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Clementina Marcelo

João Elias Niquisse


Moguene Filipe Janga
Roberto Fernando Bié
Silvério Maximino Pacala

Dimensionamento de um sistema de biomassa autónomo na produção de energia


eléctrica para alimentar a sala de informática, na universidade Púnguè.

(Licenciatura em ensino de Física com habilitações em Energias Renováveis)

Universidade Púnguè
Chimoio
2021
Clementina Marcelo
João Elias Niquisse
Moguene Filipe Janga
Roberto Fernando Bié
Silvério Maximino Pacala

Dimensionamento de um sistema de biomassa autónomo na produção de energia


eléctrica para alimentar a sala de informática, na universidade Púnguè.

(Licenciatura em ensino de Física com habilitações em Energias Renováveis)

Projecto de Estagio Profissional em


Energias Renováveis de carácter avaliativo
a ser apresentado no Departamento de
Ciências exactas e tecnologias, Delegação
de Manica na cadeira de Estagio
Profissional em Energias Renováveis e
Habilidades em Energia renováveis.
Orientador: Eng. Sidónio Mabunda.

Universidade Púnguè
Chimoio
2021
Índice
i. Lista de abreviaturas............................................................................................................ v

ii. Resumo ............................................................................................................................... vi

CAPÍTULO I– INTRODUÇÃO................................................................................................. 7

1. Introdução............................................................................................................................ 7

1.2. Tema ................................................................................................................................ 8

1.3. Delimitação do tema .................................................................................................... 8

1.3.1. Delimitação Espacial ............................................................................................ 8

1.3.2. Delimitação contextual ......................................................................................... 8

1.4. Justificativa da escolha do tema................................................................................... 8

1.5. Problematização ........................................................................................................... 9

1.6. Hipóteses ...................................................................................................................... 9

1.7. Objectivos .................................................................................................................... 9

1.7.1. Objectivo Geral..................................................................................................... 9

1.7.2. Objectivos específicos .......................................................................................... 9

1.8. Metodologia ............................................................................................................... 10

1.8.1. Técnicas de recolha de dados ............................................................................. 10

CAPÍTULO II-REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................ 11

2. Energias da Biomassa........................................................................................................ 11

2.2. Disponibilidade dos combustíveis lenhosos nas florestas Moçambicanas ................ 11

2.3. Uso da biomassa como fonte de energia .................................................................... 12

2.4. Biomassa de origem Florestal .................................................................................... 13

2.5. Lenha e carvão vegetal............................................................................................... 13

2.6. Caracterização geral do biogás .................................................................................. 14

2.7. Etapas de produção de biogás .................................................................................... 14

2.7.1. Hidrólise e Acidogénese ..................................................................................... 14

2.7.2. Acetogénese ........................................................................................................ 14


2.7.3. Metanogénese ..................................................................................................... 14

2.8. Detalhamento do Projecto .......................................................................................... 15

2.8.1. Dimensionamento do Sistema de Biodigestão ................................................... 15

2.8.2. Materiais Necessários ......................................................................................... 17

2.8.3. Instalação do Biodigestor ................................................................................... 17

2.8.4. Metodologia de montagem ................................................................................. 18

2.8.5. Critérios Económicos ......................................................................................... 18

2.8.6. Critérios Ambientais ........................................................................................... 18

2.9. DIMENSIONAMENTO DO ESTUDO DO CASO...................................................... 19

2.9.1. Determinação do consumo energético ................................................................ 19

2.9.2. Dimensionamento do biodigestor........................................................................... 19

2.9.3. Produção de Biogás ............................................................................................ 21

2.9.4. Selecção do Gerador ........................................................................................... 21

2.9.5. Análise económica .............................................................................................. 21

2.9.6. Custo de Instalação ............................................................................................. 22

2.11. Esquema do projecto .............................................................................................. 22

2.12. Cronograma ............................................................................................................... 23

2.13. Orçamento .............................................................................................................. 23

CAPITULO III ......................................................................................................................... 24

3. Conclusões ........................................................................................................................ 24

4. Bibliografia........................................................................................................................ 25
Índice de tabelas

Tabela 1: Quantidade de material para produzir 〖1m〗^3 de biogás ................................................. 16

Tabela 2:Dimensoes do biodigestor ...................................................................................................... 17


Tabela 3: Potência requerida ................................................................................................................. 19
Tabela 4: dimensionamento do biodigestor........................................................................................... 20
Tabela 5: Equipamentos necessário e especificações............................................................................ 22
Tabela 7: Cronograma ........................................................................................................................... 23

Índice de figuras

Figura 1: Lenha........................................................................................................................ 13
Figura 2: Biodigestor ................................................................................................................ 15
Figura 3: Dimensões do biodigestor ......................................................................................... 17
Figura 4: Dimensionamento do biodigestor ............................................................................. 20
Figura 5: Esquema do projecto ................................................................................................. 22
v

i. Lista de abreviaturas

%- Percentagem;

EDM- Energia de Moçambique;

- Dióxido de carbono;

Quilo;

W- Watts

- Metano;

- Hidrogénio
vi

ii. Resumo

Com o crescente aumento do consumo de energia, surgiu a necessidade de novas fontes


energéticas. Uma das opções com grande possibilidade de crescimento é a utilização da
biomassa para gerar energia eléctrica. Este trabalho apresenta um estudo em geração de
energia a partir de biomassa e suas possíveis fontes energéticas, dando destaque as fontes
moçambicanas. São apresentadas as principais fontes, com o intuito de comparar o potencial
energético e sua abundância no Moçambique.

Com o intuito da diversificação da matriz energética moçambicana, foi realizado um estudo


de caso que utiliza esterico de suíno para geração de energia eléctrica em um biodigestor
modelo canadense. Posteriormente, foi realizada uma análise de viabilidade técnica e
económica para a implantação de usinas biomassa.

Palavras-chave: Energia, Biomassa, Biodigestores, Geração de energia, Análise económica,


Análise ambiental.
7

CAPÍTULO I– INTRODUÇÃO
1. Introdução
O consumo de energia está rapidamente crescendo em vários países em desenvolvimento no
mundo, promovendo o crescimento da economia, melhorando o nível de conforto das
populações e satisfazendo suas necessidades e aspirações. Independentemente da origem, um
aumento incontrolável no consumo energético pode resultar em impactos globais
desfavoráveis em termos de deterioração do meio ambiente, aumento dos preços dos
derivados de petróleo e de outros combustíveis fósseis, aumento da desigualdade económica e
social entre países ricos e pobres, e uma consequente instabilidade no mundo financeiro
(NOGUEIRA, 2004).
Grande parte do aumento da utilização de energia em países em desenvolvimento pode ser
atribuída ao crescimento das áreas urbanas e industriais. As áreas rurais raramente recebem a
atenção que merecem. A utilização local e integrada de fontes de energias renováveis oferece
as melhores oportunidades para a energização de áreas rurais isoladas de países em
desenvolvimento. Algumas vantagens dessa utilização podem ser descritas como: melhoria
geral nas condições de vida dos habitantes locais, criação de novos postos de trabalho,
diminuição do êxodo rural, diminuição da dependência de combustíveis importados, auto-
suficiência energética, melhoria no balanço comercial do país, interiorização do
desenvolvimento, melhoria da utilização e manejo de resíduos animais e agrícolas,
conservação do meio ambiente devido à diminuição do uso de combustíveis fósseis,
desenvolvimento e crescimento económico para aproximadamente dois bilhões de pessoas no
mundo (cerca de 30% da população actual) (NOGUEIRA, 2004).
As propriedades rurais são caracterizadas pelas grandes distâncias existentes entre elas, baixa
concentração de cargas, alto custo de implantação da energia eléctrica convencional e baixo
retorno relativo para as concessionárias. Nas áreas rurais, a densidade de cargas pode ser
menor que 30 W por quilómetro quadrado [5]. Independentemente de a área ser urbana,
suburbana ou rural, a carga eléctrica é função do tipo de consumidores, quantidade dos
mesmos por unidade de área, potência dos equipamentos eléctricos que são utilizados, tempo
de utilização, etc (NOGUEIRA, 2004).
Este capítulo apresenta alguns parâmetros referentes à utilização das cargas eléctricas e
algumas necessidades energéticas comuns em áreas rurais (NOGUEIRA, 2004).
8

1.2.Tema

O presente projecto remonta sobre o Dimensionamento de um sistema de biomassa autónomo


na produção de energia eléctrica para alimentar a sala de informática, na universidade Púnguè.

1.3.Delimitação do tema
1.3.1. Delimitação Espacial

Este trabalho foi produzido no Campus da Universidade Pedagógica, no Bairro Heróis


Moçambicanos na Cidade de Chimoio Província de Manica, no laboratório de física. O estudo
abrangeu o Departamento de eneria renovaveis , em particular na área de producao de energia
, por estar ligado a este assunto. Esta projecto pode ser usada em qualquer Zona, distrito,
Província ou em todos os Países do Mundo, sobretudo aos amantes de energia electirca.

1.3.2. Delimitação contextual


O tema enquadra-se nas cadeiras de Electrónica Básica, Energias Renováveis, Electricidade e
Magnetismo, e energia renováveis. O tema em questão pode ser usado, pela sociedade que
usam a energia com a finalidade de garantir a produção de energia eléctrica.
1.4.Justificativa da escolha do tema

A política de produção de energia em Moçambique se baseia muitos nas fontes hídrica e


fotovoltaico para a obtenção de energia eléctrica nas comunidades regista subidas notáveis,
para isso é necessário que a comunidade tenha informação relativa a economia da energia em
cada momento que estes pretenderem utilizar, deste modo a iluminação fonte hídrica tem sido
uma das maiores aplicações da energia eléctrica nas zonas urbanos, com uma dificuldade
muito grande para as zonas recondidas, onde as biomassa ocupa a maior parte do nosso pais
como isto pode se produzir a energia eléctrica em comum desde tanta urbano com rural como
nas vias públicas e outros edifícios de interesses comercial.

A principal motivação para o desenvolvimento deste trabalho foi no interesse de proporcionar


formas de aproveitar biomassa com bases científica a produção de energia eléctrica para
fornecer no laboratório de física se depender de ED de Moçambique, usa os resíduos.
9

1.5.Problematização

No contexto tecnológico das energias renováveis, há dificuldade de geração permanente da


energia eléctrica, para que haja uma geração efectiva da energia eléctrica no laboratório de
física se depender da rede eléctrica moçambicana é necessário que haja uma fonte de energia
eléctrica partindo da biomassa. O laboratório localizada província de Manica na Chimoio
bairro heróis moçambicano no campus da universidade Púnguè, que pretendemos dimensionar
não tem acesso a corrente eléctrica autónoma.

Em Moçambique falar de energia eléctrica não em novidade para alguns, actualmente é uma
tendência no cenário mundial, a maior parte da população moçambicana pouco adquire a essa
do mesmo devido a custos relativamente elevados, assim a pouca massa populacional que tem
acesso a essa energia, tem de gastar valores relativamente elevados para a aquisição desse
sistema para a sua residência.

Após uma reflexão a cerca do tema, surge a seguinte questões de pesquisa:


“Até que ponto o uso de um sistema de produção de energia eléctrica partir de biomassa
pode permitir o acesso de energia eléctrica numa residência sem acesso da mesma?”

1.6.Hipóteses
 Com o uso da fonte biomassa na produção de energia espera se a redução de
adiamento da realização das experiencias no laboratório de física na falta da energia
eléctrica no local.
 É provável que com a implementar e materializar do projecto no local pode beneficiar
a instituição no total no abastecimento de energia eléctrica.
1.7.Objectivos
1.7.1. Objectivo Geral
 Dimensionamento de um sistema de biomassa autónomo na produção de energia
eléctrica para alimentar a sala de informática, na universidade Púnguè.
1.7.2. Objectivos específicos
 Determinação do consumo energético e explicar o princípio de funcionamento do
dispositivo;
 Identificar os materiais necessários para a montagem de ponte móvel;
 Dimensionamento de um sistema de biomassa autónomo.
10

1.8.Metodologia
1.8.1. Técnicas de recolha de dados

As técnicas usadas para a recolha de dados foi por observação, entrevista e revistas
bibliográficas.

Como técnica de recolha de dados, será usada a observação, que é, segundo LAKATOS e
MARCONI (2003,p.190) ―uma técnica de coleta de dados para conseguir informações e
utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas
em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos que se desejam estudar‖.
Tendo em conta que existem vários tipos de observação, o autores optaram em utilizar a
observação participante assim como não participante.

Na observação não-participante, o pesquisador toma contacto com a comunidade, grupo ou


realidade estudada, mas sem integrar-se a ela, permanece de fora. Presencia o facto, mas não
participa dele; não se deixa envolver pelas situações; faz mais o papel de espectador.
LAKATOS e MARCONI (2003)

Esta técnica foi usada pelo autores quando leccionava a matéria em questão, nos alunos onde
detetou a dificulidade e tambem será usada no grupo de controle. No grupo expermental será
usada observação participante que segundo Mann ( apud LAKATOS; MARCONI
,2003,p.194) é uma ―tentativa de colocar o observador e o observado do mesmo lado,
tomando-se o observador um membro do grupo de molde a vivenciar o que eles vivenciam e
trabalhar dentro do sistema de referência deles‖.

Usando o método entrevista obtivemos as informações através de perguntas feitas ao


Engenheiro Chin.

No método por revisão literária, usamos alguns artigos relacionados com o tema.
11

CAPÍTULO II-REFERENCIAL TEÓRICO


2. Energias da Biomassa

Biomassa é todo recurso renovável oriundo de matéria orgânica (de origem animal ou vegetal)
que pode ser utilizada na produção de energia. Cardoso (2012) ―tem como grandes vantagens
seu aproveitamento directo por meio da combustão em fornos, fogões, caldeiras e também a
redução de impactos ambientais‖, a biomassa representa cerca de 80% das necessidades
energéticas do país e este valor é ainda superior nas zonas rurais NORIS (2017).

Os diversos países têm recorrido a fontes renováveis de energia para mitigar os efeitos
nocivos ao ambiente gerado pelos gases oriundos da queima de combustíveis fósseis
CHALUFE (Apud REGUEIRA, 2010). Essa intensificação por fontes renováveis se dá pelo
motivo de reposição natural enquanto as renováveis sofrem esgotamento.

Nessa perspectiva lenha e o carvão são os combustíveis predominantes para as actividades


domésticas onde o uso deste recurso não é sustentável, porque a taxa de abate é inferior a taxa
de reflorestamento.

A utilização de combustíveis da biomassa sólida (lenha e carvão) é uma das alternativas


energéticas mais antigas e difundidas da humanidade para a cozedura de alimentos MORAES
et all (Apud CAZULE: 2013).

2.2.Disponibilidade dos combustíveis lenhosos nas florestas Moçambicanas

A floresta desempenha um papel muito importante, quer na vertente económica assim como
ambiental, não apenas para Moçambique onde grande parte da população vive nas zonas
rurais e depende desta para a sua alimentação, medicamentos, materiais para construção das
suas residências, etc., mas para o mundo no seu todo, pois para além dos recursos que esta
oferece também ajuda na manutenção e/ou manutenção da qualidade de ar (ISAIAS, 2010).

O combustível lenhoso continuará a ser a principal fonte de energia para as famílias pobres no
futuro próximo e uma fonte de geração de rendimentos (MAGANE, 1999).

Em Moçambique tem-se observado um uso intensivo de recursos florestais para fins


energéticos. Estima-se que 80% da energia consumida no País seja obtida da floresta (Manso
e DIMANDE, 1996) e98% dos produtos florestais obtidos anualmente sejam destinados à
produção de lenha e carvão vegetal (CHAPOSA, 2000).
12

2.3.Uso da biomassa como fonte de energia


O desenvolvimento da civilização está atrelado ao consumo de energia exercido pelo homem.
Desde os primórdios, quando o homem descobriu o fogo e começou a utilizar sua energia para
cocção de alimentos e outros fins, esta energia tem sido obtida através de actividades
extractivistas, aproveitando-se assim dos recursos da natureza. Este processo era realizado
sem quaisquer preocupações com\ os impactos que poderiam advir de sua execução, pois se
acreditava que os recursos naturais e os combustíveis fósseis foram fontes abundantes de
energia, sem previsão de esgotamento (CARDOSO & Prof. Jorge Luiz do Nascimento,
FEVEREIRO de 2012).
Contudo, desde a metade do século XX este cenário está em transformação. A evolução dos
processos industriais e o desenvolvimento da sociedade acarretam em um aumento
sistemático da demanda de energia e, devido a este fato, a comunidade mundial começou a
perceber os impactos de um consumo descontrolado destes recursos. Foi constatado que a
grande maioria dos insumos energéticos utilizados na produção de energia em grande escala
possui reservas finitas. Estes aumentos de demanda agregados às limitações das reservas
fizeram com que as perspectivas de duração das fontes de energia predominantes se tornassem
reduzidas (CARDOSO & Prof. Jorge Luiz do Nascimento, FEVEREIRO de 2012).

Outra acção que mudou consideravelmente o cenário de produção de energia ocorreu ao final
do século XX com a implantação de legislações ambientais em diversos países. A
preocupação em se preservar o meio ambiente para as gerações futuras, discutindo-se
questões tais como o aquecimento global e as emissões de carbono, passou a ser um tópico de
destaque em qualquer projecto de geração de energia (CARDOSO & Prof. Jorge Luiz do
Nascimento, FEVEREIRO de 2012).
13

2.4.Biomassa de origem Florestal


A biomassa energética florestal é definida como produtos e subprodutos dos recursos
florestais que incluem basicamente biomassa lenhosa, produzida de forma sustentável a partir
de florestas cultivadas ou de florestas nativas, obtida por desflorestamento de floresta nativa
para abertura de áreas para agro-pecuária, ou ainda originada em actividades que processam
ou utilizam a madeira para fins não energéticos, destacando-se a indústria de papel e celulose,
indústria moveleira, serrarias etc (CARDOSO & Prof. Jorge Luiz do Nascimento,
FEVEREIRO de 2012).

2.5.Lenha e carvão vegetal


A lenha é definida como ramos, troncos, achas (tora de lenha, cavaca) de madeira tosca ou
quaisquer pedaços de madeira que podem ser utilizados como combustível. No Brasil, ela
participa com cerca de 10% da produção de energia primária e continua tendo grande
importância na matriz energética do país. Em relação a sua composição a lenha possui de 41%
a 49% de celulose, de 15% a 27% de hemicelulose e de 18% a 24% de lignina e seu poder
calorífico inferior médio é de 3100 Kcal/Kg (CARDOSO & Prof. Jorge Luiz do Nascimento,
FEVEREIRO de 2012).

Figura 1: Lenha

Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br
A produção de lenha pode ser dividida em dois segmentos: a lenha catada e a lenha produzida
para fins comerciais. A lenha catada proveniente de matas nativas parecia uma fonte
inesgotável desta biomassa, contudo a forma predatória com que a mesma foi explorada
causou problemas críticos em diversas regiões do país (CARDOSO & Prof. Jorge Luiz do
Nascimento, FEVEREIRO de 2012).
14

Várias regiões onde existiam abundantes coberturas florestais passaram a conviver com a
degradação do solo, a alteração no regime das chuvas e consequente desertificação.
(CARDOSO & Prof. Jorge Luiz do Nascimento, FEVEREIRO de 2012).
Tais resíduos podem ter um aproveitamento energético. Para a lenha catada, de uso
residencial, é considerada uma densidade com valor médio de 300 Kg/m³ e, para a lenha
comercial, a densidade de 390 Kg/m³ (BEN 2011).
2.6.Caracterização geral do biogás
O biogás, uma forma limpa e renovável de energia, poderia muito bem ser um substituto na
produção de energia. O biogás apresenta normalmente a seguinte composição: metano (55-
65%), dióxido de carbono (35-45%), azoto (0 -3%), hidrogénio (0-1%), e sulfureto de
hidrogénio (0-1%), COELHO et al., 2006 (apud (MOÇO, 2014).
Devido ao seu elevado teor de metano, resultante da degradação biológica na ausência de
oxigénio molecular, o biogás é uma fonte atraente de energia, apesar de ter um teor energético
inferior ao gás natural, que é constituído por cerca de 90-95% de metano.
A redução do teor em sulfureto de hidrogénio diminui a agressividade do biogás, em termos
de detioração do equipamento de queima. A redução do teor em água que contribui para
melhorar a combustão. O biogás tem um poder calorífico de cerca de 5 ⁄ .
(MOÇO, 2014).
2.7.Etapas de produção de biogás
A digestão anaeróbia baseia bactérias na total ausência de oxigénio, sendo estes: (MOÇO,
2014).
2.7.1. Hidrólise e Acidogénese
A matéria orgânica e convertida em moléculas menores pela acção de bactérias:
 Fermentativas- transformam produtos anteriores em ácidos solúveis e álcoois.
 Hidroliticas- transformam proteínas em peptídeos e aminoácidos; polissacarídeos em
monossacárideos.
2.7.2. Acetogénese
 Ácido acético;
 Hidrogénio;
 Hidróxido de Carbono.
2.7.3. Metanogénese
15

As bactérias metanogénicas transformam o hidrogénio ( ), o ácido acético e o dióxido de


carbono em metano ( ). Estas bactérias são extremamente sensíveis a mudanças do meio
tais como pH ou temperatura.
2.8.Detalhamento do Projecto
Esta proposta de projecto utiliza o modelo de biodigestor canadense por possuir a tecnologia
mais moderna e construção mais simplificada. Para implantação do biodigestor devem ser
analisadas três coisas para escolha do local de implantação: fácil acesso ao local de acumulo
de resíduos, fácil acesso aos locais de aplicação do biofertilizantes e proximidade ao local de
uso do biogás (JUNQUEIRA, 2014).
O biodigestor deve ficar em um local de fácil acesso e não muito distante, pois isso implica
dificuldades para operação do mesmo. O sistema de geração de energia deve ficar protegido e,
mantendo distâncias seguras em relação ao biodigestor. O local de implantação do biodigestor
deve ser exposto ao sol (JUNQUEIRA, 2014).

Figura 2: Biodigestor

Fonte: Manual de Treinamento em Biodigestão 2008.

2.8.1. Dimensionamento do Sistema de Biodigestão

É recomendado, pelo Manual de Treinamento em Biodigestão, que o biodigestor fique situado


à uma distância de, no mínimo, 15 metros de qualquer edificação, como medida de segurança.
O modelo detalhado neste trabalho será com único estágio, alimentação continua e sem
agitação, do modelo canadense e segue as instruções contidas no Manual de construção do
biodigestor rural.
Pode−se estimar o tamanho do biodigestor pela equação:

Onde
16

V B é o volume do biodigestor em metros cúbicos (m3),


V C o volume da carga diária, os dejectos e água, em metros cúbicos por dia (m3/dia) e THR o
tempo de retenção, é o tempo necessário para que a matéria orgânica seja fermentada, é dado
em dias.
O volume de alimentação do biodigestor depende de qual matéria orgânica será utilizada.
Para esse cálculo devemos saber a média de produção de matéria orgânica e a quantidade de
água necessária para preparação da carga do biodigestor (OLIVER et al.,2008).

A produção do metano começa a se processar depois de 20 dias. A quantidade de metano


cresce até o trigésimo dia, após esse perídio começa a decrescer e ocorre o período de
fermentação que dura cerca de 90 dias. Costuma−se dimensionar biodigestores para um
tempo de retenção de 5 a 6 semanas (OLIVER et al., 2008).
A quantidade de material para produzir 1 de biogás é dada na Tabela 1.
Material Quantidade (kg)
Esterico fresco de vaca 25
Esterico seco de galinha 16
Esterico de suíno 12
Resíduos agrícolas 25
Lixo 20

Tabela 1: Quantidade de material para produzir de biogás

Fonte: (CARDOSO & Prof. Jorge Luiz do Nascimento, FEVEREIRO de 2012).

As dimensões do biodigestor podem ser definidas de acordo com a Tabela 2

Volume Profundidade Comprimento Largura Comprimento Largura


Superior Superior Inferior Inferior
(C-1) (L-1) (C-2) (L-2)

m M M m m
3,0 1,0 3,5 1,2 3,0 0,7
7,0 1,0 6,0 2,5 4,8 0,8
15,0 1,4 7,0 2,5 5,5 1,0
17

20,0 1,5 8,0 3,0 6,0 1,0


30,0 1,5 10,0 3,5 8,0 1,5
Tabela 2:Dimensoes do biodigestor

Fonte: (OLIVER et al., 2008).

A caixa de carga pode ser um tonel de plástico ou um tanque de concreto, dependendo do


volume de carga diária. Não é recomendado o uso de tonéis de metal por enferrujarem
rapidamente. A caixa de descarga pode ser utilizada como armazenamento de biofertilizantes;
recomenda-se dimensiona-lá para suportar três vezes o volume da carga diária (OLIVER et
al., 2008).

Figura 3: Dimensões do biodigestor

Fonte: (NOGUEIRA, 2004).

2.8.2. Materiais Necessários


Segundo (OLIVER et al., 2008), os materiais necessários para a construção do biodigestor são
listados abaixo:
 Tonel de plástico com volume igual ao VC;
 Manta plástica de revestimento PVC flexível 1,0 mm;
 Manta plástica de cobertura PVC flexível 1,0 mm;
 Tubulação de PVC 150 mm branca para entrada de dejectos e saída de
biofertilizantes;
 Tubulações e conexões PVC 40 mm para água marrom para condução do biogás;
 Caixa de alvenaria ou fibra para armazenamento do biofertilizante.
2.8.3. Instalação do Biodigestor
De acordo com o (OLIVER et al., 2008), os procedimentos para instalação do biodigestor são:
 Escavar um buraco no solo, com as medidas definidas no projecto de
dimensionamento;
18

 Escavar outro buraco, maior que o primeiro, na saída do biodigestor para acomodar o
tonel ou caixa de saída de biofertilizantes;
 Abrir a manta plástica de PVC sobre o buraco;
2.8.4. Metodologia de montagem
 Colocar tubos e colar as mangas da manta no biodigestor;
 Fixar o perímetro da manta plástica, enterrando-o, ou com selo d’água;
 Instalar a tubulação de biogás;
 Iniciar a carga.

Na instalação, é de grande importância que a campânula do biodigestor esteja completamente


selada, que é o local de armazenamento do biogás. Para que esse processo seja garantido,
pode-se enterrar as bordas da manta de PVC ou utilizar um selo d’água, que é um pequeno
tanque d’água que deve circundar o biodigestor, e a manta de cobertura do biodigestor, ficará
presa no fundo do tanque, com a água selando a câmara (JUNQUEIRA,2014).
2.8.5. Critérios Económicos
Os critérios económicos escolhidos para avaliação são Payback, VPL e TIR. Eles serão
relatados individualmente e ao final será feita uma análise comparativa, utilizando os mesmos
critérios, das usinas biomassa, fotovoltaicas e de um investimento em poupança. As
definições dos critérios são:
 Payback: Relaciona o tempo de retorno do capital investido. É a relação entre os
custos de investimento na tecnologia e o lucro obtido a partir do tipo de geração a ser
analisado.
 VPL: É a valorização do dinheiro com o tempo. Relaciona a diferença entre os fluxos
de caixa futuros trazidos a valores presentes.
 TIR: É a Taxa Interna de Retorno. É a taxa de desconto que zera o VPL dos fluxos de
caixa de um projecto.
2.8.6. Critérios Ambientais
Os critérios ambientais escolhidos para avaliação são os emissores de gases poluentes e área
ocupada. Eles serão relatados individualmente e ao final será feita uma análise comparativa
utilizando os mesmos critérios, das usinas biomassa e fotovoltaicas. As definições dos
critérios são:
• Emissões de gases poluentes: Referente à taxa de emissão de na geração de energia
biomassa.
19

2.9.DIMENSIONAMENTO DO ESTUDO DO CASO


2.9.1. Determinação do consumo energético

Considerando que a sala de informática alberga normalmente estudantes em tempo regular de


aulas e os equipamentos eléctricos básicos encontrados na sala pode se estimar um gasto
energético como ilustrado na tabela abaixo:

Equipamento Potencia Quantidade Potencia Horas de uso Consumo


eléctrico consumida consumida energético
(horas)
por unidade (Wh)
(W)
(W)

Ac 2000 2 4000 8 32000

Carregador 390 12 8190 8 37440


de
Computador

Maquina 480 1 480 1 480


impressora

Lâmpadas 36 4 144 8 1152

Consumo Energético Total 71 072

Tabela 3: Potência requerida

Fonte: Autores e Engenheiro Chin.


2.9.2. Dimensionamento do biodigestor
Para o dimensionamento do biodigestor, serão seguidas as etapas abaixo:
 Determinar as dimensões do biodigestor;
 Cálculo do volume de carga (VC);
 Cálculo do volume de desjeitos de suíno;
 Determinar a área necessária a ser plantada;
 Cálculo do volume de biogás obtido;
 Determinar a quantidade de energia produzida.

Utilizando os dados da Tabela 5, pode-se determinar as dimensões do biodigestor.


20

Para o volume de 30m3, podemos definir a profundidade, o comprimento e a largura. As


dimensões definidas do biodigestor podem ser observadas na Tabela (2), e na Figura 2.
Volume 30

Profundidade 1,5 m
Comprimento Superior 8m

Comprimento Inferior 3,5 m

Largura Inferior 1,5 m

Tabela 4: dimensionamento do biodigestor

Fonte: Autores

Figura 4: Dimensionamento do biodigestor

Fonte: (NOGUEIRA, 2004).


Como o abastecimento do biodigestor acontecerá diariamente, seu tamanho deve armazenar
apenas a carga diária. Sendo assim, o Volume da carga (VC), será definido como a carga
diária total em metros cúbicos. O tempo de retenção (THR) foi definido anteriormente como 6
semanas. Para estimar o Volume de carga (VC), os cálculos podem ser observados a equação
abaixo:

O VC deve ser calculado 10% a mais para casos de variação de carga. Portanto, o
VC que deve ser utilizado para cálculos da quantidade de resíduos é calculado na Eq. (4.2).

0, 64286/0, 3 = 2, 1428m3/dia = 2.142, 8kg/dia


21

Volume(mensal) = V olume(diário)30 = = 64, 286 /mês = 64.286kg/mês

A fim de estimar a dimensão da área plantada, foi feito um estudo da produtividade agrícola
da cana-de-açúcar entre 1975 e 2012 baseado em dados de CTC, Unica, Canab, IBGE e Mapa
apud Brasil. A série para a produtividade em toneladas de cana por hectare (t/ha) é anual.
Estes dados podem ser observados na Figura. Este estudo de caso leva em consideração a
maior safra de cana-de-açúcar mostrada na Figura, de acordo com os dados. Para uma
plantação fictícia contendo 1 hectare(ha) em áreas plantadas, podemos estimar 80 toneladas
de cana-de-açúcar entre os anos de 2009 a 2010. A Eq. (4.7)
Calcula o tamanho da área plantada necessária para abastecer o biodigestor.

2.9.3. Produção de Biogás


A partir dos dados calculados no item anterior, pode se obter a quantidade de biogás que será
produzida utilizando a Tabela 4, onde, se mostra que 25 kg de resíduos agrícolas produzem
1m3 de biogás. A Eq.4.8 mostra o cálculo da produção mensal de biogás.

( )
( ) ( )

2.9.4. Selecção do Gerador


Utilizando os dados da Tabela 3, sabe-se que o poder calorífico do bagaço da cana-de-açúcar
é de 2130kcal/m3. Se para cada 1kcal/m3 de resíduo tem-se um potencial de energia de 0,
001163kW.h, podemos produzir 2, 74kWh para cada m3 de bagaço da cana.
Para o volume mensal de biogás encontrado na Eq. 4.8, pode-se calcular a
Quantidade de energia produzida.

( )( )

2.9.5. Análise económica


Para determinar os custos iniciais considera-se os preços de materiais e equipamentos
necessários para implantação do biodigestor e, ainda, os custos para obtenção da biomassa
22

necessária para o projecto. Os valores envolvidos nos cálculos foram levantados após uma
análise de mercado.

2.9.6. Custo de Instalação


Os dados utilizados para o cálculo do custo do biodigestor e grupo gerador foram estimados
com base em pesquisas e comparação de pelo menos três empresas que comercializam estes
tipos de materiais.
2.10. Equipamentos necessário e especificações
Material Especificações
Gerador eléctrico de biomassa Capacidade: 15 kW
Tensão: ⁄
Tipo de saída: AC trifásica
Frequência nominal ( ): 50
Biodigestor Tipo: Canadense
Volume:
Tipo de esterico Esterico de suíno
Tabela 5: Equipamentos necessário e especificações

Fonte: Autores

2.11. Esquema do projecto

Figura 5: Esquema do projecto

Fonte: autores
23

2.12. Cronograma
O projecto segue o seguinte curso das actividades cronológico:
Período de realização de Tipo de actividades e Pessoas envolvidas/
actividades objectivos Executores das actividades
Fevereiro Recolha de dados na Engenheiro Chin e Autores
Universidade Púnguè. do projecto.
Com objectivo de obter a
potência dos equipamentos
existentes na sala de
informática.
Março Escolha de local para a Autores e 4 auxiliares na
montagem do biodigestor; e escavação.
inicio da fase de produção de
gás.
Abril Nas primeiras semanas; Autores.
verificação da produção do
biogás e avaliar a qualidade
do biogás.
Maio Instalação de todo sistema Autores.
completo para o uso e de
energia.
Tabela 6: Cronograma

Fonte: Autores
2.13. Orçamento
O projecto em curso apresenta a seguinte tabela orçamental:
Materiais Valores monetários (USD)
Equipamentos do biodigestor e instalação 7 000
Gerador eléctrico 5 000
Projectos e montagem 2 000

Total 14 000
Tabela 8: Orçamento
Fonte: Autores
24

CAPITULO III
3. Conclusões
A geração de energia eléctrica a partir do biogás gerado por biodigestores é viável
economicamente e ambientalmente, principalmente para o consumo próprio, desde que o
proprietário já possua o resíduo e tenha que investir apenas na usina biomassa. A utilização
desta tecnologia pode gerar uma renda extra e contínua para o produtor, além de promover um
ciclo de produção dentro da propriedade com a utilização do biofertilizante, aumentando
assim o potencial produtivo.
Como forma de aproveitar uma fonte de energia renovável, pode-se utilizar biodigestores em
propriedades rurais, sendo que existem tipos diferentes, onde a utilização de cada um depende
da localização geográfica, tipo de resíduo que será utilizado e beneficio que apresenta.
Levando em conta os ganhos ambientais, o biodigestor é um excelente método de tratamento
de resíduo, propiciando um desenvolvimento sustentável e contínuo, desde que o mesmo seja
dimensionado de forma correta e eficiente.
São inegáveis os benefícios ambientais da exploração da biomassa como insumo energético,
porém, atrelado a este fato, deve ser verificado um modelo competitivo deste aproveitamento
junto ao sector eléctrico. Outra grande vantagem do uso da biomassa para este fim é que torna
o sector eléctrico mais robusto em termos das mudanças internacionais do sector de petróleo e
das variações cambiais.
25

4. Bibliografia
1. CARDOSO, B. M., & Prof. Jorge Luiz do Nascimento, D. P. (FEVEREIRO de 2012).
Uso da Biomassa como Alternativa Energética. RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL.

2. JUNQUEIRA, S. Geração de energia através de biogás proveniente de esterco bovino:


estudo de caso na fazenda aterrado. Universidade do Rio Janeiro, Departamento de
Engenharia Mecânica DEM/POLI/UFRJ, Rio de Janeiro, 2014. 22, 26

3. MOÇO, E. A. (2014). Projeto de uma unidade produtora de biogás. Escola Superior


de Tecnologia de Tomar.

4. NOGUEIRA, C. E. (2004). DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS INTEGRADOS.


FLORIANÓPOLIS.

5. OLIVEIRA, R. D. et al. Geração de energia eléctrica a partir do biogás produzido pela


fermentação anaeróbia de dejectos em abatdouro e as possibilidades no mercado de
carbono. Tese (Doutorado) — UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, 2009. 31
6. OLIVER, A. d. P. M. et al. Manual de treinamento em biodigestão. Instituto de
Estúdios Del Hambre. Bahia, p. 23, 2008. 23, 24, 25, 35

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