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Instituto Industrial de Maputo

Departamento de Áreas Vocacionais


Especialidade: Eletricidade Industrial
Nome do Módulo: Estagiar Numa Empresa De Instalações Eléctricas Residenciais Ou
Industriais
Código do Módulo: MOIP 025033192

Relatório de Estágio
Tema:

Manutenção de Redes de Distribuição de Energia


Eléctrica em Média e Baixa Tensão-Nacala Porto
Formando: Supervisor:
Quimen Fernando Baptista Hortêncio Anjolo

➢ EI-CV5.2CD

Nacala Porto, Setembro de 2022


QUIMEN FERNANDO BAPTISTA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO FORMATIVO

MANUTENÇÃO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO DE


ENERGIA ELÉCTRICA EM MÉDIA E BAIXA TENSÃO NO
DISTRITO DE NACALA PORTO
ESTÁGIO NA EDM E.P-ASC de Nacala

ELECTRICIDADE INDUSTRIAL

Relatório de Estágio Formativo, apresentado


como requisito parcial para obtenção do grau de
Técnico Médio em Eletricidade Industrial, ao
Instituto Industrial de Maputo.

Supervisor: Hortêncio Anjolo-IIM

Nacala Porto, Setembro de 2022

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Ín
dice
I. Introdução e Contextualização ........................................................................................... 6
1 Introdução ...................................................................................................................... 6
2 Objectivos ...................................................................................................................... 7
2.1 Geral ....................................................................................................................... 7
2.2 Específicos ............................................................................................................. 7
3 Estrutura do relatório ..................................................................................................... 7
4 Contextualização ............................................................................................................ 8
II. Fundamentação Teórica: Manutenção de Redes de Distribuição de Energia Eléctrica ..... 9
5 Conceito de Manutenção................................................................................................ 9
6 Redes de Distribuição de Energia Eléctrica ................................................................... 9
7 Estrutura topológica da rede de distribuição .................................................................. 9
7.1 Rede em anel com exploração radial ................................................................... 10
8 Rede de distribuição em Média Tensão ....................................................................... 10
9 Redes de Distribuição em Baixa Tensão ..................................................................... 10
10 Postos de Transformação ............................................................................................. 10
11 Caracterização Genérica das linhas de distribuição de MT e BT ................................ 11
11.1 Linhas Aéreas de MT e BT .................................................................................. 11
11.2 Definições gerais .................................................................................................. 11
III. Descrição das Actividades Realizadas ......................................................................... 12
12 Eliminação de Actos e Condições Inseguras ............................................................... 12
12.1 Substituição de 2 Apoios (de Derivação e de Alinhamento) ............................... 12
12.1.1 Materiais e Equipamentos Utilizados ......................................................... 12
12.1.2 Procedimentos ............................................................................................ 12
12.2 Substituição de um Quadro Geral de Baixa Tensão ............................................ 14
12.2.1 Materiais e Equipamentos Utilizados ......................................................... 14
12.2.2 Procedimentos ............................................................................................ 14
13 Iluminação Pública....................................................................................................... 16
13.1 Instalação de Luminárias ..................................................................................... 16
13.1.1 Materiais e Equipamentos Utilizados ......................................................... 16
13.1.2 Procedimentos ............................................................................................ 16
14 Manutenção em Linhas de Média Tensão ................................................................... 17
14.1 Transição Linha Aérea/Cabo Subterrâneo ........................................................... 17
14.1.1 Materiais, Equipamentos e Ferramentas Utilizada ..................................... 18
14.1.2 Procedimentos ............................................................................................ 18
14.2 Caixa de Junção ................................................................................................... 22
14.2.1 Materiais e Equipamentos Utilizados ......................................................... 23
14.2.2 Procedimentos ............................................................................................ 23

iii
14.3 Inspecção ao longo da Linha L05 ........................................................................ 25
14.4 Substituição de um Transformador de Potência .................................................. 25
14.4.1 Materiais e Equipamentos Utilizados ......................................................... 25
14.4.2 Procedimentos ............................................................................................ 25
14.5 Instalação de um Posto de Transformação........................................................... 27
14.5.1 Materiais e Equipamentos Utilizados ......................................................... 27
14.5.2 Procedimentos ............................................................................................ 28
14.6 Manutenção Correctiva de um Transformador de Potência ................................ 30
14.6.1 Materiais e Equipamentos Utilizados ......................................................... 30
14.6.2 Procedimentos ............................................................................................ 30
14.7 Substituição do pórtico do PT 24 ......................................................................... 31
14.7.1 Materiais e Equipamentos Utilizados ......................................................... 32
14.7.2 Procedimentos ............................................................................................ 32
IV. Conclusões e Referências Bibliográficas ..................................................................... 34
15 Recomendações............................................................................................................ 34
16 Conclusão..................................................................................................................... 35
17 Referências Bibliográficas ........................................................................................... 36
18 Anexos ......................................................................................................................... 37
18.1 Alguns Equipamentos e Materiais Utilizados ao Longo da Realização das
Actividades ...................................................................................................................... 37
18.2 Documentos ......................................................................................................... 39

Índice de Figuras
Fig. 6-1 Níveis de Tensão da Rede Eléctrica Moçambicana ..................................................... 9
Fig. 11-1 Constituição geral de um cabo e do seu revestimento ............................................. 11
Fig. 12-1 Antes da Intervenção ................................................................................................ 12
Fig. 12-2 Abertura de Covas .................................................................................................... 13
Fig. 12-3 Suspendendo o cabo na pinça................................................................................... 13
Fig. 12-4 Após a Intervenção ................................................................................................... 13
Fig. 12-5 Antes da Intervenção ................................................................................................ 14
Fig. 12-6 Removendo o "reboco" ............................................................................................ 15
Fig. 12-7 Invólucro Fixado ...................................................................................................... 15
Fig. 12-8 Interrompendo a Alimentação do PT ....................................................................... 15
Fig. 12-9 Concebida a ligação da entrada do Disjuntor ........................................................... 15
Fig. 12-10 Após a Intervenção ................................................................................................. 16
Fig. 13-1 Antes da Intervenção ................................................................................................ 16
Fig. 13-2 Decorrer da Instalação .............................................................................................. 17
Fig. 13-3 Cesto Encravado ....................................................................................................... 17
Fig. 14-1 Antes da Intervenção ................................................................................................ 18
Fig. 14-2 Procurando o cabo .................................................................................................... 18
Fig. 14-3 Abertura da vala após a localização do Cabo ........................................................... 18
Fig. 14-4 Cabo desenterrado .................................................................................................... 19
Fig. 14-5 Abertura de cova ...................................................................................................... 19
Fig. 14-6 Implantação de Postes e Aplicação de Escorras ....................................................... 19
Fig. 14-7 Bobina do cabo sobre os cavaletes ........................................................................... 20
Fig. 14-8 Cabos filaçados ........................................................................................................ 20
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Fig. 14-9 Aplicação das cadeias de amarração com Isoladores em Cadeia ............................. 20
Fig. 14-10 Derivação ............................................................................................................... 20
Fig. 14-11 Preparação do cabo................................................................................................. 21
Fig. 14-12 Aplicação do condutor para aterramento ............................................................... 21
Fig. 14-13 Aplicação dos Terminais ........................................................................................ 21
Fig. 14-14 Aplicação da Fita Semicondutora .......................................................................... 21
Fig. 14-15 Aplicação da Manga ............................................................................................... 21
Fig. 14-16 Aquecendo a Manga ............................................................................................... 21
Fig. 14-17 Aplicação das “Saias” ............................................................................................ 22
Fig. 14-18 Transição Aéreo Subterrânea ................................................................................. 22
Fig. 14-19 Cabo danificado...................................................................................................... 22
Fig. 14-20 Cravando a União de Cabos ................................................................................... 23
Fig. 14-21 Aplicação das Fitas Semicondutoras ...................................................................... 24
Fig. 14-22 Aplicando a Rede Metálica .................................................................................... 24
Fig. 14-23 Aplicação última da Manga Termotratil ................................................................ 24
Fig. 14-24 Perno danificado ..................................................................................................... 25
Fig. 14-25 Chapa Característica do Trafo Substituído............................................................. 25
Fig. 14-26 Removendo o Transformador................................................................................. 26
Fig. 14-27 Colocando o Novo Transformador ......................................................................... 26
Fig. 14-28 Instalando o Novo Tranformador ........................................................................... 26
Fig. 14-29 Instalação Concluída .............................................................................................. 27
Fig. 14-30 Pórtico .................................................................................................................... 27
Fig. 14-31 Chapa Característica do Trafo Instalado ................................................................ 27
Fig. 14-32 Espetando o Elétrodo de Terra ............................................................................... 28
Fig. 14-33 Malha para Terra de Serviço .................................................................................. 28
Fig. 14-34 Malha para Terra de Protecção............................................................................... 28
Fig. 14-35 Montando o Suporte para o Transformador ........................................................... 29
Fig. 14-36 Passa-muros Removidos ........................................................................................ 29
Fig. 14-37 Instalação do Transformador .................................................................................. 29
Fig. 14-38 Fixação do Trafo no Pórtico ................................................................................... 29
Fig. 14-39 Avarias diagnosticas ............................................................................................... 30
Fig. 14-40 Buscando as Peças .................................................................................................. 30
Fig. 14-41 a) Bucha do Primário; b) Vedantes; c) Perno ......................................................... 30
Fig. 14-42 Substituindo as peças danificadas .......................................................................... 31
Fig. 14-43 Avarias Solucionadas (Fim da Manutenção) ......................................................... 31
Fig. 14-44 Antes da Intervenção .............................................................................................. 32
Fig. 14-45 Transferência das Cadeias das Linhas .................................................................... 33
Fig. 14-46 Após a Intervenção ................................................................................................. 33
Fig. 18-1 Equipamento para Escalar Postes de Madeira (Estribos e Cinto) ............................ 37
Fig. 18-2 Alicate/Prensa de Cravar .......................................................................................... 37
Fig. 18-3 Terminais Bimetálicos.............................................................................................. 37
Fig. 18-4 Pinça de Amarração Trifásica para BT .................................................................... 37
Fig. 18-5 Pinça de Amarração Monofásica.............................................................................. 37
Fig. 18-6 Ligadores Paralelos Bimetálicos .............................................................................. 38
Fig. 18-7 Rã ou Mordente ....................................................................................................... 38
Fig. 18-8 Ferragens .................................................................................................................. 38
Fig. 18-9 Cantoneiras ou Armações......................................................................................... 38
Fig. 18-10 Pinça de Amarração de Alumínio para MT ........................................................... 38
Fig. 18-11 Pinça de Suspensão para BT .................................................................................. 38
Fig. 18-12 Ligadores AC/AC para Baixa Tensão .................................................................... 39

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Fig. 18-13 Furador ................................................................................................................... 39
Fig. 18-14 Formulário de Avaliação de Risco ......................................................................... 39

I. Introdução e Contextualização

1 Introdução
A qualidade da energia eléctrica no nosso país ainda não é das melhores, mas esforços
contínuos por parte da concessionária têm sido feitos pra melhorar as condições de
fornecimento de energia. Existem vários factores que influenciam este processo de melhoria,
contando que por causa de vandalizações, desastres naturais, entre outros, as infraestruturas de
rede são drasticamente afectadas atrasando e dificultando a melhoria da qualidade de energia.
O presente relatório retrata sobre o estágio formativo, num período de 3 meses, na empresa
Eletricidade de Moçambique (EDM) na Área de Serviço ao Cliente (ASC) de Nacala Porto-
Província de Nampula, a maior concecionária do pais, no departamento de Manutenção de
Redes. Adiante serão abordados de forma breve alguns fundamentos teóricos dos conceitos
relacionados com as actividades realizadas assim como será feita a descrição das actividades
principais actividades realizadas durante o estágio.

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2 Objectivos
2.1 Geral
➢ Descrever as actividades realizadas durante o estágio formativo.

2.2 Específicos
✓ Realizar Tarefas complexas na área de eletricidade (Manutenção de Redes);
✓ Observar e Apoiar os trabalhos de rotina;
✓ Observar as regras de Segurança da organização.

3 Estrutura do relatório
O presente relatório está dividido em 4 capítulos, estes relacionados com os objectivos
apresentados e requisitos necessários para uma boa e produtiva leitura/interpretação:
No capítulo 1, a parte introdutória, onde é feita a introdução do tema, a contextualização do
tema, será abordada a importância da realização do estágio e onde são descritos todos os
objectivos que se pretendem alcançar no estágio.
No capítulo 2, Onde contem de forma breve os fundamentos teóricos dos conceitos
relacionados com as actividades realizadas durante o estágio (Manutenção das Redes de
Distribuição de Energia Eléctrica), enfatizando a Manutenção, as Redes/Linhas de distribuição
de energia eléctrica em Média e Baixa Tensão (Aéreas e Subterrâneas) e seus componentes.
No capítulo 3 é feita a descrição das Actividades Realizadas ao longo do estágio, Manutenção
das Linhas de Distribuição, Manutenção da Iluminação Pública, Eliminação de Actos e
Condições Inseguras, Construção de linhas, Intervenções em Postos de Transformação e
Manutenção de Edifícios, contendo imagens e datas em que tais actividades foram realizadas,
assim como os procedimentos a ter em conta na realização dessas actividades e os materiais
utilizados/necessários.
Terminando no Capítulo 4, a parte conclusória do relatório, onde são apresentadas as
principais conclusões deste relatório, algumas recomendações pelo que se pôde observar
durante o estágio, incluindo as referências bibliográficas de conteúdos que deram suporte na
elaboração do relatório e anexos.

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4 Contextualização
A rede de distribuição de energia eléctrica da EDM é constituída por várias infraestruturas
elétricas, nomeadamente, linhas de média tensão e baixa tensão (aéreas e subterrâneas), postos
de transformação e Postos de Seccionamento.
Para garantir perfeitas condições de funcionamento dessas infraestruturas é necessário que se
faça uma manutenção, de acordo com um plano prévio, além de solucionar os problemas que
as mesmas apresentarem de forma súbita.

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II. Fundamentação Teórica: Manutenção de Redes de Distribuição
de Energia Eléctrica
Neste capítulo de forma resumida serão abordados somente alguns aspectos teóricos sem
desvalorizar os omissos com o objectivo de facilitar a compreensão e não tornar o relatório
demasiado extenso, dando mais enfase a descrição das actividades realizadas, que é o ponto
fulcral do relatório.

5 Conceito de Manutenção
Entende-se por manutenção o conjunto das acções que têm por fim executar as operações
necessárias para que os equipamentos sejam mantidos ou restabelecidos num estado
especificado ou com possibilidade de assegurar um serviço determinado, por um custo global
mínimo.

6 Redes de Distribuição de Energia Eléctrica


As redes de distribuição têm como função levar a energia aos consumidores domésticos ou
industriais, nos três níveis de tensão respetivos, sendo eles, a baixa tensão, na qual deverão
estar ligados os aparelhos diretamente; a média tensão, que deverá alimentar todos os postos
de transformação; a alta tensão, que deverá unicamente fornecer energia às subestações.
Na cidade de Nacala Porto, o nível de tensão que alimenta a Subestação é de 110 KV (Alta
Tensão) proveniente da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) para além do Navio Gerador
que também serve de fonte de energia eléctrica para a cidade, suprindo as necessidades de uma
parte da cidade quando a Hidroelétrica (HCB) não estiver fornecendo.

Fig. 6-1 Níveis de Tensão da Rede Eléctrica Moçambicana

7 Estrutura topológica da rede de distribuição


A estrutura da rede é das principais características de uma rede de distribuição, isto porque
numa situação de defeito, a rede de distribuição pode ter de ser configurada, com o propósito
da interrupção de fornecimento de energia afetar o menor número de clientes, pelo menor
tempo possível. A estrutura da rede deve:
✓ Assegurar a segurança das pessoas e bens;
✓ Atingir um nível satisfatório de qualidade de serviço.

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O aspeto mais importante numa rede de distribuição para a exploração de um SEE é a sua
fiabilidade. Como os elementos das redes estão sujeitos a avarias, algumas imprevisíveis a
qualquer momento, estas provocam interrupções no fornecimento de energia elétrica. Como
estruturas topológicas comuns em SEE usam-se as seguintes:
✓ Rede radial;
✓ Rede malhada;
✓ Rede em anel com exploração radial.

7.1 Rede em anel com exploração radial


A rede em anel com exploração radial permite a alimentação de um mesmo ponto de rede por
dois caminhos diferentes, podendo ser explorada em regime de anel aberto. Este tipo de
tipologia apresenta maior fiabilidade em relação à rede malhada e à rede radial, tendo um
grande custo inicial e elevado custo de manutenção, para além de cuidados adicionais de
proteções. Esta é a estrutura topológica da rede de distribuição de MT mais comum em áreas
urbanas com elevada densidade de carga, pelo que se utilizam interruptores normalmente
abertos, os quais podem ser fechados em caso de indisponibilidade de um troço de linha, com
o objetivo de garantir a continuidade de serviço.
Esta é a estrutura utilizada na rede de distribuição da cidade de Nacala.

8 Rede de distribuição em Média Tensão


Instalação eléctrica de média tensão, destinada a distribuição de energia eléctrica a partir de
uma subestação, até um Posto de Transformação (PT) ou Posto de Seccionamento. Na cidade
de Nacala-Porto os níveis de tensão mais frequentes para este tipo de rede são de 11KV e
33KV, podendo ser aéreo ou subterrâneo.

9 Redes de Distribuição em Baixa Tensão


É uma instalação eléctrica destinada à distribuição de energia eléctrica a partir do Quadro Geral
de Baixa Tensão (QGBT) de um Posto de Transformação (PT) até aos consumidores de Baixa
Tensão. O nível de tensão para este tipo de rede geralmente tem sido 400/230V, ou seja, abaixo
de 1KV. É constituída por canalizações principais e ramais que que alimentam portinholas,
quadros de colunas ou quadros gerais das instalações de utilização.

10 Postos de Transformação
Posto de Transformação, é uma instalação eléctrica na qual se faz a transformação
(abaixamento) da tensão, de Média Tensão para Baixa tensão. É o ponto de partida para as
linhas de baixa tensão e são constituídas por: Transformador de Potência, Transformadores de
medida, Quadro Geral de Baixa Tensão (QGBT), Terra de Serviço e de Protecção.

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11 Caracterização Genérica das linhas de distribuição de MT e
BT
11.1 Linhas Aéreas de MT e BT
As redes aéreas são principalmente instaladas em zonas rurais e, nalguns casos, em zonas semi-
urbanas, enquanto as redes subterrâneas são predominantemente instaladas em zonas urbanas.
As linhas aéreas de Média e Baixa Tensão são constituídas pelos seguintes elementos:
✓ Condutores;
✓ Apoios;
✓ Isoladores;
✓ Aparelhagem de Manobra e Protecção;
✓ Armações e Acessórios para rede elétrica.

11.2 Definições gerais


Por canalização elétrica define-se o conjunto constituído por um ou mais condutores elétricos
e pelos elementos que garantem a sua fixação e a sua proteção mecânica.
Por condutor isolado define-se o conjunto constituído pela alma condutora, pelo invólucro
isolante e pelos eventuais ecrãs (blindagens).
Por cabo define-se o conjunto constituído por um ou mais condutores isolados, o seu
revestimento individual, os seus revestimentos de proteção e um ou mais condutores não
isolados.
Por alma condutora define-se os metais constituintes que são o cobre (menor resistividade) e
o alumínio (maior resistividade).
Por isolamento define-se o invólucro isolante que determina as qualidades dielétricas, o limite
da tensão estipulada de serviço, a resistência à combustão, a resistência à propagação da chama
e o comportamento contra a corrosão.
Por bainha define-se o material isolante do mesmo tipo que os invólucros, reforçando o
isolamento principal do cabo, ou material metálico em fitas de alumínio, com a função de
proteção mecânica. As bainhas interiores garantem que o cabo é estanque (bem isolado). Pode
ser necessário ainda a utilização de bainhas exteriores com características próprias.
Por ecrã define-se as fitas, malhas ou tranças de cobre nu ou estanhado vulgarmente, ou de
alumínio.

Fig. 11-1 Constituição geral de um cabo e do seu revestimento

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III. Descrição das Actividades Realizadas
O departamento de manutenção da EDM E.P, ASC de Nacala-Porto, contém equipes
responsáveis pela manutenção de linhas de Média Tensão no geral e Manutenção de linhas de
Baixa Tensão (Iluminação Pública, Eliminação de Actos e Condições Inseguras e Baixa Tensão
no Geral).
Durante o período de estágio, foram acompanhadas as actividades executadas pela equipa de
Eliminação de Actos e Condições Inseguras, equipa de Iluminação Pública, terminando na
equipa de Manutenção das Linhas de Média Tensão, tendo se realizado diversas actividades
relacionadas com a manutenção das infraestruturas nas Linhas de Distribuição e em Edifícios
pertencentes a empresa EDM E.P.
Antes da realização de qualquer actividade, preenchia-se um formulário de avaliação de risco
e realizavam-se reuniões com o responsável pela Higiene e Segurança no trabalho de modo a
garantir segurança de todos os envolvidos nas actividades.

12 Eliminação de Actos e Condições Inseguras


12.1 Substituição de 2 Apoios (de Derivação e de Alinhamento)
Segundo às informações que chegaram a EDM, um caminhão fazendo alguma manobra, bateu
num poste de alinhamento por onde se apoiava um ramal de alimentação, tendo o embate
quebrado o poste de alinhamento e o poste da respectiva derivação deixando o ramal em
contacto com o solo. Uma vez quebrados os 2 postes, houve a necessidade de substituí-los.

Fig. 12-1 Antes da Intervenção

12.1.1 Materiais e Equipamentos Utilizados


✓ 2 Postes de 9m;
✓ Pinças de Amarração Trifásicas;
✓ Ferragens M16;
✓ Ligadores de baixa tensão;

12.1.2 Procedimentos
1- Após desligar o ramal e remover o cabo da estrada, iniciou-se a abertura de covas para
implantar os novos apoios.

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Fig. 12-2 Abertura de Covas

2- Após a abertura das covas, implantaram-se os 2 postes (um de cada vez), com as
respectivas ferragens embutidas nos mesmos. No apoio de alinhamento montou-se a
pinça de suspensão e no apoio de derivação a pinça de amarração, amarrando o cabo
torçado ao apoio.
De seguida, manualmente, com auxílio de uma corda levantou-se o cabo, colocando-o
nas respectivas pinças conforme os apoios. Começando pelo ramal principal, colocando
o cabo na pinça de suspensão.

Fig. 12-3 Suspendendo o cabo na pinça

3- Após colocar os cabos em seus devidos lugares, alimentou-se o ramal na derivação e


foram feitos os devidos ensaios/testes através da pinça amperimétrica, terminando o
trabalho com a organização dos materiais que sobraram.

Fig. 12-4 Após a Intervenção

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12.2 Substituição de um Quadro Geral de Baixa Tensão
O QGBT do PT situado no cruzamento de Matibane encontrava-se em estado de degradação
como mostra a figura antes da intervenção. O invólucro estava se corroendo, havendo a
necessidade de substituí-lo para além de movê-lo do pórtico para o maciço de betão.

Fig. 12-5 Antes da Intervenção

12.2.1 Materiais e Equipamentos Utilizados


✓ Invólucro Metálico (1.00mX0.80m);
✓ Terminais de ligação Bimetálicos;
✓ Prensa/Alicate de Cravar;
✓ 5m de Cabo Tetrapolar de Cobre com 75mm;
✓ Rebarbadora;
✓ Berbequim;
✓ Ferragens M16.

12.2.2 Procedimentos
1- Começou-se pela montagem do novo invólucro no maciço, fixando-o com a ajuda das
ferragens. Os 4 furos por onde as ferragens passaram foram abertos com a ajuda de um
berbequim. Com a ajuda da rebarbadora removeu-se uma parte do reboco na parte
interna do maciço para que o invólucro pudesse caber.

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Fig. 12-6 Removendo o "reboco"
Fig. 12-7 Invólucro Fixado

2- Após a interrupção na alimentação do PT, feito pela equipe da Piquete, iniciou-se a


troca dos aparelhos de manobra e protecção. Retirou-se o módulo que continha tais
aparelhos, do antigo invólucro para o novo.
Tendo cravado todos os seis (6) terminais no cabo que alimenta o quadro ligou-se então
à entrada do disjuntor garantindo a ligação entre o secundário do transformador e à
entrada do disjuntor, e a alimentação do barramento do neutro, ligando a este a terra de
serviço. O novo cabo (de cobre) substitui o antigo uma vez que este era de alumínio.

Fig. 12-9 Concebida a ligação da entrada do Disjuntor

Fig. 12-8 Interrompendo a Alimentação do PT

3- Após a conexão do cabo de alimentação, foram ligadas as respectivas saídas nos


barramentos das fases (R, S, T) e no barramento do Neutro, os fusíveis foram colocados
nas respectivas bases, e alimentou-se a instalação, encerrando as actividades.

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Fig. 12-10 Após a Intervenção

13 Iluminação Pública
13.1 Instalação de Luminárias
Por conta de um evento que decorreria nas instalações da ADPP no bairro Muzuane, houve a
necessidade de iluminar o pátio do mesmo de modo a garantir segurança e conforto no decorrer
do evento. A instalação para alimentação das luminárias já tinha sido feita pela equipa de Baixa
Tensão.

Fig. 13-1 Antes da Intervenção

13.1.1 Materiais e Equipamentos Utilizados


✓ Luminárias LED;
✓ Caminhão Cesto.

13.1.2 Procedimentos
1- Pelas características dos apoios, houve a necessidade de substituir os suportes (braços)
das luminárias por outros com um método de aperto diferente.
2- Tendo trocado os suportes iniciou-se a montagem das 10 luminárias. A disposição
variava de acordo com a posição do apoio em relação ao palco e a zona de circulação,
tendo em alguns casos instalados 2 luminárias no mesmo apoio.

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Fig. 13-2 Decorrer da Instalação

3- Houve um incidente enquanto se executava o trabalho: A grua que movimenta o cesto


do caminhão encravou enquanto o cesto estava levantado (como mostra a imagem) e
os macacos levantados, imobilizando a viatura e paralisando as actividades.

Fig. 13-3 Cesto Encravado

4- Enquanto se esperava pelos mecânicos para concertar a grua, a equipe de baixa tensão
forneceu-nos cordas, cinto e escada para que as actividades continuassem.
Utilizando a escada, foram instaladas as últimas 4 luminárias, encerrando as
actividades.

14 Manutenção em Linhas de Média Tensão


14.1 Transição Linha Aérea/Cabo Subterrâneo
É feita quando é necessário que uma rede aérea passe para rede subterrânea, para que não haja
atravessamento de uma zona suburbana ou urbana pela Linha Aérea ou na travessia de vias de
circulação, quando as condições locais assim o exigirem.
Devido às obras de construção de uma nova estrada na zona do porto conforme a figura, houve
a necessidade de retirar uma parte do cabo subterrâneo (linha de 33KV) que passa por lá, e
continuar o transporte por via aérea, ao longo de 300 metros.

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Fig. 14-1 Antes da Intervenção

14.1.1 Materiais, Equipamentos e Ferramentas Utilizada


✓ Condutor de Alumínio Nú 75mm2 ✓ Rã e Diferencial
✓ Isoladores em Cadeia ✓ Ferragens M16 e M20
✓ Isoladores Rígidos ✓ Filaças
✓ Kit de Caixas Terminais ✓ Apoios de 12m
✓ Terminais Bimetálicos ✓ Armações (Cantoneiras)
✓ Ligadores Paralelos Bimetálicos ✓ Caminhão Grua
✓ Pinças de Amarração para Média ✓ Cavaletes
Tensão ✓ Maçarico

14.1.2 Procedimentos
1- Primeiramente, fez-se a escavação manual para poder achar o cabo no subsolo, tendo o
encontrado, iniciou-se o desenterro de 60 metros do mesmo. Pelas características do
terreno, o desenterro foi feito com recurso a uma Máquina Escavadora, actividade que
levou 3 semanas.

Fig. 14-3 Abertura da vala após a localização do Cabo


Fig. 14-2 Procurando o cabo

2- Terminando com o desenterro do cabo e tendo feito os devidos estudos para o perfil da
linha aérea, iniciou-se a abertura das 4 covas para implantar os apoios para a linha
Aérea. As covas têm profundidades entre 1,80m a 2m devido a altura dos apoios.

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Fig. 14-4 Cabo desenterrado

Fig. 14-5 Abertura de cova

3- Após a abertura das covas, fez-se a implantação dos apoios com a ajuda do caminhão
grua, que também é utilizado para transportar os apoios. Após a Implantação dos
apoios, foram colocadas as respectivas escorras (apoios utilizados para dar suporte
outros apoios) nos apoios de início, fim de linha (também de derivação) e no apoio que
fazia o ângulo. Alguns dos apoios são implantados com as armações e os isoladores de
passagem (rígidos) instalados.

Fig. 14-6 Implantação de Postes e Aplicação de Escorras

4- Com os apoios implantados, iniciou-se o lançamento dos cabos. Com a bobina do cabo
assente sobre os cavaletes, num extremo da instalação, puxamos o cabo até a outra
extremidade da instalação. Deixando uma margem para a amarração do mesmo,
filaçou-se o cabo nas ferragens. Repetiu-se o processo para as outras 2 fases, uma de
cada vez.

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Fig. 14-7 Bobina do cabo sobre os cavaletes Fig. 14-8 Cabos filaçados

5- Com a ajuda do diferencial e da rã, os cabos foram cuidadosamente esticados,


melhorando os vãos e corrigindo as flechas, e de seguida filaçados às cabeças dos
isoladores. Também se montaram as cadeias de isoladores, junto das pinças de
amarração (cadeias de amarração). Foi feita também uma derivação cruzando a estrada.

Fig. 14-9 Aplicação das cadeias de amarração com


Isoladores em Cadeia
Fig. 14-10 Derivação

6- Terminando as cadeias, iniciou-se a aplicação da caixa/mufla terminal nos cabos


subterrâneos. Para este processo as mãos devem estar totalmente limpas e utiliza-se
gasolina para limpar a parte do cabo onde foi removida as camadas isolantes e
protectoras.
Os terminais são cravados utilizando uma prensa de cravar. As mangas são aquecidas
recorrendo a um maçarico. Durante o processo deve-se certificar que o condutor esteja
totalmente isolado.

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Fig. 14-11 Preparação do cabo
Fig. 14-14 Aplicação da Fita Semicondutora

Fig. 14-12 Aplicação do condutor para aterramento


Fig. 14-15 Aplicação da Manga

Fig. 14-13 Aplicação dos Terminais

Fig. 14-16 Aquecendo a Manga

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Fig. 14-17 Aplicação das “Saias”

7- Terminando as muflas (caixas terminais) com a aplicação das “saias”, iniciou-se a


transição, onde recorrendo a uma corda elevaram-se os cabos subterrâneos para depois
ligarem-se aos aéreos através de ligadores paralelos bimetálicos.
Primeiro foi feita a transição no apoio que dá início ao troço aéreo e depois a transição
no apoio de derivação para alimentar às bombas de combustível da Total, (próxima a
rotunda), terminando com a transição que dá continuidade com a mesma linha (33KV)
instalada no subterrâneo, encerrando com as actividades que levaram 5 semanas.

Fig. 14-18 Transição Aéreo Subterrânea

14.2 Caixa de Junção


No decorrer das obras para a instalação de uma nova linha de 33KV subterrânea, uma vez que
em alguns troços a mesma percorre o mesmo caminho que uma linha já instalada de 11KV, a
quando das escavações, os operários acabaram por golpear o este cabo subterrâneo, danificando
a blindagem e o isolamento do cabo, que se encontrava fora de serviço.
Ao alimentar-se a linha, uma vez que nesse troço o isolamento estava rompido, o cabo acabou
por se danificar, como ilustra a figura, sendo necessária a construção de caixa de junção de
modo a unir os cabos e isolar tal união.

Fig. 14-19 Cabo danificado

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14.2.1 Materiais e Equipamentos Utilizados
✓ Maçarico;
✓ Kit de Caixas de Junção;
✓ Uniões de cabo (Conectores);
✓ Gasolina;
✓ Navalha;
✓ Panos/Farrapos;
✓ Cerrote para metal/ Arco de Cerra;
✓ Alicate/Prensa de Cravar.

14.2.2 Procedimentos
1- Após identificar os pontos danificados, considerando uma certa tolerância removeram-
se as partes danificadas. Com as partes já removidas, iniciou-se a preparação dos cabos
para montar a caixa.
A preparação do cabo, consiste na remoção de uma parte da blindagem do cabo (+/-
50cm), remoção do isolamento (+/- 5cm) para alcançar a alma condutora e limpeza do
cabo com recurso a gasolina ou um álcool apropriado. Para a caixa de junção este
processo é feito para as duas partes do cabo (a que vem da fonte e a que vai para a carga,
tomando como ponto de interrupção a parte rompida).
2- Após a preparação do cabo, foi inserida a manga juntamente com a “almofada” e
alocadas de modo a permitir o livre manuseamento do cabo e continuação do trabalho.
Tendo inserido os isolamentos, cravou-se a união dos cabos, unindo o cabo.

Fig. 14-20 Cravando a União de Cabos

3- Tendo unido os cabos, iniciou-se a aplicação das fitas semicondutoras de modo a cobrir
as partes expostas da alma condutora assim como a parte activa do cabo.

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Fig. 14-21 Aplicação das Fitas Semicondutoras

4- Com a parte activa do cabo coberta, colocou-se a primeira manga isoladora e aqueceu-
se com recurso a maçarico. De seguida a “almofada”, que também oi aquecida.
5- Tendo a aquecido a almofada, colocou-se a uma rede metálica, cobrindo a almofada e
conectando às ligas de cobre que compõem o condutor de terra no cabo.

Fig. 14-22 Aplicando a Rede Metálica

6- Após a aplicação da desta rede, foi colocada e aquecida a manga termotratil preta,
finalizando a caixa.
7- A actividade foi encerrada com o enterro do cabo, com a caixa já instalada.

Fig. 14-23 Aplicação última da Manga Termotratil

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14.3 Inspecção ao longo da Linha L05
Realizou-se então uma inspecção ao longo da linha L05 partindo da subestação, verificando a
condição dos apoios ao longo da linha, condições dos cabos e outros constituintes da linha,
contatando a necessidade de:

❖ Substituição de Alguns Pórticos;


❖ Substituição de Alguns apoios;
❖ Podagem de árvores;
❖ Aprumo de alguns apoios;
❖ Aperto e Substituição de Alguns Isoladores;
❖ Colocação de Cantoneiras.

14.4 Substituição de um Transformador de Potência


Esforços mecânicos acabaram por quebrar uma das buchas do lado do secundário de um
transformador trifásico de potência num PT do bairro Ribaué, tendo também um dos pernos
sido danificado, como ilustra a imagem, causando vazamento de óleo. Houve então a
necessidade de substituir o transformador para que de seguida o mesmo fosse concertado.

Fig. 14-25 Chapa Característica do Trafo Substituído


Fig. 14-24 Perno danificado

14.4.1 Materiais e Equipamentos Utilizados


✓ Transformador de Potência Trifásico (250 KVA);
✓ Caminhão-Grua.

14.4.2 Procedimentos
1- Após a interrupção da alimentação do trafo, iniciou-se a actividade. Desligaram-se
todos os cabos nos terminais do transformador. Tendo desligado os mesmos, recorrendo
a grua, moveu-se o trafo danificado do maciço para o caminhão.

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Fig. 14-26 Removendo o Transformador

1- Tendo removido o danificado, colocou-se o novo transformador sobre o maciço e


iniciou-se a instalação do mesmo (aperto dos cabos de alimentação no primário e os
cabos no secundário que ligam o QGBT), com a devida atenção de modo a não
confundir os cabos.

Fig. 14-28 Instalando o Novo Tranformador


Fig. 14-27 Colocando o Novo Transformador

2- Tendo instalado o novo transformador, foram feitos os devidos ensaios e assim foi
encerrada a actividade.

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Fig. 14-29 Instalação Concluída

14.5 Instalação de um Posto de Transformação


Na zona de Naherengue foi instalada uma nova rede de distribuição em Baixa Tensão no âmbito
das obras do PAO 2022, havendo a necessidade de instalação de um Posto de Transformação
de 160 KV para alimentar essa mesma rede. Pela capacidade do Transformador, o mesmo
poderia ser instalado no pórtico.

Fig. 14-30 Pórtico


Fig. 14-31 Chapa Característica do Trafo Instalado

14.5.1 Materiais e Equipamentos Utilizados


✓ Transformador de Potência Trifásico;
✓ Cantoneiras/Suporte para assentar o Trafo;
✓ Cabo de Cobre;
✓ Elétrodos de Terra;
✓ Ferragens;
✓ Ligadores bimetálicos;
✓ Para-raios.

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14.5.2 Procedimentos
1- Tendo feito um estudo prévio, selecionaram-se os locais para abertura de covas para
construção das malhas de terra de serviço e de protecção. Com as covas abertas (2m de
profundidade, cubo com 2m de lado) à 8m do pórtico conforme as normas, iniciou-se
as actividades com a construção da malha de terra de serviço.
A malha foi composta por 4 elétrodos de terra, dispostos como ilustra a figura:

Fig. 14-33 Malha para Terra de Serviço

Fig. 14-32 Espetando o Elétrodo de Terra

2- De seguida construiu-se a malha para terra de protecção com 5 elétrodos, dispostos


como ilustra a imagem.

Fig. 14-34 Malha para Terra de Protecção

3- Com as malhas construídas, foram montadas as cantoneiras que suportam o


transformador. Observando que a mesma estaria próxima da cantoneira que suportam
os isoladores passa-muros, houve a necessidade de remover os mesmos uma vez que já
não seriam necessários.

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Fig. 14-35 Montando o Suporte para o Transformador
Fig. 14-36 Passa-muros Removidos

4- Com o espaço liberado, iniciou-se então a instalação do transformador, este que já tinha
os para-raios montados antes de coloca-lo no pórtico. Com a ajuda da grua, moveu-se
o trafo para o pórtico. Com o trafo no pórtico, ainda segurado pela grua, fizeram-se as
respectivas ligações no primário do transformador.

Fig. 14-37 Instalação do Transformador

5- Tendo feito as conexões, iniciou-se a fixação do trafo no pórtico. Uma vez fixado o
transformador ao pórtico, encerrou-se a actividade, com a montagem do QGBT na
responsabilidade da equipe de Baixa tensão.

Fig. 14-38 Fixação do Trafo no Pórtico

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14.6 Manutenção Correctiva de um Transformador de Potência
Esforços mecânicos acabaram por quebrar uma das buchas do lado do secundário de um
transformador trifásico de potência, tendo também um dos pernos sido danificado, como ilustra
a imagem, causando vazamento de óleo, havendo a necessidade de substituir dois pernos e uma
bucha.

Fig. 14-39 Avarias diagnosticas

14.6.1 Materiais e Equipamentos Utilizados


✓ Pernos;
✓ Vedantes;
✓ Buchas;
✓ Gasolina.

14.6.2 Procedimentos
1- Após o diagnóstico, tendo identificado as falhas, iniciou-se a busca pelos componentes
por substituir. Os mesmos foram encontrados num outro transformador idêntico
danificado. Foram então removidos desse, as porcas, os pernos e as buchas e os
respectivos vedantes.

Fig. 14-40 Buscando as Peças

Fig. 14-41 a) Bucha do Primário; b) Vedantes; c) Perno

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2- Tendo achado novos componentes compatíveis, iniciou-se a montagem, removendo os
componentes danificados. Com os componentes danificados removidos, recorrendo a
gasolina, fez-se a limpeza dos novos componentes.

Fig. 14-42 Substituindo as peças danificadas

3- Com os novos componentes limpos iniciou-se a montagem, começando pelos pernos


danificados e de seguida a bucha. Depois de montar os novos componentes, fez-se a
limpeza da carcaça do transformador também com gasolina, encerrando às actividades.

Fig. 14-43 Avarias Solucionadas (Fim da Manutenção)

14.7 Substituição do pórtico do PT 24


Com o tempo, os apoios do pórtico do PT 24 (localizado no cruzamento para Nacala-a-Velha)
foram se desgastando, enfraquecendo e colocando em risco a instalação. Houve então a
necessidade de substituir os apoios e aproveitou-se para substituir alguns dos isoladores em
cadeia de porcelana por isoladores poliméricos e também para tirar os para raios do pórtico e
instalar no transformador.

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Fig. 14-44 Antes da Intervenção

14.7.1 Materiais e Equipamentos Utilizados


✓ Isoladores poliméricos;
✓ Pinças de amarração para Média Tensão;
✓ Terminais de Cobre;
✓ Terminais Bimetálicos;
✓ Cabo de cobre;
✓ Ligadores Bimetálicos;
✓ Cantoneiras.

14.7.2 Procedimentos
1- Primeiro iniciou-se a abertura de covas para implantar os 2 novos apoios. Tendo
instalado os novos apoios, foram feitos os devidos furos por onde passam as Ferragens
para fixar as cantoneiras que de seguida foram montadas. Foram montadas cantoneiras
por onde assentariam Drop-outs, Isoladores de passagem e para fixar as cadeias de
amarração do cabo.
2- Tendo montado as cantoneiras, iniciou-se a transferência dos aparelhos do pórtico
antigo para o novo, iniciando com os cabos com a ajuda de um diferencial.
Devido aos esforços que os cabos exercem sobre o pórtico, deve-se prestar muita
atenção quando estiver a transferir as cadeias de amarração de modo a não deixar o
pórtico inclinado (fora do eixo). Portanto, usou-se a sequência demonstrada na figura:

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Fig. 14-45 Transferência das Cadeias das Linhas

3- Enquanto transferiam-se as linhas, uma outra equipa iniciou a transferência dos outros
aparelhos, iniciando com os Drop-outs e de seguida os isoladores de passagem (passa-muros).
Os para-raios também foram removidos do antigo pórtico e foram montados logo à entrada do
transformador.
4-Tendo transferido os aparelhos, e com as cantoneiras no antigo pórtico também desmontadas,
iniciou-se a remoção do antigo pórtico cortando os apoios utilizando um machado. Antes de
cortar os apoios, os mesmos eram segurados pela cinta da grua e assim, depois de cortados,
levantados para fora da cerca.
Foram religados os cabos de terra, interrompidos a quando da abertura das covas, finalizando
assim as actividades.

Fig. 14-46 Após a Intervenção

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IV. Conclusões e Referências Bibliográficas

15 Recomendações
❖ De modo a evitar o rompimento dos cabos e do derretimento da baínha dos cabos, é
necessário dimensionar a secção dos cabos em função das correntes que fluirão por ele
ou pelo circuito;
❖ Apesar dos fusíveis utilizados nos QGBT protegerem o circuito também da sobrecarga,
estes não têm poder de corte, uma vez que devem ser substituídos logo que eliminarem
uma sobrecorrente, o que seria diferente se existisse também um disjuntor em
coordenação com os fusíveis sendo que este é também utilizado para manobras sendo
viável esta coordenação entre os dois dispositivos de proteção.
❖ Após o corte da linha, antes de qualquer intervenção nesta, devem ser feitos teste de
modo a confirmar a falta de tensão, e deve-se também fazer o devido aterramento da
linha para assim evitar queimaduras ou até morte por electrocussão ou choques
eléctricos.
❖ É necessário que se selecionem matérias e equipamentos adequados e de qualidade para
a execução de qualquer tarefa de modo a garantir a segurança do operador durante a
realização das tarefas. Os mesmos materiais e equipamentos, devem ser inspecionados
antes de usá-los.
❖ Antes de iniciar qualquer trabalho, deve-se fazer uma avaliação de riscos presentes no
local de obra, prevenindo as ocorrências potencialmente perigosas e as suas
consequências.

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16 Conclusão
Após a elaboração do presente relatório de estágio, conclui-se que foi atingido com sucesso, o
objetivo primordial do estágio. As atividades efetivamente desenvolvidas em local de obra
foram o acompanhamento de trabalhos das equipas executantes da ASC e a forma como estas
se organizam no terreno. Durante o período de estágio foi possível consolidar muitos dos
conhecimentos adquiridos ao longo da formação como Técnico em Eletricidade Industrial.
O contacto direto com vários profissionais da área, em destaque a classe operária (eletricistas,
tarefeiros e encarregados de obras), membros de gestão da empresa EDM E.P e colaboradores
dos diversos departamentos da empresa permitiram a aquisição de novas competências
profissionais e técnicas, em contexto de manutenção e obras.
As diversas deslocações aos locais de obras, onde se executaram os diversos trabalhos,
contribuíram para enriquecer a experiência profissional e tomar consciência, que nem sempre
as melhores soluções técnicas são as ideais a aplicar. Atualmente tem que se ter em conta os
fatores económicos e a satisfação do cliente, sendo que estes fatores são considerados os mais
importantes, na sociedade em que estamos inseridos, nunca descartando os aspetos técnicos e
os respetivos critérios de regulamentação.
Em função da legislação atual, é necessário ter em atenção, o impacto ambiental na zona onde
está a ser executada a obra e o impacto que as infraestruturas de instalações elétricas podem
provocar no meio ambiente, tal que isto pode até provocar custos associados desnecessários.
Todos os trabalhos realizados em redes de Média e Baixa Tensão exigem que qualquer
trabalhador dentro do local de obra contribua para melhorar a qualidade de serviço prestada,
de forma a garantir a continuidade de serviço de energia elétrica.
É imprescindível que todas as pessoas dentro das delimitações da zona de trabalhos cumpram
os requisitos de segurança pré-estabelecidos, como usar os EPI’s, ou seja, capacete de
segurança, calçado de proteção, colete refletor com identificação da empresa e se possível,
luvas de proteção mecânica. Deste modo, obtém-se uma linha de defesa perante o risco de
acidente.
A realização do estágio revelou-se um momento de aprendizagem essencial, sendo os novos
desafios propostos encarados com rigor e responsabilidade, de modo a poder cumprir os
objetivos propostos. Em suma, o autor considera-se bastante satisfeito com o trabalho
desenvolvido e com o conhecimento adquirido ao longo do período de estágio, estando sempre
consciente que o mesmo resultou de um esforço genuíno da sua parte e da entidade acolhedora,
que proporcionou uma oportunidade profissional de grande valor e mérito.

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17 Referências Bibliográficas
✓ CARDOSO, Rafael Lourenço, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova
de Lisboa. Cálculo Automático para Projecto de Linha Aérea até 30KV, Lisboa,
Dezembro de 2016.
✓ FRANÇA, Jorge, Instituto Superior de Engenharia do Porto, Projecto e Direcção de
Obra de Instalações Eléctricas de Média e Baixa Tensão: Fábrica de Cerveja-
Moçambique, Outubro de 2020.

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18 Anexos
18.1 Alguns Equipamentos e Materiais Utilizados ao Longo da Realização das
Actividades

Fig. 18-1 Equipamento para Escalar Postes de Madeira (Estribos e Cinto)

Fig. 18-2 Alicate/Prensa de Cravar Fig. 18-4 Pinça de Amarração Trifásica para BT

Fig. 18-3 Terminais Bimetálicos


Fig. 18-5 Pinça de Amarração Monofásica

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Fig. 18-6 Ligadores Paralelos Bimetálicos Fig. 18-7 Rã ou Mordente

Fig. 18-8 Ferragens

Fig. 18-9 Cantoneiras ou Armações

Fig. 18-10 Pinça de Amarração de Alumínio para MT


Fig. 18-11 Pinça de Suspensão para BT

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Fig. 18-13 Furador

Fig. 18-12 Ligadores AC/AC para Baixa Tensão

18.2 Documentos

Fig. 18-14 Formulário de Avaliação de Risco

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