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FACULDADE DE ENGENHARIA
Supervisor:
Chimoio______de_________________de____________________________________
Resultado
______________________________________________________________________
Membros do Júri
Presidente:
______________________________________________________________________
Supervisor:
______________________________________________________________________
Examinador/Oponente:
______________________________________________________________________
Aqueles que se sentem satisfeitos sentam-se e nada
fazem. Os insatisfeitos são os únicos benfeitores do
mundo.
Walter S. Landor
Declaração
Eu, Demítrio Gonzaga Pio, declaro pela minha honra que este trabalho de conclusão de
curso é resultado do meu esforço pessoal e da orientação do meu supervisor, o seu
conteúdo é original e está sendo submetido á Universidade Católica de Moçambique,
faculdade de Engenharia-Chimoio para obter o grau de licenciatura em Electrotécnica.
Declaro ainda que este, jamais foi submetido anteriormente para obtenção de nenhum
outro grau académico ou avaliação em nenhuma outra instituição de ensino.
________________________________________________
(Demítrio Gonzaga Pio)
i
AGRADECIMENTOS
Antes de mais, agradeço de forma imensurável à Deus, por me ter concedido saúde,
força e disposição para fazer a faculdade e este trabalho de conclusão de curso. Só posso
crer que sem ele, pois nada disso seria possível.
Sou grato aos meus pais, que tanto lutaram pela minha educação, especialmente a minha
mãe Maria Helena por nunca me deixar perder a fé e esperança, mesmo em momentos
difíceis.
Agradeço a minha família em destaque a minha avó Elisa Daniel pelo apoio e pela
paciência que sempre teve comigo.
Agradeço também aos meus colegas Belarmino Luís e Marcos Araújo, pela amizade,
camaradagem, suporte e críticas construtivas.
Por fim mas não menos importantes, agradeço aos meus amigos e a todos aqueles que
directa ou indirectamente coparticiparam na realização deste objectivo.
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Dedicatória
Dedico-o a Deus todo-poderoso, aos meus pais Aluízio Pio e Maria Helena Alberto e a
minha avó Elisa Daniel.
iii
Índice Pág.
CAPÍTULO I .................................................................................................................... 1
1. Introdução ................................................................................................................. 1
CAPITULO II ................................................................................................................... 5
CAPITULO IV ............................................................................................................... 44
CAPÍTULO V ................................................................................................................ 60
CAPITULO VI ............................................................................................................... 63
6. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 63
ANEXOS ........................................................................................................................ 69
Índice de Figuras
Índice de Gráficos
HZ – Hertz;
Ah – Amperes-hora;
m2 – Metro Quadrado;
MW – Megawatts;
MZN – Metical;
W – Watts;
Wp – Watts pico;
K – Constante de Boltzmann;
P – Potência eléctrica;
Si – Silício
PV – Fotovoltaico;
TV – Televisor;
Resumo
O estudo comparativo envolverá desde os custos de sua implementação até a análise dos
impactos que cada um dos sistemas tem sobre o meio ambiente, que possibilitarão a
comparação destes dois sistemas de geração.
The demand for the use of an emergency electric power generation system has been
growing since times and has been increasingly frequent, due to its effectiveness and
readiness in the secondary supply of electricity in the absence of primary energy. As
technologies have followed the evolution of the times, they have brought with several
options of choice because there are currently several alternative forms of power
generation from different sources. This study aims to compare the considerable crucial
aspects in the implementation of an emergency electric power generation system from
two different sources: diesel generation and photovoltaic generation.
The comparative study will involve from the costs of its implementation to the analysis
of the impacts that each of the systems has on the environment, which will allow the
comparison of these two generation systems.
Desde 2019, são notórios os impactos que têm sido causados por adversidades climáticas
no fornecimento contínuo de energia eléctrica pela concessionária Electricidade De
Moçambique (EDM). Com destaque para o ciclone IDAI e Keneth que estima-se terem
causado danos graves em reposição de danos directos a EDM sem contar com os prejuízos
arrecadados pela falha de fornecimento aos seus. (EDM, 2019)
Actualmente, varias são as opções que existem para suprir a falha de fornecimento de
energia eléctrica ou seja, um sistema de geração de energia eléctrica de emergência que
são capazes de lidar com tais episódios, afim de não interromper a produtividade em uma
empresa.
1
apresente defeitos ou em episódios mais graves falhe, garantindo assim continuidade de
actividades rotineiras e mantendo sua produtividade.
1.3. Justificativa
Dizer que vivemos em universo amparado pela energia eléctrica chega a não ser
suficiente. Mais do que isso pode-se afirmar que a nossa realidade actual é somente
possível pela energia eléctrica e imaginar o nosso dia-a-dia sem esta, é praticamente
impossível.
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Sendo a Dem Multy Services uma empresa com inclinação para o ramo industrial e
comercial, a energia eléctrica é imprescindível, sendo factor determinante para o
desenvolvimento da mesma. Daí a necessidade de implementar um sistema de
alimentação de energia eléctrica de emergência. Assim, frente a uma falha no
fornecimento pela concessionária, o suprimento de energia por meio do sistema de
geração de energia de emergência se torna garantia da continuidade de produção.
1.4. Hipóteses
Hipótese primária
Propõem-se solucionar este problema através da aplicação de um sistema de alimentação
de energia eléctrica de emergência para a empresa Dem Multy Services para suprir a carga
em caso de falha do fornecimento normal.
Hipótese secundária
Propõem-se solucionar o problema, com a instalação de um sistema fotovoltaico Off-
grid para a empresa Dem Multy Services para suprimento de carga em caso de falha do
fornecimento normal.
1.5. Objectivos
1.5.1. Objectivo geral
Estudar sistemas de alimentação de energia elétrica para usar como energia de
emergência a serem implementados nos escritórios da Dem Multy Services. O estudo fará
menção de dois sistemas de alimentação de energia eléctrica sendo o primeiro estudo
focado no sistema de alimentação de energia de emergência com gerador a diesel e o
segundo estudo o sistema de alimentação fotovoltaicos.
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1.6. Delimitação do tema
Este estudo é inteiramente aplicável às instalações da empresa Dem Multy Services na
zona industrial da cidade de Chimoio, província de Manica, podendo também servir como
guia para projectos de natureza igual em circunstâncias diferentes.
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CAPITULO II
2. REVISÃO LITERÁRIA
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Figura 1: Exemplo de GMG síncrono a diesel e seus componentes Fonte: (GRUPEL, 2020)
Motor
Fonte geradora de energia mecânica de entrada para o gerador. A potência máxima que
o gerador pode fornecer é directamente proporcional ao tamanho do motor.
Alternador
Elemento do gerador responsável por gerar a saída elétrica da entrada mecânica provida
pelo motor. É composto por conjunto de peças estacionárias e móveis dentro de uma
caixa. Tais componentes trabalham unidos para causar movimento rotativo entre os
campos elétrico e magnético, resultando na geração de eletricidade.
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Sistema de combustível
Este geralmente apresenta capacidades suficientes para manter o gerador operacional de
acordo com sua capacidade mas os seus componentes têm características semelhantes,
exemplo: ligação tubular do tanque de combustível ao motor, canal de ventilação do
tanque de combustível, Injetor de Combustível e a bomba de combustível.
Regulador de tensão
Componente regulador da tensão que saí do gerador. Executa uma parte no processo
cíclico de normalização de tensão que se repete até que o gerador produza tensão de saída
equivalente à sua plena capacidade de operação. À medida que a saída do gerador
aumenta, o regulador de tensão gera menos corrente continua.
Sistema de lubrificação
Já que o gerador é composto por peças móveis no seu motor, é necessário ter lubrificação
para que haja durabilidade e operações agradáveis por um longo tempo. O motor do
gerador é lubrificado por óleo guardado em uma bomba. O nível de óleo lubrificante
deve-se averiguar antes e durante longo tempo de operação do gerador, como também
deve se averiguar se existe fugas e mudar o lubrificante a cada 500 horas operacionais do
gerador.
Bateria
Opera a partida do gerador. Ela fica sempre carregada devido ao elemento carregador
que provê uma tensão flutuante, pois se a tensão do flutuador estiver muito baixa, a bateria
ficará descarregada e se estiver muito alta, encurtará a vida útil da mesma.
Painel de controlo
Como o nome indica, ele dispõe de várias características de painéis controladores, sendo
geralmente: medidores do motor e do gerador geral, o arranque e paragem eléctrica.
Determina como o gerador será utilizado e por quanto tempo ficará ligado, o que
deverá ser considerado crucial antes da aquisição do mesmo. Para que um gerador atenda
às necessidades requeridas e mantenha um bom funcionamento ao longo do tempo, é
imperioso que o regime de operação seja bem determinado e obedecido. (APSGROUP,
2015)
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Um grupo gerador pode operar em: Regime contínuo, também chamado de principal
ou base load (geralmente aplicado onde não haja fornecimento de energia eléctrica ou seu
acesso não é confiável, onde este operara constantemente), Regime Primário
(geralmente acionado onde as faltas de energia eléctrica são programadas e frequentes ou
em horas de ponta) e o Regime Standby ou emergência o qual este projecto se identifica.
Apos saber em que regime o sistema ira funcionar, é necessário determinar a potência
do mesmo, considerando fazer distinção entre serviços essenciais ou não essenciais, assim
como o seu tempo de interrupção satisfatório.
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Uns consumidores absorvem unicamente potência ativa e outros absorvem potência
aparente (fator de potência = cos). Consumidores especiais, por exemplo, com
características de carga brusca (golpe) ou requisitos extremos em relação à constância da
tensão e frequência, devem ser levados em conta. O tipo de corrente, tensão e frequência
deverão corresponder aos valores nominais da rede pública local. (PEREIRA J. C., 2016)
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2.1.3.5. Tipos de cargas
Cargas Resistivas;
Cargas Capacitivas;
Cargas Indutivas.
Controlável:
Pode ser ligada, desligada, ou ter a potência reduzida sem comprometer o
equipamento, com o objetivo de manter a demanda de uma instalação dentro de um valor
pré-estabelecido. Em equipamentos como: aquecimento de água, forno e estufa, bombas
para fluído, laminador, ventilador, exaustor; compressor, torre de resfriamento,
iluminação, entre outros. (FALCONE, 1979)
Prioritária:
Refere-se aquela que a interrupção do seu funcionamento causa prejuízo ao
consumidor. Por isso, necessita de suprimento de energia confiável e de qualidade. Cada
empresa possui cargas controláveis próprias, ou seja, uma carga pode ser prioritária em
uma empresa e em outra não ser. A falta de energia elétrica provoca perdas para o
consumidor, como: queda do facturamento, deixa de atender o cliente no prazo, custo da
mão-de-obra parada, entre outras. (FALCONE, 1979)
2.1.4. Alternador
N ∗ Np
f=
120
(1)
10
Onde:
f – Frequência (Hz)
Np – Numero de polos
Figura 3:Geração de 1 ciclo de tensão alternada com um alternador de única espira. Fonte:
(PEREIRA J. C., 2016)
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rendimento deste vem da relação entre a ´sua potencia eléctrica fornecida e a potência
mecânica absorvida do seu motor acionador.
O rendimento é mais baixo em alternadores menores e também não é constante, seu
valor máximo se aproxima entre 80% a 100% da potência máxima.
2.1.5. Componentes de supervisão e controle
Antes da era digital, os sistemas de controle eram simples e de fácil manutenção.
Embora, não tivessem os mesmos recursos dos aparelhos atuais. Atualmente, o sistema
de controle pode ser totalmente automatizado, capaz de efetuar a partida do grupo gerador
e a transferência de carga, sem interrupção do fornecimento de energia, no horário
programado ou no caso de falha da rede da concessionária. Somado a isso, faz a
transferência de carga entre a fonte principal e de emergência e é dotado de sofisticado
controle eletrônico que faz a supervisão do funcionamento do motor diesel e do
alternador. Mantém registro da falha e possibilita a integração à rede de processamento
de dados da empresa, permitindo supervisão e controle a partir de qualquer
microcomputador, integrante da rede ou remoto.
Segundo PEREIRA J. C. (2016), Para prevenir falhas nos motores diesel aplicados
em grupos geradores, são adoptados sistemas de proteção que, dependendo das
especificações do cliente, incluem:
Pressostato do óleo lubrificante: tem a finalidade comandar a parada do motor
Diesel quando a pressão do óleo lubrificante cai abaixo de um valor predeterminado.
Em algumas aplicações, utilizam-se dois pressostatos (ou sensores de pressão) sendo
um para alarme, quando a pressão do óleo atinge determinado valor e o outro para
comandar a parada, calibrado para um valor imediatamente abaixo;
Termostato para a água de refrigeração: com função idêntica à acima, também,
em algumas aplicações, são utilizados dois sensores, para atuarem quando a
temperatura do meio refrigerante ultrapassa valores predeterminados;
Sensor de sobrevelocidade: para comandar a parada do motor Diesel quando a
velocidade de rotação ultrapassa valores predeterminados, (geralmente 20% acima
da rotação nominal). Em algumas aplicações, onde há o risco de aspiração de gases
inflamáveis, o sensor de sobrevelocidade é interligado a um dispositivo de corte do
ar de admissão, para parar o motor por abafamento, além do corte de combustível.
Sensor de nível do líquido de refrigeração: na maioria dos casos utilizados para
acionar um dispositivo de alarme, indicando a necessidade de completar o nível do
sistema de refrigeração;
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Relé taquimétrico: tem a finalidade de desligar o motor de partida quando a rotação
do motor Diesel ultrapassa determinado valor, em geral 500 rpm. Em muitos casos,
esta função é também inerente ao sensor de sobrevelocidade, quando este permite o
controle de mais que uma faixa de operação. Este dispositivo impede acionar o
motor de partida com o motor funcionando;
Sensor de ruptura da correia: Em algumas aplicações, é exigido que a parada do
motor Diesel seja comandada antes da temperatura da água se elevar, no caso de
ruptura da correia da bomba d’água;
Sensor de frequência: pode ser utilizado para supervisionar tanto a frequência do
grupo gerador quanto da rede local. Nos grupos geradores equipados com sistema
de partida automática, comanda o desligamento da rede local e aciona a partida
automática do grupo gerador, ou vice-versa, comanda a parada do grupo gerador e
transfere a carga para a rede local quando há anormalidade na frequência do
alternador;
Sensores de tensão da rede e do grupo: atuam como no caso dos sensores de
frequência, comandando a partida e parada, conforme o caso.
Outros sensores: a pedido do cliente, outros sensores podem ser adicionados ao
sistema, tais como nível do tanque de combustível, presença de água no filtro de
combustível, filtro de ar obstruído, sobrecarga no alternador, bateria com deficiência
de carga, pressão do sistema de arrefecimento, temperatura do óleo lubrificante, etc.
os quais podem funções de alarme visual ou sonoro, no local ou a distância ou outras
funções especificadas pelo usuário.
Painel local de instrumentos: para avaliar a performance do motor Diesel, um
painel de instrumentos dotado de manômetro para o óleo lubrificante, termômetro
para o sistema de refrigeração, chave de partida, comando de parada manual,
indicador de carga de bateria e outros instrumentos tais como voltímetro e
amperímetro para a bateria, tacômetro, termômetro para o óleo lubrificante e
horímetro, conforme o caso, é instalado junto ao motor Diesel. Em algumas
aplicações, componentes do governador eletrônico de rotações são também
instalados no painel local.
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um resistor imerso numa derivação do circuito de refrigeração (geralmente de 2 a 4 kW,
dependendo do porte do grupo gerador), para que a água seja mantida em temperatura
acima da ambiente e próxima da de trabalho. Isto auxilia no sentido de possibilitar que o
grupo gerador seja acionado e assuma a carga em 10 a 15 segundos após a ausência da
energia da rede local.
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da localização física de todos os elem-tos do sistema do grupo gerado (tanque de
combustível, ventilação, dutos, acessórios, etc.).
Um grupo gerador é uma fonte de energia com capacidade limitada, tanto em relação
à potência do seu motor (kW) quanto em relação à potência do seu gerador (kVA), e, isso
independe do tipo do seu sistema de excitação. Além das cargas que deverão ser
conectadas, vários outros fatores também influenciam o dimensionamento de um grupo
gerador: as características de partida de algumas cargas como motores, as características
de suas cargas mecânicas, o desbalanceamento de cargas monofásicas, cargas não lineares
como equipamentos UPS, restrições à quedas de tensão, o uso de cargas cíclicas, etc.
(BOYLESTAD, 2004)
Com a classificação do sistema de geração definida para standby na qual assume o
fornecimento de energia eléctrica sob condições de falha do fornecimento da
concecionária, o número de tempo de funcionamento deve ser considerado antes da
implementação. Assim, a potência a considerar deve estar de acordo com as cargas
calculadas e o seu tempo de funcionamento.
As cargas calculadas com o seu tempo de funcionamento determinarão o sistema
Standby a 100% e consequentemente a sua potência nominal.
A potência nominal multiplicada ao factor de utilização determinara a potência media
absorvida nas condições de utilização. Uma vez que o regime standby funciona como
reserva para fonte principal de energia, espera-se que o seu uso não seja frequente,
portanto a o factor de utilização para este sistema é 1,0. Os alternadores geralmente têm
como factor de potência o valor 0,8.
2.1.8. Dimensionamento
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potência do grupo gerador.
𝐏 = 𝐏𝐞𝐥(𝐮𝐧) ∗ 𝐍 (2)
Onde:
P – Potencia activa total instalada (KW);
Pele(un) – Potencia eléctrica unitária (W);
N – Numero de elementos da mesma potência.
Onde
S – Potencia Aparente;
P – Potencia activa total instalada (KW);
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Cosφ – factor de potência.
𝐐(𝐊𝐕𝐀𝐫) = √𝐒 𝟐 − 𝐏 𝟐 (2.2.)
A fim de dimensionar o sistema contando com que poderá haver um aumento de carga
futuro efectua-se:
𝐒𝐊𝐕𝐀 ∗𝟐𝟓%
𝐒𝐭𝟐𝟓% = + 𝐒𝐊𝐕𝐀 (3)
𝟏𝟎𝟎%
Onde:
St25% - Potencia aparente teórica total;
𝑆𝐾𝑉𝐴 – Potência aparente.
Onde:
Todos os sistemas eléctricos estão sujeitas a falhar por vários motivos, logo, é imperioso
que haja mecanismos de proteção para qualquer instalação eléctrica, assim sendo:
Onde:
IN(ger) – Corrente de nominal gerador;
SN(ger) – Potência aparente nominal do gerador;
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Uc – Tensão composta.
Onde:
Is = Corrente de serviço;
IN(ger) = Corrente nominal do gerador.
𝐈𝐟 = 𝟏, 𝟐 ∗ 𝐈𝐍 (5.2)
Onde:
𝐼𝑓 – Corrente fusível;
𝐼𝑁 – Corrente nominal.
Para determinar a protecção contra curto-circuito, a condição abaixo precisa ser satisfeita:
𝐈𝐬 ≤ 𝐈𝐍 ≤ 𝐈𝐳 (5.3)
Onde:
Is = Corrente de serviço;
IN = Corrente nominal;
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2.1.9.1. Chave de transferência automática (CTA) ou (QTA)
Segundo (REIS & SILVEIRA, 2000) é utilizada no suprimento de energia para cargas
prioritárias e permite a reversão da alimentação entre a concessionária e o GGD. Pode ser
do tipo faca, manual, com controle eletrônico ou digital de ação rápida. Um “bypass” no
quadro de transferência deve ter previsto para executar a manutenção, de tal forma que
não comprometa a operação do sistema.
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2.2. Sistema de geração de energia eléctrica de emergência por geração
fotovoltaica
Aproveitar a energia que o sol gera é algo já feito desde tempos. Assim como o tempo
evoluiu, evoluíram também técnicas e tecnologias que tornaram esta prática em uma das
melhores alternativas actuais e promissoras existentes para lidar com desafios inerentes
ao quesito suprimento de energia eléctrica. (PINHO & GALDINHO, 2014)
O efeito fotovoltaico é produzido por essa incidência que, além de fazer circular uma
corrente elétrica no material, cria a energia elétrica. Através do efeito fotovoltaico há o
desenvolvimento da diferença de potencial entre os dois elétrodos, devido à transferência
de eletrões gerados entre as bandas diferentes do material. (CEMIG, 2012)
20
Figura 5:Composição de uma célula fotovoltaica. Fonte: (CEMIG, 2012)
21
2.2.1. Irradiação Solar
Figura 6: Composição das radiações: directa, difusa e refletida. Fonte: (VIANA, 2010)
22
2.2.1.1. Determinação de irradiação – Método do mês crítico
Os sistemas de geração fotovoltaica podem ser divididos em dois grandes grupos que
são os conectados à rede elétrica de distribuição regular de energia (On-Grid) e os não
conectados, ou isolados (Off-Grid), sendo que em ambos os casos outras fontes de
geração de energia podem ser combinadas com a geração fotovoltaica, tornando assim o
sistema hibrido.
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Figura 7:Sistema de geração para abastecimento a regiões isoladas da rede convencional: (A)
Sistemas individuais e (B) Mini redes. Fonte: (MORAES, 2011)
Este estudo está focado apenas nos sistemas isolados (Off-Grid) individuais.
Os sistemas OFF-Grid são conhecidos como sistemas isolados ou, também, conhecidos
como sistemas não conectados à rede elétrica. Estes sistemas trabalham de forma
autônoma, ou seja, não trabalham em paralelo com a rede elétrica convencional. Portanto,
estes sistemas podem ser utilizados em regiões remotas, carentes de rede de distribuição
elétrica ou que possuam um abastecimento precário de energia elétrica.
Nestes contextos, como estes sistemas não dependem da rede da concessionária para
gerar energia elétrica, eles possuem um sistema de armazenamento de energia, por meio
da utilização de baterias, se tornando assim a melhor escolha para um sistema de geração
de energia de emergência.
As figuras que se seguem, representam um modelo de sistema OFF-Grid e o seu
diagrama em função da carga utilizada.
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Figura 9: Diagrama de sistemas fotovoltaicos em função da carga utilizada. Fonte: (CRESESB,
2006)
Figura 10: Composição do painel fotovoltaico (módulos compostos de células) Fonte: (KNIE,
2002)
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Controladores de Carga
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Baterias
P
I= (6)
Vsistema
Onde:
𝐼 – É o consumo diário de corrente da carga;
Com isso, pode-se determinar o consumo da corrente total do banco de bateria usando a
expressão:
I∗N
Itotal (Ah) = (6.1)
Pd
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Onde:
Inversor
Um dos aspectos a ser levado em conta para o dimensionar e escolher o inversor é a sua
conversão para correte alternada. Ela deverá manter um equilíbrio nos diferentes
parâmetros de funcionamento do sistema (frequência, amplitude ou conteúdo harmônico)
que deveram estar ajustados de acordo com as particularidades das cargas de forma a
prover corrente e tensão requeridas pelos aparelhos funcionais em corrente alternada em
condições normais assim como em situações contrárias como é o caso de partida de
28
motores. O inversor é escolhido se baseando na potência dos módulos fotovoltaicos e na
tensão e corrente de saída do controlador de carga.
PNCA
FDI = (7)
PPV
Onde:
Para que um inversor seja aplicável ao sistema, o FDI deve satisfazer a seguinte
condição:
29
Tensão de entrada: indica a tensão contínua que pode ser aplicada aos terminais de
entrada. Em sistemas isolados os níveis mais comuns de tensão são 12V, 24V, 36
ou 48V e coincidem com as tensões resultantes da Agrupamento em série das
baterias. Nos inversores de sistemas conectados a indicação é uma faixa de tensão
permitida, pois estando o inversor conectado diretamente ao painel fotovoltaico, a
tensão irá variar ao longo do dia conforme a irradiação solar.
Tensão de saída: indica a tensão de saída, 127V ou 220V em sistemas de baixa
tensão ou 13,8kV para inversores conectados à rede de potência entre 100kW e
1MW.
Regulação de tensão: indica a variação de amplitude na tensão de saída. Quanto
melhor o inversor menor a variação.
Frequência da tensão de saída: indica a frequência da tensão de saída
Fator de potência: indica o fator de potência da saída do inversor. Alguns modelos
são capazes de ajustar, através de programação, esse parâmetro.
Consumo de potência sem carga (autoconsumo, consumo permanente ou em
consumo em standby): é a energia que o inversor consome mesmo quando não está
alimentando nenhuma carga. Este parâmetro tem maior importância em sistemas
isolados, pois irá drenar energia do banco de baterias em horários sem irradiação
solar.
Modularidade: é a capacidade do inversor de trabalhar em paralelo com outros
inversores.
Temperatura e umidade do ambiente: o aumento da temperatura influência
negativamente o rendimento do inversor, por isto deve ser citado tanto a temperatura
máxima quanto a mínima de operação. A umidade relativa pode danificar o
equipamento, portanto também deve ser citado a faixa de operação.
Compatibilidade eletromagnética: o chaveamento produzido pelos
semicondutores para gerar a senoide da tensão de saída é realizado em alta
frequência e isto pode provocar interferências em outros equipamentos
eletromagnéticos. A compatibilidade eletromagnética indica que o inversor possui
filtros e foi testado para evitar essas interferências.
Grau de proteção (IP): classifica o inversor conforme a sua proteção contra a
entrada de objetos estranhos (poeira, partes do corpo humano, etc.) e água no seu
interior.
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Proteções: indica quais são as proteções elétricas que o inversor possui. As
principais são proteção contra sobretensão na entrada CC, contra inversão de
polaridade na entrada CC, contra curto-circuito na saída CA, contra sobrecargas e
contra elevação de temperatura.
Seguimento do Ponto de Potência Máxima (MPPT): indica se o inversor realiza
essa função. Em sistemas isolados o seguimento do ponto de potência máxima é
realizado pelo controlador de cargas.
Figura 14: Símbologia da célula fotovoltaica. Fonte: (United States Department of Energy,
2005)
Deste modo, para que haja corrente eléctrica é necessário que um fotão suficientemente
carregado incida sobre um átomo de um material semicondutor do qual é constituída a
célula fotovoltaica, fazendo com que os electrões sejam deslocados da banda de valência
para a banda de condução produzindo assim uma diferença de potencial entre duas zonas
da célula. Porém, para que tal aconteça é necessário que exista um campo eléctrico
(junção P-N) criado através de dopagem do silício que resulta da Agrupamento de dois
outros diferentes elementos um trivalente e outros tetravalentes designados de impureza
casos do boro e fósforo respectivamente. (CASTRO, 2002)
31
Figura 15:Circuito equivalente de uma célula solar Fonte: (CARNEIRO, 2010)
V
I = IL − Ig (emUT − 1) (8)
Onde:
𝐾𝑇
UT – Designado por potencial térmico (𝑈𝑇 = );
𝑞
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São caracterizadas por possuir uma monocromia
metálica e azulada escura.
O seu rendimento varia entre 15 a18%;
Tem um custo elevado quando comparado a outras
células fotovoltaicas.
Figura 16: Célula fotovoltaico de silício monocristalino. Fonte: (DAMIA SOLAR, 2017)
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Figura 17:Célula fotovoltaica de silício amorfo. Fonte: (DAMIA SOLAR, 2017)
a. Agrupamento Série
Ut = U1 + U2 + U3 … . . +Un (9)
It = I1 = I2 = I3 … . . = In (9.1)
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b. Agrupamento Paralelo
Ut = U1 = U2 = U3 … . . = Un (9.2)
It = I1 + I2 + I3 … . . +In (9.3)
c. Agrupamento mista
Este tipo de Agrupamento resulta da mistura dos agrupamentos série e a paralelo com o
intuito de obter características de ambos agrupamentos, ou seja, aumentar a corrente e a
tensão.
Ut = U1 + U2 + UP + Un (9.5)
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CAPÍTULO III
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Neste capítulo serão abordados, os materiais usados durante a investigação do trabalho,
bem como os seus métodos usados.
Para tornar possível a elaboração deste estudo, foram necessário o uso de alguns
materiais:
36
no significado atribuído pelo pesquisador, dada a realidade em que os fenômenos estão
inseridos.
Estudo de caso que é composto de três fases: uma exploratória; outra de sistematização
de coleta de dados e delimitação do estudo, e a última de análise e interpretação das
descobertas.
A Dem Multy Services é uma empresa que se localiza na cidade de Chimoio, província
de Manica, próximo a estrada nacional numero 6, na zona industrial.
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A empresa possui infraestrutura civil necessária para a instalação do sistema de geração
de energia de emergência a diesel, e também dispõe de espaço para a instalação do
gerador fotovoltaico. Tais locais garantem a segurança individual e coletiva das pessoas
das pessoas envolvidas, funcionários e terceiros.
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Gráfico 1: Tempo de insolação (hora de luz solar) média mensal. Fonte: (WeatherSpark)
Gráfico 2: Média diária de energia solar de ondas curtas incidente em Chimoio. Fonte:
(WeatherSpark)
Tabela 2: Média diária de energia solar de ondas curtas incidente em Chimoio Fonte:
(WeatherSpark)
Pela tabela 2, percebe-se que nos meses de Janeiro a março e Outubro a Dezembro há
maior radiação global apresentando valores de irradiação solar acima de 6.9 KWh/m2 e
também, o mês que apresenta menor insolação baseado nos dados fornecidos pelo
Weather Spark é o mês de junho, apresentando uma taxa mensal média de 4,7 KWh.
Deste modo, o projecto do sistema fotovoltaico deve ser realizado tendo em consideração
uma radiação incidente de 4,7 KWh.
Para que os módulos PV possam produzir a sua potência nominal, é necessário que todos
meses possuem médias mensais de irradiação solar acima dos 1 kW/m2, e a tabela nos dá
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uma media de mensal de mais de 4 kWh/m2 /dia, valor este que está bem acima da média
necessária. E também é necessário que a temperatura ambiente esteja comumente
próximo de 25º C.
Como vides na figura 20, o local é composto por varias infraestruturas, não só pelos
escritórios da Dem Multy Services mas como também alguns escritórios arrendados por
outras empresas, e também infraestruturas que servem de armazéns das mesmas.
Como tal, cada infraestrutura tem suas próprias características, aparelhos e equipamentos
que resultam em diferentes cargas a serem consideradas antes de implementação do
projecto. Assim, o sistema deverá ser implementado considerando que o total da energia
que deve produzir e suprir deve estar apto a satisfazer a demanda e evitar situações que
criem possíveis défices no fornecimento de energia eléctrica.
40
Inicialmente a caracterização das cargas será feita de forma separada considerando o
tipo de estabelecimento anteriormente mencionados e as necessidades em termos de
equipamentos que la existem e os ainda podem vir a ser instalados nestes locais. Após a
caracterização estar feita de forma isolada associar-se-á os valores encontrados a fim de
obter-se a potência total estimada para o local de estudo.
3.3.3.2. Escritórios
Os escritórios que compõem o local estudado, não se diferem muito nos tamanhos sendo
que basicamente ocupam uma área de 42 m2 cada. De salientar que estão funcionando
como escritórios, 5 estabelecimentos.
As necessidades encontradas nesses estabelecimentos basicamente são iluminação
(interior e exterior), energia para alimentar equipamentos (computadores, televisores,
impressoras, Ar condicionados), bomba de pressão de água e outros que serão detalhados
ainda adiante.
Consumo (W) Horas de Consumo de
Equipamento Quant.
Unitário Total uso/dia watts/dia
Lâmpada leds tubulares 15 25 375 7 2625
Lâmpadas led bulbo 7 20 140 7 980
Computador Desktop 9 240 2160 8 17280
Computador Laptop 6 60 360 8 2880
Impressora 6 12 72 5 360
Televisor 4 120 480 5 2400
Carregador de celulares 9 7 63 6 378
Decoder de TV 4 35 140 5 700
Ar condicionado
Geleira
Consumo total em Watts 27603
Tabela 3: Levantamento de cargas para os escritórios. Fonte: Autor
Com base na tabela acima, conclui-se que sejam necessários 27,595 KWh para suprir o
consumo diário dos escritórios.
3.3.3.3. Armazéns
Como já foi referenciado, o local também é composto por 6 armazéns. De forma geral,
optou-se por considerar que todos os armazéns são compostos por mesmo tipo de carga.
41
Assim sendo, a tabela abaixo mostra a potência que estima-se ser usada por estes locais
Consumo em Watts
Consumo em Watts
Assim sendo, verifica-se que o nosso sistema de geração de energia de emergência deve
essencialmente poder atender a uma demanda diária de 31,105 KWh, tendo em conta que
as situações de emergência não possam ser de todo duráveis por um mês.
42
3.3.4.1. Previsão do crescimento de carga
Como o futuro é imprevisível, assim também são os crescimentos das necessidades de
uma empresa. Portanto, prevendo uma taxa de crescimento anual de 5% para uma
perspectiva de cinco anos, a potência total da carga a se levar em conta será dada pela
seguinte expressão:
𝜃 𝑁
𝑆𝑡 = 𝑆𝑐 ∗ (1 + ) (11)
100
Onde:
𝑆𝑡 – Potência total considerando o crescimento;
𝑆c – Potência inicial da instalação;
𝜃 – Taxa de crescimento anual da carga;
𝑁 – Número de anos previstos para o crescimento.
5 5
St = 31,105 KWh ∗ (1 + )
100
St = 39,69874 KWh
43
CAPITULO IV
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Neste capítulo, será mostrado como se pretende proceder com os cálculos para o
dimensionamento de ambos sistemas de geração de energia de emergência em causa a
implementar no local em estudo.
44
Foi estabelecido para este estudo que para iluminação será usado 0,9 como factor de
utilização, 0,75 para a bomba de água e para as restantes cargas 0.8
Assim, para calcular as potências serão aplicadas as fórmulas seguintes:
Para cálculo das potências aparentes unitárias e total:
P(KW)
S(KVA) = (12)
Cosφ
Onde:
S – Potencia aparente em KVA;
Q – Potencia reactiva em KVAr;
P – Potencia activa em KW.
Carga P (KW) Cosφ Ks S (KVA) Q (KVAr)
Lâmpada leds tubulares 2,625 0,9 1,0 2,916667 1,271345525
Lâmpadas led bulbo 0,98 0,9 1,0 1,088889 0,474635663
Computador Desktop 17,28 0,8 1,0 21,6 12,96
Computador Laptop 2,88 0,8 1,0 3,6 2,16
Impressora 0,36 0,8 1,0 0,45 0,27
Televisor 2,4 0,8 1,0 3 1,8
Carregador de celulares 0,378 0,8 1,0 0,4725 0,2835
Decoder de TV 0,7 0,8 1,0 0,875 0,525
Lâmpada leds tubulares 1,5 0,9 1,0 1,666667 0,726483157
Iluminação exterior 0,96 0,9 1,0 1,066667 0,464949221
Bomba de água 4,2 0,75 1,0 5,6 3,704051835
Total 34,263 42,33639 24,6399654
Tabela 7: Tabela de cálculos das potências aparentes e reactivas. Fonte: Autor
Deste modo, com o que já foi calculado na tabela anterior, prosseguimos com o cálculo
da verificação do factor de potência geral:
P(KW)
Cosφ = (14)
S(KVA)
45
34,263 KW
Cosφ =
42,33639 KVA
Cosφ = 0,81
SKVA ∗ 25%
St25% = + SKVA
100%
SN
IN(ger) = (16)
√3∗Uc
66 KVA
IN(ger) =
√3 ∗ 380
𝐈𝐍(𝐠𝐞𝐫) = 𝟏𝟎𝟎, 𝟐𝟕𝟔𝟔𝟐𝟓𝟕 𝐀
46
4.1.6.2. Cálculo da corrente de serviço
IN(ger)
IS = IN(ger) +
3
100,276
IS = 100,276 +
3
𝐈𝐒 = 𝟏𝟑𝟑, 𝟕𝟎𝟐𝟏𝟔𝟕𝟔 𝐀
Após determinação da corrente de serviço (Is), nos basearemos do seu valor para
determinar a secção do cabo a ser usada.
𝐈𝐒 = 𝟏𝟑𝟑, 𝟕 𝐀
Assim sendo, pela tabela em anexo pode-se afirmar que teremos um cabo de 50mm2,
com uma intensidade máxima admissível de 150 A.
If = 1,2 ∗ IN
If = 1,2 ∗ 100,276
𝐈𝐟 = 𝟏𝟐𝟎, 𝟐𝟕𝟔 𝐀
Assim, para a protecção contra sobre cargas será usado um fusível de 125 A do tipo
NH1 da fabricante Hager.
A selecção da capacidade que o disjuntor a ser usado deve ter será feita seguindo a
seguinte condição:
𝐈𝐒 ≤ 𝐈𝐍 ≤ 𝐈𝐙
47
Assim sendo:
48
4.2. ANÁLISE ECONÓMICA PARA IMPLEMENTAÇÃO DO GERADOR Á
DIESEL
A análise económica da implantação deste sistema de geração a diesel de geração de
energia eléctrica se baseou nos preços dos materiais previstos para a implementação deste
sistema. Os preços dos materiais apresentados na tabela 8 foram adquiridos baseando-se
em vários mercados de venda online.
Pelo cálculo da tabela acima, o custo dos materiais será: 1 133 947,62 Meticais.
Com os preços já calculados, resta saber o valor total que custara a implementação do
projecto.
49
4.2.1. Custos de produção
Uma vez que o sistema a diesel requer de uso de recurso (combustível) para seu
funcionamento, se torna necessário saber os custos que a produção de energia pode ter.
Assim sendo:
TIPO DE COMBUSTIVEL PREÇO/LITRO LITRO/H- Full load Full tank/H Full tank/litro Total
Diesel 70,97 13,9 8 111,2 7 891,86 MZN
Pelas características do sistema gerador (gasto por litro a carga plena = 13,9L e a
capacidade de tanque cheio para 8h) e do mercado (preço do diesel actual= 70,97) pode-
se verificar que são necessários 7 891,86 Meticais para produção de energia equivalente
a 8 horas em carga plena.
Tabela 11: Tabela de custo de produção relativa á quantidades de horas variadas. Fonte Autor
50
4.3. ALTERNATIVA 2: DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE
ALIMENTAÇÂO DE ENERGIA FOTOVOLTAICO
Como já se fez referência nos capítulos anteriores, o sistema servirá como sistema de
energia em casos de emergência, portanto será adoptado um sistema fotovoltaico
autônomo (Off-Grid). Para dimensionar este sistema terá que se considerar que o total da
energia produzida pela fonte deve estar proporcional a procura energética de modo que
se satisfaça a demanda da carga, evitando que haja possíveis défices no fornecimento de
energia elétrica. O dimensionamento do sistema de geração fotovoltaico baseou-se no
método adoptado por CRESESB (método do mês critico) que consiste no uso das
características do mês com as condições médias mais desvantajosas ao sistema (o mês
com a menor radiação solar do ano). Este método garante a satisfação das necessidades
de carga mesmo estando no período com franca radiação solar, assegurando assim a
estabilidade do sistema.
Usando o método do mês critico como base, o dimensionamento do painel será feito
seguindo a equação abaixo:
E/Td
Ppainel (Wp) =
HSP
Onde:
HSP (h) − Média diária de horas de sol pleno (a ser considerado 6 para Chimoio);
51
0,9 ∗ 39,69874 Wh/0,8
Ppainel (Wp) =
6
Ppainel
N=
Pmodulo
7443,5134 Wp
N=
335 Wp
N = 22,22
𝐍 = 𝟐𝟑
PCorrigida = N ∗ Pmodulo
PCorrigida = 23 ∗ 335 Wp
𝐏𝐂𝐨𝐫𝐫𝐢𝐠𝐢𝐝𝐚 = 𝟕𝟕𝟎𝟓 𝐖𝐩
52
4.3.2. Dimensionamento de controlador de carga
N ∗ In (modulo)
Q controlador de carga =
Maxcorrente de entrada do controlador
23 ∗ 5,85 A
Q controlador de carga =
60 A
Q controlador de carga = 3
O sistema requererá 3 controladores de carga Flexmax 60. (Ver anexo para mais detalhes)
Existem várias categorias de baterias para o sistema fotovoltaico e cada uma tem
características que beneficiam certo de tipo de aplicação. Para o nosso sistema estará
voltado á baterias estacionarias pois para além de terem uma vida útil superior a 20 anos,
também são perfeitas para instalações cujo uso é feito continuamente e por largos
períodos de tempo. Permitem também grandes ciclos de descarga diários, com resultados
excelentes para qualquer tipo de consumo.
Sendo que este sistema estará funcionando em casos de emergência, em casos de falha
no fornecimento de energia eléctrica pela concecionária ou quedas de tensão ou ainda por
consequências das mudanças climáticas, a escolha da bateria deve atender ate pelo menos
dois dias de autonomia. Também, deve ser levado em conta a profundidade de descarga.
Para este projecto, optou-se a escolha de baterias de tensão 24v e capacidade nominal de
250 Ah. Outras características deste elemento estão presentes em anexo.
P
I=
Vsistema
53
39698,74 W
I=
24 V
I = 1654,11 Ah
Assim:
I∗n
Itotal =
Pd
Onde:
1654,11Ah ∗ 2
Itotal =
0,75
Itotal
Nbaterias =
Icapacidade no minal
4410,97Ah
Nbaterias =
250 Ah
𝐍𝐛𝐚𝐭𝐞𝐫𝐢𝐚𝐬 = 𝟏𝟕, 𝟔𝟒 ≈ 𝟏𝟖
54
PNCA
FDI =
PFV
7000 W
FDI = = 0,9
𝟕𝟕𝟎𝟓 W
Como regra geral, todas as instalações eléctricas estão sujeitas a falhas de várias
naturezas. sendo assim, é imperioso a presença de dispositivos de proteção para qualquer
instalação e para ambos sistema de geração de energia eléctrica de emergência não será
diferente. Com isso, para a implementação do sistema em estudo, as proteções escolhidas
para poderem manter a estabilidade da instalação eléctrica serão as seguintes:
P
Is =
√3 ∗ Vn
39,69874 KW
Is =
√3 ∗ 380
𝐈𝐬 = 𝟔𝟎, 𝟑𝟐 𝐀
4.3.5.1. Fusível
Para o cálculo destes, a instalação deverá estar repartida em três circuitos que
correspondem ao número de fases existentes. Com isso a capacidade do fusível será:
Is
If = 1,2 ∗
3
60,32 A
If = 1,2 ∗
3
𝐈𝐟 = 𝟐𝟒, 𝟏𝟑 𝐀
Assim, baseando-se na corrente If, serão utilizadas chaves fusíveis com porta fusíveis de
corrente nominal de 25 A tipo NH gL/gG e tamanho NH00.
55
4.3.5.2. Disjuntor
Para escolher a capacidade do disjuntor que deve ser aplicado seguiu-se a seguinte
expressão:
𝐈𝐬 ≤ 𝐈𝐍 ≤ 𝐈𝐳
Onde:
60,32 A ≤ 63 A ≤ 68A
Para seccionar detalhadamente os condutores por cada parte que compõem as fases do
sistema fotovoltaico nos basearemos na fórmula que se segue:
𝛀∗𝐦𝐦𝟐 𝐝(𝐦)∗𝐈(𝐀)
𝐒(𝐦𝐦𝟐 ) = 𝛒 ( )∗ (12)
𝐦 𝚫𝐕 (𝐕)
Onde:
56
S: Diâmetro do condutor (mm²).
Lado CC
Lado CA
Modulo/Controlador Bateria/Controlador
Resistividade 0,01724 0,01724 0,01724
Distáncia do condutor 40 5 15
Corrente no condutor 5,85 60 58
Tensão 57,3 12 220
Factor de queda de tensão 3% 3% 3%
Queda de tensão 1,719 0,36 6,6
Secção calculada (mm2) 2,346806283 14,36666667 2,27254546
Secção (mm2) 2,5 16 2,5
Tabela 13: Cálculo de secções de condutores. Fonte: Autor
57
4.4. ANÁLISE ECONÓMICA PARA IMPLEMENTAÇÃO DO GERADOR
FOTOVOLTAICO
Sistema Fotovoltaico
Preço (MZN)
Equipamento Referencia Frabicante Quant.
Unitario Total
Modulos SPR-X21-335-BLK SUNPOWER 23 20687,46 475811,49
Controlador de carga FLEXMAX 60 OUTBACK PS 3 29704,70 89114,09
Bateria AGM 24 250Ah U-Power 18 38626,45 695276,10
Inversor FSI-SERIES 1KW-7KW GAE- Hybrid Inver 1 374635,00 374635,00
Estruturas de Suporte 60500,00 75000,00
Total 1709836,68
𝐂𝐭 = 𝟏𝟕𝟒𝟗𝟕𝟎𝟕, 𝟏𝟔 𝐌𝐙𝐍
Onde:
58
Custo final = 1749707,16 MZN + 262456,0743 MZN
59
CAPÍTULO V
Para a geração a diesel o estado do clima, quer haja incidência de sol ou chuva, é uma
variável nula. A produção deste sistema não tem variável tempo o que o faz favorito em
situações de variações climáticas por não depender dela como factor de produção. Em
contra partida, este sistema traz a variante custo de produção (custo do diesel) que pode
se torna uma inconveniência ao sistema. Pelo facto de a produção estar directamente
proporcional ao custo do diesel, a variação deste tem impacto directo no custo de
produção.
60
Tanto para os disjuntores
Disjuntores
ASGARD - TR3KAC63
assim como para os
STECK 160A TRAMONTINA 63A
fusíveis, a geração a diesel
exige calibres
relativamente maiores em
Fusíveis
condiciona o custo de
Variável com o
Sem custos de produção produção. Uma vez que o
preço do gasóleo
sol é natural, a produção
fotovoltaica não tem
necessariamente custos de
produção.
O investimento em um
Investimento
61
Por funcionar por
combustão, sempre que
este produzir energia
Impacto Ambiental
Altamente nocivos
também estará produzindo
a qualidade do ar
Descarte dos elementos ruídos e elementos nocivos
quando em
ao ambiente, diferente da
funcionamento
geração fotovoltaica que é
considerada uma das
energias mais limpas.
Tabela 16: Tabela comparativa - Geração a Diesel X Geração Fotovoltaica. Fonte: Autor
62
CAPITULO VI
6. CONCLUSÃO
Conclui-se assim com este estudo comparativo que embora as análises técnicas de
ambos sistemas de geração de energia elétrica tenham-se comprovado á funcionalidade
do sistema, a análise econômica deixa uma larga diferença de valores entre os dois
sistemas, o que pode influenciar bastante na escolha de qual sistema implementar sem
levar em consideração outros aspectos importantes.
Pela responsabilidade social, conclui-se que optar pela geração fotovoltaica seja a melhor
opção, justificada por ser limpa e não impactar negativamente no meio ambiente ao longo
do seu funcionamento, para além de ser auto sustentável.
Para a resolução do problema proposto neste estudo, o gerador a diesel se torna a melhor
opção frente longos períodos de clima não favoráveis ao sistema fotovoltaicos, podendo
operar em épocas longas de chuva desde que sejam satisfeitas as condições produtivas,
validando assim a primeira hipótese.
6.1. RECOMENDAÇÕES
63
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Pensar em utilizar. Obtido em 04 de Março de 2022, de
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17. FILHO, F. M., GARBELINI, L. M., & IZYCKI, L. G. (2014). Estudo De Caso
Para Implantação. Curitiba: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL
DO PARANÁ.
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22. GUIMARÃES, Z. L., & BARROS, M. M. (2009). Obtido em Abril de 2022, de
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http://www.responsabilidadesocial.com/editorial/o-problema-ambiental-dos-
geradores-a-
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20dos%20motores,de%20carbono%2C%20mon%C3%B3xido%20de%20carbon
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24. KOSOW, I. L. (1979). Máquinas eléctricas e transformadores (Vol. 1). (F. Luiz,
Trad.) Porto Alegre: Globo.
26. Moreau, R. (27 de Março de 2013). O Alto Taquari. Obtido de Jornal O Alto
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energia-nas-nossas-vidas-e-a-interdependencia-entre-a-economia-e-a-energia-
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28. PEREIRA, E. B., Martins, F. B., Gonçalves, A. R., Costa, R. S., & Lima, F. J.
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31. Pinho, J. T., & Galdinho, M. (2014). Manual de engenharia para sistemas
fotovoltaicos. Obtido em 08 de Abril de 2022, de
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http://www.cresesb.cepel.br/publicacoes/download/Manual_de_Engenharia_FV
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33. REIS, L. B., & SILVEIRA, S. (2000). Energia Elétrica para o Desenvolvimento
Sustentável. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo.
39. TURELLA, R. (18 de Março de 2020). Artigos para Começar Gestão de Energia.
Obtido de CUBi Energia: https://www.cubienergia.com/gestao-energetica-
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42. WeatherSpark. (s.d.). Histórico de condições meteorológicas em 2021 em
Chimoio. Obtido em Abril de 2022, de Weather Spark:
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meteorol%C3%B3gicas-hist%C3%B3ricas-durante-2021-em-Chimoio-
Mo%C3%A7ambique#Figures-SolarDay
68
ANEXOS
69
70
Anexo 2: Tabela de sessão de condutores.
71
Anexo 3: Catalogo do inversor selecionado
72
Anexo 4: Catálogo da bateria escolhida
73
74
Anexo 5: Catálogo do Painel solar escolhido.
75
76
Anexo 6: Catálogo do controlador de carga selecionado.
77
78