];

Ht - altura da BFT.

A equação (2.11) também é conhecida como equação para turbinas Francis (SOUZA, 1983),
que pode ser usada neste caso devido à semelhança existente entre o rotor da BFT e a turbina
Francis lenta, (NOGUEIRA, 1990).

2.5 Viabilidade econômico-financeira

A análise de viabilidade financeira tem como finalidade determinar se o projeto tem condições
de atender as expectativas e demandas dos investidores, para que a decisão de investir seja
tomada ou não. Visa apoiar na escolha da melhor alternativa, ou das melhores e ainda
demonstrar se é ou não viável investir. (PROJETOSTI, 2015)

E com mesma fonte, a análise de viabilidade econômico-financeira compara alternativas de


investimento de forma a verificar se determinado projeto tem a capacidade de gerar a
recuperação do capital (retorno do investimento) e a sua remuneração (retorno sobre o
investimento).

Esse é o tipo de análise de viabilidade que será aprofundado nos próximos artigos.

37
Capitulo III. Materiais e Métodos

Os procedimentos que adoptou-se para a realização do presente estudo foram à pesquisa


bibliográfica e descritiva exploratória. Segundo CERVO & BERVIAN (1983 cit. Por BRITO,
2008), a pesquisa bibliográfica que procura explicar um problema a partir de referências teóricas
publicadas em documentos. Ainda segundo os mesmos autores, a pesquisa descritiva
exploratória é o passo inicial no processo pela experiência, auxiliando na formação de hipóteses
significativas para posteriores pesquisas, sendo recomendável “quando há poucos conhecimentos
sobre o problema a ser estudado”, neste caso, a análise de desempenho de centrais hidroeléctricas
usando bombas como alternativas as turbinas hidráulicas.

3.1. Apresentação da área geográfica do estudo

3.1.1 Localização geográfica do distrito de Sussundenga

Distrito de Sussundenga localiza-se no Centro da Província de Manica, sendo limitado a Norte


pelos Distritos de Gondola e Manica, a Oeste pela República do Zimbabwe, a Sul o Distrito de
Mossurize e a Este pelo Distrito de Búzi (Sofala). Com uma superfície1 de 7.057 km 2 e uma
população recenseada em 2007 de 152.646 habitantes, o distrito de Sussundenga tem uma
densidade populacional de 21.5 hab/km2 (MAE, 2005).

3.1.1.1Caracterização Biofísica

Geomorfologia e Solos

Geomorfologicamente o território do distrito ocorre parcialmente no vasto Complexo Gnaisso-


Granítico do Moçambique “Belt” onde sobressaem em forma de “Inselbergs” as Rochas
Intrusivas do Pós-Karroo.

38
Destas formas de terreno resultam diferentes agrupamentos de solos destacando-se os argilosos
vermelhos, os arenosos vermelhos e os vermelhos de textura média e os líticos.

O Ocidente do distrito, ao longo da fronteira com Zimbabwé, existe uma cordilheira de


montanhas – maciço de Chimanimani com picos que se elevam acima dos 1.500 metros e que
cobre uma superfície de cerca de 1.050Km2, sendo nesta área onde se localiza o ponto mais alto
de Moçambique, o Monte Binga com 2.436 metros de altitude (MAE, 2005).

Clima

O clima do distrito é predominantemente do tipo “Tropical Chuvoso de Savana - Aw”


(classificação de Köppen), com duas estações distintas, a estação chuvosa e a seca (MAE, 2005).

Hidrografia

A rede hidrográfica do distrito compreende quatro (4) rios principais: Revué, Munhinga,
Mussapa e Lucite.

3.2 Descrição da amostra

3.2.1 Rio Dimbautore

O trabalho foi realizado no rio Dimbautore que atravessa a comunidade de Chiquizo,


Localidade de Munhinga. O ponto de medição situa-se a uma altitude de 480 m com às
coordenadas S 1935308 e E 3320267.

39
3.3 Materiais e procedimentos metodológicos

De acordo com um dos colaboradores da empresa GIZ-AMES Mozambique (MUGADUI,


2019) No processo de trabalho de campo para a obtenção de dados no local utilizou-se como
matérias: velocímetro, inclinómetro, fita métrica e GPS Garmin.

As ferramentas utilizadas para a realização do projecto foram, nomeadamente Paint, Microsoft


Office Excel e Word, GROUNDFOS

3.3.1 Levantamento Bibliográfico

Esta etapa consistiu na recolha e leitura de materiais bibliográficos já publicados em forma de


livros, revistas, jornais, artigos científicos, teses e relatórios científicos que versam assuntos
relacionados com a análise de desempenho de centrais hidroeléctricas usando bombas como
alternativa a Turbina Hidráulica. O levantamento bibliográfico foi efectuado de forma contínua

40
em todas as etapas do estudo, por ser uma etapa imprescindível no desenvolvimento da pesquisa.

3.3.2 Medição do caudal

Para a medição do caudal utilizou-se o método de velocidade versus área. De acordo com
COZ et. al. (1996), SCHNITZER (2009) & JORDE (2009), “este método se baseia no princípio
da continuidade. Para um fluido de densidade constante fluindo através da área de uma secção
conhecida, o produto da área da secção pela velocidade média será constante”:

Q=v∗A (3.1)

Onde:

Q – caudal volumétrico (m3/s)

v – velocidade média da corrente de água (m/s)

A – área (m2).

Para a determinação da área da secção transversal do rio de acordo com MUGADUI, (2019),
primeiro localizou-se uma área uniforme da corrente de água, com certo comprimento L (m)
onde não haja turbulência. Com auxílio da fita métrica, a secção transversal do rio foi
subdividida em subsecções verticais de iguais distâncias baseando-se na velocidade e locais de
medição de profundidade. De seguida se determinou a área das subsecções verticais do rio
medindo-se a largura (l) e a altura (h),

(h ¿ ¿ f +hi ) (3.2)
A sv=l ¿
2
De seguida, para o cálculo da área da secção transversal do rio fez-se o somatório das áreas das
subsecções verticais:

A st = A sv 1 + A sv 2 +…+ A svn (3.3)


Esses procedimentos são citados por JORDE, K.; HARTMANN, E.; UNGER, H. (2009) no seu
artigo científico intitulado Good & Bad of Mini Hydro Power.

41
3.3.2.1 Medição da velocidade

Primeiro posicionou-se a hélice do velocímetro a uma profundidade desejável onde não havia
perturbações onde a hélice podia girar livremente, porque a velocidade de rotação está
relacionada com a velocidade da água. O velocímetro registou o número de rotações da hélice,
de seguida fez-se a leitura da velocidade naquele ponto. Seguiram-se os mesmos passos para a
leitura da velocidade em cada ponto médio das subsecções verticais do rio. (MUGADUI, 2019),

3.3.3 Medição da queda

Para a medição da queda utilizou-se o método do inclinómetro. De acordo com COZ et. al.
(1996), SCHNITZER (2009) & JORDE (2009), “para aplicar este método é necessário à
participação de duas (2) pessoas: a pessoa A usará o inclinómetro a pessoa B apoiará. É
recomendado que a marcação de ambos seja semelhante para não cair em erros por diferença de
tamanhos. E uma vez definidas as pessoas A e B, A tomará o inclinómetro na posição certa,
dirigindo a línea de mira olhando os olhos do B. Nesta posição deverá tirar-se cuidadosamente o
ângulo do inclinómetro”. Logo, será necessário medir a distância entre A e B e registar a
distancia L1 e o ângulo ❑1.

Feita a primeira medição, A se deslocará para o lugar onde esteve B na primeira medição,
enquanto que B se deslocará para uma nova posição para tomar os dados L2 e ❑2 e regista-los.
Depois se repete o procedimento quantas vezes sejam necessárias.

O cálculo das alturas parciais se obtém usando a relação (COZ et. al. 1996):

H 1=L1∗Sen1 (3.4)

Onde:

H1 – Altura (m)

L1 – Distância (m)

1 – Ângulo

Para calcular a altura total ou queda, se somaram as alturas parciais obtidas previamente.

42
H=H 1+ H 2 +… H n (3.5)

3.3.4 Cálculo de Potência

Com base nos resultados dos cálculos dos caudais e quedas foram calculadas as potências de
cada rio. Utilizando a seguinte equação:

P=¿ g∗H∗Q (3.6)

P=7∗H∗Q (3.7)

JORDE (2009) & TEIXEIRA (2009), afirmam que a European Small Hydro Association
(ESHA) utiliza a equação 3.7 para aproximar a potência disponível em kW numa CMH. Isto
equivale a um sistema fixo de 70% de eficiência de operação, mas pode depender do fabricante
da turbina.

3.3.5 Metodo de escolha da bomba para substituir a turbina

Para exercer a mesma função com a hidroturbina, se usou as BFT (bombas centrifugas
funcionando como turbinas), e os motivos para escolha, serão detalhados seguidamente a partir
de passos que são demostrados a seguir para especificação da bomba funcionando como turbinas.
Os passos são:

1º Passo:
De acordo com trabalho de campo feito se conseguiu adquirir os valores de vazão e da queda, e
deve-se ter em mente estes valores pois, são necessários para a escolha da turbina hidráulica no
local estudado. Sobre o capítulo passado se estudou que não é possível a escolha de uma bomba
com os mesmos parâmetros que os da turbina, com isso os próximos passos serão de mostrados
referentes a escolha de uma bomba que quando é operada como uma turbina atenda as mesmas
especificações do projecto (Vazão e queda)

2º Passo:

43
O coeficiente rotação específica nQa que é dado pela formula seguinte:

10 × n × √ Q
3
(3.8)
nQA =
( H × g )0 , 75

onde:

“n” é a rotação da bomba [rpm];


“g” a aceleração da gravidade [m/s2 ];
“H” é altura do projeto [m];
“Q” é a vazão do projeto [m3/s];
E o valor da rotação específica situa se em 40 a 200

3º Passo:
O cálculo do coeficiente rotação específica é calculado com intuito de se obter os coeficientes
vazão (Kq) e altura (Ka) através do gráfico abaixo

Figura 14 – Coeficiente de vazão e altura versus coeficiente de rotação específica

Fonte: UNIFEI, (2002, cit. Por SAMWAYS et all, 2004)

44
4º Passo:
Com os valores obtidos no passo anterior, cria-se modo de relacionar os dados de altura e vazão
da bomba com os dados de altura e vazão da turbina, e estes procedimentos obtêm-se de acordo
com a forma a seguir:

Qb= K q × Q projecto (3.9)


H b =K a × H projecto (3.10)
Onde:

“Q” é a vazão [m 3 /s];


“H” é a altura [m];
Índice “b” representa os dados relativos à bomba;
Índice “projeto” representa os dados relativos à turbina ou projeto.
5º Passo:
Com todo o processo apresentado anteriormente obtêm-se características de vazão e altura da
bomba, com isso consulta se os catálogos de fabricantes de bombas de modo a escolher a bomba
de acordo com estas características encontradas

6º Passo:
Com a bomba conhecida para o projecto, se faz a análise das curvas de desempenho do
equipamento com o intuito de dimensiona-la para uma instalação segura. Após o processo feito,
deve-se ter em conta as especificações da bomba, para realizar um teste de modo a obter a altura
máxima para a prevenção da cavitação. E este processo é dado pela seguinte fórmula:

−4 2
H smaxima =10−0,00122× A−0,025 ×(1+10 ×nQA ) × H projecto (3.11)
Onde “A” é a altitude do local [m].

A altura da bomba (Hb) simbolizada abaixo deve ser menor que H smaxima

45
Figura 15- altura da bomba em relação ao nível de captação

Fonte: UNIFEI, 2002, cit. Por SAMWAYS,2004

7º Passo:

Leva-se os dados de altura e queda do projecto calculados e coloca-se no programa


GROUNDFOS para se fazer o dimensionamento e escolha de uma bomba hidráulica que seja
adequada para estas características encontradas no projecto.

3.3.6 Método de escolha do Alternador Síncrono

Consoante o projecto adotar-se-á os parâmetros segundo VIANA (2012), que retrata que para
melhor explorar a eficiência de um conjunto empregando BFT, o gerador deve ser síncrono e não
ultrapassar a potência de 50 kW.

Pel =9.81 ×Q projecto × H projecto × n projecto × n gerador × nacoplamento (3.12)

Onde:

n projecto −¿ É o rendimento da bomba, retirado do catálogo

n gerador −¿ É o rendimento do gerador, retirado do catálogo;

n acoplamento −¿É o rendimento do acoplamento entre o gerador e a turbina. Como este


acoplamento é direto, conforme sugere a figura 16 pode ser considerado 100%, sem perdas.

46
Figura 16- acoplamento do gerador à bomba

Fonte: (ABS PUMPS,2004)

Assim que for conhecida a potência do gerador, de acordo com SAMWAYS et all (2004) deve
se buscar nos catálogos técnicos de fabricantes, o gerador síncrono que atenda as seguintes
especificações.

Os dados para especificação são:

 Potência: calculada para o gerador;


 Rotação: similar à especificada pela da bomba;
 Tensão: similar à dos circuitos de alimentação das lâmpadas;
 Rendimento: o maior possível especificado pelo fabricante.

3.3.7 Dutos e conexões:

De acordo com SAMWAYS, et all (2004) Alguns cuidados devem ser tomados no momento da
especificação dos módulos condutores de água do projeto. O primeiro deles é prever uma válvula
borboleta na entrada da turbina, pois a BFT não possui pás diretrizes para controle de vazão, e
deste modo fornecer meios para operar o desligamento ou a partida do equipamento

Outro ponto de atenção refere-se à saída da BFT, ou seja, o seu canal de fuga. Segundo UNIFEI
(2002) cit. Por SAMWAYS, et all (2004), deve-se providenciar na saída da BFT uma curva de
raio longo para diminuir as perdas de carga na linha de sucção. Esta curva é construída através da

47
junção de dois componentes: um cotovelo de 90º e um tubo cônico, conforme observado nas
figuras abaixo.

Figura 17- Esquema de montagem dos tubos e conexões

Fonte: VIANA, 2012

3.3.8 Metodo de análise económica

Para o estudo económico do projecto adoptou-se o método de Prazo de Retorno de


Investimento (PRI). Segundo a SEBRAE, (2018), a PRI é um indicador de atratividade de
negócio, pois mostra o tempo necessário para que o empreendedor recupere tudo o que investiu.
É obtido sob a forma de unidade de tempo e consiste, basicamente, numa modalidade de cálculo
inversa à da rentabilidade.

A formula para o calculo do PRI é dada por:

Investimento Total (3.13)


PRI=
Lucro Líquido.

48
3.4 Cronograma de actividade

Actividades desenvolvidas Jan Fev Mar Abr Mai jun

Levantamento Bibliográfico X
Discussão técnica em função dos objectivos delineados
X

Selecção e estudo da amostra do local encontrado


X

Estudo de metodologias para a pesquisa X


Analise dos resultados encontrados
X X

Descrição do projecto
X

Revisão do projecto
X

Entrega e apresentação dos resultados


X

Capitulo IV. Resultados e Discussão

4.1. O Local Escolhido

49
Figura 18 - Local de Medição de caudal do rio Dimbautore (1)

Fonte: (GIZ –AMES, 2011)

Figura 19 - Local de Medição de caudal do rio Dimbautore (2)

Fonte: (GIZ – AMES, 2011)

4.1.1 Levantamento de dados e Perfil transversal do rio Dimbautore

O levantamento de dados usados para o cálculo do caudal foi feito através de medições das
profundidades e das velocidades segundo a tabela abaixo.

Tabela 5 – Dados de levantamento de campo para o cálculo do caudal

Largura (m) 0.00 0.50 1.00 1.50 2.00 2.50 3.00 3.10
Profundidade 0.00 0.07 0.30 0.31 0.29 0.29 0.15 0.00
(m)
Velocidade 0.00 0.05 0.02 0.03 0.02 0.05 0.02 0.01
(m/s)

Fonte: GIZ - AMES

50
O perfil do rio calculado através da largura do rio em função da profundidade é apresentado na
figura abaixo.

0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5
-0.05

-0.1
profundidade (m)

-0.15

-0.2

-0.25

-0.3

-0.35
largura do rio (m)

Figura 20 - Perfil do rio Dimbautore no ponto de medição

Fonte: Autor

4.1.2 Medição do caudal

Para determinar a vazão do rio usando o método de velocidade versus área foi identificado o
local para as medições do caudal do rio Dimbautore, com as seguintes coordenadas: S 1935308 e
E 3320267, com um comprimento L de 3.10 metros. O ponto situa-se a uma altitude de 480 m em
relação ao nível médio das águas do mar

A secção transversal foi subdividida em sete (7) subsecções verticais baseando-se na


velocidade e locais de medição de profundidade, com uma separação de 0.50 metros. A tabela 6
ilustra a velocidade da água em função da correspondente área transversal do rio.

Tabela 6 – Resultados obtidos do cálculo do caudal

51
No Velocidade, v Profundidade, h Área, A Caudal,
(m/s) (m) (m2) Q (m3/s)

1 0.00 0.00 0.0175 0.0

2 0.05 0.07 0.0925 0.0046

3 0.02 0.30 0.1525 0.0031

4 0.03 0.31 0.1500 0.0045

5 0.02 0.29 0.1450 0.0029

6 0.05 0.29 0.1100 0.0055

7 0.02 0.15 0.0450 0.0009

8 0.01 0.03 0.0075 0.0001

Total - - 0.7200 0.0215

Fonte: Autor

4.1.3 Cálculo da queda (Head)

Mediu-se o coprimento de aproximadamente 26 metros e com o inclinometro mediu se o


angulo no local e encotrou se o ângulo de (Ɵ) 26 graus. (GIZ-AMES)

E de acordo com as características topográficas da área em estudo fez-se a medição da queda de


seguinte forma:

H=L1∗Sen

H=26× sen 26

H=11.3

52
4.1.4 Cálculo de potência P (kW)

Com base nos dados e cálculos acima efectuados, foi calculada a potência máxima que a seguir
se apresenta.

Dados:

Q1 = 0.0215 m3/s

H1 = 10.7 m P=7∗H∗Q=7∗11.3∗0.0215=1.7 kW

A potência calculada no período medio no sítio observado foi de 1.7 kW, e esta é a potencia
que sera entregue caso acoplar-se uma turbina convencional, mais pode variar tambem devido
algumas turbinas em expecifico. Com isso, o local oferece condições para a implantação de uma
CMH sem interrupções no seu funcionamento.

4.1.5 Metodo para Escolha de BFT ( Metodo de Viana)

Os calculos passados foram determinados de modo a ter-se os dados especificos de potencial


hidroelectrico, Altura, e vazão do rio, de modo a obter-se meios para a escolha de um dos
componentes mais importantes de uma central hidroelectrica que é a turbina hidraulica. Mais de
acordo com o projecto a tecnologia que sera usada é a bomba centrifuga. Os dados primordiais
para a escolha da BFT são:

Altura (queda) 11.3m

Vazão 0.0215m3/s

Atraves dos dados obtem-se a rotação especifica atraves da formula 3.8 apresentada no capitulo
anterior. A rotação especifica da bomba ( n qA ) deve manter se entre 40 a 200 ( VIANA, 2012) .
Com isso os valores de rotação nominal devem ser arbitrariados de modo a obter se resultados
dentro do padrão indicado de n qA.

Dados:

g = 9.8 m/s2 ;
H =11.3 m;

53
Q = 0.0215 m3/s;

1ª tentativa: Com rotação nominal de 3600rpm/ 60rps

10 × n × √ Q
3
nQA =
( H × g )0 , 75
10 × 60 × √ 0.0215
3
nQA =
( 11.3× 9.8 )0 ,75
nQA =¿ 257.77

O valor esta fora do padrão recomendado então deve se fazer outras tentativas para obter se o
valor de rotação específica recomendada.

2ª Tentativa: Com rotação nominal de 1800rpm/ 30rps

10 × n × √ Q
3
nQA =
( H × g )0 , 75

10 × 30× √ 0.0215
3
nQA =
( 11.3× 9.8 )0 ,75
nQA =¿ 128.8

O valor encontrado esta dentro do padrão recomendado segundo o método para escolha de uma
BFT. Com isso o resultado obtido de rotação específica foi se usado para encontrar os valores de
coeficientes de vazão (Kq) e altura (Ka) isto através do gráfico abaixo:

54
0.77

0.54

128

Coeficiente de altura (Ka) 0.54

Coeficiente de vazão (Kq) 0.77

Aplicando os valores na fórmula 3.9 obteve-se os valores de vazão do equipamento no modo


bomba, que foi convertida através de dados de operação como turbina.

Qb= K q × Q projecto

Qb=0.77 ×0.0215

3
Qb=0.0165 m /s

Aplicando os valores na fórmula 3.10 obteve-se os valores de altura do equipamento no modo


bomba, que foi convertida através de dados de operação como turbina.

H b =K a × H projecto

55
H b =0.54 ×11.3

H b =6.1m

Após encontrar-se os valores da altura e queda da bomba deve se optar por analisar a parte de
segurança do material. Um dos métodos de proteção é evitar a cavitação, que para isso a altura
máxima de prevenção da cavitação deve ser maior que a altura da bomba. Com isso fez-se o uso
da fórmula 3.11 E tomando em consideração que o distrito de sussundenga na localidade de
Munhinga praticamente no rio Dimbautore se encontra a uma altitude de 480 m, o cálculo de
máxima altura da bomba chega a:

−4 2
H smaxima =10−0,00122× A−0,025 ×(1+10 ×nQA ) × H projecto
−4 2
H smaxima =10−0,00122× 480−0,025 ×(1+ 10 ×128 )×11.3
H smaxima =8.6 m

Concluí se que os valores estão de acordo com o método proposto visto que a altura da bomba
(Hb) não ultrapassou a altura máxima (Hsmax).

Nota: Com os cálculos feitos acima, têm-se todos parâmetros para selecionar uma bomba
correta para funcionar como turbina e de acordo com VIANA, (2012) o ideal é o fabricante ter os
resultados experimentais como bomba e como turbina, da linha (padrão) de fabricação, e estes
valores da bomba devem estar abaixo dos valores da turbina. Como os resultados destes cálculos
se apresentam.

E de seguida os valores obtidos acopla se no GROUNDFOS o software online de


dimensionamento e escolha de uma bomba hidraulica.

56
Figura 21: Dimensionamento de bomba hidraulica

Fonte: GROUNDFOS

Figura 22: Especificações precisas da bomba a escolher

Fonte: GROUNDFOS

57
Figura 23: Bombas Encotradas para o projecto

Fonte: GROUNDFOS

4.1.5.1 Bomba escolhida

De acordo com todos os processos feitos chegou-se a conclusão que a bomba que melhor se
enquadra para o projecto é a bomba NB 65-160/165 AF2ABQQE.

Bomba centrífuga de voluta, monocelular não auto-ferrante, em conformidade EN 733 (10 bar).
A bomba é de acoplamento fechado ou tipo monobloco. O corpo da bomba possui um orifício de
ferragem e um orifício de drenagem fechados por bujões. O impulsor é um impulsor fechado,
com pás de curvas duplas com superfícies suaves. O impulsor temequilíbrio estático em
conformidade com ISO 1940-1 classe G6.3 e equilíbrio hidráulico para compensar o impulso
axial.(GROUNDFOS, 2019)

58
Figura 24: Bomba NB 65-160/165 AF2ABQQE. ( GROUNDFOS, 2019)

a) Caracteristicas tecnicas

 Rotação nominal 1450 rpm


 Frequencia de 50HZ;
 O liquido bombeado é agua a uma gama de temperatura de 0 a 120º C e com uma
densidade ate 998.2 kg/ m3;
 O caudal efectivo é de 64.86.m3/h e caudal nominal é 58 m3/h. a uma altura resultante da
bomba de 7.012m;
 A sua instalação pode ser feita é temperatura ambiente ate 60º C com uma pressão
maxima de funcionamento de 16bar;
 O veio é de aço inoxidável
 Tamanho de conexão de entrada 80mm
 Tamanho de conexão de saida 65mm
 Potência da bomba é de 1.5KW

Nota: As BFT não contem um sistema de controlo de vazão para regular o escoamento
de agura. Tendo em conta esta situação para regular a vazão de uma CMH, é necessario
construir uma CMH do tipo a fio de agua, porque de acordo (CASTRO, 2008). as CMH a
fio de água têm uma capacidade reduzida de regularizar o caudal que na grande maioria
não passa de algumas horas, pelo que o caudal utilizável nestas CMH, é o caudal
instantâneo do rio

59
b) Curva caracteristica de bomba NB 65-160/165 AF2ABQQE

Figura 25: Curva de caracteristica da bomba NB 65-160/165 AF2ABQQE

Fonte: GROUNDFOS

Nota: Com os dados adquiridos, encontrou-se uma bomba de rotacção nominal de 1460 rpm
no software GROUNDFOS, enquanto que nos calculos temos que a bomba seria de 1800rpm,
com isso deve-se fazer ajuste de modo a se obter uma bomba com as mesmas características de
rotação nominal.

60
3ª Tentativa: Ajuste de 1800/30rps para a rotação reduzida de 1460rpm/ 24.3rps.

Existem vários métodos para o ajuste de rotação específica da bomba, mais tendo em conta que
esta a se lidar com uma forma de uso diferente de bombas hidráulicas, então deve-se ter mais
cuidado na escolha do método. Para ajustar escolheu-se arbitrariamente a rotação nominal igual
ao da bomba encontrada no GROUNDFOS que é de 1460rpm, de seguida efectuou-se cálculos
de modo a obter-se novos dados de vazão e altura da bomba. Os cálculos são:

10 × n × √ Q
3
nQA =
( H × g )0 , 75
10 × 24.3 × √ 0.0215
3
nQA =
( 11.3× 9.8 )0 ,75

nQA =104.4
O resultado ainda esta de acordo com a recomendação de rotação especifica que situa
entre 40 a 200. Através do qual foi se ao gráfico para determinar a nova vazão e altura da
bomba enquanto funcionar como turbina.

61
0.82

0.53

104.

4
Coeficiente de altura (Ka) 0.53

Coeficiente de vazão (Kq) 0..82

3
Qb= K q × Q projecto =0.82 ×0.0215=0.018 m /s

H b =K a × H projecto =0.53 ×11.3=5.98 m

Após os cálculos determinaram-se a altura e vazão da bomba ainda dentro das especificações
encontradas no GROUNDFOS, isto prova que pode se manter com a bomba escolhida, os
resultados não variaram de modo a recorrer a escolha de uma nova bomba para o uso.

E por fim a rotação de disparo ou rotação máxima da bomba foi obtida através da fórmula
seguinte (UNIFEI,2002) cit. Por (SAMWAYS, 2004)

n maxima=1 , 6. nnominal (4.1)

Calculado obtemos:

62
Rotação máxima 2336rpm

4.1.6 Método de escolha do Gerador

De acordo com o capítulo anterior deve-se escolher um gerador síncrono e menor que 50KW
consoante o método de Viana. Usando a fórmula 3.12

Dados:

n projecto −¿0.83%

n gerador −¿ 80%

n acoplamento −¿100% ( visto que o acoplamento é directo)

Pel =9.81 ×Q projecto × H projecto × n projecto × n gerador × nacoplamento


Pel =9.81 ×0.0215 ×11.3× 0.83 ×0.8 × 1
Pel =1.58 KW

Esta é a potência eléctrica que o rio Dimbautore pode dar se se montar uma BFT de acordo com
o método de Viana.

4.1.6.1 Gerador escolhido

Para o projecto acopla se o gerador GTA160AI14 que é um gerador da WEG.

63
Figura 26 - Gerador da linha G Plus modelo GTA160AI14
Fonte: (WEG, 2019)

Que contem características tais como:

 Potência de 3.6KW
 Grau de protecção IP21
 Altitude ate 1000m
 Rotação nominal 1460rpm
 Frequência 50Hz
 Ligação trifásica (Y) 380V
 Número de Polos 4
 Regulador de tensão

Aplicação

São utilizados em grupos geradores, e os alternadores são acionados por motores de combustão
interna (eletrônicos ou mecânicos) à diesel, gás, biogás, biodiesel e etanol para suprir a
necessidade de energia de forma confiável nas mais variadas aplicações, nos regimes de serviço
de emergência, horário de ponta ou operação contínua. Também estão aptos a operar com

64
turbinas a vapor ou hidráulicas. Neste sentido, a WEG se faz presente com soluções em
alternadores nas seguintes áreas: Industrial, comercial, naval, usinas térmicas, construção civil,
telecomunicações, mineração, avicultura, irrigação, hospitalar, aeroportos, marítima,
condomínios, rural e outros (WEG, 2019)

Nota: Uma das características importantes neste tipo de alternador síncrono é o regulador de
tensão, que é utilizado para manter constante a tensão de saída, mesmo com mudanças na tensão
de entrada e também na corrente de saída. No regulador a tensão é inversamente proporcional a
frequência (U/F), quanto maior for a tensão menor é a frequência, protegendo o alternador com
velocidades acima e abaixo do normal.

4.1.7 Análise de custo de Investimento do Alternador e BFT

A bomba centrífuga NB 65-160/165 AF2ABQQE é de custo de 1.545,00 € equivalente a


108.925,08MT e o alternador escolhido é da linha G Plus modelo GTA160AI14 de custo
98.752,08MT. O cálculo de Prazo de retorno de investimento obteve-se através da formula 3.13
apresentada no capitulo anterior:

Investimento Total
PRI=
Produção Anual

Preço da Bomba + Preçodo Alternador


PRI=
produção Anual

108.925 ,08 MT +98752 , 08 MT


PRI=
1 , 5 KW ×24 h ×365 dias ×8.44 MT /KWh

PRI=¿1.87Ano

Nota: O valor encontrado é equivalente a 22 meses e 14 dias, e este é o período de retorno de


investimento da bomba e alternadores escolhidos para o projecto em estudo.

65
4.1.7.1 Custo de manutenção da BFT e Alternador

As bombas possuem manutenção mais simples e suas peças são fabricadas em série, devido à
grande demanda de utilização quando comparadas às turbinas. Outro ponto importante e se
ressaltar, é que uma bomba não é um equipamento de difícil manipulação, logo é fácil encontrar
profissionais aptos para a manipulação de bombas. A manutenção das mesmas, pode ser
calculada como 5% do valor de aquisição da bomba. (Gattulli, V. L; et al. 2018)

Preço de Manutenção=custo de BFT × 5 %

Preço de Manutenção=5.445 ,25 MT

A manutenção do alternador síncrono de acordo com WEG, (2019) varia de acordo com o tipo
de alternador, mais é um preço baixo. Com esse argumento estimou se 5% do custo de aquisição

Preço de Manutenção=custo do Alternador ×5 %

Preço de Manutenção=4.937 , 60 MT

Preço de manutenção total=P . Man . Bomba + P .man . Alternador =10.382, 85

66
4.1.7.2 Grafico de custos e ganhos

Prazo de Retorno de Investimento


1200000

1000000

800000

600000

400000

200000

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Custos Ganhos

Figura 27 – Prazo de retorno de investimento estimado a 10 anos


Fonte: Autor

Com o gráfico acima, estimado a um período de 10 anos notou-se que período de retorno do
investimento da BFT e Alternador síncrono encontrado na intercessão do gráfico, situa em
menos de 2 anos.

Os resultados feitos acima demostram o quão económico é o uso da bomba funcionando como
turbina que de acordo com DANILO (2007) os custos das bombas hidraulicas são de 2 a 3 vezes
inferior aos custos de uma turbina convencional, já que são produzidas em série devido à sua
ampla utilização em diversos setores, como saneamento e irrigação.

4.1.8 Dutos e conexões

Para a instalação de BFT deve-se usar os seguintes acessórios:

1. Cotovelo de 125º

O cotovelo será acoplado na boca de sucção e o diâmetro desta peça deve ser igual cotovelo 90º
que é de 125mm

67
2. Tubo cónico

O tubo cónico será acoplado na saída da descarga e será ligada ao cotovelo de 90º. O diâmetro
menor do tubo tem 125mm enquanto o diâmetro maior é 1.5 vezes o diâmetro 187.5mm

3. Tubo de conduta forçada

O tubo da conduta forçada é acoplada na parte de descarga da bomba com diâmetro igual a
80mm.

4. Válvula borboleta

A válvula borboleta é um equipamento muito importante para o controlo de vazão. É acoplada


na saída da conduta forçada, ela é responsável por manobras tais como variação de potência
gerada, acionamento e parada da maquina, variando o fluxo de água. O seu diâmetro é igual a
80mm. A figura 27 apresenta os dutos e conexões acopladas na BFT.

Figura 28- Representação dos tubos e conexões


Fonte: VIANA, 2012

68
Capitulo V. Conclusão

Após a análise feita no rio Dimbautore (distrito de Sussundenga), conclui-se que a utilização de

bomba funcionando como turbina é de facto uma alternativa para a geração de energia eléctrica,

mais apresentam limitações, pois, o nível gerado não é alto, dando opção somente a construção

de CMH do tipo micro, com tensão menor que 50kW. Em questões de viabilidade económica o

estudo desta tecnologia superou as expectativas esperadas, recuperando o investimento em 22

meses e 14 dias, tendo em conta também que existe empresas de fornecimento de máquinas

electricas de menos custos em relação a estes mencionados no trabalho.

Com investigações feitas a respeito do tema em causa percebeu-se que esta tecnologia é muito

empregada em países como Os Estados Unidos, Alemanha e França. Em moçambique não

existem infraestruturas deste tipo, talvez pelo desconhecimento ou mesmo a falta de interesse dos

responsáveis de obras públicas envolvendo recursos hídricos. Qualquer inconveniente para a

construção de um projecto desta natureza foi minimizada devido a situação de análise

económica, que é muito acessivel.

5.1 Dificuldades encontradas

 Na presente dissertação, as principais dificuldades encontradas foram de existência de

poucas disseminações de estudo de CMH usando bombas como alternativa as turbinas

hidráulicas,

 Inexistência de programas de simulação de uma infraestrutura deste género.

69
5.2 Contribuições feitas

 Com o projecto realizado as principais contribuições foram de apresentar outras formas

de geração de energia electrica como solução para construir mais CMH em

Moçambique e economicamente viável.

 No ponto de vista académico o projecto apresenta um senso de responsabilidade social

para a Faculdade de Engenharia da UCM, prevendo possíveis projectos electricos

economicamente viável para se usar no nosso país

5.3 Recomendações

 Para o Governo da Província de Manica, recomenda-se a construção de estações

meteorológicas para facilitar os dados das series hidrológicas ao longo de vários anos,

para os diversos rios. Que o Governo por meio das entidades responsáveis faça estudo

das características dos caudais, leitura nos períodos de chuvas e seca em vários rios

existentes na Província.

 Países como USA, Alemanha, França usam esta tecnologia para o fornecimento de

energia electrica em zonas rurais, recomenda-se para um País como Moçambique em que

as condições economicas não são elevadas o uso desta infraestrutura também em zonas

rurais devido a seu preço baixo de construção, facilidade de manutenção, e por ser uma

tecnologia simples que não precisa de mão de obra estrangeira para a sua implatação

 Para os responsaveis de obras publicas de recursos hidricos, recomenda-se a contrução

destas centrais do tipo a fio de água, porque as BFT não contem reguladores de

velocidade, e uma CMH a fio de água tem a capacidade de regular o caudal da agua.

70
 Para a comunidade acadêmica, recomenda-se a realização de estudos semelhantes dando

ênfase a económia do aproveitamento micro hidroeléctrico usando bom

71
Capitulo VI. Referência bibliográfica

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75
Anexos

Anexo A

Anexo A1

Figura 29 - Albufeira de CMH com regularização de caudal


Fonte: ENFORCE, 2009

76
Anexo A2

Figura 30 - CMH de fio de agua


Fonte: ENFORCE,2009

77
Anexo B

Figura 31 - Bomba Centrifuga NB 65-160/165 AF2ABQQE (Dimensionamento)


Fonte: GROUNDFOS, (2019)

78
Anexo C

Figura 32 - Acoplamento de CMH construída nos Estados Unidos


Fonte: CORREIA, 2009

79
Anexo D

Anexo D1

Figura 33 - Alternador da linha G Plus modelo GTA160AI14 ( Componentes)


Figura: Fonte: WEG,2019

80
Anexo D2

Figura 34 - Gerador da linha G Plus modelo GTA160AI14 (Detalhes de Fixação)


Fonte: WEG, 2019

81

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