Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SCHOLA DIGITAL
2018
Aula 3: Dimensionamento........................................................................................................32
Uma instalação predial de Esgotos Sanitários visa atender às exigências mínimas de habitação
em relação à higiene, segurança, economia e conforto dos usuários. O objetivo original desta
aula é de fornecer subsídios que permitam o projeto de instalações de esgotos sanitários em
edificações ou unidades domiciliares, sem levar em consideração o destino final dos esgotos
sanitários.
1. Generalidades e Definições
Paralelamente à operação dos serviços citados devem também ser drenadas as águas
de escoamento superficial, em geral vazões sazonais de origem pluvial, através de um
sistema de galerias e canais, para os corpos receptores de maior porte da área tais como
1
Aula 1 - Contextos e Conceitos
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
Entende-se, pois, que a existência dos serviços descritos é essencial para o bem-estar
de todos. Por definição, esse conjunto de serviços compõe o denominado Saneamento
Básico, e tradicionalmente tem sido de responsabilidade, pelo menos no seu
gerenciamento, do poder público.
Sendo assim, de acordo com a sua origem, os esgotos podem ser classificados
tecnicamente da seguinte forma:
2
Aula 1 - Contextos e Conceitos
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS
produção, gera um tipo de esgoto com características inerentes ao tipo de atividade (esgoto
industrial) e uma vazão tipicamente de esgoto doméstico originada nas unidades sanitárias
(pias, bacias, lavatórios, etc.).
O esgoto pluvial tem a sua vazão gerada a partir da coleta de águas de escoamento
superficial originada das chuvas e, em alguns casos, lavagem das ruas e de drenos
subterrâneos ou de outro tipo de precipitação atmosférica.
2. Sistemas de Esgotos
Para que sejam esgotadas com rapidez e segurança as águas residuárias indesejáveis,
faz-se necessário a construção de um conjunto estrutural que compreende canalizações
coletoras funcionando por gravidade, unidades de tratamento e de recalque quando
imprescindíveis, obras de transporte e de lançamento final, além de uma série de órgãos
acessórios indispensáveis para que o sistema funcione e seja operado com eficiência. Esse
conjunto de obras para coletar, transportar, tratar e dar o destino final adequado às vazões
de esgotos, compõe o que se denomina de Sistema de Esgotos.
3
Aula 1 - Contextos e Conceitos
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
4
Aula 1 - Contextos e Conceitos
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS
A separação absoluta do SPES em relação ao sistema predial de águas pluviais deve ser
garantida, assegurando a inexistência de ligação entre tais sistemas.
2.2. Constituição
5
Aula 1 - Contextos e Conceitos
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
interface entre aqueles dois sistemas.Neste documento está sendo considerada a primeira
classificação citada, tendo em vista que o escoamento no interior dos aparelhos sanitário
influencia o escoamento no sistema de esgoto sanitário.
2.2.2. Componentes
2.2.2.1. SUBSISTEMA DE COLETA E TRANSPORTE
a) Aparelhos Sanitários
6
Aula 1 - Contextos e Conceitos
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS
b) Desconectores
7
Aula 1 - Contextos e Conceitos
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
c) Tubulações
8
Aula 1 - Contextos e Conceitos
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS
d) Conexões
9
Aula 1 - Contextos e Conceitos
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
exemplos o Tê, o cotovelo, a junção simples, curvas, etc., nos mais variados diâmetros,
conforme ilustra a Figura.
e) Caixas de Gordura
10
Aula 1 - Contextos e Conceitos
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS
f) Dispositivos de Inspeção
11
Aula 1 - Contextos e Conceitos
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
A Figura abaixo mostra uma caixa de inspeção em argamassa e uma caixa de inspeção
pré-fabricada, em material plástico.
12
Aula 1 - Contextos e Conceitos
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS
3. Tipos de Escoamento
13
Aula 1 - Contextos e Conceitos
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
A distância ao longo do eixo do tubo de queda, entre o ramal mais a jusante que está
contribuindo (de cima para baixo) e o ponto onde o escoamento atinge a velocidade
terminal é denominado comprimento terminal. Este comprimento é relativamente curto,
situando-se normalmente entre 3,0 e 4,0 m.
O escoamento do esgoto nas tubulações horizontais deve ser a conduto livre e nos
trechos verticais deve ser anular, uma vez que deve ser evitado o desenvolvimento de
cargas hidrostáticas no interior das tubulações. Estas restrições também podem evitar
distúrbios excessivos das pressões pneumáticas no interior do sistema, que podem ter
origem nos fenômenos de auto-sifonagem, sifonagem induzida e sobrepressão, de acordo
com a AMERICAN SOCIETY OF PLUMBING ENGINEERS (ASPE, 1991).
14
Aula 1 - Contextos e Conceitos
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS
A auto-sifonagem atua sobre um fecho hídrico quando através deste ocorre uma
descarga. Nesta situação, desenvolve-se uma depressão a jusante do fecho hídrico, o qual
poderá ser rompido, dependendo da magnitude desta depressão. A figura ilustra o
desenvolvimento deste fenômeno.
15
Aula 1 - Contextos e Conceitos
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
16
Aula 1 - Contextos e Conceitos
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS
Onde:
17
Aula 2 - Classificação e Projetos
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
1. Tipologias
18
Aula 2 – Classificação e Projetos
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS
queda além do ramal conectado mais elevado; esta extensão é denominada tubo ventilador
primário e sua extremidade fica em contato com a atmosfera. Já a ventilação secundária é
composta de colunas e ramais de ventilação.
Esta tipologia, conforme Figura abaixo, diferencia-se da tipologia anterior apenas pelo
fato de não apresentar ramais de ventilação, isto é, a ventilação secundária consta somente
de uma coluna conectada ao tubo de queda.
19
Aula 2 - Classificação e Projetos
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
As válvulas para ramais podem ser instaladas no topo do tubo de queda, porém, para a
instalação no tubo de queda há limitações a serem observadas quanto a somatória das
Unidades de Contribuição de Hunter (UHCs) e do diâmetro do tubo de queda. A Figura a
seguir apresenta a estrutura da válvula para ramais e a próxima apresenta os
posicionamentos possíveis das válvulas.
20
Aula 2 – Classificação e Projetos
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS
21
Aula 2 - Classificação e Projetos
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
22
Aula 2 – Classificação e Projetos
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS
2. Projetos
1º Passo: Concepção;
2º Passo: Dimensionamento;
3º Passo: Elaboração do projeto de produção;
4º Passo: Quantificação e orçamentação;
5º Passo: Elaboração do projeto “como construído” (as built).
23
Aula 2 - Classificação e Projetos
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
24
Aula 2 – Classificação e Projetos
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS
• Memorial descritivo;
• Memória de cálculo;
• Especificações técnicas;
• Quantificação;
• Orçamento.
25
Aula 2 - Classificação e Projetos
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
26
Aula 2 – Classificação e Projetos
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS
27
Aula 2 - Classificação e Projetos
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
f) Para pias de cozinha e máquinas de lavar louças, devem ser previstos tubos de
queda especiais com ventilação primária; estes tubos devem descarregar em uma
caixa de gordura coletiva.
g) Recomenda-se o uso de caixas de gordura para efluentes que contenham resíduos
gordurosos.
h) As pias de cozinha e/ou máquinas de lavar louças instaladas superpostas em vários
pavimentos devem descarregar em tubos de queda exclusivos, os quais conduzem
os esgotos para caixas de gordura coletivas; sendo vetado o uso de caixas de
gordura individuais nos andares.
i) O interior das tubulações deve ser sempre acessível através de dispositivos de
inspeção.
j) Desvios em tubulações enterradas devem ser feitos empregando-se caixas de
inspeção.
k) A extremidade aberta de um tubo ventilador primário ou coluna de ventilação:
• Deve elevar-se verticalmente pelo menos 0,30 m acima da cobertura;
todavia, quando esta atender outros fins além de simples cobertura, a
elevação vertical deve ser, no mínimo, de 2,00 m (ver Figura abaixo); não
sendo conveniente o referido prolongamento, pode ser usado um
barrilete de ventilação.
• Deve conter um terminal tipo chaminé, tê ou outro dispositivo que impeça
a entrada das águas pluviais diretamente ao tubo de ventilação.
28
Aula 2 – Classificação e Projetos
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS
Nota: Entende-se por nível de transbordamento da água do mais alto dos aparelhos sanitários aquele
referente aos aparelhos sanitários com seus desconectores ligados a tubulação de esgoto primário
(bacias sanitárias, pias de cozinha, tanques de lavar, etc.) excluindo-se aparelhos sanitários que
despejem em ralos sifonados de piso. Não devem ser considerados como pontos mais altos de
transbordamento as grelhas dos ralos sifonados de piso, quando o ramal a ser ventilado serve também
para outros aparelhos não ligados diretamente aos mesmos.
p) Quando não for conveniente o prolongamento de cada tubo ventilador até acima
da cobertura, pode ser usado um barrilete de ventilação.
q) As ligações da coluna de ventilação aos demais componentes do sistema de
ventilação ou do sistema de esgotos sanitários devem ser feitas com conexões
apropriadas:
• Quando feita em uma tubulação vertical, a ligação deve ser executada por
meio de junção a 45°;
• Quando feita em uma tubulação horizontal, deve ser executada acima do
eixo da tubulação, elevando-se o tubo ventilador de uma distância de até
0,15 m, ou mais, acima do nível de transbordamento da água do mais alto
dos aparelhos sanitários por ele ventilados, antes de ligar-se a outro tubo
ventilador, respeitando-se o que se segue:
✓ A ligação ao tubo horizontal deve ser feita por meio de tê
90° ou junção 45°, com a derivação instalada em ângulo, de
29
Aula 2 - Classificação e Projetos
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
r) Quando não for possível ventilar o ramal de descarga da bacia sanitária ligada
diretamente ao tubo de queda, o tubo de queda pode ser ventilado imediatamente
abaixo da ligação do ramal da bacia sanitária (ver Figura).
30
Aula 2 – Classificação e Projetos
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS
31
Aula 3 – Dimensionamento
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS
Aula 3: Dimensionamento
As tubulações do SPES podem ser dimensionadas pelo Método das Unidades de Hunter de
Contribuição (UHC) ou pelo Método Racional, devendo, em qualquer um dos casos, serem
respeitados os diâmetros mínimos dos ramais de descarga apresentados na sequência.
1.1.1. Tubulações
a) Ramais de Descarga
b) Ramais de Esgoto
Neste caso, deve ser utilizada a Tabela 3. Recomenda-se ainda, com relação às
declividades mínimas:
c) Tubos de Queda
Os tubos de queda devem ser dimensionados pela somatória das UHC conforme a
Tabela 4.
33
Aula 3 - Dimensionamento
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
• quando o desvio formar ângulo inferior a 45o com a vertical, o tubo de queda
é dimensionado pela Tabela 4;
• quando o desvio formar ângulo superior a 45o com a vertical, deve-se
dimensionar:
✓ A parte do tubo de queda acima do desvio como um tubo de queda
independente, com base no número de unidades Hunter de
contribuição dos aparelhos acima do desvio, de acordo com a Tabela
4; e a parte horizontal do desvio de acordo com a Tabela 5, uma vez
que, neste caso, o trecho é tratado como subcoletor;
✓ A parte do tubo de queda abaixo do desvio com base no número de
unidades Hunter de contribuição de todos os parelhos que
descarregam neste tubo de queda, de acordo com a Tabela 4, não
podendo o diâmetro adotado, neste caso, ser menor do que o da
parte horizontal. Ver a figura abaixo, a qual ilustra a geometria dos
desvios e opções de ventilação.
34
Aula 3 – Dimensionamento
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS
O coletor predial e os subcoletores podem ser dimensionados pela somatória das UHC
conforme a Tabela 5. O coletor predial deve ter, no mínimo, um DN igual a 100.
35
Aula 3 - Dimensionamento
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
1.1.2. Desconectores
36
Aula 3 – Dimensionamento
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS
No caso das caixas sifonadas especiais, o fecho hídrico deve ter altura mínima de 0,20
m; as mesmas devem ser fechadas hermeticamente com tampa facilmente removível e o
orifício de saída deve ter o diâmetro nominal, de no mínimo 75 mm.
a) Caixa de Gordura
• Para a coleta de apenas uma pia de cozinha pode ser usada a caixa de gordura
pequena;
• Para a coleta de uma ou mais cozinhas deve ser usada, pelo menos, a caixa de
gordura simples;
• Para a coleta de duas a doze cozinhas deve ser usada, pelo menos, a caixa de
gordura dupla;
• Para a coleta de mais de doze cozinhas, ou ainda, para cozinhas de
restaurantes, escolas, hospitais, quartéis, etc. devem ser previstas caixas de
gordura especiais.
37
Aula 3 - Dimensionamento
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
V = 2N + 20
Onde:
a) Caixas de Inspeção
b) Caixas de Passagem
38
Aula 3 – Dimensionamento
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS
O volume útil da caixa coletora (Vu), ou seja, o volume compreendido entre o nível
máximo e o nível mínimo de operação da caixa (faixa de operação da bomba), pode ser
determinado através da seguinte expressão:
Q. t
Vu =
4
Onde:
O tempo de detenção do esgoto na caixa coletora (d) pode ser determinado a partir da
seguinte equação:
Vt
d=
q
Onde:
As tubulações de sucção devem ser uma para cada bomba e possuir diâmetro
uniforme e nunca inferior aos das tubulações de recalque. Já as tubulações de recalque
devem atingir um nível superior ao da rede de maneira que impossibilite o refluxo dos
esgotos, devendo ser providas de dispositivos para este fim.
39
Aula 3 - Dimensionamento
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
É recomendável que a capacidade da bomba seja considerada como sendo igual a duas
vezes a vazão afluente de esgotos sanitários e que o intervalo entre duas partidas
consecutivas do motor não seja inferior a 10 minutos, no sentido de se preservar os
equipamentos eletromecânicos de frequentes esforços de partida.
40
Aula 3 – Dimensionamento
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS
2. Dimensionamento Racional
41
Aula 3 - Dimensionamento
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
2.1.2. Equacionamento
42
Aula 3 – Dimensionamento
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS
Onde:
Se
to =
Stq
Onde:
Se é a área da seção transversal da coroa circular por onde escoa a água no tubo de
queda;
Stq é a área da seção transversal do tubo de queda.
2/5
Q tq
vt = 13 . ( )
dtq
Onde:
Com relação à vazão de projeto, a mesma pode ser obtida através das diversas
metodologias citadas no item 3.4 da Norma. Utilizando-se, por exemplo, a distribuição
binomial, a qual foi incorporada no texto da NBR, tem-se a seguinte formulação básica:
43
Aula 3 - Dimensionamento
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
Q tq = ∑ mi . qi
n=1
Onde:
Onde:
Qe = q i
Q e = ∑ mi . qi
n=1
Onde:
44
Aula 3 – Dimensionamento
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS
Qe = Qtq
Q e = ∑ mi . qi
n=1
Tr = γ . Rh . I ≥ 1,0 Pa
Onde:
Rh é o raio hidráulico, em m;
Tr é a tensão trativa, em Pa;
γ é o peso específico, em N/m2;
Onde:
45
Aula 3 - Dimensionamento
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
Onde:
Qar' = 40 Qar
Onde:
Onde:
46
Aula 3 – Dimensionamento
UNIDADE 1 – EGOTOS PREDIAIS
47
Aula 4 - Sistema Público de Esgotos
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
Uma rede de captação pública é projetada para receber o esgoto sanitário e mais uma parcela
das águas pluviais, que será estudada nas unidades de Drenagem. Nesta Unidade, serão
estudadas as contribuições dos Sistemas de Esgotos para a rede urbana e algumas de suas
particularidades.
Para melhor conhecer este sistema, primeiramente vamos estudar suas partes
constitutivas. Elas são, basicamente, classificadas da seguinte maneira:
a) Ramal predial: são os ramais que transportam os esgotos das casas até a rede
pública de coleta;
b) Coletor de esgoto: recebem os esgotos das casas e outras edificações,
transportando-os aos coletores tronco;
c) Coletor tronco: tubulação da rede coletora que recebe apenas contribuição de
esgoto de outros coletores;
d) Interceptor: os interceptores correm nos fundos de vale margeando cursos d’água
ou canais. São responsáveis pelo transporte dos esgotos gerados na sub-bacia,
evitando que os mesmos sejam lançados nos corpos d’água. Geralmente possuem
diâmetro maiores que o coletor tronco em função de maior vazão;
e) Emissário: são similares aos interceptores, diferenciando apenas por não receber
contribuição ao longo do percurso;
f) Poços de visita (PV): são câmaras cuja finalidade é permitir a inspeção e limpeza da
rede. Os locais mais indicados para sua instalação são:
• Início da rede;
48
Aula 4 - Sistema Público de Esgotos
UNIDADE 2 – EGOTO URBANO E
DESTINAÇÕES
49
Aula 4 - Sistema Público de Esgotos
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
• Desinfecção do efluente.
i) Disposição final: após o tratamento, os esgotos podem ser lançados ao corpo
d’água receptor ou, eventualmente, aplicados no solo. Em ambos os casos, há que
se levar em conta os poluentes eventualmente ainda presentes nos esgotos
tratados, especialmente organismos patogênicos e metais pesados. As tubulações
que transportam estes esgotos são também denominadas emissário.
50
Aula 4 - Sistema Público de Esgotos
UNIDADE 2 – EGOTO URBANO E
DESTINAÇÕES
e apartamentos (vertical); dele se distingue, todavia, por ser informal quanto à sua
organização e por ser horizontal do ponto de vista físico.
• Ramal condominial: rede coletora que reúne os efluentes das casas que
compõem um condomínio e pode ser:
51
Aula 4 - Sistema Público de Esgotos
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
• Rede Básica: rede coletora que reúne os efluentes da última caixa de inspeção
de cada condomínio, passando pelo passeio ou pela rua;
52
Aula 4 - Sistema Público de Esgotos
UNIDADE 2 – EGOTO URBANO E
DESTINAÇÕES
Nos casos em que não estão previstos CI’s para ligação do ramal o mesmo será
ligado à última CI do outro ramal, evitando uma entrada a mais na CI da rede
pública, já que esta terá número limitado de entradas. As particularidades a
seguir podem depender da legislação municipal):
53
Aula 4 - Sistema Público de Esgotos
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
54
Aula 4 - Sistema Público de Esgotos
UNIDADE 2 – EGOTO URBANO E
DESTINAÇÕES
Baseado e adaptado de
FUNASA. Edições sem prejuízo
de conteúdo.
55
Aula 5 – Tratamento de Esgotos I
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
1. Tanque Séptico
56
Aula 5 - Tratamento de Esgotos I
UNIDADE 2 – EGOTO URBANO E
DESTINAÇÕES
1.1. Funcionamento
O tanque séptico é projetado para receber todos os despejos domésticos (de cozinhas,
lavanderias domiciliares, lavatórios, vasos sanitários, bidês, banheiros, chuveiros, mictórios,
57
Aula 5 – Tratamento de Esgotos I
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
1.3. Dimensionamento
V = 1000 + N (C . T + K . Lf)
Onde:
58
Aula 5 - Tratamento de Esgotos I
UNIDADE 2 – EGOTO URBANO E
DESTINAÇÕES
59
Aula 5 – Tratamento de Esgotos I
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
60
Aula 5 - Tratamento de Esgotos I
UNIDADE 2 – EGOTO URBANO E
DESTINAÇÕES
A parte sólida retida nas fossas sépticas (lodo) deverá ser renovada periodicamente, de
acordo com o período de armazenamento estabelecido no cálculo destas unidades. A falta
de limpeza no período fixado acarretará diminuição acentuada da sua eficiência.
Não é admissível, o lançamento de lodo e escuma removidos dos tanques sépticos, nos
corpos de água ou galerias de águas pluviais.
1.6. Eficiência
61
Aula 5 – Tratamento de Esgotos I
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
• Para a limpeza do tanque séptico, escolher dias e horas em que o mesmo não
recebe despejos;
• Abrir a tampa de inspeção e deixar ventilar bem. Não acender fósforo ou
cigarro, pois o gás acumulado no interior do tanque séptico é explosivo;
• Levar para o local, onde o tanque séptico está instalado, um carrinho sobre o
qual está montada uma bomba diafragma, para fluídos, de diâmetro de 75
mm a 100 mm na sucção, manual ou elétrica;
• O mangote será introduzido diretamente na caixa de inspeção ou tubo de
limpeza quando existir;
• O lodo retirado progressivamente do tanque séptico será encaminhado para
um leito de secagem ou para um carro-tanque especial que dará o destino
sanitariamente adequado;
• Se o lodo do tanque séptico ficar endurecido, adicionar água e agitar com
agitador apropriado;
• Deixar cerca de 10% do lodo (ativado) para facilitar o reinicio do processo,
após a limpeza;
• No fim dessa operação, fazer a higienização do local e equipamentos
utilizados.
2. Filtro Anaeróbico
62
Aula 5 - Tratamento de Esgotos I
UNIDADE 2 – EGOTO URBANO E
DESTINAÇÕES
informar que a aplicação racional dos filtros anaeróbios teve maior divulgação a partir das
experiências realizados nos Estados Unidos da América, por Perry L. Mc Carty em 1963,
1966 e 1969. No Brasil a escola de engenharia de São Carlos, da Universidade de São Paulo,
confirmou em 1977 a eficiência do filtro, já obtida por Mc Carty, realizando experiências em
unidades pilotos.
2.1. Dimensionamento
V = 1,6 . N . T . C
Onde:
Seção Horizontal:
S = V/1,8
63
Aula 5 – Tratamento de Esgotos I
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
Para a limpeza do filtro deve ser utilizada uma bomba de recalque, introduzindo-se o
mangote de sucção pelo tubo guia. Quando a operação com bomba de recalque não for
suficiente para a retirada do lodo, deve ser lançado água sobre a superfície do leito filtrante,
drenando-o novamente. A lavagem completa do filtro não é recomendada, pois retarda o
início da operação do filtro, neste caso, deixe uma pequena parcela do lodo diluído.
64
Aula 5 - Tratamento de Esgotos I
UNIDADE 2 – EGOTO URBANO E
DESTINAÇÕES
3.1. Sumidouro
O lançamento dos esgotos domésticos no subsolo é uma prática tão natural e lógica,
tendo pesquisas arqueológicas registrado que há cerca de 6000 anos os habitantes de
Sumere (região Sul do antigo império Caldeu) descarregavam seus esgotos em covas, cujas
profundidades variavam de 12 a 15 metros. Em um dos últimos livros da Bíblia,
Deuteronômio, Moisés ordenava que os despejos humanos fossem enterrados fora da área
do acampamento.
65
Aula 5 – Tratamento de Esgotos I
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
3.1.1. Dimensionamento
A = V/Ci
Onde:
66
Aula 5 - Tratamento de Esgotos I
UNIDADE 2 – EGOTO URBANO E
DESTINAÇÕES
67
Aula 5 – Tratamento de Esgotos I
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
68
Aula 5 - Tratamento de Esgotos I
UNIDADE 2 – EGOTO URBANO E
DESTINAÇÕES
3.2.1. Dimensionamento
Resolução:
L = 30,9/0,6 → L = 51,5 m
69
Aula 5 – Tratamento de Esgotos I
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
70
Aula 5 - Tratamento de Esgotos I
UNIDADE 2 – EGOTO URBANO E
DESTINAÇÕES
Baseado e adaptado de
FUNASA. Edições sem prejuízo
de conteúdo.
71
Aula 6 – Tratamento de Esgotos II
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
Esta Aula dará prosseguimento a tratamentos de esgotos. Serão abordadas aqui outras
metodologias aplicadas na Construção Civil e no Saneamento Básico para a destinação dos
resíduos líquidos como alternativas às tratadas na Aula passada, cada qual com suas
especificidades, variando assim, então, as suas recomendações ou não de utilizações frente os
cenários e características que as demandam.
Frequentemente, deverá ser feita limpeza na caixa de areia, com a remoção dos
sólidos grosseiros da grade, bem como a retirada da areia depositada. Ao final de cada ano
de operação deverá ser feito descarga de fundo dos elementos anteriormente citados para
o poço de lodo. Este lodo após a descarga deverá ser retirado mecanicamente ou não
dependendo das condições topográficas e encaminhado a um leito de secagem.
As unidades, serão construídas com tijolos maciços, argamassa 1:4 de cimento e areia
ou concreto armado ambos os métodos com revestimento traço 1:3 de cimento e areia e
impermeabilização traço 1:10. A pintura interna deverá ser feita com tinta anticorrosiva na
cor preta.
72
Aula 6 - Tratamento de Esgotos II
UNIDADE 2 – EGOTO URBANO E
DESTINAÇÕES
73
Aula 6 – Tratamento de Esgotos II
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
2. Leito de Secagem
• Tanques de armazenamento;
• Camada drenante;
• Cobertura.
2.1. Funcionamento
74
Aula 6 - Tratamento de Esgotos II
UNIDADE 2 – EGOTO URBANO E
DESTINAÇÕES
75
Aula 6 – Tratamento de Esgotos II
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
3.1.1. Funcionamento
• Menor tempo de retenção, que poderá ser reduzido até duas horas,
tornando-o mais econômico;
• Melhor digestão, pois com a ausência de correntes ascendentes e
descendentes, o processo de digestão não é perturbado, obtendo-se maior
eficiência;
• Melhor efluente, uma vez que graças à eficiência dos processos, de
decantação e digestão, o líquido efluente é praticamente livre de partículas
sólidas e tem a qualidade bacteriológica bastante melhorada;
• Atendimento a populações maiores, pois se aplicam economicamente para
atender até cerca de 5.000 pessoas.
3.1.2. Dimensionamento
V = V 1 + V 2 + V3
76
Aula 6 - Tratamento de Esgotos II
UNIDADE 2 – EGOTO URBANO E
DESTINAÇÕES
Sendo:
Onde:
N = número de contribuintes;
C = contribuição de despejos em litro/pessoa/dia (Aula 05);
T = período de retenção em dias (2 horas = 1/12 dia);
Ta = período de armazenamento de lodo em dias. Prevendo-se a limpeza anual
do tanque.
Ta = 360 - Td = 300 dias;
Td = período de digestão de lodo em dias. Aproximadamente 60 dias;
Lf = contribuição de lodos frescos p/ pessoa/dia (Aula 05);
R1 = 0,25 - coeficiente de redução do lodo digerido;
R2 = 0,50 - coeficiente de redução do lodo em digestão.
77
Aula 6 – Tratamento de Esgotos II
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
78
Aula 6 - Tratamento de Esgotos II
UNIDADE 2 – EGOTO URBANO E
DESTINAÇÕES
79
Aula 6 – Tratamento de Esgotos II
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
5,0m. O esgoto bruto é lançado diretamente na lagoa depois de passar por um tratamento
preliminar (caixa de areia). Funcionam como um tanque de aeração no qual os aeradores
artificiais substituem a oxidação através das algas nas lagoas de estabilização.
As mais usadas, são as duas primeiras em função de ter menor custo e menor
sofisticação em sua operação.
Têm como seu principal emprego a proteção dos conjuntos elevatórios evitando
abrasões, sedimentos incrustáveis nas canalizações e em partes componentes das ETE’s,
como, decantadores, digestores, filtros, tanques de aeração, etc.
80
Aula 6 - Tratamento de Esgotos II
UNIDADE 2 – EGOTO URBANO E
DESTINAÇÕES
Baseado e adaptado de
FUNASA. Edições sem prejuízo
de conteúdo.
81
Aula 7 – Águas Pluviais
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
Os registros históricos apontam que as águas de chuva são utilizadas pela humanidade
há milhares de anos. Cisternas escavadas são datadas em até 3.000 a.C. A fortaleza de
Masada, por exemplo, localizada em Israel, possui dez reservatórios escavados na rocha
com capacidade de armazenamento de até 40 (quarenta) milhões de litros de água.
A civilização maia que abrangeu territórios de cinco países como: México, Honduras,
Belize, Guatemala e El Salvador, com existência datada em 2600 a.C e declínio em 400 d.C,
encontravam meios para captação das águas de chuva com cisternas, reservatórios, açudes
e canais destinados aos campos agrícolas. Os astecas, a qual a existência data do século IX
até o século XVI, aproveitavam a água de chuva assim como a civilização maia para fins
agrícolas.
82
Aula 7 – Águas Pluviais
UNIDADE 3 – DRENAGEM PREDIAL
Este movimento permanente deve-se ação do Sol, que fornece a energia para que
água evapore saindo da superfície terrestre para a atmosfera, além da ação da gravidade,
fazendo com que a água antes condensada caia através das precipitações assim, uma vez na
superfície, circule através das bacias hidrográficas, reunindo-se em rios até atingir os
oceanos, a qual se denomina escoamento superficial ou infiltrem nos solos e nas rochas,
através dos seus poros, fissuras e fraturas (escoamento subterrâneo). Vale ressaltar que
nem toda a água precipitada alcança a superfície terrestre, haja vista que uma parte, na sua
queda, pode ser interceptada pela vegetação e volta a evaporar-se.
A água que se infiltra no solo, por sua vez é sujeita a evaporação direta para a
atmosfera e é absorvida pela vegetação, que através da transpiração, retorna à atmosfera.
Este processo chamado é chamado de evapotranspiração. A água que infiltra no solo é a
principal responsável pela recarga dos aquíferos ou lençóis de água subterrânea.
A quantidade de água e a velocidade com que ela circula nas diferentes fases do ciclo
hidrológico são influenciadas por diversos fatores como, por exemplo, a cobertura vegetal,
altitude, topografia, temperatura, tipo de solo e geologia.
83
Aula 7 – Águas Pluviais
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
De acordo autores, apesar de o Brasil possuir uma das maiores reservas mundiais de
água doce o problema também é perceptível. São Paulo, por exemplo, o estado mais
desenvolvido do país, enfrenta grande dificuldade devido às aglomerações como a da região
metropolitana. O caso do Nordeste já é clássico, além do semiárido, a região recebe chuva
de maneira irregular, sofrendo pela falta de água por uma série de características
geográficas e geológicas pertinentes à região.
A formação das chuvas está intimamente ligada a vários fatores peculiares, dentre eles
a quantidade de vapor d’água presente no meio atmosférico, a característica
geomorfológica local e o clima da região. Os tipos de precipitação em forma de chuva
podem ser classificados como convectivas, frontais ou ciclônicas e orográficas.
84
Aula 7 – Águas Pluviais
UNIDADE 3 – DRENAGEM PREDIAL
As chuvas convectivas são mais frequentes em regiões equatoriais, onde os ventos são
mais brandos e a movimentação do ar é, geralmente, normal à superfície. São formadas a
partir do aquecimento do ar úmido próximo ao solo. Em seguida, essa massa de ar quente e
úmida, ao atingir determinada altura, se resfria e o vapor d’água presente se condensa
ocorrendo então a precipitação. São chuvas de fortes intensidades, pequena duração e que
atingem pequenas áreas. Grande parte das enchentes urbanas é ocasionada por esse tipo
de chuva.
Já as chuvas orográficas são as que têm sua formação muito ligada às características
geográficas. As massas de ar que seguem do oceano para o continente trazem junto a
umidade proveniente do mar. Ao chegarem à superfície e encontrarem relevos
montanhosos, essas massas de ar quente e úmido se elevam como se fosse para superar a
barreira geográfica. Sendo assim, elas se resfriam e se condensam formando nuvens e
chuvas. São chuvas com intensidades menores que as das chuvas convectivas, de grande
duração e áreas pequenas.
As águas pluviais são de grande importância para a humanidade, pois elas são
fundamentais nos processos da natureza, já que é uma das fases do ciclo hidrológico,
promovendo uma série de serviços ambientais, dentre elas podemos destacar:
85
Aula 7 – Águas Pluviais
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
A busca por fontes alternativas de água é uma forma de se dispor de diferentes formas
de obtenção da mesma, evitando a dependência de uma única fonte e, em uma situação de
emergência, problemas graves de abastecimento. A dependência de um abastecimento de
água baseado somente na retirada em rios e lagos pode deixar a população exposta a
problemas sérios na ocorrência de eventos naturais ou contaminações por produtos
químicos ou nocivos para a saúde humana.
A água de chuva não possui a qualidade de uma água tratada ou mineral, entretanto
consiste em um recurso limpo se comparado a alguns rios onde é captada água para
tratamento e abastecimento. Portanto, torna-se claro que esse recurso deve ter algum
aproveitamento, basta analisar onde este trará maior retorno econômico.
86
Aula 7 – Águas Pluviais
UNIDADE 3 – DRENAGEM PREDIAL
87
Aula 7 – Águas Pluviais
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
como estas áreas já costumam ter seu balanço hídrico alterado significativamente, o
impacto do aproveitamento de água de chuva em grande escala pode vir a ser insignificante
em relação ao impacto da urbanização.
Também deve-se analisar os impactos da retenção e desvio dessas águas para a rede
de esgotos sanitários nos cursos d’água, que a usam como solvente e como carreador de
impurezas, havendo maior concentração de poluentes nos cursos d’água.
As águas pluviais podem ser classificadas pelo uso, em potável e não potável. Os usos
potáveis são: ingestão, assepsia, preparo de alimentos e lavagem de utensílios. Os usos não
potáveis são: vasos sanitários e mictórios, lavagem de roupa, pisos, veículos, irrigação e
enchimento de piscinas.
Uma das principais razões para que o uso de água de chuva para fins potáveis não seja
viável em áreas urbanas é a falta de indicadores da qualidade das águas pluviais, para poder
estabelecer um tratamento adequado, sendo necessário controle constante da qualidade da
água para garantir o cumprimento das exigências de qualidade da água, o que pode ser
muito oneroso e dispendioso.
88
Aula 7 – Águas Pluviais
UNIDADE 3 – DRENAGEM PREDIAL
A viabilidade do aproveitamento de águas pluviais para fins não potáveis deve ser
analisada em cada caso, pois cada região possui suas singularidades, mas em geral para
consumo doméstico pode ser bem vantajoso, assunto a ser tratado na Aula 09.
No caso de indústrias ela pode ser até viável para tratá-la para consumo humano, já
que por ser uma água livre de produtos químicos diferente da fornecida pela
concessionária, usualmente possui um custo de tratamento (retirada do cloro e do flúor)
menor para os processos produtivos.
89
Aula 8 – Instalações Prediais
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
1. Instalações
• Escoamento superficial;
90
Aula 8 – Instalações Prediais
UNIDADE 3 – DRENAGEM PREDIAL
1.1. Terminologia
91
Aula 8 – Instalações Prediais
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
92
Aula 8 – Instalações Prediais
UNIDADE 3 – DRENAGEM PREDIAL
1.2. Materiais
Nos telhados empregam-se calhas que podem ser de aço galvanizado, folhas-de-
flandres, cobre, aço inoxidável, alumínio, fibrocimento, PVC rígido, fibra de vidro, concreto
ou alvenaria.
Nos condutores verticais, devem ser empregados tubos e conexões de ferro fundido,
fibrocimento, PVC rígido, aço galvanizado, cobre, chapas de aço galvanizado, folhas-de-
flandres, chapas de cobre, aço inoxidável, alumínio ou fibra de vidro.
2. Dimensionamento
A determinação da intensidade pluviométrica “I”, para fins de projeto, deve ser feita a
partir da fixação de valores adequados para a duração de precipitação e o período de
retorno. Tomam-se como base dados pluviométricos locais. O período de retorno deve ser
fixado segundo as características da área a ser drenada, obedecendo ao estabelecido a
seguir:
93
Aula 8 – Instalações Prediais
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
A duração de precipitação deve ser fixada em t = 5min. Para construção até 100 m2 de
área de projeção horizontal, salvo casos especiais, pode-se adotar: I = 150 mm/h. Para as
demais construções utilizar a Tabela abaixo.
A ação dos ventos deve ser levada em conta através da adoção de um ângulo de
inclinação da chuva em relação à horizontal igual a arc tg² θ, para o cálculo da quantidade
de chuva a ser interceptada por superfícies inclinadas ou verticais. O vento deve ser
considerado na direção que ocasionar maior quantidade de chuva interceptada pelas
superfícies consideradas.
94
Aula 8 – Instalações Prediais
UNIDADE 3 – DRENAGEM PREDIAL
95
Aula 8 – Instalações Prediais
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
C .I . A
Q=
60
Onde:
Q é a vazão em l/min;
A é a área de contribuição em m²;
C é o coeficiente de escoamento (C = 1 para áreas impermeáveis);
I é a intensidade pluviométrica em mm/h.
Observação: a vazão de projeto deve ser multiplicada pelos seguintes fatores, caso a
saída da calha esteja a menos de 4 m de uma curva:
2.4. Calhas
A inclinação das calhas de beiral e platibanda deve ser uniforme, com valor mínimo de
0,5%. As calhas de água-furtada têm inclinação de acordo com o projeto da cobertura.
96
Aula 8 – Instalações Prediais
UNIDADE 3 – DRENAGEM PREDIAL
S
Q = K. . R 2/3 . i1/2
n H
Onde:
A figura abaixo ilustra uma calha de seção retangular. O cálculo do raio hidráulico é
obtido dividindo-se a área molhada pelo perímetro molhado.
𝑎. 𝑏
𝑅𝐻 =
𝑏 + 2𝑎
97
Aula 8 – Instalações Prediais
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
98
Aula 8 – Instalações Prediais
UNIDADE 3 – DRENAGEM PREDIAL
Devem ser projetados, sempre que possível, em uma só prumada. Quando houver
necessidade de desvio, devem ser usadas curvas de 90o de raio longo ou curvas de 45o e
devem ser previstas peças de inspeção.
O diâmetro interno mínimo dos condutores verticais de seção circular é 70 mm. Como
os condutores são verticais, seu dimensionamento não pode ser feito pelas fórmulas do
escoamento em canal. A NBR 10844/89 apresenta ábacos específicos para o
dimensionamento dos condutores verticais a partir dos dados a seguir. Para calhas com
saída em aresta viva ou com funil de saída, deve-se utilizar, respectivamente, o primeiro ou
segundo ábaco, conforme imagens:
99
Aula 8 – Instalações Prediais
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
Procedimento:
O dimensionamento dos condutores verticais também pode ser feito com emprego da
tabela a seguir que fornece o diâmetro do condutor e o valor máximo da área de telhado
drenada pelo tubo.
100
Aula 8 – Instalações Prediais
UNIDADE 3 – DRENAGEM PREDIAL
Resolução:
Do ábaco:
101
Aula 8 – Instalações Prediais
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
2.7. Ralos
Nos locais de onde se pretende esgotar águas pluviais, usam-se ralos que coletam a
água de áreas cobertas ou de calhas, canaletas e sarjetas, permitindo sua entrada em
condutores e coletores. O ralo compreende duas partes:
• Caixa, e
• Grelha (ralo propriamente dito). As grelhas podem ser planas ou hemisféricas
(também chamado “cogumelo” ou “abacaxi”).
Nas tubulações aparentes, devem ser previstas inspeções sempre que houver
conexões com outra tubulação, mudança de declividade, mudança de direção e ainda a
cada trecho de 20 m nos percursos retilíneos.
Nas tubulações enterradas, devem ser previstas caixas de areia sempre que houver
conexões com outra tubulação, mudança de declividade, mudança de direção e ainda a
cada trecho de 20 m nos percursos retilíneos.
A ligação entre os condutores verticais e horizontais é sempre feita por curva de raio
longo, com inspeção ou caixa de areia, estando o condutor horizontal aparente ou
enterrado.
102
Aula 8 – Instalações Prediais
UNIDADE 3 – DRENAGEM PREDIAL
Resolução:
Para esta análise, existem alguns pontos a serem observados. A norma não nos dá
exatamente a área de contribuição para este modelo de projeto. Portanto, utilizaremos a
fórmula para “Superfície Plana Inclinada” sabendo que haverá uma superdimensionamento
desta área pois existe uma platibanda lateral interceptando um pouco essa chuva. Como
são 4 tubos de quedas de AP´s localizados nas arestas, a área de contribuição respectiva de
cada um será uma área A, que é igual a A1 e a A2 do desenho.
Portanto:
h 1
A = A1 = A2 = (a + ) . b → A = (5 + ) . 10 → A = 55 m²
2 2
O exercício nos referenciou que a cidade é Goiânia, portanto, pela tabela, T = 5 anos
(coberturas e terraços), I = 178 mm/h.
C .I. A 1 . 178 . 55
Q= →Q= → Q = 163,17 l/min
60 60
103
Aula 8 – Instalações Prediais
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
Como o exercício não nos deu o material da calha, iremos presumir que seja de aço
galvanizado. A declividade da calha também não foi fornecida, portanto, usaremos a
inclinação mínima da Norma que é 5% (i = 0,05). Infelizmente, deveremos dimensionar a
calha na tentativa e erro, pois o exercício não faz mesão de medidas convencionais. Devido
a isto, iremos comparar, ao final do exercício, se a vazão da calha será suportada pelos
tubos de queda.
Utilizando-se medida padrão de calhas, com base (b) de 10 cm e altura útil (a) de 5 cm:
𝑆 𝑎. 𝑏 0,05 . 0,10
𝑅𝐻 = → 𝑅𝐻 = → 𝑅𝐻 = → 𝑅𝐻 = 0,025 𝑚
2𝑝 𝑏 + 2𝑎 0,10 + 0,10
S 0,005 3
Q= K. . R H 2/3 . i1/2 → Q = 60000 . . √0,0252 . √0,05 → Q = 164,8 l/min
n 0,011
Do ábaco, para L = 3 m, com este valor de vazão, seria mais que suficiente um
diâmetro de 50 mm. Porém, a norma solicita um diâmetro mínimo de 70 mm e,
comercialmente, o próximo DN de tubulações de esgoto é 75 mm, que deverá ser utilizado.
104
Aula 9 – Reutilização de AP
UNIDADE 3 – DRENAGEM PREDIAL
Aula 9: Reutilização de AP
Em zonas rurais e regiões onde há carência de água podem ser utilizadas reservatórios
(cisternas) construídos com o objetivo de acumular água durante período de precipitações
pluviométricas, para utilização na época de estiagem.
A água de chuva armazenada sem tratamento adequado pode ser utilizada apenas
para consumo não potável. A água de chuva tem potencial para utilização na descarga de
vasos sanitários, lavagem de roupas, irrigação de jardins, na lavagem de carros, em sistemas
de ar-condicionado e em sistemas de combate de incêndios, entre outros.
105
Aula 9 – Reutilização de AP
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
106
Aula 9 – Reutilização de AP
UNIDADE 3 – DRENAGEM PREDIAL
1.1. Dimensionamento
Vmin = K . N . Cu . D
Onde:
107
Aula 9 – Reutilização de AP
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
Vc = A . P . C
Onde:
O volume mínimo de água necessário (Vmin) deve ser menor ou igual ao volume
captado (Vc) para atender a demanda de água.
Resolução:
108
Aula 10 - Generalidades
UNIDADE 4 – DRENAGEM URBNA
1. Introdução
109
Aula 10 - Generalidades
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
2. Conceitos
2.1. Microdrenagem
2.2. Macrodrenagem
Os canais são cursos d’água artificiais destinados a conduzir água à superfície livre. A
topografia do terreno, natureza do solo e o tipo de escoamento, determinam a forma da
seção a ser adotada, as inclinações de taludes e declividade longitudinal dos canais.
110
Aula 10 - Generalidades
UNIDADE 4 – DRENAGEM URBNA
111
Aula 10 - Generalidades
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
2.4.1. Superficial
2.4.2. Subterrânea
A drenagem subterrânea tem como objetivo descer o lençol freático até um nível que
favoreça os cultivos e garantir a estabilidade das estradas e a segurança das construções.
A drenagem subterrânea, utilizando valas, é aplicada nos casos em que não é preciso
descer o lençol freático mais que 1,5 m, isto porque o volume de terra a ser removido será
proporcional ao quadrado da profundidade da vala.
112
Aula 10 - Generalidades
UNIDADE 4 – DRENAGEM URBNA
2.4.3. Vertical
É utilizada em terrenos planos quase sem declive para que a água drene, como nos
pântanos e marisma. Estes terrenos possuem uma capa superficial encharcada por existir
abaixo dela uma camada impermeável, impedindo, assim, a infiltração. Poder-se-á dar saída
às águas superficiais e subterrâneas, pelos poços verticais, fincados ou perfurados,
preenchidos com pedras, cascalho ou areia grossa, protegendo assim, a sua estabilidade.
113
Aula 10 - Generalidades
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
• Mananciais de águas;
• Abastecimento de água;
• Coleta e tratamento de águas servidas (efluentes domésticos e industriais);
• Controle da drenagem urbana;
• Controle de inundações ribeirinhas.
114
Aula 10 - Generalidades
UNIDADE 4 – DRENAGEM URBNA
ocupam o leito maior, dentro de um processo natural. Como isto ocorre de forma irregular
ao longo do tempo, a população tende a ocupar o leito maior, ficando sujeita ao impacto
das inundações.
A drenagem urbana, como se sabe, envolve a rede de coleta de água precipitada sobre
as superfícies urbanas, tratamento, que acaba acontecendo apenas nos casos em que é
conduzida conjuntamente com as águas servidas, e o retorno aos rios. Como as cidades,
geralmente, encontram-se assentadas em proximidades de corpos hídricos, o controle de
inundações ribeirinhas passa a ser efetuada conjuntamente com o controle da drenagem.
As inundações ocorrem quando as águas dos rios, riachos ou galerias pluviais saem do
leito menor de escoamento devido à falta de capacidade de transporte de um destes
sistemas e ocupa áreas utilizadas pela população para moradia, transporte (ruas, rodovias e
passeios), recreação, comércio, indústria, e outras atividades humanas.
Quando a precipitação é intensa e o solo não tem capacidade de infiltrar, grande parte
do volume escoa para o sistema de drenagem, superando sua capacidade natural de
escoamento. O excesso do volume que não consegue ser drenado ocupa a várzea
inundando-a de acordo com a topografia das áreas próximas aos rios. Estes eventos
115
Aula 10 - Generalidades
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
ocorrem de forma aleatória em função dos processos climáticos locais e regionais. Este tipo
de inundação é aqui denominado inundação ribeirinha.
Plano Diretor de Drenagem Urbana (PDDrU) tem sido cada vez mais instrumento das
Cidades no planejamento e gestão das águas e que tem como objetivo criar os mecanismos
de gestão da infraestrutura urbana relacionados com o escoamento das águas pluviais e dos
cursos d’água na área urbana. Com isso, visa evitar perdas econômicas e melhorar as
condições de saúde e meio ambiente da cidade.
4.1. Princípios
116
Aula 10 - Generalidades
UNIDADE 4 – DRENAGEM URBNA
117
Aula 10 - Generalidades
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
4.2. Estrutura
A estrutura do Plano Diretor de Drenagem Urbana pode ser vista na Figura a seguir. Os
grandes grupos são: dados de entrada, fundamentos, desenvolvimento, produtos e
programas. Cada uma destas etapas é explicada a seguir.
118
Aula 10 - Generalidades
UNIDADE 4 – DRENAGEM URBNA
4.2.2. Fundamentos
4.2.3. Desenvolvimento
119
Aula 10 - Generalidades
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
As medidas estruturais envolvem a determinação dos locais onde a drenagem não tem
capacidade de escoamento e produz inundações para o cenário e risco escolhido. O Plano
deve apresentar solução para evitar que eventos deste tipo ocorram.
4.2.4. Programas
Baseado e adaptado de
FUNASA, Christopher Freire,
Lidiane Souza. Edições sem
prejuízo de conteúdo.
120
Aula 11 – Dispositivos de Microdrenagem
UNIDADE 4 – DRENAGEM URBNA
1.1. Sarjetas
121
Aula 11 – Dispositivos de Microdrenagem
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
incidem sobre a rua. Em geral, devem ser construídas em concreto devido às deformações
significantes advindas do pavimento asfáltico, aumentando assim sua vida útil. Segundo
estudos, geralmente é permitido o escoamento superficial desde que a faixa inundável das
sarjetas não ultrapasse 0,80 m nas vias principais e 1,00 m nas vias secundárias. A
velocidade máxima não deverá ultrapassar 3,0 m/s.
São dispositivos com a finalidade de captar a vazão de água proveniente das sarjetas e
direcioná-las às redes coletoras. Podem ser feitas de ferro fundido ou concreto, ficando a
critério de projeto. As grelhas variam de dimensão de acordo com os Municípios e seus
distanciamentos também. A capacidade máxima de captação da grelha padrão é de 30 a 40
l/s, calculado pelo Método Racional, e não devem exceder uma distância de 70 metros
entre si para esta vazão. Deve-se evitar o posicionamento em esquinas, para que o fluxo de
água não atrapalhe a passagem de pedestres, recomendando-se a posição um pouco a
montante de cada faixa.
A foto da esquerda mostra uma boca de lobo de guia enquanto a outra mostra uma
boca de lobo de sarjeta.
122
Aula 11 – Dispositivos de Microdrenagem
UNIDADE 4 – DRENAGEM URBNA
A boca de lobo de guia é feita com um pré-moldado especial conhecido como Guia
Chapéu, e a boca de lobo de sarjeta é feita com um pré-fundido de aço ou de concreto,
podendo ser de simples encaixe ou com dobradiça.
Ruas estreitas e loteamento com padrão pequeno de lotes irá exigir poucas bocas de
lobo, isto é, as bocas de lobo poderão ficar longe uma das outras. Ruas largas e loteamento
com padrão grande de lotes irá exigir muitas bocas de lobo e até agrupamento de bocas de
lobo no formato duplo, triplo e até mais.
123
Aula 11 – Dispositivos de Microdrenagem
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
Em ruas muito íngremes que causam enxurradas de alta velocidade pode acontecer da
água passar direto pela boca de lobo. Então nesses casos é possível se fazer um rebaixo na
sarjeta para facilitar o desvio do fluxo hidráulico para dentro da boca de lobo. Em zonas
urbanas devemos evitar esse tipo de rebaixo pois além da sarjeta já ter uma inclinação que
oferece certo risco às pessoas, a confecção desse rebaixo irá criar um risco adicional aos
transeuntes.
A declividade do patamar não deverá ser superior a 3%, devendo ser mantidas
invariáveis as dimensões dos patamares e degraus em cada trecho, com exceção de regiões
com relevo acentuado e não uniforme, onde o comprimento dos degraus deverá ser obtido
em função da declividade do trecho considerado.
124
Aula 11 – Dispositivos de Microdrenagem
UNIDADE 4 – DRENAGEM URBNA
aproximadamente 0,10 a 0,15 cm cada, assentadas sobre uma caixa escavada no terreno,
revestidas em concreto, situada à frente e sob a extremidade de outro dispositivo de
drenagem.
125
Aula 11 – Dispositivos de Microdrenagem
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
Consiste numa linha de tubos de concreto, normalmente armado, apoiado num berço
de concreto magro localizado próximo à superfície, com objetivo de propiciar adequadas
condições de desague das águas coletadas por dispositivos de drenagem superficial cuja
vazão admissível tenha sido atingida ou drenar pontos baixos. São localizados em seções
mistas, passagens de corte para aterro, pontos mais baixos dos aterros e transposições de
pistas quando necessário.
São dispositivos visitáveis que permitem a inspeção e limpeza das galerias. Quando
dotados de queda para controlar a declividade do sistema, também podem ser
denominados de poços de queda.
Segundo as instruções padrões, devem ser executados sempre que existam mudanças
de direção, nos pontos de confluência de tubulações importantes, ou em trechos longos
sem inspeção. O espaçamento máximo entre os poços de visita (PV) deve estar
126
Aula 11 – Dispositivos de Microdrenagem
UNIDADE 4 – DRENAGEM URBNA
Estes condutos, geralmente, são feitos de concreto armado ou PVC, com forma circular
ou retangular, sendo o de concreto o que possui maior resistência à esforços, o que o torna
a melhor escolha para sistemas mais profundos.
127
Aula 11 – Dispositivos de Microdrenagem
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
As seções circulares são as mais empregadas por sua maior capacidade de escoamento
e pela facilidade de obtenção de tubos pré-moldados de concreto para confecção dos
condutos. Na ausência de tubos pré-moldados ou para galerias com diâmetros equivalentes
superiores a 1,50 m, situações pouco frequentes em sistemas de microdrenagem, pode-se
recorrer ao emprego de seções quadradas ou retangulares, em geral, com paredes verticais
em alvenaria e lajes horizontais em concreto armado.
Apesar do diâmetro mínimo recomendado para galerias pluviais ser de 400 mm, é
comum, principalmente em projetos de baixo custo, o emprego do diâmetro de 300 mm em
trechos iniciais e em condutos de ligação.
As dimensões das galerias são sempre crescentes para jusante não sendo permitida a
redução da seção no trecho seguinte (estrangulamento) mesmo que, por um acréscimo da
declividade natural do terreno, o diâmetro até então indicado passe a funcionar
superdimensionado. Nos condutos circulares a capacidade máxima é calculada pela seção
plena e nos retangulares recomenda-se uma folga superior mínima de 0,10 m.
128
Aula 11 – Dispositivos de Microdrenagem
UNIDADE 4 – DRENAGEM URBNA
Para que não haja sedimentação natural do material sólido em suspensão na água,
principalmente areia, no interior das canalizações, a velocidade de escoamento mínima é de
0,75 m/s para que as condições de autolimpeza sejam assim preservadas.
Por outro lado, grandes velocidades acarretariam danos às galerias, tanto pelo grande
valor de energia cinética como poder abrasivo do material sólido em suspensão. O valor
limite de velocidade máxima é função do material de revestimento das paredes internas dos
condutos. Em geral, velocidades de escoamento superiores a 4,0 m/s carecem de
informações técnicas adicionais, justificando sua adoção pelo projetista.
Hidraulicamente tem-se que quanto maior a declividade das galerias maior será a
velocidade de escoamento e quanto maior as dimensões transversais dos condutos menor
será a declividade necessária.
129
Aula 12 – Dispositivos de Macrodrenagem
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
A macrodrenagem envolve bacias geralmente com área superior a 2 km2, onde o escoamento
é composto pela drenagem de áreas urbanizadas e não urbanizadas. O planejamento da
drenagem urbana na macrodrenagem envolve a definição de cenários, medidas de
planejamento do controle de macrodrenagem e estudos de alternativas de projeto.
1. Abordagem Inicial
Pode-se dizer que este sistema é o mais importante, pois é através dele que se
controla as enchentes e se conduz as vazões de projeto dos sistemas de microdrenagem de
um município.
O sistema de macrodrenagem pode ser representado pela figura abaixo. Esta tem
como objetivo mostrar as etapas do planejamento, dimensionamento e verificação desta
superestrutura.
130
Aula 12 – Dispositivos de Macrodrenagem
UNIDADE 4 – DRENAGEM URBNA
O seu planejamento é de suma importância para que haja uma melhor caracterização
da bacia, identificando as características geológicas, o relevo, o tipo de solo, a forma de
ocupação da população, identificar as direções de escoamento, as bacias que contribuem
para a vazão total, obter o máximo de dados hidrológicos, assim como, precipitação, dados
sobre as chuvas e a vazão do local.
Os cenários de planejamento, que são as áreas ocupadas que não foram previstas,
áreas desocupadas parceladas e áreas que deverão ser parceladas futuramente, devem ser
representados pelo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental do município.
Nem sempre executar este sistema com segurança e qualidade implica menor custo de
implantação e de manutenção. Geralmente, para maior segurança, é necessário, na escolha
do risco de precipitação, um maior tempo de retorno e para este tipo de implantação o
custo é bem alto. Após escolher a precipitação, é necessário fazer uma simulação da bacia
hidrográfica quanto aos fenômenos naturais, em relação às redes de drenagem existentes
ou projetadas. Para fazer esta simulação são feitos modelos hidrológicos, os quais têm a
finalidade de compreender os fenômenos naturais dentro do sistema da bacia hidrológica,
de modo que é montado um modelo para cada fenômeno e para cada local. A finalidade
desta simulação é saber se o sistema de drenagem tem capacidade de comportar toda a
vazão existente e a de projeto.
Quando a situação for de verificação da capacidade das redes de drenagem, devem ser
identificadas as limitações existentes no sistema e os locais onde ocorrem. O mais
importante nesta verificação é a busca para a solução do controle das vazões. Neste caso,
devem-se buscar sempre soluções que não ultrapassem a capacidade de vazão da jusante,
para que não haja mais enchentes nas ruas.
131
Aula 12 – Dispositivos de Macrodrenagem
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
Uma vez que todas as diretrizes foram tomadas, é imprescindível avaliar a viabilidade
econômica do sistema para que possa haver uma apreciação do método de drenagem,
sendo possível com esta análise, propor mudanças em toda a estrutura.
132
Aula 12 – Dispositivos de Macrodrenagem
UNIDADE 4 – DRENAGEM URBNA
2. Bacias
Uma Bacia de Drenagem é uma área onde um rio principal juntamente com seus
afluentes, drenam águas e demais sedimentos para um ponto de saída, formando o que
podemos chamar de sistema fluvial, ou rede de drenagem. Em outras palavras, uma Rede
de Drenagem constitui-se de todos os corpos d’água da bacia e canais de escoamento. A
rede de drenagem é extremamente importante para caracterização e manejo das bacias
hidrográficas, determinando suas características de escoamento superficial e o potencial de
produção e transporte de sedimentos.
133
Aula 12 – Dispositivos de Macrodrenagem
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
Com relação aos processos de transformação da chuva em vazão, cada processo pode
ser tratado por uma metodologia específica até a determinação final do escoamento
superficial que será utilizado para o dimensionamento. Um dos modelos que tratam estes
processos é o SCS (Soil Conservation Service – a título de informação). O modelo utilizado na
bacia deve possuir condições de representar os cenários de urbanização (planejamento)
além das condições de infiltração, dadas pelo tipo e uso do solo.
3. Canais e Condutos
134
Aula 12 – Dispositivos de Macrodrenagem
UNIDADE 4 – DRENAGEM URBNA
135
Aula 12 – Dispositivos de Macrodrenagem
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS –
ESGOTO E DRENAGEM
136
Aula 12 – Dispositivos de Macrodrenagem
UNIDADE 4 – DRENAGEM URBNA
possuem área superior a 2 km², portanto, o método racional não é válido para essa
condição. Neste caso, o dimensionamento deve ser feito conforme: 1) determinação dos
hidrogramas de pré e pós-desenvolvimento, utilizando o procedimento de transformação
chuva-vazão (Hidrograma do SCS), para obtenção da vazão afluente; 2) propagação do
hidrograma em reservatório utilizando o modelo de Puls, para obtenção da vazão efluente.
Estes conceitos são a título de conhecimento e não serão abordados na aula por se tratar de
assunto de especialistas.
Baseado e adaptado de
Suzane Naiara Teixeira e
Heloise G. Knapik. Edições sem
prejuízo de conteúdo.
137