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CONSTRUÇÃO DE UMA LINHA ALTERNATIVA DE MEDIA TENSÃO QUE ALIMENTA EL MACANETA, NUMA

EXTENSÃO DE 12 KM, A PARTIR DA NOVA SUBESTAÇÃO DE COSTA DO SOL

DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à minha mãe Amélia Tivane.

Nguenhene, Dércio António i


CONSTRUÇÃO DE UMA LINHA ALTERNATIVA DE MEDIA TENSÃO QUE ALIMENTA EL MACANETA, NUMA
EXTENSÃO DE 12 KM, A PARTIR DA NOVA SUBESTAÇÃO DE COSTA DO SOL

AGRADECIMENTOS
Os meus profundos agradecimentos a todos os que directamente ou indirectamente
contribuíram para a conclusão deste trabalho.

Em especial ao meu supervisor da Faculdade de Engenharia, Doutor Gabriel Auziane,


pelas críticas para a melhoria do trabalho, bem como ao engo Eduardo Bule e engo
Octávio da Electricidade de Moçambique pela ajuda proporcionada no levantamento de
dados durante o estágio.

Ao meu supervisor da empresa EDM, engo Alexandre Marrengula, pela colaboração


dada para a conclusão deste trabalho.

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ÍNDICE

Conteúdos
DEDICATÓRIA ............................................................................................................. i
AGRADECIMENTOS ....................................................................................................ii
ÍNDICE ......................................................................................................................... iii
LISTA DE ILUSTRAÇÕES/FIGURAS ..........................................................................vi
LISTA DE TABELAS ................................................................................................... vii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ..................................................................... viii
RESUMO ..................................................................................................................... x
CAPITULO I: INTRODUÇÃO ......................................................................................... 1
1.1. Introdução .......................................................................................................... 1
1.2. Problematização ................................................................................................... 2
1.3. Justificativa ........................................................................................................... 2
1.4. Objectivos ............................................................................................................. 2
1.4.1. Objectivo geral ................................................................................................ 2
1.4.2. Objectivos específicos .................................................................................... 2
1.5. Metodologia .......................................................................................................... 3
CAPITULO II: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................... 4
2.1. Conceitos .............................................................................................................. 4
2.2. Classificação dos níveis de tensão ....................................................................... 4
2.3. Redes de energia eléctrica ................................................................................... 5
2.4. Classificação das redes eléctricas ........................................................................ 5
2.5. Linhas aéreas ..................................................................................................... 10
2.5.1. Apoios ........................................................................................................... 10
2.5.1.1. Esforços a que estão submetidos os apoios para linhas aéreas ............... 11
2.5.1.2. Classificação dos apoios ........................................................................... 11
2.5.1.3. Configuração dos apoios para linhas aéreas ............................................. 11
2.5.2. Isoladores ..................................................................................................... 12
2.5.3. Condutores ................................................................................................... 14
2.5.3.1. Cabos de alumínio com alma de aço do tipo ACSR (ACSR/AW) .............. 15

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2.5.3.2. Cabos de guarda ....................................................................................... 15


2.5.4. Posto de transformação ................................................................................ 16
2.6. Rendimento dos transformadores ....................................................................... 16
2.7. Distância mínima entre condutores activos ......................................................... 16
CAPITULO III: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .................... 17
3.1. Alimentação actual de EL Macaneta ................................................................... 17
3.2. Potência nominal dos PTs ligados à EL Macaneta ............................................ 17
3.3. Carregamento actual de EL Macaneta ............................................................... 19
3.4. Estado actual de SE 11 (Costa do Sol) ............................................................... 20
3.5. Dimensionamento da linha que liga SE de Costa do Sol e EL Macaneta ........... 20
3.5.1. Tensão de transporte económica ................................................................. 20
3.5.2. Secção dos condutores ................................................................................ 21
3.5.3. Distância entre condutores ........................................................................... 23
3.5.4. Resistência eléctrica da linha ....................................................................... 23
3.5.5. Reactância da linha ...................................................................................... 24
3.5.6. Cálculo da impedância da linha .................................................................... 26
3.5.7. Queda de tensão na linha ............................................................................. 27
3.5.8. Tensão emitida no transformador de SE 11 ................................................. 28
3.5.9. Esquema eléctrico equivalente unifilar da linha ............................................ 28
3.5.10. Pára raios ................................................................................................... 29
3.5.11. Disjuntores e seccionadores ....................................................................... 32
3.5.11. Cálculos mecânicos .................................................................................... 36
3.5.11.1. Tensão mecânica de segurança do condutor .......................................... 37
3.5.11.2. Cálculo das cargas no condutor .............................................................. 38
3.5.11.3. Cálculo do vão crítico............................................................................... 40
3.5.11.4. Geometria da linha que liga SE11 e EL Macaneta .................................. 41
3.5.11.5. Cálculo da flecha dos condutores ............................................................ 42
3.5.11.6. Distâncias regulamentares ...................................................................... 44
3.5.11.7. Escolha dos apoios .................................................................................. 47
3.5.11.8. Encastramento dos apoios no solo .......................................................... 47
3.5.11.10. Escolha de isoladores ............................................................................ 48
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3.5.12. PS novo ...................................................................................................... 49


3.6. Estimativa de custos do projecto ........................................................................ 51
CAPITULO IV: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ................................................ 52
4.1. Conclusão ........................................................................................................... 52
4.2. Recomendações ................................................................................................. 53
5. BIBLIOGRAFIAS ...................................................................................................... 54
ANEXOS .........................................................................................................................A
Anexo A: Trajecto da linha .......................................................................................... M

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES/FIGURAS
Figura 1: Exemplo de rede de alimentação. .................................................................... 5
Figura 2: Exemplo de uma rede de distribuição. ............................................................. 6
Figura 3: Alimentação de uma rede por uma linha. ......................................................... 7
Figura 4: Rede alimentada por mais de uma linha. ......................................................... 7
Figura 5: Esquema geral de abastecimento de energia eléctrica. ................................... 8
Figura 6: Estruturas principais de alimentação de redes eléctricas. ............................... 8
Figura 7: Ligações de redes para iguais níveis de tensão. ............................................. 9
Figura 8: Configuração dos apoios................................................................................ 12
Figura 9: Isoladores de cadeia. ..................................................................................... 13
Figura 10: a) Cadeia em suspensão; b) Cadeia em amarração. ................................... 13
Figura 11: Isoladores rígidos. ........................................................................................ 13
Figura 12: Secção transversal de condutor de alumínio ............................................... 14
Figura 13: Secção transversal de condutor de aluminio-aço......................................... 15
Figura 14: Troço da linha do projecto ............................................................................ 20
Figura 15: Circuito equivalente unifilar da linha ............................................................. 29
Figura 16: Circuito equivalente com protecções da linha. ............................................. 36
Figura 17: Vão em patamar da linha ............................................................................. 41
Figura 18: Pórtico de chegada no PS novo. .................................................................. 50
Figura 19A: Tipos de isoladores ..................................................................................... G
Figura 20A: Implantação dos apoios ...............................................................................H
Figura 21A: Grafico de relação entre Icc/In .....................................................................H
Figura 22A: Protecção contra escalamento ..................................................................... I
Figura 23A: Poste de 33 kV com isolamentos horizontais .............................................. J
Figura 24A: Apoios de ângulos e profundidades dos apoios .......................................... K
Figura 25A: Posto de transformação ............................................................................... L

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LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Características das redes eléctricas. ............................................................... 8
Tabela 2: Potências nominais dos PTs alimentados por EL Macaneta ......................... 17
Tabela 3: Pressão dinâmica do vento ........................................................................... 38
Tabela 4: Regime de temperatura ................................................................................. 40
Tabela 5: Estimativa de custos do projecto ................................................................... 51
Tabela 6A: Composição dos cabos de alumínio com alma de aço ACS ......................... B
Tabela 7A: Características mecânicas dos condutores alumínio-aço (ACSR) ................ B
Tabela 8A: Capacidade de transporte em MW dos condutores ACSR a 33kV em função
do comprimento da linha .................................................................................................C
Tabela 9A: Momentos eléctricos dos condutores ............................................................C
Tabela 10A: Flecha do condutor Mink .............................................................................D
Tabela 11A: Tensão mecânica do condutor Mink ........................................................... E
Tabela 12A: Tracção do condutor Mink........................................................................... E
Tabela 13A: Profundidade de implantação dos postes ................................................... F
Tabela 14A: Vãos máximos. ........................................................................................... F
Tabela 15A: Características mecânicas dos condutores alumínio-aço (ACSR) .............. F
Tabela 16A: Secções nominais do condutor Mink ......................................................... G

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

A Ampere

BIL Nível de isolamento básico

CC Curto circuito

D Disjuntor

EDM Electricidade de Moçambique

EE Energia eléctrica

EP Empresa pública

EFF Factor de falha à terra

kV Kilo volt

kVA Kilo volt ampere

kVAr Kilo volt ampere reactivo

kW Kilo watt

LA Linha aérea

LS Linha subterrânea

MT Média tensão

PT Posto de transformação

PS Posto de seccionamento

RSLEAT Regulamento de segurança das linhas eléctrica de alta


tensão

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RSRDEE Regulamento de segurança das redes de distribuição


de energia eléctrica

RSSEPTS Regulamento de segurança de subestações e postos


de transformação e de seccionamento

S Seccionador

SE Subestação

V Volt

V. UNIT. Valor Unitário

V. total Valor total

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RESUMO
O presente projecto consiste no trabalho de estágio profissional realizado na empresa
Electricidade de Moçambique, no primeiro semestre do ano de 2016. Tem como
objectivo, o dimensionamento de uma linha de média tensão (33 kV), com uma
capacidade de 6,612 MW, numa extensão de 12 km, ligando SE 11 (Chiango/ Costa do
Sol) e EL Macaneta a partir de um posto de seccionamento.

O trabalho é dividido em IV capítulos principais, sendo o primeiro capítulo a parte


introdutória, que delimita como será desenvolvido o projecto em termos de objectivos,
problema de estudo, justificativa e metodologia usada para se fazer o presente projecto.
O segundo capítulo é constituído pela revisão bibliográfica, isto é, descrição de
informação de outros autores que tem uma relação com projecto de linhas de média
tensão ou outros temas semelhantes. O terceiro capítulo corresponde ao projecto, onde
é descrita o estado actual de EL Macaneta e faz-se o dimensionamento da nova
alimentação, através de cálculos eléctricos, consistindo no dimensionamento do
condutor a ser usado, protecções, aparelhagem de manobra e parâmetros de
funcionamento da linha, e cálculos mecânicos que consistem no dimensionamento dos
apoios. O quarto ou último capítulo corresponde à de conclusões e recomendações,
onde faz-se a síntese de todo o projecto de uma forma clara e objectiva, destacando-se
os pontos pertinentes do projecto.

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CAPITULO I: INTRODUÇÃO
1.1. Introdução
A energia eléctrica é um dos produtos mais importantes utilizados não somente por
simples consumidores, como principalmente, pelo comércio e pela indústria. É um
produto que deve estar disponível continuamente e não pode ser armazenado em
quantidades suficientes para uso durante longo período. É um produto que deve ser
gerado na medida em que é solicitado, desta forma, em si, representa um extraordinário
desenvolvimento na qualidade de vida da população. A partir do momento em que se
implanta um sistema de distribuição de energia eléctrica, a população local em pouco
tempo passará a receber numerosos benefícios, tanto do ponto de vista doméstico
quanto do ponto de vista comercial, social e cultural.
O presente trabalho consiste em fazer uma projecção da construção de uma linha aérea
de 33 kV, que liga a nova subestação de Costa do Sol e a rede EL Macaneta, numa
extensão de aproximadamente 12 km, visto que, esta linha actualmente apresenta uma
alimentação radial, a partir da subestação de Marracuene.
A alimentação em anel, permite a continuidade de fornecimento de energia eléctrica aos
consumidores, em caso de avaria ou manutenção numa das subestações alimentadoras
ou mesmo numa das linhas alimentadoras.
A tendência mundial é de garantir sempre a continuidade de fornecimento de energia
eléctrica aos consumidores, o que pode ser alcançado quando há várias alternativas de
alimentação. A nova linha vai partir da subestação de costa do sol, e através da estrada
circular de Maputo seguirá até nas proximidades de Maracuene, onde ligará a EL
Macaneta através de um posto de seccionamento.
A linha a ser construída neste projecto, deve ter a capacidade de transportar uma
potência aparente de 8265 kVA, com factor de potência de 0,8 em atraso (indutivo),
prevendo-se, a possibilidade de aumento de carga, com a descentralização da cidade
de Maputo, e aumento da população em Macaneta, originado pela construção da ponte
que liga Maracuene e Macaneta.

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1.2. Problematização
Actualmente, a rede de 33 kV (EL Macaneta) é alimentado pela subestação de
Maracuene. A ύnica alimentação de EL Macaneta, dificulta a continuidade de
alimentação dos consumidores, no período de manutenção ou quando há avarias. Além
disso, o crescimento populacional da cidade e província de Maputo, origina maior
demanda no consumo de energia eléctrica, principalmente nos pontos menos habitados,
como Macaneta, com grandes possibilidades de novas ocupações. Este aumento da
demanda origina o desligamento nas horas de pico devido ao maior consumo.

1.3. Justificativa
Com a nova alternativa de alimentação, haverá mais garantia na continuidade de
fornecimento de energia eléctrica aos consumidores, que são alimentados por EL
Macaneta. Além da continuidade, a qualidade de energia eléctrica em termos de níveis
de tensão vai melhorar. Garantindo a continuidade de fornecimento de energia eléctrica
e melhoria do nível de tensão (com quedas de tensão aceitáveis), nesta vertente, vai
originar melhoria de vida dos consumidores, sem gastos adicionais ou de reparação dos
electrodomésticos danificados durante os cortes na alimentação.

1.4. Objectivos
1.4.1. Objectivo geral
 Dimensionar uma linha de 33 kV, numa extensão de 12 km, a partir de Costa do
Sol até EL Macaneta.

1.4.2. Objectivos específicos


 Fazer o levantamento de todas potências nominais dos PTs alimentados pela EL
Macaneta;
 Identificar o ponto de ligação entre EL Macaneta e a nova subestação de Costa
do Sol;
 Verificar o carregamento da EL Macaneta;
 Determinar os parâmetros da nova linha, de acordo com a carga, bem como a
protecção;
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 Distinguir o material necessário para construção da ligação entre SE de Costa do


Sol e EL Macaneta.

1.5. Metodologia
Para a realização do trabalho serão usadas diferentes metodologias que vão de acordo
com cada necessidade a saber:

Observação directa, efectuada através de visitas à subestações de Maracuene, Costa


do Sol, linha EL Macaneta e o novo troço ao longo da estrada circular de Maputo.

Consulta bibliográfica, que consiste na recolha de informações relacionadas à


construção e distribuição de energia eléctrica em média tensão.

Levantamento dos dados, que consiste na busca de todas as potências dos postos de
transformação que são alimentados pela linha EL Macaneta. Também efectuou-se a
leitura do carregamento da EL Macaneta nas horas de pico.

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CAPITULO II: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Conceitos
Segundo RSSEPTS podemos ter os conceitos de posto de seccionamento, seccionado
e subestação:

Posto de seccionamento – instalação de média ou alta tensão destinada a operar o


seccionamento de linhas eléctricas.

Seccionador – dispositivo destinado a interromper ou estabelecer a continuidade de um


condutor ou isolá-lo de outros condutores e que, sem poder de corte garantido, não deve
ser manobrado em carga. Quando utilizado para garantir a segurança de pessoas, a
separação dos contactos deve ser visível e facilmente verificável do local de manobra ou
outro.

Subestação – instalação de alta tensão destinada a transformação da corrente eléctrica


por um ou mais transformadores estáticos, quando o secundário de um ou mais desses
transformadores se destine a alimentar postos de transformação ou outras subestações.

2.2. Classificação dos níveis de tensão


As redes classificam-se de acordo com as tensões nominais da seguinte maneira:

1. Baixa tensão: redes com tensões nominais inferiores a 1 kV, por exemplo,
110/220/380/500/660 V;
2. Média tensão: redes com tensão até 66 kV, por exemplo,6,6/11/22/33/66 kV;
3. Alta Tensão: redes com tensão superior a 66 kV e inferior a 300 kV, por
exemplo,110/220/275 kV;
4. Muito Alta Tensão: redes com tensão superior a 300 kV, por exemplo,
330/380/400/500/750/1150 kV. [1]

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2.3. Redes de energia eléctrica


A função principal das redes eléctricas de transporte é a transmissão da energia dos
lugares remotos de sua produção aos lugares de consumo. Através da interligação, as
redes eléctricas permitem agrupar diversas centrais eléctricas e os consumidores de
energia num sistema eléctrico único. [1]

A necessidade de interligações por agrupamentos explica-se pela sua grande vantagem


técnico-económica. Com o aumento da potência de interligação, surge a possibilidade
de construção de grandes potências dos agrupamentos criados, o que reduz
consideravelmente os custos unitários de produção e operação. O aumento do número
de ligações das diferentes centrais eléctricas eleva a fiabilidade do sistema para além de
aumentar a possibilidade de utilização mais completa e racional de todo o equipamento
instalado permitindo assim uma utilização mais económica das fontes de alimentação a
partir das reservas locais. A figura 1 apresenta um exemplo de rede de alimentação. [1]

Figura 1: Exemplo de rede de alimentação, (Adaptado de [1]).

2.4. Classificação das redes eléctricas


Segundo [1], as redes eléctricas também podem ser classificadas de acordo com a
distribuição geográfica e tipo de consumidores.

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Assim temos:

 Redes urbanas, situadas nas cidades;


 Redes rurais, localizadas no campo;
 Redes industriais, nas empresas e fábricas;
 Sistemas eléctricos, redes que abrangem áreas ou regiões grandes.
De acordo com a finalidade as redes eléctricas distinguem-se em redes de alimentação
e de distribuição. As redes de distribuição são as que ligam directamente aos
consumidores. Habitualmente, estas redes têm tensões nominais até 20 kV. A figura 2
mostra um exemplo de uma rede de distribuição de energia eléctrica.

Figura 2: Exemplo de uma rede de distribuição, (Adaptado de [1]).

Segundo Lobo (2011), do ponto de vista de configuração de uma rede, existem duas
principais possibilidades de alimentação de um nó, nomeadamente:
a) Alimentação por uma linha
Neste caso, a alimentação do ponto A, na figura 3, realiza-se só por uma linha a partir
do barramento B. Qualquer perturbação na linha tem como consequência uma
interrupção do fornecimento de energia. A figura 3 mostra uma estrutura típica da rede
mono-alimentada.

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Figura 3: Alimentação de uma rede por uma linha, (Adaptado de [1]).


b) Alimentação por mais de uma linha

O nó A na figura 4, é alimentando por duas ou mais fontes de alimentação. Neste caso,


os custos do sistema são maiores. A figura 4 mostra um exemplo de rede alimentada por
mais de uma linha.

B2

B1
B3

Figura 4: Rede alimentada por mais de uma linha, (Adaptado de [1]).


Segundo [1], para uma avaliação técnico-económica da estrutura eléctrica adequada
deve também ser considerado o tempo de interrupção do fornecimento de energia. Por
outro lado, deve-se ainda tomar em consideração o objectivo do sistema de alimentação
de energia eléctrica que comporta: uma área de alimentação (figura 5) e um certo número
de nós com ou sem interligações entre eles e alimentados por uma fonte de alimentação,
em geral, uma rede de alimentação.

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Rede de alimentação

Linhas de
alimentação

Nós

Consumidores Área de
Interligação alimentação

Figura 5: Esquema geral de abastecimento de energia eléctrica, (Adaptado de [1]).

A coberto desta definição existem três estruturas topológicas de redes, já referidas em


pontos anteriores, nomeadamente radial, anelar e malhada. A figura 6 mostra alguns
desses exemplos. As características gerais são apresentadas na tabela 6.

Figura 6: Estruturas principais de alimentação de redes eléctricas, (Adaptado de [1]).


Tabela 1: Características das redes eléctricas, [1].

Tipo de rede
Características gerais Radial Anel Malha
Custo de construção Baixo Médio Alto
Segurança de abastecimento Baixa Média a alta Muito alta
Direcção de serviço Muito simples Simples Difícil
Perdas de transporte Alta Baixa Muito baixa
Utilização do material instalado Muito boa Mau Boa
Clareza da estrutura Muito boa Boa Difícil
Continuação do serviço Difícil Boa Muito boa

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Estas características permitem dar indicações gerais em relação a utilização das


diferentes estruturas de redes:

Rede radial: em casos mais simples, quando a exigência de continuidade de


alimentação não é muito grande;

Rede em anel: para abastecimento público e industrial, com um nível de exigência de


continuidade média;

Redes em Anel

 A1 - Anel com alimentação simples;


 A2 - Anel bi-alimentado;
 A3 - Anel duplo bi-alimentado;

A1 A2

A3

Figura 7: Ligações de redes para iguais níveis de tensão, (Adaptado de [1]).


Rede em malha: para redes públicas, todos os níveis de tensão e outras redes, onde a
exigência de segurança de alimentação global é muito elevada, [1].

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2.5. Linhas aéreas


Em geral chama-se linha aérea ao conjunto formado de condutores que transportam
energia eléctrica, montados a certa altura sobre o solo. Estes condutores estão
suportados por cruzetas ou outros tipos de suportes devidamente isolados destes. Os
suportes por sua vez montados nos postes, cuja missão especial é manter separados os
condutores a uma altura conveniente de terra. [2]

Segundo [2], o desempenho das linhas eléctricas está directamente relacionado com a
escolha dos componentes escolhidos. Estes componentes devem ser escolhidos tendo
em conta as solicitações eléctricas e mecânicas a que serão submetidos, não
desprezando o factor económico. Uma linha eléctrica deve ser essencialmente fiável,
eficiente e económica.
Uma linha aérea é constituída pelos seguintes elementos:
 Apoios;
 Isoladores;
 Condutores.

2.5.1. Apoios
Segundo RSLEAT, apoio é um elemento de uma linha aérea destinado a suportar os
condutores, os cabos de guarda, os isoladores e os acessórios.
Fundação: depende do tipo do poste:
 Pode ser directamente enterrado (betão e madeira).
 Uma fundação previamente preparada.

Postes: estes classificam-se de acordo com o material construtivo e da função que


desempenham na linha.

Suportes: dependem do número de isoladores, ou seja, o número de circuitos. Eles


podem ser de madeira, betão ou metálicos. [2]

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2.5.1.1. Esforços a que estão submetidos os apoios para linhas aéreas


Esforços verticais (Peso dos condutores).

Esforços transversais – devido ao vento ou acção resultante de tracção dos condutores


quando estes não estão montados paralelamente e sem formar ângulo.

Esforços longitudinais - Que actuam sobre todos apoios de princípio e fim de linha por
tracção longitudinal dos condutores e em casos duma ruptura dos condutores suportados
pelos postes. [2]

2.5.1.2. Classificação dos apoios


Segundo RSLEAT, de acordo com o material construtivo:
 De madeira;
 De betão e;
 De aço.

Segundo a função:
1. De alinhamento – apoio situado num troço retilíneo da linha.
2. De ângulo – apoio situado num ângulo da linha.
3. De derivação – apoio onde se estabelecem uma ou mais derivações.
4. De fim de linha -apoio capaz de suportar a totalidade dos esforços que os
condutores os cabos de guarda lhe transmitem de um só lado da linha.
5. Apoio de reforço – apoio destinado a suportar esforços longitudinais para reduzir
as consequências resultantes da roptura de condutores ou de cabos de guarda.
6. Apoio de travessia ou de cruzamento – apoio que limita um vão de travessia ou
de cruzamento.

2.5.1.3. Configuração dos apoios para linhas aéreas


1. Apoios para linhas aéreas com condutores num só plano (podendo ser de BT, MT
e AT e MAT).
2. Apoios para linhas aéreas com condutores em dois planos.
3. Apoios para linhas aéreas com condutores em três planos. [2]

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Figura 8: Configuração dos apoios, (Adaptado de [2]).

2.5.2. Isoladores
Segundo [2], os isoladores das linhas aéreas são constituídos por material dieléctrico
(vidro, porcelana e outros materiais apropriados, não susceptíveis de degradação) e têm
como função isolar electricamente os condutores dos apoios e armações e suportar os
condutores.
Os isoladores devem apresentar dimensões e formas apropriadas ao ambiente em que
serão utilizados, à tensão eléctrica a que vão ser expostos e às tensões mecânicas que
terão que suportar. Devem também apresentar elevada resistividade e rigidez dieléctrica.
São consideradas situações anormais para os isoladores, os casos de poluição
exagerada e de formação do efeito de coroa. Devem ser escolhidos isoladores com
linhas de fuga adequadas ao grau de poluição do local e ao nível de tensão da linha. No
caso de ocorrência do efeito de coroa, os isoladores e cadeias devem ser equipados com
hastes de descarga ou ser substituídos por outros de tamanho maior ou forma mais
apropriada.
Os principais tipos de isoladores usados são os de cadeia e os rígidos. O isolador de
cadeia é constituído por componentes isolantes e metálicos e pelo material ligante que
os justapõe, sendo fixo articuladamente a estruturas de apoio, garantindo por si só, ou
formando cadeias, o isolamento dos condutores.

Nguenhene, Dércio António 12


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Figura 9: Isoladores de cadeia, (Adaptado de [2]).

As cadeias de isoladores podem ser em suspensão ou amarração. As cadeias em


suspensão ou verticais são usadas apenas em postes de alinhamento ou de ângulo até
20 graus, enquanto que as cadeias em amarração, ou horizontais são utilizadas em
apoios de ângulo, reforço ou fim de linha. Os vãos entre cadeias em amarração não
devem ser inferiores a 40 m, de modo a facilitar possíveis trabalhos nas linhas, [1].

Figura 10: a) Cadeia em suspensão; b) Cadeia em amarração, (Adaptado de [2]).

O isolador rígido é constituído por componentes isolantes e metálicos e pelo material


ligante que os justapõe, sendo fixo rigidamente a estruturas de apoio, garantindo por si
só o isolamento dos condutores. Estes isoladores são usados apenas em apoios em
alinhamento ou com ângulos pouco pronunciados e com condutores de secção menor,
[3].

Figura 11: Isoladores rígidos, (Adaptado de [2]).

Nguenhene, Dércio António 13


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Actualmente, a escolha dos isoladores recai apenas nos de cadeia, em amarração ou


suspensão.

2.5.3. Condutores
Segundo [3], os condutores de uma linha devem ser escolhidos, tendo em conta as
correntes a que estarão sujeitos e as tensões mecânicas a que serão submetidos, que
variam com as condições ambientais, assim como o valor económico.
Os principais tipos de condutores utilizados em linhas aéreas são condutores nus de
cobre, ligas de alumínio e alumínio com alma de aço.
Devido às vantagens do alumínio ou suas ligas, quer económicas, quer técnicas este é
preferido em relação ao cobre, em linhas aéreas. Algumas das principais vantagens são:
 Relação condutividade eléctrica/peso;
 Relação resistência mecânica/peso; e
 Economia.
Actualmente devido a estas vantagens, os condutores de ligas de alumínio e de alumínio-
aço são os mais utilizados.
Os condutores de liga de alumínio são condutores concêntricos, compostos por uma ou
mais camadas de fios de liga de alumínio.

Figura 12: Secção transversal de condutor de alumínio, (Adaptado de [3])


Segundo [4], os condutores de alumínio com alma de aço são condutores concêntricos,
compostos por uma ou mais camadas de fios de alumínio, e um núcleo de aço
galvanizado de alta resistência, com o objectivo de obter maior resistência mecânica.
Devido às numerosas combinações possíveis de fios de alumínio e aço, pode-se variar
a proporção dos mesmos, com objectivo de obter a melhor relação entre corrente
transportada e resistência mecânica.

Nguenhene, Dércio António 14


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Figura 13: Secção transversal de condutor de aluminio-aço, (Adaptado de [3]).

2.5.3.1. Cabos de alumínio com alma de aço do tipo ACSR (ACSR/AW)


Segundo [3]:
Aplicações:
Os cabos de alumínio com alma de aço são normalmente usados em linhas aéreas.
Construção:
Os cabos de alumínio com alma de aço ou ACS são condutores cableados concêntricos,
compostos de uma ou mais camadas de fios de alumínio do tipo AL1, e um núcleo (alma)
de aço galvanizado de alta resistência.
Devido às numerosas combinações possíveis de fios de alumínio e aço, pode-se variar
a proporção dos mesmos, a fim de se obter a melhor relação entre capacidade de
transporte de corrente e resistência mecânica para cada aplicação de acordo com a
tabela A1 em anexo.

2.5.3.2. Cabos de guarda


Segundo [2], os cabos de guarda devem ser de aço ou inoxidável, ou dos materiais
usados nos condutores. Estes devem estar na parte mais alta dos apoios e estão sujeitos
aos mesmos esforços que os condutores.
Os cabos de guarda têm como principais funções a protecção das linhas contra
descargas eléctricas directas ou ocorridas nas proximidades, interligação dos circuitos
de terra dos apoios e redução de indução causada nos circuitos de telecomunicações e
outras canalizações nas proximidades da linha.

Nguenhene, Dércio António 15


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Não será utilizado cabo de guarda nas linhas de média tensão (até 33 KV, inclusivê), por
se ter chegado a conclusão de a sua acção protectora era quase nula nestes casos,
representando, contudo, a sua utilização uma sobrecarga económica apreciável, [4]

2.5.4. Posto de transformação


Segundo RSRDEE, posto de transformação é uma instalação de alta/baixa tensões
destinada à transformação de corrente/tensão eléctricas por um ou mais transformadores
estáticos, quando a corrente/tensão secundárias de todos os transformadores for
utilizada directamente nos receptores, podendo incluir condensadores para
compensação do factor de potência.

2.6. Rendimento dos transformadores


Segundo [6], o rendimento do transformador alcança valores bastantes elevados, em
relação a qualquer outra máquina, pois não há atritos. Assim para transformadores de
reduzida potência varia entre 80 a 90%; para transformadores de 10 kVA atinge 95% e
para elevadas potências pode mesmo ultrapassar os 99%, o que é excelente. Na prática
o rendimento máximo é atingido para cargas da ordem dos 2/3 a 3/4 da corrente nominal.

2.7. Distância mínima entre condutores activos


Segundo [5], a distância mínima entre os condutores activos, e entre estes e outros
elementos deve ser de 365 mm, para a tensão de 33 kV. Para simplificação da
concepção, adopta-se esta distância mínima para todos os outros níveis de tensão.

Segundo RSLEAT, em qualquer caso, a distância mínima entre os condutores nus não
pode ser inferior a 0,45 m para linhas de tensão nominal inferior a 66 kV.

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CAPITULO III: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


3.1. Alimentação actual de EL Macaneta
A rede eléctrica EL Macaneta, actualmente tem uma alimentação radial através da
subestação de Maracuene, num nível de tensão de 33 kV. Os condutores usados são de
alumínio reforçados com aço (ACSR “Mink”), com uma secção de 100 mm2 e apoios de
madeira, betão e torres metálicos na travessia para Macaneta. Em direcção à Guava são
usados postes de madeira.

A potência total do transformador de SE Maracuene é de 20 MVA, com saídas que têm


apenas um nível de 33 kV. Este transformador recebe um nível de tensão de 66 kV e
transforma para 33 kV.

3.2. Potência nominal dos PTs ligados à EL Macaneta


As potências nominais dos postos de transformação ligados à rede EL Macaneta estão
indicadas na tabela 2.

Tabela 2: Potências nominais dos PTs alimentados por EL Macaneta

No Potência Designação Localização Obs.


(kVA)
204R 100 Flankle da Roelise Lodge Macaneta PTP
205R 630 Deagio (EN1) Marracuene PTP
220R 100 BCI Marracuene PTP
175R 250 Bairro Guava Quarteirão 13 PT
176R 160 Bairro Guava Quarteirão 13 PT
177R 250 Bairro Guava Canhoeiro Vovo Norda PT
178R 160 Bairro Guava Depois da linha férrea PT
179R 160 Bairro Guava Quinta Atanásio PT
180R 250 Bairro Guava Bairro Guava PT
181R 50 Bairro Guava Ao lado de Pinga Pinga PT
Lodge
182R 250 Bairro Guava Bairro Guava PT

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183R 50 Bairro Guava Em frente da Quinta PT


Atanásio
184R 250 Bairro Guava Ao lado da barraca Branca PT
185R 250 Bairro Guava Ao lado do cemitério PT
(Chavane)
186R 100 Fontenária de Guava Bairro Guava PT
187R 160 Bairro Guava Bairro Guava PT
188R 160 Bairro Guava Bairro Guava PT
189R 160 Atrás do contentor vermelho Bairro Mateque PT
190R 160 Bairro Mateque Bairro Mateque PT
191R 160 Bairro Mateque Bairro Mateque PT
192R 160 Bairro Zintava Bairro Zintava PT
193R 100 Bairro de Zintava Bairro Zintava PT
194R 100 Sanção comercial Bairro Zintava PT
195R 100 Zintava Bairro Zintava PT
196R 160 Mercado Bairro Zintava PT
112R 160 Jays Lodge Macaneta PT
113R 50 Restaurante Macaneta Macaneta PT
122R 400 1ª Derivação de Guava Guava PT
123R 500 Rua principal Mateque Mateque PT
126R 160 Mikanhine/Dumba nengue Marracuene PT
127R 160 Faftine/Fontenária Marracuene PT
129R 250 Chavo Marracuene PT
130R 160 Carlitos Marracuene PT
131R 200 Geral rungo Marracuene PT
132R 250 Marracuene Lodge Marracuene PT
271R 50 Incomati Lodge Macaneta PT
272R 200 Península Macaneta PT
273R 100 Secretário fase 1 Macaneta PT
276R 315 Macaneta Escola hobjana PT

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278R 100 Secretário fase 1 Macaneta PT


279R 100 Esquadra Macaneta fase 2 Macaneta PT
292R 50 Jays Lodge Macaneta PT
294R 315 Centro cultural de Macaneta Macaneta PT
318R 315 Reassentados riopele Marracuene PT
Total 8265

3.3. Carregamento actual de EL Macaneta


Nas horas de pico ou elevado consumo de energia eléctrica, esta rede tem um
carregamento de 120 A, com uma tensão nominal de 33 kV. Nas horas de baixo consumo
tem um carregamento de 56 A, com aproximadamente mesmo nível de tensão nominal.
Com factor de potência de 0,8 em atraso (indutivo), a potência consumida será:

S  3U .I (1)

S  3.33kV.120A  6858,92kVA  6,86MVA

cos  0,8    36,87o

S  6,8636,87o , MVA

S act
C%   100% (2)
Sn

6,86
C%   100%  83%
8,265

Pode se destacar que a potência consumida nas horas de pico é de 6,86 MVA e a
potência nominal da carga é de 8,265 MVA. Praticamente a linha alimenta 83% da carga
nominal.

Pretende-se projectar uma outra linha de alimentação da EL Macaneta com uma


capacidade de alimentar a carga nominal de 8,265 MVA.
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3.4. Estado actual de SE 11 (Costa do Sol)


A subestação de Costa do Sol (SE11), tem um transformador de 40 MVA, com relação
de transformação 66/33 kV que alimenta um transformador de 12 MVA, com relação de
transformação de 33/11 kV. Existe um projecto de construção de uma saída para
alimentar EL Guava, com uma potência de 10 MVA, e um nível de tensão de 33 kV. Este
projecto tem uma carga de 8,265 MVA e somando todas potências resultam numa carga
total de 75%. Esta carga representa uma quantidade correspondente ao rendimento
máximo dos transformadores, destacando que este transformador actualmente funciona
com uma carga de aproximadamente 25% da nominal.

O troço da nova linha é indicada na figura 14:

Figura 14: Troço da linha do projecto, (Adaptado do Google Earth)

3.5. Dimensionamento da linha que liga SE de Costa do Sol e EL Macaneta


3.5.1. Tensão de transporte económica
Para calcular a tensão económica em distâncias menores que 30 km (12 km) é mais
conveniente usar a seguinte expressão, baseada na fórmula Alfred Still:

U c  0,25 Pn (3)

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Onde:

Uc - Tensão composta mais económica (kV)

Pn - Potência nominal de transporte (kW)

A potência activa nominal de transporte será:

Pn  S n cos (4)

Onde:

cos - Factor de potência (0,8)

S n - Potência aparente nominal (kVA)

Pn  8265.0,8  6612 kW

U c  0,25 6612  20,33 kV

Como em média tensão, segundo RSLEAT e a concessionária EDM, usa-se 11 ou 33


kV, então, do valor obtido pela fórmula de Still, escolhe-se o valor igual ou superior que
é de 33 kV, sendo o valor normalizado e mais económico para o transporte.

3.5.2. Secção dos condutores


Para determinar a secção do condutor é necessário conhecer a corrente de serviço com
carga nominal que é determinada pela expressão:

Pn
Is  (5)
3.U n .cos

Onde:

Is - Corrente de serviço (A).

Un - Tensão nominal (kV).

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6612kW
Is   144,6 A
3.33kV .0,8

A densidade de corrente económica é  ec  1,1 A / mm , para condutores de alumínio-aço


2

e a secção económica é dada por:

IS
S ec  (6)
 ec

Onde:

Is - Corrente de serviço (A).

S ec - Secção económica (mm2).

 ec - Densidade económica do condutor.

144,6
S ec ( Al )   131,45 mm 2
1,1

A secção normalizada do condutor ACSR “Mink”, mais próxima do resultado obtido, deve
ser de 150mm2. (Anexo da tabela 14A).

No cruzamento da linha a projectar com outra linha de 11 kV será feito um troço

subterrâneo com um condutor de cobre e a sua resistividade é Cu  1,7.108 m e a

resistividade do alumínio é  Al  2,7.10 m . Assim, a secção económica de cobre


8

equivalente será:

 Cu S ec ( Al )
S ec (Cu )  (7)
 Al

Onde:

 Cu - Resistividade de cobre;

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S ec (Cu ) - Secção económica equivalente de cobre;

S ec ( Al ) - Secção económica de alumínio;

 Al - Resistividade de alumínio.

1,7.131,45
S ec (Cu)   82,76mm 2
2,7

3.5.3. Distância entre condutores


Para o cálculo da distância entre condutores usa-se a seguinte expressão a seguir de
acordo com o RSLEAT:

U
D  0,75  K  f max  d  (8)
200

d é o comprimento da cadeia de isoladores ( d  0 , para isoladores rígidos e cadeias


de amarração);

K é um coeficiente que depende da natureza do condutor (para ACSR, K  0.6 )

U é a tensão nominal da linha (33 kV)

f max Flexa máxima 0.643 m (Cálculos mais adiante)

33
D  0,75  0,6  0,643  0   0,526 m
200

Esta distância é superior à regulamentada com mínima segundo o RSLEAT que é de


0,45 m. Neste projecto é usada a distância mínima de 0,60 m.

3.5.4. Resistência eléctrica da linha


A resistência por unidade de comprimento do condutor ACSR - Mink a 20oC é igual a
0,4541 Ω/km e é necessário determinar a resistência à temperatura do funcionamento
do condutor que é aproximadamente 60oC. O coeficiente de temperatura do condutor de
alumínio é de 0,00403Ω /oC.

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A resistência do condutor será:

R'  Ro 1  t (T  To ) (9)

Onde:

R' - Resistência por unidade de comprimento a 60oC;

Ro - Resistência por unidade de comprimento a 20oC;

T- Temperatura de funcionamento do condutor (60oC);

To - Temperatura ambiente (20oC);

t - Coeficiente de temperatura do condutor de alumínio (0,00403Ω /oC).

1,15 - Aumento de 15% da resistência/reactância do condutor devido ao efeito de flecha


que resulta no aumento do comprimento do condutor.

R '  0,1828 1  0,00403 (60  20)  0,212  / km

R  0,212.12.1,15  2,93 

O pequeno troço de cruzamento entre duas linhas de 11 kV e de 33 kV, será subterrâneo


e como será usado um condutor de cobre num comprimento de até 50 metros, essa
distância é desprezada pois com a subtração de 50 metros o comprimento total continua
aproximadamente de 12 km. A resistência total acaba não sofrendo grandes variações
com esse pequeno comprimento.

3.5.5. Reactância da linha


Como a rigidez dieléctrica do ar é de 3,2 kV/mm, a distância mínima de separação dos
condutores de 365 mm. Mas por questões de maior segurança do isolamento, será usada
a distância de 600 mm.

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Dados da linha de alimentação:

 Tipo de condutor: ACSR “Mink”


 Tipo da linha: Linha aérea;
 Comprimento da linha: 12 km;
 Disposição dos condutores: triangular
 A distância mínima entre condutores: D12=70 cm; D13=60 cm; D23=60 cm;
 Diâmetro dos condutores: d=13,82 mm
 Secção nominal dos condutores: 150 mm2
 Nível de tensão na linha: U=33 kV

Dmg  3 D12 .D13 .D23 .


(10)

Onde:

D mg
- é a distância média geométrica;

D12 - é a distância entre os condutores 1 e 2;

D13
- é a distância entre os condutores 1 e 3;

D23
- é a distância entre os condutores 2 e 3;

Dmg  3 70  60  60  63,16 cm

1

Rmg  r  e 4
(11)

Onde:

Rmg
- é o raio médio geométrico;

r - é o raio do condutor;

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1 1
 
Rmg  r.e 4
 0,691 e 4
 0,538 cm

 Dmg 
X ´ L  4 . f .10 7. ln   (12)
 Rmg 

Onde:

X´L - Reactância da linha por unidade de comprimento;

f
- Frequência da rede (50 Hz);

 - Pi (igual a 3,14).

 0,6316 
X ´L  4 .50.107. ln    0,0002994 / m  0,2994  / km
 0,00538

X L  0,299412 1.15  4,132 

3.5.6. Cálculo da impedância da linha


A impedância da linha por ohms/km será aproximadamente:

Z´L  R '  jX L' (13)

Onde:

Z´L - Impedância da linha por unidade de comprimento.

Z´L  0,212  j 0,2994,  / km  0,36754,7 o ,  / km

A impedância da linha em ohms será aproximadamente:

Z L  R  jX L (14)

Onde:

Z L - Impedância da linha
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Z L  2,93  j 4,132,   5,06554,7 o , 

Esta impedância da linha é responsável pela queda de tensão durante o transporte e


principalmente nas horas de pico, que há maior fluxo de corrente para a carga.

3.5.7. Queda de tensão na linha


Como trata-se de uma linha curta ( l  80km ), a capacitância e condutância da linha são
nulas ( C  0 e G  0 ), [1].

A queda de tensão na linha é resultante da corrente e impedância da linha, por isso é


calculado considerando-se a corrente de serviço, com carga nominal da linha.

I S  144 ,636,87 o , A

Z L  2,93  j 4,132,   5,06554,7 o , 

U  I S Z L (15)

Em que:

IS - Corrente de serviço;

ZL - Impedância da linha;

U - Queda de tensão na linha (complexa).

U  144,636,87o , A  5,06554,7 o ,   0,732491,57o , kV

A queda de tensão percentual será:

U
U %   100% (16)
Un

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Em que:

U % - Queda de tensão percentual;

U - Queda de tensão;

Un - Tensão nominal da linha;

0,7324
U %   100%  2,22%
33

Segundo [4], a condição para queda de tensão na linha de MT, é U %  5% , e


2,33%  5% é verdadeiro, logo, a condição é satisfeita.

3.5.8. Tensão emitida no transformador de SE 11


Embora a queda de tensão esteja nos parâmetros considerados aceitáveis para o
transporte (dentro dos 5%) para que na chegada haja uma tensão de 33 kV, é necessário
que na emissão faça-se uma regulação de tensão no transformador de SE11. Embora
isso vai influenciar no sistema completo, pois influencia na tensão da linha que alimenta
o transformador de SE11, no transformador da subestação que alimenta esta linha, e
assim sucessivamente, como também nas outras saídas deste mesmo transformador.

Para que na chegada haja 33 kV, a tensão de emissão deve ser:

U E  U S  U (17)

UE Tensão na emissão em kV.

US Tensão na recepção em kV.

U E  330o  0,732491,57o  33,01,27o , kV

3.5.9. Esquema eléctrico equivalente unifilar da linha


O transformador de SE 11 representa a fonte de geração de energia eléctrica para a
carga considerada e toda rede EL Macaneta é representada pela impedância de carga.
Nguenhene, Dércio António 28
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Em que:

UE Tensão emitida

UR Tensão na recepção

ZC Impedância de carga

ZL Impedância da linha

Figura 15: Circuito equivalente unifilar da linha

3.5.10. Pára raios


Como o posto de seccionamento que liga a nova linha e EL Macaneta terá um nível de
tensão de 33 kV, então esta é a tensão nominal. O nível de isolamento básico(BIL) é de
200 kV. As grandezas eléctricas práticas que intervêm na selecção de um pára raios são:

Especificação do pára raios:

U m  1,1.U n (18)

Onde:

Um - Tensão do pára raios em kV.

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U n - Tensão nominal da linha em kV.

U m  1,1.33kV  36,3kV

Capacidade para suportar a sobre tensão temporária:

Para uma terra eficiente EFF = 1,4.

Um
TOV max  EFF (19)
3

Onde:

EFF - Factor de falha à terra;

TOVmax - Capacidade para suportar a sobre tensão temporária em kV;

Um - Tensão do pára raios em kV.

36,3kV
TOVmax  1,4  29,34 kV
3

Tensão máxima de operação contínua:

MCOV  TOV max .0,8 (20)

Onde:

MCOV - Tensão máxima de operação contínua em kV.

MCOV  29,34kV .0,8  23,473 kV

Capacidade de absorção do pára raios:

TOVmax
Kt  ( pu) (21)
MCOV

Nguenhene, Dércio António 30


CONSTRUÇÃO DE UMA LINHA ALTERNATIVA DE MEDIA TENSÃO QUE ALIMENTA EL MACANETA, NUMA
EXTENSÃO DE 12 KM, A PARTIR DA NOVA SUBESTAÇÃO DE COSTA DO SOL

Onde:

Kt - Capacidade de absorção do pára raios em pu.

29,34
Kt   1,25 pu
23,473

Tensão residual ou nível de protecção:

MCOV
U res  3,3 (22)
0,8

Onde:

U res - Tensão residual ou nível de protecção em kV.

23,473kV
U res  3,3  96,826 kV
0,8

Margem de protecção do para raios:

 BIL 
PM    1  100% (23)
 U res 

Onde:

PM - Margem de protecção do para raios em percentagem (%);

U res - Tensão residual ou nível de protecção em kV;

BIL - Nível de isolamento básico em kV.

 200 
PM    1  100%  106,6%
 96,826 

O pára raios tem uma margem de protecção de aproximadamente 100%, uma


capacidade de absorção de 1,25, capacidade para suportar uma sobre tensão temporária
de 29,34 kV e uma tensão máxima de operação contínua de 23,473 kV.

Nguenhene, Dércio António 31


CONSTRUÇÃO DE UMA LINHA ALTERNATIVA DE MEDIA TENSÃO QUE ALIMENTA EL MACANETA, NUMA
EXTENSÃO DE 12 KM, A PARTIR DA NOVA SUBESTAÇÃO DE COSTA DO SOL

Os para raios devem ser de marca ASEA, tipo XBE, 10 kA e 33 kV. A ligação à terra
deve ser feita em condutor de cobre com a secção mínima de 35 mm 2 exterior e quando
penetra no solo até ao eléctrodo de terra.

3.5.11. Disjuntores e seccionadores


Considerando um curto-circuito que ocorre no barramento 1, na figura 15, no primeiro
caso e no barramento 2, no segundo caso. Para o transformador ou fonte de alimentação

é considerada uma reactância aproximada de X T ( pu )  0,2 pu , de acordo com a chapa de

características do transformador. Considerando a tensão de pré falta de 33 kV. Para


potência e tensão de base de 40 MVA e 33 kV (potência nominal e tensão secundaria do
transformador), respectivamente, a impedância de base é:
U b2
Zb  (24)
Sb

Onde:
Zb - Impedância de base em Ω;
Sb - Potência aparente de base em MVA;
Ub - Tensão de base em kV.

332  106
Zb   27,225
40  106
Então a nova reactância do transformador será:
2
U  S
X T ( pu ) novo  X T ( pu ) velho  velho  b,novo (25)
 U novo  Sb,velho
Onde:
XT(pu)novo - Reactância do transformador com nova base em pu;
XT(pu)velho - Reactância do transformador em pu;
Sb,novo - Potência aparente de base em MVA;
Sb,velho - Potência aparente do transformador em MVA;
Uvelho - Tensão do no secundário do transformador em kV.
Unovo - Tensão de base em kV.

Nguenhene, Dércio António 32


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EXTENSÃO DE 12 KM, A PARTIR DA NOVA SUBESTAÇÃO DE COSTA DO SOL

2
 33  40
X T ( pu ) novo  0,2   0,2 pu
 33  40
X T ( pu ) novo  0,2 pu

X T  Z b  jX T ( pu ) (26)

Onde:
XT(pu) - Reactância do transformador com nova base em pu;
XT - Reactância do transformador em Ω;
Zb - Impedância de base em Ω.
X T  27,225  j 0,2  j5,445

Quando ocorre um curto circuito tripolar franco no barramento 2, da figura 15 (longe da


fonte), a corrente de curto circuito subtransitória em kA usando a impedância equivalente
de Thevenin será:
Uf Uf
I f  I CC   (27)
Z Th Z L  X T
If ou ICC - Corrente de falta ou de corrente de curto circuito em kA.
Uf - Tensão de falta em kV;
XT - Reactância do transformador em Ω;
ZL - Impedância de linha em Ω.

Z L  2,93  j 4,132,   5,06554,7 o , 


33kV
I f  I CC   3,295  73o , kA
2,93  j 4,132  j5,445
Quando ocorre um curto circuito tripolar franco no barramento 1 (perto da fonte), a
corrente de curto circuito subtransitória em kA usando a impedância equivalente de
Thevenin será:
33kV
I f  I CC    j 6,06, kA  6,06  90o , kA
j5,445

SCC  3  U CC  I CC (28)

Nguenhene, Dércio António 33


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EXTENSÃO DE 12 KM, A PARTIR DA NOVA SUBESTAÇÃO DE COSTA DO SOL

Onde:

SCC - Potência aparente de curto circuito em MVA;

UCC - Tensão de falta em kV;

ICC - Corrente de falta ou de corrente de curto circuito em kA.

SCC  3  33 6,06  346,38 MVA

A corrente de impulso é:

I S    2  I CC (29)

Onde:

IS - é corrente de impulso em kA;

 - cifra de impulso (1,8).

I S  1,8  2  6,06  15,43 kA

A relação entre a corrente de curto circuito e nominal é:

I CC S CC
 (30)
IN SN

346,38MVA
 41,91
8,265MVA

Com o tempo de operação de 0,1 segundos, figura 21A em anexo:

I a    I CC (31)

Onde:

Ia - Corrente de corte em kA

Nguenhene, Dércio António 34


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I CC - Corrente de curto circuito em kA;

 - Valor aproximado 0,65 na figura 21A em anexo, depende da relação ICC/IN .

I a  0,65  6,06  4,0 kA

Corrente de serviço é: I S  144,6 A

No início da linha será protegida por um disjuntor tripolar de 33 kV, frequência de 50 Hz,
tipo SF6, montagem exterior, possuindo as seguintes características:

 Poder de fecho de 4,0 kA.


 Corrente nominal 150 A.

Os seccionadores no início da linha devem ter a mesma corrente nominal do disjuntor,


tripolar, tensão nominal de 33kV, 50Hz, com montagem exterior e corte visível.

No fim da linha segundo a equação 28 a potência de curto circuito é:

SCC  3  33  3,295  188,335 MVA


Segundo a equação 29 a corrente de impulso no fim da linha será:

I S  1,8  2  3,295  8,388 kA


Segundo a equação 30 a corrente de corte no fim da linha será:
188,335
 22,788
8,265
Com o tempo de operação de 0,1 segundos, na figura 21A em anexo. Usando a equação
31, resulta:

I a  0,65 3,295  2,142 kA

No fim da linha será protegida por um disjuntor tripolar de 33 kV, frequência de 50Hz,
tipo SF6, montagem exterior, possuindo as seguintes características:

 Poder de fecho de 2,142 kA.

Nguenhene, Dércio António 35


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 Corrente nominal 150 A.

Os seccionadores no fim da linha devem ter a mesma corrente nominal do disjuntor,


tripolar, tensão nominal de 33kV, 50Hz, com montagem exterior e corte visível.

A disposição do circuito com protecções será na figura 16:

Figura 16: Circuito equivalente com protecções da linha.

Legenda:
D1, D2 Disjuntores de média tensão SF6
S1, S2 Seccionadores no início da linha
S3, S4 Seccionadores no fim da linha

3.5.11. Cálculos mecânicos


O cálculo mecânico é essencial nas linhas aéreas de transmissão de energia eléctrica
de forma a serem asseguradas as condições de segurança bem como as condições de
estabilidade da linha. Neste projecto serão feitos os seguintes cálculos mecânicos:
 Determinação da tensão dos condutores;
 Cálculos dos esforços;
 Cálculos de flechas;
 Vão da linha;
 Distâncias regulamentares.

Nguenhene, Dércio António 36


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3.5.11.1. Tensão mecânica de segurança do condutor


Para encontrar as condições de segurança do condutor determina-se a carga e tensão
de segurança, com base nas características mecânicas do condutor. O condutor a ser
usado neste projecto (Mink) apresenta a carga de ruptura: 69,2kN, tabela 16A do anexo.

Tr
mr  (32)
g

Onde:

mr - carga de ruptura do condutor em kg;

Tr - Tensão de ruptura do condutor em kN;

g - Aceleração de gravidade em m/s2.

69,2kN
mr   7054,03kg
9,81m / s 2

mr
a  (33)
Cs

a
to  (34)
S

Onde:

a é a carga de segurança do condutor;

to é tensão de segurança do condutor;

C s  2,5 é o coeficiente de segurança (Segundo RSLEAT artigo 24);

S é a secção total do condutor.


7054,03
a   2821,612kg
2,5

2821,612
to   18,81kg / mm 2  184,53 Nmm 2
150,0

Nguenhene, Dércio António 37


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3.5.11.2. Cálculo das cargas no condutor


O cálculo da carga devida à acção do vento está definido no RSLEAT, em que é
considerado que o vento actua numa direcção horizontal e a força proveniente da sua
actuação é considerada paralela à direcção da sua velocidade. Esta carga é determinada
através da expressão 35:
  c  Pdq  d
Pvq  (35)
S
Onde:

Pvq , é a pressão do vento, em N/mm2m;


 , é o coeficiente de redução que traduz a variação de velocidade da actuação do vento
ao longo do comprimento do condutor; (0,6 para vento máximo, e 1,0 para vento
reduzido)
c, é o coeficiente de forma que traduz a influência da forma geométrica do elemento
exposto à acção do vento e da direcção do vento; (1,1 como 12,5mm  d  15,8mm [7])

Pdq , em pascal (Pa), é a pressão dinâmica do vento;


s , é a área da superfície batida pelo vento (secção longitudinal de área máxima, expressa
em m2).
Tabela 3: Pressão dinâmica do vento [7]

Pressão dinâmica máxima Pressão dinâmica do


Altura acima do solo Pdmax (Pa) reduzida Pdred (Pa)
(m) Vento máximo habitual Vento reduzido
 30 750,0 187,5
De 30 ate 50 900,0 225,0
Acima de 50 1050,0 262,5

Características da linha situada na zona litoral do país (Moçambique):


Vão: 70 m

Nguenhene, Dércio António 38


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Temperatura e pressão do vento, tabela 4:


Para os cálculos das tensões
 Na estação quente: t q  25o C Pdq  Pd max  750Nm 2

 Na estação fria: t q  10o C Pdf  Pdred  187,5Nm 2

Temperatura para o cálculo da


 Flecha máxima: t max  10o C Pd  0

 Flecha mínima: t max  60 o C Pd  0

Para vento reduzido a pressão devida à acção do vento na estação fria é:


0,6  1,1  187,5  13,82
Pvf   11,4 Nmm 2 m 1
150  10 3

Usando a tabela 4 e fórmula: na tabela do anexo 7A tem a formula abaixo:


Onde:
O peso próprio por unidade de secção e de comprimento: qo  3,46.102 Nmm 2 m1

q resf - Pressão reduzida por unidade de comprimento na estação fria;


2
qresf  qo2  Pvq2  (3,46.102 ) 2  (1,14.102 ) 2  13,2712.104 ( Nmm 2 m 1 ) 2

qresf  3,643.102 Nmm 2 m 1

Para vento máximo habitual a pressão devida à acção do vento na estação quente é:
0,6  1,1  750  13,82
Pvq   45,606Nmm 2 m 1
150.103
2
Usando a tabela 4: qresq  qo2  Pvq2  (3,46.102 ) 2  (4,5606.102 ) 2  32,771.104 ( Nmm 2 m 1 )

Onde:
q resq - Pressão reduzida por unidade de comprimento na estação quente;

qresq  5,725.102 Nmm 2 m 1

Nguenhene, Dércio António 39


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3.5.11.3. Cálculo do vão crítico


Para o cálculo do vão crítico usa-se os dados da tabela 4:

Tabela 4: Regime de temperatura [5]

Zona litoral Zona interior


Cálculo das Estação quente t q  25o C t q  20o C
tensões
Pdq  Pd max
2
qresq  qo2  Pvq2

Estação fria t q  10o C t q  5o C

Pdq  Pd max
2
qresf  qo2  P vf2

Cálculo da flecha Flecha máxima t max  60 o C t max  60 o C

Pd  0

Flecha mínima t max  10o C t max  5 o C

Pd  0

O vão critico determina-se pela seguinte expressão:

24   th  (t q  t f )
LCr   adm (36)
2
qresq  qresf
2

Em que:

 th : coeficiente de dilatação térmica, 19,1x10-6 oC-1


 adm  184,53Nmm2 : tensão admissível;

q resf - Pressão reduzida por unidade de comprimento na estação fria;

q resq - Pressão reduzida por unidade de comprimento na estação quente;

tq - é a temperatura na hipótese de verão (25ºC);

Nguenhene, Dércio António 40


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tf - é a temperatura na hipótese de inverno (10ºC).

Usando a expressão 36 pode-se calcular o vão crítico usando os dados acima:

24 19,1106  (25  10)


LCr  184,53  346,513 m
32,771.104  13,2712.104

Segundo [7], como LCr  L , pode-se concluir que o vão escolhido de 70 m está dentro

dos parâmetros estabelecidos pois é menor que vão crítico de 346,513 m.

3.5.11.4. Geometria da linha que liga SE11 e EL Macaneta


Considerando os condutores das linhas aéreas homogéneos, perfeitamente flexíveis e
inextensíveis, quando suspensos por dois dos seus pontos, apresentam como curva de
equilíbrio a catenária. Trata-se, no entanto, de uma aproximação. Na realidade, os
condutores não são perfeitamente flexíveis, são elasticamente deformáveis e encontram-
se sob acção de ventos irregulares, que lhes conferem uma dupla curvatura e
movimento. De acordo com a topologia do terreno que é plano de nível, os vãos poderão
ser apenas vãos em patamares.
a) Vão em patamar da linha

Como todo terreno que permite a ligação dos dois pontos deste projecto é plano de nível,
então, será usado apenas vão em patamar, com a disposição da figura 17:

Figura 17: Vão em patamar da linha


Nguenhene, Dércio António 41
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De uma forma aproximada pode resultar nas seguintes expressões:

X a2
Ya  (37)
2a

Onde:

Ya - flecha máxima;

Xa - Metade do vão total

a - é definido pelo quociente entre a tensão mecânica de montagem e o produto do


coeficiente de sobrecarga do estado de montagem pelo peso específico volumétrico do
condutor.
L
Xa  (38)
2

Onde:

L- Vão total (70 m)

3.5.11.5. Cálculo da flecha dos condutores


Com a equação de mudança de estado 39, pode-se determinar a tensão e tracção de
montagem:

qo2  a 2 m qa2  a 2 a
tm      ta (39)
24   th   m  th  E 24   th   a  th  E
2 2

Onde:

a - Vão ( a  70m );

E- Modulo de elasticidade (8,0.104 Nmm-2, para condutor Mink);

q o - O peso próprio por unidade de secção e de comprimento ( qo  3,46.102 Nmm 2 m1 )

 adm - Tensão admissível ( to   adm  184,53Nmm 2 );

Nguenhene, Dércio António 42


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tm - Temperatura para cálculo da flecha máxima ( t m  60 o C );

ta - Temperatura para cálculo da flecha mínima ( t a  10 o C )

q resq - Pressão reduzida por unidade de comprimento na estação quente;

qa  qresq  5,725.102 Nmm 2 m 1

Assim a tensão de montagem serão:

(3,46.102 ) 2  702 m (5,725.102 ) 2  702 184,53


60      10
24  19,1  10   m 19,1  10  80000 24  19,1  10  184,53 19,1  106  80000
6 2 6 6 2

60 m2  12796,87 1,528 m3 189,86 m2  1207,66 m2  10 m2

1,528 m3  967,8 m2 12796,87  0

 m  633,4Nmm 2

A tracção de montagem será dada pela equação 40:

Sm   m S (40)

Onde:

Sm - Tracção de montagem do condutor

S m  633,4  150  95,01kN

Para o vão em patamar a flecha dos condutores é determinada segundo a equação 41:

3
q  a 2  qo  a4
flecha  f m  o     (41)
8 m   m  384

Onde:

fm - Flecha máxima

Nguenhene, Dércio António 43


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a - Vão ( a  70m );

q o - O peso próprio por unidade de secção e de comprimento ( qo  3,46.102 Nmm 2 m1 )

 adm - Tensão admissível ( to   adm  184,53Nmm 2 ).

3
3,46  102  702  3,46  102  704
fm       0,643 m
8  633,4  633,4  384

3.5.11.6. Distâncias regulamentares


As distâncias regulamentares são calculadas segundo RSLEAT.

a) A distância entre os condutores e o solo segundo RSLEAT, determina-se usando a


equação 42:

Ds  6,0  0,005 U (42)

Onde:

U- tensão de nominal em kV;

Ds - Distância entre condutores e o solo em m.

Ds  6,0  0,005  33  6,165 m

Segundo RSLEAT, o valor mínimo da distância entre os condutores e o solo é de 6 m


por isso o valor calculado de 6,165 m, como é superior a 6 m é satisfaz a condição.

b) A distância entre os condutores e as árvores segundo RSLEAT, determina-se usando


a equação 43:

Dar  2,0  0,0075 U (43)

Onde:

U- tensão de nominal em kV;

Nguenhene, Dércio António 44


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Dar - Distância entre condutores e árvores em m.

Dar  2,0  0,0075 33  2,2475 m

Como a distância mínima dos condutores às arvores é de 2,5 m, segundo RSLEAT,


então, deve ser usado 2,5 m, pois é maior que a distância entre condutores e árvores
calculado.

c) A distância entre os condutores e os apoios, segundo RSLEAT, determina-se usando


as equações 44 e 45:

Para condutores nus em repouso:

Dap  0,10  0,0065 U (44)

Onde:

U- tensão de nominal em kV;

Dap - Distância entre condutores nus em repouso e apoios em m.

Dap  0,10  0,0065 33  0,3145 m

Para condutores nus desviados pelo vento:

Dapv  0,0065  U (45)

Onde:

U- tensão de nominal em kV;

Dapv - Distância entre condutores nus desviados pelo vento e apoios em m.

Dapv  0,0065 33  0,2145 m

Nguenhene, Dércio António 45


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Como segundo o RSLEAT, o valor mínimo da distância entre condutores nus e apoios é
de 0,15 m, então, usa-se 0,3145 m e 0,2145 m, valores calculados pois são superiores
aos mínimos considerados.

d) A distância entre os condutores e os edifícios, segundo RSLEAT, determina-se usando


a equação 46:

Ded  3,0  0,0075 U (46)

Onde:

U- tensão de nominal em kV;

Ded - Distância entre condutores e edifícios em m.

Ded  3,0  0,0075 33  3,2575 m

Como segundo o RSLEAT, a distância mínima entre condutores e edifícios é de 4 m,


então o valor a ser usado é de 4 m.

e) A distância entre os condutores e os obstáculos diversos, segundo RSLEAT,


determina-se usando a equação 47:

Dod  2,0  0,0075 U (47)

Onde:

U- tensão de nominal em kV;

Dod - Distância entre condutores e obstáculos diversos em m.

Dod  2,0  0,0075 33  2,2475 m

Como este valor não pode ser superior 3 m, segundo RSLEAT, então, a distância entre
condutores e obstáculos deve ser de 3 m.

Nguenhene, Dércio António 46


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3.5.11.7. Escolha dos apoios


Os apoios a usar neste projecto, são de betão, com uma altura de 12,5 m, de acordo
com as condições do local com solo húmido. O vão será de 70m, compactível com a
altura dos apoios. Assim, a quantidade total de apoios será:
l
NA  (48)
a
Onde:

N A - Número de apoios.

l - Comprimento da linha (12 000 m).

a - Vão (70 m).

12000
NA   171,43 apoios
70
Considerando amortizações por razões do relevo entre outros fenómenos decorrentes
durante a execução do projecto são necessários 175 apoios.

3.5.11.8. Encastramento dos apoios no solo


Os apoios serão implantados directamente no solo e atacados simplesmente com pedra
solta e areia, de modo a se garantir a sua perpendicularidade ao plano de nível mesmo
com esforços mecânicos que é sujeito. Recomenda-se a colocação de uma coroa de
pedras duras de dimensões convenientes (± 30 cm) na base do poste e outra no terço
superior da escavação devendo a altura destas coroas ser aproximadamente igual ao
diâmetro do poste. Assim o encastramento do apois será:
H
En   0,5 (49)
10
Onde:
H- é altura do poste que é de 12,5 m.
En - é profundidade de encastramento do poste em m.
12,5
En   0,5  1,75 m
10

Nguenhene, Dércio António 47


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EXTENSÃO DE 12 KM, A PARTIR DA NOVA SUBESTAÇÃO DE COSTA DO SOL

De acordo com a altura do apoio de 12,5 m a sua cova deve ser de 1,80 m para melhor
encastramento do apoio no solo, de acordo com a tabela 13A do anexo.
Para efeitos de protecção contra escalamento o apoio será envolvido com arame farpado
(mais ou menos 4 voltas) num pequeno troço a partir dos 5 metros do solo. Esta
sinalização indica o limite de segurança, bem como uma forma de impedir o escalamento
do apoio.

3.5.11.9. Cálculo das espias


Para o cálculo das espias pode-se obedecer a equação 50:
2H u
Es  (50)
3
Onde:
Es é a distância da base do poste até à base da espia;
Hu é a altura útil do apoio, que é calculada pela expressão 51:
H u  H  En (51)

H u  12,5  1,80  10,7m

2 10,7
Es   7,13m
3
O espiamento será feito por torçadas de 3 fios de arame galvanizado nº 8, ou equivalente
a uma distância de 7,13 m da base do poste. Os apoios de reforço também são uma
solução para apoios de fim de linha e apoios de ângulos.

3.5.11.10. Escolha de isoladores


Para montagem normal em alinhamento, tendo em conta as características tropicais das
regiões onde as linhas se vão desenvolver, foram adaptados isoladores rígidos de eixo
horizontal e de cadeia em amarração e suspensão, devido às facilidades de montagem,
que são STV-35 para 22/33 kV Eixo Horizontal, para alinhamento e isolador H.T. 1018
para fim de linha e ângulos.

Nguenhene, Dércio António 48


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3.5.12. PS novo
O mini PS é constituído por dois seccionadores e um disjuntor para se efectuar a
manobra. Deve se fazer uma vedação de segurança de acordo com as normas vigentes
no País e como é exterior deve se fazer uma base de pedras em todo o espaço vedado.
Na chegada há um pórtico com pára-raios e terra de proteção que permitem a finalização
da linha e ligação de seccionadores e disjuntor.
No local de montagem do PS, deve ser montado um poste de fim de linha que vai
suportar os esforços das linhas com respectiva espia, e este poste, deve localizar-se
próximo do pórtico que suporta os pára raios e isoladores de travessia.
No posto de seccionamento deverá ser estabelecida uma terra de protecção. A terra de
protecção deverá ser ligada às todas partes condutoras não activas, susceptíveis de
estarem sob tensão.

A secção mínima do condutor de terra em cobre, a ser ligada aos eléctrodos de terra de
deverá ser de 50 mm². Todos postes da linha em projecto devem possuir uma terra de
protecção usando se condutor de cobre de 16 mm2 de secção mínima.
A figura 18 mostra o pórtico na chegada do mini PS que permite efectuar a manobra,
para entrada do novo troço em funcionamento.

Nguenhene, Dércio António 49


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Figura 18: Pórtico de chegada no PS novo.

Legenda

1 Isoladores

2 Pára-raios

3 Ferragens

4 Link de terra

5 Saída para seccionador 3 (S3)


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3.6. Estimativa de custos do projecto


Para a realização do projecto deve se ter em conta os custos. A tabela a seguir resume
os custos aproximados do projecto.
Tabela 5: Estimativa de custos do projecto

Construção de uma linha de MT que alimenta EL Macaneta,


Nome:
numa extensão de 12 km apartir de SE11
Data: 01/07/2016 Local: Marracuene(EL Macaneta)
V. V.TOTAL
No DESIGNAÇÃO UN QTD UNIT.(MTN) (MTN)
1 Poste de Betão de 12,5 m 175
Un 43,634.55 7,636,046.25
2 Condutor Mink m 45000 67.28 3,027,600.00
3 Isolador de cadeia 33 kV Un 45 2,173.43 97,804.35
4 Pinça de amarração de 33 kV Un 45 906.75 40,803.75
5 Isolador de horizontal 33 kV Un 480 1,670.00 801,600.00
6 Pára-raios de 33 kV Un 3 8,014.39 24,043.17
7 Ligador paralelo Un 45 120.00 5,400.00

8 Cantoneiras 80x80x2,8 Un 525 4,290.00 2,252,250.00

9 Cantoneiras 40x40x0,98 Un 525 3,128.00 1,642,200.00

10 Perfil U para linhas de MT Un 525 3,150.00 1,653,750.00

11 Parafusos com porca M16 Un 525 235.05 123,401.25

12 Link de terra Un 8 812.12 6,496.96

13 Grampos de terra Un 20 97.23 1,944.60


14 Condutor nu de CU de 35 mm² m 400 256.05 102,420.00
15 Eléctrodo de terra de 2,5 m Un 128 659.41 84,404.48
Abraçadeiras para eléctrodos
16 de terra Un 48 71.09 3,412.32
17 União para eléctrodo de terra Un 48 227.36 10,913.28

18 Espia completa de MT Un 8 3,694.96 29,559.68


19 Espigão M16 Un 525 485.00 254,625.00

20 Seccionador 33 kV Un 4 40,542.32 162,169.28


21 Disjuntor SF6 33 kV Un 2 70794.62 141,589.24
TOTAL 17,948,399.00

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CAPITULO IV: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES


4.1. Conclusão
A linha deve transportar uma potência nominal de cerca de 8,265 MW, de acordo com a
carga nominal dos postos de transformação ligada à EL Macaneta, com um nível de
tensão de 33 kV. Actualmente a linha tem uma carga de pico de cerca de 6,86 MVA, que
corresponde a quase 83% da carga nominal dos postos de transformação ligados à rede.

A linha será protegida por um disjuntor tripolar de 33 kV, frequência de 50Hz, tipo SF6,
montagem exterior, possuindo as seguintes características: poder de fecho de 25,4 kA e
corrente nominal 150 A. Os seccionadores no início e fim de linha, devem ser tripolares,
com tensão nominal de 33 kV, uma frequência de 50 Hz, corrente nominal de 150 A e
com montagem exterior.

Na emissão a tensão deve ser de 33 kV com desfasamento de aproximadamente um


grau, para que na chegada haja um nível aceitável de queda de tensão de 2,22%. O
condutor a usar é ACSR “Mink”, com uma secção nominal de 150 mm2.

Com os parâmetros da linha de MT dimensionados, destaca-se que é possível alimentar


EL Macaneta, apenas a partir da linha dimensionada, em caso de avaria ou manutenção
na subestação de Marracuene, garantindo assim a continuidade de fornecimento de
energia eléctrica. Nota-se também que, a segunda alimentação de EL Macaneta permite
aumento de carga sem sobrecarregar a linha mesmo nas horas de pico, através da
capacidade das alimentações.

O posto de seccionamento, permite fazer manobrar para alimentar a carga nas horas de
maior demanda e desligar nas horas de menor consumo, garantindo-se assim a
alimentação racional dos consumidores.

Devido à predominância de planície em todo o percurso da linha do projecto, apenas é


considerado o vão em patamar nivelado. O vão máximo é de 70 metros, pois é inferior
ao vão critico, com flecha máxima de 0,643 metros. A tensão de montagem deve ser de
633,4 Nmm-2 e a tracção de montagem é de 95,01 kN.

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No local de montagem do PS, deve ser montado um poste de fim de linha que vai
suportar os esforços das linhas com respectiva espia, e este poste, deve localizar-se
próximo do pórtico que suporta os pára raios e isoladores de travessia. Na implantação
dos postes deve se considerar uma profundidade mínima de 1,75 m (recomenda -se 1,80
m neste projecto). O projecto tem um custo estimado em 17,948,399.00 Mts.

4.2. Recomendações
Toda a instalação deverá ser executada de acordo com os regulamentos vigentes no
país e em conformidade com as melhores regras de execução.

Tem que se ter sempre em conta que a secção dos condutores usado na EL Macaneta
suporta uma determinada quantidade de potência de transporte, neste caso, tem que se
ter sempre em conta esse limite de potência que a rede pode transportar, podendo se
projectar nova rede no futuro.

Nguenhene, Dércio António 53


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5. BIBLIOGRAFIAS
[1] A. A. Lobo, Manual de Transporte e Distribuição de Energia Eléctrica, FEUEM,
Maputo: 2011.

[2] Filipe J. P. Gonçalves. Projecto de execussão de linhas de media tensão. “Relatório


apresentado para a obtenção do grau de Mestre em Automação e Comunicações em
Sistemas de Energia”. ISEC: Coimbra, 2011.
[3] Solidal, Q. & Q. Guia Técnico. Solidal - Condutores Eléctricos, S.A., Quintas & Quintas
- Condutores Eléctricos, S.A, 10ª Edição, 2007.

[4] EDM-EP, Direcção de distribuição. Manual de montagem de linhas, julho, 2006.

[5] EDM-EP, Direcção de distribuição. Posto de transformação rural, julho, 2006.

[6] RODRIGUES, José e MATÍAS, José. Máquinas Eléctricas (Transformadores). Lisboa,


Didáctica Editora, 7a edição, 1995.

[7] Fischer, Frank. Universidade Eduardo Mondlane- Bases de cálculo para linhas
aéreas. Maputo, janeiro,1985.

[8] J. Duncan, M. G. Sarma, Power Systems Analysis and Design, Brooks/Coole: USA,
2002.

[9] Regulamento de segurança das linhas eléctrica de alta tensão.

[10] Regulamento de segurança de subestações e postos de transformação e de


seccionamento.

[11] Regulamento de segurança das redes de distribuição de energia eléctrica.

Nguenhene, Dércio António 54


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ANEXOS

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Tabela 6A: Composição dos cabos de alumínio com alma de aço ACS

Tabela 7A: Características mecânicas dos condutores alumínio-aço (ACSR)

PESO POR
UNIDADE DE
DESIGNAÇÃO MÓDULO DE COEFICIENTE CARGA DE
SECÇÃO DO ELASTICIDADE DE RUPTURA
CONDUTOR PO 2
E (KG/MM ) DILATAÇÃO (KG)
(KG/MM2M)
LINEAR (/ºC)

Squirrel 3.48*10-3 8*103 19.1*10-6 806

Ferret 3.48*10-3 8*103 19.1*10-6 1550

Mink 3.46*10-3 8*103 19.1*10-6 2223

Nguenhene, Dércio António B


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Tabela 8A: Capacidade de transporte em MW dos condutores ACSR a 33kV em função


do comprimento da linha

Tabela 9A: Momentos eléctricos dos condutores

Nguenhene, Dércio António C


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Tabela 10A: Flecha do condutor Mink

Nguenhene, Dércio António D


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Tabela 11A: Tensão mecânica do condutor Mink

Tabela 12A: Tracção do condutor Mink

Nguenhene, Dércio António E


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Tabela 13A: Profundidade de implantação dos postes (m)

Tabela 14A: Vãos máximos.

Tabela 15A: Características mecânicas dos condutores alumínio-aço (ACSR)

PESO POR
UNIDADE DE
DESIGNAÇÃO MÓDULO DE COEFICIENTE CARGA DE
SECÇÃO DO
ELASTICIDADE DE RUPTURA
CONDUTOR PO
E (KG/MM2) DILATAÇÃO (KG)
(KG/MM2M)
LINEAR (/ºC)

Squirrel 3.48*10-3 8*103 19.1*10-6 806

Ferret 3.48*10-3 8*103 19.1*10-6 1550

Mink 3.46*10-3 8*103 19.1*10-6 2223

Nguenhene, Dércio António F


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Tabela 16A: Secções nominais do condutor Mink

Nominal Number/diameter Area (mm2) Approx. Max.DC Nominal Weigth


Al (mm) Overal Resist breaking Kg/km
(mm2) Al Steel Al Steel Tot. Diameter At 20o Load
(mm2) KN
150 30/2.59 7/2.59 158.0 36.9 194.9 18.13 0.1828 69.2 726
150 18/3.35 1/3.35 158.7 8.80 167.5 16.57 0.1815 35.7 506

Figura 19A: Tipos de isoladores

Nguenhene, Dércio António G


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Figura 20A: Implantação dos apoios

Figura 21A: Grafico de relação entre Icc/In

Nguenhene, Dércio António H


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Figura 22A: Protecção contra escalamento

Nguenhene, Dércio António I


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Figura 23A: Poste de 33kV com isolamentos horizontais

Nguenhene, Dércio António J


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Figura 24A: Apoios de ângulos e profundidades dos apoios

Nguenhene, Dércio António K


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Figura 25A: Posto de transformação

Nguenhene, Dércio António L


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Anexo A: Trajecto da linha

Nguenhene, Dércio António M

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