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Acústica para Interiores

MATERIAIS DE REVESTIMENTO

AULA 03 Prof.: Cristian Roger Baima


Isolamento acústico

❑ Comportamento acústico dos Materiais


Qual o tipo de revestimento acústico escolher?
ISOLAR x ABSORVER

➢ Para termos conforto acústico adequado numa edificação, precisamos escolher


materiais que possuam propriedades acústicas que sejam capazes de isolar o som
dos ruídos aéreos externos ou entre os ambientes internos, que também podem ser
aéreos ou de impacto.

➢ Os materiais acústico precisam proporcionar qualidade sonora aos usuários em


termos de conforto. Este último tem por finalidade o equilíbrio das propriedades
sonoras dos materiais e dispositivos acústicos aplicados para determinação do
tempo de reverberação (T60) e qualificação da sala segundo diversos outros
parâmetros técnicos mais complexos.
Qual o tipo de revestimento acústico escolher?

➢ O campo sonoro de uma sala é composto pelo som direto, pelas primeiras
reflexões (early reflections) e reflexões tardias (late reflections) que formam o
campo reverberante, sendo estes componentes variáveis em função do tempo e
da frequência. O som direto chega da fonte ao receptor diretamente por via
aérea, Já o campo reverberante, é composto por sons que atingem o receptor
após as múltiplas reflexões nas superfícies da sala e de ângulos de incidência
diversos.
Comportamento dos Materiais Acústicos

QUANDO UMA ONDA SONORA INCIDE SOBRE UM OBSTÁCULO, ELA


GERA QUATRO SITUAÇÕES:

Parte dela é transmitida através do material


(via aérea);
Parte é propaganda através do material (via
sólida);
Parte é absorvida pelo obstáculo;
O restante é refletido para o ambiente de
origem da fonte.
Comportamento dos Materiais Acústicos

SE UM MATERIAL RETEM GRANDE QUANTIDADE DE


ONDAS SONORAS, TRANSFORMANDO-AS EM
ENERGIA TÉRMICA, PODEMOS DIZER QUE ELE TEM
BOA ABSORÇÃO SONORA.

SE O MATERIAL REFLETE GRANDE PARTE DA


ENERGIA SONORA INDICENTE, EVITANDO QUE ELA
SEJA TRANSMITIDA DE UM AMBIENTE PARA OUTRO,
CARACTERIZA-SE COMO UM BOM ISOLANTE
ACÚSTICO.
Comportamento dos Materiais Acústicos

MATERIAIS
 OS MATERIAIS TEM CARACTERÍSTICAS DISTINTAS EM FUNÇÃO DE SUAS DIMENSÕES,
DENSIDADES, RIGIDEZ ETC.

MATERIAIS ABSORVERDORES

MATERIAIS ISOLANTES
Comportamento dos Materiais Acústicos

MATERIAIS ABSORVEDORES
MATERIAIS MACIOS, POROSOS E FIBROSOS;

SÃO AQUELES QUE AO RECEBER O SOM NÃO O REFLETEM, MAS SIM OS ABSORVE;

GERALMENTE SÃO MAUS ISOLANTES;

NOS POROSOS: O SOM PENETRA NOS POROS ABERTOS E É REFLETIDO INÚMERAS VEZES, E CADA REFLEXÃO CORRESPONDE
A UMA ABSORÇÃO. Ex.: CARPETE.

NOS FIBROSOS: A ABSORÇÃO SE DÁ PELOS MOVIMENTOS DAS FIBRAS. Ex.: LÃ DE ROCHA.

PARTE DA ENERGIA SONORA ATRAVESSA O MATERIAL.


Comportamento dos Materiais Acústicos

MATERIAIS ISOLANTES
MATERIAIS RÍGIDOS, COMPACTOS E PESADOS;

SÃO AQUELES QUE AO RECEBER O SOM, DIFICULTAM A SUA PASSAGEM ATRAVÉS DOS FECHAMENTOS, REFLETINDO-O;

GERALMENTE SÃO MAUS ABSORVEDORES;

O SOM NÃO “ATRAVESSA” OS FECHAMENTOS; ESTES É QUE VIBRAM, COMPORTANDO-SE COMO FONTES SECUNDÁRIAS.

EXEMPLOS:

TIJOLO MACIÇO, PEDRA LISA, GESSO, MADEIRA E VIDRO COM ESPESSURA MÍNIMA DE 6mm.
Qual o tipo de
revestimento acústico
escolher?

Podemos dizer, então, que a onda


sonora incidente em um material
ou dispositivo acústico tem seu
comportamento influenciado pela
geometria e propriedades de
reflexão, absorção e difusão
sonora do mesmo.
Comportamento dos Materiais Acústicos
PAREDES DUPLAS
PAREDES DE :

PAREDE DUPLA DE 10cm COM GRANDE INTERVALO DE AR


ENTRE ELAS:
Comportamento dos Materiais Acústicos
PAREDES DUPLAS

Parede dupla de 10 cm cada + 10cm de


lã de vidro com 20kg/m² = 30 cm total

 Parede maciça de 30cm = pior q o


exemplo 1, e ainda muito mais pesada
e gastando + material
Capacidade de isolamento de algumas paredes:

Alguns exemplos de capacidade de isolamento de paredes:

- Parede de tijolo furado 25cm 40bB

- Parede de tijolo maciço 20cm 50dB

- Parede de tijolo maciço 10cm 45dB

- Parede de gesso (não é revestimento) 44dB*

(*) dois painéis de 12mm, com espaço de 5cm e lã de vidro no interior.  Lã de vidro
MATERIAIS DISPONÍVEIS PARA TRATAMENTO ACÚSTICO

CLASSIFICAÇÃO (função que pode desempenhar):

ISOLANTES

REFLETORES

DIFUSORES

ABSORVENTES
Coeficiente de absorção sonora ()
Relação entre a quantidade de energia sonora que é absorvida pelo material e aquela que
sobre ele incide (varia entre 0 e 1).

 = Ia / Ii
Onde:
Ia = intensidade sonora absorvida (W/m²)
Ii = intensidade sonora incidente (W/m²)

A absorção sonora total em uma sala pode ser expressa como:

A = S1a1+S2a2+..+Snan = Siai
Onde:
A = absorção na sala (m² Sabine)
Sn = área de superfície interna de determinado material “n” (m²)
Na = coeficiente de absorção de determinado material “n”
Material com  = 0,10 → absorve 10% da energia que
índice sobre ele.

Material muito reflexivo (por exemplo mármore


polido) →  quase nulo (0,01 ou 0,02).
ASPECTOS Os materiais ditos “absorvedores” têm  superior a 0,5
IMPORTANTES DE Às vezes, em catálogos, valores de  > 1,0 (valores
“A” irreais que se devem unicamente à metodologia da
sua determinação e que não devem ser usados em
cálculo)

O valor de  para um dado material varia com a


frequência do som incidente.
Coeficiente de absorção sonora ()

O  depende de vários fatores:

• Tipo de Material (meio) – densidade e estrutura interna


• Frequência da onda sonora incidente
• Ângulo de incidência da onda sonora
• Condições de montagem do material (espessura, modo de
fixação etc.)
Coeficiente
de
absorção
sonora ()
O  DEPENDE DE VÁRIOS FATORES:
MATERIAIS DE ABSORÇÃO SONORA
Os materiais e sistemas absorventes sonoros podem ser agrupados em três
categorias de acordo com suas características básicas (que têm
diferentes efeitos em gamas distintas de frequência):

▪ porosos e fibrosos (mais eficazes nas altas frequências);

▪ ressoadores (mais eficazes nas médias frequências);

▪ membranas (mais eficazes nas baixas frequências).


1 – Camada porosa sobre parede rígida

2 – Camada porosa sobre revestimento perfurado

3 – Placas acústicas perfuradas

4 – Placas acústicas estriadas

MATERIAIS DISPONÍVEIS PARA TRATAMENTO


ACÚSTICO
5 – Membrana vibrante sobre estrutura de madeira

6 – Placas de ressonância de Helmholz

7 – Placas de ressonância com fendas

MATERIAIS DISPONÍVEIS PARA TRATAMENTO


ACÚSTICO
TIPOS DE MATERIAIS
ABSORVENTES
MATERIAIS POROSOS E FIBROSOS
BASEIA-SE NA EXISTÊNCIA DE CAMINHOS ABERTOS.

 FIBRAS SOLTAS E AFASTADAS → POUCA ENERGIA PERDIDA EM CALOR

 FIBRAS CONCENTRADAS → NÃO HAVERÁ PENETRAÇÃO NO MATERIAL E O MOVIMENTO DO


AR NÃO GERARÁ FRICÇÃO SUFICIENTE PARA SER EFICAZ

ENTRE ESTES DOIS EXTREMOS ESTÃO OS BONS MATERIAIS ABSORVEDORES SONOROS

A SUA EFICÁCIA DEPENDE ESSENCIALMENTE DA DENSIDADE E DA ESPESSURA


MATERIAL
POROSO
ESPUMAS
 A energia acústica incidente entra pelos poros e é
parcialmente dissipada, transformando-se em
energia térmica, principalmente por reflexões
múltiplas e por atrito viscoso entre o ar no interior
dos poros e a estrutura do material.
 A espuma acústica está entre os absorvedores
sonoros mais usados para adequar a reverberação
do som e aprimorar o conforto acústico de um MATERIAL
POROSO
ambiente.
MATERIAL
FIBROSO
TECIDOS E CORTINAS – depende do peso específico, do franzido
com que cobrem a superfície e da distância à parede.

MASSAS POROSAS (granulados minerais jateados) – massas

MATERIAIS: específicas de 150 (+/-15)kg/m³ e têm um excelente comportamento


acústico.

FIBRAS MINERAIS – lã de rocha, lã de vidro etc. Varia em função do

- FIBROSOS
efeito da sua espessura, densidade e largura. A densidade indicada
entre 40 a 100 kg/m³.

MATERIAIS PLÁSTICOS – poliuretano expandido, poliestireno


expandido ou espumas flexíveis de poliuretano.
- POROSOS AGLOMERADOS DE CORTIÇA – aglomerado composto (espessura de
3 a 6 mm) ou aglomerado negro (espessura de 20 a 40 mm).

ALGOMERADO DE FIBRAS DE MADEIRA E DE COCO – ainda não há


estudos sobre esses materiais.
COEFICIENTE DE ABSORÇÃO EM MATERIAIS
POROSOS E FIBROSOS

MATERIAIS:

- FIBROSOS

- POROSOS
MATERIAIS: POROSOS E FIBROSOS
FORMADA POR SÍLICA E SÓDIO AGLOMERADOS
POR RESINA SINTÉTICA.

A ONDE ENTRA EM CONTATO COM A LÃ E É


RAPIDAMENTE ABSORVIDA.

- É leve e de fácil manipulação;


- É incombustível, não propaga chamas LÃ DE VIDRO
- Não deteriora;
- Não favorece a proliferação de fungos e
bactérias;
- Não compromete o desempenho em relação à
maresia;
- Não é destruída pela ação de roedores.
LÃ DE PET
FIBRAS ORIGINADAS DE BASALTO
AGLOMERADO COM RESINA SINTÉTICA.

A LÃ DE ROCHA PODE SER APLICADA EM


FORROS, DIVISÓRIAS, EM DUTOS DE AR
CONDICIONADOS, EM TUBULAÇÕES COM

LÃ DE
BAIXAS, MÉDIAS E ALTAS TEMPERATURAS DE
50° C A 750° C.

ROCHA
É UM MINERAL DA FAMÍLIA DAS MICAS.
AO SE SUBMETER A ALTAS TEMPERATURAS
(CERCA DE 1000°C) SE EXPANDE ATÉ 20x
DO SEU VOLUME ORIGINAL, DEIXANDO
UM GRANDE VAZIO EM SEU INTERIOR.
O MERCADO OFERECE A VERMICULITA EM
FORMA DE PLACAS E BLOCOS OU EM
FORMA DE CONCRETO LEVE DE
VERMICULITA EXPANDIDA.
VERMICULITA
MATÉRIA PRIMA NATURAL E RENOVÁVEL.

FIBRA DE
COCO
MISTURA DE FIBRA COM AGLOMERADO
DE CORTIÇA EXPANDIDO PARA
APLICABILIDADE DE ISOLANTE TÉRMICO E
SONORO.
AGLOMERADO DE CORTIÇA EXPANDIDA
FIBRA DE
COCO
FIBRA DE
BANANEIRA
FIBRA DE
DENDÊ
FIBRA NATURAL: SISAL
RETALHOS DE TECIDOS
REDUÇÃO DA REVERBERAÇÃO INTERNA - MUSGO
MATERIAIS DE
ABSORÇÃO
SONORA
MATERIAIS DE ABSORÇÃO SONORA
❑ ESPUMA ACÚSTICA PERFILADA

Este material poroso utiliza o princípio das


cunhas anecóicas para multiplicar a área de
absorção, possuindo elevada absorção
acústica. A geometria de sua superfície
possibilita um ótimo condicionamento
acústico pelo aumento da área efetiva de
absorção sonora. A distribuição deste tipo de
material no ambiente, seja em superfícies de
teto ou paredes, tem por finalidade o
controle da reflexão sonora, sendo sua
propriedade de absorção sonora variável
em função das diferentes espessuras.
MATERIAIS DE ABSORÇÃO SONORA
❑ ESPUMA ACÚSTICA PLANA

A espuma acústica de superfície lisa é um


revestimento acústico poroso que pode ser
aplicado em ambientes onde seja necessário
diminuir o ruído, as reflexões internas e melhorar o
conforto acústico. O material é fabricado com
uma camada de espuma antichama e pode ter
uma manta isolante intermediária, atendendo a um
melhor desempenho acústico, especialmente em
termos do isolamento sonoro. Mas para obter-se
bom isolamento acústico, esse material em geral é
combinado com um sistema construtivo eficiente
que vai além de uma aplicação de revestimento
nas paredes ou teto interno.
MATERIAIS DE ABSORÇÃO SONORA
❑ BAFFLES DE TETO

Os baffles são geralmente aplicados em ambientes de grande dimensão e pé-direito, como


aeroportos, instalações industriais, auditórios, teatros, dentre outros. Este sistema também
apresenta grande vantagem como elemento decorativo, podendo ter seu formato e cores
personalizados.
MATERIAIS DE ABSORÇÃO SONORA
❑ BAFFLES DE TETO
MATERIAIS DE ABSORÇÃO SONORA
❑ BAFFLES DE TETO
MATERIAIS DE ABSORÇÃO SONORA
❑ NUVEM ACÚSTICA

Painéis tipo nuvem, assim como os baffles de teto,


podem ser utilizados para aumento da área de
absorção no ambiente, uma vez que as nuvens
podem ser sobrepostas umas às outras. Além de
possuírem duas faces disponíveis para absorção,
diferentemente dos forros convencionais, as nuvens
se bem espaçadas otimizam a quantidade de
material necessário para se chegar ao mesmo
resultado acústico. São painéis acústicos
compostos por lã mineral ou sintética revestidas em
tecido, ou ainda pelos materiais porosos
MATERIAIS DE ABSORÇÃO SONORA
❑ NUVEM ACÚSTICA

Sistema ao qual funciona as nuvens, podemos ver a absorção dos ruídos e sons,
impossibilitando grande reverberação.
MATERIAIS DE ABSORÇÃO SONORA
❑ NUVEM ACÚSTICA
MATERIAIS DE ABSORÇÃO SONORA
❑ CUBOS ACÚSTICOS
MATERIAIS DE ABSORÇÃO SONORA
❑ CILINDROS ACÚSTICOS
RESSONADORES
RESSONADORES Sistema de funcionamento do painel
ressonador.
SÃO PAINÉIS PERFURADOS ONDE O AR PASSA PELOS ORIFÍCIOS E
PERDE ENERGIA NA CÂMARA INTERNA.

PAINÉIS
RESSONADORES

▲Painéis ressonadores de
Helmholtz
Os ressoadores podem funcionar através de um
painel perfurado a alguma distância de um
elemento de suporte, vertical ou horizontal rígido.

RESSONADORES

O aumento da taxa de perfuração aumenta a


eficácia até atingir o seu máximo, cerca dos 25%. A
partir desse valor, o comportamento do painel fica
controlado pelo efeito de porosidade do material
absorvedor no interior.
RESSONADORES
RESSONADORES
PAINÉIS RESSONADORES
PAINÉIS RESSONADORES
PAINÉIS RESSONADORES

PAINÉIS RESSONADORES FORMADOS POR


TIJOLOS DE VÁRIOS FUROS E COBOGÓS.
PAINÉIS RESSONADORES
COMO REDUZIR O RUÍDO DE IMPACTO –
O FAMOSO TOC TOC ENTRE LAJES

 Ruídos aéreos ou ruídos


estruturais.

 O ruído de impacto é
geralmente produzido por
vibrações nos elementos da
edificação, como pisos, paredes,
cobertura etc. Deste modo, o
ruído de impacto pode ser
produzido por um simples
caminhar de uma pessoa sobre o
piso ou um prego sendo afixado
na parede.
COMO REDUZIR O RUÍDO DE IMPACTO –
O FAMOSO TOC TOC ENTRE LAJES

▪ O bom dimensionamento da laje é uma das principais formas de


minimizar a transmissão de ruídos entre um pavimento e outro. De modo
geral, quanto mais espesso é esse elemento estrutural, melhor o isolamento
acústico obtido.
▪ Basicamente, o método implica em colocar uma base elástica sob um
contrapiso para amortecer os impactos. Essa técnica pode ser
empregada em qualquer piso, desde que o contrapiso tenha rigidez
satisfatória para não quebrar.
▪ lã de vidro, lã de rocha, EPS, dentre outros. “O material mais utilizado é o
polietileno expandido, que tem a vantagem de ser barato – custa cerca
de R$ 3,00m² a R$ 5,00m²”
COMO REDUZIR O RUÍDO DE IMPACTO – O FAMOSO
TOC TOC ENTRE LAJES

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