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Ligações em BT - Ramais

Soluções Técnicas EEM

Edição n.º1

DEP – Direcção de Estudos e Planeamento 2015


Electricidade da Madeira Julho 2015

ÍNDICE

INTRODUÇÃO .............................................................................................. 4
1. - DOMÍNIO DE APLICAÇÃO...................................................................... 4
2. - CONDIÇÕES GERAIS ............................................................................. 4
3. - DEFINIÇÕES ......................................................................................... 5
3.1. – Ramal .............................................................................................. 5
3.2. - Portinhola ......................................................................................... 5
3.3. - Entrada ............................................................................................ 6
3.4. - Quadro de colunas ............................................................................. 6
3.5. - Coluna ............................................................................................. 7
3.6. - Caixa de coluna ................................................................................. 7
3.7. - Aparelho de corte da entrada/limitador de potência ............................... 7
3.8. – Fronteira entre a Rede de distribuição em BT e a Instalação do Cliente .... 7
4. - DIMENSIONAMENTO ............................................................................. 8
4.1. - Potências mínimas Regulamentares ..................................................... 8
4.2. - Potência Requisitada .......................................................................... 9
4.3. - Potências contratáveis ........................................................................ 9
5 - FASES DE PREPARAÇÃO E EXECUÇÃO DOS RAMAIS ............................. 10
6. - ESCOLHA DA CANALIZAÇÃO................................................................ 12
6.1. – Introdução ...................................................................................... 12
6.2. - Comprimentos máximos dos ramais ou entradas .................................. 12
6.2.1. - Canalizações aéreas no sistema monofásico ................................... 13
6.2.2. - Canalizações aéreas no sistema trifásico ....................................... 13
6.2.3. - Canalizações subterrâneas no sistema monofásico .......................... 14
6.2.4. - Canalizações subterrâneas no sistema trifásico............................... 14
6.3. - Características Físicas ....................................................................... 15
6.3.1 - Traçado aéreo ............................................................................. 15
6.3.2. - Traçado subterrâneo ................................................................... 15
7. - EXECUÇÃO DE RAMAIS ....................................................................... 16
7.1. - Ponto de alimentação ........................................................................ 16
7.2. - Canalizações aéreas .......................................................................... 16
7.2.1 Apoios .......................................................................................... 16
7.2.2. – Amarração ao apoio da canalização principal ................................. 17
7.2.3. - Última amarração ....................................................................... 17
7.2.4. - Canalização a jusante da última amarração ................................... 18
7.2.5. – Colocação de capacetes termorretrácteis ....................................... 18
7.2.6. – Ligador de aperto ....................................................................... 18
7.3. - Canalizações subterrâneas ................................................................. 18
7.3.1. – Regras gerais de execução .......................................................... 19
7.3.2. - Interceção de cabo BT, com instalação de armários de distribuição ... 19
7.3.3. - Comprimento de cabo disponível, no ramal .................................... 19
7.3.4. – Ligação ..................................................................................... 20
7.3.5. – Atualização do cadastro da rede................................................... 20
7.4 - Canalizações Aéreo-Subterrâneas ........................................................ 20
8. - INSTALAÇÃO DE CONTADORES ........................................................... 22
8.1 – Condições Gerais .............................................................................. 22
8.2 – Contagens BTN (até 41,4 kVA). Sistemas monofásicos e trifásicos. Tarifas
simples, duplas e triplas ............................................................................. 23
8.2.1 – Instalação em edifícios coletivos – Quadros de contagem ................. 24
8.2.2. – Instalações em edifícios unifamiliares ........................................... 24
8.2.3. – Instalações recebendo público ..................................................... 25
8.2.4. – Instalações isoladas ................................................................... 25
8.2.5. – Comprimento de cabo disponível para ligação ................................ 26
8.3. – Instalações em baixa tensão especial (BTE) ..................................... 26
9. - APARELHOS DE CONTROLO DE POTÊNCIA .......................................... 26

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9.1. - Condições Gerais ........................................................................... 26


9.2. – Localização dos A. C. P. ................................................................. 27
9.2.1. - Generalidades ............................................................................ 27
9.2.2. - A.C.P. colocado num compartimento do quadro da entrada .............. 27
9.2.3. – A.C.P. colocado isoladamente ...................................................... 28
10. - QUADRO GERAL DA ENTRADA ........................................................... 28
10.1. – Definição ................................................................................... 28
10.2. - Localização ................................................................................. 28
10.3. - Canalização de alimentação do quadro da entrada ........................... 29
11. - INSTALAÇÕES PROVISÓRIAS ............................................................ 29
11.1. - Condições gerais ......................................................................... 29
11.1.1. – Definição................................................................................. 29
11.1.2. – Âmbito de aplicação ................................................................. 29
11.1.3. – Ponto de ligação....................................................................... 30
11.1.4. - Quadro da instalação ................................................................ 30
11.2. - Instalações com potência contratada até 20,7 kVA .......................... 30
11.2.1. - Instalações de estaleiros de obras ............................................... 31
11.2.2. - Instalações de arraiais............................................................... 31
11.3. – Inst. com Pot. Contratadas sup. a 20,7 kVA e até 41,4 kVA .............. 31
11.3.1. - Instalações de estaleiros de obras ............................................... 31
11.4. - Instalações com potências contratadas superiores a 41,4 kVA* ......... 32
11.4.1. - Instalações de estaleiros de obras ............................................... 32
11.4.2. - Instalações de arraiais............................................................... 33
Anexo A .................................................................................................... 35
Anexo B .................................................................................................... 37
Anexo C .................................................................................................... 63

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INTRODUÇÃO

A presente norma destina-se a indicar as Soluções Técnicas Normalizadas


relativas à construção de elementos de ligação para uso exclusivo, doravante
designadas por ramal, de instalações de clientes nas redes de distribuição aéreas e
subterrâneas em baixa tensão.

Na elaboração deste documento foram tidas em consideração a legislação vigente,


Normas Nacionais e Internacionais referentes a cada campo de aplicação e as
especificidades do SEPM.

1. - DOMÍNIO DE APLICAÇÃO

As Soluções Técnicas Normalizadas abordadas neste documento dizem respeito à


construção ramal, desde o ponto de ligação atribuído pela EEM até um dos
seguintes pontos: portinhola e quadro de colunas (interior ou exterior)

As Soluções Técnicas Normalizadas referentes às instalações elétricas de serviço


público, tais como postos de transformação, iluminação pública e rede de
distribuição de BT, serão abordadas noutro documento.

2. - CONDIÇÕES GERAIS

As instalações de utilização de energia devem ser concebidas de forma a não


causarem perturbações ao normal funcionamento de outras instalações, quer essas
perturbações sejam causadas por avarias ou pelo normal funcionamento dos
equipamentos de utilização de energia. Exemplos de perturbações:

 Abaixamento de tensão causados por arranques de grandes cargas;

 Introdução na rede de tensões harmónicas diferentes da frequência


fundamental;

 Interferências nas telecomunicações;

 Transmissão para estruturas condutoras (metálicas) de tensões elétricas


perigosas;

 Introdução de sinais de telecomunicações na rede elétrica;

 Etc.

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3. - DEFINIÇÕES

3.1. – Ramal

Para efeitos do presente documento, entende-se por ramal, toda a canalização


elétrica destinada à alimentação de apenas uma instalação (individual ou coletiva),
ou seja, sem qualquer derivação, com origem nos seguintes pontos de ligação à
rede:

a) Armários de distribuição da rede subterrânea em BT;

b) Apoios de rede na rede aérea em BT;

c) Ligadores dos cabos da rede de BT instalados nas fachadas dos edifícios.

d) Postos de transformação nas redes em BT (QGBT),

terminando numa portinhola ou num quadro de colunas (interior ou exterior).

Observações:

Em instalações existentes que não possuam portinhola ou quadro de coluna,


considera-se que o ramal termina nos terminais de entrada do contador.

3.2. - Portinhola

Equipamento de rede onde termina o ramal, de que faz parte, e que, em regra,
contém os aparelhos de proteção geral contra sobreintensidades das instalações
coletivas ou entradas ligadas a jusante.

Para a ligação de empreendimento constituído por apenas uma instalação


(individual ou coletiva), deverá utilizar-se portinholas não inferiores às do tipo
P100.

Regra geral, a instalação da portinhola é obrigatória, devendo cada portinhola


alimentar apenas uma instalação, com a exceção dos seguintes casos:

- Quando a instalação a jusante for do tipo coletiva e o ramal tiver origem num
QGBT de um posto de transformação (PT) ou num armário de passeio (AD), poderá
terminar no respetivo quadro de colunas, evitando-se desta forma a instalação de
portinhola.

- Quando o empreendimento a ligar à rede é composto por duas moradias


geminadas, aceita-se que as duas instalações sejam alimentadas a partir da mesma

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Electricidade da Madeira Julho 2015

portinhola/armário de distribuição, com características não inferiores às do tipo


P2*100. Neste caso, o ponto de entrega de energia passa a ser o contador das
instalações.

Na ligação de empreendimento constituído por 3 (três) ou mais instalações


(individuais ou coletivas), deverá ser construída uma rede de distribuição
constituída por 1 (um) ou mais armários de distribuição e respetivos ramais.

A portinhola deverá ser, no geral, sempre construída na propriedade do cliente.

No caso de ramais aéreos, durante a fase de execução da portinhola, deverá ser


prevista a colocação de um tubo (com as características definidas em 6.3.2) desde
a portinhola até à base do muro da propriedade. Pretende-se com a colocação deste
tubo, evitar a necessidade de efetuar trabalhos de construção civil no muro da
propriedade, em caso de futuras mudanças na tipologia do ramal (exemplo:
passagem de ramal aéreo para ramal subterrâneo).

A portinhola deverá ser em material isolante, classe isolamento II, IP 44 e IK 09


segundo as normas NP 1270 e EN 60439, de encastrar em parede.

3.3. - Entrada

Para efeitos do presente documento, entende-se por entrada toda a canalização


elétrica compreendida entre:

a) Uma caixa de coluna e a origem da instalação de utilização (terminais de


chegada do aparelho de corte de entrada de instalação individual;

b) Uma portinhola e a origem da instalação de utilização (terminais de


chegada do interruptor de corte geral de uma instalação coletiva ou terminais
de chegada do aparelho de corte de entrada de uma instalação individual);

3.4. - Quadro de colunas

Quadro elétrico alimentado diretamente por um ramal ou por um troço comum e


destinado a alimentar colunas e entradas com características especiais.

No caso de empreendimentos em propriedade horizontal, sem zonas comuns,


deverá utilizar-se quadro de colunas exterior, em material isolante, classe
isolamento II, IP 44 segundo a norma NP 1270, de encastrar em parede.

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3.5. - Coluna

Canalização elétrica da instalação coletiva que tem início num quadro de colunas ou
numa caixa de coluna (no caso de coluna derivada) e que termina numa caixa de
coluna.

3.6. - Caixa de coluna

Quadro existente numa coluna para ligação de entradas ou de outras colunas e


contendo, ou não, os respetivos dispositivos de proteção contra as
sobreintensidades.

3.7. - Aparelho de corte da entrada/limitador de potência

Dispositivo de corte colocado no fim da entrada, ou do ramal, e destinado a limitar


a potência contratada para a instalação de utilização.

3.8. – Fronteira entre a Rede de distribuição em BT e a


Instalação do Cliente

CONSIDERAÇÕES GERAIS

A exploração de uma rede de distribuição em baixa tensão envolve todas as


atividades necessárias ao funcionamento dessa rede, incluindo as vistorias,
manobras de reconfiguração, deteção e localização de avarias, interrupção de
serviço por razão de segurança, consignação para trabalhos elétricos e não
elétricos, etc., competindo essa tarefa à Concessionária do Transporte e Distribuidor
Vinculado do SEPM, representado na RAM pela EEM.

Assim, os serviços da EEM, e só estes, sempre que para tal forem solicitados, ou se
justifique, podem intervir na referida rede.

As redes de distribuição podem servir instalações do seguinte tipo: instalações


coletivas e instalações individuais.

Consideram-se como fronteira da rede de distribuição em BT, os terminais de saída


da portinhola ou da quadro de colunas exterior ou os terminais de entrada do
aparelho de corte geral do quadro elétrico das instalações individuais (tipo BTE) ou
quadro de colunas de instalação coletiva, caso o ramal de alimentação termine
diretamente no quadro elétrico da instalação individual ou quadro de colunas de
instalação coletiva.

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Apesar desta fronteira, a EEM é sempre responsável pela exploração das redes,
elétricas até ao aparelho de corte geral de entrada.

Sem prejuízo do anteriormente referido, os encargos com a manutenção da rede


elétrica situada a jusante dos sobreditos pontos de fronteira da rede são da
responsabilidade do cliente.

Tratando-se de instalações coletivas de edifícios, os encargos decorrentes da


exploração da rede elétrica situada a jusante dos terminais de saída da portinhola
ou dos terminais de entrada do aparelho de corte geral do quadro de colunas do
edifício, na ausência desta, são da responsabilidade do respetivo Condomínio, com
exceção da substituição de fusíveis.

O Anexo C ilustra as zonas de fronteira da rede.

4. - DIMENSIONAMENTO

4.1. - Potências mínimas Regulamentares

As potências mínimas a usar para o dimensionamento das instalações de utilização,


previstas nas regras aplicáveis, são as seguintes:

 Locais de habitação

 3,45 kVA, (30 A, 230 V), em locais de um compartimento;

 6,90 kVA, (30 A, 230 V), em locais de dois a seis compartimentos;

 10,35 kVA, (45 A, 230 V), em locais com mais de seis


compartimentos;

 Em habitações com recetores trifásicos

 6,90 kVA, (10 A, 400 V), em locais até seis compartimentos;

 10,35 kVA, (15 A, 400 V), em locais com mais de seis


compartimentos.

 Locais anexos às habitações (garagens, caves, arrecadações, etc.)

 3,45 kVA, (15 A, em 230 V), monofásico.

 Locais não destinados à habitação (não incluído no ponto anterior)

 3,45 kVA (15 A, 230 V), em monofásico, como valor mínimo a


dimensionar pelo projetista.

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No caso de edifícios com mais do que uma instalação (coletivos), as potências atrás
referidas devem ser afetadas pelos coeficientes de simultaneidade respetivos,
indicados na tabela seguinte:
N <5 5/9 10/14 15/19 20/24 25/29 30/34 35/39 40/49 > 50
C 1,00 0,75 0,56 0,48 0,43 0,40 0,38 0,37 0,36 0,34
N – Número de instalações de utilização

C – Coeficiente de Simultaneidade

4.2. - Potência Requisitada

A potência requisitada é o valor da potência que a rede a montante deve ter


capacidade de alimentar, nas condições estabelecidas na legislação e
regulamentação vigentes, e para a qual a ligação deve ser construída.

Construída a ligação, a potência requisitada passa a ser considerada uma


característica da instalação de utilização, condicionando a potência máxima a
contratar para a instalação de utilização.

No caso de edifícios ou conjuntos de edifícios cujas instalações de utilização estejam


ligadas à rede através de uma instalação coletiva de uso particular, é definida uma
potência requisitada para a ligação à rede do edifício ou conjunto de edifícios.

No caso de edifícios, e sem prejuízo do disposto no parágrafo anterior, deve ser


atribuído um valor de potência requisitada a cada instalação de utilização que
corresponde à potência certificada, em coerência com os pressupostos que
determinaram a potência requisitada da instalação coletiva.

4.3. - Potências contratáveis

No SEPM, a potência a contratar até aos 41,4 kVA, é efetuada por escalões de
potência em (kVA) conforme indicado na tabela seguinte:
Monofásico Trifásico
In (A) P (kVA) In (A) P (kVA) In (A) P (kVA)
5 1,15 10 6,90 60 41,40
10 2,3 15 10,35
15 3,45 20 13,80
20 4,6 25 17,25
25 5,75 30 20,70
30 6,90 40 27,60
45 10,35 50 34,50

Para potências superiores a 41,4 kVA a potência a contratar pode tomar qualquer
valor e é expresso em kW.

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5 - FASES DE PREPARAÇÃO E EXECUÇÃO DOS RAMAIS

A figura seguinte enumera os passos envolvidos para a implementação de uma


ligação à rede do SEPM.

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Fases de implementação de uma ligação

Potência Instalada
(potência sem factores de simultaneidade)
Pedido de
Licenciamento Municipal –

<50 kVA ≥ 50 kVA Informaçã


o Técnica -
Elementos a apresentar Elementos a apresentar PIT
Construção (1)

Ficha Electrotécnica e Projecto, incluindo a Ficha


planta ou croquis de de identificação de

Técnico Responsável (a)


localização da obra. Projecto, a Ficha
Electrotécnica e planta ou
croquis de localização. Para efeitos
de definição
das
condições
Câmara Municipal de ligação à
rede.
(3)

EEM(2)
(para análise de viabilidade)

Termo de Responsabilidade de Execução


(Pelo técnico responsável pela obra)
Área Técnica

Execução dos elementos de ligação (4)

(a) ou (b)
Requisição de ligação + Ficha de Execução (5)
(uma vez concluídos os elementos de ligação)

Vistoria
(a)
Clientes (b)

Contrato
Comercial
Área

Montagem de sistema de medição e ligação à


rede

1 – Obras que carecem de licenciamento municipal. Nas obras que não careçam de licença municipal, a Ficha Electrotécnica ou o
Projecto deverão ser entregues directamente na EEM.
2 – A EEM deverá pronunciar-se num prazo máximo de 30 dias sobre o pedido de viabilidade. Na ausência de resposta neste
prazo é tacitamente assumida a viabilidade do pedido.
3 – O “Pedido de Informação Técnica-PIT”, destina-se a definir condições técnicas de ligação à rede. A resposta da EEM deverá
ser comunicada num prazo máximo de 15 dias úteis, no caso de BT e de 30 dias úteis em MT.
4 – Deverá constar no local da obra a “Ficha de Execução da Instalação Eléctrica”, onde serão registadas a data das visitas e as
observações, pelo Técnico Responsável. Esta ficha deverá ser entregue na EEM em simultâneo com a Requisição de
Ligação.
5 – No caso de uma instalação colectiva, deverão ser indicadas as potências individuais de cada instalação, bem como a
identificação das fracções, através do formulário “Anexo da Requisição”. A potência indicada será considerada a potência
requisitada por instalação individual e limitará a potência máxima a contratar.

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Os formulários relativos ao Pedido de Informação Técnica (PIT) e a Requisição


de Ligação, encontram-se no site da EEM em www.eem.pt e nas lojas da EEM.

Os custos com a construção dos ramais de uso exclusivo, até aos 30 metros, são
suportados integralmente pelo requisitante, contudo em casos de
sobredimensionamento pretendido pelo distribuidor, os custos serão repartidos de
acordo com regulamentação em vigor (Regulamento de Relações Comerciais).

Uma vez colocada em serviço, as infraestruturas de ligação, passam a ser parte


integrante do SEPM.

6. - ESCOLHA DA CANALIZAÇÃO

6.1. – Introdução

A escolha da canalização do ramal é feita com base na potência a requisitar, que


nunca poderá ser superior à capacidade dos condutores da canalização, nem inferior
à potência a contratar. A queda de tensão provocada pela corrente e pelo
comprimento do ramal também poderá condicionar a escolha da canalização, assim
como a potência de curto-circuito (ligação de instalações com exigências especiais).

Face às características da rede local ou prevendo a execução de futuras ligações (*)


(ou por interesse próprio da EEM) a EEM reserva-se o direito de propor a execução
de sobredimensionamento do ramal.

O sobredimensionamento será executado no todo ou em parte, mediante estudo a


elaborar pela EEM. Nestes casos os encargos com a execução da solução técnica a
propor serão negociáveis entre as partes envolvidas.

(*) Futuras ligações podem configurar loteamento que tem tratamento próprio.

6.2. - Comprimentos máximos dos ramais ou entradas

Os comprimentos máximos admissíveis nos ramais, serão determinados a partir dos


valores apresentados nas alíneas seguintes, que foram calculados para um fator de
potência indutivo de 0.80, uma queda de tensão de 2% e uma corrente de carga de
1 A.

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Para quedas de tensão diferentes, os comprimentos serão diretamente


proporcionais. Para cargas diferentes, serão inversamente proporcionais. São
consideradas equilibradas as cargas nas canalizações trifásicas.

6.2.1. - Canalizações aéreas no sistema monofásico


Os cabos a utilizar na construção dos ramais de uso exclusivo do tipo aéreo para
ligações monofásicas são os que a seguir se indicam.

(cabos torçada - técnica escandinava)


TIPO DE CABO SECÇÃO (mm2) IMáx. (A) In (A) (m.A/%)
XS 2x6 55 40 359
XS 2x10 75 50 599
LXS 2x16 85 63 580
LXS 4x35 120 100 1242
LXS 4x70 190 160 2329

Exemplo: Comprimento máximo para uma queda de tensão no ramal de 2%, com
uma potência de utilização de 6,9 kVA - 30 A e num cabo do tipo LXS 2x16 mm2

L = 580 x 2/30 = 38 m

6.2.2. - Canalizações aéreas no sistema trifásico


Os cabos a utilizar na construção dos ramais de uso exclusivo do tipo aéreo para
ligações trifásicas são os que a seguir se indicam, devendo no entanto privilegiar-se
os cabos do tipo LXS, de uso normalizado pela EEM.

(cabos torçada - técnica escandinava)


TIPO DE CABO SECÇÃO (mm2) IMáx. (A) In (A) MI(m.A/%)
XS 4x6 50 40 359
XS 4x10 70 63 599
LXS 4x16 75 63 580
LXS 4x35 120 100 1242
LXS 4x70 190 160 2329

Exemplo: Comprimento máximo para uma queda de tensão no ramal de 2%, com
uma potência de utilização de 41,4 kVA – 60 A e num cabo LXS 4x35 mm2

L = 1242 x 2/60= 41 m

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6.2.3. - Canalizações subterrâneas no sistema monofásico


Os cabos a utilizar na construção dos ramais de uso exclusivo do tipo subterrâneo
para ligações monofásicas são os que a seguir se indicam, devendo no entanto
privilegiar-se os cabos do tipo LXV, de uso normalizado pela EEM.

TIPO DE CABO SECÇÃO (mm2) IMáx. (A) In (A) MI(m.A/%)


XV 2x6 68 50 382
XV 2x10 90 80 637
XV 3x16+10 111 100 999
LXV 2x16 104 80 616
LXV 3x50+25 160 125 1750
LXV 3x95+50 234 200 3282
LXV 3x185+95 337 250 5731

6.2.4. - Canalizações subterrâneas no sistema trifásico


Os cabos a utilizar na construção dos ramais de uso exclusivo do tipo subterrâneo
para ligações trifásicas são os que a seguir se indicam, devendo no entanto
privilegiar-se os cabos do tipo LXV, de uso normalizado pela EEM.

TIPO DE CABO SECÇÃO (mm2) IMáx. (A) In (A) MI(m.A/%)


XV 4x6 64 50 382
XV 4x10 86 63 637
XV 3x16+10 111 100 999
LXV 4x16 87 63 616
LXV 3x50+25 160 125 1750
LXV 3x95+50 234 200 3282
LXV 3x185+95 337 250 5731

Observações

1. As fórmulas utilizadas para os cálculos do momento elétrico foram:

1.1. - Corrente alternada monofásica

Z =  U/2.I.L —› MI = 1/Z = 2.I.L/  U [m.A/%]

1.2. - Corrente alternada trifásica

Z = U/I.L —› MI = 1/Z = I.L/  U [m.A/%]

Sendo:

 U – queda de tensão simples, em percentagem (%);

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 I – intensidade de corrente que percorre o condutor, em Amperes


(A);

 L – comprimento do ramal ou entrada (desde o ponto de ligação à


canalização principal até ao local previsto para o disjuntor da EEM, ou
transformadores de intensidade de medida no caso de potências a
contratar superiores a 41,4 kVA), em metros (m);

 Z – impedância do condutor (R.cos + X.sen  ), em ohms por metro


(/m);

 MI – momento de intensidade de corrente, em mA/%.

2. Nos quadros apresentados, IMax (A) representa a intensidade de corrente


máxima admissível num condutor (em Amperes); e In (A) representa a intensidade
de corrente nominal dos fusíveis a utilizar (em Amperes).

3. Nenhuma canalização pode ser utilizada para além da sua intensidade máxima
admissível.

4. As quedas de tensão máximas admissíveis a considerar nos ramais são de 2%.

6.3. - Características Físicas

6.3.1 - Traçado aéreo

Os vãos, flechas, tensão mecânica e temperaturas, podem ser determinados de


acordo com as tabelas do Anexo D do "Guia Técnico de Redes Aéreas de Baixa
Tensão em Condutores Isolados Agrupados em Feixe (troçada)" da Direção Geral de
Energia, que se anexa (Anexo B). Não obstante, os vãos máximos admissíveis terão
o valor de 40 metros, sendo que no último vão (que termina no gancho ou no
postelete) terá o valor máximo de 25 metros, salvo acordo prévio com a EEM,
através dos seus Serviços de Distribuição (DSD).

6.3.2. - Traçado subterrâneo

As ligações subterrâneas serão efetuadas através de canalização constituída por


cabos protegidos por tubos, tendo estes, um diâmetro interior mínimo de 32mm,
no caso dos ramais monofásicos, e de 50mm, no caso dos ramais trifásicos.

Soluções Técnicas EEM - Ramais BT 15/65


Electricidade da Madeira Julho 2015

7. - EXECUÇÃO DE RAMAIS

A execução de ramais, derivados da rede de distribuição de energia elétrica em


baixa tensão, reger-se-á pelas regras do Guia Técnico de Redes Aéreas de Baixa
Tensão em Condutores Isolados Agrupados em Feixe (Troçada), da Direção Geral de
Energia (em anexo a parte aplicável), sem prejuízo do cumprimento do
Regulamento de Redes de Distribuição de Energia Elétrica em Baixa Tensão, bem
como dos elementos definidos no presente documento.

Os ramais devem ser executados, por princípio, de acordo com a natureza das
redes que os alimentam.

Outras soluções poderão ser previstas mediante acordo prévio entre o requisitante e
os serviços de distribuição da EEM.

7.1. - Ponto de alimentação

O ponto de alimentação é definido pelos serviços competentes da EEM (DSD),


consoante condições técnicas da rede local, no prazo máximo de quinze dias úteis,
contado a partir da data de entrega na EEM do formulário “Pedido de Informação
Técnica - PIT”.

7.2. - Canalizações aéreas

7.2.1 Apoios

Sempre que o comprimento do ramal seja superior ao vão máximo admissível, é


necessária a utilização de apoios.

A abertura da cova será efetuada com os meios adequados e terá as dimensões de


acordo com o tipo de apoio a utilizar. A profundidade de referência (em terreno
normal) da cova (A), será calculada pela expressão:

A = h/10 + 0,5 ; em que h é a altura total do apoio. Assim, para um apoio de 8


metros a profundidade da cova será de 1,3 metros. Sempre que se justifique o
apoio será instalado com maciço de betão.

Os apoios podem ser de madeira (pinho tratado ou castanho, devendo possuir as


seguintes características mínimas: altura - 8 m peso - 120 kg; diâmetro à cabeça -
12 cm; diâmetro a 1 metro da base - 17 cm; esforço à cabeça - 174 kg). Poderão
também ser de material metálico (constituídos por tubos em ferro galvanizado
tratado com tinta sub-capa verde para esmalte, acabado com tinta esmalte aquoso

Soluções Técnicas EEM - Ramais BT 16/65


Electricidade da Madeira Julho 2015

verde RAL 6005, com diâmetro interior mínimo de 3 polegadas, ou de outros


materiais (ex. cimento,…) que mereçam o acordo prévio dos serviços competentes
da EEM.

Por razões de segurança deve limitar-se a utilização de apoios metálicos. Sempre


que possível deve dar-se preferência a apoios de madeira.

7.2.2. – Amarração ao apoio da canalização principal

No caso da canalização principal ser em condutores isolados;

 As ferragens de fixação do ramal serão colocadas imediatamente abaixo dos


daquela canalização, em acordo com a disponibilidade da furação, nos
apoios;

 Quando não houver furações disponíveis, serão utilizadas braçadeiras em


vez das ferragens de fixação.

Deverá ser deixado, a montante da amarração, o comprimento de cabo igual à


distância aos condutores da canalização principal, no caso de estes serem isolados,
acrescido de um metro, para possibilitar a ligação à rede da EEM, pelos seus
serviços competentes.

Observações

Estes trabalhos são executados, obrigatoriamente, sem tensão pelo que os


executantes devem guardar as distâncias de segurança regulamentares
relativamente às partes ativas da canalização principal, que, para este efeito,
deverá ser considerada permanentemente em tensão.

7.2.3. - Última amarração

A última amarração da canalização deve efetuar-se num gancho, localizado num


postelete instalado no muro de vedação da propriedade, tanto quanto possível, no
alinhamento da entrada normal do recinto servido pela instalação de utilização.

A utilização de posteletes servirá para garantir a distância regulamentar da


canalização ao solo. Esta distância não deve ser inferior a 5 metros, exceto
quando: o cabo estiver situado, no todo ou em parte, por cima do terreno do prédio
a abastecer, cuja distância poderá reduzir-se a 3 metros; ou nas travessias aéreas
de estradas, ruas ou caminhos, públicos ou particulares, com trânsito de veículos,
em que a distância não será inferior a 6 metros.

Soluções Técnicas EEM - Ramais BT 17/65


Electricidade da Madeira Julho 2015

Excecionalmente, prevê-se que a última amarração da canalização seja efetuada


num gancho localizado na fachada do edifício, quando a fachada do edifício coincidir
com o limite da propriedade.

7.2.4. - Canalização a jusante da última amarração

Quando a última amarração é feita no apoio localizado no muro de vedação da


propriedade, a canalização deve ser protegida mecanicamente, através de tubo, até
à portinhola do cliente. Neste trajeto, deve utilizar-se o mesmo tipo de cabo do
traçado aéreo.

Quando a última amarração é feita num gancho (na fachada do edifício), a


canalização deve tomar o traçado mais curto, sempre que possível estabelecida na
forma pousada em fachada, (exceto na vertical ao quadro de coluna exterior ou à
caixa do contador em que pode ser embebido), até passar ao interior do edifício
para ligar ao aparelho de corte de entrada.

7.2.5. – Colocação de capacetes termorretráteis

Em todas as extremidades livres dos condutores, estes deverão ser fechados


individualmente com capacetes termorretráteis de dimensões adequadas.

A colocação de capacetes termorretráteis em cabo troçada é executada para fechar


hermeticamente os condutores de modo a garantir a sua estanquicidade. A sua
aplicação é feita sem remoção do isolamento de cada condutor, fornecendo ao
capacete o calor necessário para o retrair sobre o condutor.

7.2.6. – Ligador de aperto

Os ligadores de aperto são fornecidos pela EEM e montados pelos seus serviços
competentes, na altura da execução do contrato (montagem do sistema de
contagem e do limitador de potência, e ligação do ramal à canalização principal).

Sempre que possível os ligadores devem ser montados nos pontos em que os
condutores não estejam sujeitos a tração mecânica, em particular nos postes
dotados de amarrações.

7.3. - Canalizações subterrâneas

Soluções Técnicas EEM - Ramais BT 18/65


Electricidade da Madeira Julho 2015

7.3.1. – Regras gerais de execução

As canalizações subterrâneas são sempre entubadas, com origem num armário de


distribuição ou num posto de transformação da EEM. Assim, há que ter em conta as
regras aplicáveis a este tipo de canalização, nomeadamente:

 A profundidade mínima de enterramento será de 0,70 metros, exceto: nas


travessias de estradas, ruas ou caminhos, em que não será inferior a 1
metro; ou nos casos especiais, quando a dificuldade de execução o
justifique, com o devido acordo prévio dos serviços da EEM em que poderá
ser reduzida.

 As travessias deverão ser realizadas, tanto quanto possível,


perpendicularmente ao eixo das vias e a secção reta interior dos tubos não
deverá ser inferior a 3 vezes a soma das secções retas dos cabos;

 Sempre que o traçado o justifique, deverão ser previstas câmaras de visita


convenientemente localizadas e distanciadas, de forma a garantir o fácil
enfiamento e desenfiamento dos cabos. O enfiamento dos cabos apenas
deverá ser feito depois de concluídos os trabalhos de construção civil
relativos ao estabelecimento das caixas de visita, que deverão ficar
localizadas, tanto quanto possível, nas mudanças bruscas de direção. As
regras para a execução das caixas de visita estão definidas no documento

“ Soluções Técnicas Normalizadas – Valas e Tubagens”.

7.3.2. - Interceção de cabo BT, com instalação de armários de


distribuição
Os trabalhos de instalação de canalizações elétricas que colidam com as instalações
em serviço deverão ser, sempre, acordados previamente com a EEM, cujas
condições de execução e prazos serão definidos nesse momento.
A colocação de armários de distribuição, deve obedecer ao previsto nas “Soluções
Técnicas Normalizadas – Redes em Baixa Tensão” e às indicações específicas a
acordar com a EEM.

7.3.3. - Comprimento de cabo disponível, no ramal

Deve ser deixado um comprimento de cabo no ramal igual a duas vezes a maior
dimensão da caixa (ou armário) de distribuição e no seu exterior, a fim de
possibilitar a ligação às bases de fusíveis correspondentes.

Soluções Técnicas EEM - Ramais BT 19/65


Electricidade da Madeira Julho 2015

Ambas as extremidades do cabo devem ser protegidas com terminação


termorretrátil, de dimensões adequadas, a fim de garantir a sua estanquicidade.
Esta operação é efetuada antes da cravação dos terminais.

7.3.4. – Ligação

A ligação será efetuada pelos serviços competentes da EEM, acompanhados pelo


instalador conforme acordo prévio.
Os fusíveis são fornecidos pela EEM, exceto no caso de portinholas em que são
fornecidos pelo instalador e ligados pelos seus serviços competentes, na altura da
execução do contrato.
Aquando da ligação do cabo no armário de passeio ou no quadro BT do PT, este
deverá ser identificado, de forma durável, mediante a colocação de etiqueta
adequada com indicação do seu destino; a etiqueta será fixa a um dos condutores
por meio de abraçadeira de serrilha.

7.3.5. – Atualização do cadastro da rede

Para efeitos de atualização do cadastro da rede (SIT) deverá ser fornecido croqui ou
planta, com os elementos necessários à inserção do novo ramal na base de dados.

O croqui a elaborar deverá conter os seguintes elementos:

 Traçado do cabo e respetiva tubagem;

 Indicação da localização das caixas de visita;

 Perfil da caixa de visita;

 Características do cabo instalado;

 Ponto de ligação à rede (nº PT e nº da saída BT; nº armário de passeio, etc).

O croqui será entregue aos serviços da EEM (DSD), pelo técnico responsável pela
execução da instalação, aquando da ligação à rede.

7.4 - Canalizações Aéreo-Subterrâneas

As canalizações aéreo-subterrâneas reduzem-se a simples traçados aéreos e


subterrâneos.

Soluções Técnicas EEM - Ramais BT 20/65


Electricidade da Madeira Julho 2015

Por razões de segurança e impacto visual negativo desaconselha-se,


sempre que possível, o atravessamento de rua ou via de circulação por
canalização elétrica em traçado aéreo. Deve ser dada preferência ao
atravessamento subterrâneo.

 Nos traçados em que não se efetue travessia aérea de via pública, o cabo a
utilizar na construção dos elementos de uso exclusivo é do tipo subterrâneo
(preferencialmente do tipo LXV) e terá início na canalização principal da rede
aérea e terminará preferencialmente numa portinhola ou quadro de coluna
de exterior. Ambas as extremidades do cabo devem ser protegidas com
terminação termorretrátil, a fim de garantir a sua estanquicidade (fig. 2 e
fig. 3 do Anexo A).

 Nos traçados em que se efetue travessia aérea de via pública, poderá ser
utilizada uma das seguintes soluções:

1. O cabo a utilizar é do tipo troçada (preferencialmente do tipo LXS) em


todo o comprimento do ramal e entubado no troço em vala, desde que o
troço em vala não ultrapasse os 80 metros. Na descida do cabo no apoio
destinado à transição rede aérea/rede subterrânea, será protegido por
tubagem, cuja entrada no tubo é efetuada em “cachimbo invertido”
(entrada do tubo virada para o solo), de forma a evitar a entrada de
água.

2. No caso de se prever um troço enterrado superior a 80 metros, o (s)


cabo (s) a utilizar na construção dos elementos de uso exclusivo serão,
do tipo troçada (preferencialmente do tipo LXS), no troço aéreo até à
amarração no último apoio e do tipo LXV (preferencialmente) no restante
troço (descida do apoio e troço entubado em vala) até à portinhola ou
quadro de coluna exterior. Ambas as extremidades do cabo devem ser
protegidas com terminações termorretráteis (fig. 1).

A ligação entre estes dois cabos deverá ser efetuada mediante caixas de
união de transição “convencionais” ou pré-isoladas, ligadores troçada,
ligadores bimetálicos ou caixa de transição para montagem em apoio.

Obs. Entende-se por caixa de união convencional ao conjunto constituído


por união metálica “nua” e as respetivas mangas termorretráteis.

 As portinholas, ou quadro de coluna exterior, devem ser instaladas, sempre


que possível, junto à via pública, no muro de vedação do recinto ou na
fachada do edifício;

Soluções Técnicas EEM - Ramais BT 21/65


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 Na transição do cabo aéreo para o subterrâneo (subida ou descida ao apoio


em cabo preferencialmente do tipo LXV), os condutores deverão ser dotados
de uma proteção mecânica adequada até a uma altura mínima de 2,25 m
acima do solo e 0,5 metros de profundidade (tubo PVC, tubo PEAD-
Polietileno de Alta Densidade, ou tubo de aço galvanizado). A extremidade
superior do tubo deve ser fechada por aplicação de manga termorretrátil ou
através da instalação de “cachimbo invertido”, de forma a evitar a entrada
de água no interior da tubagem.

 Sempre que se justifique e por razões de segurança será efetuada


duplicação de cravação de ligadores na ligação do condutor neutro.

Obs:

a) Admite-se a utilização de cabos do tipo XV e XS, sendo no entanto cabos


de utilização não normalizada pela EEM.

b) No Anexo A ilustram-se algumas situações típicas de conceção e ligação


de ramais de uso exclusivo.

8. - INSTALAÇÃO DE CONTADORES

8.1 – Condições Gerais

Tendo em vista uma uniformização do modo de instalação de contadores e dos


equipamentos associados à medida e registo de energia elétrica, estabelece-se um
conjunto de regras e princípios orientadores destinados às entidades que concebem
e executam as instalações de utilização de energia elétrica.

Como princípio geral os contadores devem ser instalados no exterior das


instalações, próximo da origem da instalação de utilização ou da origem da entrada,
em local que permita o acesso direto da via pública, de forma a facilitar a sua
leitura, verificação e substituição.

a) Nas moradias unifamiliares circundadas por vedação, o contador deverá


ser instalado, preferencialmente, no muro ou murete suporte do portão de
entrada, permitindo o acesso a partir da via pública. Na ausência de muro
deverá ficar instalado na fachada da moradia virada para a via pública.

b) Nos prédios coletivos, os contadores deverão ser, preferencialmente,


instalados em bateria no átrio de entrada dos mesmos, ou em alternativa no
patamar de cada um dos pisos.

Soluções Técnicas EEM - Ramais BT 22/65


Electricidade da Madeira Julho 2015

c) Nas cabinas de receção de energia, os contadores serão instalados em


caixa adequada permitindo o acesso a partir da via pública.

d) Como locais adequados para a instalação de contadores podem considerar-


se os isentos de trepidações anormais e ao abrigo de choques, humidade,
vapores corrosivos, poeiras, temperaturas elevadas, etc;

e) Os contadores deverão ser instalados de modo que o visor não fique a


menos de 1,0 metro nem a mais de 1,70 metros acima do pavimento, exceto
nos casos especiais, quando a dificuldade de execução o justifique e com o
devido acordo prévio dos SIAM, em que poderá ser reduzido;

f) As bases de fixação dos contadores são fixadas por dispositivos de aperto


(parafusos) previstos para selagem.

8.2 – Contagens BTN (até 41,4 kVA). Sistemas monofásicos e


trifásicos. Tarifas simples, duplas e triplas

Os quadros para a instalação de sistemas de contagem de energia elétrica, deverão


comportar, com folga, as unidades a instalar, tomando-se como valores mínimos de
referência os seguintes:

Dimensão Unitária dos Quadros (caixas) para Contador (cm)

Altura Largura Profundidade

Monofásicos 27 19 19

Trifásicos Tarifa simples 38 27 21

≤ 41,4 kVA

Tarifa dupla e tripla 45 40 27

BTE > 41,4 kVA (contagem indireta) 45 40 21

As tampas dos quadros devem possuir visor transparente, que possibilite a leitura
de todos os contadores nelas contidas. A fixação das tampas (nos quadros
individuais) é feita com dispositivo de aperto (parafuso) previsto para selagem.
A entrada e saída dos condutores é feita pela parte posterior da face inferior.

Soluções Técnicas EEM - Ramais BT 23/65


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8.2.1 – Instalação em edifícios coletivos – Quadros de


contagem

A centralização das contagens de energia elétrica em baixa tensão de todo um


edifício coletivo, ou mesmo de cada um dos seus pisos, é uma solução que
apresenta vantagens quer para os clientes quer para o distribuidor público.
Indicam-se os princípios gerais que devem ser observados na montagem dos
quadros ou painéis de centralização das contagens das instalações elétricas de
edifícios coletivos ligadas à rede elétrica.

a) Os contadores deverão ser instalados fora do recinto ocupado pela instalação


de utilização, de preferência, em conjunto com os contadores relativos às
restantes instalações do mesmo andar, ou no vestíbulo de entrada do prédio
ou em local próximo, desde que aí se concentrem todos os contadores das
instalações do referido prédio. Em todas as situações deverá ser garantido o
acesso fácil e seguro a todos os equipamentos instalados.

b) Os contadores ficarão concentrados, de preferência, em quadro único,


dimensionado em acordo com o número de contadores a instalar e tendo em
conta as dimensões indicadas no quadro anterior.

c) Os quadros onde ficarem alojados os contadores devem ser dotados de


invólucros adequados da classe II de isolamento, e os invólucros devem ter
um índice de proteção adequado ao local, com um mínimo de IP44 e IK08.

d) Cada um dos contadores deve ser clara e inequivocamente identificado de


forma durável, com referência à instalação por ele alimentada.

8.2.2. – Instalações em edifícios unifamiliares


a) Os contadores deverão ser instalados no exterior do prédio, no muro de
vedação do recinto ou, na falta deste, na fachada do edifício virada para a
via pública; Serão instalados em quadro (caixa) próprio de acordo com as
dimensões indicadas no quadro anterior.

b) Para contratação de dupla e tripla tarifas, contadores com tecnologia híbrida,


o visor acrílico da tampa da caixa deverá conter uma “janela” amovível
estanque que permita o acesso aos botões de mudança de tarifa para
efetuar as leituras.

Soluções Técnicas EEM - Ramais BT 24/65


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c) As caixas para os contadores são embebidas, constituídas por material


durável, classe II de isolamento, e os invólucros devem ter um índice de
proteção adequado ao local, com um mínimo de IP44 e IK09.

8.2.3. – Instalações recebendo público


a) Apesar de ser recomendável a colocação dos sistemas de contagem no
exterior da instalação, admite-se que neste tipo de instalações, os mesmos
possam ser instalados no interior do recinto ocupado pela instalação de
utilização, imediatamente a montante do disjuntor de controlo de potência;

b) Os contadores ficarão em quadro (caixa) próprio de acordo com as


dimensões indicadas no quadro anterior.

c) Os quadros para os contadores são embebidos, ou de instalação saliente,


quando instalados no interior da instalação, constituídos por material
durável, classe II de isolamento, e os invólucros devem ter um índice de
proteção adequado ao local, com um mínimo de IP44 e IK08.

Quando instalados no exterior os invólucros deverão possuir como mínimo


IP44 e IK09.

d) Para contratação de dupla e tripla tarifas, contadores com tecnologia híbrida,


o visor acrílico da tampa da caixa deverá conter uma “janela” amovível
estanque que permita o acesso aos botões de mudança de tarifa para
efetuar as leituras.

8.2.4. – Instalações isoladas


No caso de instalações normalmente fechadas, tais como estações de captação de
água, tratamento de água e esgotos, estações elevatórias, etc, o princípio geral de
instalação de contador acessível do exterior assume carácter obrigatório.

O quadro para instalação do contador ficará instalado na parede do edifício, cabina


de receção, em muro ou murete, de forma a garantir o acesso ao aparelho de
medida.

As dimensões do quadro serão de acordo com o exposto em 8.2.

Soluções Técnicas EEM - Ramais BT 25/65


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8.2.5. – Comprimento de cabo disponível para ligação


O comprimento dos condutores entre a portinhola ou caixa de coluna e a caixa de
contador terá um comprimento livre nesta de 30cm, contado acima da base de
fixação respetiva, tanto no que respeita à chegada como à saída.

8.3. – Instalações em baixa tensão especial (BTE)


Aos clientes alimentados em BTE (potência maior que 41,4 kVA e sistema de
contagem baseado em T.I.), aplicam-se os seguintes princípios:
a) Sempre que possível, os contadores (energia ativa e energia reativa) serão
instalados no exterior das instalações de utilização, (na parede do edifício,
em murete ou cabina de receção) cujo local permita o acesso à sua leitura,
verificação ou substituição.
b) A instalação deverá ser concebida com quadro de entrada normalizado (NP –
1271), constituído por quadro de corte geral e quadro de proteção e TI’s. O
equipamento de contagem será instalada em quadro próprio localizada nas
imediações da caixa de TI’s;
c) Em instalações normalmente acessíveis em horário normal a equipa de
contagem poderá ser instalada junto ao quadro geral da instalação, em
quadro próprio, desde que nas imediações do quadro de TI’s.
d) O quadro para instalação da equipa de contagem deverá ter dimensões
mínimas de 450mm de largura 400mm de altura e 210mm de profundidade,
e deverá respeitar a classe II de isolamento, o invólucro deve ter um índice
de proteção adequado ao local, com um mínimo de IP44 e IK09.
e) Os TI’s são do tipo de enfiar, pelos que os condutores devem ser
interrompidos e ligados, por dispositivos de aperto, a barras devidamente
dimensionadas, para que seja possível o seu enfiamento. Os cabos de
ligação dos TI’s ao contador são fornecidos pelos serviços competentes da
EEM.

9. - APARELHOS DE CONTROLO DE POTÊNCIA

9.1. - Condições Gerais

A origem de uma instalação de utilização corresponde aos ligadores de saída do


aparelho de controlo de potência respetivo, ou das barras de instalação dos
Transformadores de Intensidade.

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As entradas são dotadas de um aparelho de controlo de potência (A.C.P.),


instalado no interior do recinto servido pela instalação de utilização pelos serviços
competentes da EEM (SIAM), sempre que as potências contratadas sejam
escalonadas e inferiores a 41,4 kVA.

O A.C.P. é constituído por um disjuntor, no geral, não dotado de proteção


diferencial.

9.2. – Localização dos A. C. P.

9.2.1. - Generalidades

Os A.C.P. são colocados, sempre que possível, na entrada do quadro geral do


cliente, em espaço reservado para o efeito, ou na sua proximidade, em local
adequado e de fácil acesso.

Para efeitos de dimensionamento do quadro elétrico geral das instalações de


utilização, indicam-se no quadro seguinte as dimensões dos aparelhos de controlo
de potência em utilização na EEM.

O cabo de ligação ao quadro geral da instalação (quadro da entrada) terá um


comprimento livre, para possibilitar a ligação do A.C.P., de 30cm contado acima da
base de fixação respetiva. Os condutores emergirão da base de fixação, pela parte
inferior.

DIMENSÕES DOS APARELHOS CONTROLO POTÊNCIA


(cm)

Fabricante Monofásicos Trifásicos

Merlin Gerin 21x7x6 21x10,5x6

Actaris 20x7x6 20x11,5x7

9.2.2. - A.C.P. colocado num compartimento do quadro da


entrada

Quando instalados em compartimento próprio no quadro geral da entrada, estes


devem ser escolhidos de acordo com a potência a contratar e com as dimensões do

Soluções Técnicas EEM - Ramais BT 27/65


Electricidade da Madeira Julho 2015

A.C.P. indicadas no quadro anterior; deve existir uma distância de 10cm da base de
fixação à tampa e de 5cm daquela ao fundo.

A tampa do compartimento é a mesma do quadro de entrada, devendo abrir sem


recurso a meios especiais.

9.2.3. – A.C.P. colocado isoladamente

Excecionalmente os A.C.P. podem ser instalados, isoladamente, (quando o quadro


geral da instalação não disponha de dimensões suficientes para a sua colocação),
na proximidade do quadro geral.

Podem ser instalados em caixa própria ou em posição saliente sobre uma base de
fixação, cujas dimensões mínimas e de distância à parede são definidas em 9.2.2.

A tampa da caixa deve permitir a sua abertura sem recursos a meios especiais.

10. - QUADRO GERAL DA ENTRADA

10.1. – Definição

Entende-se por quadro geral da entrada o conjunto de equipamentos,


convenientemente agrupados, incluindo as suas ligações, estruturas de suporte e
invólucro, destinado a proteger (contra as sobre-intensidades, as variações de
tensão e os contactos indiretos), todos os circuitos elétricos de uma instalação de
utilização.

Cada instalação de utilização deverá ser dotada de um (e apenas um) quadro de


entrada.

10.2. - Localização

O quadro geral da entrada é estabelecido dentro do recinto servido pela instalação


de utilização, junto ao acesso normal do recinto e o mais próximo possível do local
do contador.

Soluções Técnicas EEM - Ramais BT 28/65


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10.3. - Canalização de alimentação do quadro da entrada

A canalização destinada a alimentar o quadro da entrada, deve ser dimensionada


para alimentar a potência estimada para a instalação e possuir características
(alumínio ou cobre) e secção não inferiores às do ramal.

11. - INSTALAÇÕES PROVISÓRIAS

11.1. - Condições gerais

As prescrições seguintes aplicam-se a todas as ligações a efetuar à rede elétrica de


distribuição do SEPM, destinadas a servir uma instalação de utilização de energia
elétrica, de tempo limitado, em condições especiais de exploração e requerendo
soluções especiais de segurança.

11.1.1. – Definição

Entende-se por instalação provisória toda a instalação de utilização de energia


elétrica destinada a ser utilizada por tempo limitado (a duração deste tipo de
instalações deve reduzir-se ao estritamente necessário), no fim do qual é
desmontada, deslocada ou substituída por outra definitiva ou não.

11.1.2. – Âmbito de aplicação

Consideram-se neste contexto as ligações elétricas destinadas a servir os seguintes


tipos de instalações:

 Obras de pequena e média dimensão (construção de moradias, prédios,


pequenos estaleiros);

 Estaleiros de apoio à construção de infraestruturas públicas ou privadas;

 Iluminação decorativa de natureza pública;

 Festividades e arraiais públicos;

 Eventos desportivos ou culturais de iniciativa pública ou privada.

Soluções Técnicas EEM - Ramais BT 29/65


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11.1.3. – Ponto de ligação

O ponto de ligação à rede elétrica de serviço público será definido pela EEM, em
função da disponibilidade de rede, e o mais próximo possível do local da instalação
de utilização, o qual poderá ser um apoio da rede aérea, um armário de distribuição
ou o quadro de BT de um posto de transformação.

Quando a ligação se realizar a partir da rede subterrânea (armário de distribuição


ou posto de transformação), será necessário instalar apoio de madeira nas
imediações do ponto de ligação, e criação das condições necessárias para a
instalação e ligação do cabo ao armário ou quadro do PT e respetiva subida ao
apoio de madeira, o qual constituirá o primeiro apoio do ramal aéreo provisório.

Os trabalhos referidos anteriormente serão executados pelo requerente, sendo a


ligação à rede elétrica efetuada por pessoal da EEM.

Contudo e sempre que tal seja possível, o ramal de uso exclusivo, se subterrâneo,
poderá ser executado em termos definitivos, desde que seja previamente definido o
ponto de entrega, mediante instalação de portinhola e quadro para contador. O
contrato a celebrar, nesta fase, será um contrato de obras.

11.1.4. - Quadro da instalação

As instalações provisórias são alimentadas a partir de um quadro de entrada,


construído em material isolante, de características conformes ao tipo de local em
que fica instalado, tendo um índice de proteção mínimo IP 23, devendo:

 Estar localizado dentro do recinto servido pela instalação de utilização;

 Conter as tomadas para alimentação dos diversos aparelhos de utilização e


respetivos aparelhos de proteção contra as sobre-intensidades, as variações
de tensão e os contactos indiretos (de alta sensibilidade);

 Conter um ligador de terra, devidamente identificado, ao qual serão ligados


os condutores de proteção da instalação.

 Os provisórios deverão estar munidos de proteção diferencial de


sensibilidade não superior a 30 mA.

11.2. - Instalações com potência contratada até 20,7 kVA

O contador, juntamente com o aparelho de controlo de potência, fica em quadro


próprio da EEM colocado, no geral, junto ao ponto de ligação á rede.

Soluções Técnicas EEM - Ramais BT 30/65


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11.2.1. - Instalações de estaleiros de obras

11.2.1.1. - Cabo de alimentação

 O cabo de alimentação, a instalar pelo requerente, terá um comprimento


disponível, a montante da amarração, tal que possibilite a ligação à caixa do
contador, colocada a uma altura de 2,0 metros do solo;

 O cabo de alimentação deve satisfazer os capítulos 6. e 7. do presente


documento, exceto a queda de tensão, cujo máximo admissível é de 5%.

11.2.1.2. - Ligação do cabo de alimentação à caixa do contador

A ligação do cabo de alimentação à caixa do contador é feita por ficha do tipo CEE
de 2 x 32 A caso o fornecimento seja monofásico, ou 4 x 32 A se for trifásico.

11.2.2. - Instalações de arraiais

As instalações de arraiais são conforme 11.2.1, exceto a colocação do quadro do


contador que ficará a uma altura de 3,0 metros do solo. O contador deve ficar o
mais próximo possível do ponto de ligação à rede.

11.3. – Inst. com Pot. Contratadas sup. a 20,7 kVA e até 41,4
kVA

O contador, juntamente com o aparelho de controlo de potência, fica, no geral, em


local apropriado, dentro do recinto servido pela instalação de utilização, a montante
do quadro geral desta.

11.3.1. - Instalações de estaleiros de obras

Para estaleiros de dimensão média cuja ligação à rede elétrica se preveja superior a
seis meses, recomenda-se a construção de cabina de receção, a qual alojará o
quadro com equipamento de contagem e de controlo de potência, bem como o
quadro geral da instalação de utilização.

O quadro para alojar o equipamento de contagem, será:

 Um quadro dotado de uma única tampa opaca, que abra sem recurso a
meios especiais, constituída por material isolante, de características

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conforme ao tipo de local em que vai ser instalada (nomeadamente,


proteção contra a penetração de líquidos, ações mecânicas e penetração de
poeiras), de dimensões 55 x 74 (comprimento x altura) cm2, com uma
distância de 18 cm da base de fixação à tampa e de 3 cm daquela ao fundo;

 Ou uma base de fixação saliente, quando o local for de interior, em material


isolante de 50 x 50 cm2, com uma distância à parede de 12 cm, vedada
lateralmente.

11.3.1.1 Cabo de alimentação

O cabo de alimentação deve satisfazer os capítulos 2 e 3 do presente documento,


exceto quanto à queda de tensão, cujo máximo admissível é de 5%.

11.3.2. - Instalações de arraiais

As instalações de arraiais são conformes 11.2.2.

11.4. - Instalações com potências contratadas superiores a


41,4 kVA*

* A partir de 41,4 kVA, a potência contratada pode tomar qualquer valor e é


expresso em kW. O fator de potência considerado na conversão é 0,8.

11.4.1. - Instalações de estaleiros de obras

A instalação deverá ser preparada com quadro elétrico em tudo idêntico como
definido em 8.3.b), em cabina de receção a construir para o efeito pelo requerente,
preferencialmente no limite da área definida pelo estaleiro.

Sempre que possível o acesso ao equipamento de contagem deverá ser assegurado


a partir da via pública.

11.4.1.1. - Contadores

O equipamento de contagem (contador de energia ativa e contador de energia


reativa), será instalado em quadro apropriado, tal como definido em 8.3.b).c).

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Electricidade da Madeira Julho 2015

11.4.1.2. - Cabo de alimentação

O cabo de alimentação é dimensionado conforme 11.3.1.1

11.4.2. - Instalações de arraiais

11.4.2.1 Contadores

O equipamento de contagem (juntamente com os TI’s, ou não), fica em caixa


própria da EEM colocada na proximidade do ponto de alimentação (em geral, no
interior do P.T.).

11.4.2.2 Cabo de alimentação

O cabo de alimentação deve ser dimensionado conforme 11.3.1.1.

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Anexos
Anexo A - Exemplos de transição de ramais aéreos para
subterrâneos

Anexo B - “Guia Técnico de Redes Aéreas de Baixa Tensão


em Condutores Isolados Agrupados em Feixe
(Torçada)”

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Anexo A

Exemplos de transição de ramais aéreos para subterrânea

Fig. 1 – Traçado com travessia aérea de via pública.

Fig. 2 – Traçado sem travessia de via pública.

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Fig. 3 - Traçado com travessia subterrânea de via pública.

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Anexo B

As redes de baixa tensão aérea torçada devem ser implementadas segundo o “Guia
Técnico de Redes Aéreas de Baixa Tensão em Condutores Isolados
Agrupados em Feixe (Torçada)” publicado pela Direcção Geral de Energia - DGE

Seguidamente transcreve-se parte deste Guia, atendendo às especificidades do


SEPM.

Fig. 3 – Feixes de condutores tipo torçada

a) Técnica escandinava

b) Técnica francesa

Na RAM o cabo em troçada aérea a utilizar na rede e


ramais de entrada e respetivos acessórios de ligação e
fixação deverão ser construídos de acordo com a técnica
escandinava (tração repartida pelos condutores de fase e
neutro).

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1. - Apoios

1.1 – Postes de Madeira

Os postes de Madeira devem ser fabricados segundo o disposto na NP – 267. As


furações indicadas na figura 4 devem ser efetuadas antes da impregnação.

Fig. 4 – Postes de madeira – cabeça e furações

Características dos Postes de Madeira


Referencia Comprimento Diâmetro Diâmetro da secção Altura Força
dos Postes total h da secção transversal a 1 m Útil nominal
do topo da base
(m) (mm) (mm) (m) (kgf)

A7 7 150 200 5,80 220


A8 8 150 205 6,70 200
A9 9 150 210 7,60 180
A10 10 150 220 8,50 180
B7 7 130 180 5,80 160
B8 8 130 185 6,70 140
B9 9 130 190 7,60 130
B10 10 130 200 8,50 130

1.2 – Posteletes e consolas

Os posteletes e as consolas são de aço E 24 ou St 37.2 segundo as normas NF A


35-501 e DIN 17100, respetivamente, segundo as dimensões indicadas nos
desenhos nos 05.13.001, 05.13.00, 05.13.003, 05.13.004, obedecendo as disposto

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nas normas (NP – 335: NP – 338 e NP - 479) e devem ser convenientemente


protegidos contra a corrosão.

2. – Elementos de estabilidade dos Apoios

2.1 - Fundações

Os postes são implantados diretamente no solo ou consolidados por fundações


especiais de modo a ficar assegurada a sua estabilidade tendo em conta as
solicitações atuantes e a natureza do solo.

Na sua implantação deve observar-se o seguinte:

a) Os postes de betão armado ou pré-esforçado podem ser implantados


diretamente no solo. Geralmente, os postes de betão dispensam fundações
especiais por se conseguir a sua estabilidade respeitando a profundidade
mínima de enterramento e atacando a parte enterrada com pedra solta como
se procede para os postes de madeira.

b) Os postes de madeira são, regra geral, implantados no solo e atacados


simplesmente com pedra solta ou fixada a dispositivos apropriados. Para
este efeito, recomenda-se a colocação de uma coroa de pedras duras de
dimensões convenientes na base do apoio e de outra no terço superior da
escavação, sendo as alturas destas coroas aproximadamente iguais ao
diâmetro do poste.

No caso de postes implantados em terreno particularmente mole, pode ser


necessário colocar mais de duas coroas de pedras ou adotar outros meios
destinados a evitar que as pressões sobre as paredes e o fundo da escavação
ultrapassem o limite admissível.

Os postes de madeira podem ser fixados a bases de betão, as quais devem


sobressair um pouco do solo e ter uma forma que facilite o escoamento da água. A
fixação do poste na respetiva base deve ser feita de modo a manter o apoio
afastado do solo, com o fim de preservar a madeira da humidade do solo e da
acumulação das águas. O encastramento de postes de madeira diretamente em
maciços de betão pode fazer-se, desde que a distância entre a parte superior do
maciço e a superfície do solo não seja inferior a 0,5 metros.

No caso de postes de madeira implantados em passeios recobertos de betão ou


asfalto, recomenda-se que o revestimento seja interrompido a, pelo menos 20 cm
do Poste e que o espaço entre este e o revestimento seja compactado e nivelado.

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2.2. – Espias

As espias são executadas de acordo com o desenho n.º 05.14.001 e constituídos


por cabos ou varetas com elos de ligação robustos, de aço galvanizado, possuindo
força de rotura mínima de 600 daN. Os arames ou fios constituintes dos cabos não
devem ter um diâmetro inferior a 3 mm.

Na parte enterrada das espias e numa extensão de 0,50 m fora do solo, deve ser
utilizado varão de aço de diâmetro não inferior a 12 mm, devidamente protegidos
contra a corrosão.

O espiamento dos apoios pode conduzir a uma economia substancial,


nomeadamente, nos casos seguintes:

a) Apoios de ângulo, com esforço à cabeça elevado;

b) Apoios terminais de rede, em que a ampliação desta possa transforma-los


em apoios de alinhamento ou de ângulo;

c) Apoios de alinhamento ou ângulo em que se faça uma derivação.

As espias devem ser fixadas aos apoios, no furo imediatamente abaixo do das
ferragens de fixação das pinças.

Na parte enterrada é utilizada uma âncora ou maciço que assegure uma


conveniente amarração da espia, de acordo com os desenhos nº 05.14.002.

3. – Acessórios de fixação

3.1 – Pinças de amarração e de suspensão

As pinças de amarração e de suspensão devem ter as seguintes características:

a) As pinças devem ser dimensionadas para resistirem aos esforços a que


podem estar sujeitas em serviço normal, de acordo com as secções dos
condutores a que se destinam;

b) As pinças podem ter partes metálicas e partes em material isolante. As


partes metálicas nunca devem contactar diretamente com o isolamento dos
condutores e as peças em material isolante que contratarem diretamente
com o isolamento devem ser feitas em material adequado ao usado no
isolamento a fim de se evitarem fenómenos de corrosão;

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Electricidade da Madeira Julho 2015

c) As peças em material isolante devem ser em material resistente às


intempéries e as peças metálicas em ferro ou suas ligas devem ser
protegidas contra a corrosão por meio de galvanização, com espessura
adequada;

d) Deverão ser construídos/adaptados à Técnica Escandinava, ou seja com


esforço de tração repartido pelos condutores de fase e neutro.

As pinças de amarração devem ser concebidas para que:

a) Nas pinças para a rede, as peças em material isolante fiquem, do ponto de


vista mecânico, apenas sujeitas a esforços de corte e compressão e nunca de
tração;

b) Nas pinças para os ramais, a fixação dos condutores não deve exigir o
aperto de quaisquer parafusos ou porcas, sendo as peças constituintes
desmontáveis sem necessidade de ferramentas e imperdíveis.

Fig. 6 – Exemplos de pinças de amarração

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3.2 – Braçadeiras

As braçadeiras são elementos de fixação destinados a permitir um afastamento dos


feixes em relação às fachadas dos edifícios, a fim de evitar a deterioração dos
isolamentos dos condutores provocados pela abrasão.

As braçadeiras podem ser em material resistente às intempéries ou em metal e


dotados de partes isolantes na zona de contacto com o isolamento de feixe,
devendo:

a) Ser constituídas por elementos imperdíveis;

b) Assegurar a sustentação do feixe na posição de abertas;

c) Dispor de um dispositivo de aperto fácil e seguro e que não permita o


deslizamento do feixe para esforços de tração não superior a 50 N.

Fig. 7 Exemplos de braçadeiras

Os dois tipos de braçadeiras a ser utilizados são:

a) Braçadeiras para a rede tensa em fachada

As braçadeiras para rede tensa em fachadas são colocadas nas paredes por
meio de furos de 16 mm de diâmetro a 60 mm de profundidade, sendo de
0,10 m o seu afastamento em relação a essas paredes

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A distância a respeitar, entre duas braçadeiras consecutiva, deve ser no


máximo de 5 m.

b) Braçadeiras para rede pousada em fachada

As braçadeiras para rede pousada em fachada são colocadas nas paredes por
meio de furos de 12 mm de diâmetro e 60 mm de profundidade, sendo de
0,01 m ou de 0,06 m o seu afastamento em relação às paredes, consoante o
tipo de braçadeiras.

Estas braçadeiras podem ser munidas de dispositivos que permitam, em


caso de necessidade, a colocação de um segundo feixe, sem que haja
necessidade, para a sua montagem, de desmontar a fixação do primeiro
feixe.

A distância a respeitar entre duas braçadeiras consecutivas deve ser, no


máximo de 0,70 m.

3.3 - Berços

Os berços são elementos de fixação destinados a contornamentos de obstáculos


(esquinas, etc.) ou a facilitar as mudanças de direção dos feixes nas fachadas. Os
berços são constituídos por:

a) Uma peça em material isolante resistente às intempéries, com um perfil


interno que permita um ângulo de saída global de 100 grados em relação ao
eixo do feixe;

b) Um sistema de fixação lateral;

c) Um separador, eventual, em forma de cruz com 300 mm de comprimento


mínimo, em material isolante resistente à corrosão pelos agentes
atmosféricos.

Fig. 8 - Berços

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Electricidade da Madeira Julho 2015

3.4 – Ferragens de fixação

As ferragens de fixação estão indicadas nos desenhos n.05.56.001, 05.56.002,


05.56.003, 05.56.004 e 05.56.005 e são executadas em aço E-24 (NF A 35-501) ou
ST 37.2 (DIN 17 100), devendo ser convenientemente protegidas contra a corrosão.

4. Regras para o Projeto

4.1 – Arquitetura da rede

A utilização de rede em condutores tipo troçada é particularmente indicada nas


seguintes situações:

a) Aglomerados populacionais de importância média (até 15.000 habitantes);

b) Bairros suburbanos de cidades e vilas;

c) Lugares onde a existências de edifícios de reconhecimentos histórico ou


arquitetónico aconselhe uma instalação discreta e onde seja cara ou
inconveniente a solução subterrânea tradicional;

d) Zonas rurais (Dispersas ou concentradas)

e) Zonas arborizadas (densamente ou onde o decote das árvores seja


desaconselhado)

Evitando-se assim, o recurso a redes subterrâneas cujo custo é significativamente


mais elevado.

4.2 – Seleção do tipo de instalação

Na escolha de cada um dos tipos de instalação devem observar-se as seguintes


regras base:

a) Rede tensa em fachada

A usar nos casos em que a arquitetura dos edifícios permita vencer vãos
superiores a 10 m, sem necessidade de recurso a apoios e quando as
fachadas suportarem os esforços resultantes das tensões mecânicas dos
condutores.

b) Rede pousada em fachada

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A usar nos casos em que a arquitetura dos edifícios não permita


alinhamentos da rede ou quando as fachadas não suportam os esforços
resultantes das tensões mecânicas dos condutores bem como em edifícios de
interesse histórico ou arquitetónico, nos quais se devem procurar os
percursos menos visíveis, como por exemplo as cornijas, placas, beirados,
etc.

c) Rede tensa em apoios

A usar só quando não for possível o recurso a nenhum dos outros tipos de
instalação, como por exemplo, em locais de construção muito dispersa ou
fora das povoações.

(No caso da RAM, esta é a única técnica utilizada)

4.3 – Regras gerais

Nas redes em fachada, recomenda-se que, para além de se proceder ao tradicional


levantamento topográfico, se proceda a um levantamento fotográfico das fachadas,
a fim de facilitar a seleção dos pontos de apoio, do traçado e a escolha do material
necessário à posterior execução (especialmente se tratar-se de edifícios de
interesse histórico).

Nos percursos escolhidos devem evitar-se os obstáculos existentes tais como


pilares, tubos de quedas de águas pluviais, etc., devendo as ferragens de fixação
ter um balanço de 0,10 m e 0,15 m.

Sempre que se justifique, nomeadamente em aglomerados populacionais com


características urbanas, o traçado das canalizações deve desenvolver-se de ambos
os lados dos arruamentos e deve procurar-se que esses traçados conduzam a
ramais cujo comprimento seja o menor possível, não esquecendo os aspetos
relativos à iluminação pública.

4.3.1 – Distâncias dos condutores

Devem ser respeitadas as distâncias mínimas no RSRBT, referindo-se, a seguir, os


casos mais frequentes:

a) Distâncias nas fachadas dos edifícios

Na figura nº 20 indicam-se os afastamentos mínimos aos elementos


constitutivos das fachadas.

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Electricidade da Madeira Julho 2015

Fig. 20 – Distâncias a respeitar em relação às fachadas dos edifícios

Quando não for possível ou conveniente respeitar as distâncias referidas, os


condutores devem ser protegidos por meio de tubos ou mangas de material isolante
apropriado.

b) Distâncias ao solo

 Em autoestradas 7m

 Em estradas, caminhos e arruamentos 6m

 Outros casos 5m

 Idem, em ramais, na parte sobre o terreno do consumidor 3m

 Por cima de recintos escolares, desportivos, etc 7m

 Em fachadas de edifícios 2,25 m

c) Distâncias a cursos de água

 Navegáveis h+1 m

 Não navegáveis 5m

d) Distâncias entre dois eixos distintos 0,05 m

e) Distâncias entre duas linhas de baixa tensão, em cruzamentos

 Ambas de condutores isolados 0,25 m

 Uma de condutores nus 0,50 m

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f) Distâncias a elementos de outros tipos de instalações

 Aos condutores de uma linha de alta tensão

Cruzamento - (1,5 +(U+0,5L)/100) (min. 2 m)

Em que:

 U é a tensão da linha AT (kV)

 L é a distância entre o ponto de cruzamento e o apoio mais


próximo da linha AT (m)

Nota: Recomenda-se que nas vias onde se preveja a circulação de veículos de


grande altura, se proceda à elevação dos condutores com vista a permitir a
passagem desses veículos. Identicamente, junto a herdades onde circulem
normalmente máquinas agrícolas devem usar-se distâncias ao solo em
conformidade com a respetiva altura dessas máquinas.

4.4. – Regras para a montagem de redes nas fachadas dos edifícios

4.4.1. – Generalidades

Na montagem de redes nas fachadas (tensas ou pousadas) devem ser respeitadas


as distâncias regulamentares indicadas anteriormente.

a) Pelo menos 2,25 m acima do solo, desde que isso não prejudique o acesso
às propriedades, nomeadamente aos veículos, podendo reduzir-se aquela
distância desde que seja montada uma proteção contra eventuais choques
mecânicos, no mínimo da classe M9 (NP - 999) em todo o percurso situado
abaixo daquela distância;

b) A, pelo menos, 2 m acima de terraços ou telhados de inclinação inferior a


1/5, podendo reduzir-se essa distâncias desde que seja montada uma
proteção idêntica à referida na alínea a);

c) A, pelo menos, 0,3 m acima das aberturas das portas e janelas e a 0,5 m
abaixo e dos lados destas, se não tiverem varanda. No caso de janelas ou
portas com varandas, a distâncias mínima a respeitar, para cada lado, deve
ser de 1 m; estas distâncias podem ser reduzidas desde que seja montada
uma proteção mecânica idêntica à referida na alínea a) ou desde que os
condutores sejam protegidos por uma saliência do edifico com pelo menos
0,10 m ou por uma varanda;

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Electricidade da Madeira Julho 2015

d) A, pelo menos, 0,05 m das partes metálicas exteriores do edifício, como por
exemplo tubos de algeroz, canalizações à vista de gás ou água, etc., a
menos que seja colocada, em volta dos condutores, uma proteção mecânica
suplementar. No caso de feixes tensos nas fachadas, deve ter-se em conta
os possíveis deslocamentos dos condutores.

Fig. 57 – Distâncias aos elementos de fachada de edifícios

Fig. 58 – Transposição de obstáculos

Conforme a solidez das fachadas o permitam ou não, assim os feixes podem ser
tensos ou pousados. É prática corrente a coexistência das duas soluções numa
mesma rede, em função das dificuldades a vencer ou das facilidades oferecidas
pelas características das fachadas.

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O traçado da rede deve seguir percursos horizontais, procedendo-se às necessárias


mudanças de percurso através de troços verticais, que devem ser realizados de
preferência nas proximidades dos limites dos edifícios ou paralelamente aos tubos
de quedas de águas pluviais.

As travessas entre duas fachadas devem ser sempre realizadas horizontalmente.

4.4.1.1 – Redes pousadas nas fachadas

As redes pousadas nas fachadas são realizadas por forma a que:

a) Os condutores sejam fixados às paredes por meio de braçadeiras com 0,01


m ou 0,06 m de balanço e espaçadas de cerca de 0,7 m; quando a
configuração o exigir, podem ser usadas braçadeiras com balanços
superiores (0,10 m);

b) Nos ângulos devem ser colocados duas braçadeiras de um e do outro lado da


curva, sendo esta realizada à mão, a fim de evitar o contacto do feixe com a
fachada do edifício;

c) Não devem ser colocadas chumbadouros (encastramentos) a menos de 0,25


m de ângulos salientes das fachadas das paredes ou dos topos das paredes;

d) No caso particular de fachadas de edifícios de interesse histórico ou


arquitetónico, as braçadeiras devem ter apenas 0,01 m de balanço, a fim de
facilitar a dissimulação dos condutores.

4.4.1.2 – Redes tensas nas fachadas

O esforço máximo a usar na montagem das redes tensas em fachada deve ser de
3kN, sendo de 6m o vão normal. Estas condições destinam-se a reduzir os esforços
exercidos sobre as fachadas e as flechas exageradas, que são inestéticas.

As ferragens não devem ser fixadas a menos de 0,50 m dos ângulos salientes das
fachadas ou dos topos das paredes. Entre duas amarrações, o feixe deve ser
afastado das paredes por meio de pinças de suspensão.

As Mudanças de direção (Fig. 59) Podem ser feitas por meio de:

 Uma dupla amarração (a);

 Um troço de rede pousada situada entre duas amarrações (b).

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Fig. 59 – Mudanças de direção num plano vertical (a) ou num plano horizontal (b)
em redes tensas em fachada

4.4.1.3 – Redes tensas entre fachadas

Nos casos em que seja necessário vencer um vão situado entre duas fachadas de
edifícios, o feixe deve ser montado como se tratasse de uma rede tensa em apoios.

Além disso, a travessia deve ser realizada horizontalmente, sendo recomendável


introduzir um afastamento de 0,5 m a 1 m em relação ao limite das fachadas.

4.5. – Regras para a montagem de ramais

4.5.1. – Generalidades

As ligações de consumidores (ramais), derivadas das redes quer sem torçada quer
nuas, de alumínio ou cobre, devem ser feitas por meio de feixes de condutores de
secção apropriada à potência da instalação e para que a queda de tensão esteja
dentro dos limites regulamentares.

As secções dos feixes de condutores serão preferencialmente do tipo LXS 2x16 ou


LXS 4x16, feixes normalizados pela EEM, admitindo-se no entanto a utilização de
feixes de condutores do tipo XS 2x6 (ou XS 4x6).

Na montagem dos ramais devem tomar-se as necessárias precauções, com vista a


impedir a deterioração do isolamento dos condutores, devendo em particular,
evitar-se:

a) A formação de partes salientes (bossas) no feixe durante o desenrolamento;

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b) O contacto do feixe com objetos rugosos, contundentes ou afiados, por


exemplo, peças metálicas, asperezas das fachadas e paredes, etc;

c) A passagem de pessoas ou veículos sobre os feixes que acidentalmente se


encontrem no solo.

4.5.4 – Amarração de feixes tensos

4.5.4.1. – Pinças de amarração e berços

Na montagem de feixes com tração mecânica recorre-se a pinças de amarração


próprias para ramais, que devem ter a possibilidade de receber 2 ou 4 condutores
de secção variável entre 6 mm2 a 16 mm2.

A fixação das pinças de amarração pode ser feita por qualquer um dos seguintes
processos:

a) Utilização de ganchos do tipo “rabo de porco” chumbados nas paredes dos


edifícios ou aparafusados aos postes ou posteletes;

Fig. 62 – Rabo de Porco

b) Utilização de uma ferragem dotada de olhal associado a um rabo de porco de


comprimento variável por ajuste das porcas de aperto, para regulação da
tensão do feixe (fig. 63 e 70);

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Fig. 63 – Regulação de feixe

c) Fixação da pinça à ferragem dos isoladores da rede nua por meio de gancho
isolado e que pode ser montado à distância, por meio de uma vara, de
acordo com as regras dos trabalhos em tensão (pinça própria para este fim,
com gancho incorporado).

Fig. 64 – Pinça com gancho incorporado e isolado

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Quando houver necessidade de realizar uma mudança de direção do ramal entre


duas amarrações, pode usar-se, conforme o caso, um berço numa das posições a
seguir indicadas:

a) Berço com ferragem chumbada para mudanças de direção, em que o esforço


do feixe origina, na ferragem, um esforço de compressão.

Fig. 65 – Berço para esforço de compressão

b) Berço com duas argolas associadas a um rabo de porco para mudanças de


direção, em que o esforço de tração do feixe origina, na ferragem, um
esforço de tração.

Fig. 66 – Berço para esforços de tração

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Em todos os casos pode ser montado um separador em forma de cruz o qual,


depois de montado, deve ficar igualmente saliente para cada um dos lados do
berço. A fim de assegurar o isolamento do feixe ao longo do tempo, deve ter-se
particular atenção na montagem deste separador (eventual).

4.5.4.2. – Amarração a postes da rede

Na amarração dos feixes em que se aproveitam os postes da rede já existentes e


quando se usarem os ferros de suporte dos isoladores para montar uma pinça
diretamente, sem outro acessório, deve verificar-se se o esforço de tração no ramal
não é aplicado numa direção tal que seja possível um deslocamento da pinça para
cima, a fim de evitar o contacto com o isolador, ou lateralmente, a fim de evitar o
contacto com o poste (fig. 67)

Fig. 67 – Amarração a ferros de suporte dos isoladores

4.5.4.3. – Amarrações e postaletes

Quando a altura dos edifícios não permitir respeitar as distâncias regulamentares


dos condutores ao solo, podem usar-se postaletes para aumentar a altura da
amarração dos ramais.

Na montagem dos postaletes deve procurar-se que os braços que são chumbados
nas paredes fiquem com uma ligeira inclinação em direção ao solo, a fim de evitar a
acumulação da água das chuvas, o que poderia provocar corrosões nesse ponto.

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É expressamente proibido chumbar postaletes nas cornijas e nos


lintéis em betão armado, bem como a menos de 0,50 m de
quaisquer ângulos da construção ou da parte superior das
fachadas dos edifícios

Devem tomar-se todas as precauções para que os encastramentos dos postaletes


sejam realizados segundo as regras da arte, devendo a reconstrução da fachadas
ser o mais cuidada possível

Fig. 68 – Fixação das pinças de amarração a um postalete

Nas construções novas, recomenda-se que se fixe o postalete antes da execução do


reboco da fachada.

Na descida do postalete o feixe deve ser fixado ao tubo ou perfilado por meio de
braçadeiras espaçadas, no máximo, de 1 m.

4.5.4.4. – Amarrações e postes intermédios

Quando for necessário usar apoios intermédios por não existirem fachadas onde se
possam fixar os condutores de um ramal, podem usar-se postes de madeira para
esse fim. Os postes de betão e, com maioria de razão, os postes de aço, devem ser
reservados para situações excecionais, em virtude do seu custo.

Os postes devem ser escolhidos em função do esforço exercido pelos condutores (e


espiados se necessário), sendo a altura a mínima possível, de forma a respeitar as
distâncias regulamentares dos condutores ao solo.

Quando não houver hipóteses de o feixe se deslocar e roçar no poste, destruindo o


isolamento, pode usar-se em vez de uma dupla amarração, um berço, devendo

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garantir-se uma distância mínima dos condutores ao poste de 0,10 m. Tal como foi
referido na secção 4.5.4.1, o feixe pode ser montado no berço protegido por meio
de um eventual separador em forma de cruz.

4.5.4.5. – Ramais pousadas na fachada, fixados por meio de braçadeiras

Quando os ramais são executados em técnica pousada na fachada, os condutores


são fixados por meio de braçadeiras intervaladas, no máximo de 0,70 m.

Fig. 69 – Fixação de ramais à fachada por meio de braçadeiras

A montagem dos ramais deve ser o mais estética possível, devendo em princípio, o
traçado dos ramais incluir apenas troços retilíneos, horizontais ou verticais. Só são
admitidos, em casos excecionais, troços oblíquos quando estabelecidos ao longo dos
bordos das empenas.

No momento de fechar as braçadeiras, o feixe deve ser trabalhado à mão, com vista
a dar-lhe uma forma que lhe permita evitar as asperezas e os obstáculos da
fachada.

Nos ângulos, deve procurar-se reconstruir o feixe dando-lhe uma forma regular, a
fim de evitar o aparecimento de espaços entre os condutores.

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4.5.4.6. – Amarrações às fachadas dos edifícios

Sempre que as condições locais o permitam, as pinças de amarração devem ser


fixadas às fachadas dos edifícios por meio de ferragens indicadas na figura 70, que
apresenta as seguintes vantagens:

 É possível regular a força de tração do feixe através do aperto da porca de


fixação do rabo de porco;

 A peça encastrada na parede pode funcionar como limitadora da força de


tração do feixe se for calculada à flexão para efeito

Fig. 70 - Fixação de um ramal a uma fachada

4.5.5. – Penetração e percurso no interior de edifícios

O ponto em que o ramal penetra na fachada deve estar localizado o mais próximo
possível do nicho do quadro de entrada ou do quadro de contagem (no caso de este
último existir).

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Fig. 71 - Penetração do ramal no interior do edifício

Na penetração referida, o feixe deve ser protegido por meio de material isolante,
resistente à intempérie e com 32 mm de diâmetro exterior, no mínimo. Este tubo
deve ter uma inclinação mínima de 30º, ficando a sua extremidade inferior situada
no exterior do edifício, a qual deve ser virada para baixo numa extensão de 0,05 m
e fixada à parede por meio de uma braçadeira idêntica à das troçadas.

Quando o ponto de penetração ficar situado a menos de 2,25 m do solo, o tubo de


proteção deve ser prolongado conforme se indica na figura 72.

Nos casos em que a penetração não possa ser feita próxima do quadro de entrada,
o tubo de proteção deve ser prolongado no interior do edifício até junto desse nicho,
podendo ser montado à vista ou embebido nas paredes.

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Fig. 72 – Prolongamento do tubo de proteção

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Peças desenhadas

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Anexo C

Fronteira entre a Rede de distribuição em BT e a Instalação do Cliente

Instalações Individuais

Rede pública Instalação particular

kWh
3) 2)
A.D. Q.E.

1)

XV 4x10
Origem da instalação eléctrica

Resp. integral EEM Resp. exploração EEM

Figura 1- Fronteira da rede em instalações individuais. Exemplo 1.

Rede pública Instalação particular

kWh
A.D. Q.E.

XV 4x10

Resp. integral EEM Resp. exploração EEM

Figura 2 - Fronteira da rede em instalações individuais. Exemplo 2.

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Resp. integral EEM Instalação particular

kWh
A.D.

Q.E.

XV 4x10

Figura 3 - Fronteira da rede em instalações individuais. Exemplo 3.

Rede pública Instalação particular

kWh
3) 2)
Q.E.
Rede aérea BT

1)

XS 4x6

XV 4x6
Origem da instalação eléctrica

Resp. integral EEM Resp. exploração EEM

Figura 4 - Fronteira da rede em instalações individuais. Exemplo 4.

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Instalação Coletiva

kWh kWh

Q.E. Q.E.

C.C.

kWh

Q.S.C.
Instalação particular / Resp. exploração EEM

Rede pública / Resp. integral EEM


Q.C.

P.T.
Figura 5 - Fronteira da rede em instalações coletivas.
Legenda:
1) Portinhola
2) DCP: Disjuntor de Controlo de Potência
3) Contador de energia elétrica

A.D. – Armário de distribuição


Q.E. – Quadro de entrada do cliente
Q.C. – Quadro de colunas
Q.S.C – Quadro de serviços comuns
C.C – Caixa de coluna

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