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MONOGRAFIA

Wailate Gento Amisse Canela

Licenciatura em Engenharia Electrónica e Telecomunicação

Universidade Jean Piaget de Moçambique

Beira

2022
MONOGRAFIA

Wailate Gento Amisse Canela

Licenciatura em Engenharia Electrónica e Telecomunicação

Universidade Jean Piaget de Moçambique

Beira

2022
DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA MICRO-ONDAS PARA DISTRIBUIÇÃO DE
SINAIS DE TV DIGITAL USANDO O SOFTWARE RÁDIO MOBILE E GOOGLEEARTH

CASO DE ESTUDO VILA MUNICIPAL DE GORONGOSA

Wailate Gento Amisse Canela

_____________________________________

Beira, aos _____de_______________de 2022

Memória monográfica apresentada à Universidade Jean


Piaget de Moçambique como parte dos requisitos para
obtenção do grau de licenciatura em Engenharia
Electrónica e de Telecomunicações.

Orientador:

Eng. Bernardo Afonso Nhavoto

Universidade Jean Piaget de Moçambique

Beira

2022
Índice

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS .............................................................................. i

DECLARAÇÃO DO AUTOR .................................................................................................ii

DECLARAÇÃO DO ORIENTADOR ...................................................................................iii

DEDICATÓRIA ...................................................................................................................... iv

AGRADECIMENTOS ............................................................................................................. v

RESUMO.................................................................................................................................vii

ABSTRACT ...........................................................................................................................viii

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO .............................................................................................. 1

1.1 Estrutura do trabalho ......................................................................................................... 2

1.2 Justificativa ....................................................................................................................... 2

1.3 Problematização ................................................................................................................ 3

1.4 Delimitação ....................................................................................................................... 4

1.5 Objectivo Geral ................................................................................................................. 4

1.5.1 Objectivos Específicos ................................................................................................... 4

1.6 Hipóteses ........................................................................................................................... 5

1.7 Metodologia ...................................................................................................................... 5

CAPÍTULO II: FUNDAMENTOS TEÓRICOS ................................................................... 6

2.1 Transmissão Digital Terrestre (TDT) ............................................................................... 6

2.1.1. Redes de Televisão ....................................................................................................... 7

2.2 Padrões de TDT ................................................................................................................ 9

2.2.1 Padrão Escolhido pelo Moçambique (DVB-T2) ......................................................... 11

2.2.1.1 Diferenças de Padrões digital com DVT-T............................................................... 12

2.2.1.2 Comparação com outros padrões .............................................................................. 13

CAPÍTULO III: SISTEMAS DE RÁDIO ENLACE .......................................................... 14

3.1 Breve histórico de Rádio Enlace ..................................................................................... 14


3.2 Rádio Enlace ................................................................................................................... 15

3.3 Enlaces de Fibra Óptica .................................................................................................. 16

3.4 Comparação da viabilidade técnica e económica da fibra e rádio .................................. 18

3.5 Sistema de Rádio ............................................................................................................ 19

3.5.1. Topologia de enlaces de rádios ................................................................................... 19

3.5.2 Antena .......................................................................................................................... 21

3.5.2.1 Nível de Sensibilidade .............................................................................................. 22

3.5.2.2 Faixa de Frequência .................................................................................................. 23

3.5.3 Aplicação da faixa do espectro .................................................................................... 24

3.5.4 Zona de Fresnel ............................................................................................................ 24

3.5.5 Atenuação .................................................................................................................... 26

3.5.5.1 Atenuação no Espaço livre ....................................................................................... 26

3.5.5.2 Atenuação devido a chuva ........................................................................................ 26

3.5.5.3 Atenuação devido a atmosfera .................................................................................. 27

3.6 Rádio Mobile e Google Earth ......................................................................................... 27

3.6.1 Google Earth ................................................................................................................ 28

3.6.1.1 Recursos que a Google Earth oferece para viabilidade de enlace ............................ 29

3.6.2 Rádio Mobile ............................................................................................................... 29

3.6.2.1 Recursos que a Rádio Mobile oferece para viabilidade de enlace ............................ 30

CAPITULO IV: DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA MICRO-ONDAS PARA


EXPANSÃO DE SINAIS DE TV DIGITAL ........................................................................ 31

4.1 Dimensionamento Sistemas de rádio .............................................................................. 31

4.1.1 Redes ............................................................................................................................ 32

4.1.1.1 Perfil topográfico entre as estações........................................................................... 32

4.2 Dimensionamento do sistema ......................................................................................... 33

4.2.1 Link I – Beira à Dondo ................................................................................................ 35

4.2.2 Link II: Dondo ao monte Xiluvo ................................................................................. 35


4.2.3 Link III: Monte Xiluvo à Gorongosa ........................................................................... 36

4.5 Apresentação discussão dos resultados .......................................................................... 37

Conclusão ............................................................................................................................. 38

Bibliografia .......................................................................................................................... 39
Lista de figuras

Figura 1: Arquitectura Genérica de Transmissão Digital Terrestre. ......................................... 7


Figura 2: Estrutura base de uma Estação Filiar. (Fonte: Autor) ................................................ 8
Figura 3: Estação Retransmissora (Fonte: Autor) ..................................................................... 8
Figura 4: Modelo de referência ISO de TV digital. (Fonte: Autor, adaptado de GANCHAR et
all, 2011) ..................................................................................................................................... 9
Figura 5: Mapa da Adopção dos Sistemas de Padrão Digital no Mundo até 2020. ................ 11
Figura 6: Arquitectura FTTx (Fonte: LOPES, 2011) .............................................................. 17
Figura 7: Sistema de Rádio Enlace. (Fonte: CARVALHO e BADINHAS, 2011) ................. 19
Figura 8: Topologia ponto-a-ponto. (Fonte: Autor, adaptado de CARVALHO e BADINHAS,
2011) ......................................................................................................................................... 20
Figura 9: Topologia ponto multiponto. (Fonte: Autor) ........................................................... 20
Figura 10: Diagrama de irradiação de uma antena direcional RD-5G30 com a polarização
Vertical e Horizonta. (Fonte: Rádio mobile) ............................................................................ 21
Figura 11: Polarização de Ondas Electromagnética. (Fonte: UTUARI, 2016) ....................... 22
Figura 12: Espetro electromagnetico de Frequência. (Fonte: CARVALHO e BADINHA, 2011)
.................................................................................................................................................. 23
Figura 13: A relação da Frequência com a distância (MARTINS, 2016) ............................... 24
Figura 14: Elipsoide de Fresnel (Fonte: MARTINS, 2016) .................................................... 25
Figura 15: Atenuação causada pela atmosfera em relação a frequência. (Fonte: MARTINS,
2016) ......................................................................................................................................... 27
Figura 16: Página Inicial de Google Earth. (Fonte: Google Earth) ......................................... 28
Figura 17: Tela Inicial Rádio Mobile Interface SRTM (Fonte: Rádio Mobile) ...................... 30
Figura 18: O número de rede necessário para a difusão do sinal. (Fonte: Autor) ................... 32
Figura 19: Perfil topográfico entre a estação da Beira e Dondo (Fonte: Google Earth) ......... 32
Figura 20: Perfil topográfico entre a estação do Dondo e Xiluvo (Fonte: Google Earth) ....... 33
Figura 21: Perfil topográfico entre a estação do Xiluvo e Gorongosa. (Fonte: Google Earth)
.................................................................................................................................................. 33
Figura 22: Descrição dos terminais e os pontos de distribuição do sistema. (Fonte: Rádio
Mobile) ..................................................................................................................................... 34
Figura 23: Análise e simulação do link I. (Rádio Mobile) ...................................................... 35
Figura 24: Análise e simulação do link II. (Rádio Mobile)..................................................... 36
Figura 25: Análise e simulação do link III. (Rádio Mobile) ................................................... 36
Lista de tabela

Tabela 1: Taxa por resolução (Fonte: Autor) .......................................................................... 10


Tabela 2: Comparação dos modos disponíveis em DVB-T e DVB-T2. (Fonte: Autor) ......... 12
Tabela 3: comprovação de viabilidade dos enlaces. ................................................................ 37
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

DVB-T2 Digital Video Brodcasting – Terrestre 2


SADC Comunidade de Desenvolvimento da África Austral
TVM Televisão de Moçambique
TV Televisão
INCM Instituto Nacional de Comunicações
TDT Transmissão Digital Terrestre
OFDM Orthogonal Frequency Division Multiplexing
CFDM Code Orthogonal Frequency Division Multiplexing
ATSC Advanced Television Systems Committe
ISDB Integrated Services Digital Broadcast ing
DMB Digital Multimedia Broadcast ing
UIT União Internacional das Telecomunicações
VHF Very High Frequence
UHF Ultra High Frequence
SHF Super High Frequence
MPEG-2 Moving Pictures Experts Group
QAM Quadrature amplitude modulation
TMT Transporte, Multiplexação e Transmissão
SRTM Shuttle Radar Topography Mission.
ISSO International Organization for Standardization
ISM Indistrial Scientific and Medical
QPSK Quadrature Phase Shift Keying
QoS Qualidade do Sinal
AAC Advanced Audio Coding
HDTV High definition television
LDTV Low Definition Television
EDTV Enhanced Definition Television
SDTV standard-definition television

i
DECLARAÇÃO DO AUTOR

Eu, Wailate Gento Amisse Canela autor da monografia intitulado Dimensionamento de um


sistema micro-ondas para distribuição de sinais de TV digital usando Software Rádio Mobile e
Google Earth, orientado pelo engenheiro Bernardo Afonso Nhavoto, declaro que esta
monografia foi levado a cabo de acordo com os regulamentos da universidade Jean Piaget de
Moçambique e em particular das normas orientadoras de preparação e elaboração da
Monografia, emanadas pelo Departamento de Altos Estudos e Formação Avançada. A
monografia é original, esta monografia não foi apresentado em nenhuma instituição de ensino
superior nacional ou estrangeiro. Nenhuma parte desta monografia deverá ser produzido sem
permissão do autor ou da universidade Jean Piaget de Moçambique.

Beira, aos _____ de ______________ de 2022

______________________________________

(Wailate Gento Amisse Canela)

ii
DECLARAÇÃO DO ORIENTADOR

Eu, Bernardo Afonso Nhavoto declaro ter orientado o estudante Wailate Gento Amisse
Canela, do curso de Engenharia Electrónica e de Telecomunicações na elaboração da
monografia com o título Dimensionamento de um sistema micro-ondas para distribuição de
sinais de TV digital usando Software Rádio Mobile e Google Earth, e reconheço a submissão
do mesmo para a sua avaliação.

Beira, aos _____ de ______________ de 2022

______________________________________

(Bernardo Afonso Nhavoto)

iii
DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia a minha família pela fé e confiança demonstrada. Aos meus amigos
pelo apoio incondicional; Ao orientador pela paciência demonstrada no decorrer do trabalho; E
por fim a todos que de alguma forma tornaram este caminho mais fácil de ser percorrido.

iv
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiro a Deus por ter-me mantido na trilha certa durante o processo com saúde
e forças para chegar até o final. Aos meus pais Gento Amisse Canela, Natália António Assamo
e Maria Manuel Muleva pelo apoio e incentivo que serviram de alicerce para as minhas
realizações.

As minhas irmãs Rassula Canela, Zamahala Canela e Alicia Canela pela amizade e atenção
dedicadas quando sempre precisei.

Ao meu professor orientador Bernardo Nhavoto e ao coordenador António Filipe pelas


valiosas contribuições dadas durante todo o processo.

Agradeço à minha namorada Inês Raul Luís que sempre esteve ao meu lado durante o meu
percurso acadêmico. A todos os meus amigos do curso de graduação que compartilharam dos
inúmeros desafios que enfrentamos, sempre com o espírito colaborativo.

Também quero agradecer à Universidade Jean Piaget de Moçambique e o seu corpo


docente que demonstrou estar comprometido com a qualidade e excelência do ensino.

v
“Suba o primeiro degrau com fé. Não é necessário que você veja toda a escada. Apenas dê o
primeiro passo.”

Martin Luther

vi
RESUMO

A televisão é uma das principais formas de entretenimento da população. Além disso, a


televisão funciona como um importante factor de integração social, fazendo da televisão um
transporte de informação capaz de formar opiniões. A presente pesquisa foi elaborada para
fornecer um mecanismo de auxílio à expansão de serviços de retransmissão terrestre da
televisão digital, propondo uso de sistema de micro-onda para distribuição de sinal de TV como
uma solução que junta o baixo custo e o alto desempenho. O objectvo desta pesquisa é
demostrar o uso de sistemas de rádio enlaces para expansão do sinal de TV digital terrestre na
Província de Sofala como caso de estudo Vila Municipal da Gorongosa e analisar a viabilidade
técnica e económica. Para alcançar esses objectivos, utilizou-se o método de pesquisa
exploratório para levantamento de informação, revisão bibliográfica para conteúdos relevantes
para a elaboração do sistema de distribuição digital terrestre por micro-onda e o uso de
ferramentas computacionais para dimensionamento e análise de sistema de micro-onda. É
descrita a tecnologia escolhida em Moçambique para televisão digital terrestre (DVB-T2),
assim como a vantagem de sistema DVB-T e a fundamentação teórica para dimensionamento
de enlace de rádio, os parâmetros usados nas simulações são baseados nas especificações de
equipamentos reais utilizados na distribuição de Televisão Digital.

Palavras-chave: Rádio Enlaces, DVB-T2, Televisão Digital Terrestre, Rádio Mobile, Google
Earth.

vii
ABSTRACT

Television is one of the main forms of entertainment for the population. Furthermore, television
works as an important factor of social integration, making television a transport of information
capable of forming opinions. The present research was designed to provide a mechanism to aid
the expansion of terrestrial digital television relay services, proposing the use of a microwave
system for TV signal distribution as a solution that combines low cost and high performance,
The aim of this research is to demonstrate the use of rádio link systems to expand the digital
terrestrial TV signal in Sofala Province as a case study Vila Municipal da Gorongosa and
demonstrate the technical and economic feasibility. To achieve these objectives, an exploratory
research method was used to gather information, a bibliographic review for relevant content for
the elaboration of the terrestrial digital distribution system by microwave and the use of
computational tools for dimensioning and analysis of the microwave system. -wave. The
technology chosen in Mozambique for digital terrestrial television (DVB-T2) is described, as
well as the advantage of the DVB-T system and the theoretical basis for rádio link sizing, the
parameters used in the simulations are based on the specifications of real equipment used. in
the distribution of Digital Television.

KEYWORDS: Rádio Link, DVB-T2, Digital Terrestrial Television, Rádio Mobile, Google
Earth.

viii
Dimensionamento de um sistema micro-ondas para distribuição de sinais de TV digital usando o Software Rádio
Mobile e Google Earth

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

A crescente necessidade de transmissão de dados em formato digital para oferecer uma


melhoria da qualidade de serviços televisivos, muitos países veem migrando dos sistemas
analógicos para sistemas digitais. A migração digital foi determinada pela União Internacional
das Telecomunicações (UIT), na conferência de rádiocomunicações realizada entre os dias 15
de Maio e 16 de Junho de 2006, 3 em Genebra, estabeleceu-se os princípios técnicos básicos
para a migração da rádiodifusão televisiva e rádiodifusão sonora do analógico para digital.
Moçambique acatou a recomendações emanadas da UIT adoptando o padrão DVB-T2 e sua
transmissão digital em Moçambique foi testada através de um projecto-piloto que contou com
a intervenção activa do Projecto de Infra-estruturas de Comunicação e de Governo Electrónico,
o Instituto Nacional de Comunicações -INCM e a Televisão de Moçambique (TVM). Através
destas entidades, foram adquiridos 18 emissores digitais para a rede piloto. (INCM, 2016)

Estes emissores foram instalados em Maputo, Beira, Nampula, Quelimane, Tete, Pemba,
Xai-Xai, Inhambane, nas zonas fronteiriças de Ponta de Ouro, Namaacha, Ressano Garcia,
Zóbué, Ulóngué, Chimoio, Vila Manica, Milange. E com desligamento dos emissores de
transmissão analógica de TV ainda existem zonas onde ainda não há sinal e sem emissor como
as localidades longe das grandes cidades sem cobertura da rede ou sem uma estação. Sendo
assim, no projecto será abordado uma nova proposta para a expansão do serviço de
retransmissão de televisão digital em Moçambique, através dimensionamento de um sistema
micro-ondas para distribuição de sinais de TV digital com objectivo de expansão da rede de
transmissão digital terrestre para a Vila municipal de Gorongosa que ainda não possui uma
estação terrestre e solucionar problemas em possíveis áreas sem cobertura dos sistemas de
transmissão digital terrestre e permitir a aceleração da expansão do serviço para os distritos, as
localidades distantes das grandes Cidades do país.

O projeto é baseada em simulações que apresenta vantagens como a redução de custos dos
protótipos e prevenção contra erros que surgem no ambiente de operação. Há a utilização ainda
de ferramenta computacional Rádio Mobile e Google Earth, que calcula um rádio enlace,
apresentando o desempenho de predições previamente programadas com um nível de precisão
excelente para o escopo deste trabalho. O referido software apresenta também bases de dados
topográficos e cartográficos da região pretendida em análise.

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Dimensionamento de um sistema micro-ondas para distribuição de sinais de TV digital usando o Software Rádio
Mobile e Google Earth

1.1 Estrutura do trabalho

Para atingir os resultados pretendidos, o presente projecto foi subdivido em capítulos


distintos como se segue:

No capítulo 01, é apresentada uma introdução e as motivações que levaram à realização


deste projecto.

No capítulo 02 é apresentada a fundamentação teórica, descrição da constituição de


transmissão digital terrestre, sua arquitectura e o padrão adoptado por Moçambique.

No capítulo 03, apresentação do sistema de rádio enlaces, o histórico da evolução dos


sistemas de rádio enlaces, sua viabilidade técnica e económica em relação a enlaces por fibra
óptica e também são descritos os softwares Rádio Mobile e Google Earth visando a sua
utilização em rádio enlaces;

No capítulo 04, descrição do sistema micro-ondas proposto para retransmissão de sinais


de TV digital terrestre para Vila municipal de Gorongosa;

No capítulo 05 é apresentada a análise dos rádios enlaces projectados, discussão dos


resultados e as conclusões obtidas na realização do trabalho e os ganhos obtidos pela realização
da pesquisa.

1.2 Justificativa

O presente trabalho permitirá um dimensionamento de sistema micro-ondas para


distribuição de sinais de TV digital para Vila Municipal de Gorongosa. Entretanto, este sistema
de distribuição permitirá a transmissão por várias estações retransmissoras simultâneas do mesmo
conteúdo televisivo e também uma solução para as áreas sombra (sem cobertura do sinal de TV),
a ser também uma alternativa para a aceleração da expansão da tecnologia digital de transmissão de TV
para zonas do interior do país ou distrito, localidade, postos administrativos. Os rádios enlaces são
sistemas de baixa e média capacidade é muito utilizada devido ao seu baixo custo de instalação,
fácil manutenção e o curto tempo de implementação.

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Dimensionamento de um sistema micro-ondas para distribuição de sinais de TV digital usando o Software Rádio
Mobile e Google Earth

Dai, surge a motivação de dimensionar um sistema de micro-ondas para distribuição de


sinal de TV digital terrestre, para a Vila Municipal da Gorongosa.

1.3 Problematização

O desenvolvimento tecnológico veio proporcionar novos meios mais eficazes para o


registo, armazenamento e processamento de sinais eléctricos e a sua possibilidade de
transmissão sob uma forma digital em vez da analógica. A aplicação deste conceito à
transmissão dos sinais televisivos passou a ser designada como televisão digital.

A transmissão do sinal digital de televisão até casa do assinante pode fazer-se de diferentes
modos: via satélite, via rede cabo e por difusão atmosférica (a designada difusão terrestre). Mais
recentemente têm surgido, entre outros, sistemas baseados quer em linhas de assinantes digitais
assimétricas (assymetric digital subscriber lines - ADSL) como em fibra-até-casa (fibre-to-the-
home- FTTH), assentes respectivamente em linhas de pares de cobre do serviço telefónico e em
fibra óptica até à habitação, que se deverão perfilar, a curto e médio prazo, como potenciais
alternativas.

A televisão é um transporte de informação capaz de formar opiniões, além disso, por razões
culturais ou financeiras, a televisão é uma das principais formas de entretenimento da
população. Por esta razão é importante salientar que a migração do sistema analógico para
digital não pode afectar nenhuma camada da população seja elas das grandes cidades ou do
interior da Província dos serviços Televisivo, pois a televisão funciona como um importante
factor de integração social.

Com base nos factos constatados da migração digital chega-se ao seguinte problema de
pesquisa: Como acelerar a expansão do sinal de TV digital terrestre na Província de
Sofala, para as zonas do interior que atualmente não tem cobertura, caso da vila
municipal de Gorongosa?

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Dimensionamento de um sistema micro-ondas para distribuição de sinais de TV digital usando o Software Rádio
Mobile e Google Earth

1.4 Delimitação

O distrito de Gorongosa está localizado na parte Centro-oriental da província de Sofala


com uma extensão de 7659 Km2. Estende-se entre as longitudes 33o 45’ E e 34º 40’E e as
latitudes 18º 15’ S e 19º 00’ S. (Earth, 2022). Tem como limites a Norte do Distrito de
Maringue, a Sul o distrito de Nhamatanda, a Este os distritos de Cheringoma e Muanza ao longo
do rio Urema e a Oeste os distritos de Macossa e Gondola (província de Manica), possui três
(3) Postos Administrativos (Sede, Vunduzi e Nhamadzi) e sete (7) Localidades (Pungué, Sede,
Cudzo, Canda, Casa-Banana, Cavalo e Muziwangunguni). E como limite natural o rio Pungoe
na parte Sul.

Segundo INE (2017) O distrito da Gorongosa possuía 170.371 habitantes, tem uma
densidade populacional de 22, 1 hab/km2 e com uma População urbana: 28.335 habitantes,
Rural 143.082 habitantes.

Devido a necessidade de instalação de estação retransmissora em zonas de sombra para


transmissão simultânea do sinal televisivo. A pesquisa em curso propõe o dimensionamento de um
sistema micro-ondas para distribuição de sinais de TV digital para vila municipal de Gorongosa
como foco no desenvolvimento de soluções para a expansão ao serviço de retransmissão
televisivo, bem como permitir melhores ambientes para comunicação e transmissão do sinal de
TV digital terrestre.

1.5 Objectivo Geral

Analisar o uso de sistemas de rádio enlaces para expansão do sinal de TV digital terrestre,
para Vila Municipal da Gorongosa.

1.5.1 Objectivos Específicos

 Descrever os sistemas de transmissão de sinal de TV digital Terrestre DVB-T2,


adoptado por moçambique;
 Demostrar o uso de rádio mobile para análise do sistema de rádio enlace;

4
Dimensionamento de um sistema micro-ondas para distribuição de sinais de TV digital usando o Software Rádio
Mobile e Google Earth

 Avaliar a viabilidade técnica e económica do uso de sistemas de rádio enlaces para


expansão de sinal de TV Digital terrestre;

 Propor o uso de sistemas de mico ondas, como beckbone do sinal de TV digital


Terrestre para a vila da Gorongosa.

1.6 Hipóteses

Se se dimensionar um sistema de micro-onda para distribuição de sinal de TV digital,


usando sistemas de rádio enlaces para a expansão de serviço de retransmissão televisivo, então
irá acelerar a expansão da transmissão digital terrestre a vila municipal de Gorongosa.

1.7 Metodologia

Para a organização desta pesquisa exploratória focar-se-á em procedimentos de pesquisa


bibliográfica e documental (Lakatos & Marconi, 2003), por meio da organização da bibliografia
e sua posterior leitura, conceptualização de ideias e confronto dos diferentes posicionamentos,
dando a possibilidade de reunir informações que trazem consigo reflexos da realidade da
implantação da televisão digital em Moçambique. Assim, este estudo se desenvolverá por meio
da análise bibliográfica e consequente descrição da digitalização dos sinais televisivos em
Moçambique, promovendo uma descrição histórica e sugerindo o seu melhoramento.

Durante a construção desta monografia foram utilizadas bases de dados de artigos


científicos, revistas científicas e arquivos de eventos ligados a temática, além de documentos
governamentais (como algumas leis ou actas de reuniões) que discutam a instalação da televisão
digital terrestre. Para reforçar a qualidade e veracidade das informações foi dada maior atenção
à literatura acadêmica e científica (artigos, monografias, apresentações em congressos e eventos
universitários).

E para fazer visualizações panorâmicas, e obter uma visão das principais construções
existentes na linha de visada dos enlaces para prever eventuais obstruções no enlace e o estudo
da sua viabilidade foi realizado simulações através do Software Rádio Mobile e Google Earth.

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Dimensionamento de um sistema micro-ondas para distribuição de sinais de TV digital usando o Software Rádio
Mobile e Google Earth

CAPÍTULO II: FUNDAMENTOS TEÓRICOS

Neste capítulo é apresentado a fundamentação teórica, a partir da transmissão digital


terrestre é descrita a composição da rede de transmissão da TV digital, abordados os seus
padrões de transmissão e o padrão escolhido e usado pelo Moçambique e é feita a comparação
com os padrões mundiais.

2.1 Transmissão Digital Terrestre (TDT)

De acordo o DENICOLI (2011), a fonte de qualquer radiação é o átomo. Sempre que um


electrão executa um movimento vibratório ele cria ondas electromagnéticas que se propagam
no espaço. A propagação pelo espaço é o que caracteriza a chamada comunicação terrestre. Ela
tornou-se possível a partir do final do século XIX, quando Heinrich Hertz conseguiu demonstrar
como produzir e propagar ondas electromagnéticas.

A transmissão digital terrestre utiliza o sistema de modulação Orthogonal Frequency


Division Multiplexing (OFDM), cujo princípio se baseia na divisão de um débito binário
elevado por um conjunto de portadoras multiplexadas de forma ortogonal e cada portadora
transporta apenas uma parte reduzida do tempo a transmitir, a um ritmo binário muito mais
reduzido do que o débito total do tempo.

O sistema de comunicações televisivo para transmissão digital terrestre genérico é


composto por um centro de difusão digital responsável pela digitalização e transporte dos
conteúdos gerado, a rede de transporte, Estação de transmissor, Transmissão e Recepção,
Middleware é a camada intermedeia de toda a comunicação entre a aplicação e o resto dos
serviços oferecidos pelas camadas inferiores (LAGES, 2011).

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Dimensionamento de um sistema micro-ondas para distribuição de sinais de TV digital usando o Software Rádio
Mobile e Google Earth

Figura 1: Arquitectura Genérica de Transmissão Digital Terrestre. (Fonte: Autor, adaptado de


LAGES, 2011)

2.1.1. Redes de Televisão

As emissoras de TV não funcionam isoladamente, normalmente funcionam em redes de


televisão através do sistema de transmissão e recepção de televisão broadcast ing e esta rede é
baseada em três subdivisões a destacar (UTUARI, 2016)

Estação Geradora – é a estação principal, que é a responsável pela produção de todo o


conteúdo da rede nacional, onde é feita o down link e o up link dos canais nacionais e
internacional e a multiplexagem dos canais a serem transmitidos (figura 1);

Estação Afiliadas – são estações ligadas administração das estações principais por link via
satélite, com a função de transmitir o conteúdo gerados na estação principal e estão instaladas
nas cidades que não tem conteúdos programáticos televisivos próprios. Estas estações atendem
também as cidades próximas retransmitindo o sinal da emissora. E esta estação precisa
preencher uma parte da sua programação com conteúdo regional ou loca. A figura 2, ilustra
uma estrutura base de uma estação filiar (UTUARI, 2016);

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Dimensionamento de um sistema micro-ondas para distribuição de sinais de TV digital usando o Software Rádio
Mobile e Google Earth

Figura 2: Estrutura base de uma Estação Filiar. (Fonte: Autor)

Retransmissoras - são estações que estão localizadas nas pequenas Cidades ou nos
distritos e localidade. Apenas repetem o conteúdo transmitido pelas estações afiliadas por
completo, para que o sinal de TV alcance todas as residências dentro da área de cobertura. Para
isto são utilizados links de micro ondas para expandir serviço de transmissão digital terrestre
em zonas de sombra. Tornando-se uma solução para fazer chegar o sinal de TV Digital a Vila
Municipal de Gorongosa, instalando uma estação retransmissora como da figura 3.

Figura 3: Estação Retransmissora (Fonte: Autor)

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Dimensionamento de um sistema micro-ondas para distribuição de sinais de TV digital usando o Software Rádio
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2.2 Padrões de TDT

A televisão e os outros meios de comunicação seguem a tendência mundial do movimento


de convergência digital, que é a fusão entre os mercados de Mídias e Tecnologias da Informação
e Comunicação, no processo de substituição das plataformas analógicas por plataformas e
tecnologias digitais. A União Internacional de Telecomunicações (ITU), descreveu novas
características de codificação de áudio e vídeo em conjunto com o novo sistema de transmissão
totalmente digital, quem devem ser seguidas pelos padrões públicos existentes na base da
referência do modelo ISO, composto por três blocos: o primeiro, a conversão e compressão dos
sinais de áudio e vídeo, o segundo, há multiplexação dos fluxos de informação e no terceiro
bloco, a transmissão (GANCHAR et all, 2011).

Figura 4: Modelo de referência ISO de TV digital. (Fonte: Autor, adaptado de GANCHAR et


all, 2011)

Com base na referência do modelo ISO de acordo com GANCHAR et all (2011),
no mundo existem quatro (4) padrões de televisão digital, com as suas ramificações,
nomeadamente:

1. O padrão Americano, advanced Television Systems Committe (ATSC), que tem


em sua camada de transmissão técnicas de modulação 8-VSB, 64 QAM e QPSK,
cada uma específica para certo tipo de transmissão. O ATSC usa em seu bloco de

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Dimensionamento de um sistema micro-ondas para distribuição de sinais de TV digital usando o Software Rádio
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codificação o MPEG-2 para compressão e codificação do sinal de vídeo e Dolby


ACC - 3 para compactar o sinal de áudio. Em sua camada de multiplexação
transforma os feixes de áudio e vídeo e um único feixe de 19,39 Mbps. (ITU, 2006)
2. O padrão Europeu, Digital Video Broadcast ing (DVB), Utiliza em sua camada de
codificação, o sistema MPEG-2 tanto para áudio e vídeo. Utiliza as modulações
COFDM, QAM e QPSK, Neste padrão é possível assistir a um mesmo canal em
dois diferentes níveis de resolução. Um para aparelhos móveis (480 linhas) e outro
para aparelhos fixos (1080 linhas);
3. O padrão Japonês Integrated services Digital Broadcast ing (ISDB), permiti a
integração de aparelhos de terceira geração, viabilizando a convergência digital. É
o padrão que segue moldes regulamentados pelo ITU, utilizando em sua camada de
codificação, codec MPEG-2 para codificação de vídeo e MPEG-2-AAC para
codificação de áudio. Em sua camada de transmissão utiliza modulações diferentes
para cada tipo de aplicação TC-8PSK, 64 QAM e COFDM.
4. E o padrão Chinês Digital Multimedia Broadcast ing (DMB), é actulização do
padrão ATSC em aprimorar o uso do espectro, aumento de capacidade, qualidade
de imagem, diminuição do consumo de energia e suporte à mobilidade para a
televisão terrestre.

A resolução de luminância do sinal de vídeo utilizado na geração do fluxo elementar de


qualidade de imagem que os padrões podem utilizar de acordo com ITU é descrito na tabela 1.

Tabela 1: Taxa por resolução (Fonte: Autor)

QUALIDADE
CULUNA & LINHA TAXA DE BITS (Mbps)

DHTV 1920 x 1080 19,39


EDTV 852 x 480 15,23
SDTV 640 x 480 10,02
LDTV 320 x 240 8,23

10
Dimensionamento de um sistema micro-ondas para distribuição de sinais de TV digital usando o Software Rádio
Mobile e Google Earth

2.2.1 Padrão Escolhido pelo Moçambique (DVB-T2)

O padrão de transmissão digital terreste adotado pelo governo moçambicano é a extensão


do padrão de televisivo DVB-T, denominada DVB-T2 (Digital Video Broadcast ing - Second
Generation Terrestrial) emitido pelo consórcio DVB, idealizada para a transmissão de televisão
digital terrestre. Esse sistema transmite áudio digital compactado, vídeo e outros dados em
"tubos de camada física" (PLPs), usando modulação OFDM integrado com o código de deteção
e correcção de erros com codificação e intercalação de canal comprimidos. A maior taxa de bits
oferecida, em relação ao seu predecessor DVB-T, torna-o um sistema adequado para transportar
sinais HDTV.

A modulação OFDM divide a informação em milhares de partes e transmite-as em blocos


simultâneos, mas com um intervalo de guarda, que é um tempo sem transmissão entre os
pacotes enviados. Esse intervalo possibilita uma constante equalização do canal, pois dá ao
descodificador um tempo suficiente para captar o sinal, identificar eventuais repetições ou
demais falhas e organizá-lo, reduzindo efeitos indesejáveis na imagem. (DENICOLI, 2011)

O padrão DVB-T2 é muito flexível para realizar a correção de erros e oferece excelente
desempenho em um ambiente com níveis elevados de ruído e interferência, produzindo um sinal
muito robusto. Como ilustra a figura 5 de acordo com os dados da União Internacional das
Telecomunicações (UIT), o padrão DVB-T é o padrão mais usado mundialmente e liderando
na Europa e em outras partes do mundo, incluindo África. Disponível em mais de 30 países e
mais de 60 milhões de subscritores, o sistema transmite via satélite, cabo e ar e, pode ser captado
em casa, televisores móveis, telemóveis. (DENICOLI, 2011)

Figura 5: Mapa da adopção dos sistemas de padrão digital no mundo até 2020. (Fonte: UIT,
2020)

11
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As seguintes características foram concebidas para o padrão DVB-T2:

 Modulação COFDM com constelações QPSK , 16- QAM , 64-QAM ou 256-QAM.


 Os modos OFDM são 1k, 2k, 4k, 8k, 16k e 32k. O comprimento do símbolo para o
modo 32k é de cerca de 4 ms.
 Os intervalos de guarda são 1/128, 1/32, 1/16, 19/256, 1/8, 19/128 e 1/4. (Para o modo
32k, o máximo é 1/8.)
 FEC é códigos LDPC e BCH concatenados (como em DVB-S2 e DVB-C2 ), com
taxas 1/2, 3/5, 2/3, 3/4, 4/5 e 5/6.
 Existem menos pilotos, em 8 padrões diferentes de pilotos, e a equalização pode ser
baseada também no sistema RAI CD3.
 No modo 32k, uma parte maior do canal padrão de 8 MHz pode ser usada,
adicionando cerca de 2% da capacidade extra.
 DVB-T2 é especificado para largura de banda de canal de 1,7, 5, 6, 7, 8 e 10 MHz.

2.2.1.1 Diferenças de Padrões digital com DVT-T

Tabela 2: Comparação dos modos disponíveis em DVB-T e DVB-T2. (Fonte: Autor)

DVB-T DVB-T2
Multiple Transport Stream e
Interface de entrada Fluxo de transporte único (TS)
Generic Stream Encap
Codificação e modulação
Modos Codificação e modulação variável
constantes
Correção de erro Convolucional + Reed Solomon LDPC + BCH 1/2, 3/5, 2/3, 3/4,
antecipado (FEC) 1/2, 2/3, 3/4, 3/2, 7/8 5/6, 6/7, 8/9
Modulação OFDM OFDM
QPSK, 16QAM,
Esquema de Modulação QPSK, 16QAM, 64QAM
64QAM, 256QAM
1/4, 19/128 , 1/8, 19/256 , 1/16,
Intervalo de guarda 1/4, 1/8, 1/16, 1/32
1/32, 1/128
Tubos de camada física Não Sim

12
Dimensionamento de um sistema micro-ondas para distribuição de sinais de TV digital usando o Software Rádio
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2.2.1.2 Comparação com outros padrões

A principal diferença entres esses padrões e a multiplexação, a ATSC-T, é usado na América


do Norte, encontrado também no México e Coreia do Sul, foi desenhado para usar a maior
compatibilidade entre os televisores analógicos existentes no Estados Unidos da América e os
novos canais digitais, sua camada de multiplexação transforma os feixes de áudio e vídeo e um
único feixe. A DVB-T usa a multiplexação da frequência octognal, que usa mais de 8000
transmissores independentes, cada qual transmitindo dados. Com uma capacidade de
transmissão de dados de 4 a 24Mbits/segundo, o sistema permite a recepção do sinal com uma
antena interna e é a prova de temperatura. O que quer dizer que não é afectado nem com chuvas
torrenciais e muito menos céu nublado.

E o ISDB é Japonês muito similar ao DVB, a diferença está maioritariamente na


modulação usada, pois este padrão requer diferentes frequências de banda, inventado no Japão
e adaptado ao Brasileiro, o ISDB-T tem sido chamado como Nipo-Brasileiro e é o padrão de
quase toda América Latina e do Japão. E por fim o DMB é Chinês, embora apresentado em
2006, o desenvolvimento do sistema chinês iniciou-se em1994 em resposta à solicitação do
governo de aprimorar o uso do espectro, aumento de capacidade, qualidade de
imagem, diminuição do consumo de energia e suporte à mobilidade para a televisão terrestre
que muito similar a ATSC-T americano.

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Mobile e Google Earth

CAPÍTULO III: SISTEMAS DE RÁDIO ENLACE

Uma das aplicações de ondas eletromagnéticas na área de telecomunicações diz respeito a


enlaces de rádio. Sejam estes terrestres ou via satélites, temos de ser capaz de determinar os
sistemas irradiantes, a potência e a frequência de funcionamento dos transceptores para tornar
um rádio enlace operacional. Neste capítulo é abordado o sistema de rádio onde descreve um
breve histórico de rádio enlaces, a sua viabilidade técnica e económica em relação a enlaces por
fibra também são descritos os softwares Rádio Mobile e Google Earth visando a sua utilização
em rádio enlaces.

3.1 Breve histórico de Rádio Enlace

O conceito de rádio enlace foi introduzido após as primeiras experiências de Marconi no


final do século XIX utilizando as ondas curtas. Mas somente a partir da segunda guerra mundial
é que foram desenvolvidos estudos no envio de sinais à longa distância utilizando as frequências
em VHF, UHF e SHF.

A era das comunicações sem fio actual iniciou-se no século XIX, mais precisamente em
1831, com a descoberta realizada pelo físico-químico inglês Michael Faraday, que efetuou
inúmeros estudos sobre eletricidade e magnetismo, descobrindo o fenômeno da indução
magnética que, em linhas gerais, explica porque uma corrente elétrica variável ao circular em
uma bobina induz uma corrente elétrica variável em outra bobina, mesmo que as duas bobinas
não estejam diretamente conectadas. A partir daí, o notável físico escocês James Clerk Maxwell
em 1865, demonstrou através de postulados, a teoria sobre a existência e a propagação das
ondas eletromagnéticas, a unificação dos fenômenos interligados entre o magnetismo e a
eletricidade. Esta teoria se resumiu em quatro elegantes equações, que regem de modo geral o
comportamento das ondas eletromagnéticas.

A confirmação experimental do uso destas notórias Equações de Maxwell somente foi


realizada na prática em 1888 pelo físico alemão Heinrich Rudolf Hertz. A segunda partir destes
experimentos e aliada à descoberta alguns anos antes do telégrafo em 1844 pelo pintor
americano Samuel Morse, e do telefone pelo cientista escocês Alexander Graham Bell em 1876,

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vários cientistas motivaram-se a enviar mensagens a distância. O cientista italiano Guglielmo


Marconi, que, em 1895, realizou a transmissão de um sinal de rádio para um receptor distante
2,5 km, em Bologna na Itália.

3.2 Rádio Enlace

Segundo CARVALHO e BADINHAS (2011), rádio enlace é um sistema de comunicação


entre dois pontos fixos distantes chamados de estação que proporcionam uma capacidade
transmissão de informação. Os rádios enlaces representam uma grande importância na área da
Engenharia de Telecomunicações, são responsáveis por grande parte do atendimento de
serviços de voz, dados e da TV digital. É a melhor em termo de viabilidade técnica. Os rádios
enlaces também oferecem o grande benefício significativos quanto ao tempo de instalação de
curto prazo e baixo custo de implementação por possuir uma infra-estrutura mais simples.

Para interligação dos pontos de transmissão e recepção de modo a garantir que o sinal
gerado em sua origem chegue ao destino dentro de uma faixa de erro aceitável, é levado em
consideração alguns factores (CARVALHO e BADINHAS, 2011):

 Intensidade do sinal recebido deve ter potência suficiente para se sobrepor ao sinal
do ruído recebido;
 A intensidade do sinal deve ser propagada sem distorção excessiva, sendo assim, a
onda deve ser transmitida em uma faixa de frequência com atenuação e velocidade
de propagação constante.

De acorde com o MARTINS (2016), Para boa performance do rádio enlace as condições
acima devem ser seguidas e permanecer constantes na maior parte do tempo. Com a
possibilidade de implementar um enlace operando em micro-onda, impactou grandes sectores
de telecomunicações quando não haviam outras tecnologias para a rede de transporte e ainda
continua sendo crucial para várias formas de comunicação.

15
Dimensionamento de um sistema micro-ondas para distribuição de sinais de TV digital usando o Software Rádio
Mobile e Google Earth

Os enlaces de rádio são usados pelas grandes emissoras na TV digital, nos backbones de
telefonia móvel, nas redes de acesso de provedores de internet, em links entre satélites e bases
terrenas, entre outras modalidades.

Segundo FLORÊNCIO (2020), existem três tipos de instalações possíveis para estruturas
de rádio enlaces: indoor (ou interna), outdoor (ou externa) e split (mista).

 Indoor: Na indoor os equipamentos rádio ficam no interior de um cômodo e a


antena fica do lado externo.
 Outdoor: os equipamentos ficam acondicionados em um gabinete externo e ligam-
se aos equipamentos auxiliares internos via cabos de banda base.
 Split: No tipo split os equipamentos rádio são divididos em unidades externas
(ODU) e unidades internas (IDU). A parte externa é composta basicamente pela
unidade de rádiofreqüência (a RFU) e a parte interna é composta pelo
modulador/demodulador (modem), banda base e multiplex (se houver estágio de
multiplexação). A interligação entre as duas partes é feita através de um multicabo
operando em freqüência intermediária. (FLORÊNCIO, 2020)

3.3 Enlaces de Fibra Óptica

O enlace de fibra óptica é cada vez mais presente em redes de Telecomunicação e cada vez
mais comum para comunicação entre dois pontos. Possuem uma grande vantagem em relação
aos enlaces de rádio devido á alta capacidade de transmissão, entretanto não são viáveis em
todas sictuações de relevo e demográficas.

De acordo com LOPES (2011), há uma grande expectativa em soluções de rede baseadas
em fibra óptica na rede de acesso, como sendo capazes de resolver definitivamente o problema
de fazer chegar à casa de cada cliente um acesso de banda larga que permita acesso aos serviços
de voz, vídeo e dados com um nível de QoS adequado. Em redes de telecomunicações que
utilizam o enlace em fibra, a sua arquitectura varia dependendo ponto de terminação da fibra
óptica denominada FTTx e têm diversas designações (figura 6): FTTN (Fiber To The Node),
FTTCab (Fiber To The Cabinet), FTTC (Fiber To The Curb), FTTP (Fiber To The Premises),
FTTB (Fiber To The Building) e FTTH (Fiber To The Home).

16
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Figura 6: Arquitectura FTTx (Fonte: LOPES, 2011)

 Fiber to the node (FTTN) ou fiber to the cabinet (FTTCab) é a designação de


arquitecturas onde os cabos de fibra óptica terminam no armário de rua. Os utilizadores
vão ser servidos pela infraestrutura em cobre existente, ou ainda pelo tradicional cabo
coaxial.
 Fiber to the curb (FTTC) estabelece uma arquitectura onde os cabos de fibra óptica
chegam até a um armário de rua, servindo uma área bastante reduzida (com cerca de
300 m de raio) e com baixa densidade populacional. Os utilizadores ligam-se a este
armário através da infraestrutura em cobre existente ou por intermédio de cabo coaxial.
Esta arquitetura não se assemelha às outras pelo alcance da fibra, uma vez que permite
que o armário de rua esteja já bastante próximo da residência do cliente, ao passo que
nas arquitecturas FTTN ou FTTCab encontra-se bastante afastado da residência do
cliente.
 Fiber to the home (FTTH), é a arquitetura onde a fibra óptica chega directamente ao
cliente final, permitindo a colocação de uma fibra dedicada até ao utilizador final. Esta
arquitetura necessita de um investimento consideravelmente mais elevado do que as

17
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arquiteturas citadas anteriormente, em especial a FTTN e a FTTCab, uma vez que não
se serve da infraestrutura existente em nenhum ponto do seu trajeto até casa do utilizador
final, podendo, no entanto, reaproveitar a rede de condutas existente.
 Fiber to the building (FTTB) refere-se a uma arquitetura onde a fibra óptica chega até
à entrada de um edifício, não diretamente à casa do utilizador final. A ligação final ao
cliente é feita através de outro meio de transmissão diferente da fibra óptica, podendo
ser utilizado cobre ou cabo coaxial.

As redes ponto a ponto são simplesmente uma extensão Ethernet usada em zonas urbanas
e empresariais e estendida na rede de acesso, os padrões de transmissão utilizados em redes
FTTH são baseados no ATM e nas tecnologias da Ethernet.

3.4 Comparação da viabilidade técnica e económica da fibra e rádio

Para melhor solução de interligação para as empresas depende de diversos factores, como:
A taxa de transmissão de dados e a distância entre as filiais da empresa. Apesar da comparação
inevitável dos enlaces de rádio e da fibra, há combinação das tecnologias de fibra e rádio, que
melhor relação custo-benefício, contribuindo para a oferta serviços mais rápida ao mercado.

A nível de taxas de transmissão a fibra óptica é considerada a mais adequada devido a sua
capacidade de transmissão de dados e a escolha perfeita para ligação entre cidades devido as
grandes necessidades de taxas de transmissão. A grande limitação em uso dessa tecnologia é o
elevado custo envolvido e para implementação em zonas urbanos é necessária de dutos
subterrâneos ou utilização de postes da rede eléctrica. Nos dois casos ainda assim os custos são
elevados e o tempo de implementação é longo, e a operação da rede de fibra é muito comum
problemas de rompimento de fibras óptica devido acidentes de carros ou escavações. Enquanto,
os rádio enlaces ou enlaces de rádio, tem a sua aplicação em zonas urbanas e rurais, é bastante
adequado para empresas em que as filiais estão próximas o suficiente para garantir a visada
direta, ou até mesmo para a ligação entre instalações para vencer obstáculos naturais como rios
e lagos. O tempo de instalação em relação da fibra é muito curto e de baixo custo, a estação
pode ter seus equipamentos dispostos no alto dos prédios, postes e mais frequentemente em
torres metálicas, e única interface entre as torre é o ar.

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Dimensionamento de um sistema micro-ondas para distribuição de sinais de TV digital usando o Software Rádio
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3.5 Sistema de Rádio

Em um sistema de rádio enlace a informação é transportada entre duas estações através do


espaço como ilustra a figura 7. A distância máxima para essa transmissão depende das
condições topográficas, faixas de frequência e potência de transmissão dos rádios. Para que
ocorra a comunicação via rádio ponto-a-ponto, é necessário existir visibilidade entre as duas
estações, uma antena deve ser dirigida para a outra, para que o sinal tenha uma boa qualidade e
intensidade (MARTINS, 2016).

Um enlace de rádiocomunicação é formado por equipamentos chamados de transceptores,


capazes de captar e retransmitir os sinais e interligando todo o sistema. Dentre os vários
sistemas de rádio, estão as transmissões de TV que operam nas faixas de VHF e UHF.

Figura 7: Sistema de Rádio Enlace. (Fonte: CARVALHO e BADINHAS, 2011)

3.5.1. Topologia de enlaces de rádios

Na transmissão do sinal de TV digital via rádio são utilizadas duas topologias, uma para
interligação das estações rádio base que é a topologia ponto-a-ponto e para os assinantes através
da topologia ponto multiponto.

Na topologia ponto-a-ponto (figura 8), são utilizados rádios com antenas altamente
directivas, visando a interligação de dois pontos ou mais. Essa configuração tem aplicação de

19
Dimensionamento de um sistema micro-ondas para distribuição de sinais de TV digital usando o Software Rádio
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conectar Estação filiar a Estação Retransmissora do sinal de TV digital através da rede


backbone.

Figura 8: Topologia ponto-a-ponto. (Fonte: Autor, adaptado de CARVALHO e BADINHAS,


2011)

Já a configuração ponto multiponto (figura 9), será utilizada como acess poit com objectivo
de atender diversos usuários simultaneamente a partir da Estação Retransmissora. Planejada
estrategicamente para atender uma determinada área.

Figura 9: Topologia ponto multiponto. (Fonte: Autor)

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Nessa topologia são formadas células que pode utilizar antena omnidirecional que irradia
o sinal em 360o ou directivas sectórias que serão usados para este projecto, podem abranger um
determinado angulo (45o ou 90o) e associadas em diferentes direções podem cobrir uma área de
360o.

3.5.2 Antena

O elemento irradiante ou antena é um elemento importante na elaboração do enlace de


rádio tem a função de transformar o sinal eléctrico de rádiofrequência originado do transmissor
em sinal eletromagnético e irradiar, guiando o sinal eletromagnético através do espaço livre. Na
recepção do sinal eletromagnético, a antena realiza o processo inverso.

Para sistema de distribuição do sinal da TV digital utiliza-se dois tipos de antenas: antena
parabólica e omnisectorial, para a escolha desde elemento irradiante na elaboração desse
projecto verificou-se as principais características de uma antena: Faixas de operação, o ganho
da antena, o padrão de irradiação, a polarização e o nível de sensibilidade.

O padrão de irradiação está associado a intensidade de irradiação em uma determinada


direção do espaço. O gráfico deste elemento chama-se digrama de irradiação, que mostra o
esquema da distribuição no espaço tridimensional.

Vertical Horizontal
Figura 10: Diagrama de irradiação de uma antena direcional RD-5G30 com a
polarização Vertical e Horizonta. (Fonte: Rádio mobile)

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A polarização definirá a maneira como os campos se orientam no espaço, tomada em


função da posição do campo elétrico (E) em relação ao solo. E quanto a polarização as antenas
podem ser Vertcal/Horizontal como mostra a figura abaixo.

Figura 11: Polarização de Ondas Electromagnética. (Fonte: UTUARI, 2016)

3.5.2.1 Nível de Sensibilidade

A partir do nível mínimo de sinal exigido pelo receptor faz-se o somatório das demais
variáveis, corrigindo-as sempre que for necessário. A equação geral é dada por:

𝑅𝑋 = 𝑇𝑋 − 𝑃𝑇 + 𝐺𝑇 − 𝐴𝑂 + 𝐺𝑅 − 𝑃𝑅

Onde:

𝑇𝑋 – Potência de saída do rádio (dBm);

𝑃𝑇 𝑒 𝑃𝑅 – Perda por atenuação no cabo coaxil (dB);

𝐺𝑇 – Ganho da antena transmissora (dBi);

𝐺𝑅 - Ganho da antena receptora (dBi);

𝑅𝑋 – Sensibilidade do receptor (dBm);

𝐴𝑂 – Atenuação no Espaço livre (dB)

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3.5.2.2 Faixa de Frequência

Frequência é a velocidade de repetição de qualquer fenômeno periódico, ou seja, o número


de ciclos realizados por segundo, em hertz (Hz). E o comprimento da onda. As faixas de
frequência são classificadas de acordo com o seu comprimento de onda, são formadas pela
oscilação de um campo elétrico e um campo magnético perpendicular entre si.

Para o controlo e regulamentação do uso dessas faixas de frequência, existem alguns


órgãos, como: International Telecomunication Union (ITU), Federal comunication commission
(FCC), Institute of Electrical and electronics Engineers (IEEE) e em Moçambique é a
Autoridade Reguladora das Comunicações-INCM.

Em 1985 a Federal comunication Telecomunication (FCC), disponibilizou uma banda


frequências não licenciada para uso livre conhecido como Indistrial Scientific and Medical
(ISM), para desenvolvimento industrial, cientifico e medico. Na qual serão usadas para o enlace
de micro-onda, A banda ISM compreende em três segmentos de espectro: 902 a 928 MHz,
2,400 MHz a 2,483.5 MHz e 5,725 a 5,850 MHz. (INCM, 2008)

Figura 12: Espetro electromagnetico de Frequência. (Fonte: CARVALHO e BADINHA, 2011)

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Dimensionamento de um sistema micro-ondas para distribuição de sinais de TV digital usando o Software Rádio
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3.5.3 Aplicação da faixa do espectro

Para o enlace de micro-onda, a faixa de 5.8 GHz é a mais estável e menos utilizada, embora
possui uma faixa maior e consequentemente maior número de canais possíveis para transmissão
do sinal da TV digital. Em comparação da frequência em relação a distância de propagação, a
5.8 GHz é uma boa opção dentre as frequências ISM para links com visada directa e longa
distância, porque quanto menor for a frequência, maior é a distancia de alcance como ilustra a
figura 13 (MARTINS, 2016).

Figura 13: A relação da Frequência com a distância (MARTINS, 2016)

3.5.4 Zona de Fresnel

A energia irradiada pela antena transmissora que se propaga pelo espaço livre é formada
por um conjunto de ondas eletromagnéticas e esse conjunto de ondas forma uma elipse ligando
as antenas de transmissão e de recepção, chamada elipse de Fresnel, essa elipse deve ser vista
tridimensionalmente. Ela é formada por áreas de luz e sombra, na forma de anéis, denominadas
zonas de Fresnel (Figura 14).

A primeira zona de e corresponde a 95% do sinal, as outras zonas são responsáveis por
5% do sinal. É recomendado para uma transmissão sem perdas consideráveis, que 60% da
primeira zona de Fresnel esteja totalmente livre (MARTINS, 2016), como mostra a figura

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Dimensionamento de um sistema micro-ondas para distribuição de sinais de TV digital usando o Software Rádio
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abaixo. Utilizando esses conceitos, podemos verificar a viabilidade de um enlace de


comunicação entre dois pontos, com possíveis obstáculos capazes de causar degradação ou
perda do sinal.

Figura 14: Elipsoide de Fresnel (Fonte: MARTINS, 2016)

Os raios elipsoide das zonas de Fresnel podem ser calculados pela seguinte expressão:

𝑛𝜆𝑑1 𝑑2
𝐹𝑛 = √
𝑑1 + 𝑑2

Onde:
𝐹𝑛 = O raio de enésimas zonas de Fresnel em metros;

𝑛 = Números de raio da zona de Fresnel;

𝑑1 = A distância do ponto p para uma das antenas em metros;

𝑑2 = A distância do ponto p para uma das antenas em metros;

𝜆 = Comprimento de onda do sinal transmitido em metros.

25
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3.5.5 Atenuação

A perda de energia ou potência do sinal transmitido ao logo percurso até ao receptor é


chamada de atenuação, pode ser causada por diversos factores, dependendo do tipo de meio de
comunicação utilizado (espaço livre, Chuva, Atmosfera).

3.5.5.1 Atenuação no Espaço livre

Na propagação do sinal entre as antenas, existe uma atenuação natural no meio em que o
sinal é propagado. Atenuação no espaço livre pode ser calculada, variando de acordo com a
frequência em uso e a distâncias entres as estações através da equação:

𝐴𝑜 = 32,40 + 20 log(𝑓) + 20log(𝑑)

Onde:

𝐴𝑜 = Atenuação no espaço Livre em dB;

𝑓 = Frequência em MHz;

𝑑 = Distância em Km.

3.5.5.2 Atenuação devido a chuva

A frequência de 5.8 GHz quanto a interferência causada pela chuva é mínima, devido ao
seu comprimento de onda ser maior que das gotas da chuva. Sendo considerado atenuação
somente paras as chuvas torrenciais para as frequências de 2,4 GHz podendo sofrer uma
atenuação de 0.05dB/Km e nas frequências de 5.8 GHz com atenuação de 0.5dB/Km. Para obter
uma alta disponibilidade do sistema é necessário uma margem de seguram de segurança 10
dBm acima do limar de recepção para as frequências de 2.4 GHz e de 15 dBm para enlaces de
5.8 GHz. (UTUARI, 2016)

26
Dimensionamento de um sistema micro-ondas para distribuição de sinais de TV digital usando o Software Rádio
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3.5.5.3 Atenuação devido a atmosfera

A atenuação atmosférica deve ser considerada em rádio enlaces, apesar de ser menor que
a atenuação devido a chuva em frequências mais altas. Atenuação atmosférica é causada por
dois componentes: oxigênio e vapor d’agua. São responsável pela distorção das ondas e impõem
perdas que são mínimas e não afecta o enlace e a atenuação por gases ocorre entre 58 GHz e 62
GHz (absorção atmosférica).

As frequências de 2.4 e 5.8 GHz não sofrem atenuação por vapor de água e as perdas pelo
ar seco são de 0,005 dB e 0,009 dB/Km, em uma enlace de 50 Km utilizando a frequência 5.8
GHz a atenuação máxima por gases pode chegar a 0,54 dB. (UTUARI, 2016)

Figura 15: Atenuação causada pela atmosfera em relação a frequência. (Fonte: MARTINS, 2016)

3.6 Rádio Mobile e Google Earth

A escolha na utilização dos softwares em questão se dá na necessidade da criação de um


link de enlace micro-onda para atender a vila municipal de Gorongosa, de modo solucionar a
expansão de retransmissão televisivo bem como permitir melhores ambientes para
comunicações e transmissão digital terrestre.

27
Dimensionamento de um sistema micro-ondas para distribuição de sinais de TV digital usando o Software Rádio
Mobile e Google Earth

Com a utilização do Rádio mobile e o Google Earth, é possível fazer visualizações


panorâmicas, tendo assim uma visão das principais construções existentes na linha de visada
permitindo prever eventuais obstruções no enlace. Por possuírem estes recursos foram
escolhidos para dar auxílio na elaboração do dimensionamento de um sistema micro-onda para
distribuição de sinal de TV digital, tornando mais fácil a elaboração do enlace e o estudo da sua
viabilidade.

3.6.1 Google Earth

Figura 16: Página Inicial de Google Earth. (Fonte: Google Earth)

Google Earth é um programa de computador desenvolvido e distribuído pela empresa


Norte Americana do Google cuja função é apresentar um modelo tridimensional do globo
terrestre, construído a partir de matrizes de imagem de satélite obtidas de fontes diversas,
imagem fotografadas de aeronaves e GIS 3D.

Desta forma, o programa pode ser usado simplesmente como um gerador de mapas
bidimensionais e imagens de satélite ou como um simulador das diversas paisagens presentes
no Planeta Terra. Com isso, é possível identificar lugares, construções, cidades, paisagens,

28
Dimensionamento de um sistema micro-ondas para distribuição de sinais de TV digital usando o Software Rádio
Mobile e Google Earth

analisar trajetória de um enlace criado no Rádio mobile entre outros elementos que contribuem
para uma análise detalhada de um enlace de micro-onda.

A maioria das grandes cidades do planeta já está disponível em imagens com resolução
suficiente para visualizar edifícios, casas ou mesmo detalhes mais próximos como automóveis.
Todo o globo terrestre já está coberto com aproximação de pelo menos 15 quilômetros.

3.6.1.1 Recursos que a Google Earth oferece para viabilidade de enlace

 O programa permite girar uma imagem, marcar os locais que você conseguiu identificar
para visitá-los posteriormente, medir a distância entre dois pontos e até mesmo ter uma
visão tridimensional de uma determinada localidade
 O Google Earth faz a cartografia do planeta, agregando imagens obtidas de várias
fontes, incluindo imagens de satélite, fotografia aérea, e sistemas de informação
geográfica sobre um globo em 3D.
 O Google Earth permite aos usuários a busca de endereços. Basta digitar o nome da
cidade, e caso existam mais cidades com o mesmo nome as outras opções estarão logo
abaixo. Pode-se procurar também pelas coordenadas geográficas.

Também é possível ver mapas antigos do planeta todo, com o recurso Featured Content,
nas layers (camadas).

3.6.2 Rádio Mobile

O Rádio Móbile é um Software desenvolvido pelo engenheiro Roger Coudé, em meados


de 1988, que usa o modelo de propagação Longley-Rice de ondas eletromagnéticas que opera
nas faixas de frequências de 20MHz a 20GHz, com a distâncias entre estações de 2 a 2000 km,
as altura das antenas de 0.5 a 3000m e polarização Vertical/Horizontal.

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Dimensionamento de um sistema micro-ondas para distribuição de sinais de TV digital usando o Software Rádio
Mobile e Google Earth

Figura 17: Tela Inicial Rádio Mobile Interface SRTM (Fonte: Rádio Mobile)

Com o rádio mobile é possível realizar simulação de link de rádio utilizando mapas de
elevação de regiões específicas, como Google Earth e o Yahoo Maps, assim como efectuar voos
sobre o terreno e simular as coberturas de iluminação, ajudando a prever possíveis pontos de
sobreposição de frequências. Com o domínio básico das funções, o Rádio Mobile se torna uma
grande ferramenta para previsões de links e coberturas de rádio frequência.

3.6.2.1 Recursos que a Rádio Mobile oferece para viabilidade de enlace

 O Rádio Mobile possibilita a inserção dos dados relativos a potência de transmissão,


limiar de recepção, perdas estimadas em cabos, cavidades e conectores, ganho da
antena, frequência de operação, polarização, refração da superfície, condutividade do
solo, permissividade do solo, latitude e longitude das estações e do mapa, e a topologia
da rede;
 Interação Rádio Mobile e Google Earth. Por utilizar o sistema de coordenadas
geográficas (Latitude e Longitude) o Rádio Mobile pode importar dados do Google
Earth facilmente.

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Dimensionamento de um sistema micro-ondas para distribuição de sinais de TV digital usando o Software Rádio
Mobile e Google Earth

CAPITULO IV: DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA MICRO-ONDAS


PARA EXPANSÃO DE SINAIS DE TV DIGITAL

Neste capítulo é demonstrado um exemplo de dimensionamento de um sistema de micro-


ondas com o objetivo de ligar a cidade da Beira e Vila Municipal da Gorongosa, fazendo uso
do Software Rádio Mobile. Os parâmetros usados nas simulações são baseados nas
especificações de equipamentos normalmente utilizados na distribuição de sinais de usando
rádio enlaces em Moçambique.

4.1 Dimensionamento Sistemas de rádio

Todo o equipamento escolhido para a elaboração do projecto, foi levado em consideração


os seguintes factores: Taxa e potência de transmissão, nível de sensibilidade, ganho e padrão
de abertura da antena. E para dimensionar o sistema micro-onda para distribuição do sinal de
TV digital para a vila municipal de Gorongosa, foram escolhidos dois (2) sistemas:

O primeiro Sistema é de micro-onda, utilizará o kit NanoBridge M5, que faz parte dos
sistemas all-in-one, agregando um access-point a antena direcional de alto ganho que garante
maior desempenho ao evitar as atenuações causadas pelo cabo e conexão. Opera nas frequências
de 5170 a 5875 MHz, a sensibilidade de recepção é até -96 dbm, possui um ganho de 23 dBi, a
sua taxa de transmissão é de 150 Mbps, o seu rádio M5 tem uma potência de transmissão de 23
dBm. Este sistema foi escolhido para a interligação das Estações.

O segundo sistema é da antena transmissora principal da estação retransmissora de modelo


YXHT tipo antena painel omnidirecional que opera em frequências UHF para TV (470 a 860
MHz) com o ganho de potência de 12 dBi, com a polarização Vertical e Horizontal. A estação
retransmissora terá um transmissor de modelo FMUSER FU-518D-100W, compatível com os
padrões digitais ISDB-T/TB, ATSC, DAB/DMB, DVB-SH e DVB-T, com potência de
transmissão de 100W.

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Dimensionamento de um sistema micro-ondas para distribuição de sinais de TV digital usando o Software Rádio
Mobile e Google Earth

4.1.1 Redes

Para realizar a cobertura da Vila Municipal de Gorongosa, verificou-se a necessidade de três


estações, mostrada na figura 19, sendo duas repetidoras que vão receber o backbone do sinal da
TV digital e enviar a uma retransmissora que fara a difusão e distribuição do sinal, deste modo
possibilitando a cobertura total da vila de Gorongosa.

Figura 18: O número de rede necessário para a difusão do sinal. (Fonte: Autor)

4.1.1.1 Perfil topográfico entre as estações

Depois do levantamento das coordenadas geográficas dos sites, foi verificado o perfil
topográfico entre as estações, assim como as distâncias entre elas usando o Google Earth. Da
estação principal a estação da Vila do Dondo tem um percurso de 27,7 km entre as estacões e
ponto mais alto do percurso é de 54 m, como mostra a figura abaixo.

Figura 19: Perfil topográfico entre a estação da Beira e Dondo (Fonte: Google Earth)

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Dimensionamento de um sistema micro-ondas para distribuição de sinais de TV digital usando o Software Rádio
Mobile e Google Earth

Da estação do Dondo a Estação do Xiluvo tem uma distância de 82,4 km entre as estacões
e a superfície é praticamente plano em toda parte do trajecto, ponto mais alto do percurso é da
própria estação do Xiluvo, como mostra a figura abaixo.

Figura 20: Perfil topográfico entre a estação do Dondo e Xiluvo (Fonte: Google Earth)

Da estação do Dondo do Xiluvo a vila municipal de Gorongosa é de 61 km a distância entre


as estacões, o trajecto é composto por zonas montanhosa em quase toda parte, o ponto mais alto
do percurso é da própria estação do Xiluvo, como mostra a figura.

Figura 21: Perfil topográfico entre a estação do Xiluvo e Gorongosa. (Fonte: Google Earth)

4.2 Dimensionamento do sistema

O dimensionamento será feito com base na distribuição de sinais de TV digital, com o


objectivo de transmitir o sinal broadcast da estação filiar da TVM e TMT localizada na cidade
da beira, no bairro de Matacuane para vila municipal de Gorongosa por meio de utilização de
um link de micro-ondas para posteriormente a sua difusão.

Para o dimensionamento do sistema precisamos de três links: link I – de Beira à Dondo,


link II – de Dondo à monte Xiluvo e link III – de monte Xiluvo à Gorongosa. Os são links

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Dimensionamento de um sistema micro-ondas para distribuição de sinais de TV digital usando o Software Rádio
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ponto-á-ponto e na difusão do sinal e recepção dos cliente é adotada a topologia ponto-mult-


ponto. As linhas verdes são a demostração da viabilidade dos enlaces no Rádio Mobile ou com
a recepção limiar acima do minimi necessário.

Link III

Link II

Link I

Figura 22: Descrição dos terminais e os pontos de distribuição do sistema. (Fonte: Rádio
Mobile)

Toda a parte de codificação, modulação e transmissão está localizada na cidade da Beira.


A torre de distribuição instalado no monte Xiluvo é responsável por receber o sinal transmitido
na Beira através da estação de Dondo via micro-ondas e de seguida encaminhar para o distritos
de Gorongosa. A estação de Dondo é uma repetidora que faz up link directo com a beira e o
monte Xiluvo.

O sinal gerado internamente na emissora ou na torre da Beira será codificada e


encaminhada ao multiplexador Digital Video Broadcast ing – Terrestrial 2 (DVB-T2). Em

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Dimensionamento de um sistema micro-ondas para distribuição de sinais de TV digital usando o Software Rádio
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seguida o fluxo de dados gerados por Digital Video Broadcast ing – Terrestrial 2 (DVB-T2)
será encaminhado ao link de micro-ondas digital para a transmissão.

4.2.1 Link I – Beira à Dondo

O Link I possui a menor distancia do nosso sistema, o qual interliga a cidade da Beira
(TMT) à Dondo, o link tem uma distancia de 27,66 km. A simulação foi configurada com uma
potência de transmissão de 23 dBm. O nível de sinal de recepção é de – 84,7 dBm, viabilizando
o link de comunicação com uma atenuação de 152,7 dB.

A simulação mostra uma margem de operação de 11,3 db frente à sensibilidade do receptor


(– 96 dBm). O link I oferece a menor margem de operação em relação os link II e III para
problemas inesperados, como atenuação por chuvas e ventos, já que o link passa de zona urbana.
Como mostra afigura do Link I, está sem obstáculos interferindo na primeira zona de Fresnel.

Figura 23: Análise e simulação do link I. (Rádio Mobile)

4.2.2 Link II: Dondo ao monte Xiluvo

O link II é o que interliga Dondo a monte Xiluvo e trata-se da maior distancia do link de
micro-onda desse projecto com 82,34 km. O nível de recepção estimado é de – 82,7 dbm,
viabilizando o link com atenuação do link em espaço livre de 151,6 dB com sensibilidade

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relactiva de 13,3 dB e aproximadamente 13 km sem obstrução do sinal. O link oferece uma


margem de segurança estável caso haja atenuação por chuva.

Figura 24: Análise e simulação do link II. (Rádio Mobile)

4.2.3 Link III: Monte Xiluvo à Gorongosa

O link III, com uma potência de recepção de – 80 dBm maior que link I, em conformidade
com a sensibilidade do receptor, gerando uma potência relativo de 16 dB e uma distancia de
60,74 km. Essa margem de operação frente à sensibilidade garante a viabilidade do enlace já
que é uma zona montanhosa e a sua atenuação é de 148,9 dB.

Figura 25: Análise e simulação do link III. (Rádio Mobile)


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4.5 Apresentação discussão dos resultados

A correcta recepção do sinal nos pontos de distribuição é essencial para que os sinais de
TV digital possam ser retransmitidos para a população via rádiodifusão. Neste sentido, foi
possível constatar com as distâncias envolvidas e os equipamentos utilizados é possível
dimensionar o sistema micro-onda para a distribuição do sinal da TV digital para a Vila
Municipal de Gorongosa com uma margem de segurança estável. E com a frequência baixa
temos menor atenuação do sinal e maior nível de recepção no sistema de micro-ondas.

Analisando os link I, II e III, para distribuição dos sinal de TV digitais por meio de rede de
micro-onda permitiu-nos encontrar os pontos críticos de operação que podem comprometer a
retransmissão dos sinais de TV digitais principalmente o link III devido o seu desnível do solo
podemos ter menor níveis de recepção com frequências maiores nesses links ou sendo obstruído
a primeira zona de Fresnel, mais com as alturas da torres entre as estações garantem a
viabilizando do sistema de micro-onda por não ter um obstáculo maior que altura da estacão ao
longo do trajecto.

A tabela abaixo mostra valores comparativo que relaciona os links de distribuição I, II e III
na frequências de 5.8 GHZ com o ganho das antena, bem como os resultados de simulação do
nível de recepção atingido por cada link, que levará à comprovação de viabilidade dos enlaces.

Tabela 3: comprovação de viabilidade dos enlaces.

Distancia Atenuação Nivel de


Origem Destino (km) (dB) Recepção Viabilidade
(dBm)
Link I Beira Dondo 27,66 141,6 – 72,7 Viável
Link II Dondo Monte 82,34 151,6 – 82,7 Viável
Xiluvo
Link III Monte Gorongosa 60,74 148,9 – 80 Viável
Xiluvo

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Conclusão

O ambiente adotado para o desenvolvimento da monografia deu suporte à realização das


tarefas propostas com êxito. O uso do Rádio Mobile e Google Earth tornou o desenvolvimento
mais rápido e ágil. A rede de telecomunicação que proponho a ser implementada, tem como
enfoque a tecnologia de rede de enlace de micro-ondas. A fim de o projecto trazer os requisitos
necessários para satisfação da população consumidora dos serviços televisivo. Levando isso em
consideração a metodologia utilizada para garantir a simulação da implementação do sistema
de rádio enlace previamente através das ferramentas Rádio Mobile e Google Earth, visando a
disponibilização de uma rede de enlace de micro-ondas para os serviços de expansão de sinal
de TV digital para Vila Municipal de Gorongosa.

Como pode-se perceber através da tabela 3, os enlaces oferecem uma margem de segurança
de 11,3 db a 16 db frente à sensibilidade do receptor para problemas inesperados, como
atenuação por chuvas e ventos, já que o link passa de zona urbana, também verifica-se a
desobstrução da primeira zona de Fresnel dos enlaces em toda parte do trajecto dendo em conta
o perfil topográfico entre as estacões que não existe um obstáculo ou elevação terrena maior
em relação à altura das estações. Com os resultados de simulação do nível de recepção atingido
por cada enlace, leva à comprovação de viabilidade do link.

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