Você está na página 1de 94

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELECTROTÉCNICA

ESTUDO COMPARATIVO DE SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO DE ENERGIA


ELÉCTRICA PARA SERVIÇOS DE EMERGÊNCIA NOS ESCRITÓRIOS DA DEM
MULTY SERVICES

DEMÍTRIO GONZAGA PIO

CHIMOIO, ABRIL DE 2022


DEMÍTRIO GONZAGA PIO

ESTUDO COMPARATIVO DE SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO DE ENERGIA


ELÉCTRICA PARA SERVIÇOS DE EMERGÊNCIA NOS ESCRITÓRIOS DA DEM
MULTY SERVICES

Trabalho Final para Conclusão do Curso de


Engenharia Electrotécnica da Universidade
Católica de Moçambique apresentado como
requisito para obtenção do título de
Licenciatura em Engenharia Eléctrica.

Supervisor:

Engo. Hossana Mucalaia

Chimoio, Abril de 2022


DEMÍTRIO GONZAGA PIO

ESTUDO COMPARATIVO DE SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO DE ENERGIA


ELÉCTRICA PARA SERVIÇOS DE EMERGÊNCIA NOS ESCRITÓRIOS DA
DEM MULTY SERVICES

Chimoio______de_________________de____________________________________

Resultado
______________________________________________________________________

Membros do Júri

Presidente:

______________________________________________________________________

Supervisor:

______________________________________________________________________

Examinador/Oponente:

______________________________________________________________________
Aqueles que se sentem satisfeitos sentam-se e nada
fazem. Os insatisfeitos são os únicos benfeitores do
mundo.

Walter S. Landor
Declaração

Eu, Demítrio Gonzaga Pio, declaro pela minha honra que este trabalho de conclusão de
curso é resultado do meu esforço pessoal e da orientação do meu supervisor, o seu
conteúdo é original e está sendo submetido á Universidade Católica de Moçambique,
faculdade de Engenharia-Chimoio para obter o grau de licenciatura em Electrotécnica.

Declaro ainda que este, jamais foi submetido anteriormente para obtenção de nenhum
outro grau académico ou avaliação em nenhuma outra instituição de ensino.

________________________________________________
(Demítrio Gonzaga Pio)

Chimoio, Abril de 2022

i
AGRADECIMENTOS

Antes de mais, agradeço de forma imensurável à Deus, por me ter concedido saúde,
força e disposição para fazer a faculdade e este trabalho de conclusão de curso. Só posso
crer que sem ele, pois nada disso seria possível.

Agradeço ao corpo docente que nessa longa caminhada percorrida, me instruíram,


formaram como profissional e ser humano, corrigiram e criticaram, com o propósito de
me tornarem em um bom profissional no futuro.

Sou grato aos meus pais, que tanto lutaram pela minha educação, especialmente a minha
mãe Maria Helena por nunca me deixar perder a fé e esperança, mesmo em momentos
difíceis.

Agradeço a minha família em destaque a minha avó Elisa Daniel pelo apoio e pela
paciência que sempre teve comigo.

Agradeço também aos meus colegas Belarmino Luís e Marcos Araújo, pela amizade,
camaradagem, suporte e críticas construtivas.

Por fim mas não menos importantes, agradeço aos meus amigos e a todos aqueles que
directa ou indirectamente coparticiparam na realização deste objectivo.

ii
Dedicatória

Dedico-o a Deus todo-poderoso, aos meus pais Aluízio Pio e Maria Helena Alberto e a
minha avó Elisa Daniel.

iii
Índice Pág.
CAPÍTULO I .................................................................................................................... 1

1. Introdução ................................................................................................................. 1

1.1. Relevância do tema ............................................................................................ 2

1.2. Definição do problema ....................................................................................... 2

1.3. Justificativa ........................................................................................................ 2

1.4. Hipóteses ............................................................................................................ 3

1.5. Objectivos .......................................................................................................... 3

1.5.1. Objectivo geral ........................................................................................... 3

1.5.2. Objectivos específicos ................................................................................ 3

1.6. Delimitação do tema .......................................................................................... 4

CAPITULO II ................................................................................................................... 5

2. REVISÃO LITERÁRIA ........................................................................................... 5

2.1. Sistema de geração de energia eléctrica de emergência por Grupo Gerador á


diesel ………………………………………………………………………………….5

2.1.1. Componentes gerais de um grupo gerador ................................................. 6

2.1.2. Regime de Operação................................................................................... 7

2.1.3. Determinação da potência .......................................................................... 8

2.1.3.3. Factor de potência ................................................................................... 9

2.1.3.5. Tipos de cargas ..................................................................................... 10

2.1.4. Alternador ................................................................................................. 10

2.1.5. Componentes de supervisão e controle .................................................... 12

2.1.6. Conceitos fundamentais para compreensão do sistema de geração ......... 14

2.1.7. Seleção e dimensionamento ..................................................................... 14

2.1.8. Dimensionamento ..................................................................................... 15

2.1.8.1. Cálculos de potências (Activa, Aparente e Reactiva) ........................... 16

2.1.8.2. Potencia teórica total com reserva de 25% ........................................... 17


2.1.8.3. Determinação da potência do gerador................................................... 17

2.1.8.4. Cálculos e determinação das proteções................................................. 17

2.1.9. Tipo de Transferência ............................................................................... 18

2.1.9.1. Chave de transferência automática (CTA) ou (QTA) ........................... 19

2.2. Sistema de geração de energia eléctrica de emergência por geração


fotovoltaica…………………………………………………………………………..20

2.2.1. Irradiação Solar ........................................................................................ 22

2.2.1.1. Determinação de irradiação – Método do mês crítico .......................... 23

2.2.2. Sistema OFF-Grid e seus componentes .................................................... 23

2.2.2.1. Princípio de funcionamento de uma célula fotovoltaica ....................... 31

2.2.2.2. Tipo de células ...................................................................................... 32

2.2.2.3. Tipos de agrupamento de módulos fotovoltaicos ................................. 34

CAPÍTULO III ............................................................................................................... 36

3. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................... 36

3.1. Materiais usados .............................................................................................. 36

3.2. Métodos usados................................................................................................ 36

Os métodos usados na elaboração deste estudo se classificam em:............................ 36

3.2.1. Quanto a natureza ..................................................................................... 36

3.2.2. Quanto a abordagem ................................................................................. 36

3.2.3. Quanto aos objectivos............................................................................... 37

3.2.4. Quanto aos Procedimentos de Pesquisa ................................................... 37

3.3.3. Descrição da amostra e caracterização das cargas ........................................... 40

3.3.3.1. Consumo Elétrico.................................................................................. 40

3.3.3.2. Escritórios ............................................................................................. 41

3.3.3.3. Armazéns .............................................................................................. 41

3.3.3.4. Exterior e outros componentes.............................................................. 42

3.3.4. Consumo total de cargas ........................................................................... 42


3.3.4.1. Previsão do crescimento de carga ......................................................... 43

CAPITULO IV ............................................................................................................... 44

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 44

4.1. DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE GERAÇÃO DE ENERGIA A


DIESEL ....................................................................................................................... 44

4.1.1. Tipo de cargas........................................................................................... 44

4.1.2. Tipo de combustível ................................................................................. 44

4.1.3. Factor de simultaneidade .......................................................................... 44

4.1.4. Factor de utilização................................................................................... 44

4.1.5. Potência teórica e potência nominal do sistema de geração ..................... 46

4.1.5.1. Determinação da potência nominal do sistema de geração .................. 46

4.1.6. Determinação dos equipamentos de protecção ......................................... 46

4.1.6.1. Cálculo da corrente nominal ................................................................. 46

4.1.6.2. Cálculo da corrente de serviço .............................................................. 47

4.1.6.3. Determinação da secção do cabo .......................................................... 47

4.1.6.4. Determinação da protecção contra sobrecarga (fusível) ....................... 47

4.1.6.5. Determinação da protecção contra curto-circuito (disjuntor) ............... 47

4.1.7. Quadro de Transferência Automática ....................................................... 48

4.2. ANÁLISE ECONÓMICA PARA IMPLEMENTAÇÃO DO GERADOR Á


DIESEL ....................................................................................................................... 49

4.2.1. Custos de produção................................................................................... 50

4.3. ALTERNATIVA 2: DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE


ALIMENTAÇÂO DE ENERGIA FOTOVOLTAICO .............................................. 51

4.3.1. Dimensionamento do Painel Fotovoltaico................................................ 51

4.3.1.1. Quantidade de Módulos necessários ..................................................... 52

4.3.2. Dimensionamento de controlador de carga .............................................. 53

4.3.3. Dimensionamento do Banco de baterias .................................................. 53

4.3.4. Dimensionamento do inversor .................................................................. 54


4.3.5.1. Fusível ................................................................................................... 55

4.3.5.2. Disjuntor ............................................................................................... 56

4.3.6. Secção dos Condutores ............................................................................. 56

4.4. ANÁLISE ECONÓMICA PARA IMPLEMENTAÇÃO DO GERADOR


FOTOVOLTAICO...................................................................................................... 58

CAPÍTULO V ................................................................................................................ 60

5. ANÁLISE E COMPARAÇÃO DE RESULTADOS .............................................. 60

CAPITULO VI ............................................................................................................... 63

6. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 63

6.1. RECOMENDAÇÕES ...................................................................................... 63

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 64

ANEXOS ........................................................................................................................ 69
Índice de Figuras

Figura 1: Exemplo de GMG síncrono a diesel e seus componentes ................................ 6


Figura 2: Esquema de um sistema de geração standby. ................................................... 8
Figura 3:Geração de 1 ciclo de tensão alternada com um alternador de única espira. ... 11
Figura 4: Representação da onda da tensão de saída correspondente a uma rotação
completa da espira. ......................................................................................................... 11
Figura 5:Composição de uma célula fotovoltaica. ......................................................... 21
Figura 6: Composição das radiações: directa, difusa e refletida. ................................... 22
Figura 7:Sistema de geração para abastecimento a regiões isoladas da rede convencional:
(A) Sistemas individuais e (B) Mini redes. .................................................................... 24
Figura 8: Sistema OFF-Grid. .......................................................................................... 24
Figura 9: Diagrama de sistemas fotovoltaicos em função da carga utilizada. ................ 25
Figura 10: Composição do painel fotovoltaico (módulos compostos de células) .......... 25
Figura 11: Controlador de carga ..................................................................................... 26
Figura 12: Baterias. ........................................................................................................ 27
Figura 13: Inversor ......................................................................................................... 28
Figura 14: Símbologia da célula fotovoltaica. ................................................................ 31
Figura 15:Circuito equivalente de uma célula solar ....................................................... 32
Figura 16: Célula fotovoltaico de silício monocristalino. .............................................. 33
Figura 17:Célula fotovoltaica de silício amorfo. ............................................................ 34
Figura 18:Agrupamento de painéis em serie. ................................................................. 34
Figura 19:Agrupamento de painéis em paralelo. ............................................................ 35
Figura 20: Localização do local em estudo. ................................................................... 38
Figura 21: Potencial energético solar anual (1994-2018).Erro! Marcador não definido.
Índice de Tabelas

Tabela 1: Características de diferentes tipos de células de silício. ................................. 33


Tabela 2: Média diária de energia solar de ondas curtas incidente em Chimoio ........... 39
Tabela 3: Levantamento de cargas para os escritórios ................................................... 41
Tabela 4: Levantamento de cargas para os armazéns. .................................................... 42
Tabela 5: Levantamento de cargas para outros componentes associados ao local. ........ 42
Tabela 6:Tabela de preços por litro de combustíveis em moçambique. ......................... 44
Tabela 7: Tabela de cálculos das potências aparentes e reactivas. ................................. 45
Tabela 8: Tabela de preços dos equipamentos e materiais. ............................................ 49
Tabela 9: Tabela de preço para mão-de-obra. ................................................................ 49
Tabela 10: Tabela de custo de produção ........................................................................ 50
Tabela 11: Tabela de custo de produção relativa á quantidades de horas variadas. ....... 50
Tabela 12: Dados principais do painel ........................................................................... 52
Tabela 13: Cálculo de secções de condutores. ............................................................... 57
Tabela 14: Custo dos equipamentos para o sistema. ...................................................... 58
Tabela 15: Custo dos elementos de proteção e outros para o sistema. ........................... 58
Tabela 16: Tabela comparativa - Geração a Diesel X Geração Fotovoltaica. ................ 62

Índice de Gráficos

Gráfico 1: Tempo de insolação (hora de luz solar) média mensal. ................................ 39


Gráfico 2: Média diária de energia solar de ondas curtas incidente em Chimoio. ......... 39
Gráfico 3: Dados climáticos de Chimoio. ...................................................................... 40
Lista de Siglas e Abreviaturas
CRESESB – Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito;

HZ – Hertz;

Ah – Amperes-hora;

KWh – Quilo watts hora;

KWh/m2 – Quilo watts hora por metro quadrado;

m2 – Metro Quadrado;

mm2 – Milímetro Quadrado;

MW – Megawatts;

MZN – Metical;

W – Watts;

Wp – Watts pico;

KVA – Quilo volts-amperes;

GMG – Grupo Motor Gerador

EDM E.P - Electricidade de Moçambique, Empresa Pública;

ICC – Corrente de curto-circuito

IOC – Corrente de circuito aberto.

K – Constante de Boltzmann;

s.d – Não tem data;

P – Potência eléctrica;

Si – Silício

PV – Fotovoltaico;

TV – Televisor;
Resumo

A demanda pelo uso de um sistema de geração de energia elétrica de emergência vem


crescendo desde tempos e tem sido cada vez mais frequente, devido à sua eficácia e
prontidão no fornecimento secundário de energia elétrica na ausência de energia primária.
Como as tecnologias acompanharam a evolução dos tempos, trouxeram com várias
opções de escolha pois, existem atualmente várias formas alternativas de geração de
energia provenientes de diferentes fontes. Este estudo tem como objetivo comparar os
aspectos consideráveis cruciais na implantação de um sistema de geração de energia
elétrica de emergência a partir de duas fontes diferentes: geração diesel e geração
fotovoltaica.

O estudo comparativo envolverá desde os custos de sua implementação até a análise dos
impactos que cada um dos sistemas tem sobre o meio ambiente, que possibilitarão a
comparação destes dois sistemas de geração.

Palavras-chaves: Sistema de energia de emergência, Gerador diesel, Gerador


fotovoltaico OFF-Grid.
Abstract

The demand for the use of an emergency electric power generation system has been
growing since times and has been increasingly frequent, due to its effectiveness and
readiness in the secondary supply of electricity in the absence of primary energy. As
technologies have followed the evolution of the times, they have brought with several
options of choice because there are currently several alternative forms of power
generation from different sources. This study aims to compare the considerable crucial
aspects in the implementation of an emergency electric power generation system from
two different sources: diesel generation and photovoltaic generation.

The comparative study will involve from the costs of its implementation to the analysis
of the impacts that each of the systems has on the environment, which will allow the
comparison of these two generation systems.

Keywords: Emergency power system, Diesel generator, OFF-Grid photovoltaic


generator.
CAPÍTULO I
1. Introdução
A energia eléctrica está a lista das maiores conquistas da humanidade pelos seus
intermináveis usos e eficiência na geração assim como no uso. Ela se tornou um
intermediário e uma ponte de extrema importância para o desenvolvimento económico de
qualquer país ou nação. (Jornal O Alto Taquari, 2013)

A gestão energética como insumo produtivo é importante para o sucesso da indústria. A


energia é essencial em todos os tipos de processos produtivos, independente do produto
com o qual a empresa trabalhe. Por ser um insumo directamente impactante na produção,
quando mal gerida pode se tornar em factor limitante no crescimento ou sobrevivência de
uma indústria. (TURELLA, 2020)

É facto que o funcionamento de qualquer empresa está ligado a dependência do


fornecimento de energia eléctrica. A falta ou oscilação desta pode causar uma série de
complicações que culminam principalmente em prejuízos consequentes da
impossibilidade de realizar actividades de rotina, promovendo adversidades como quedas
de produtividade ou mais agravante a paralisação da produção. (ALUGAGERA, 2021)

Desde 2019, são notórios os impactos que têm sido causados por adversidades climáticas
no fornecimento contínuo de energia eléctrica pela concessionária Electricidade De
Moçambique (EDM). Com destaque para o ciclone IDAI e Keneth que estima-se terem
causado danos graves em reposição de danos directos a EDM sem contar com os prejuízos
arrecadados pela falha de fornecimento aos seus. (EDM, 2019)

Actualmente, varias são as opções que existem para suprir a falha de fornecimento de
energia eléctrica ou seja, um sistema de geração de energia eléctrica de emergência que
são capazes de lidar com tais episódios, afim de não interromper a produtividade em uma
empresa.

Apontando os factos anteriormente descritos como base de problemas, já aparecem


deliberadamente varias opções de resolução existentes para tais problemas. Este estudo
se vê com o propósito primordial de encontrar melhor avaliação de viabilidade económica
de soluções capazes de servirem como energia substituta comumente chamados de
energia eléctrica de emergência que será integrado aos escritórios da Dem Multy Services
em Chimoio, a fim de servir como fonte alternativa de energia eléctrica e de emergência
em casos ou episódios em que o fornecimento normal ofertado pela concessionária

1
apresente defeitos ou em episódios mais graves falhe, garantindo assim continuidade de
actividades rotineiras e mantendo sua produtividade.

1.1. Relevância do tema


O acesso constante a energia eléctrica é factor crucial para desenvolvimento de uma
empresa. Visto que tal condição não tem sido tão satisfatória nos dias actuais, pois tem-
se observado interrupções frequentes e irregulares no fornecimento de energia eléctrica
pela concessionária, advindo de manutenções de redes, oscilações ou queda de tensão e
principalmente por causas climáticas que tem sido constantes na cidade de Chimoio.

Esse estudo se torna relevante pois se identifica com a actual situação de


vulnerabilidade que muitas empresas estão a mercê, particularizando a Dem Multy
Services empresa que acolheu meu estágio profissional e traz estudos de possíveis
soluções a tais problemas outrora referidos.

1.2. Definição do problema


Considerando a energia eléctrica como insumo essencial no processo produtivo e
desenvolvimento de uma empresa ou instituição, se torna impossível não notar os
prejuízos que a falta desta pode causar.

Tendo experienciado episódios em que o acesso a energia eléctrica era interrompido,


umas vezes por manutenções, outras por defeitos da rede e em casos mais frequentes pelas
adversidades climáticas enquanto realizava o estágio profissional na empresa Dem Multy
Services, foram notórios os prejuízos resultantes de tais episódios, afectando assim prazos
de entregas, actividades de rotinas e em casos especiais danos matérias, que refletiam e
refletem negativamente no desenvolvimento e bom nome da empresa.

Mediante estes factos, surge a necessidade de se estudar formas de reduzir ou eliminar


situações que o interrompimento de energia eléctrica pela concessionária causa a
empresa, levantando assim a questão: como garantir o fornecimento a energia eléctrica
á empresa Dem Multy Services mediante falha da concessionária?

1.3. Justificativa
Dizer que vivemos em universo amparado pela energia eléctrica chega a não ser
suficiente. Mais do que isso pode-se afirmar que a nossa realidade actual é somente
possível pela energia eléctrica e imaginar o nosso dia-a-dia sem esta, é praticamente
impossível.

2
Sendo a Dem Multy Services uma empresa com inclinação para o ramo industrial e
comercial, a energia eléctrica é imprescindível, sendo factor determinante para o
desenvolvimento da mesma. Daí a necessidade de implementar um sistema de
alimentação de energia eléctrica de emergência. Assim, frente a uma falha no
fornecimento pela concessionária, o suprimento de energia por meio do sistema de
geração de energia de emergência se torna garantia da continuidade de produção.

Saber se um projecto é viável ou não é necessário para qualquer tipo de investimento,


assim sendo, do presente estudo espera-se a obtenção de informações e dados que
culminarão com a decisão positiva ou não no investimento de implementação deste
sistema.

1.4. Hipóteses
Hipótese primária
Propõem-se solucionar este problema através da aplicação de um sistema de alimentação
de energia eléctrica de emergência para a empresa Dem Multy Services para suprir a carga
em caso de falha do fornecimento normal.

Hipótese secundária
Propõem-se solucionar o problema, com a instalação de um sistema fotovoltaico Off-
grid para a empresa Dem Multy Services para suprimento de carga em caso de falha do
fornecimento normal.

1.5. Objectivos
1.5.1. Objectivo geral
Estudar sistemas de alimentação de energia elétrica para usar como energia de
emergência a serem implementados nos escritórios da Dem Multy Services. O estudo fará
menção de dois sistemas de alimentação de energia eléctrica sendo o primeiro estudo
focado no sistema de alimentação de energia de emergência com gerador a diesel e o
segundo estudo o sistema de alimentação fotovoltaicos.

1.5.2. Objectivos específicos


 Estudar os sistemas de alimentação energia de emergência propostos como
hipóteses;
 Dimensionar cada um dos sistemas de geração de energia de emergência para o
local em estudo;
 Estudar a viabilidade económica.

3
1.6. Delimitação do tema
Este estudo é inteiramente aplicável às instalações da empresa Dem Multy Services na
zona industrial da cidade de Chimoio, província de Manica, podendo também servir como
guia para projectos de natureza igual em circunstâncias diferentes.

4
CAPITULO II

2. REVISÃO LITERÁRIA

Este capítulo aborda conceitos gerais e de elementos que compõem os sistemas de


geração de energia eléctrica de emergência, com o intuito de melhorar o entendimento de
seus fenómenos, modo de funcionamento e outras particularidades de cada sistema assim
como os factores influenciais na produtividade de cada sistema.

2.1. Sistema de geração de energia eléctrica de emergência por Grupo Gerador


á diesel

Denomina-se grupo gerador a montagem de um motor e um gerador e corrente


alternada em conjunto. São amplamente utilizados para suprir pequenas demandas de
energia devido a ter um custo de implantação relativamente baixa. Sua principal
utilização é como suporte para eventuais faltas de energia por possuir partida rápida.

Segundo Kosow (2005), o propósito de um gerador é produzir uma tensão CC por


conversão de energia mecânica em energia elétrica, e uma porção desta tensão CC é
empregada para excitar o enrolamento do campo magnético estacionário.

Os Grupos Motores Geradores (GMGs) ou simplesmente Grupo gerador a diesel são


equipamentos eletromecânicos autônomos, que são uma das soluções encontradas por
diversas empresas e setores que necessitam de geração de energia ininterrupta e
econômica. Sendo um conjunto de motor diesel e gerador de corrente alternada,
devidamente montados, provido de componentes de supervisão e controle essenciais ao
seu funcionamento autônomo e designado ao suprimento de energia elétrica gerada a
partir da queima do óleo diesel. Os grupos possuem quadros de comandos de partida,
parada e leitura dos sinais. (apud DA SILVA COSTA & CORDEIRO, 2019)

O GMG ilustrado abaixo na figura 1 exemplifica um gerador síncrono contendo na sua


composição: pré aquecimento, painel de comando microprocessado e controlador
eletrônico de velocidade que ajusta a velocidade de rotação do sistema de acordo com a
velocidade síncrona do gerador, sendo esta energia transformada por um alternador em
corrente elétrica.

5
Figura 1: Exemplo de GMG síncrono a diesel e seus componentes Fonte: (GRUPEL, 2020)

2.1.1. Componentes gerais de um grupo gerador

Não há uma resposta padronizada para quantificar e conceituar os componentes de um


grupo gerador, uma vez que cada gerador tem algumas particularidades em seus
componentes, mas adiante estão alguns componentes praticamente padronizados nos
geradores de energia: motor, alternador, sistema de combustível, regulador de tensão,
sistema de lubrificação, bateria e painel de controlo. (SISTEL ENGENHARIA, 2017)

 Motor
Fonte geradora de energia mecânica de entrada para o gerador. A potência máxima que
o gerador pode fornecer é directamente proporcional ao tamanho do motor.

 Alternador
Elemento do gerador responsável por gerar a saída elétrica da entrada mecânica provida
pelo motor. É composto por conjunto de peças estacionárias e móveis dentro de uma
caixa. Tais componentes trabalham unidos para causar movimento rotativo entre os
campos elétrico e magnético, resultando na geração de eletricidade.

6
 Sistema de combustível
Este geralmente apresenta capacidades suficientes para manter o gerador operacional de
acordo com sua capacidade mas os seus componentes têm características semelhantes,
exemplo: ligação tubular do tanque de combustível ao motor, canal de ventilação do
tanque de combustível, Injetor de Combustível e a bomba de combustível.

 Regulador de tensão
Componente regulador da tensão que saí do gerador. Executa uma parte no processo
cíclico de normalização de tensão que se repete até que o gerador produza tensão de saída
equivalente à sua plena capacidade de operação. À medida que a saída do gerador
aumenta, o regulador de tensão gera menos corrente continua.

 Sistema de lubrificação
Já que o gerador é composto por peças móveis no seu motor, é necessário ter lubrificação
para que haja durabilidade e operações agradáveis por um longo tempo. O motor do
gerador é lubrificado por óleo guardado em uma bomba. O nível de óleo lubrificante
deve-se averiguar antes e durante longo tempo de operação do gerador, como também
deve se averiguar se existe fugas e mudar o lubrificante a cada 500 horas operacionais do
gerador.

 Bateria
Opera a partida do gerador. Ela fica sempre carregada devido ao elemento carregador
que provê uma tensão flutuante, pois se a tensão do flutuador estiver muito baixa, a bateria
ficará descarregada e se estiver muito alta, encurtará a vida útil da mesma.

 Painel de controlo
Como o nome indica, ele dispõe de várias características de painéis controladores, sendo
geralmente: medidores do motor e do gerador geral, o arranque e paragem eléctrica.

2.1.2. Regime de Operação

Determina como o gerador será utilizado e por quanto tempo ficará ligado, o que
deverá ser considerado crucial antes da aquisição do mesmo. Para que um gerador atenda
às necessidades requeridas e mantenha um bom funcionamento ao longo do tempo, é
imperioso que o regime de operação seja bem determinado e obedecido. (APSGROUP,
2015)

7
Um grupo gerador pode operar em: Regime contínuo, também chamado de principal
ou base load (geralmente aplicado onde não haja fornecimento de energia eléctrica ou seu
acesso não é confiável, onde este operara constantemente), Regime Primário
(geralmente acionado onde as faltas de energia eléctrica são programadas e frequentes ou
em horas de ponta) e o Regime Standby ou emergência o qual este projecto se identifica.

Regime Standby ou Emergência

Neste regime, o gerador só é acionado quando há interrupção de energia elétrica, e


fica disponível para suprir durante o período de interrupção. Quando este regime é
utilizado com QTA (Quadro de transferência automático) a transferência da rede eléctrica
para o gerador e vice-versa ocorre automaticamente.

Figura 2: Esquema de um sistema de geração standby. Fonte: (BOYLESTAD, 2004)

Assim como ilustrado na figura 2, a ligação do sistema ao painel de distribuição é


selectiva ou seja, ignora algumas cargas que são consideradas não essenciais.

2.1.3. Determinação da potência

Apos saber em que regime o sistema ira funcionar, é necessário determinar a potência
do mesmo, considerando fazer distinção entre serviços essenciais ou não essenciais, assim
como o seu tempo de interrupção satisfatório.

Nem todos os consumidores (cargas) são simultaneamente ligados ou atingem seu


consumo máximo de energia ao mesmo tempo (fator de simultaneidade).

8
Uns consumidores absorvem unicamente potência ativa e outros absorvem potência
aparente (fator de potência = cos). Consumidores especiais, por exemplo, com
características de carga brusca (golpe) ou requisitos extremos em relação à constância da
tensão e frequência, devem ser levados em conta. O tipo de corrente, tensão e frequência
deverão corresponder aos valores nominais da rede pública local. (PEREIRA J. C., 2016)

2.1.3.1. Consumo elétrico

Conhecer a potência activa (KW) e a potência aparente (KVA), e muito importante


para a correcta aplicação do gerador, assim como o factor de potência e o factor de
simultaneidade.

A aplicação de um grupo gerador de emergência para um estabelecimento existente,


a potência ativa (kW) pode ser obtida facilmente através de leitura do consumo de energia
indicado pelo contador quando todos os consumidores essenciais, com direito a
suprimento de emergência, estiverem ligados.

2.1.3.2. Factor de Simultaneidade

Este é responsável por indicar a percentagem do consumo de energia total


instalada que estará em operação em simultâneo. Este factor, permitira com que o grupo
gerador seja dimensionado com potência menor em relação a soma total do consumo. De
salientar que este também não pode ser muito baixo pois deve estar previsto um aumento
de carga a longo prazo.

2.1.3.3. Factor de potência

A potência activa é factor essencial para determinar a potência do sistema gerador e


o factor de potência estabelece a relação desta potência e a potência aparente. Obtém-se
a potência activa da multiplicação da potência aparente e do factor de potência.

2.1.3.4. Tipos de corrente – Tensão

A rede elétrica é descrevida pela indicação do tipo de tensão, corrente e frequência.


Os geradores precisam estar ajustados às redes públicas de consumo, de modo que haja
compatibilidade no consumo pela rede assim como pelo gerador.

Usualmente a tensão de 400 ou 231 V serve para consumidores de 380 ou 220 V. A


diferença nos valores representa a sobretensão de 5% que servirá para compensar as
perdas de energia nas linhas.

9
2.1.3.5. Tipos de cargas

São três categorias que podemos encontrar de cargas: Resistivas, Capacitivas,


Indutivas e uma combinação destas.

 Cargas Resistivas;
 Cargas Capacitivas;
 Cargas Indutivas.

Ainda podem ser consideradas:

 Controlável:
Pode ser ligada, desligada, ou ter a potência reduzida sem comprometer o
equipamento, com o objetivo de manter a demanda de uma instalação dentro de um valor
pré-estabelecido. Em equipamentos como: aquecimento de água, forno e estufa, bombas
para fluído, laminador, ventilador, exaustor; compressor, torre de resfriamento,
iluminação, entre outros. (FALCONE, 1979)

 Prioritária:
Refere-se aquela que a interrupção do seu funcionamento causa prejuízo ao
consumidor. Por isso, necessita de suprimento de energia confiável e de qualidade. Cada
empresa possui cargas controláveis próprias, ou seja, uma carga pode ser prioritária em
uma empresa e em outra não ser. A falta de energia elétrica provoca perdas para o
consumidor, como: queda do facturamento, deixa de atender o cliente no prazo, custo da
mão-de-obra parada, entre outras. (FALCONE, 1979)

2.1.4. Alternador

O alternador é denominado de gerador de corrente alternada capaz de converter energia


mecânica em energia eléctrica. Esta transformação tem como base a lei de Lenz que
enuncia: com indução existente, a direção da forca eletromotriz induzida é tal que o
campo magnético que resulta dela tende a parar o movimento que produz a forca
eletromotriz. Sendo considerado máquina síncronas, a sua rotação é directamente
proporcional ao número de polos e frequência dessa força.

N ∗ Np
f=
120
(1)

10
Onde:

f – Frequência (Hz)

N – Velocidade de rotação (rpm)

Np – Numero de polos

A força eletromotriz e a corrente de um gerador elementar mudam de direção cada vez


que a espira gira 180°. A tensão de saída deste gerador é alternada. (PEREIRA J. C.,
2016). Assim mostra a figura abaixo:

Figura 3:Geração de 1 ciclo de tensão alternada com um alternador de única espira. Fonte:
(PEREIRA J. C., 2016)

Figura 4: Representação da onda da tensão de saída correspondente a uma rotação completa da


espira. Fonte: (PEREIRA J. C., 2016)

O alternador tem a sua potência limitada pela temperatura do enrolamento do induzido,


que sofre perda por aquecimento, isso por causa da temperatura ambiente e da altitude. O

11
rendimento deste vem da relação entre a ´sua potencia eléctrica fornecida e a potência
mecânica absorvida do seu motor acionador.
O rendimento é mais baixo em alternadores menores e também não é constante, seu
valor máximo se aproxima entre 80% a 100% da potência máxima.
2.1.5. Componentes de supervisão e controle
Antes da era digital, os sistemas de controle eram simples e de fácil manutenção.
Embora, não tivessem os mesmos recursos dos aparelhos atuais. Atualmente, o sistema
de controle pode ser totalmente automatizado, capaz de efetuar a partida do grupo gerador
e a transferência de carga, sem interrupção do fornecimento de energia, no horário
programado ou no caso de falha da rede da concessionária. Somado a isso, faz a
transferência de carga entre a fonte principal e de emergência e é dotado de sofisticado
controle eletrônico que faz a supervisão do funcionamento do motor diesel e do
alternador. Mantém registro da falha e possibilita a integração à rede de processamento
de dados da empresa, permitindo supervisão e controle a partir de qualquer
microcomputador, integrante da rede ou remoto.
Segundo PEREIRA J. C. (2016), Para prevenir falhas nos motores diesel aplicados
em grupos geradores, são adoptados sistemas de proteção que, dependendo das
especificações do cliente, incluem:
 Pressostato do óleo lubrificante: tem a finalidade comandar a parada do motor
Diesel quando a pressão do óleo lubrificante cai abaixo de um valor predeterminado.
Em algumas aplicações, utilizam-se dois pressostatos (ou sensores de pressão) sendo
um para alarme, quando a pressão do óleo atinge determinado valor e o outro para
comandar a parada, calibrado para um valor imediatamente abaixo;
 Termostato para a água de refrigeração: com função idêntica à acima, também,
em algumas aplicações, são utilizados dois sensores, para atuarem quando a
temperatura do meio refrigerante ultrapassa valores predeterminados;
 Sensor de sobrevelocidade: para comandar a parada do motor Diesel quando a
velocidade de rotação ultrapassa valores predeterminados, (geralmente 20% acima
da rotação nominal). Em algumas aplicações, onde há o risco de aspiração de gases
inflamáveis, o sensor de sobrevelocidade é interligado a um dispositivo de corte do
ar de admissão, para parar o motor por abafamento, além do corte de combustível.
 Sensor de nível do líquido de refrigeração: na maioria dos casos utilizados para
acionar um dispositivo de alarme, indicando a necessidade de completar o nível do
sistema de refrigeração;

12
 Relé taquimétrico: tem a finalidade de desligar o motor de partida quando a rotação
do motor Diesel ultrapassa determinado valor, em geral 500 rpm. Em muitos casos,
esta função é também inerente ao sensor de sobrevelocidade, quando este permite o
controle de mais que uma faixa de operação. Este dispositivo impede acionar o
motor de partida com o motor funcionando;
 Sensor de ruptura da correia: Em algumas aplicações, é exigido que a parada do
motor Diesel seja comandada antes da temperatura da água se elevar, no caso de
ruptura da correia da bomba d’água;
 Sensor de frequência: pode ser utilizado para supervisionar tanto a frequência do
grupo gerador quanto da rede local. Nos grupos geradores equipados com sistema
de partida automática, comanda o desligamento da rede local e aciona a partida
automática do grupo gerador, ou vice-versa, comanda a parada do grupo gerador e
transfere a carga para a rede local quando há anormalidade na frequência do
alternador;
 Sensores de tensão da rede e do grupo: atuam como no caso dos sensores de
frequência, comandando a partida e parada, conforme o caso.
 Outros sensores: a pedido do cliente, outros sensores podem ser adicionados ao
sistema, tais como nível do tanque de combustível, presença de água no filtro de
combustível, filtro de ar obstruído, sobrecarga no alternador, bateria com deficiência
de carga, pressão do sistema de arrefecimento, temperatura do óleo lubrificante, etc.
os quais podem funções de alarme visual ou sonoro, no local ou a distância ou outras
funções especificadas pelo usuário.
 Painel local de instrumentos: para avaliar a performance do motor Diesel, um
painel de instrumentos dotado de manômetro para o óleo lubrificante, termômetro
para o sistema de refrigeração, chave de partida, comando de parada manual,
indicador de carga de bateria e outros instrumentos tais como voltímetro e
amperímetro para a bateria, tacômetro, termômetro para o óleo lubrificante e
horímetro, conforme o caso, é instalado junto ao motor Diesel. Em algumas
aplicações, componentes do governador eletrônico de rotações são também
instalados no painel local.

Ainda segundo PEREIRA J. C. (2016), nos grupos geradores de emergência,


dotados de sistema de partida automática para assumir a carga em caso de falha da rede
local, o motor Diesel está equipado com um sistema de pré-aquecimento, constituído por

13
um resistor imerso numa derivação do circuito de refrigeração (geralmente de 2 a 4 kW,
dependendo do porte do grupo gerador), para que a água seja mantida em temperatura
acima da ambiente e próxima da de trabalho. Isto auxilia no sentido de possibilitar que o
grupo gerador seja acionado e assuma a carga em 10 a 15 segundos após a ausência da
energia da rede local.

2.1.6. Conceitos fundamentais para compreensão do sistema de geração


Segundo FILHO, GARBELINI, & IZYCKI (2014), os conceitos a seguir são
fundamentais para a compreensão do funcionamento do sistema de geração. É desejável
algum conhecimento sobre os fundamentos de geradores de CA e dos sistemas de
excitação dos geradores em relação à resposta a cargas transientes, interação do regulador
de tensão com a carga e a resposta do sistema de excitação às falhas de saída do gerador.
Um gerador converte energia mecânica em energia elétrica. Este consiste essencialmente
de um rotor e de um induzido. O rotor transporta o campo magnético do gerador, o qual
é posto em rotação pelo motor mecânico. O campo magnético é alimentado por uma fonte
de CC (corrente contínua) chamada de excitador, a qual é conectada aos terminais (+ e -)
dos enrolamentos do campo.
O gerador é construído de tal forma que as linhas de força do campo magnético cortam
perpendicularmente os enrolamentos do induzido quando o motor gira o rotor, induzindo
uma tensão nos elementos do enrolamento do induzido.
A tensão em quaisquer elementos do enrolamento é invertida toda vez que a polaridade
é mudada (duas vezes a cada rotação em um gerador de quatro polos).
A carga transiente independentemente do tipo de sistema de excitação, um grupo gerador
é uma fonte limitada de energia tanto em termos de potência do motor (kW) quanto em
termos de potência do gerador (kVA). Por este motivo, mudanças na carga poderão causar
oscilações transientes de tensão e de frequência. A magnitude e a duração destas
oscilações são afetadas, principalmente, pelas características da carga e pelo tamanho do
alternador em relação à carga.

2.1.7. Seleção e dimensionamento


Para execução de qualquer projecto, o orçamento dos custos dependem essencialmente
de um bom levantamento preciso de todas as cargas. Cargas como motores, bombas de
água, acionadores de frequência variável têm considerável importância no
dimensionamento e devem ser consideradas e avaliadas com atenção. Também devem ser
levados em conta a facilidade da instalação do sistema que dependerá do planeamento e

14
da localização física de todos os elem-tos do sistema do grupo gerado (tanque de
combustível, ventilação, dutos, acessórios, etc.).

Um grupo gerador é uma fonte de energia com capacidade limitada, tanto em relação
à potência do seu motor (kW) quanto em relação à potência do seu gerador (kVA), e, isso
independe do tipo do seu sistema de excitação. Além das cargas que deverão ser
conectadas, vários outros fatores também influenciam o dimensionamento de um grupo
gerador: as características de partida de algumas cargas como motores, as características
de suas cargas mecânicas, o desbalanceamento de cargas monofásicas, cargas não lineares
como equipamentos UPS, restrições à quedas de tensão, o uso de cargas cíclicas, etc.
(BOYLESTAD, 2004)
Com a classificação do sistema de geração definida para standby na qual assume o
fornecimento de energia eléctrica sob condições de falha do fornecimento da
concecionária, o número de tempo de funcionamento deve ser considerado antes da
implementação. Assim, a potência a considerar deve estar de acordo com as cargas
calculadas e o seu tempo de funcionamento.
As cargas calculadas com o seu tempo de funcionamento determinarão o sistema
Standby a 100% e consequentemente a sua potência nominal.
A potência nominal multiplicada ao factor de utilização determinara a potência media
absorvida nas condições de utilização. Uma vez que o regime standby funciona como
reserva para fonte principal de energia, espera-se que o seu uso não seja frequente,
portanto a o factor de utilização para este sistema é 1,0. Os alternadores geralmente têm
como factor de potência o valor 0,8.

2.1.8. Dimensionamento

Segundo PEREIRA J. C., (2016), para dimensionar correctamente o grupo


gerador, certas questões devem ser respondidas previamente, tais como:

 Qual o tipo de carga? (iluminação, motores, fornos, retificadores de corrente,


equipamentos de telecomunicações?)
 Qual o local de serviço? (mar, terra, ambientes com atmosfera explosiva?)
 Qual o regime de operação? (o gerador será a única fonte de energia elétrica ou é
reserva da rede local ou de outro grupo gerador?)
 Quantas horas operará diariamente?

Assim que forem definidas as necessidades, seguirá o momento para calcular a

15
potência do grupo gerador.

Segundo (FALCONE, 1979) os procedimentos para determinação da potência do


sistema gerador são:

 Somar a potência das cargas;


 Considerar o fator de simultaneidade, ou seja, considerar que as cargas não são
ligadas ao mesmo tempo, bem como não atingem ao mesmo tempo o consumo
máximo de energia. Portanto, deve-se avaliar cada aplicação e evitar o valor baixo
Alguns valores para o fator de simultaneidade: hospitais: (0,4 a 0,8), Centro
comercial: (0,9 a 1,0), edifício comercial: (0,8 a 0,9), indústrias químicas e hotéis:
(até 1,0);
 A potência do motor diesel pode se reduzida com aumento do fator de potência;
 Algumas cargas absorvem exclusivamente potência ativa (kW), por exemplo: fornos
à resistência.

Deve-se considerar no dimensionamento de um sistema gerador em um edifício:


potência ativa (kW): obtida pela leitura do consumo de energia indicado no medidor de
KWh. E a total a ser requerida poderá ser dividida em grupos geradores de menor porte.

2.1.8.1. Cálculos de potências (Activa, Aparente e Reactiva)


 Cálculo da potência Activa (P)

𝐏 = 𝐏𝐞𝐥(𝐮𝐧) ∗ 𝐍 (2)

Onde:
P – Potencia activa total instalada (KW);
Pele(un) – Potencia eléctrica unitária (W);
N – Numero de elementos da mesma potência.

 Cálculo da potência Aparente


Para o cálculo das potências aparentes unitárias e total:
𝐏(𝐊𝐖)
𝐒(𝐊𝐕𝐀) = (2.1)
𝐂𝐨𝐬𝛗

Onde
S – Potencia Aparente;
P – Potencia activa total instalada (KW);

16
Cosφ – factor de potência.

 Cálculo da potência Reactiva


Para cálculo das potências reativas unitárias e total:

𝐐(𝐊𝐕𝐀𝐫) = √𝐒 𝟐 − 𝐏 𝟐 (2.2.)

2.1.8.2. Potencia teórica total com reserva de 25%

A fim de dimensionar o sistema contando com que poderá haver um aumento de carga
futuro efectua-se:
𝐒𝐊𝐕𝐀 ∗𝟐𝟓%
𝐒𝐭𝟐𝟓% = + 𝐒𝐊𝐕𝐀 (3)
𝟏𝟎𝟎%

Onde:
St25% - Potencia aparente teórica total;
𝑆𝐾𝑉𝐴 – Potência aparente.

2.1.8.3. Determinação da potência do gerador


Apos determinar a potência St25%, a condição abaixo determinará a potência do nosso
sistema de geração:

𝐒𝐍(𝐠𝐞𝐫) > 𝐒𝐭𝟐𝟓% (4)

Onde:

SN(ger) – Potencia aparente teórica total;

St25% - Potência aparente nominal do gerador.

2.1.8.4. Cálculos e determinação das proteções

Todos os sistemas eléctricos estão sujeitas a falhar por vários motivos, logo, é imperioso
que haja mecanismos de proteção para qualquer instalação eléctrica, assim sendo:

 Cálculo da corrente nominal do sistema


𝐒𝐍
𝐈𝐍(𝐠𝐞𝐫) = (5)
√𝟑∗𝐔𝐜

Onde:
IN(ger) – Corrente de nominal gerador;
SN(ger) – Potência aparente nominal do gerador;

17
Uc – Tensão composta.

 Cálculo da corrente de serviço


𝐈𝐍(𝐠𝐞𝐫)
𝐈𝐒 = 𝐈𝐍(𝐠𝐞𝐫) + (5.1)
𝟑

Onde:
Is = Corrente de serviço;
IN(ger) = Corrente nominal do gerador.

 Determinação da secção do cabo


Para determinação do cabo, a valor da Is será factor crucial.

 Determinação da protecção contra sobrecarga (fusível)

𝐈𝐟 = 𝟏, 𝟐 ∗ 𝐈𝐍 (5.2)

Onde:

𝐼𝑓 – Corrente fusível;

𝐼𝑁 – Corrente nominal.

 Determinação da protecção contra Curto-circuito (disjuntor)

Para determinar a protecção contra curto-circuito, a condição abaixo precisa ser satisfeita:

𝐈𝐬 ≤ 𝐈𝐍 ≤ 𝐈𝐳 (5.3)

Onde:

Is = Corrente de serviço;

IN = Corrente nominal;

Iz = Corrente máxima admissível.

2.1.9. Tipo de Transferência

Se tratando de um sistema de emergência, a sua ativação depende essencialmente da


condição de que haja interrupção no fornecimento pela concecionária, e assim, de forma
automática ou manual este assuma a responsabilidade do fornecimento de energia.

18
2.1.9.1. Chave de transferência automática (CTA) ou (QTA)

Segundo (REIS & SILVEIRA, 2000) é utilizada no suprimento de energia para cargas
prioritárias e permite a reversão da alimentação entre a concessionária e o GGD. Pode ser
do tipo faca, manual, com controle eletrônico ou digital de ação rápida. Um “bypass” no
quadro de transferência deve ter previsto para executar a manutenção, de tal forma que
não comprometa a operação do sistema.

A chave estática no sistema sincronizado efetua a troca da fonte de energia em 4 ms,


de modo seguro. Estas não possuem contatos móveis e a transferência de carga é efetuada
por comando eletrônico sobre retificadores controlados de silício (SCR). O SCR é um
díodo que opera como circuito aberto quando não é aplicada tensão no “gate”. Um sinal
aplicado no gate fecha o circuito, conduzindo a corrente do ânodo para o cátodo, enquanto
permanecer o sinal. Uma vez removido o sinal, o SCR para de conduzir quando a corrente
passa pelo zero. (REIS & SILVEIRA, 2000)

19
2.2. Sistema de geração de energia eléctrica de emergência por geração
fotovoltaica

Aproveitar a energia que o sol gera é algo já feito desde tempos. Assim como o tempo
evoluiu, evoluíram também técnicas e tecnologias que tornaram esta prática em uma das
melhores alternativas actuais e promissoras existentes para lidar com desafios inerentes
ao quesito suprimento de energia eléctrica. (PINHO & GALDINHO, 2014)

Considera-se energia solar fotovoltaica aquela cuja obtenção e feita a partir da


transformação directa da luz (radiação solar) em uma outra forma de energia usável pelo
homem. Em suma, gerar energia eléctrica tendo o efeito fotovoltaico como base.
(ALEIXO, 2018)

No efeito fotovoltaico é utilizado um material semicondutor adaptado para liberar


eletrões - partículas que são carregadas negativamente e representam o pilar da
eletricidade. As células fotovoltaicas possuem, no mínimo, duas camadas de silício
(semicondutor mais comum) carregadas positivamente ou negativamente. Após o
semicondutor ser atingido pela luz solar, por meio do campo elétrico entre a junção das
duas camadas, inicia-se um fluxo de energia e, assim, gera-se a corrente contínua. O fluxo
de eletricidade é maior quando há maior incidência de luz e depende da densidade das
nuvens para gerar energia e, portanto, em dias nublados há geração de energia. Assim, os
sistemas fotovoltaicos podem produzir mais energia em dias com menos nuvens, se
comparados com dias totalmente claros, isso se dá por meio da reflexão da luz do sol.

Segundo (FADIGAS, 2012), um dos pioneiros em pesquisas sobre o efeito fotovoltaico


foi o físico francês Alexandre Edmond Becquerel, que descobriu, em 1839, que a energia
solar pode ser transformada em energia elétrica. Os experimentos foram realizados por
ele por meio de elétrodos expostos à luz e mergulhados em um eletrólito.

Dessa maneira, Becquerel compreendeu o efeito fotovoltaico. Posteriormente, Adams e


Day observaram o mesmo efeito no sólido selênio, no ano de 1877.

O efeito fotovoltaico é produzido por essa incidência que, além de fazer circular uma
corrente elétrica no material, cria a energia elétrica. Através do efeito fotovoltaico há o
desenvolvimento da diferença de potencial entre os dois elétrodos, devido à transferência
de eletrões gerados entre as bandas diferentes do material. (CEMIG, 2012)

20
Figura 5:Composição de uma célula fotovoltaica. Fonte: (CEMIG, 2012)

A maneira com que o semicondutor se transforma em uma célula fotovoltaica é através


de etapas como purificação e dopagem, de forma que, esta última, consiste na adição de
alguns elementos químicos, tais como o boro e o fósforo, com o propósito de alterar as
propriedades elétricas. Dessa maneira, duas camadas na célula são criadas: camada tipo
p (excesso de cargas positivas) e tipo n (excesso de cargas negativas), relativas ao silício
puro. Assim, para que se produza energia elétrica, é necessária a incidência de luz solar
nos módulos que são compostos por células fotovoltaicas. Essa conversão direta de raios
solares em energia elétrica se dá a partir dessas células, as quais são compostas por
elementos semicondutores, em que geralmente se utiliza o silício. Essa luz solar atua
como um fluxo de partículas (fotões). Quando a junção N-P é iluminada ocorre o
fenômeno de absorção dos fotões por parte dos eletrões (efeito fotoelétrico) e, assim,
alguns passam da banda de valência para a banda de condução.

Desta maneira, os eletrões que atingem a banda de condução vagueiam pelo


semicondutor até o momento em que são puxados pelo campo elétrico que existe na
região de junção. Por meio de uma ligação externa, os eletrões são levados para fora da
célula para que sejam utilizados. Cada elétron que deixa a célula é substituído por outro
que retorna da carga. Assim, essa energia é convertida em energia elétrica, através de
painéis fotovoltaicos e concentradores de radiação elétrica.

21
2.2.1. Irradiação Solar

Para dimensionar correctamente sistemas solares, os artigos referentes à entrada de


energia solar na terra são muito essenciais, recomenda-se a determinação do “Ano
Meteorológico Padrão ou Típico” (em língua inglesa TMY – Typical Meteorological
Year) e quanto maior a base de dados mais confiável será o valor encontrado (PINHO &
GALDINHO, 2014).

Estes, podem estar divididos em:

 Irradiância global (GHOR) – Potência radiante solar, recebida em uma unidade de


área em uma superfície horizontal, que é igual a irradiância directa mais a irradiância
difusa.
 Irradiância directa (GDIR) – Irradiância solar incidente em uma superfície, sem ter
sido espalhada pela atmosfera, podendo ser horizontal (GDIR) ou normal (GDIRN).
 Irradiância difusa (GDIF) - Potência radiante do céu, recebida em uma unidade de
área em uma superfície horizontal, excluída a irradiância directa. (SANTOS, 2014)

Os elementos de maior importância da energia solar são os elementos da radiação, que


se apresentam na figura abaixo:

Figura 6: Composição das radiações: directa, difusa e refletida. Fonte: (VIANA, 2010)

22
2.2.1.1. Determinação de irradiação – Método do mês crítico

Escolhido a localidade de instalação do SFI, faz-se necessário determinar o recurso


solar, isto é, a energia fornecida pelo sol, definida como irradiação solar. A energia solar
varia ao longo do tempo conforme as condições meteorológicas (cobertura de nuvens,
concentração de gases atmosféricos, sistemas sinóticos entre outros) e fatores
astronômicos associados aos movimentos orbital e de rotação da Terra, portanto uma
medição instantânea pode não refletir o comportamento da irradiação ao longo do tempo
(PEREIRA, Martins, Gonçalves, Costa, & Lima, 2017)

O método do mês crítico consiste em dimensionar o sistema fotovoltaico para o período


do ano onde as condições médias são mais desvantajosas para o sistema. Presume-se que
caso o sistema funcione de forma adequada neste mês, funcionará também nos meses
restantes do ano, sendo assim, o sistema gerará mais energia nos meses onde as condições
forem mais benéficas. (PINHO & GALDINHO, 2014)

Determinado o valor da irradiação global horizontal no mês mais desfavorável, será


necessário determinar em qual ângulo de inclinação o painel solar deverá ser instalado
para obter a maior quantidade de energia. Os valores da determinação do mês crítico e do
ângulo de inclinação para instalação do painel são o que possibilitará a maior geração de
energia.

2.2.2. Sistema OFF-Grid e seus componentes

Os sistemas de geração fotovoltaica podem ser divididos em dois grandes grupos que
são os conectados à rede elétrica de distribuição regular de energia (On-Grid) e os não
conectados, ou isolados (Off-Grid), sendo que em ambos os casos outras fontes de
geração de energia podem ser combinadas com a geração fotovoltaica, tornando assim o
sistema hibrido.

Os sistemas de geração de energia isolados podem ainda ser divididos em individuais,


atendem apenas uma unidade consumidora, ou mini redes, atendem vários consumidores
que estão geograficamente próximos, conforme pode ser observado na Figura que se
segue. (MORAES, 2011)

23
Figura 7:Sistema de geração para abastecimento a regiões isoladas da rede convencional: (A)
Sistemas individuais e (B) Mini redes. Fonte: (MORAES, 2011)

Este estudo está focado apenas nos sistemas isolados (Off-Grid) individuais.
Os sistemas OFF-Grid são conhecidos como sistemas isolados ou, também, conhecidos
como sistemas não conectados à rede elétrica. Estes sistemas trabalham de forma
autônoma, ou seja, não trabalham em paralelo com a rede elétrica convencional. Portanto,
estes sistemas podem ser utilizados em regiões remotas, carentes de rede de distribuição
elétrica ou que possuam um abastecimento precário de energia elétrica.
Nestes contextos, como estes sistemas não dependem da rede da concessionária para
gerar energia elétrica, eles possuem um sistema de armazenamento de energia, por meio
da utilização de baterias, se tornando assim a melhor escolha para um sistema de geração
de energia de emergência.
As figuras que se seguem, representam um modelo de sistema OFF-Grid e o seu
diagrama em função da carga utilizada.

Figura 8: Sistema OFF-Grid. Fonte: (CRESESB, 2006)

24
Figura 9: Diagrama de sistemas fotovoltaicos em função da carga utilizada. Fonte: (CRESESB,
2006)

Na figura, é possível perceber a utilização de quatro equipamentos para compor o


sistema fotovoltaico OFF-Grid. Destacando-os:

 Painel Fotovoltaico e sua composição


O gerador fotovoltaico (painel solar fotovoltaico) é formado pelo módulo fotovoltaico,
que podem estar agrupados em serie e/ou paralelo ate atingir a potencia total a ser gerada,
formando o painel que converte a radiação solar em energia elétrica CC (corrente
contínua). Cada painel é composto módulos que por sua vez este é composto por células
fotovoltaicas.

Figura 10: Composição do painel fotovoltaico (módulos compostos de células) Fonte: (KNIE,
2002)

25
 Controladores de Carga

Os controladores protegem a bateria ou o banco de bateria contra sobrecarga ou descarga


profunda. Estes são usados em sistemas pequenos, em que os aparelhos utilizados são de
baixa tensão e corrente contínua (CC). Em sistemas isolados, esses controladores de carga
não devem falhar, pois pode haver dados irreversíveis. Além disso, eles devem ser
projetados de acordo com as características dos variados tipos de bateria. Quando a
bateria atinge plena carga, os controladores devem desconectar o gerador fotovoltaico e
interromper o fornecimento de energia se o estado de carga da bateria atingir um nível
mínimo de segurança. Assim, há o aumento de vida útil das baterias. O ajuste dos
parâmetros, bem como a escolha do método de controlo devem ser adequados aos
diferentes tipos de baterias.

Figura 11: Controlador de carga fonte: (CRESESB, 2006)

O controlador de carga funciona como um díodo de bloqueio que barra a circulação da


corrente reversa, em geral este aparelho tem uma chave que desliga a carga quando a
tensão baixar a um nível determinado. (SERRÃO, 2010)

O seu dimensionamento é feito se baseando na definição dos níveis das correntes


eléctricas máximos que passam por ele. Sendo assim, a potência do controlador deve
garantir segurança mínima para que este aparelho possa funcionar, portanto a sua
capacidade deve exceder a corrente gerada pelos painéis solares.

Tem como funções principais: garantir o carregamento do banco de baterias, impedir


que haja sobrecarga da bateria, precaver descargas profundas e reter corrente reversa entre
o painel fotovoltaico e as baterias. (CARNEIRO, 2010)

26
 Baterias

Em sistemas isolados há a utilização de alguma forma de armazenamento de energia,


podendo se realizar por meio de baterias, com a qual o consumidor possa utiliza-la quando
não haja condições favoráveis para a produção (sem incidência de raios solares).
Atualmente, são vários os tipos de baterias existentes no mercado, porém, por motivos
econômicos, as baterias chumbo ácidas ainda são as mais empregadas para fins
fotovoltaicos, ainda que outros tipos apresentem maior eficiência e vida útil, a exemplo
do Níquel-Cádmio, do íon de Lítio, etc.

Figura 12: Baterias. Fonte: (NEOSOLAR, 2018)

Pode-se determinar a capacidade da bateria usando a expressão seguinte:

P
I= (6)
Vsistema

Onde:
𝐼 – É o consumo diário de corrente da carga;

P – É a Potência total requerida pela instalação;

𝑉𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 – É a Tensão do sistema fotovoltaico.

Com isso, pode-se determinar o consumo da corrente total do banco de bateria usando a
expressão:

I∗N
Itotal (Ah) = (6.1)
Pd

27
Onde:

N – Representa a autonomia do banco de baterias relativa ao tempo em dias sem


insolação de acordo com o clima local e a confiabilidade desejada;

Pd – Profundidade de descargas das baterias;

 Inversor

Para que equipamentos de corrente alternada sejam alimentados, é necessário um


inversor. Estes são dispositivos eléctricos que convertem a energia eléctrica de DC
(corrente contínua) para AC (corrente alternada) para uso em aparelhos eléctricos que
funcionam em corrente alternada, assim como tensão (110/220 V), frequência (50/60 Hz)
e tipo de onda (senoidal, quadrada ou senoidal). Geralmente os inversores são compostos
por dispositivos electrónicos de chaveamento como por exemplo: TRIAC, MOSFET e
IGBT que quebram a corrente contínua em pulsos, gerando assim uma corrente alternada.
(CAMARGO, 2017)

Figura 13: Inversor fonte: (SOLAR-INVERTER-NIGESHIHO, 2017)

Um dos aspectos a ser levado em conta para o dimensionar e escolher o inversor é a sua
conversão para correte alternada. Ela deverá manter um equilíbrio nos diferentes
parâmetros de funcionamento do sistema (frequência, amplitude ou conteúdo harmônico)
que deveram estar ajustados de acordo com as particularidades das cargas de forma a
prover corrente e tensão requeridas pelos aparelhos funcionais em corrente alternada em
condições normais assim como em situações contrárias como é o caso de partida de

28
motores. O inversor é escolhido se baseando na potência dos módulos fotovoltaicos e na
tensão e corrente de saída do controlador de carga.

PNCA
FDI = (7)
PPV

Onde:

FDI – Factor de Dimensionamento do Inversor;

PNCA – Potência nominal do inversor a selecionar;

PFV – Potência corrigida do modulo fotovoltaico.

Para que um inversor seja aplicável ao sistema, o FDI deve satisfazer a seguinte
condição:

0,75 ≤ 𝐹𝐷𝐼 ≤ 1,05 (7.1)

As características dos inversores para sistemas fotovoltaicos, conforme o manual de


Engenharia para Sistemas Fotovoltaicos são (PINHO & GALDINHO, 2014):

 Forma de onda de saída: Senoidal ou senoide aproximada, conforme já explicada


anteriormente;
 Taxa de distorção harmônica (THD): representa a qualidade da forma de onda
gerada e deve ser um valor menor que 5%.
 Eficiência na conversão de potência: é a relação entre a potência de entrada pela
potência de saída. Um fator importante a ser observado nos catálogos comerciais é
que normalmente a eficiência informada pelo fabricante é apenas para a situação de
plena carga, o que nem sempre ocorre o tempo todo. Normalmente quando operado
em potências abaixo da nominal o inversor tende a ter uma eficiência menor.
 Potência nominal de saída: é a potência que o inversor deverá ser capaz de entregar
em regime permanente.
 Potência de surto: indica em quanto a potência nominal pode ser excedida durante
um curto intervalo de tempo. Esta característica é mais relevante em sistemas
isolados, pois cargas como motores consomem na partida correntes de até 10 vezes
a nominal.
 Taxa de utilização: representa o número de horas que o inversor poderá operar na
potência nominal.

29
 Tensão de entrada: indica a tensão contínua que pode ser aplicada aos terminais de
entrada. Em sistemas isolados os níveis mais comuns de tensão são 12V, 24V, 36
ou 48V e coincidem com as tensões resultantes da Agrupamento em série das
baterias. Nos inversores de sistemas conectados a indicação é uma faixa de tensão
permitida, pois estando o inversor conectado diretamente ao painel fotovoltaico, a
tensão irá variar ao longo do dia conforme a irradiação solar.
 Tensão de saída: indica a tensão de saída, 127V ou 220V em sistemas de baixa
tensão ou 13,8kV para inversores conectados à rede de potência entre 100kW e
1MW.
 Regulação de tensão: indica a variação de amplitude na tensão de saída. Quanto
melhor o inversor menor a variação.
 Frequência da tensão de saída: indica a frequência da tensão de saída
 Fator de potência: indica o fator de potência da saída do inversor. Alguns modelos
são capazes de ajustar, através de programação, esse parâmetro.
 Consumo de potência sem carga (autoconsumo, consumo permanente ou em
consumo em standby): é a energia que o inversor consome mesmo quando não está
alimentando nenhuma carga. Este parâmetro tem maior importância em sistemas
isolados, pois irá drenar energia do banco de baterias em horários sem irradiação
solar.
 Modularidade: é a capacidade do inversor de trabalhar em paralelo com outros
inversores.
 Temperatura e umidade do ambiente: o aumento da temperatura influência
negativamente o rendimento do inversor, por isto deve ser citado tanto a temperatura
máxima quanto a mínima de operação. A umidade relativa pode danificar o
equipamento, portanto também deve ser citado a faixa de operação.
 Compatibilidade eletromagnética: o chaveamento produzido pelos
semicondutores para gerar a senoide da tensão de saída é realizado em alta
frequência e isto pode provocar interferências em outros equipamentos
eletromagnéticos. A compatibilidade eletromagnética indica que o inversor possui
filtros e foi testado para evitar essas interferências.
 Grau de proteção (IP): classifica o inversor conforme a sua proteção contra a
entrada de objetos estranhos (poeira, partes do corpo humano, etc.) e água no seu
interior.

30
 Proteções: indica quais são as proteções elétricas que o inversor possui. As
principais são proteção contra sobretensão na entrada CC, contra inversão de
polaridade na entrada CC, contra curto-circuito na saída CA, contra sobrecargas e
contra elevação de temperatura.
 Seguimento do Ponto de Potência Máxima (MPPT): indica se o inversor realiza
essa função. Em sistemas isolados o seguimento do ponto de potência máxima é
realizado pelo controlador de cargas.

2.2.2.1. Princípio de funcionamento de uma célula fotovoltaica

As Células fotovoltaicas são fabricadas por materiais semicondutores (material com


características intermédias entre um condutor e um isolante). O seu princípio de
funcionamento é dependente do comportamento dos materiais semicondutores que o
compõe quando expostos a radiação solar.

Figura 14: Símbologia da célula fotovoltaica. Fonte: (United States Department of Energy,
2005)

Deste modo, para que haja corrente eléctrica é necessário que um fotão suficientemente
carregado incida sobre um átomo de um material semicondutor do qual é constituída a
célula fotovoltaica, fazendo com que os electrões sejam deslocados da banda de valência
para a banda de condução produzindo assim uma diferença de potencial entre duas zonas
da célula. Porém, para que tal aconteça é necessário que exista um campo eléctrico
(junção P-N) criado através de dopagem do silício que resulta da Agrupamento de dois
outros diferentes elementos um trivalente e outros tetravalentes designados de impureza
casos do boro e fósforo respectivamente. (CASTRO, 2002)

31
Figura 15:Circuito equivalente de uma célula solar Fonte: (CARNEIRO, 2010)

V
I = IL − Ig (emUT − 1) (8)

Onde:

Ig – Corrente de geração ou corrente de fuga do díodo;

V – Diferença de potencial eléctrico aplicado aos terminais do díodo;

m – Factor de idealidade do díodo (díodo ideal: m = 1; díodo real: m > 1);

𝐾𝑇
UT – Designado por potencial térmico (𝑈𝑇 = );
𝑞

Sendo que K representa constante de Boltzmann (K = 1,38x10-23 J/ºK), T representa


a temperatura absoluta da célula em ºK (0ºC = 273,16 ºK) e q carga eléctrica do electrão
(q = 1,6x10-19 C).

2.2.2.2. Tipo de células

Existem várias formas de células fotovoltaicas tendo como destaque as células


policristalinas, monocristalino e amorfas. As principais características das variadas
formas dos semicondutores são ilustradas na tabela que se segue.

Células Características das células

 Dispõe de estrutura cristalina homogénea nele todo,


Monocristalinas tornando-o assim bom condutor;
 A espessura pode variar desde 0,4mm á 0,5mm;

32
 São caracterizadas por possuir uma monocromia
metálica e azulada escura.
 O seu rendimento varia entre 15 a18%;
 Tem um custo elevado quando comparado a outras
células fotovoltaicas.

 A sua estrutura é ordenada por regiões separadas, o que


afecta o seu rendimento reduzindo-o na ordem dos 2% a
3% e a sua espessura pode ser de até 0,3 mm;
Policristalinas  Sua superfície é composta por uma estruturada em cristais
com distintos tons azuis e cincas prateado;
 O seu rendimento é menor que o monocristalino variando
de 12 a 14%.

 Apresentam rendimento mais baixo quando comparado às


policristalinas, mas oferece uma estabilidade elevada face
à temperatura. Estas sofrem por um processo de desgaste
logo nos meses iniciais de funcionamento, o que reduz a
eficiência ao longo da vida útil. Sua fabricação tem
Amorfas
processos menos complexos e de custos mais baixos que
as células anteriores;
 Pode ter espessura que varia de 1 a 3 mm e possui cor
castanha avermelhada á azul-escuro em sua superfície.
 O seu rendimento chega a ser menor que 10%.

Tabela 1: Características de diferentes tipos de células de silício. (ALEIXO, 2018)

Figura 16: Célula fotovoltaico de silício monocristalino. Fonte: (DAMIA SOLAR, 2017)

33
Figura 17:Célula fotovoltaica de silício amorfo. Fonte: (DAMIA SOLAR, 2017)

2.2.2.3. Tipos de agrupamento de módulos fotovoltaicos

O elemento fundamental no processo de conversão é a célula fotovoltaica, onde o


conjunto destas atende o nome de módulo fotovoltaico, que por sua vez pode ser agrupado
em paralelo, série ou misto (mistura das duas primeiras) formando um painel capaz de
obter níveis de corrente e tensão que possam atender as necessidades do sistema em causa.

a. Agrupamento Série

O terminal positivo de um painel fotovoltaico é ligado ao terminal negativo de outro e


assim por diante. Tal conexão deve apenas ser feita com dispositivos que dispõe de
características eléctricas iguais ou que sejam idênticos e que estejam submetidos a níveis
de radiação solar iguais, garantindo maior eficiência ao conjunto todo.

Figura 18:Agrupamento de painéis em serie. Fonte: (Bluesol Energia Solar, 2018)


Deste agrupamento resultam os seguintes parâmetros de tensão e corrente:

Ut = U1 + U2 + U3 … . . +Un (9)

It = I1 = I2 = I3 … . . = In (9.1)

34
b. Agrupamento Paralelo

No agrupamento paralelo os terminais positivos de cada dispositivo fotovoltaico são


interligados entre si e o mesmo acontece com os terminais negativos. Este agrupamento
é o inverso do agrupamento série, isto é, soma-se as correntes e a tensão é mantida
constante.

Figura 19:Agrupamento de painéis em paralelo. Fonte: (Bluesol Energia Solar, 2018)

Deste Agrupamento, os parâmetros resultantes para tensão e corrente são:

Ut = U1 = U2 = U3 … . . = Un (9.2)

It = I1 + I2 + I3 … . . +In (9.3)

c. Agrupamento mista

Este tipo de Agrupamento resulta da mistura dos agrupamentos série e a paralelo com o
intuito de obter características de ambos agrupamentos, ou seja, aumentar a corrente e a
tensão.

Os parâmetros tensão e corrente que resultam desta Agrupamento são:

UP = UP1 = UP2 (9.4)

Ut = U1 + U2 + UP + Un (9.5)

It = I1 + I2 + (IP1 + IP2 ) + In (9.6)

35
CAPÍTULO III
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Neste capítulo serão abordados, os materiais usados durante a investigação do trabalho,
bem como os seus métodos usados.

Como metodologia de abordagem, a pesquisa baseou-se no método misto que envolve


a vertente quantitativa e qualitativa, com coletas de dados, desde pesquisas bibliográficas
a documental onde os principais materiais usados foram: tabelas estatísticas, relatórios,
revista técnicas, programas computacionais entre outros.

3.1. Materiais usados

Para tornar possível a elaboração deste estudo, foram necessário o uso de alguns
materiais:

 Bibliográficos: Monografias, livros, dissertações, relatórios e artigos científicos e


mais materiais de carácter académicos relevantes ao tema em estudo.
 Computador: responsável pela compilação e organização de dados possíveis pelos
recursos Microsoft Word e Excel.
 Calculadora cientifica: responsável pelos cálculos.
 Internet: responsável pela pesquisa bibliográfica e busca de dados relevantes ao tema
em estudo.
3.2. Métodos usados

Os métodos usados na elaboração deste estudo se classificam em:

3.2.1. Quanto a natureza


O estudo se baseou na pesquisa aplicada, que é dedicada à geração de conhecimento
para solução de problemas específicos, e é dirigida à busca da verdade para determinada
aplicação prática em situação particular.

3.2.2. Quanto a abordagem

O estudo se baseou na aplicação das abordagens quantitativas que emprega medidas


padronizadas e sistemáticas, reunindo respostas pré-determinadas, facilitando a
comparação e a análise de medidas estatísticas de dados e abordagens qualitativas
baseado na interpretação dos fenômenos observados e no significado que carregam, ou

36
no significado atribuído pelo pesquisador, dada a realidade em que os fenômenos estão
inseridos.

3.2.3. Quanto aos objectivos

O estudo se baseou em pesquisas exploratórias objetivando facilitar familiaridade com


o problema objeto da pesquisa, para permitir a construção de hipóteses ou tornar a questão
mais clara. Se baseou também em pesquisas explicativas, empregando o método
experimental de pesquisa servindo para identificar atributos ou fatores que determinam a
ocorrência de fenômenos.

3.2.4. Quanto aos Procedimentos de Pesquisa

Para elaboração deste estudo, baseou-se:

Estudo de caso que é composto de três fases: uma exploratória; outra de sistematização
de coleta de dados e delimitação do estudo, e a última de análise e interpretação das
descobertas.

Pesquisa documental que consiste, de modo geral, na procura, leitura, avaliação e


sistematização, objetivamente, de provas para clarificar fenômenos passados e suas
relações com o tempo sócio-cultural-cronológico, visando obter conclusões ou
explicações para o presente.

Pesquisa bibliográfica que serviu para me ambientar o com o conjunto de


conhecimento sobre o tema. É a base teórica para o estudo, devendo, por isso, constituir
leitura seletiva, analítica e interpretativa de livros, artigos, reportagens, textos da Internet,
filmes, imagens e sons. Devendo buscar-se ideias relevantes ao estudo, com registro
fidedigno das fontes.

3.3.Descrição do local de estudo


Se apresenta a seguir informações descritivas do local em questão dos estudos para a
implantação de alimentação de energia de emergência. Tais informações estarão
compostas de dados meteorológicos do local, dados da área ocupada, vista satélite dos
edifícios que compõe o local em estudo.

3.3.1. Localização geográfica e infraestrutura

A Dem Multy Services é uma empresa que se localiza na cidade de Chimoio, província
de Manica, próximo a estrada nacional numero 6, na zona industrial.

37
A empresa possui infraestrutura civil necessária para a instalação do sistema de geração
de energia de emergência a diesel, e também dispõe de espaço para a instalação do
gerador fotovoltaico. Tais locais garantem a segurança individual e coletiva das pessoas
das pessoas envolvidas, funcionários e terceiros.

Figura 20: Localização do local em estudo. Fonte: (Google Maps, 2022)


3.3.2. Dados meteorológicos
A fim de realizar a implementação do sistema de geração de energia elétrica fotovoltaica,
é necessário avaliar o potencial energético solar que existe sobre o local estudado para
obtenção dos dados da radiação solar incidente, assim como o tempo de insolação media.

38
Gráfico 1: Tempo de insolação (hora de luz solar) média mensal. Fonte: (WeatherSpark)

Gráfico 2: Média diária de energia solar de ondas curtas incidente em Chimoio. Fonte:
(WeatherSpark)

Tabela 2: Média diária de energia solar de ondas curtas incidente em Chimoio Fonte:
(WeatherSpark)

Pela tabela 2, percebe-se que nos meses de Janeiro a março e Outubro a Dezembro há
maior radiação global apresentando valores de irradiação solar acima de 6.9 KWh/m2 e
também, o mês que apresenta menor insolação baseado nos dados fornecidos pelo
Weather Spark é o mês de junho, apresentando uma taxa mensal média de 4,7 KWh.
Deste modo, o projecto do sistema fotovoltaico deve ser realizado tendo em consideração
uma radiação incidente de 4,7 KWh.

Para que os módulos PV possam produzir a sua potência nominal, é necessário que todos
meses possuem médias mensais de irradiação solar acima dos 1 kW/m2, e a tabela nos dá

39
uma media de mensal de mais de 4 kWh/m2 /dia, valor este que está bem acima da média
necessária. E também é necessário que a temperatura ambiente esteja comumente
próximo de 25º C.

No gráfico que se segue é possível observar dados climáticos referentes a cidade de


Chimoio, adquiridos a partir da concatenação de dados de temperatura e precipitação
recolhidos em vários anos por via satélite.

Gráfico 3: Dados climáticos de Chimoio. Fonte: (WeatherSpark)

3.3.3. Descrição da amostra e caracterização das cargas

Como vides na figura 20, o local é composto por varias infraestruturas, não só pelos
escritórios da Dem Multy Services mas como também alguns escritórios arrendados por
outras empresas, e também infraestruturas que servem de armazéns das mesmas.

Como tal, cada infraestrutura tem suas próprias características, aparelhos e equipamentos
que resultam em diferentes cargas a serem consideradas antes de implementação do
projecto. Assim, o sistema deverá ser implementado considerando que o total da energia
que deve produzir e suprir deve estar apto a satisfazer a demanda e evitar situações que
criem possíveis défices no fornecimento de energia eléctrica.

3.3.3.1. Consumo Elétrico

E termos de cargas, o local de estudo é formado tipicamente por dois tipos de


estabelecimentos, sendo eles: Escritórios e armazéns.

40
Inicialmente a caracterização das cargas será feita de forma separada considerando o
tipo de estabelecimento anteriormente mencionados e as necessidades em termos de
equipamentos que la existem e os ainda podem vir a ser instalados nestes locais. Após a
caracterização estar feita de forma isolada associar-se-á os valores encontrados a fim de
obter-se a potência total estimada para o local de estudo.

Por se tratar de sistemas geradores de emergência, devemos identificar consumidores


essenciais e não essenciais e determinar os tempos de interrupção admissíveis.

3.3.3.2. Escritórios

Os escritórios que compõem o local estudado, não se diferem muito nos tamanhos sendo
que basicamente ocupam uma área de 42 m2 cada. De salientar que estão funcionando
como escritórios, 5 estabelecimentos.
As necessidades encontradas nesses estabelecimentos basicamente são iluminação
(interior e exterior), energia para alimentar equipamentos (computadores, televisores,
impressoras, Ar condicionados), bomba de pressão de água e outros que serão detalhados
ainda adiante.
Consumo (W) Horas de Consumo de
Equipamento Quant.
Unitário Total uso/dia watts/dia
Lâmpada leds tubulares 15 25 375 7 2625
Lâmpadas led bulbo 7 20 140 7 980
Computador Desktop 9 240 2160 8 17280
Computador Laptop 6 60 360 8 2880
Impressora 6 12 72 5 360
Televisor 4 120 480 5 2400
Carregador de celulares 9 7 63 6 378
Decoder de TV 4 35 140 5 700
Ar condicionado
Geleira
Consumo total em Watts 27603
Tabela 3: Levantamento de cargas para os escritórios. Fonte: Autor

Com base na tabela acima, conclui-se que sejam necessários 27,595 KWh para suprir o
consumo diário dos escritórios.
3.3.3.3. Armazéns
Como já foi referenciado, o local também é composto por 6 armazéns. De forma geral,
optou-se por considerar que todos os armazéns são compostos por mesmo tipo de carga.

41
Assim sendo, a tabela abaixo mostra a potência que estima-se ser usada por estes locais
Consumo em Watts

Consumo (W) Horas de Consumo de


Equipamento Quant.
Unitário Total uso/dia watts/dia
Lâmpada leds tubulares 10 30 300 5 1500
Consumo total em Watts 1500
Tabela 4: Levantamento de cargas para os armazéns. Fonte: Autor

3.3.3.4. Exterior e outros componentes


O local estudado conta ainda com alguns componentes que usam energia elétrica, a
tabela abaixo faz menção ao consumo destes itens.

Consumo em Watts

Consumo (W) Horas de Consumo de


Equipamento Quant.
Unitário Total uso/dia watts/dia
Iluminação exterior 4 40 160 6 960
Bomba de água 1 350 350 3 1050
Consumo total em Watts 2010
Tabela 5: Levantamento de cargas para outros componentes associados ao local. Fonte: Autor

3.3.4. Consumo total de cargas


Associando todas cargas anteriormente calculadas parcialmente nas tabelas 3, 4 e 5,
pode-se saber a potência total demanda pelo local estudado, que será:

𝑪𝒐𝒏𝒔𝒖𝒎𝒐𝑫𝒊𝒂𝒓𝒊𝒐 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 = ∑ 𝑪𝒐𝒏𝒔𝒖𝒎𝒐𝒑𝒐𝒓 𝒔𝒆𝒄𝒕𝒐𝒓 (10)

𝑪𝒐𝒏𝒔𝒖𝒎𝒐𝑫𝒊𝒂𝒓𝒊𝒐 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 = 𝑪𝒆𝒔𝒄𝒓𝒊𝒕𝒐𝒓𝒊𝒐𝒔 + 𝑪𝑨𝒓𝒎𝒂𝒛𝒆𝒎 + 𝑪𝒆𝒙𝒕𝒆𝒓𝒊𝒐𝒓

𝑪𝒐𝒏𝒔𝒖𝒎𝒐𝑫𝒊𝒂𝒓𝒊𝒐 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 = 𝟐𝟕𝟓𝟗𝟓 + 𝟏𝟓𝟎𝟎 + 𝟐𝟎𝟏𝟎

𝑪𝒐𝒏𝒔𝒖𝒎𝒐𝑫𝒊𝒂𝒓𝒊𝒐 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 = 𝟑𝟏, 𝟏𝟎𝟓 𝑲𝑾𝒉

Assim sendo, verifica-se que o nosso sistema de geração de energia de emergência deve
essencialmente poder atender a uma demanda diária de 31,105 KWh, tendo em conta que
as situações de emergência não possam ser de todo duráveis por um mês.

42
3.3.4.1. Previsão do crescimento de carga
Como o futuro é imprevisível, assim também são os crescimentos das necessidades de
uma empresa. Portanto, prevendo uma taxa de crescimento anual de 5% para uma
perspectiva de cinco anos, a potência total da carga a se levar em conta será dada pela
seguinte expressão:
𝜃 𝑁
𝑆𝑡 = 𝑆𝑐 ∗ (1 + ) (11)
100

Onde:
𝑆𝑡 – Potência total considerando o crescimento;
𝑆c – Potência inicial da instalação;
𝜃 – Taxa de crescimento anual da carga;
𝑁 – Número de anos previstos para o crescimento.
5 5
St = 31,105 KWh ∗ (1 + )
100

St = 39,69874 KWh

43
CAPITULO IV

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Neste capítulo, será mostrado como se pretende proceder com os cálculos para o
dimensionamento de ambos sistemas de geração de energia de emergência em causa a
implementar no local em estudo.

4.1. DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE GERAÇÃO DE ENERGIA A


DIESEL
4.1.1. Tipo de cargas
Para o estudo das cargas do local, assumiremos que possui de forma predominante,
cargas resistivas onde o valor de pico nominal não sofre mudanças, com exceção da
bomba de água que é de caracter indutivo o qual estaremos multiplicando a sua potência
em quatro vezes, devido ao pico de energia que este atinge em seu acionamento que
assumimos ser directo.
4.1.2. Tipo de combustível
Já estava definido desde a pré concepção do projecto que o combustível do nosso
sistema será do tipo diesel (Gasóleo).
Os geradores deste tipo de combustível apresentam uma potência maior em
comparação com o do tipo Gasolina. Apesar dos geradores a gasolina sere mais
silenciosos, estes vem com a restrição de não serem muito recomendados para
funcionamento automático e isso o desfavorece na escolha. Para além desses motivos, o
preço por litro do diesel é consideravelmente baixo em relação a gasolina. E o seu
consumo também é relativamente baixo.
Combustíveis, o preço
por litro Encontro MZN USD

Preços da gasolina 11.04.2022 77.39 1.212


Preços do gasóleo 11.04.2022 70.97 1.112
Preços da querosene 11.04.2022 50.16 0.786
Tabela 6:Tabela de preços por litro de combustíveis em moçambique. Fonte: (Global Petrol
Prices, 2022)

4.1.3. Factor de simultaneidade


Tendo em conta que se trata de um sistema de geração de energia para suprir emergências
de energia, prevê-se o funcionamento simultâneo de vários aparelhos considerados
essenciais. Para este estabelecimento adoptaremos o factor de simultaneidade de até 1,0.

4.1.4. Factor de utilização

44
Foi estabelecido para este estudo que para iluminação será usado 0,9 como factor de
utilização, 0,75 para a bomba de água e para as restantes cargas 0.8
Assim, para calcular as potências serão aplicadas as fórmulas seguintes:
Para cálculo das potências aparentes unitárias e total:
P(KW)
S(KVA) = (12)
Cosφ

Para cálculo das potências reativas unitárias e total:

Q (KVAr) = √S2 − P 2 (13)

Onde:
S – Potencia aparente em KVA;
Q – Potencia reactiva em KVAr;
P – Potencia activa em KW.
Carga P (KW) Cosφ Ks S (KVA) Q (KVAr)
Lâmpada leds tubulares 2,625 0,9 1,0 2,916667 1,271345525
Lâmpadas led bulbo 0,98 0,9 1,0 1,088889 0,474635663
Computador Desktop 17,28 0,8 1,0 21,6 12,96
Computador Laptop 2,88 0,8 1,0 3,6 2,16
Impressora 0,36 0,8 1,0 0,45 0,27
Televisor 2,4 0,8 1,0 3 1,8
Carregador de celulares 0,378 0,8 1,0 0,4725 0,2835
Decoder de TV 0,7 0,8 1,0 0,875 0,525
Lâmpada leds tubulares 1,5 0,9 1,0 1,666667 0,726483157
Iluminação exterior 0,96 0,9 1,0 1,066667 0,464949221
Bomba de água 4,2 0,75 1,0 5,6 3,704051835
Total 34,263 42,33639 24,6399654
Tabela 7: Tabela de cálculos das potências aparentes e reactivas. Fonte: Autor

Deste modo, com o que já foi calculado na tabela anterior, prosseguimos com o cálculo
da verificação do factor de potência geral:

P(KW)
Cosφ = (14)
S(KVA)

45
34,263 KW
Cosφ =
42,33639 KVA

Cosφ = 0,81

4.1.5. Potência teórica e potência nominal do sistema de geração

SKVA ∗ 25%
St25% = + SKVA
100%

42,33639 KVA ∗ 25%


St25% = + 42,33639 KVA
100%

𝐒𝐭𝟐𝟓% = 𝟓𝟐, 𝟗𝟐 𝐊𝐕𝐀

Tendo calculado a potência aparente teórica ou seja um aumento de 25% da potência


aparente anterior calculada como forma de garantir margem segura e como previsão para
um suposto aumento de carga futuro, já se pode encontrar a potência nominal do sistema
a ser implementado.

4.1.5.1. Determinação da potência nominal do sistema de geração

A fim de dimensionar um sistema de geração capaz de lidar com a potência calculada


em acréscimo dos 25%, a condição abaixo deve ser satisfeita:

𝐒𝐍(𝐠𝐞𝐫) > 𝐒𝐭𝟐𝟓% (15)

Indo de acordo com os resultados obtidos nos cálculos da potência teórica, a


escolha da potência aparente nominal (SN) deve ser próxima e de preferência que seja
maior a St25% satisfazendo assim a condição. Assim sendo, com base nisso determinamos
que a potência mais próxima será um sistema de geração de 60KVA (66KVA em regime
standby/ 60KVA em regime Prime).Se escolhe assim, o gerador da Usct Power
Generators de 60 KVA/50Hz. (ver anexo 1 para mais informações).

4.1.6. Determinação dos equipamentos de protecção


4.1.6.1. Cálculo da corrente nominal

SN
IN(ger) = (16)
√3∗Uc

66 KVA
IN(ger) =
√3 ∗ 380
𝐈𝐍(𝐠𝐞𝐫) = 𝟏𝟎𝟎, 𝟐𝟕𝟔𝟔𝟐𝟓𝟕 𝐀

46
4.1.6.2. Cálculo da corrente de serviço

IN(ger)
IS = IN(ger) +
3

100,276
IS = 100,276 +
3

𝐈𝐒 = 𝟏𝟑𝟑, 𝟕𝟎𝟐𝟏𝟔𝟕𝟔 𝐀

4.1.6.3. Determinação da secção do cabo

Após determinação da corrente de serviço (Is), nos basearemos do seu valor para
determinar a secção do cabo a ser usada.

𝐈𝐒 = 𝟏𝟑𝟑, 𝟕 𝐀

Assim sendo, pela tabela em anexo pode-se afirmar que teremos um cabo de 50mm2,
com uma intensidade máxima admissível de 150 A.

4.1.6.4. Determinação da protecção contra sobrecarga (fusível)

Com base na corrente de serviço, será possível determinar o calibre do dispositivo de


protecção contra sobrecarga. Uma vez que a instalação estará dividida em número
correspondente ao número de fases existentes, com isso a capacidade do fusível para cada
uma das fases será:

If = 1,2 ∗ IN

If = 1,2 ∗ 100,276

𝐈𝐟 = 𝟏𝟐𝟎, 𝟐𝟕𝟔 𝐀

Assim, para a protecção contra sobre cargas será usado um fusível de 125 A do tipo
NH1 da fabricante Hager.

4.1.6.5. Determinação da protecção contra curto-circuito (disjuntor)

A selecção da capacidade que o disjuntor a ser usado deve ter será feita seguindo a
seguinte condição:

𝐈𝐒 ≤ 𝐈𝐍 ≤ 𝐈𝐙

47
Assim sendo:

133,7 ≤ 150 ≤ 150

Visto que a condição foi satisfeita, o disjuntor selecionado será de 150 A.

4.1.7. Quadro de Transferência Automática


O QTA escolhido será capaz de transferir automaticamente o fornecimento de energia
entre o sistema de geração e a rede sob condições a serem programadas. (ver anexo para
mais detalhes)

48
4.2. ANÁLISE ECONÓMICA PARA IMPLEMENTAÇÃO DO GERADOR Á
DIESEL
A análise económica da implantação deste sistema de geração a diesel de geração de
energia eléctrica se baseou nos preços dos materiais previstos para a implementação deste
sistema. Os preços dos materiais apresentados na tabela 8 foram adquiridos baseando-se
em vários mercados de venda online.

Sistema geracao a diesel


Preço (MZN)
Equipamento Referencia Frabicante Quant.
Unitario Total
Gupo Motor Gerador UPG-60kVA-PK@50 Hz PERKINS 1 580796,00 580796,00
Quadro de
Transferencia E.W. Eletrica 1 196250,00 196250,00
Automatica (QTA)
Fusivel LNH1125T HAGER 3 500,00 1500,00
Disjuntor ASGARD160 STECK 1 14340,00 14340,00
Eletrodo Terra 1 1300,00 1300,00
Cabo YJV32 YJV22 YJV VW CABLE 100 11000,00 75000,00
Outros custos 100000,00 100000,00
IVA 17% 164761,62 164761,62
Total 1133947,62

Tabela 8: Tabela de preços dos equipamentos e materiais. Fonte: Autor

Pelo cálculo da tabela acima, o custo dos materiais será: 1 133 947,62 Meticais.

Sistema geracao a diesel


Percentagem (custo
Servicos Preço (MZN)
total)
Mao de obra 15% 170092,14
Total 170092,14
Tabela 9: Tabela de preço para mão-de-obra. Fonte: Autor

Pelo cálculo da mão-de-obra o valor será: 170 092,14 Meticais.

Com os preços já calculados, resta saber o valor total que custara a implementação do
projecto.

Custo final = Custo total + Custo de mão de obra

Custo final = 1133947,62 MZN + 170092,14 MZN

𝐂𝐮𝐬𝐭𝐨 𝐟𝐢𝐧𝐚𝐥 = 𝟏𝟑𝟎𝟒𝟎𝟑𝟗, 𝟕𝟔 𝐌𝐙𝐍

O custo para a implementação do sistema de geração de energia de emergência a diesel


será de 1 304 039,76 Meticais.

49
4.2.1. Custos de produção

Uma vez que o sistema a diesel requer de uso de recurso (combustível) para seu
funcionamento, se torna necessário saber os custos que a produção de energia pode ter.
Assim sendo:

TIPO DE COMBUSTIVEL PREÇO/LITRO LITRO/H- Full load Full tank/H Full tank/litro Total
Diesel 70,97 13,9 8 111,2 7 891,86 MZN

Tabela 10: Tabela de custo de produção: Autor

Pelas características do sistema gerador (gasto por litro a carga plena = 13,9L e a
capacidade de tanque cheio para 8h) e do mercado (preço do diesel actual= 70,97) pode-
se verificar que são necessários 7 891,86 Meticais para produção de energia equivalente
a 8 horas em carga plena.

Horas de uso Quant/litros Preço/horas


1 13,9 986,48 MZN
2 27,8 1 972,97 MZN
4 55,6 3 945,93 MZN
6 83,4 5 918,90 MZN

Tabela 11: Tabela de custo de produção relativa á quantidades de horas variadas. Fonte Autor

50
4.3. ALTERNATIVA 2: DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE
ALIMENTAÇÂO DE ENERGIA FOTOVOLTAICO

Como já se fez referência nos capítulos anteriores, o sistema servirá como sistema de
energia em casos de emergência, portanto será adoptado um sistema fotovoltaico
autônomo (Off-Grid). Para dimensionar este sistema terá que se considerar que o total da
energia produzida pela fonte deve estar proporcional a procura energética de modo que
se satisfaça a demanda da carga, evitando que haja possíveis défices no fornecimento de
energia elétrica. O dimensionamento do sistema de geração fotovoltaico baseou-se no
método adoptado por CRESESB (método do mês critico) que consiste no uso das
características do mês com as condições médias mais desvantajosas ao sistema (o mês
com a menor radiação solar do ano). Este método garante a satisfação das necessidades
de carga mesmo estando no período com franca radiação solar, assegurando assim a
estabilidade do sistema.

Analisando a caraterização da carga feita anteriormente, o projecto deverá consistir em


um sistema fotovoltaico dimensionado para que possa atender todas as necessidades
previstas do local.

4.3.1. Dimensionamento do Painel Fotovoltaico

Usando o método do mês critico como base, o dimensionamento do painel será feito
seguindo a equação abaixo:

E/Td
Ppainel (Wp) =
HSP

Onde:

P (Wp) − Potência de pico do painel solar;

E (Wh dia) − Consumo diário médio da instalação;

HSP (h) − Média diária de horas de sol pleno (a ser considerado 6 para Chimoio);

Td − Taxa de desempenho do sistema (valor a dimensional igual a 0,8).

Ainda seguindo este método, é recomendável dimensionar a geração de energia a 90%


do consumo das instalações.

51
0,9 ∗ 39,69874 Wh/0,8
Ppainel (Wp) =
6

Ppainel (Wp) = 7443,5134 Wp

Assim sendo, se vê como melhor opção a escolha do módulo SPR-X21-335-BLK da


SunPower de 335 Wp. A tabela abaixo apresenta alguns dados importantes para o
dimensionamento, mais detalhes deste produto pode ser observado no anexo.

Potencia máxima (Pmax) 335 Wp

Tensão máxima (Vmax) 57,3 V

Corrente máxima (Imp) 5,85 A

Tensão de circuito aberto (Voc) 67,9 V

Corrente de curto-circuito (Isc) 6,23 A

Tabela 12: Dados principais do painel Fonte: (SUNPOWER, 2022)

4.3.1.1. Quantidade de Módulos necessários

A quantidade de módulos necessários para alcançar a potência demandada será dada


pela expressão abaixo:

Ppainel
N=
Pmodulo

7443,5134 Wp
N=
335 Wp

N = 22,22

𝐍 = 𝟐𝟑

Tendo encontrado a quantidade de módulos, a nova potencia corrigida para o sistema


será:

PCorrigida = N ∗ Pmodulo

PCorrigida = 23 ∗ 335 Wp

𝐏𝐂𝐨𝐫𝐫𝐢𝐠𝐢𝐝𝐚 = 𝟕𝟕𝟎𝟓 𝐖𝐩

52
4.3.2. Dimensionamento de controlador de carga

A escolha do controlador deverá atender a todas especificações que as cargas do local


em estudo demandam. Sendo assim, o controlador escolhido será da marca FLEXMAX
60 da OUTBACK POWER SYSTEMS cujas especificações se encontram no anexo.
Segundo FORTES, (2012), quanto maior for a quantidade de módulos num sistema,
maior a quantidade de controladores necessária. Assim sendo:

N ∗ In (modulo)
Q controlador de carga =
Maxcorrente de entrada do controlador

23 ∗ 5,85 A
Q controlador de carga =
60 A

Q controlador de carga = 3

O sistema requererá 3 controladores de carga Flexmax 60. (Ver anexo para mais detalhes)

4.3.3. Dimensionamento do Banco de baterias

Existem várias categorias de baterias para o sistema fotovoltaico e cada uma tem
características que beneficiam certo de tipo de aplicação. Para o nosso sistema estará
voltado á baterias estacionarias pois para além de terem uma vida útil superior a 20 anos,
também são perfeitas para instalações cujo uso é feito continuamente e por largos
períodos de tempo. Permitem também grandes ciclos de descarga diários, com resultados
excelentes para qualquer tipo de consumo.

Sendo que este sistema estará funcionando em casos de emergência, em casos de falha
no fornecimento de energia eléctrica pela concecionária ou quedas de tensão ou ainda por
consequências das mudanças climáticas, a escolha da bateria deve atender ate pelo menos
dois dias de autonomia. Também, deve ser levado em conta a profundidade de descarga.

Para este projecto, optou-se a escolha de baterias de tensão 24v e capacidade nominal de
250 Ah. Outras características deste elemento estão presentes em anexo.

Portanto podemos determinar a capacidade do banco de baterias do sistema do seguinte


modo:

P
I=
Vsistema

53
39698,74 W
I=
24 V

I = 1654,11 Ah

Assim:

I∗n
Itotal =
Pd

Onde:

n – é o numero de dias autónomos da bateria;

Pd – é o factor de profundidade de descarga (75%)

1654,11Ah ∗ 2
Itotal =
0,75

𝐈𝐭𝐨𝐭𝐚𝐥 = 𝟒𝟒𝟏𝟎, 𝟗𝟕𝐀𝐡

Calculada corrente total necessária de acordo com os dados característicos da bateria


escolhida nos resta saber a quantidade de baterias necessárias para equivaler a tal corrente:

Itotal
Nbaterias =
Icapacidade no minal

4410,97Ah
Nbaterias =
250 Ah

𝐍𝐛𝐚𝐭𝐞𝐫𝐢𝐚𝐬 = 𝟏𝟕, 𝟔𝟒 ≈ 𝟏𝟖

Assim, para que possamos obter a capacidade de 4410,97𝐴ℎ será necessário a


Agrupamento de 18 baterias.

4.3.4. Dimensionamento do inversor

Para que um inversor seja corretamente dimensionado, deve ter-se em conta


principalmente a potência. A potência do inversor deve ser maior que a potência
consumida, incluindo nos momentos de pico.

A potência do painel fotovoltaico e a potência do inversor devem estar ajustados de tal


maneira que o FDI possa dar uma melhor escolha referente a relação de custo face ao
benefício. (FERREIRA, 2016)

54
PNCA
FDI =
PFV

7000 W
FDI = = 0,9
𝟕𝟕𝟎𝟓 W

0,75 ≤ FDI ≤ 1,05

Com a satisfação das condições estabelecidas, o inversor escolhido será de 7 KW (FSI-


SERIES).

4.3.5. Dimensionamento das proteções e secção dos condutores

Como regra geral, todas as instalações eléctricas estão sujeitas a falhas de várias
naturezas. sendo assim, é imperioso a presença de dispositivos de proteção para qualquer
instalação e para ambos sistema de geração de energia eléctrica de emergência não será
diferente. Com isso, para a implementação do sistema em estudo, as proteções escolhidas
para poderem manter a estabilidade da instalação eléctrica serão as seguintes:

P
Is =
√3 ∗ Vn

39,69874 KW
Is =
√3 ∗ 380

𝐈𝐬 = 𝟔𝟎, 𝟑𝟐 𝐀

4.3.5.1. Fusível

Para o cálculo destes, a instalação deverá estar repartida em três circuitos que
correspondem ao número de fases existentes. Com isso a capacidade do fusível será:

Is
If = 1,2 ∗
3

60,32 A
If = 1,2 ∗
3

𝐈𝐟 = 𝟐𝟒, 𝟏𝟑 𝐀

Assim, baseando-se na corrente If, serão utilizadas chaves fusíveis com porta fusíveis de
corrente nominal de 25 A tipo NH gL/gG e tamanho NH00.

55
4.3.5.2. Disjuntor

Para escolher a capacidade do disjuntor que deve ser aplicado seguiu-se a seguinte
expressão:

𝐈𝐬 ≤ 𝐈𝐍 ≤ 𝐈𝐳

Onde:

IS − Corrente de serviço da instalação;

IN − Corrente nominal do disjuntor selecionado;

IZ − Corrente máxima admissível na secção do condutor selecionado.

De modo a satisfazer a condição imposta na expressão anterior, a capacidade do disjuntor


escolhida é de 63 A, modelo TR3KAC63 da Tramontina.

60,32 A ≤ 63 A ≤ 68A

4.3.6. Secção dos Condutores

Baseando-se na corrente de serviço (Is) calculada anteriormente e com a ajuda da tabela


de condutores (verificar anexos), a secção nominal pela tabela será: de 16 mm2 para uma
intensidade de corrente admissível de 68 A.

Para seccionar detalhadamente os condutores por cada parte que compõem as fases do
sistema fotovoltaico nos basearemos na fórmula que se segue:

𝛀∗𝐦𝐦𝟐 𝐝(𝐦)∗𝐈(𝐀)
𝐒(𝐦𝐦𝟐 ) = 𝛒 ( )∗ (12)
𝐦 𝚫𝐕 (𝐕)

Onde:

ρ: Resistividade do cobre (Ω.mm²/m);

d: Distância total do condutor, considerando o trecho de retorno, ida e volta (m);

I: Corrente que passa pelo condutor (A);

ΔV: Queda de tensão tolerada no cabeamento para o trecho analisado (V);

56
S: Diâmetro do condutor (mm²).
Lado CC
Lado CA
Modulo/Controlador Bateria/Controlador
Resistividade 0,01724 0,01724 0,01724
Distáncia do condutor 40 5 15
Corrente no condutor 5,85 60 58
Tensão 57,3 12 220
Factor de queda de tensão 3% 3% 3%
Queda de tensão 1,719 0,36 6,6
Secção calculada (mm2) 2,346806283 14,36666667 2,27254546
Secção (mm2) 2,5 16 2,5
Tabela 13: Cálculo de secções de condutores. Fonte: Autor

57
4.4. ANÁLISE ECONÓMICA PARA IMPLEMENTAÇÃO DO GERADOR
FOTOVOLTAICO

A análise económica da implantação deste sistema fotovoltaico de geração de energia


eléctrica teve como base os custos dos materiais previstos para implementar este sistema.
Os preços apresentados abaixo foram adquiridos se baseando em diferentes mercados de
venda online.

Sistema Fotovoltaico
Preço (MZN)
Equipamento Referencia Frabicante Quant.
Unitario Total
Modulos SPR-X21-335-BLK SUNPOWER 23 20687,46 475811,49
Controlador de carga FLEXMAX 60 OUTBACK PS 3 29704,70 89114,09
Bateria AGM 24 250Ah U-Power 18 38626,45 695276,10
Inversor FSI-SERIES 1KW-7KW GAE- Hybrid Inver 1 374635,00 374635,00
Estruturas de Suporte 60500,00 75000,00
Total 1709836,68

Tabela 14: Custo dos equipamentos para o sistema. Fonte Autor

Equipamentos de protecao e outros


Preço (MZN)
Equipamento Referencia Frabicante Quant.
Unitario Total
Disjuntor TR3KAC63 TRAMONTINA 1 1248,00 1248,00
Fusivel 25A- NH00 3 464,16 1392,48
cabo de cobre flexível
PVC 750/450V
16mm², 10 223,00 2230,00
cabo de cobre flexível
PVC 750/450V
2,5mm², 50 80,00 4000,00
Outros 31000,00 31000,00
Total 39870,48
Tabela 15: Custo dos elementos de proteção e outros para o sistema. Fonte: Autor

Ct = ∑ Custos dos materias (13)

Ct = custo do SF + Custos dos equipamentos

Ct = 1709836,68 MZN + 39870,48 MZN

𝐂𝐭 = 𝟏𝟕𝟒𝟗𝟕𝟎𝟕, 𝟏𝟔 𝐌𝐙𝐍

𝑪𝒖𝒔𝒕𝒐 𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍 = 𝑪𝒖𝒔𝒕𝒐 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 + 𝑪𝒖𝒔𝒕𝒐 𝒅𝒆 𝒎ã𝒐 𝒅𝒆 𝒐𝒃𝒓𝒂

Onde:

Custo de mão-de-obra equivale a 15% do custo total;

58
Custo final = 1749707,16 MZN + 262456,0743 MZN

𝐂𝐮𝐬𝐭𝐨 𝐟𝐢𝐧𝐚𝐥 = 𝟐𝟎𝟏𝟐𝟏𝟔𝟑, 𝟐𝟒 𝐌𝐙𝐍

A implementação do sistema de geração de energia eléctrica de emergência


fotovoltaico custará: 2 012 163,24 Meticais.

59
CAPÍTULO V

5. ANÁLISE E COMPARAÇÃO DE RESULTADOS

Após resultado obtidos em capítulos anteriores, referentes a análise de cada sistema de


geração, torna-se possível fazer a comparação entre eles.

Apesar de terem o mesmo objectivo e finalidade que é assegurar e assumir o suprimento


de energia elétrica em ocasiões onde a concecionária não o possa fazer, cada um dos
sistemas apresentados tem suas particularidades e requisitos a serem considerados
cruciais para a produção de energia.

Para a geração fotovoltaica a incidência de raios solares nos módulos fotovoltaicos


podem ser considerados como a particularidade e requisito de produção. Dito isto, sendo
o sol uma fonte disponível e sem custos para a sua aquisição, desde o momento que o
clima seja favorável se produzirá energia isenta de custos de produção. Ou seja, após
implementação a geração de energia não necessitara de custos, salvo os custos de
manutenção.

Para a geração a diesel o estado do clima, quer haja incidência de sol ou chuva, é uma
variável nula. A produção deste sistema não tem variável tempo o que o faz favorito em
situações de variações climáticas por não depender dela como factor de produção. Em
contra partida, este sistema traz a variante custo de produção (custo do diesel) que pode
se torna uma inconveniência ao sistema. Pelo facto de a produção estar directamente
proporcional ao custo do diesel, a variação deste tem impacto directo no custo de
produção.

A tabela que segue, representa de forma concisa e resumida a comparação de elementos


mútuos envolvidos na implementação de sistema de geração de energia eléctrica.

Gerador Diesel Gerador Fotovoltaico Observações

O gerador a diesel exige


Secção de 2,5 mm2
mais na secção dos cabos,
Cabos

Secção de 50 mm2 diferente do fotovoltaico


que requer menores e
Secção de 16 mm2
diferentes secções.

60
Tanto para os disjuntores

Disjuntores
ASGARD - TR3KAC63
assim como para os
STECK 160A TRAMONTINA 63A
fusíveis, a geração a diesel
exige calibres
relativamente maiores em
Fusíveis

LNH1125T 125A NH00 25A relação a geração


fotovoltaica

O gerador a diesel por ser


rotativo, possibilita avarias
Podem ser
e manutenções frequentes
frequentes e com
Manutenção

Custo baixo e pouco que refletem a custos altos.


custos
frequentes Já o fotovoltaico se abstém
extremamente
de manutenções constantes
caros
e mesmo que haja, o custo
é relativamente baixo

Para que que o gerador a


diesel produza energia,
necessita de diesel e isso
Custo de Produção

condiciona o custo de
Variável com o
Sem custos de produção produção. Uma vez que o
preço do gasóleo
sol é natural, a produção
fotovoltaica não tem
necessariamente custos de
produção.

O investimento em um
Investimento

gerador a diesel é menor


1 304 039,76 Mt 2 012 163,24 Mt em relação a geração
fotovoltaica que chega a
ser o dobro do seu valor.

61
Por funcionar por
combustão, sempre que
este produzir energia
Impacto Ambiental

Altamente nocivos
também estará produzindo
a qualidade do ar
Descarte dos elementos ruídos e elementos nocivos
quando em
ao ambiente, diferente da
funcionamento
geração fotovoltaica que é
considerada uma das
energias mais limpas.

Tabela 16: Tabela comparativa - Geração a Diesel X Geração Fotovoltaica. Fonte: Autor

A tabela 17 mostra claramente que os custos de investimentos do sistema de geração


fotovoltaico são claramente maiores que os dos investimentos a serem feitos em um
sistema de geração a diesel. Pode-se notar também que apesar da grande diferença que
existe entre os investimentos, o sistema fotovoltaico detém o melhor tempo de retorno de
investimento que o sistema a diesel por não acarretar custos de produção após
implementação.

62
CAPITULO VI

6. CONCLUSÃO

Conclui-se assim com este estudo comparativo que embora as análises técnicas de
ambos sistemas de geração de energia elétrica tenham-se comprovado á funcionalidade
do sistema, a análise econômica deixa uma larga diferença de valores entre os dois
sistemas, o que pode influenciar bastante na escolha de qual sistema implementar sem
levar em consideração outros aspectos importantes.

Tratando-se exclusivamente de investimento, o sistema de geração a diesel é de longe o


mais barato (1 304 039,76 MT). Entretanto sua manutenção e custo de produção podem
surpreender pela negativa á longo prazo, devido a sua proporcionalidade directa com a
variação do preço do Diesel apesar de este ser um combustível barato.

De modo inverso, o sistema de geração fotovoltaico requer um alto investimento para a


sua implementação (2 012 163,24 Mt), mas os gastos que advém são relativamente baixos
e quase nulos, além de terem uma manutenção barata.

Pela responsabilidade social, conclui-se que optar pela geração fotovoltaica seja a melhor
opção, justificada por ser limpa e não impactar negativamente no meio ambiente ao longo
do seu funcionamento, para além de ser auto sustentável.

Para a resolução do problema proposto neste estudo, o gerador a diesel se torna a melhor
opção frente longos períodos de clima não favoráveis ao sistema fotovoltaicos, podendo
operar em épocas longas de chuva desde que sejam satisfeitas as condições produtivas,
validando assim a primeira hipótese.

6.1. RECOMENDAÇÕES

Diante do que fora apresentado, analisando os resultados comparativos alcançados,


recomenda-se que a empresa adopte o sistema de geração fotovoltaica apesar da
inconveniência de ter um alto custo na implementação. Vantagens serão inúmeras após
implementação deste sistema e também é amiga do ambiente.

Recomenda-se também a elaboração de estudos similares, para inclinação de estudo de


implantação de sistemas fotovoltaicos híbridos (OFF-Grid e ON-Grid em simultâneo),
que podem servir para resolver problemas similares e minimizar o gasto pela compra de
energia elétrica.

63
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. ALEIXO, C. J. (2018). Estudo De Implantação De Um Sistema Fotovoltaico De


Geração De Energia Eléctrica Como Alternativa Para Electrificação Do Bairro
De Dongo Na Localidade De Matsinho-Sede/Vanduzi. Universidade Catolica de
Moçambique, Chimoio.

2. ALUGAGERA. (09 de Março de 2021). Como as quedas de energia afetam as


empresas? Obtido de Alugagera.com.br: https://alugagera.com.br/noticias/falta-
energia-empresa

3. APSGROUP. (2015). Obtido de APSGROUP:


http://www.apsgroup.com.br/artigos/192-regimes-de-operacao-de-grupos-
geradores

4. apud DA SILVA COSTA, A., & CORDEIRO, M. S. (2019). Instalação De


Grupos Geradores A Diesel Em Paralelo: Estudo De Caso No Tribunal De
Justica Do Estado Do Amapá. Macapá, Brasil.

5. Baterias y Amperios. (s.d.). Obtido em Março de 2022, de Baterias y Amperios:


https://bateriasyamperios.com/pt-pt/produto/bateria-solar-agm-2v-250-ah-u-
power-copiar/

6. Bluesol Energia Solar. (2018). Energia Solar Residencial: Por que Você Deveria
Pensar em utilizar. Obtido em 04 de Março de 2022, de
https:///blogg.bluesol.com.br/energia-solarr-residencial-uma-otima-opcao/

7. BOYLESTAD, R. (2004). Introdução a circuitos elétricos (10a ed.). Prentice


Hall.

8. CAMARGO, L. T. (2017). Projeto de Sistemas Fotovoltaicos Conectados à Rede.


Universidade Estadual de Londrina. Obtido em 2022, de
http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream

9. CARNEIRO, J. (2010). Semicondutores – modelo matemático da célula


fotovoltaíca. Universidade do Minho, Portugal.

10. CASTRO, R. M. (2002). Energias renováveis e produção descentralizada-


introdução à energia fotovoltaica. Lisboa.

64
11. CEMIG. (2012). Alternativas Energeticas. S.l. Obtido de CEMIG:
http://www.cemig.com.br/pt-
br/A_Cemig_e_o_Futuro/inovacao/Alternativas_Energeticas/Documents/Altern
ativas%20Energeticas.pdf

12. CRESESB, C. d. (2006). Energia solar princípios e aplicações. Obtido em Março


de 2022, de
http://www.cresesb.cepel.br/download/tutorial/tutorial_solar_2006.pdf

13. EDM. (21 de Março de 2019). Obtido de ELETRCIDADE DE MOÇAMBIQUE:


https://www.edm.co.mz/en/website-mobile/article/not%C3%ADcia/idai-
provoca-queda-de-dez-torres-e-90-por-cento-de-rede-de

14. FADIGAS, E. A. (2012). Energia Solar Fotovoltaica : Fundamentos, Conversão


e Viabilidade. GEPEA - Grupo de Energia Escola Politécnica.

15. FALCONE, A. G. (1979). Eletromecânica: transformadores e transdutores,


conversão eletromecânica de energia, máquinas elétrica. São Paulo: Edgard
Blucher.

16. FERREIRA, R. (2016). Metodologia de aplicação eficiente de energia solar em


residências. Projecto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Eléctrica
da, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

17. FILHO, F. M., GARBELINI, L. M., & IZYCKI, L. G. (2014). Estudo De Caso
Para Implantação. Curitiba: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL
DO PARANÁ.

18. Global Petrol Prices. (2022). Moçambique Preços da gasolina, 11-Abril-2022.


Obtido em Abril de 2022, de Global Petrol Prices:
https://pt.globalpetrolprices.com/Mozambique/gasoline_prices/

19. Global Solar Atlas. (s.d.). Obtido em Fevereiro de 2022, de Global Solar Atlas:
https://globalsolaratlas.info/detail?s=-19.081011,33.442688&m=site&c=-
18.913792,33.448181,9

20. Google Maps. (2022). Obtido em 30 de Abril de 2022, de Google.

21. GRUPEL. (2020). Obtido de GRUPEL: https://grupel.eu/pt/faqs/como-funciona-


um-gerador-de-energia/

65
22. GUIMARÃES, Z. L., & BARROS, M. M. (2009). Obtido em Abril de 2022, de
RESPONSABILIDADE SOCIAL:
http://www.responsabilidadesocial.com/editorial/o-problema-ambiental-dos-
geradores-a-
diesel/#:~:text=Os%20geradores%20emitem%20os%20mesmos%20poluentes%
20dos%20motores,de%20carbono%2C%20mon%C3%B3xido%20de%20carbon
o%20e%20material%20particulado.

23. KNIE, G. (2002). What is Photovoltaics? Obtido em 30 de Abril de 2022,


dehttps://science.nasa.gov/science-news/science-at-nasa/2002/solarcells

24. KOSOW, I. L. (1979). Máquinas eléctricas e transformadores (Vol. 1). (F. Luiz,
Trad.) Porto Alegre: Globo.

25. MORAES, N. P. (2011). Estudo de implantação de células a combustível em


sistemas híbridos para produção de energia elétrica. Santo Andre.

26. Moreau, R. (27 de Março de 2013). O Alto Taquari. Obtido de Jornal O Alto
Taquari: https://www.oaltotaquari.com.br/portal/2013/03/a-importancia-da-
energia-nas-nossas-vidas-e-a-interdependencia-entre-a-economia-e-a-energia-
do-pais/

27. NEOSOLAR. (2018). Obtido em 2022, de


https://www.neosolar.com.br/loja/bateria-estacionarias-freedom-df3000

28. PEREIRA, E. B., Martins, F. B., Gonçalves, A. R., Costa, R. S., & Lima, F. J.
(2017). Atlas Brasileiro do Energia Solar (2a ed.). São José dos Campos.

29. PEREIRA, J. C. (2016). Obtido em Abril de 2022, de


http://www.perfectum.eng.br/

30. PINHEIRO, H. (2016). Máquinas e Acionamentos Elétricos - Geradores de


Corrente Alternad. Brasilia. Obtido de Docente:
https://docente.ifrn.edu.br/heliopinheiro/Disciplinas/maquinas-acionamentos-
eletricos/apostila-de-maquinas-de-cc

31. Pinho, J. T., & Galdinho, M. (2014). Manual de engenharia para sistemas
fotovoltaicos. Obtido em 08 de Abril de 2022, de

66
http://www.cresesb.cepel.br/publicacoes/download/Manual_de_Engenharia_FV
_2014.pdf

32. PINHO, J. T., & GALDINHO, M. A. (2014). Manual de Engenharia para


Sistemas Fotovoltaicos. Rio de Janeiro: Cresesb.

33. REIS, L. B., & SILVEIRA, S. (2000). Energia Elétrica para o Desenvolvimento
Sustentável. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo.

34. SANTOS, M. H. (2014). Potencial de energia solar e de geração com sistemas


fotovoltaícos conectados a rede em Moçambique. Rio de Janeiro, Brasil.

35. SERRÃO, M. A. (2010). Dimensionamento de um sistema fotovoltaico para uma


casa de vereneio em pouso de cajaíba-paraty. Dissertação (Para a obtenção do
grau de engenheiro electricista), Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro.

36. SISTEL ENGENHARIA. (23 de Maio de 2017). Obtido de SISTEL


ENGENHARIA: https://sistelengenharia.com.br/quais-partes-gerador-energia/

37. SOLAR-INVERTER-NIGESHIHO. (2017). Obtido em 2022, de


http://solarinverternigeshiho.blogspot.com/2017/01/sma-solar-inverter.html;

38. SUNPOWER. (s.d.). Obtido em Março de 2022, de Sunpower:


https://sunpower.maxeon.com/int/solar-panel-products/maxeon-solar-panels

39. TURELLA, R. (18 de Março de 2020). Artigos para Começar Gestão de Energia.
Obtido de CUBi Energia: https://www.cubienergia.com/gestao-energetica-
entrevista/#:~:text=A%20gest%C3%A3o%20energ%C3%A9tica%20%C3%A9
%20extremamente%20importante%20para%20o,todo%20tipo%20de%20ind%C
3%BAstria%20se%20encaixa%20nesta%20situa%C3%A7%C3%A3o.

40. United States Department of Energy. (2005). Obtido em 15 de Março de 2022, de


http://www.eere.energy.gov/solar/pv_systems.html

41. VIANA, T. S. (2010). Potencial de geração de energia eléctrica com sistemas


fotovoltaicos com concentrador no Brasil. Universidade Federal de Santa
Catarina. Tese de dissertação de mestrado. Santa Clara, Brasil.

67
42. WeatherSpark. (s.d.). Histórico de condições meteorológicas em 2021 em
Chimoio. Obtido em Abril de 2022, de Weather Spark:
https://pt.weatherspark.com/h/y/97532/2021/Condi%C3%A7%C3%B5es-
meteorol%C3%B3gicas-hist%C3%B3ricas-durante-2021-em-Chimoio-
Mo%C3%A7ambique#Figures-SolarDay

68
ANEXOS

Anexo 1. Catálogo do Grupo Motor Gerador escolhido.

69
70
Anexo 2: Tabela de sessão de condutores.

71
Anexo 3: Catalogo do inversor selecionado

72
Anexo 4: Catálogo da bateria escolhida

73
74
Anexo 5: Catálogo do Painel solar escolhido.

75
76
Anexo 6: Catálogo do controlador de carga selecionado.

77
78

Você também pode gostar