Você está na página 1de 11

15/05/2021 Método Gretener - Análise de Risco de Incêndio

bernardete.minervino@gmail.com Contato

 Pesquisar...

Sobre Métodos Cálculos Sistemas de SCI Definições

Histórico de Incêndios Corpos de Bombeiros Comentários

Método Gretener Início / Método Gretener

Método de Gretener
Este método de análise do risco de incêndio foi desenvolvido pelo engenheiro Max Gretener, em 1960,
enquanto o mesmo era diretor da Associação de Proteção Contra Incêndio da Suíça.

Embora tenha sido idealizado para aplicação em indústrias, foi posteriormente adaptado e se tornou o
método mais conhecido para análise de risco de incêndio e amplamente utilizado por seguradoras
para avaliação de seguros neste campo, devido ao seu amplo leque de aplicação. Pode ser utilizado
para avaliação de risco de incêndio em edifícios de uso coletivo com grande densidade populacional
(concentração de público, centros comerciais, transitórios, hospitalares, escolares, etc.), assim como
industriais e depósitos.

O Manual de uso do Método Gretener (UC, 2019a) explica que a sua utilização parte do princípio de
que a edi cação obedece a todas as regras de segurança contra incêndio (como isolamento e sistemas
de prevenção contra incêndio e de evacuação de pessoas), uma vez que tais medidas não podem ser
substituídas nesta avaliação. Este manual é a base para a explicação da aplicação do método que será
apresentada a seguir.

Trata-se de um método de classi cação que avalia a edi cação isoladamente, sem considerar as
possíveis interferências de edi cações vizinhas. Tem a vantagem de poder ser usado para avaliar
apenas uma parte da edi cação ou o edifício completo.

A análise pelo Método de Gretener considera o tipo de conceito da edi cação, o perigo potencial do
edifício e seu conteúdo e as medidas contra o desenvolvimento do incêndio (normais, especiais e de
construção). Estes fatores são a base para determinar o risco de incêndio efetivo.

Quanto à aplicação do Método de Gretener

Para realizar a aplicação do Método de Gretener é preciso cumprir 3 etapas de avaliação: o


levantamento das características da edi cação (identi cando os perigos potenciais e as 
medidas de Privacidade - Termos

https://analisederiscodeincendio.com.br/metodo-gretener/ 1/11
15/05/2021 Método Gretener - Análise de Risco de Incêndio

segurança contra incêndio); a atribuição de valores aos parâmetros identi cados; e, nalmente, o
cálculo do risco de incêndio efetivo.

Para facilitar o entendimento dos procedimentos de uma análise por meio do método de Gretener,
será feita uma explanação da aplicação do método seguindo a ordem de avaliação dos parâmetros
mais utilizada, baseada na tabela de cálculo disseminada para o mesmo (UC, 2019a).

1) Levantamento das características do compartimento de incêndio

O método de Gretener pode ser utilizado para uma edi cação inteira ou para uma parte dela, como
forma de avaliação parcial de um estudo mais abrangente. Sendo assim, é preciso delimitar o
compartimento que está sendo analisado.

a) Tipos de construção

Para classi car o tipo de construção, a propagação horizontal e/ou vertical do incêndio é o principal
parâmetro de avaliação. Há três classi cações possíveis (Z, G ou V), considerando a disposição dos
compartimentos e o isolamento entre estes, conforme mostrado na Tabela 2: Classi cação da
edi cação quanto à compartimentação.

b) Dimensões características do compartimento de incêndio

Os dados de dimensões perimétricas e área total são considerados neste aspecto, para serem
utilizados em etapas posteriores. A largura e comprimento característicos são considerados como a
maior largura e o maior comprimento medidos dentro do cômodo, desconsiderando possíveis
reentrâncias ou protuberâncias menos signi cativas. Os dados de largura, comprimento, relação l/b e
área são preenchidos conforme os campos na Tabela 28: Tabela de Cálculo do Método de Gretener.

2) Levantamento dos perigos potenciais

Os perigos potenciais são aqueles relacionados às características construtivas da edi cação e ao seu
conteúdo, que podem interferir diretamente no risco de um incêndio começar ou, uma vez iniciado, se
propagar.

Existem sete fatores de risco que são considerados para a análise do perigo potencial de incêndio.
Estes fatores são divididos em dois grupos: fatores de perigo inerentes ao conteúdo da edi cação e
fatores inerentes ao tipo de construção.

a) Perigo inerente ao conteúdo da edi cação

O perigo inerente ao conteúdo da edi cação avalia o risco causado pelo material armazenado no
interior da mesma e suas características comportamentais em relação ao fogo. Os valores para cada
parâmetro são tabelados para cada tipo de material, conforme a Tabela 1: Cargas de incêndio
imobiliárias e fatores de in uência para diversos usos.

Fator q: carga incêndio mobiliária (Qm)


Privacidade - Termos

https://analisederiscodeincendio.com.br/metodo-gretener/ 2/11
15/05/2021 Método Gretener - Análise de Risco de Incêndio

Este fator quanti ca a taxa de liberação de calor de acordo com os materiais presentes no
compartimento. Os valores da carga incêndio mobiliária são determinados de acordo com a Tabela 1:
Cargas de incêndio mobiliárias e fatores de in uência para diversos usos. Em locais que armazenem
mais de um material, deve ser considerado o ‘fator q’ de maior valor dentre os materiais identi cados
que representem mais de 10% da carga total de material presente no compartimento analisado.

Fator c: combustibilidade (Fe)

Este fator quanti ca a in amabilidade e a velocidade de combustão dos materiais. Os valores de


combustibilidade são determinados de acordo com a Tabela 3: fator c – combustibilidade (Fe). A
Tabela 1, traz uma lista mais completa de materiais, atribuindo valores individualmente. Em locais que
armazenem mais de um material, deve ser considerado o ‘fator c’ de maior valor dentre os materiais
identi cados que representem mais de 10% da carga total de material presente no compartimento
analisado.

Fator r: enfumaçamento (Fu)

Este fator quanti ca o grau de liberação de fumaça dos materiais enquanto queimam. Os valores do
fator r são estabelecidos na Tabela 4: fator r – enfumaçamento (Fu).  A Tabela 1 traz uma lista mais
completa de materiais, atribuindo valores individualmente. Em locais que armazenem mais de um
material, deve ser considerado o ‘fator r’ de maior valor dentre os materiais identi cados que
representem mais de 10% da carga total de material presente no compartimento analisado. Se houver
um material com alta taxa de liberação de fumaça (ou seja, r = 1,2), mas que represente menos de
10% da carga total de material armazenado, deve-se adotar r = 1,1 como valor ideal para o fator r.

Fator k: corrosão/toxidade (Co)

Este fator quanti ca o grau de liberação de gases corrosivos e tóxicos dos materiais enquanto
queimam. Os valores do fator r são estabelecidos na Tabela 5: fator k – perigo de corrosão/toxidade
(Co). A Tabela 1 traz uma lista mais completa de materiais, atribuindo valores individualmente. Em
locais que armazenem mais de um material, deve ser considerado o ‘fator k’ de maior valor dentre os
materiais identi cados que representem mais de 10% da carga total de material presente no
compartimento analisado. Se houver um material com alta taxa de liberação de gases corrosivos e
tóxicos (ou seja, k = 1,2), mas que represente menos de 10% da carga total de material armazenado,
deve-se adotar r = 1,1 como valor ideal para o fator k.

O cálculo do perigo inerente ao conteúdo é dado pela multiplicação de todos os parâmetros


correspondentes.

PE = f ator i  ×  f ator e ×  f ator g

b) Perigo inerente ao tipo de construção

O perigo inerente ao tipo de construção da edi cação avalia o risco causado pelo material utilizado
nos elementos de construção do edifício (estrutura, fachadas, etc.) e suas características
comportamentais em relação ao fogo. Os valores para cada parâmetro também são tabelados para
cada tipo de material.

Fator i: carga incêndio imobiliária (i) 


Privacidade - Termos

https://analisederiscodeincendio.com.br/metodo-gretener/ 3/11
15/05/2021 Método Gretener - Análise de Risco de Incêndio

Este fator re ete a combustibilidade da estrutura resistente da edi cação (vigas, pilares e paredes),
dos elementos de fachada não resistentes (vidros e janelas) e das camadas de isolamento combustível
colocadas no teto das edi cações térreas. Os valores são estabelecidos de acordo com o tipo de
material, conforme Tabela 6: Fator i – Carga incêndio imobiliária.

Fator e: nível do piso (e)

Este fator estabelece um grau de risco de acordo com a altura da edi cação. As tabelas são diferentes
para edi cações térreas, com múltiplos pavimentos ou com subsolo. O uso das tabelas deve ser feito
de acordo com o pavimento que estiver sendo analisado, como pode ser veri cado na Tabela 7: Fator e
– nível do piso para edifícios de um único andar, Tabela 8: Fator e – nível do piso para edifícios com
subsolo e Tabela 9: Fator e – nível do piso para edifícios de múltiplos pavimentos.

Fator g: amplidão da superfície (g)

Este fator determina o risco de acordo com a área e a relação cumprimento/largura da superfície do
compartimento analisado.   A Tabela 10: Fator g – amplidão da superfície, traz os valores
correspondentes para cada relação. Para edifícios do tipo V deve-se considerar o pavimento de maior
superfície para determinar o fator g.

O cálculo do perigo inerente ao tipo de construção também é dado pela multiplicação de todos os
parâmetros correspondentes.

PE = f ator i  × f ator e × f ator g

O cálculo do valor do perigo potencial (P) é a multiplicação simples de todos os valores do perigo
inerente ao conteúdo (PC) e o perigo inerente ao tipo de construção (PE) da edi cação.

P = PC ×  PE

3) Medidas Contra o Desenvolvimento do Incêndio

As medidas contra o desenvolvimento do incêndio englobam os sistemas de prevenção e combate a


incêndio presentes na edi cação, bem como características estruturais que podem facilitar ou
di cultar a propagação de um incêndio. Podem ser medidas normais, especiais ou de construção.

a) Medidas normais

Fator n1: extintores portáteis

Este fator determina o parâmetro de acordo com o dimensionamento dos extintores portáteis da
edi cação. Trata-se de um fator bastante subjetivo, uma vez que atribui apenas dois parâmetros
(su ciente ou insu ciente). O julgamento do parâmetro está atrelado às exigências locais quanto à
quantidade de extintores, o que pode diferenciar os resultados de edi cações com endereços distintos
e sujeitas à exigências legislativas diferentes. Tabela 11: Fator n1 – extintores portáteis.

Fator n2: hidrantes internos

Este fator determina o parâmetro de acordo com o dimensionamento dos hidrantes de parede. Assim

Privacidade - Termos

como no caso do fator n1, trata-se de um aspecto bastante subjetivo, uma vez que atribui apenas dois
https://analisederiscodeincendio.com.br/metodo-gretener/ 4/11
15/05/2021 Método Gretener - Análise de Risco de Incêndio

parâmetros (su ciente ou insu ciente). O julgamento do parâmetro está atrelado às exigências locais
quanto à quantidade de hidrantes de parede, o que pode diferenciar os resultados de edi cações com
endereços distintos e sujeitas à exigências legislativas diferentes. Tabela 12: Fator n2 – hidrantes de
parede.

Fator n3: con abilidade do sistema de abastecimento de água

Este fator determina o parâmetro de acordo com o dimensionamento da rede de hidrantes da


edi cação. Assim, o valor atribuído ao fator n3 depende da presença ou não de reservatório próprio
para abastecer ao sistema de hidrantes, sua localização e a pressão que consegue entregar no
hidrante, conforme Tabela 13: Fator n3 – abastecimento de água. Embora a tabela original do método
seja com unidade de pressão em MPa, a tabela apresentada aqui foi adaptada, convertendo as
unidades para metro de coluna d’água (m.c.a.) e bar, que são as unidades utilizadas no Brasil para esta
pressão. Há, ainda, parâmetros de vazão e volume do reservatório que interferem nos valores
estipulados na Tabela 13, conforme especi cado na Tabela 14.

Fator n4: conduta de alimentação

Este fator determina o parâmetro de acordo com a distância entre a edi cação e o hidrante urbano
mais próximo, considerando que, em caso de necessidade, a água seja transportada por mangueiras
até o local do incêndio. Os valores são atribuídos conforme consta na Tabela 15: Fator n4 – distância
entre a edi cação e o hidrante urbano.

Fator n5: pessoal instruído

Este fator determina o parâmetro de acordo com a presença ou não de equipe treinada para manipular
os extintores portáteis e/ou  hidrantes de parede, sabendo utilizar o sistema de alarme e conhecendo
as possibilidades de evacuação da edi cação. Os valores são atribuídos conforme consta na Tabela 16:
fator n5 – pessoal instruído. Assim como no caso dos fatores n1 e n2, trata-se de um aspecto bastante
subjetivo, uma vez que atribui apenas dois parâmetros (disponível ou inexistente).

O cálculo do coe ciente das medidas normais (N) é dado pela multiplicação de todos os parâmetros
correspondentes.

N = n1 ×  n2 ×  n3 ×  n4 ×  n5

b) Medidas especiais

Fator s1: detecção de incêndio

Este fator determina o parâmetro de acordo com os mecanismos manuais ou automáticos de detecção
de incêndio. Os valores são atribuídos conforme a Tabela 17: fator s1 – detecção do fogo.

Fator s2: transmissão do alerta

Este fator determina o parâmetro de acordo com os mecanismos manuais ou automáticos de


transmissão de alerta de incêndio. Os valores são atribuídos conforme a Tabela 18: fator s2 –
transmissão do alerta.

Privacidade - Termos

https://analisederiscodeincendio.com.br/metodo-gretener/ 5/11
15/05/2021 Método Gretener - Análise de Risco de Incêndio

Fator s3: bombeiros o ciais e de empresas

Este fator determina o parâmetro de acordo com a disponibilidade de bombeiros o ciais (no Brasil,
bombeiros militares) ou de empresa (no Brasil, bombeiros civis ou brigadistas) para atender a um
incêndio na edi cação.

Quanto aos bombeiros o ciais para classi cação de s3:

CBO 1: trata-se do corpo de bombeiros o cial que não puder ser classi cado nas demais
categorias.
CBO 2: corpo de bombeiros o cial com equipe de intervenção motorizada, com o mínimo
de 20 bombeiros, podendo ser acionado por telefone, com equipes disponíveis também
nos ns de semana.
CBO 3: corpo de bombeiros o cial com equipe de intervenção motorizada, com o mínimo
de 20 bombeiros, podendo ser acionado por telefone, com equipes disponíveis também
nos ns de semana e que disponha de um caminhão auto-bomba-tanque, ou similar, com
até 1200 litros de água.
CBO 4: corpo de bombeiros o cial com equipe de intervenção motorizada, com o mínimo
de 20 bombeiros, podendo ser acionado por telefone e que disponha de um caminhão
auto-bomba-tanque, ou similar, com no mínimo 1200 litros de água. Nos ns de semana,
devem permanecer equipes disponíveis com, no mínimo, 3 bombeiros, prontos para partir
em um tempo máximo de cinco minutos.
CBO 5: corpo de bombeiros o cial com equipe de intervenção, com o mínimo de 20
bombeiros, podendo ser acionado por telefone e que disponha de um caminhão auto-
bomba-tanque, ou similar, com no mínimo 2400 litros de água. Nos ns de semana,
devem permanecer equipes disponíveis com, no mínimo, 5 bombeiros, prontos para partir
em um tempo máximo de cinco minutos.
CBO 6: corpo de bombeiros o cial com equipe de intervenção motorizada, com o mínimo
de 20 bombeiros, podendo ser acionado por telefone e que disponha de um caminhão
auto-bomba-tanque, ou similar, com no mínimo 2400 litros de água. É preciso, ainda,
haver uma equipe permanente com, no mínimo, 4 bombeiros.
CBO 7: corpo de bombeiros o cial com equipes de intervenção de motorizadas,
localizadas em um ou vários quartéis situados na zona protegida, em serviço permanente
e equipadas de acordo com os riscos existentes.

Quanto aos bombeiros de empresa para classi cação de s3:

BE 1: trata-se de uma brigada de incêndio com um grupo mínimo de 10 pessoas


habilitadas a combater incêndios, que estejam disponíveis para este serviço durante o
horário de funcionamento da edi cação e que possam ser acionadas ao mesmo tempo.
BE 2: trata-se de uma brigada de incêndio com um grupo mínimo de 20 pessoas
habilitadas a combater incêndios, dispondo de um comando próprio, que estejam
disponíveis para este serviço durante o horário de funcionamento da edi cação e que
possam ser acionadas ao mesmo tempo.
BE 3: trata-se de uma brigada de incêndio com um grupo mínimo de 20 pessoas
habilitadas a combater incêndios, dispondo de um comando próprio, que estejam
disponíveis para este serviço durante o horário de funcionamento da edi cação e também
quando a mesma estiver fechada, que possam ser acionadas ao mesmo tempo.
Privacidade - Termos

https://analisederiscodeincendio.com.br/metodo-gretener/ 6/11
15/05/2021 Método Gretener - Análise de Risco de Incêndio

BE 4: trata-se de uma brigada de incêndio com um grupo mínimo de 20 pessoas


habilitadas a combater incêndios, dispondo de um comando próprio, que estejam
disponíveis para este serviço durante o horário de funcionamento da edi cação e também
quando a mesma estiver fechada, que possam ser acionadas ao mesmo tempo. Nos dias
em que a edi cação permanecer fechada, deve haver uma equipe com, no mínimo, 4
pessoas prontas para intervir em caso de incêndio.

Os valores são atribuídos conforme a Tabela 19: fator s3 – bombeiros o ciais e de empresa.

Fator s4: escalões de intervenção dos corpos de bombeiros locais

Este fator determina o parâmetro de acordo com o tempo de intervenção dos bombeiros o ciais (te)
que é contado desde o disparo do alarme até a chegada ao local do incêndio de uma primeira equipe
su cientemente e caz. É possível estimar o tempo de chegada das equipes considerando a distância
de deslocamento e a velocidade média das vias. No entanto, para uma informação mais precisa, é
desejável que este tempo seja estimado pelo próprio quartel, considerando obstáculos como o fortes
declives, desvios ou trechos de tráfego intenso, que podem interferir no tempo de intervenção. Os
valores são atribuídos conforme a Tabela 20: fator s4 – escalões de intervenção dos bombeiros o ciais
e podem variar conforme os recursos humanos ou mecânicos capazes de agir no incêndio até a
chegada dos bombeiros.

Fator s5: instalações de extinção

Este fator determina o parâmetro de acordo com o tipo de dispositivos automáticos e sua localização.
Os valores atribuídos pela Tabela 21: fator s5 – instalações de extinção só são válidos se a proteção
for feita em toda a edi cação ou em compartimentos devidamente isolados. Em caso de proteção
parcial, os valores devem ser reduzidos proporcionalmente.

Fator s6: instalações automáticas de evacuação de calor e fumaça

Este fator é determinado pela existência ou não de um sistema automático de exaustão de gases
quentes e fumaça. O valor é atribuído de acordo com a Tabela 22: fator s6 – instalações automáticas
de evacuação de calor e fumaça.

O cálculo do coe ciente das medidas especiais (S) é dado pela multiplicação de todos os parâmetros
correspondentes.

S = s1 ×  s2 ×  s3 ×  s4 ×  s5 ×  s6

c) Medidas inerentes à construção

Fator f1: estrutura resistente

Este fator é determinado pela resistência ao fogo dos elementos estruturais como pilares e vigas. O
valor é atribuído de acordo com a Tabela 23: fator f1 – estrutura resistente.

Fator f2: fachadas


Privacidade - Termos

https://analisederiscodeincendio.com.br/metodo-gretener/ 7/11
15/05/2021 Método Gretener - Análise de Risco de Incêndio

Este fator é determinado pela resistência ao fogo das fachadas. Os valores dependem da porcentagem
de superfície de janelas (AF) com relação à superfície total da fachada. A Tabela 24: fator f2 – fachadas
traz valores para fachadas com janelas posicionadas a uma altura maior ou igual a 2/3 da altura da
fachada. Também deve ser considerado o tipo de construção da fachada, como juntas e elementos de
ligação. Para determinar o valor de f2, devem ser consideradas as partes que apresentam menor
resistência.

Fator f3: lajes

Este fator é determinado pela compartimentação vertical, considerando a resistência ao fogo dos
pavimentos, os tipos de passagem e abertura verticais, assim como o número de andares da
edi cação. Considera-se que as aberturas verticais são protegidas se estas possuírem dispositivos
automáticos de extinção de incêndio (como chuveiros automáticos) ou quando, apesar de carem
abertas, tenham dispositivos automáticos de fechamento ligados ao sistema de detecção e alarme.
Para determinar o valor de f3, de acordo com a Tabela 25: fator f3 – lajes, deve-se considerar os
pontos de menor resistência.

Fator f4: células corta-fogo

Este fator é determinado pela compartimentação horizontal da edi cação. São consideradas células
corta-fogo as divisões em pavimentos cuja área de planta (AZ) não ultrapasse 200m² e cujas divisórias
e portas limítrofes apresentem resistência ao fogo mínima de 30 minutos. A relação entre a área de
janelas e a área de planta da célula (AF/AZ) determina os valores de f4, conforme Tabela 26: fator f4 –
células corta fogo.

O cálculo do coe ciente das medidas de construção (F) é dado pela multiplicação de todos os
parâmetros correspondentes.

F = f1 ×  f2 ×  f3 ×  f4

4) Risco efetivo de incêndio

a) Fator de exposição ao perigo (B)

O fator de exposição ao perigo é a razão entre o perigo potencial (P) e as medidas contra o
desenvolvimento do incêndio, atendendo a seguinte equação:

P
B =
N × S × F

b) Perigo de ativação (A)

O perigo de ativação do incêndio quanti ca a probabilidade do incêndio se iniciar. Este parâmetro


depende de fatores ligados a fontes de perigo de natureza térmica, elétrica, mecânica e química
inerentes à própria edi cação, assim como fontes de perigo criadas por fatores humanos, como
desordem, manutenção, utilização de chama viva não controlada, usuários fumantes, etc. Os valores
são tabelados conforme a destinação da edi cação e são apresentados na Tabela 1: Cargas de
incêndio imobiliárias e fatores de in uência para diversos usos, abrangendo uma ampla gama de
 menos
Privacidade - Termos

opções para diferentes tipos de uso. Estes valores ainda podem ser classi cados de forma
https://analisederiscodeincendio.com.br/metodo-gretener/ 8/11
15/05/2021 Método Gretener - Análise de Risco de Incêndio

especí ca, conforme a tabela de classi cação do perigo de ativação, apresentada abaixo. Em locais
que armazenem mais de um material, deve ser considerado o maior valor de A dentre os materiais ou
usos identi cados no compartimento ou edi cação analisada.

Tabela de Classi cação do perigo de ativação

Fator A Classi cação do perigo de ativação Exemplos


0,85 Fraco Museus
1,00 Normal Apartamentos, hotéis, fabricação de papel
1,20 Médio Fabricação de máquinas e aparelhos
1,45 Elevado Laboratórios químicos, o cinas de pintura
Fabricação de fogos de artifício, vernizes e
1,80 Muito elevado
pinturas
Fonte: (Silva, 2018)

c) Risco efetivo de incêndio (R)

O risco de incêndio efetivo é resultado do produto do perigo de ativação e o fator de exposição a este
perigo, conforme mostrado na seguinte equação:

R = B ×  A

d) Fator de correção (PH,E)

O fator PH,E trata da exposição dos ocupantes da edi cação ao perigo e sua capacidade de mobilidade
em caso de incêndio. Este fator de correção deve ser aplicado segundo o número de ocupantes da
edi cação e a categoria de exposição ao perigo que estas mesmas pessoas estão submetidas. A Tabela
27: fatores de correção PH,E traz os valores de PH,E para diferentes casos. A determinação do valor,
quando não houver um caso previsto na tabela, deve ser feita por similaridade.

e) Risco de incêndio admissível (Ru)

Este fator quanti ca o risco de incêndio considerado admissível para os ocupantes da edi cação e é o
resultado do produto entre o fator de correção e uma constante que representa o risco normal de
incêndio, que é xada em 1,3.

Ru = 1, 3 ×  PH ,E

5) Coe ciente de segurança contra incêndio γ

O valor do risco de incêndio, chamado de coe ciente de segurança contra incêndio (ou fator global de
segurança), é calculado pelo quociente entre o Risco de Incêndio Admissível (Ru) e o Risco de Incêndio
Efetivo (R).

Ru
γ =  
R

A edi cação é considerada segura se o quociente de segurança contra incêndio (γ) for maior ou igual a
1 e insegura se o quociente for menor do que 1. (UC, 2019a) 
Privacidade - Termos

https://analisederiscodeincendio.com.br/metodo-gretener/ 9/11
15/05/2021 Método Gretener - Análise de Risco de Incêndio

Para analisar uma edi cação inteira, deve-se escolher o pavimento de maior risco para basear a
análise.

Referências

Silva, Valdir Pignatta e. Método de Avaliação de Risco de Incêndio em Edi cações – Método de
Gretener. – [s.l.] : Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 2018.

UC. Universidade de Coimbra. Manual de Uso do Método Gretener. – 2019a. – Material disponibilizado
na disciplina de Modelação de Evacuação e Risco de Incêndio, do Curso de Doutoramento em
Engenharia de Segurança ao Incêndio.

UC. Universidade de Coimbra. Método Gretener – apresentação de aula. – Coimbra : [s.n.], 2019b.

Tabelas

 Tabela 1: Cargas de incêndio mobiliárias e fatores de influência para diversos usos

 Tabela 2: Classificação da edificação quanto à compartimentação

 Tabela 3: fator b - combustibilidade (Fe)

 Tabela 4: fator r - enfumaçamento (Fu)

 Tabela 5: fator k - perigo de corrosão/toxidade (Co)

 Tabela 6: Fator i – Carga incêndio imobiliária

 Tabela 7: Fator e – nível do piso para edifícios de um único andar

 Tabela 8: Fator e – nível do piso para edifícios com subsolo

 Tabela 9: Fator e – nível do piso para edifícios de múltiplos pavimentos

 Tabela 10: Fator g – amplidão da superfície

 Tabela 11: Fator n1 - extintores portáteis

 Tabela 12: Fator n2 – hidrantes de parede

 Tabela 13: Fator n3 – abastecimento de água

 Tabela 14: condicionantes do fator n3

 Tabela 15: Fator n4 – distância entre a edificação e o hidrante urbano



Privacidade - Termos

https://analisederiscodeincendio.com.br/metodo-gretener/ 10/11
15/05/2021 Método Gretener - Análise de Risco de Incêndio

 Tabela 16: fator n5 - pessoal instruído

 Tabela 17: fator s1 – detecção do fogo

 Tabela 18: fator s2 – transmissão do alerta

 Tabela 19: fator s3 - bombeiros oficiais e de empresa

 Tabela 20: fator s4 - escalões de intervenção dos bombeiros oficiais

 Tabela 21: fator s5 – instalações de extinção

 Tabela 22: fator s6 – instalações automáticas de evacuação de calor e fumaça

 Tabela 23: fator f1 - estrutura resistente

 Tabela 24: fator f2 - fachadas

 Tabela 25: fator f3 - lajes

 Tabela 26: fator f4 – células corta fogo

 Tabela 27: fatores de correção PH,E

 Tabela 28: Tabela de Cálculo Do Método Gretener

 Conteúdo desenvolvido pela autora


O uso deste conteúdo é autorizado apenas para ns acadêmicos, desde que citada a fonte:
Minervino, Bernardete. Disponível em analisederiscodeincendio.com.br/metodo-gretener/.
Disponibilizado no dia 09 de fevereiro de 2020.


Privacidade - Termos

https://analisederiscodeincendio.com.br/metodo-gretener/ 11/11

Você também pode gostar