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INSTITUTO DOM PEDRO II

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DIRETORIA DE CURSOS E TREINAMENTOS
COORDENAÇÃO GERAL
“Educação Profissional”

CURSO DE BOMBEIRO PROFISSIONAL CIVIL

FUNDAMENTOS DA ANÁLISE DE RISCO DE INCÊNDIO

“Tudo na vida é administração de risco, não sua eliminação.” (Walter

Wiston, ex-presidente do Citicorp)

São Luís-MA
2021
Capítulo 1
Análise de Riscos de Incêndio
A análise de risco de incêndio é um assunto que tem uma abordagem ainda subjetiva no Brasil.
Verificase que a preocupação com a segurança contra incêndio ainda é restrita aos corpos de bombeiros.
Embora haja grande comoção diante de grandes tragédias causadas por incêndios, a prevenção ainda é
feita, majoritariamente, de forma impositiva, por meio de legislações estaduais que determinam os padrões
mínimos de segurança para as edificações.
No Brasil, as exigências legais para o projeto de incêndio são, geralmente, o principal parâmetro
utilizado por arquitetos e engenheiros ao dimensionar seus projetos. Em outros países, contudo, já foram
desenvolvidas metodologias de análise voltadas para a prevenção contra incêndios e o dimensionamento dos
riscos e das consequências destes.
Existem múltiplos métodos de análise de risco de incêndio, que são aplicados em diferentes contextos
ao redor do mundo. A escolha do método mais adequado pode ser feita pelo próprio avaliador, dependendo
da qualidade e quantidade de informações disponíveis, do objetivo da análise e/ou das prioridades
consideradas na edificação. Abaixo são citados alguns dos métodos mais utilizados para este tipo de análise
de risco:
• O método Gretener é indicado para todos os tipos de edificação.
• O método FRAME é indicado para todos os tipos de edificação.
• O método MERIH é indicado para edificações hospitalares.
• O método ARICA é indicado para edificações históricas.
• O método de Análise de Risco Global de Incêndio é indicado para edificações antigas e/ou históricas.

Método de Gretener
Este método de análise do risco de incêndio foi desenvolvido pelo engenheiro Max Gretener, em
1960, enquanto o mesmo era diretor da Associação de Proteção Contra Incêndio da Suíça.
Embora tenha sido idealizado para aplicação em indústrias, foi posteriormente adaptado e se tornou o
método mais conhecido para análise de risco de incêndio e amplamente utilizado por seguradoras para
avaliação de seguros neste campo, devido ao seu amplo leque de aplicação. Pode ser utilizado para avaliação
de risco de incêndio em edifícios de uso coletivo com grande densidade populacional (concentração de
público, centros comerciais, transitórios, hospitalares, escolares, etc.), assim como industriais e depósitos.
O Manual de uso do Método Gretener (UC, 2019 a) explica que a sua utilização parte do princípio de que a
edificação obedece a todas as regras de segurança contra incêndio (como isolamento e sistemas de prevenção
contra incêndio e de evacuação de pessoas), uma vez que tais medidas não podem ser substituídas nesta
avaliação. Trata-se de um método de classificação que avalia a edificação isoladamente, sem considerar as
possíveis interferências de edificações vizinhas. Tem a vantagem de poder ser usado para avaliar apenas uma
parte da edificação ou o edifício completo.
A análise pelo Método de Gretener considera o tipo de conceito da edificação, o perigo potencial do
edifício e seu conteúdo e as medidas contra o desenvolvimento do incêndio (normais, especiais e de
construção). Estes fatores são a base para determinar o risco de incêndio efetivo.

Método de Análise de Risco Global de Incêndio - Este método foi proposto pelo Professor Dr. Antônio
Maria Claret Gouveia com o objetivo de analisar o risco de incêndio em edificações antigas e/ou históricas
brasileiras, focado no balanceamento entre os parâmetros de risco e as medidas de segurança presentes na
edificação. O Método de Análise de Risco Global de Incêndio é resultado de pesquisa realizada com o apoio
do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e publicado, em 2006, na Coleção
Cadernos Técnicos, que visa divulgar trabalhos relevantes na área de preservação e recuperação patrimonial.
O método leva em consideração que não há meios para interferir estruturalmente em edificações antigas para
aumentar a segurança contra incêndio ou instalar sistemas de prevenção contra incêndio. Por este motivo, a
análise de risco de incêndio nestas edificações visa definir os parâmetros de intervenção pública ou privada
que possa alterar favoravelmente uma situação que seja considerada de risco inaceitável.
No entanto, pela importância patrimonial agregada à tais edificações, as intervenções não podem ser
decididas apenas pelos profissionais de segurança contra incêndio, mas requerem um consenso entre estes
profissionais e os especialistas na área de patrimônio histórico.

Método FRAME - O Método FRAME (Fire Risk Assessment Method for Engineering) foi desenvolvido
pelo engenheiro Erik De Smet e aborda um conceito mais detalhado sobre o custo e a eficácia da segurança
contra incêndio nas edificações. Sua primeira versão data de 1985, com uma atualização feita em 2000. Um
diferencial deste método é que, além de assegurar a evacuação de pessoas, ele também visa a proteção da
edificação em si e da atividade desenvolvida nela, prevendo, inclusive, o custo operacional de interromper ou
realocar a atividade por causa de um incêndio.
Este método distingue três tipos de risco: 1) a edificação propriamente dita e seu conteúdo; 2) a
população que a utiliza (ocupantes); e, 3) a atividade desenvolvida. Trata-se de uma avaliação sistemática de
todos os fatores de influência que fornece, ao final da avaliação, resultados mensuráveis de aspectos
positivos e negativos da segurança contra incêndio. Cada um destes três riscos é analisado separadamente
porque o pior cenário em um incêndio, bem como a melhor forma de proteção, pode ser diferente para os três
sujeitos (edificação, pessoas e atividade desenvolvida). Para a edificação e seu conteúdo, o pior cenário é a
destruição total. Para os ocupantes da edificação, qualquer princípio de incêndio já pode ser entendido como
o pior cenário. Para a atividade desenvolvida, um incêndio que danifique o espaço ou equipamento, mesmo
que não ocorra a destruição total, já pode ser extremamente prejudicial.
A explicação sobre o método e sua aplicação são baseadas no Manual do usuário, publicado pelo próprio
autor (De Smet, 2011).

Método MESERI
O Método Simplificado de Evaluación del Riesgo de Incendio (MESERI) foi desenvolvido pela
Fundacion MAPFRE Estudios, em 1978, voltado para a análise de risco de incêndio em edificações
industriais de baixo e médio risco, com características construtivas homogêneas. (MAPFRE, 1998)
Assim como no caso dos métodos Gretener e FRAME, o MESERI possibilita uma avaliação por
‘esquema de pontos’ que se baseia na consideração de diversos aspectos geradores, agravantes ou atenuantes
do risco de incêndio, para determinar o risco geral para a edificação.
Por se tratar de um método simplificado, os níveis de pontuação são empíricos e dependem muito da
experiência do avaliador, de seu conhecimento sobre os sistemas de prevenção contra incêndio e dos
processos industriais realizados na edificação.

Capítulo 2
Métodos de Mapeamento de Risco de Incêndio
Segundo DUARTE et al. (2002), as grandes tragédias serviram de base para a elaboração de códigos de
incêndio prescritivos, os quais não demonstram a eficácia esperada na proteção contra incêndio, resultando
em projetos que podem apresentar redundância ou excesso de medidas de segurança. Devido aos problemas
apresentados pelos códigos prescritivos, a aplicação de códigos baseados em desempenho é mais indicada,
conforme argumenta Venezia (2012), tendo em vista que eles permitem a avaliação de parâmetros como a
dinâmica do incêndio, a edificação e o comportamento dos usuários.

Os códigos baseados em desempenho, ou códigos dinâmicos, partem da análise do risco. Segundo


Frantzich (1998), os métodos de mapeamento de risco de incêndio são divididos em três tipos, dependendo
do detalhamento da análise e dos recursos disponíveis:

a) Método qualitativo;
b) Método semiquantitativo;
c) Método quantitativo.
O método qualitativo é o mais simples e de fácil aplicação. Entretanto, através dele é possível conhecer
apenas o perigo de incêndio, não sendo possível a quantificação da probabilidade de ocorrência de
incêndio, ele também não avalia o nível de segurança já existente e nem mesmo identifica os pontos mais
vulneráveis, como esclarece Lucena (2014). Os métodos que se enquadram nessa modalidade são o “check
list”, a árvore lógica e o método descritivo.

Os métodos semiquantitativos tem uma vasta gama de aplicações e foram desenvolvidos com o intuito
de simplificar os processos criteriosos de avaliação de risco de incêndio, conforme afirma Cunha (2010).
Dessa forma, o avaliador tem apenas a função de inserir os dados solicitados, pois a relevância de cada
parâmetro já foi definida pelo próprio método, o que contribui para facilitar sua aplicação além de reduzir o
tempo e o custo. Alguns dos métodos semiquantitativos mais conhecidos são: Método de Gretener, Fire Risk
Index Method (FRIM), Fire Risk Assessment Method for Engineering (FRAME), Método de Purt, Évaluation
du.

Os métodos quantitativos são métodos que visam obter uma resposta numérica da magnitude do risco, pelo
que, o cálculo da probabilidade faz recurso a técnicas sofisticadas de cálculo que integram dados sobre o
comportamento das variáveis em análise. A quantificação da gravidade recorre a modelos matemáticos de
consequências, de forma a simular o campo de um dado agente agressivo e o cálculo da capacidade agressiva
em cada um dos pontos desse campo, estimando então os dados esperados (Roxo, 2006). Ainda segundo este
autor, a avaliação quantitativa de riscos pode apresentar-se bastante onerosa e implicar a necessidade de
dispor de bases de dados experimentais ou históricos com adequada fiabilidade e representatividade.

Capítulo 3
Segurança contra Incêndio em Estabelecimentos Assistenciais de Saúde

A ocorrência de um incêndio em um Estabelecimento Assistencial de Saúde (EAS) coloca em


risco a saúde de todos os seus ocupantes, em especial dos pacientes que se encontram fragilizados, tendo em
vista as possíveis dificuldades de locomoção.

Conforme dados divulgados pela Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da


1
Justiça , verifica-se que ocorrem anualmente no Brasil mais de 267.000 incêndios. São mais de 700
ocorrências por dia em todo o território nacional, custando a vida de cerca de 1.000 pessoas por ano 2,
registrando um dos maiores índices de fatalidades por causas relacionadas a incêndios verificados em todo o
mundo3.

Portanto, considerando os dados disponíveis no Brasil e estabelecendo-se um paralelo simplista com as


estatísticas norte-americanas no tocante ao percentual de ocorrências em EAS, ou seja, 1,2% do total de
ocorrências, pode-se considerar que os incêndios em Estabelecimentos Assistenciais de Saúde no Brasil
podem representar 3.200 ocorrências ao ano, ou cerca de 270 incêndios ao mês.

Como marco inicial do processo de implementação de um sistema de segurança contra incêndio, devese
definir claramente quais são os objetivos do Estabelecimento Assistencial de Saúde e quais são suas
necessidades operacionais básicas. Com esse entendimento, a equipe multidisciplinar envolvida no projeto
ou ainda na operação desse EAS deve projetar ou atuar de forma consciente e assertiva na definição do risco
de incêndio tolerável tanto de forma geral, quanto de forma específica para a edificação em questão. Os
níveis aceitáveis de risco, assim como o foco da análise de risco de incêndio para definição das medidas de
segurança necessárias, devem estar baseados no seguinte tripé (Coté et al, 2002):

1) Segurança à vida.

2) Proteção do patrimônio.
3) Continuidade dos negócios (operação do EAS).

Recomenda-se que todos os EAS possuam as seguintes condições mínimas de segurança contra
incêndio, definidas como Sistema Básico de Segurança Contra Incêndio (SBSI):

1) Acesso de viatura à edificação.

2) Segurança estrutural contra incêndio.

3) Controle de materiais de acabamento e revestimento.

4) Sinalização de emergência.

5) Rotas de fuga e saídas de emergência.

6) Iluminação de emergência.

7) Alarme de incêndio

8) Extintores.

9) Brigada de incêndio.

10) Plano de emergência contra incêndio.

Acesso de Viaturas à Edificação


Recomenda-se que todo Estabelecimento Assistencial de Saúde tenha pelo menos uma de suas fachadas 15 com
acesso direto, livre e desimpedi- do reservado aos veículos de resgate do Corpo de Bombeiros, através de uma faixa
de estacionamento dedicada, localizada a menos de 8,00 m da projeção da edificação. Essa faixa de estacionamento,
paralela a uma fa- chada acessível, deve ser alcançada preferencialmente através da via pú- blica ou ainda através de
pelo menos uma via de acesso de emergência16.

As faixas de estacionamento (sobre grama, piso ou laje) devem possuir compri- mento mínimo de 15,00
m, largura livre para estacionamento e operação de no mínimo 6,00 m e inclinação máxima (longitudinal ou
transversal) de 8%, suportando um peso de 45 toneladas (The City of Calgary Fire Department, 2008).

A faixa de estacionamento deve ser adequadamente sinalizada através de pla- cas verticais reflexivas (de
alta intensidade) com indicação de proibido parar e estacionar, bem como através de sinalização horizontal
de solo, com a de- marcação de um retângulo por faixas amarelas reflexivas, identificada com os dizeres
“RESERVADO PARA O CORPO DE BOMBEIROS”. Essas faixas
Figura 4 – Vias de Acesso

Figura 5 – Acesso por Portão

Fonte: Instrução Técnica nº 06/2011 do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

No caso do município do EAS ser atendido por Corpo de Bombeiros Militar, sugere-se que seja
realizada consulta formal quanto à possibilidade do abran- damento dos requisitos mínimos de altura, largura
e peso definidos nessa seção em razão das viaturas efetivamente disponíveis para atendimento do EAS. Na
ausência de Corpo de Bombeiros Militar, recomenda-se que sejam seguidos os parâmetros mínimos aqui
estabelecidos.

Os registros externos de recalque do sistema de chuveiros automáticos e do recalque do sistema de


combate por hidrantes devem ser preferencialmente disponibilizados junto à “faixa de estacionamento” mais
favorável.

Objetivando facilitar os serviços de coordenação numa situação de sinistro, recomenda-se que a sala
(central) de segurança ou a sala da brigada de incên- dio do Estabelecimento Assistencial de Saúde seja
localizada o mais próxima possível da “faixa de estacionamento” mais favorável.

Sinalização de Emergência
A sinalização de emergência numa edificação tem múltipla finalidade. Inicial- mente visa reduzir a
É altamente recomendável que todo Estabelecimento Assistencial de Saú- de, independentemente de sua área e/ou
altura, possua um sistema de sinalização de emergência adequado. Há de se ter em consideração, que grande parte
dos usuários dos EAS não se encontra familiarizada com a edificação, com seus equipamentos de segurança e com
suas saídas.
probabilidade de ocorrência de um “princípio” de in- cêndio, alertando para os diversos riscos existentes,
prezando para que sejam adotadas ações adequadas específicas para cada risco verificado, contribuin- do de
forma eficaz com as ações de prevenção.
A sinalização de emergência tem também por finalidade orientar as ações de combate, facilitando a
localização de equipamentos específicos para tal e, por fim, tem por finalidade principal, a função de
orientar o acesso às rotas de fuga e saídas de emergência para abandono seguro da edificação em caso de
sinistro.

A sinalização de segurança contra incêndio e pânico faz uso de símbolos, mensagens e cores
objetivamente definidos conforme constante na Parte 2 da ABNT NBR 13.434 e assim, não variam em
razão da localidade da edificação e não devem ser alterados, permitindo que os usuários possam
facilmente reconhecê-los e interpretá-los corretamente.
Figura 6 – Sinalização de Emergência

Fonte: Everlux & Masterlux Indústria de Sinalização


Ltda.
As sinalizações de emergência devem ser instaladas em locais visíveis a uma altura mínima de 1,80
metro, medida do piso acabado à base da sinalização, distribuídas em mais de um ponto nas áreas de risco
e/ou compartimentos, de modo que pelo menos uma delas possa ser claramente visível de qualquer po-
sição dentro da aludida área, estando distanciadas por no máximo 15 (quinze) metros entre si.

Adicionalmente, a sinalização de orientação e/ou de rotas de saída deve ser instalada de maneira tal
que, de qualquer ponto na direção de evasão, seja possível visualizar o ponto seguinte, respeitando o
mesmo limite máximo.

A mensagem indicativa de “SAÍDA” deve estar sempre grafada em língua portuguesa,


opcionalmente
podendo ser complementada com indicação em língua estrangeira.

Em escadas contínuas, além da identificação do pavimento de descarga no interior da caixa de


escada de emergência, deve-se incluir uma sinalização de porta de saída com seta indicativa da direção do
fluxo através do pictograma apropriado. Observar que a abertura das portas em escadas não deve obstruir a
visualização de qualquer sinalização.

Quando o equipamento de combate a incêndio se encontrar instalado em uma das faces de um pilar,
todas as faces visíveis do pilar devem ser sinalizadas para que seja possível a localização do equipamento
de qualquer posição den- tro da área.

Como mencionado anteriormente, a fumaça desenvolvida no incêndio pode encobrir a sinalização


mais alta e comprometer o entendimento da sinalização de segurança, dificultando em muito ou
inviabilizando a rápida localização das saídas e rotas de fuga, justificando assim os investimentos na
implemen- tação de sinalização de fuga a baixa altura.
Figura 7 – Sinalização a Baixa Altura

Fonte: Everlux & Masterlux Indústria de Sinalização Ltda.

As placas de sinalização de emergência devem ser confeccionadas em mate- rial rígido


fotoluminescente de alta intensidade luminosa, não inflamável e autoextinguível, não radioativo, isento de
fósforo e chumbo, resistente a raios UV e agentes químicos, apresentando no mínimo 2,00 mm de
espessura.
Novamente considerando que grande parte dos ocupantes desconhece a edificação, sugere-se a implementação de
placas de sinalização com “ma- pas” das rotas de fuga em todas as salas de espera e atrás das portas das áreas de
internação. De maneira análoga, devem igualmente ser disponi- bilizados em locais estratégicos “mapas” táteis
com as rotas de fuga.

Nos corredores de circulação, a sinalização de emergência deve preferencial- mente ser instalada
perpendicularmente às paredes, permitindo a visualiza- ção de ambos os lados desses. Ressalta-se que a
sinalização de emergência não deve interferir no funcionamento dos demais sistemas de proteção do EAS,
especialmente com a atuação dos bicos de chuveiros automáticos, sendo necessário manter-se um
afastamento desses.

Recomenda-se realizar projeto específico de sinalização de emergência, inte- grando-a às premissas


de comunicação para atendimento aos portadores de necessidades especiais conforme o disposto na ABNT
NBR 9.050, em uma so- lução única.
Figura 8 – Sinalização Integrada

Fonte: Everlux & Masterlux Indústria de Sinalização Ltda.

Sugere-se a implementação de um “Plano de Manutenção” formal com vis- torias periódicas,


adequadamente documentadas, realizando através de uma rotina de rondas trimestrais a verificação da
alocação adequada da sinalização de emergência em suas posições originais de projeto, tomando as
medidas corretivas quando necessárias.
Cabe ressaltar que toda intervenção arquitetônica, obra, reforma ou am- pliação do Estabelecimento
Assistencial de Saúde deve ensejar uma va- lidação da sinalização de emergência originalmente existente na área
e, caso necessário, essa deve ser complementada ou alterada no sentido de atender às novas necessidades.

Rotas de Fuga e Saídas de Emergência

As rotas de fuga são caminhos contínuos, proporcionado por portas, corredo- res, halls, passagens
externas, balcões, vestíbulos, escadas, rampas ou outros dispositivos de saída ou ainda combinações desses,
para atingir as saídas de emergência de uma edificação.
Já as saídas de emergência são caminhos contínuos, devidamente protegidos e sinalizados, a serem
percorridos pelos ocupantes do Estabelecimento Assistencial de Saúde em caso de emergência, de
qualquer parte da edificação até atingir a via pública ou espaço aberto exterior protegido, em comunicação
com o logradouro.

As saídas de emergência têm como principal objetivo permitir que os ocupan- tes abandonem de
forma
organizada a edificação em caso de incêndio e/ou pânico, resguardando sua integridade física, ao mesmo
tempo em que permi- te o acesso de guarnições dos bombeiros.
As características dos ocupantes de uma edificação são fatores importan- tes para avaliar os critérios de
definição das saídas de emergência (Coté, et al., 2009).

As saídas de emergência devem ser dimensionadas em função da população do Estabelecimento


Assistencial de Saúde, atendendo também a um mínimo preestabelecido. Sugere-se que a população de
cada pavimento seja calculada utilizando as áreas úteis dos pavimentos, divididas pelos coeficientes de
den- sidade apresentados na Tabela 6 a seguir:

As rotas de fuga e saídas de emergência devem sempre permanecer desobs- truídas. Essas não
devem ser utilizadas como recepção ou salas de espera, bem como na guarda de materiais ou ainda para
instalação de telefones, be- bedouros, extintores ou quaisquer objetos que possam vir a reduzir a largura
mínima necessária à evasão ou possam obstruir o tráfego.
Recomenda-se que as escadas de emergência sejam localizadas nas extre- midades da edificação e
não somente no núcleo central dessa, alocadas de forma diametralmente oposta, viabilizando rotas de fuga
distintas e não somente uma única rota de fuga levando a duas ou mais saídas, que pode vir a ser
eventualmente bloqueada no incêndio, deixando os ocupantes presos
Figura 10 – Faixas Antiderrapantes Fotoluminescentes

Fonte: Firex Serviços e Manutenção Contra Incêndio Ltda.

Sugere-se a elaboração de um “panfleto informativo” simples, de fácil e rápida leitura, informando


aos visitantes do Estabelecimento Assistencial de Saúde quanto às medidas de segurança contra incêndio
existentes e como deve-se agir em caso de alarme de incêndio.

Iluminação de Emergência
Sistema composto por dispositivos de iluminação de ambientes em nível su- ficiente para permitir
a saída segura e rápida dos ocupantes para o exterior de uma edificação, prover aclaramento mínimo para
as áreas técnicas28, pro- porcionar a execução de intervenção, bem como garantir a continuidade dos
serviços essenciais em áreas específicas, em caso de interrupção ou falha no fornecimento de energia
elétrica para o sistema de iluminação normal. Deve ser adotado o disposto na ABNT NBR 10.898 –
Sistema de Iluminação de Emergência.

Adicionalmente, o sistema de iluminação de emergência deve também per- mitir o controle visual
das áreas pelas equipes de intervenção possibilitando o controle dessas e a eventual localização de pessoas
que estejam impedidas de locomoverem-se.
A intensidade da iluminação provida pelo sistema de iluminação de emer- gência deve ser
adequada para evitar acidentes, produzindo no mínimo 5 lux ao nível do piso. Recomenda-se que a
variação da intensidade de iluminação não supere a proporção de 20:1, respeitando-se as limitações de
adaptação da visão humana. Os pontos de luz não devem ser instalados de modo a causar ofuscamento aos
olhos, seja diretamente ou por iluminação refletida.
Deve ser levada em conta a possível penetração de fumaça nas vias de abandono.

Os pontos de iluminação de emergência devem ser instalados a aproximada- mente 2,10 metros de
altura do piso acabado, respeitando a distância máxima de 15,00 m entre eles.

Já a iluminação para sinalização deve indicar todas as mudanças de direção, obstáculos, saídas (acima
dos batentes das portas de saída de todos os am- bientes ocupados), escadas, rampas e etc., não devendo ser
obstruída por outras sinalizações ou arranjos decorativos. O fluxo luminoso dos pontos de iluminação para
sinalização deve ser superior a 30 lumens.

A iluminação auxiliar, ou seja, a iluminação destinada a permitir com segu- rança a continuidade de
serviços essenciais30, deve prover no mínimo 70% do nível de iluminamento do sistema de iluminação
normal.
Figura 11 – Iluminação de Emergência para Sinalização

Fonte: Legrand.

Alarme de Incêndio
O sistema de alarme de incêndio é uma das principais medidas de proteção ativa de qualquer
edificação, tendo como finalidade propiciar meio confiável de alertar os ocupantes sobre uma situação de
sinistro com risco iminente. O alarme, quando de um sinistro confirmado, possibilita uma melhor organiza-
ção dos indivíduos viabilizando a evasão mais calma e segura.

As estatísticas norte-americanas mostram que princípios de incêndio em Es- tabelecimentos


Assistenciais de Saúde se distribuem igualmente entre os dias da semana, mas concentram-se no horário
das 9h00 às 18h00. Estranhamente, as mesmas estatísticas mostram que a maioria das fatalidades
verificadas nos incêndios em EAS ocorre no período entre as 18h00 e às 06h00 (Ahrens, 2012), o que
justifica o investimento numa maior e mais eficiente distribuição de alarmes sonoros e visuais, alertando os
ocupantes quando da necessidade de abandonar a edificação em caso de emergência.
Recomenda-se que todo Estabelecimento Assistencial de Saúde possua um sistema de alarme de
incêndio, projetado, instalado e mantido em conformidade com o disposto na ABNT NBR 17.240 –
Sistemas de Detec- ção e Alarme de Incêndio.
O sistema de alarme de incêndios é um sistema de processamento centraliza- do, contemplando
diversos acionadores manuais distribuídos no Estabeleci- mento Assistencial de Saúde adequadamente
interligados entre si e a um Pai- nel Central de Alarme de Incêndio32, por linhas de comunicação
apropriadas (circuitos de detecção). Essa Central de Alarme de Incêndio, por sua vez, esta- rá interligada
através de outro tipo de linhas de comunicação (circuitos de co- mando) a avisadores audiovisuais
dispostos estrategicamente na edificação.

Os acionadores manuais são dispositivos destinados a transmitir a informa- ção (sinal) de um


alarme,
quando acionados manualmente por um usuário da edificação. Já os avisadores são dispositivos sonoros
e/ou visuais destinados a alertar os ocupantes da edificação de uma situação de emergência, informan- do-
os que devem desocupá-la organizadamente.

Os acionadores manuais devem ser instalados junto às saídas de emergência e próximos aos
hidrantes, se existirem. Deve ser observada a altura de 1,00 metro do piso acabado, conforme prescrito na
ABNT NBR 9.050. A distância máxima a ser percorrida por uma pessoa, em qualquer ponto do Estabeleci-
mento Assistencial de Saúde até o acionador manual mais próximo, não deve ser superior a 30,00 metros.
Nas edificações com mais de um pavimento, deve ser implementado pelo menos um acionador por
pavimento.

O sistema de alarme de incêndio deve ter duas fontes distintas de alimenta- ção, uma principal
alimentada pela rede elétrica da edificação e uma auxiliar, constituída por baterias ou nobreak. A fonte
auxiliar deve apresentar autono- mia mínima de 24 horas em regime de supervisão e 30 minutos em regime
de alarme.

A central do sistema de alarme de incêndio ou o respectivo painel repetidor (se necessário) devem
ser instalados em local seguro contra as ações do incên- dio, permitindo fácil visualização do eventual local
do sinistro, em área com constante vigilância humana.
Não basta simplesmente instalar e manter o sistema de alarme de incên- dio no
Estabelecimento Assistencial de Saúde. Deve-se demonstrar a con- fiabilidade do sistema e simular seu
funcionamento, condicionando os ocupantes da edificação a responderem rapidamente a seu som caracte-
rístico, abandonando imediatamente a área.

Brigada de Incêndio
De acordo com dados levantados pela Secretaria Nacional de Segurança Pú- blica do Ministério
da Justiça , somente cerca de 15% dos 5.565 municípios brasileiros35 possuem bombeiros militares,
34

deixando evidente a necessidade de investir-se em treinamento qualificado para que os próprios


colaboradores dos EAS possam lidar com ocorrências de incêndio.
Assim, recomenda-se que todo Estabelecimento Assistencial de Saúde organize, forme e treine
uma Brigada de Incêndio com seus colaboradores, capacitando-os em prevenção e no correto uso de
equipamentos de combate a incêndio conforme prescreve a ABNT NBR 14.276, realizando treinamentos
periódicos dos procedimentos37 de intervenção e abandono.

A Brigada de Incêndio é um grupo organizado de pessoas voluntárias ou não adequadamente


treinadas
e capacitadas para atuar de forma eficaz com o suporte dos recursos necessários, na prevenção, abandono e
combate a um “princípio” de incêndio e se necessário prestar os primeiros socorros, dentro de uma área
limitada preestabelecida.

Assim, a organização da Brigada de Incêndio dos EAS deve considerar:

a) Subdivisão em áreas de atuação.


b) Selecionar os integrantes da Brigada e atribuir-lhes uma área de atuação.

c) Definir o organograma das equipes integrantes da Brigada.

d) Definir equipes de intervenção, de abandono e de suporte básico à vida.

e) Definir membros efetivos x suplentes das equipes.

f) Definir formalmente atribuições e responsabilidades.

g) Prover meios e/ou recursos necessários às eventuais intervenções.

h) Planejar treinamentos, simulados (semestrais) e reciclagens (anuais).

i) Manutenção das Equipes de Respostas, dos Recursos e Meios.

j) Calendário de reuniões bimestrais (documentadas).

Recomenda-se a divisão da Brigada de Incêndio nas seguintes equipes de atuação:

• Equipe de Intervenção.
• Equipe de Abandono.
• Equipe de Suporte Básico à Vida.

Equipe de Intervenção

A Equipe de Intervenção tem por objetivo o atendimento a eventuais ocorrên- cias, através da
realização de procedimentos de combate a focos de incêndio e isolamento de área, salvando vidas e
minimizando danos ao patrimônio e ao meio ambiente.

Equipe de Abandono

A Equipe de Abandono tem por objetivo proporcionar segurança para o aban- dono organizado do
EAS, ajudando a saída de pessoas com mobilidade redu- zida e orientando a saída disciplinada dos demais,
evitando pânico.

Equipe de Suporte Básico à Vida

A Equipe de Suporte Básico à Vida tem por objetivo prover uma rápida e eficiente intervenção no
primeiro atendimento de vítimas de acidentes ou mal súbito até a chegada do resgate especializado,
salvando vidas.
Recomenda-se que sejam estabelecidos critérios formais para seleção dos integrantes da Brigada
de Incêndio do Estabelecimento Assistencial de Saúde. Assim, propõe-se a adoção dos seguintes
parâmetros básicos, ou seja, o candidato a brigadista deve:

a) Permanecer o maior tempo possível na edificação37.

b) Possuir experiência anterior como brigadista (preferível).

c) Possuir (boas) condições físicas e psicológicas38.


d) Não apresentar limitações de visão e/ou audição que limitem o desempenho em emergência.

e) Gozar de boa saúde.

f) Ser maior de 18 anos.

g) Ser alfabetizado.

Verifica-se que a carga horária mínima para treinamento dos brigadistas de incêndio é de 16
(dezesseis) horas totais e 8 (oito) horas práticas, separadas conforme o disposto no Anexo A da ABNT
NBR 14.276, para tanto, devem ser realizadas aulas teórica e práticas tanto de primeiros socorros
(avaliação primária e suporte básico à vida), como também quanto à operação de equi pamentos de
combate a incêndio disponíveis na edificação. Sugere-se que as aulas práticas sejam realizadas em “pistas”
aprovadas para tal, simulando condições similares às verificadas em princípios de incêndio em edificações
dessa natureza.

Deve ser estabelecido um organograma da Brigada de Incêndio estabelecendo uma estrutura


hierárquica de comando em situações de emergência, sendo caracterizado pela existência de um líder, um
sublíder, chefes de equipes e brigadistas de incêndio subdivididos em equipes de ação específica.

Em situação normal, os brigadistas terão responsabilidades por ações prevencionistas, bem como
pela manutenção das suas equipes, informando o líder da Brigada sobre quaisquer alterações nas
respectivas equipes. Já em situação de emergência, os brigadistas serão efetivamente responsáveis pelas
intervenções necessárias, conforme

De forma objetiva, em situação de normalidade, podemos sintetizar as responsabilidades da Brigada


de Incêndio como um todo, na efetivação das seguintes tarefas:

a) Avaliação dos riscos existentes.

b) Inspeção dos equipamentos de combate a incêndio.

c) Inspeção geral de acessos e rotas de fuga.

d) Apontar irregularidades encontradas.

e) Providenciar solução das irregularidades.

f) Orientação da população fixa e flutuante.

g) Treinamentos e simulados.

De maneira análoga, em situação de emergência, cabe à Brigada de Incêndio agir pronta e


eficazmente na efetivação das seguintes tarefas, conforme as atribuições de cada uma das três equipes: a)
Detecção.

b) Alerta da Equipe de Resposta.

c) Análise da Situação.
d) Acionamento do Corpo de Bombeiros.

e) Procedimentos:
− isolamento;
− abandono;
− corte de energia;
− combate a “princípio” de incêndio; −
suporte básico à vida.
O curso de treinamento e formação dos brigadistas do EAS deve ser ministrado por profissionais
comprovadamente habilitados para tal, em conformidade com a atribuição de função em razão da alocação
em uma das três equipes de resposta apresentadas anteriormente.

Como já colocado, todos os brigadistas do Estabelecimento Assistencial de Saúde devem ser


submetidos a um curso básico, composto de duas partes – teórica e prática, conforme conteúdo
programático mínimo apresentado na multicitada ABNT NBR 14.276. Propõe-se que a Equipe de
Abandono, nor- malmente formada pelo maior contingente de brigadistas do EAS, participe somente desse
primeiro treinamento.

Já a Equipe de Intervenção deve ser submetida a treinamento prático avançado em “pistas de


treinamento” devidamente aprovadas para tal, simulando condições similares às verificadas em princípios
de incêndio em edificações dessa natureza. Recomenda-se que esse curso seja revalidado no máximo a cada
um ano, realizando no mínimo:

• lançamento e acoplagem de mangueiras à rede de hidrantes;

• combate com uma e duas linhas de mangueiras (prática em trincheira e maracanã);

• utilização das diversas classes de extintores portáteis em áreas fechadas;

• “casa da fumaça”.
Por sua vez, os integrantes da Equipe de Primeiro Atendimento devem receber treinamento em
suporte básico à vida (SBV), incluindo práticas avançadas de avaliação secundária, reanimação
cardiopulmonar e uso de desfibrilador externo automático (DEA). Recomenda-se que esse curso seja
revalidado no máximo a cada dois anos.
Ressalta-se que os simulados realizados devem contar com todos os ocupantes do Estabelecimento
Assistencial de Saúde, inclusive com a participação de deficientes locomotores para que sejam verificadas
as reais dificuldades nas operações programadas de abandono e assim, providenciados os ajustes
necessários no Plano de Abandono.
Cabe lembrar que, para o desempenho de qualquer atividade profissional, deve o empregador
fornecer, sem ônus a seus empregados, os Equipamentos de Proteção Individual 40 (EPIs) necessários e o
treinamento para o correto em- prego desses. Assim, sugere-se ainda que sejam disponibilizados kits
específi- cos para cada uma das equipes com os materiais necessários para atuação em caso de
emergência41, bem como para todos os membros da brigada:
• colete refletivo;

• lanterna recarregável;

• pochete com máscara RCP descartável + Óculos de segurança e Par de luvas.


Plano de Emergência Contra Incêndio – PECI
A maioria das pessoas que sobrevivem às situações de emergência não é a mais jovial e forte, mas a
que está mais consciente e preparada em como agir nessas situações (Araujo, 2008).
Como parte importante dos processos de acreditação dos serviços em saúde, o Plano de Emergência
Contra Incêndio (PECI) tem por objetivo proteger a vida dos ocupantes do Estabelecimento Assistencial de
Saúde, proteger o patrimônio e reduzir as consequências sociais de um eventual sinistro, bem como
minimizar os danos ao meio ambiente.
Recomenda-se que ações descritas no Plano de Emergência Contra Incêndio estejam intimamente
alinhadas com as medidas constantes no Plano de Contingências no sentido de preservar a continuidade das
operações fundamentais do EAS.
O PECI deve ser elaborado considerando os parâmetros mínimos estabelecidos na ABNT NBR
15.219, em função dos riscos internos e externos específicos de cada Estabelecimento Assistencial de
Saúde, estabelecendo a melhor utilização dos recursos materiais e humanos disponíveis nesse, com o
objetivo de minimizar as fatalidades e os danos em caso de incêndio ou outras emer- gências.

Sugere-se iniciar a redação do PECI pelo levantamento de informações fun- damentais, dos recursos
e características construtivas da edificação, de seus ocupantes, do seu entorno e da região como um todo.
De posse desses dados, deve-se prosseguir com uma análise formal de riscos através da utilização de
metodologias consagradas para tal 42 ou ainda através de metodologia desen- volvida especificamente para
edificações da área de saúde43, identificando-os, relacionando-os e representando-os de forma gráfica em
uma planta de riscos de incêndio.

A redação do Plano de Emergência deve ser simples, estruturada e completa, reunindo em um único
documento, as informações sobre a edificação, seus recursos e meios, as atribuições dos envolvidos, os
procedimentos de comuni- cação (com os contatos internos), os recursos externos de apoio (com respecti-
vos contatos), bem como todas as informações necessárias para realização dos procedimentos de
emergência em si, permitindo o seu acompanhamento de forma lógica.
Cópia do Plano de Emergência deve ser fornecida ao Corpo de Bombeiros. Da mesma forma,
recomenda-se que cópias do PECI estejam disponíveis diutur- namente nas entradas principais do
Estabelecimento Assistencial de Saúde e na sala de segurança.

Figura 43 – Controle de Fumaça por Extração Natura

Devem ser realizados exercícios simulados com a participação de todos os colaboradores realizando
simulações de abandono de área, parciais e comple- tas, praticando a remoção de pacientes tanto na
horizontal, quanto na vertical.

Após os treinamentos e/ou simulados deve ser realizada uma reavaliação dos procedimentos,
verificandose os resultados e aferindo sua eficiência, bem como constatando os desvios e falhas percebidas
e assim propondo as medi- das de correção necessárias.
Sistema de Controle de Fumaça
O sistema de controle de fumaça é um sistema projetado e implementado para modificar e controlar o
movimento da fumaça através de extração (mecânica ou natural) dos gases do local de origem do incêndio
e/ou de rotas de fuga, e do controle da entrada de ar (ventilação mecânica ou natural) nesses locais,
prevenindo a migração de fumaça e gases quentes para as áreas adjacentes não sinistradas, com o objetivo
de maximizar as condições de sobrevivência e de evasão.

O sistema deve contemplar a divisão dos volumes de fumaça a serem extraí- dos por meio da
compartimentação de área e/ou pela previsão de áreas de acantonamento, onde possa ser realizada a
extração adequada da fumaça, não permitindo a criação de zonas mortas 51, propiciando a criação de um
diferen- cial de pressão (por meio do controle das aberturas de extração de fumaça da zona sinistrada e
fechamento das aberturas de extração de fumaça das demais áreas adjacentes), conduzindo a fumaça para
fora do Estabelecimento Assis- tencial de Saúde.

De forma geral, o controle de fumaça tem a função de estabilizar a camada de fumaça em uma altura
acima de 2,20 m, para que as pessoas possam acessar as saídas de emergência em segurança e/ou a brigada
de incêndio atuar na busca e resgate das vítimas ou ainda obter o controle da situação para a extin- ção do
incêndio.

Há de se considerar que, eventualmente, no incêndio, em sua fase muito inicial, ou fase de latência
(ver Figura 3 – Fases do Incêndio), pode não atuar o sistema de combate a incêndio por chuveiros
automáticos por conta do baixo calor verificado, mesmo gerando grande quantidade de fumaça, que poderá
provocar fatalidades.
Destaca-se que deve haver, no mínimo, 2 (dois) pontos de exaustão por pavi- mento, ao mesmo
tempo em que deve haver um ponto localizado a no máxi- mo 3,00 m de cada uma das extremidades do
corredor da rota de fuga.

No sistema de controle de fumaça por extração natural, geralmente utilizado em edificações baixas ou
de único pavimento, tem-se o controle por meio da introdução do ar externo e extração direta ou ainda por
meio de dutos, mas sem auxílio de motoventiladores.

Já no sistema de controle de fumaça por extração mecânica, normalmente uti- lizado em edificações
medianas e/ou elevadas, tem-se o controle por meio da introdução do ar externo e extração por meio de
dutos ligados a motoventi- ladores.

Tanto os dutos de extração de fumaça como os motoventiladores em si e a suportação dessa


infraestrutura devem resistir à passagem da fumaça em alta temperatura (> 400 oC). Os materiais como os
dos dispositivos de ligação dos ventiladores aos dutos precisam ser incombustíveis e estáveis.
Figura 44 – Controle de Fumaça por Extração Mecânica
Recomenda-se que as aberturas de insuflação de ar exterior sejam realizadas no terço inferior do
acantonamento, evitando provocar turbulências na cama- da de fumaça contida, que acabarão por espalhá-
la ou ainda promoverão o alastramento do fogo.
Os sistemas de controle de fumaça devem ser comandados automaticamente e supervisionados por
um sistema de detecção e alarme de incêndio imple- mentado em conformidade com a ABNT NBR 17.240.

Recomenda-se que o projeto de extração de fumaça, antes de sua implementa- ção, seja submetido à
simulação computacional para análise de desempenho e possíveis falhas.

Plano de Contingência

Sugere-se que esse Plano seja elaborado considerando os parâmetros mínimos estabelecidos na
ABNT NBR 22.30152, em função dos cenários de risco particular de catástrofes de cada EAS,
estabelecendo a melhor utilização dos recursos materiais e humanos disponíveis.

A redação do Plano de Contingência também deve ser simples, estruturada e completa, reunindo em
um único documento, todas as informações sobre os recursos e meios, as atribuições dos envolvidos,
os procedimentos de comuni- cação (com os contatos internos), os recursos externos de apoio (com
localiza- ção e respectivos contatos), bem como todas as informações necessárias para realização
dos procedimentos e/ou ações para contenção e continuidade das operações vitais do EAS,
permitindo o seu acompanhamento de forma lógica.

O documento deve ser desenvolvido envolvendo representantes de todas as áreas internas do


Estabelecimento Assistencial de Saúde e deve ser coordena- do com os demais recursos de atenção à saúde
no entorno e com os diversos parceiros ou autoridades envolvidos.

O Plano de Contingência deve ser constantemente revisado, continuamente atualizado e testado


através de simulados periódicos. Recomenda-se que os treinamentos internos sejam realizados
semestralmente e que anualmente, haja treinamento envolvendo os demais parceiros externos, simulando os
diversos cenários contemplados.
Recomenda-se a adoção do método S.T.A.R.T.53 como padrão para triagem de vítimas, em razão da
simplicidade e da larga utilização por equipes de res- posta do SAMU. O S.T.A.R.T. é um método eficaz e
eficiente, que baseia-se na avaliação da respiração, perfusão e nível de consciência, utilizando um cartão
específico (adotado internacionalmente pela ICAO) na qual constará, em sua parte mais inferior, a cor
correspondente à gravidade da vítima.
Figura 45 – Cartão do Método S.T.A.R.T

Todas as vítimas deverão ser classificadas segundo a sua gravidade. Essa tria- gem é o primeiro
procedimento realizado no atendimento à emergência. As vítimas serão classificadas em:
Quadro 11 – Classificação S.T.A.R.T.

Nível de prioridade Símbolo de representação


Cuidados a serem tomados Identificação
Prioridade 0 Óbito Cor preta Cruz
Prioridade I Cuidados imediatos Cor vermelha Coelho
Prioridade II Cuidados não imediatos Cor amarela Tartaruga
Cuidados s/ importância
Ambulância cruzada
Prioridade III clínica Cor verde

Destaca-se que o material de contingência não deve estar armazenado no in- terior da edificação. As
tarjetas devem estar disponíveis junto a esse material e deverão ter todos os campos preenchidos.

Após elaboração do Plano de Contingência e aprovação pela alta administra- ção do Estabelecimento
Assistencial de Saúde, recomenda-se que o plano seja divulgado internamente para os colaboradores
responsáveis pela coordenação e execução do plano em cada departamento, para que tenham conhecimento
do conteúdo, de suas atribuições, das ações e procedimentos necessários em caso de acionamento.

Cópia do Plano de Contingência deve estar disponível no Gabinete de Crise, bem como de posse dos
principais coordenadores e/ou responsáveis, uma vez que esses podem ser acionados a qualquer tempo,
mesmo quando fora do EAS.

Incêndio no Hospital Badim: o que se sabe sobre o incidente que deixou ao menos 10 mortos no Rio
13 setembro 2019

Direito de imagem REUTERS Image caption

Pelo menos onze pessoas morreram no incêndio que atingiu o Hospital Badim
Um incêndio atingiu o Hospital Badim, no Maracanã, zona norte do Rio de Janeiro, na noite de
quintafeira, deixando pelo menos dez mortos, segundo a Defesa Civil.
Os pacientes foram retirados às pressas da unidade - e alguns chegaram a receber atendimento em leitos
improvisados na calçada de ruas próximas, antes de serem transferidos de ambulância para outros hospitais.
Os próprios funcionários do hospital ajudaram a carregar os equipamentos médicos para fora do prédio.
 O que Crivella tem em comum com a cantora Barbra Streisand no caso de HQ com beijo
gay  O tempo em que o Rio de Janeiro secou após destruir floresta por café
Direito de imagem AFP/GETTY IMAGES Image caption
Funcionários do hospital ajudaram a retirar equipamentos hospitalares do prédio
Em nota, a direção do hospital, que é particular, informou que o fogo pode ter sido provocado
por um curto-circuito no gerador de um dos prédios.
"Ao que tudo indica, um curto-circuito no gerador do prédio 1 do hospital provocou um incêndio, espalhando
fumaça para todos os andares do prédio antigo", informou o Hospital Badim em sua página no Facebook.

Direito de imagem EPA Image caption


Bombeiros controlaram as chamas em cerca de duas horas
O fogo teria começado por volta das 18h30, e foi controlado pelos bombeiros cerca de 2 horas depois. Ao
todo, 103 pessoas estavam internadas na unidade no momento do incêndio. E, de acordo com a direção do
hospital, "a brigada de incêndio iniciou a evacuação do prédio, mesmo antes da chegada do Corpo de
Bombeiros".
A Defesa Civil informou que até a tarde desta sexta-feira, 10 corpos haviam sido retirados.
Segundo a imprensa local, o Instituto Médico Legal (IML) informou que exames preliminares indicam que a
causa da maior parte das mortes foi asfixia por fumaça e desligamento de aparelhos, e não queimaduras
graves.
De acordo com o IML os dez corpos que deram entrada na unidade já foram identificados e necropsiados.
Todos estão liberados para retirada pelos familiares. A maioria era de idosos de mais de 80 anos.

D
Direito de imagemAFP/GETTY IMAGES Image caption
Alguns pacientes chegaram a receber atendimento em leitos improvisados na calçada de ruas próximas De
acordo com a delegacia da região, foi instaurado inquérito para apurar as circunstâncias do incêndio. Uma
perícia está sendo realizada no hospital e agentes cumprem diligências no local.
De acordo com a direção do Hospital Badim, os pacientes estão sendo transferidos para o Hospital Israelita
Albert Sabin, também no Maracanã, e para outras unidades da região.
O hospital disponibilizou o número de whatsapp 97101-3961 e o email suportefamiliares@badim.com.br
para que os parentes dos pacientes que estavam internados na unidade entrem em contato para receber
informações sobre sua localização.
Capítulo 4
Plano de emergência contra incêndio: entenda por que ele é fundamental

Incêndios são especialmente perigosos no caso da indústria. Afinal, o fogo, em contato com
combustíveis, equipamentos e resíduos industriais, pode provocar curtos-circuitos e reações em cadeia com
gases explosivos, trazendo grandes danos materiais e, sem os devidos cuidados, aos colaboradores e às
comunidades ao redor.
Além dos danos físicos e financeiros, há ainda prejuízos para a marca da empresa. Como já
observamos em tantos exemplos emblemáticos, como o da boate Kiss, em casos de incêndios, o desespero
toma conta das pessoas, aumentando o risco de pisoteamentos, quedas e outras reações decorrentes do
pânico.
Em março de 2017 foi promulgada a Lei 13.425, que traz medidas de prevenção e combate ao fogo em
estabelecimentos e tornou obrigatória a elaboração do plano de emergência contra incêndio. Assim, sua
empresa se prepara para evitar focos de queima e, caso ocorra algum imprevisto, ter os mecanismos
necessários para reduzir ou minimizar perdas.
Quer entender qual é a importância desse plano e o que levar em consideração ao elaborar o seu?
Acompanhe o que preparamos a seguir.
O que é um plano de emergência contra incêndio?
O plano de emergência contra incêndio é um documento que resulta do planejamento de medidas
emergenciais a serem adotadas em casos de queima. Ele tem como objetivo:
• disponibilizar as informações da parte operacional da empresa ou áreas de risco ao Corpo de
Bombeiros e às brigadas de incêndio;
• organizar e padronizar procedimentos de combate ao incêndio, assegurando as informações
necessárias para que os colaboradores de qualquer setor possam ajudar com a segurança de todos e
proteger a própria vida;
• proteger a vida, o patrimônio e o meio ambiente, reduzindo o impacto de incêndios na
comunidade que circunda a empresa e viabilizando a continuidade das operações do negócio.
Graças a esse planejamento, a empresa define um uso mais racional dos recursos humanos e materiais
em casos de emergência, evitando reações de pânico, bem como atitudes impulsivas perigosas decorrentes de
crises como essas.
A elaboração desses planos de emergência passa por uma rigorosa análise de riscos, capaz de observar,
com olhar clínico, quais são as possibilidades de risco de todas as atividades que envolvem a empresa.
Contar com uma equipe habilitada para esse projeto é, portanto, primordial para a segurança de seus
colaboradores, do patrimônio de sua empresa, para a comunidade que a cerca e para o meio ambiente.

Como elaborar um plano de emergência contra incêndio?


Para elaborar um plano emergencial contra incêndio, você precisa fazer uma avaliação preliminar dos
riscos que existem em sua empresa. É preciso identificá-los, estabelecer uma relação entre eles e colocá-los
em uma planta de risco de incêndio.
Nesse plano emergencial, é necessário que você descreva detalhadamente as informações da
edificação, bem como os procedimentos básicos a serem tomados em casos de emergências que envolvam
fogo. Entenda, a seguir, os aspectos essenciais desse plano e como estruturá-lo junto à equipe técnica.

LOCALIZAÇÃO - Nessa seção, você deve descrever se a indústria está localizada em uma região urbana
ou rural e quais são as características da vizinhança. Também é essencial informar qual é a distância entre as
edificações, bem como entre a fábrica e o Corpo de Bombeiros.
Verifique, aqui, se há um Plano de Auxílio Mútuo (PAM), da Rede Integrada de Emergência
(RINEM), entre outras iniciativas de união de comunidade, empresas e governo que possam auxiliar em
casos de atendimento emergencial.
O Plano de Auxílio Mútuo, por exemplo, envolve o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência), Corpos de Bombeiros e Defesa Civil. Juntos, eles buscam garantir que a vizinhança esteja
amparada por profissionais treinados e munidos com os equipamentos adequados para conter as chamas.
Essas iniciativas reduzem o tempo de espera por socorro, ajudam a salvar o patrimônio e garantem mais
diálogo entre a empresa e a comunidade que a cerca, algo essencial em situações de crises.

OCUPAÇÃO - Aqui, você descreverá quais são as atividades da sua empresa. Inclua não só as atividades
principais, mas também as secundárias.

POPULAÇÃO - Descreva quais são as características das pessoas que trabalham em sua empresa e das que
a cercam.

CARACTERÍSTICA DE FUNCIONAMENTO - Escreva quais são os horários e turnos de trabalho.


Explique também como opera a empresa nos dias e horários fora do expediente.

RISCOS ESPECÍFICOS INERENTES À ATIVIDADE - Com os técnicos especializados, verifique quais


são os riscos inerentes às suas atividades. Não se limite às suas atividades principais. Afinal, até mesmo nos
galpões de armazenamento de produtos de limpeza, existem alguns materiais que, em contato com as
chamas, resultam em reações adversas.

PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIAS - Quantos colaboradores têm deficiências? Eles têm o


acesso necessário para pedir auxílio ou fugir em casos de emergências? É necessário identificar essas
informações.

MATERIAIS EXISTENTES - Faça um levantamento dos extintores de incêndio, EPIs, sinalização, da


iluminação de emergência, hidrantes, saídas de emergência, chuveiros automáticos, entre outros.
É importante que esses equipamentos sejam constantemente avaliados e recebam manutenção, de modo que
o pleno funcionamento deles seja garantido em casos de emergência. Acredite: em casos de chama, segundos
podem fazer toda a diferença para a segurança de seus colaboradores e de seu patrimônio.

RECURSOS HUMANOS - Sua empresa conta com o apoio de brigadas de incêndio ou bombeiros
profissionais civis? Liste os contatos e assegure-se de que seus colaboradores saibam como acioná-los.
Como implantar um plano emergencial contra incêndio?
Como você pode perceber, um plano de emergência contra incêndio envolve muitas informações e
treinamento. Então, como garantir que todos os colaboradores saibam como agir em casos de emergência?
Descubra a seguir.

ASSEGURE A ACESSIBILIDADE DO PLANO - Mesmo que pareça demasiadamente técnico, o plano


emergencial contra incêndio precisa ser divulgado entre seus colaboradores. É isto que garante a todos o
conhecimento dos procedimentos operacionais padrão, permitindo que saibam como agir caso aconteça
algum incidente.

Não basta entregar o documento aos seus colaboradores e aos ocupantes do edifício. É preciso
elaborar materiais e conteúdos acessíveis, como panfletos, palestras, cartazes em jornais-murais e vídeos.
O plano de emergência contra incêndio deve ser abordado em treinamentos de formação, nos
periódicos e nas reuniões de membros de grupos de apoio.
Considere ainda onde colocar uma cópia do plano de emergência, de modo que ele possa ser
facilmente encontrado em caso de incidente. Observe também se a representação gráfica do plano
corresponde às adotadas em saídas de emergência e rotas de fuga. Quando se trata de informações
essenciais para proteger a vida, a acessibilidade deve ser uma prioridade.

FAÇA EXERCÍCIOS SIMULADOS - Para garantir que seus colaboradores saibam quais procedimentos
devem ser adotados, a equipe contratada para a elaboração do plano de incêndio, junto a profissionais
treinados, deve estabelecer exercícios simulados de abandono de área. O período máximo é de seis meses
para simulados parciais e 12 meses para os completos.
Como foi possível concluir, a elaboração de um plano de emergência contra incêndio envolve muito
apuro técnico, o que torna essencial o acompanhamento de profissionais habilitados, que conheçam a
legislação, façam uma excelente análise de riscos e estabeleçam os melhores procedimentos de redução de
impactos.
Capítulo 5
Segurança Contra Incêndio e Pânico em Shopping Center

Centro comercial (em inglês, shopping center) é uma edificação que contém um conjunto de
estabelecimentos de varejo de diferentes bens de consumo, além de prestação de serviços e lazer
(lanchonetes, restaurantes, salas de cinema, teatro, parques infantis etc.), constituindo-se em uma grande área
comercial fechada, praticamente independente e isolada do seu entorno imediato, dotada de climatização,
escadas rolantes, estacionamento e, eventualmente, atrações musicais e outras. Os centros comerciais de
médio e grande porte funcionam como pequenas cidades, possuindo uma estrutura governamental (a
administração) e seus serviços de polícia e bombeiros (segurança), de limpeza, de abastecimento de água, de
manutenção de infraestruturas etc. Trata-se de um espaço planejado para estimular e facilitar o consumo.

A administração é centralizada, e as lojas são alugadas, para a exploração comercial e a prestação de


serviços, sendo sujeitas a normas contratuais padronizadas. Muitas vezes, um supermercado ou grande
estabelecimento de varejo funciona como "âncora" do empreendimento. A administração tende a procurar
manter o equilíbrio da oferta e uma certa diversificação ou complementaridade entre os diferentes tipos de
estabelecimentos e de produtos oferecidos. Os locatários pagam um valor em conformidade com um
percentual do faturamento (de 5 a 9%) ou um valor mínimo básico estabelecido em contrato - o que for
maior. No Brasil, os centros comerciais, na maior parte das vezes, cobram por muitos serviços, como o
estacionamento.

Nos centros comerciais de maiores dimensões, com vários andares, a circulação se dá, habitualmente,
através de escadas rolantes, para facilitar o movimento de pessoas de um andar para outro. O maior shopping
center do mundo é o Dubai Mall, em Dubai, nos Emirados Árabes, que conta com 1.200 lojas, 22 salas de
cinema, um estacionamento com 14.000 vagas, além de abrigar o maior aquário do mundo, com 33.000
animais marinhos expostos.

Terminologia
Shopping” coberto (“covered mall”): Espaço amplo criado por uma área coberta de pedestre em uma
edificação agregando um número de ocupantes, tais como lojas de varejo, bares, entretenimento e diversão,
escritórios ou outros usos similares, onde esses espaços ocupados são abertos permitindo comunicação direta
com a área de pedestres.
Lojas âncoras: São estabelecimentos onde a abrangência e cobertura do sistema de hidrantes previsto e
instalado na área comum da edificação se apresentam insuficientes, havendo necessidade de instalação de
sistema de hidrante em seu interior, a serem dimensionados através do PSCIP Geral. Será considerado
também como loja âncora, o estabelecimento que não possua sistema de hidrante em seu interior, em razão
de estar protegido por mais de um ponto de tomada de água localizado na área comum. A apresentação de
PSCIP específico para loja âncora será obrigatória, exceto se todas as medidas estiverem projetadas no
PSCIP Geral;

Lojas satélites: São estabelecimentos onde não há necessidade de instalação de sistema de hidrantes em sua
área privativa, devido ao fato de estarem protegidas pela medida instalada na área comum da edificação. Não
deverá ser apresentado PSCIP específico para sua área privativa.

Shopping – Prevenção é a melhor estratégia


O modelo arquitetônico e o grande fluxo de pessoas são duas características específicas dos shoppings
centers que devem levar seus administradores a redobrarem os cuidados contra o risco de incêndios. A
própria estrutura do empreendimento, geralmente uma grande caixa fechada com diversas interligações em
seu interior e áreas abertas ligando os pavimentos, facilita a propagação do fogo, da fumaça e de gases
tóxicos. O alerta é do tenente coronel Sérgio Araújo, chefe da Divisão de Operações e Treinamento do Corpo
de
Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, que realizou estudo sobre o assunto. Aprimorar a conscientização e
a cultura de segurança e da auto proteção é fundamental para se evitar grandes transtornos para
empreendedores e consumidores.

Foto: Em 28 de fevereiro de 2005, por volta das 15 h, um incêndio no São Luís Shopping, um dos maiores centros comerciais da
capital maranhense, provocou tumulto entre os clientes e os funcionários que estavam no estabelecimento. O fogo começou na
casa de máquinas do ar-condicionado do shopping.

O investimento em medidas de proteção contra incêndio e pânico tem custo e não geram lucro
imediato, mas a sua não realização pode implicar perdas econômicas, patrimoniais, institucionais e, acima de
tudo, de vidas humanas.
Estatísticas

As estatísticas mostram que os problemas de eletricidade respondem por quase 60% das causas dos incêndios
ocorridos em shoppings cariocas, à maioria nas lojas da praça de alimentação, informa o coronel Araújo.
Os motivos variam:
■ instalações malfeitas que provocam curto-circuito, ■ uso de produtos fora das especificações ou
■ sobrecarga no sistema elétrico.

Cozinhas - As ocorrências mais significativas, no entanto, são nos dutos de gordura das cozinhas que
precisam de manutenção e monitoramento constante.
Forro - Os forros de algumas lojas são altamente combustíveis, escondendo um emaranhado de fiação e
dutos. Lixeiras - É preciso cuidado especial também com as lixeiras, responsáveis por 20% dos incêndios,
que geralmente começam com uma ponta de cigarro jogada em lixeira que contém papel. Na lista dos
causadores de incêndio seguem-se os veículos, as frituras, as soldas, lâmpadas e depósitos.
Iluminação de lojas - O uso de spots (luminárias) em decoração é fator de risco, pois são lâmpadas que
esquentam muito e podem provocar a combustão de produtos próximos, principalmente se forem altamente
inflamáveis, como plásticos. Precauções também devem ser tomadas com os letreiros de néon.
Propagação de incêndio - A velocidade de propagação de um incêndio em geral é muito rápida, bastando
alguns minutos para atingir elevadas temperaturas. Contribuem para esta velocidade a quantidade de
produtos sintéticos usados cada vez mais em nosso dia a dia, como náilon, viscose e espumas, entre outros.
Tais materiais geram fumaças altamente tóxicas e letais com a liberação de monóxido de carbono e gás
cianídrico. Um incêndio evolui lentamente até o terceiro minuto; depois a velocidade de propagação é
elevada até o 12º minuto, tornando-se estável enquanto existir combustível e oxigênio. Neste momento a
temperatura
atinge cerca de 1.000º C, de acordo com experiência realizada pela ISO (International Standard
Organization) sobre incêndio estrutural, o que é o caso de uma loja, por exemplo.

Riscos de fumaça e incêndio - Geralmente as pessoas se preocupam muito mais com o fogo do que com a
fumaça, a principal causa das mortes em incêndios. O máximo que o ser humano pode resistir à fumaça é 12
minutos, sem falar nos gases tóxicos. Os shoppings devem se preocupar seriamente durante o projeto com a
instalação de dispositivos de extração automática de fumaça, recomenda o Corpo de Bombeiros. Outro fator
a ser levado em consideração durante o projeto é a compartimentação de incêndio, que limita a propagação
do incêndio (permitindo que as pessoas sejam retiradas com mais facilidade) e reduz perdas.

GLP - vazamento de gás combustível - O uso de botijões ou cilindros (GLP) deve ser reduzido ao mínimo,
porque dificultam o controle de qualquer emergência do tipo vazamento ou incêndio. A canalização de gás
combustível deve passar por monitoramento e inspeções periódicas, de forma visual e com o uso de
equipamentos de detecção de gases. Além disso, as normas de instalação têm de ser seguidas com rigor.

Medidas de segurança:
Acesso de carros de bombeiros - Na fase inicial do projeto do shopping, deve-se prever o acesso dos carros
do Corpo de Bombeiros, considerando-se as suas dimensões, peso, ângulo e altura de operação, além de um
local para pouso de helicóptero.

Instalações de incêndios - Não podem faltar instalações de combate a incêndio, extintores portáteis,
sistemas de sprinklers automáticos e sistemas de detecção de incêndio em conformidade com as normas
técnicas.

Dispositivos automáticos (dumpers) - Recomenda-se ainda a instalação de sistema de detecção, extinção e


fechamento automático de dutos de gordura. São dispositivos adaptados em coifas e sistema de tiragem de
calor e gordura nos restaurantes com o objetivo de detectar o surgimento, limitar a propagação de um
incêndio e apagá-lo de forma automática.

Brigada de incêndio - A Brigada de Bombeiros profissionais civis é fundamental para a primeira


intervenção e para o trabalho conjunto com o Corpo de Bombeiros local. Cabe a ela fazer a inspeção
rotineira dos riscos de incêndio, auxiliar na manutenção dos dispositivos de segurança, agir nas situações de
emergência, prestar os primeiros socorros, realizar busca de pessoas em meio à fumaça e coordenar o
escape até a chegada do Corpo de Bombeiros.

Para-raios - A instalação de para-raios deve ser considerada como elemento adicional de proteção contra
descargas atmosféricas, visando à proteção da área total contra descargas que podem gerar desde colapso e
queima de equipamentos a incêndios e fatalidades.

Saídas de emergências - Constituem-se basicamente de:


■ Escada de segurança, resistente ao fogo, com largura e número suficiente para a saída dos usuários do
prédio; ■ As portas corta-fogo, com largura e números suficientes;
■ Dutos de entrada de ar e saída de fumaça, para renovação do ar; ■
Antecâmara para evitar a entrada de fumaça na escadaria;
■ Sinalização e luz de emergência.

Pânico - Diversos fatores podem desencadear uma situação de pânico, desde o princípio de incêndio, um
vazamento de gás até uma briga ou assalto. As pessoas tendem a abandonar o local de forma rápida e
desordenada, gerando confusão e acidentes. Alguns procedimentos podem evitar essa situação:

■ É preciso manter a iluminação e sinalização indicativa de escape do tipo elétrica autossuficiente e


fotoluminescente. ■ As portas devem abrir sempre no sentido do escape, principalmente em locais onde se
concentram mais de 50 pessoas, impedindo-se também o ingresso no sentido contrário à barra antipânico,
dispositivo que permite a saída de qualquer pessoa com um simples empurrão.

Histórico de incêndios em shoppings:

1-Incêndio atinge shopping em São Paulo - Em 28 de Julho de 2004, à noite, um incêndio ocorreu no
shopping D, na zona norte de São Paulo. A fumaça produzida pelo fogo na cozinha do restaurante "Livorno"
assustou os frequentadores do cinema.
A fumaça produzida pelo incêndio espalhou-se pelos dutos e chegou a uma das salas do cinema,
localizada no mesmo andar, que teve de ser esvaziada.
O Corpo de Bombeiros de São Paulo deslocou cinco veículos da corporação para atender a um chamado
de incêndio no local. O fogo foi controlado e ninguém saiu ferido.
2-Fumaça assusta cliente de shopping - Às 11 h 30 min, de 25 de novembro de 1997, um curto-circuito no
sistema de exaustão da Churrascaria W Grill, causou um princípio de incêndio. A fumaça provocada pela
queima de gordura acumulada na coifa se espalhou pelos quatro andares do shopping Ibirapuera, São Paulo,
que é um dos maiores da cidade, com 163 mil metros quadrados. O princípio de incêndio foi controlado em
poucos minutos pela própria brigada de incêndio, composta de 40 homens.
Houve correria e confusão na saída do estacionamento, que estava com as cancelas travadas. Apesar do
incidente, os motoristas eram obrigados a pagar o estacionamento para poder destravar as cancelas. Em
março de 1997, o shopping foi interditado por dois dias pelo Depto de Controle de Uso de Imóvel (Contru),
após um incêndio que destruiu a loja de discos Breno Rossi.

3-Shopping tem princípio de incêndio - Em 19 de agosto de 1997, às 11 h, ocorreu um princípio de


incêndio numa coifa do restaurante Espeto Grill. O andar do shopping São Caetano, São Caetano, ficou
interditado por quase meia hora para que o Corpo de Bombeiros pudesse controlar o princípio de incêndio. O
Shopping não precisou ser esvaziado. Meia hora depois, estava tudo sob controle e todas as lojas voltaram a
funcionar normalmente. O restaurante permaneceu fechado para trabalhos de rescaldo e limpeza do local.
4 -Como as portas trancadas de um shopping durante incêndio mataram mais de 60 na Rússia BBC
NEWS/Brasil - 26 março 2018

O fogo que se alastrou no domingo por um shopping center na Sibéria, norte da Rússia, se tornou
fatal porque as portas do local estavam trancadas e não havia alarme de incêndio, segundo testemunhas e
investigadores.
A tragédia deixou ao menos 64 mortos - muitos deles crianças - na cidade de Kemerovo.
Segundo o Comitê Investigativo da Rússia, havia diversas "sérias violações" de segurança no
shopping. O incêndio começou no segundo piso do estabelecimento, cujas lojas, cinemas e pista de boliche
estavam repletos de visitantes.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram pessoas pulando as janelas para tentar escapar das
chamas. As autoridades russas alegam que um técnico de segurança "desligou o alarme de incêndio" após ser
alertado do fogo. Ele e outras quatro pessoas - entre brigadistas, diretor técnico do shopping e o gerente do
estabelecimento onde o incêndio começou - foram detidas para interrogatório.

Direito de imagemAFPImage captionShopping

Segundo a imprensa russa, a maior parte do teto do shopping desabou, atingindo um trampolim
infantil e um complexo de cinema.
Em um post no Facebook, o político local Anton Gorelkin disse que não houve "evacuação
organizada" do público e que, como as portas de incêndio estavam fechadas, o shopping se converteu em
uma "armadilha". Ele afirmou também que um extintor que poderia ter aplacado as chamas não funcionou.
"A questão é: por que as portas estavam fechadas?", comentou o vice-governador da região, Vladimir
Chernov. As causas do incêndio ainda são desconhecidas.
Segundo Chernov, a principal suspeita até agora é de que "uma criança tinha consigo um isqueiro,
(que teria sido acendido) na área do trampolim, e (o fogo) cresceu".
Duas testemunhas ouvidas pelo serviço russo da BBC afirmaram ter visto chamas na área do
trampolim - e confirmaram não ter ouvido o alarme de incêndio.
Direito de imagem ALEXANDER KOROVIN Image caption

Muitas das vítimas eram crianças, que aproveitavam o domingo para se divertir no shopping. No
entanto, a emissora estatal Rossiya 24 TV disse que a causa mais provável até agora é de que tenha havido
uma falha elétrica - que é responsável por diversos incêndios mortais na Rússia.

Ao mesmo tempo, no cinema, outra testemunha afirmou que, em uma das salas de exibição, uma
mulher entrou correndo para alertar os frequentadores de que havia um incêndio em curso.
"As luzes de emergência não acenderam para nos ajudar a escapar", agregou a testemunha. "Ficamos
seguindo as luzes do chão. Mas nenhum alarme soou. Só escutei um alarme quando cheguei ao primeiro
piso." Há, ainda, relatos não confirmados de que alguns seguranças do shopping tenham impedido
crianças de escaparem pelas escadas do shopping.
O shopping inclui também um zoológico, e há relatos de que todos os animais tenham morrido no
incêndio.
Yevgeny Dedyukhin, vice-chefe de emergências de Kemerovo, afirmou que o estabelecimento é
"uma edificação muito complexa, com muito material combustível".
Vítimas - Ao menos nove dos corpos encontrados são de crianças.
Onze pessoas estão internadas em hospitais locais, por conta de inalação de fumaça tóxica.
O caso mais sério é o de um menino de 11 anos, cujos pais e irmãos morreram no incêndio, disse a ministra
da Saúde, Veronika Skvortsova. Acredita-se que o menino tenha caído do quarto andar do shopping e está na
UTI, com múltiplas fraturas.
A cidade de Kemerovo - cuja atividade principal é a mineração de carvão - decretou três dias de luto oficial.

Capítulo 6
Incêndio: Qual a Segurança em Hotéis?
11sexta-feiraJAN 2013
POSTED BY MARCUS SALES CONSULTORIA IN INCÊNDIO, SEGURANÇA

Vários hotéis não possuem sistemas de proteção contra incêndios, expondo seus hóspedes a um
grande risco. Em artigo anterior conversamos a respeito de conscientização dos riscos em ambientes
diferenciados, especificamente, chamamos a atenção para os projetos de Sistemas de Detecção e Alarme de
Incêndio para HOSPITAIS. É importante ressaltar que existem outros ambientes onde os riscos também são
muito elevados em função das características da edificação.
Tomemos como exemplo um tipo de edificação cujo número está em crescimento explosivo
atualmente e, segundo as previsões e as informações passadas pelos investidores, deverá triplicar ou
quadruplicar até o quarto trimestre de 2012: os HOTÉIS.
Estes edifícios possuem características muito próprias devido ao fim a que se destinam; assim, é
incrível que pouca ou nenhuma atenção seja dada para o correto planejamento e projeto dos Sistemas de
Proteção contra Incêndio. Estatísticas internacionais comprovam o número elevado de incidentes quase
diários nos hotéis e motéis, não contando com os incêndios de médio e grande porte que, estes sim, são de
interesse da mídia, portanto, sempre alardeados com toda a pompa pelas grandes redes de televisão.
Os incidentes menores, porém, que representam o mesmo potencial de perigo que os incêndios
anunciados (pois, na verdade, todos começam pequenos e quase despercebidos, como qualquer incêndio que
se preze), são um constante pesadelo dos gerentes e responsáveis pela segurança de um hotel, seja ele de seis
estrelas ou um típico hotel para turistas de fim de semana.
As grandes redes hoteleiras, que possuem o seu próprio departamento de engenharia, sabem muito bem
o nível de risco de um hotel, pois têm um banco de dados referentes aos chamados incidentes, de fazer inveja
a muitas empresas prestadoras de serviços de dados por computador.

Estas informações mostram claramente os seguintes perigos potenciais no hotel:


– Em primeiro lugar, o próprio hóspede.
– Sistemas elétricos e de energia em geral.
– Incêndios intencionais ou criminosos.
– Sistemas de aquecimento e/ou refrigeração (ar condicionado).
– Cozinhas.
– Outros e/ou de origem desconhecida.

O risco de incêndio nestas edificações é determinado pela carga de fogo nos quartos, nas áreas do
prédio.
Ou seja, a carga de fogo num hotel pode ser classificada de “baixa” a “média”, dependendo do tipo da
construção, decoração e carpetes, se o prédio é antigo ou novo e assim por diante. Outro risco elevado é
representado pelas reformas, pois geralmente a carga de incêndio é alterada drasticamente devido a mudança
dos móveis, cortinas e demais equipamentos típicos de um hotel.

Outro item que desbalanceia completamente a carga inicial ou prevista, são as atividades paralelas e
intermitentes como congressos, seminários, mostras ou feiras. Assim, estas edificações sofrem alterações
muito grandes durante a sua vida normal, ou seja, qualquer projeto de Sistema de Proteção contra Incêndio,
que não leve em consideração todos estes fatores, sem dúvida nenhuma, não irá ser adequado nem dará as
condições mínimas para que seja feita uma cotização decente, nem permitirá ao cliente, ou seja, ao hotel,
escolher o sistema e os equipamentos mais adequados para o seu caso.

Riscos de Incêndio - Os riscos de incêndio provêm basicamente da quantidade de fontes de possíveis


ignições e carga de elementos combustíveis que se encontram num determinado ambiente, área ou edificação
somadas à probabilidade destas ignições ocorrerem. Em hotéis, o perigo de incêndio praticamente está em
toda parte, como exemplo podemos citar como principais causas e/ou fontes de princípios de incêndio:

1 - ÁREAS COMUNS – Os incêndios são resultados de:


· Falhas elétricas que ocorrem nos sistemas de alimentação, motores, ventiladores, aquecedores elétricos,
iluminação, transformadores, curto circuitos, sobrecargas, etc.
· Manutenção e reparações, nestes casos resultantes de soldas elétricas, chamas de maçaricos, pinturas, etc.
· Má limpeza, o que leva ao acúmulo de sujeira, resíduos e pós diversos nos dutos de ventilação e ar
condicionado, produtos combustíveis guardados impropriamente, nas cozinhas, lixeiras, nos depósitos, etc. ·
Incêndios intencionais e sabotagem – estes atos são um sério risco para incêndios além de difíceis de
prever. Os atos propositais de pôr fogo podem ser provenientes tanto dos funcionários como dos hóspedes e
podem ter as mais estranhas e diferentes motivações.
· Descuido – pode ser devido à negligência de não desligar equipamentos elétricos, utilização de material
inflamável (produtos para limpeza, pintura, etc.) e apagar cigarro ou semelhantes.
· Decoração temporária, típica nos casos de eventos como festas e congressos.
· Combustão espontânea de produtos inflamáveis como resíduos de materiais empregados na limpeza
(pedaços de panos), estopas, etc.
Descuido com fumo Fumo na cama 13%
Outros lugares 22%
Origem elétrica Instalações 15%
Motores e equipamentos 4%
Equip. de aquecimento e cozinha 8%
Proposital/sabotagem 13%
· Queda de raios, incêndios resultantes de os mesmos atingirem a edificação diretamente ou caírem próximo

Falhas e defeitos no aquecedor central/caldeira 1%


Falhas e defeitos no aquecimento tipo a gás 3%
Outros 3%
à mesma.
· Reformas, acúmulo temporário de quantidades de materiais combustíveis acima do normal.

2 - QUARTOS DE HÓSPEDES – Incêndios resultado de:


· Ato de fumar, principalmente quando o hóspede o faz deitado na cama e sob influência de álcool e/ou
drogas. Aliás é importante destacar que de acordo com as estatísticas esta é umas das principais razões de
princípios de incêndios em hotéis e o número está aumentando de maneira alarmante.
· Utilização de equipamento elétrico, como ferros de passar, barbeadores elétricos, aquecedores, secadores
de cabelo, rádios, relógios elétricos, carregadores de baterias, etc., não compatíveis com a voltagem da
alimentação elétrica do quarto, ou defeitos no próprio aparelho. · Negligência no uso de aparelhos elétricos
ou eletrônicos, especialmente descuido ou esquecimento de desligar os mesmos ao deixar o quarto.

Causas de Princípios de Incêndio - Como informação inicial para podermos desenvolver o raciocínio neste
artigo e nos subsequentes, vamos mostrar abaixo alguns dados estatísticos que fazem parte de relatórios
sobre incêndios e princípios de incêndios de algumas redes internacionais de hotéis. Os dados estão baseados
em levantamentos feitos durante um ano em diversas regiões, portanto podem ter alguma variação de país
para país e/ou de uma para outra cadeia de hotéis:

Causas de Incêndios – Porcentagem


Sistemas de aquecimento
Como exemplo gritante: a quantidade de sistemas de proteção contra incêndio, principalmente

Equipamentos de cozinha
Resíduos em panelas 7%

Outras causas

Lixo, faíscamentos 3%
Combustão espontânea 1%
Defeitos em instalações de gás 1%
Causas desconhecidas 3%
sistemas de detecção e alarme, é incrivelmente baixa, considerando o número de hotéis já existente e os em
fase de construção. É importante ressaltarmos que os dados acima não representam um retrato fiel dos
problemas no Brasil, pois as estatísticas no nosso país são muito falhas e, evidentemente, a porcentagem
pode variar em função das nossas características locais, como: manutenção muito precária, baixo índice de
qualidade de mão de obra, pouca ou nenhuma especialização de funcionários dos próprios hotéis ou das
terceirizações, falta de treinamento e nível educacional ruim.

Capítulo 7
Prevenção de Incêndio Aplicado a Hotéis
Embora os hotéis, de um modo geral, estejam sujeitos aos mesmos riscos e causas de acidentes de
outras atividades comerciais, existem fatores específicos que afetam, em maior grau, a segurança das
pessoas, dos quais destacamos:
• o desconhecimento das instalações e dos espaços por parte dos ocupantes;
• o estado usual de despreocupação dos hóspedes, que estão dormindo ou descontraídos, na maior parte do
tempo em que permanecem no hotel;
• a grande dimensão dos locais com presença de grande número de pessoas; • os riscos adicionais
representados por congressos, exposições e celebrações.
Mesmo óbvios, esses riscos nem sempre são considerados apesar da sua importância na formulação
de um conceito de proteção e segurança. Eles influenciam desde o arranjo dos espaços básicos, incluindo as
vias de acesso, a mobília e a decoração, até os procedimentos operacionais que norteiam o gerenciamento
do hotel.

Princípios Básicos de Prevenção Contra Incêndio em Hotéis


Apesar de não ser o único risco presente, o incêndio é o mais comum e que tem maior potencial de danos às
pessoas e bens, sendo portanto, o tópico principal de qualquer plano de prevenção aplicado a hotéis. O
conceito de risco protegido para a atividade hoteleira incorpora quatro princípios básicos que sintetizam as
medidas preventivas discutidas neste texto:

1. Reduzir os riscos de incêndio (fontes de ignição)


2. Prevenir a propagação do fogo e da fumaça
3. Assegurar meios seguros de escape a todos os ocupantes
4. Facilitar a intervenção das equipes de socorro e dispor de equipamentos adequados para o combate a
incêndio.

1. Reduzir os Riscos de Incêndio


Significa reduzir as fontes potenciais que possam ocasionar incêndios. A alta incidência de acidentes
em instalações elétricas requer cuidados importantes na especificação, bem como na manutenção das
instalações e dos equipamentos elétricos. A utilização de materiais de acabamento incombustível é outro
fator fundamental em relação à integridade e segurança dos prédios.
 Utilizar fatores de segurança mais rigorosos no dimensionamento dos sistemas elétricos. Toda a fiação
deve ser necessariamente embutida em conduítes metálicos e protegida de outras tubulações. Conduzir
inspeções semanais para prevenir qualquer irregularidade nas instalações;
 Dar preferência a acabamentos incombustíveis nas unidades habitacionais e áreas sociais, descartando
totalmente o uso de materiais plásticos e preferindo sempre cortinas e forrações feitas com fibras
antichamas (auto-extinguíveis);
 Eliminar ou reduzir ao mínimo o uso de equipamentos de aquecimento elétrico na cozinha (fritadeiras,
fornos e estufas). Se forem absolutamente necessários, equipá-los com controles redundantes para corte
de emergência por alta temperatura (termostatos);
 Não admitir mais de uma central de abastecimento de gás (GLP), evitando a disposição de baterias de
cilindros em diferentes locais. A central deve ficar instalada em local ventilado, de fácil acesso e ser
continuamente supervisionada;
 Limpar semanalmente os filtros das coifas de exaustão da cozinha. Cuidados especiais devem ser
tomados para não se utilizar solventes inflamáveis na limpeza dessas coifas, pisos e fogões, mas sim
vapor ou água quente com detergente;
 Evitar a instalação/utilização de aparelhos elétricos portáteis como, aquecedores e ferros elétricos nas
unidades habitacionais. Os aparelhos elétricos considerados essenciais como: secador de cabelos e
pranchas elétricas para roupas deverão ter sua utilização restringida a locais de instalação previamente
definidos. Exemplificando esse tipo de restrição, citamos a instalação de secador de cabelos fixado a
paredes do banheiro e com cordão de alimentação diretamente ligado à rede elétrica sem a utilização de
tomada/pino;
 Proibir que se fume nas cozinhas, depósitos, lavanderias e outras áreas de serviços;
 Usar somente cinzeiros de vidro ou metal nas ocupações internas do hotel, os quais devem ter dimensões
e formatos adequados que evitem a queda de cigarro;
 Equipar o hotel com sistema efetivo de proteção contra descargas atmosféricas.

2. Prevenir a Propagação do Fogo e da Fumaça


Há inúmeros fatores que podem favorecer a propagação de um incêndio, razão pela qual é tão
importante se incorporar conceitos de separação e compartimentação nas diversas ocupações, com o
propósito de isolar e confinar eventuais fogo e fumaça à menor área possível. É sempre importante lembrar
que a maioria das mortes ocorridas em incêndios em hotéis tem sido causada por fumaça e gases tóxicos,
mais do que pelo incêndio em si. Prevenir a propagação inclui medidas tais como:

 Áreas de riscos (cozinhas, depósitos, oficinas, casa de caldeiras, lavanderia, etc.) devem ser
instaladas em ocupações isoladas das unidades habitacionais, quer seja em prédios distintos ou separadas por
paredes corta-fogo (mínimo 2 horas de resistência);
Compartimentar corredores maiores de 30m, por meio de portas corta-fogo encaixadas em batentes
estanques e equipadas com dispositivos de fechamento automático;
 Selar túneis e passagens de tubulações (horizontais e verticais) com materiais corta- fogo (“fire
stopping”) para evitar a propagação através de espaços confinados;
 Equipar as escadas de emergência com sistemas de pressurização para evitar entrada de fumaça,
observando que as portas corta-fogo devem estar encaixadas em batentes estanques e mantidas fechadas por
meio de dispositivo automático. Da mesma forma, os apartamentos devem ser equipados com porta à prova
de fumaça e resistência ao fogo mínima de 30 minutos;
 Prover os sistemas de ar condicionado com dispositivos de desligamento automático, sendo que os
dutos idealmente deveriam ter registros de seccionamento. Isso evitará a propagação da fumaça por todo o
edifício através de dutos de ar condicionado;
 Espaço maiores tais como: átrio, anfiteatros e centros de convenções, devem ser providos dos meios
adequados para exaustão da fumaça através de clarabóias ou exaustores (conectados ao gerador de
emergência);
 Evitar o uso de espuma de poliestireno expandido (Isopor) e poliuretano no isolamento térmico de
dutos de ar, dando preferência à utilização de materiais à base de lã de vidro ou lã de rocha.

3. Assegurar Rotas de Fuga


Qualquer plano de escape de emergência requer, inicialmente, um meio eficaz para o
desencadeamento do processo, seguido da necessidade de haver rotas seguras para fuga das pessoas e ainda
um local para onde possam se dirigir e receber assistência. Para isto um hotel deve dispor de:
 Um sistema automático de alarme e detecção de incêndio em todas as áreas sociais, sendo também
desejável nas unidades habitacionais, com disparo setorial, para evitar o alarme generalizado. Detectores de
fumaça (iônicos ou ópticos) são os mais indicados para cumprir essa função, com central de alarme prevista
na sala de segurança;
 Um sistema de voz para alertar e orientar as pessoas sobre procedimento de escape. O mesmo deve
ser audível em todas as áreas, inclusive nos apartamentos. A central telefônica deve possuir recursos de
despertador simultâneo setorizado;
 Instruções de emergência (em dois idiomas) fixadas em local visível dentro dos apartamentos;
 Rotas de fuga sinalizadas em todos os corredores e áreas sociais (restaurantes, salas de convenções,
bares e clubes) utilizando, preferencialmente, pictogramas luminosos. Todas as salas com ocupação superior
a 20 pessoas devem ter sempre mais de uma saída;
 As portas de qualquer sala, auditório ou apartamento devem sempre abrir na direção da saída e ser
providas de barra anti-pânico;
 Iluminação de emergência em todos os corredores e saídas dos prédios. Idealmente, o hotel deve
dispor de um gerador diesel com partida automática para essa finalidade;
 O sistema de alarme deve ser testado semanalmente, e o de detecção a cada 3 meses;
 Treinamento intensivo do plano de evacuação do hotel envolvendo todos os funcionários, os quais
devem estar capacitados para saber o que fazer em uma situação de emergência. Isto inclui simulações de
escape a cada 6 meses para atualização do plano. Especial atenção deve ser dada à equipe da recepção – a
interface mais importante entre o hotel e os hóspedes –, que deve estar muito bem preparada para orientar
sobre os procedimentos de emergência.

4. Facilitar o Combate a Incêndio


Todo hotel deve dispor de proteções a incêndio que garantam a estabilidade do edifício pelo tempo
necessário para a total evacuação de seus ocupantes. Isto inclui desde o acesso facilitado às equipes de
auxílio até os recursos necessários para o controle do fogo e da fumaça. Os critérios de proteção são
definidos em função do tipo e do arranjo das construções, sendo mais rigorosos para edifícios elevados e
menos para construções horizontalizadas. Idealmente, os seguintes recursos de proteção devem ser
considerados:

 Sistemas automáticos de sprinklers nas unidades habitacionais e nas áreas sociais e de serviços.
Podem ser seletivos, mas absolutamente prioritários para cozinhas e depósitos;
 Sistemas automáticos de sprinklers nas unidades habitacionais e nas áreas sociais e de serviços.
Podem ser seletivos, mas absolutamente prioritários para cozinhas e depósitos;
 Uma rede de incêndio com reserva de água exclusiva (mínimo de 2 horas de combate ao fogo) e
hidrantes posicionados nos corredores, acessos a escadas e hall de todos os prédios do hotel;
 Extintores manuais de incêndio instalados em todas as ocupações, de forma a serem acessíveis em
distâncias nunca superiores a 15 metros;
 Geradores de emergência para manter operacionais os sistemas de escape e de proteção, sendo
indispensáveis para prédios elevados acima de 4 pisos;
 Vias exclusivas e desbloqueadas de acesso a bombeiros e equipes de resgate, que não devem conflitar
com as rotas de fuga. Edifícios com mais de 4 pisos devem disponibilizar um dos elevadores exclusivamente
para os bombeiros, o qual deverá estar conectado ao gerador de emergência;
 Plano de contingência por escrito, atualizado e endossado pela gerência do hotel;
 Treinamento dos funcionários, capacitando-os para as primeiras ações de combate ao incêndio.
Mecânicos, operadores de máquinas e pessoal de cozinha requerem treinamento especial voltado às suas
áreas de risco.

Histórico de Incêndios em Hotéis

POSTADO 25 25AMERICA/SAO_PAULO JULHO 25AMERICA/SAO_PAULO


2019 BLOG SCI
Após mais de 3h, bombeiros controlam incêndio que destruiu hotel na Serra da Mantiqueira
Foram retirados 15 hóspedes do local, sendo 11 adultos e quatro crianças, além de funcionários. Nenhum
deles estava ferido. Equipes do Corpo de Bombeiro levaram mais de 3h para controlar.

POSTADO 12 12AMERICA/SAO_PAULO FEVEREIRO 12AMERICA/SAO_PAULO


2019 BLOG SCI
Incêndio em hotel de Nova Déli, na Índia, deixa mortos e feridos
Prédio foi reservado por uma família que estava na capital indiana para uma festa de casamento. Dezessete
pessoas morreram e três ficaram feridas em um incêndio, que levou quase quatro … Continue
lendoIncêndio em hotel de Nova Déli, na Índia, deixa mortos e feridos
POSTADO 19 19AMERICA/SAO_PAULO OUTUBRO 19AMERICA/SAO_PAULO
2017 BLOG SCI
Incêndio destrói hotel de luxo em Mianmar e deixa um morto
Ao menos duas pessoas ficaram feridas e 140 hóspedes foram evacuados do local NAYPYIDAW, Mianmar
— Grande incêndio deixou ao menos uma pessoa morta, duas feridas e destruiu um hotel.

Incêndio em hotel mata 11 e fere 75 pessoas no Paquistão


Fogo começou de madrugada na cozinha de hotel quatro estrelas Onze pessoas morreram e 75 ficaram
feridas nesta segunda-feira (5) em um incêndio em um hotel na cidade de Karachi.

Curto-circuito causou incêndio em hotel de Dubai no Ano Novo


Dubai – Um curto-circuito foi a causa do incêndio no hotel The Address Dowtown de Dubai, na noite do
último dia 31 de dezembro/2016

Hotel histórico é destruído por incêndio no Reino Unido

Seis pessoas tiveram ferimentos leves e um foi transportado para o hospital com dificuldades
respiratórias
Um hotel histórico de estilo vitoriano, em Eastborne, na Inglaterra, ficou tomado por chamas depois
de um incêndio atingir o subsolo do edifício. O Claremont Hotel foi evacuado depois do fogo começar por
volta das 8h50, bem como o Pier Hotel, nas imediações.
No local estiveram cerca de 60 bombeiros e 12 viaturas. Foi necessário o atendimento a seis pessoas
devido a pequenos ferimentos, mas apenas um foi transportado para o hospital por ter dificuldades em
respirar, segundo o serviço de ambulância, informação confirmada pela BBC.
As chamas se alastraram para as janelas e telhado do edifício que tinha sido construído entre 1851 e
1855.
Todos os que se encontravam no hotel quando o fogo começou foram contabilizados pelos bombeiros
e os habitantes locais foram aconselhados a manter as janelas e portas fechadas.
"O edifício ficou seriamente danificado e vai precisar ser examinado por especialistas antes de ser
tomada uma decisão sobre o seu futuro", explicou um porta-voz dos bombeiros, após o controle das chamas.
O Claremont conseguiu organizar a volta para casa para todos os hóspedes e entrou em contato com
todos os tinham reservas futuras.

Acreditamos que muitas empresas hoteleiras possam melhorar consideravelmente o seu padrão de
segurança sem grandes investimentos, reduzindo consequentemente o potencial de exposição aos riscos de
incêndio. A implantação de um plano de ação para melhoria do risco associado a uma boa formação do
pessoal operacional pode ser um passo decisivo na busca da situação ideal.

Capítulo 8
Eventos em casas noturnas: medidas de segurança essenciais

Segurança é fundamental em qualquer lugar, seja em casa, na rua, no trabalho ou durante o lazer.
Quando se trata especificamente deste último caso – eventos em casas noturnas, espetáculos e outras
atividades culturais, mais que fundamental, a segurança precisa estar rigidamente em conformidade com as
exigências da lei e determinações das autoridades.
As principais regras de segurança nesse sentido estão estabelecidas pela Lei 13.425/2017. Nela
estão
contidas as normas sobre segurança, prevenção e proteção contra incêndios em estabelecimentos onde há
aglomeração de pessoas.
A lei foi promulgada com o objetivo de tornar mais rígidas as medidas de segurança a serem
seguidas por autoridades e proprietários de estabelecimentos após o incêndio da boate Kiss, ocorrido em
Santa Maria (RS), em 2013. Em janeiro daquele ano, o fogo tomou conta da boate após um sinalizador ter
sido disparado dentro do local. O incêndio provocou a morte de 242 pessoas e deixou 680 feridos.
Veja, a seguir, o que determina a lei e conheça também medidas de segurança adicionais
necessárias
para eventos em casas noturnas.

Segurança para eventos em casas noturnas: o que diz a lei


A Lei 13.425/2017, mencionada acima, traz regulamentações relativas a dois pontos cruciais para a
realização de eventos em casas noturnas: o alvará e a vistoria.

Alvará - É desnecessário dizer que o alvará é imprescindível para a realização de eventos e para garantir a
segurança dos mesmos. Porém, a lei de 2017 adiciona novas exigências relativas ao documento.
Todo estabelecimento deve divulgar o alvará na entrada do estabelecimento, bem como a
capacidade máxima de pessoas permitida no local. Além disso, estabelecimentos que têm um site também
devem disponibilizar online o alvará e outros documentos correlatos. Mais que isso, conforme determina a
lei, esta divulgação no site deve ser feita de forma destacada.
Vistoria - Assim como o alvará, a vistoria também é indispensável para a segurança de eventos em casas
noturnas e eventos em geral. É através dela que é possível verificar se estão sendo cumpridas as normas de
prevenção e combate a incêndio e outros tipos de acidentes estabelecidas pela legislação municipal e/ou
estadual.

Com a lei aprovada em 2017, as exigências para este procedimento abrangem eventos com
ocupação
simultânea potencial ou superior a cem pessoas. Além disso, a regra vale não só para casas noturnas como
para quaisquer estabelecimentos de comércio ou serviços e áreas de reunião de público que sejam cobertas
ou descobertas, cercadas ou não.
É também obrigatória a vistoria para eventos ou estabelecimentos com ocupação simultânea
potencial inferior a cem pessoas caso eles sejam ocupados predominantemente por idosos, crianças ou
pessoas com dificuldade de locomoção e também quando houver uma grande quantidade de material
altamente inflamável em seu interior.

Outras medidas de segurança cabíveis


Além de cumprir com as determinações da lei, a realização de eventos em casas noturnas deve adotar
também outras medidas de segurança para garantir a integridade das pessoas.

Gestão e controle de público - A gestão e o controle de público não diz respeito somente à observância da
lotação máxima do evento. É importante considerar também:
• A contratação de uma equipe de segurança, que irá atuar na vigilância, de modo a prevenir tumultos,
conter possíveis confusões, realizar revistas e monitorar o acesso a áreas abertas e bloqueadas do
estabelecimento
• A definição de uma política de itens permitidos e proibidos dentro do estabelecimento, cuja
verificação será feita durante a revista, como forma de coibir a entrada de objetos e substâncias que
possam ameaçar a segurança das pessoas.

Equipamentos - É importante também contar com uma gama ampla de equipamentos e recursos diversos
destinados ao combate a incêndios e outros tipos de incidentes.
• Não é preciso mencionar a necessidade dos extintores em eventos em casas noturnas como medidas
de segurança. Mas é importante respeitar a quantidade de extintores no local, o que será definido na
vistoria, bem como a quantidade ideal para cada tipo de fogo – aquele provocado por líquidos
inflamáveis, por equipamentos elétricos e por combustíveis
• Os alarmes de incêndio também são indispensáveis e podem tanto ser do tipo que é acionado
manualmente quanto os que são acionados automaticamente quando há detecção de fumaça.
Dependendo da legislação estadual ou municipal, um ou outro tipo pode ser obrigatório
• É possível também contar com dispositivos de extração de fumaça que são instalados no teto para
garantir que o ar circule e que a fumaça dissipe, caso seja necessário
• Outro equipamento importante é o sprinkler, que também é instalado no teto e dispara água quando
há um aumento da temperatura no local
• A criação e a sinalização de saídas de emergência também é primordial. A quantidade de saídas é
determinada por visitas técnicas, tendo em vista as particularidades do local. Elas devem ser bem
visíveis e expressar claramente sua função. As saídas podem ter portas do tipo corta-fogo, ou seja,
feitas de materiais não-inflamáveis, o que impede a passagem das chamas, garantindo maior
segurança
Boate Kiss desrespeitou normas básicas de segurança
Além das causas da tragédia, a polícia terá de apurar porque autoridades diminuem a importância de
problemas estruturais considerados graves por especialistas - 29/01/2013 - 05h01min - Atualizada em
29/01/2013 - 05h01min

A festa - Chamada de "Agromerados", a festa voltada para estudantes da Universidade Federal de Santa
Maria (UFSM) começou às 23h de sábado. O evento era de acadêmicos dos cursos de Agronomia, Medicina
Veterinária, Tecnologia de Alimentos, Zootecnia, Tecnologia em Agronegócio e Pedagogia. Segundo
informações do site da
casa noturna, os ingressos custavam R$ 15 e as atrações eram as bandas "Gurizadas Fandangueira", "Pimenta
e seus
Comparsas", além dos DJs Bolinha, Sandro Cidade e Juliano Paim.

Com apenas uma porta para entrada e saída, fachada da boate teve buracos abertos para facilitar o resgate de vítimas

Não dispor de uma saída de emergência adicional era o primeiro item de várias normas básicas de
segurança contra incêndios desrespeitadas pela boate Kiss.
Para assegurar o curso das investigações sobre o incidente que resultou na morte de mais de 230
pessoas,
a Polícia Civil cumpriu, ontem, mandados de prisão temporária dos dois proprietários da casa noturna e de
dois músicos da banda Gurizada Fandangueira.

Além das causas da tragédia, a polícia terá de apurar porque autoridades diminuem a importância de
problemas estruturais considerados graves por especialistas.
A Kiss tinha apenas uma porta, que funcionava como entrada e saída. O Corpo de Bombeiros
considera
desnecessária a existência de uma segunda saída, mas a porta de emergência é considerada obrigatória pela
Norma 9.077 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que baliza as legislações contra
incêndio de Santa Maria e do Estado. José Carlos Tomina lidera o Comitê Brasileiro de Segurança contra
Incêndio - grupo que, na ABNT, elaborou as 64 normas de prevenção e combate a incêndios vigentes no
país.
- A norma em questão não prevê nenhuma possibilidade daquela casa noturna estar funcionando
com
apenas uma saída, não importa o tamanho da porta - afirmou.
É necessário, também, que a saída adicional fique do lado oposto ao principal. Para ele, a casa
falhava em
itens básicos de segurança, como iluminação de emergência.

O QUE NÃO ATENDIA ÀS REGRAS NA KISS

Sinalização e iluminação de emergência


- A casa noturna deveria contar com iluminação de emergência com alimentação independente à rede
elétrica, para permitir que as pessoas conseguissem se dirigir às saídas. Informações de sobreviventes
indicam que, se existia o sistema, ele não funcionou. Os textos e símbolos de sinalização são obrigatórios e
devem ter, de preferência, cor branca sobre fundo verde-amarelado, para melhor visualização através da
fumaça, admitindo-se o uso da cor vermelha. Vítimas relatam que tiveram dificuldade de se orientar, o que
pode indicar a ausência ou deficiência no sistema de sinalização.

Corredores de escape
- Nenhum corredor de acesso às saídas pode ter largura inferior a 1m e 10cm. A largura é calculada para
permitir que em cada corredor seja possível a passagem de duas filas de pessoas, cada uma ocupando 55
centímetros de espaço. Nessas condições, conforme a norma, 60 a 100 pessoas poderiam sair do local a cada
minuto. Se a boate tivesse seis metros de portas, seria possível a saída de até 600 pessoas por minuto. A
evacuação do local, portanto, poderia ser feita em menos de três minutos.

Sistema de alarmes
- Em qualquer emergência em local público deve ser acionado um sistema de alarme. O aviso deve ser
coordenado, com comunicação de rádio entre os seguranças. Na boate Kiss, enquanto um segurança
combatia o foco do fogo com um extintor de incêndio, outro funcionário da mesma equipe barrava as
pessoas na saída. A comunicação entre a equipe de segurança é fundamental em casos de emergência.

Revestimento acústico
- O artigo 17 da lei municipal de Santa Maria veda o uso de material "de fácil combustão e/ou que desprenda
gases tóxicos em caso de incêndio" em revestimento de casas noturnas. Autoridades que estiveram no
interior da Kiss afirmam que o revestimento acústico não era adequado e foi todo consumido pelo fogo. A
Polícia Civil terá de apurar como o uso do material não foi questionado pelos responsáveis pela vistoria.

Portas de saída
- A boate Kiss deveria ter pelo menos duas saídas distintas. Considerando a área do estabelecimento, 615m²,
a soma da largura das portas não poderia ser menor do que seis metros - ou seja, duas portas de três metros.
A boate, no entanto, tem só uma porta, para entrada e saída, que, totalmente aberta, chega a apenas três
metros. Só estabelecimentos enquadrados como bar podem ter uma porta - mesmo assim, pode-se exigir
mais de um acesso em casos de bares com mais de um andar ou de grande extensão.

A tragédia

O incêndio na boate Kiss, no centro de Santa Maria, começou entre 2h e 3h da madrugada de domingo,
quando a banda Gurizada Fandangueira, uma das atrações da noite, teria usado efeitos pirotécnicos durante a
apresentação. O fogo teria iniciado na espuma do isolamento acústico, no teto da casa noturna.

Sem conseguir sair do estabelcimento, mais de 200 jovens morreram e outros 100 ficaram feridos.
Sobreviventes dizem que seguranças pediram comanda para liberar a saída, e portas teriam sido bloqueadas
por alguns minutos por funcionários.

A tragédia, que teve repercussão internacional, é considera a maior da história do Rio Grande do Sul e
o maior número de mortos nos útimos 50 anos no Brasil.

Veja onde aconteceu

A boate - localizada na Rua Andradas, no centro da cidade da Região Central, a boate Kiss costumava sediar
festas e shows para o público universitário da região. A casa noturna é distribuída em três ambientes - além
da área principal, onde ficava o palco, tinha uma pista de dança e uma área vip. De acordo com o comando
da Brigada Militar, a danceteria estava com o plano de prevenção de incêndios vencido desde agosto de
2012.
Capítulo 9
Inspeção do Sistema de Combate a Incêndio

A inspeção do sistema de combate a incêndio consiste em avaliar visualmente todos os critérios


que garantem o correto funcionamento do sistema em casos de emergência, tais como o estado de
conservação das linhas hidráulicas, funcionamento e estado de conservação das bombas de incêndio,
funcionamento dos detectores de fumaça e acionadores manuais, abrangência e funcionamento do sistema de
iluminação de emergência, existência e estado de conservação de sinalização de emergência, o estado de
conservação e funcionamento de ventiladores de pressurização e de extração de fumaça (quando aplicável),
estado de conservação e manutenção dos extintores e mangueiras, instalação e estado de conservação do
sistema de sprinkler e verificação de projetos.
Uma inspeção do sistema de combate a incêndio tem como embasamento as normas que definem
parâmetros para projetos, instalações e abrangência do sistema, tais como NBR 9077, NBR 10898, NBR
11742, NBR 12693, NBR 12779, NBR 13434, NBR 17240, dentre outras que são de extrema importância.

POR QUE FAZER UMA INSPEÇÃO DO SISTEMA DE COMBATE A INCÊNDIO?


A inspeção do sistema de combate a incêndio tem como objetivo garantir que os equipamentos e
instalações estejam em perfeito estado de operação para atender a situações de emergência, de modo a
possibilitar o salvamento de vidas e a retirada das pessoas que podem estar em risco em casos de sinistro.
Uma avaliação em eventos de grande repercussão detecta que em 99% das ocorrências os acidentes de
incêndio ocorreram por falhas nos sistemas de combate a incêndio.

ROTEIRO DE INSPEÇÃO PREDIAL DO SISTEMA DE COMBATE A INCÊNDIO


Elaborado por: PAULO CHAVES DE ARAÚJO (Ten. Cel. Res. do Corpo de Bombeiros de São Paulo).

Ao iniciar uma inspeção predial de proteção contra incêndio o profissional deve fazer no mínimo as
seguintes perguntas:
•O prédio possui AVCB com validade em dia?
. A inspeção deve prosseguir, tenha ou não tenha o prédio o AVCB, a fim de inspecionar no mínimo as
seguintes medidas de segurança contra incêndio:

Medida 01 - Plano de Emergência. O prédio possui procedimentos ou plano de emergência contra


incêndio em conformidade com a Norma ABNT NBR 15.215 e com o RT do Corpo de Bombeiros do seu
estado? Se não possui, sugerir providenciar.
O plano de emergência contém uma rotina de inspeção visual diária da central de detecção e alarme
de incêndio, em conformidade com o que recomenda o manual do fabricante do equipamento?
Contém uma rotina de inspeção periódica do sistema de detecção e alarme de incêndio, em conformidade
com a Norma ABNT NBR 17240? Contém os principais procedimentos para os participantes da equipe de
abandono (Orientador de saída; Vistoriador e Coordenador da equipe de abandono do andar) ? Contém o
ponto de encontro?
Medida 02 – Sistema de detecção e alarme de incêndio.
Possui sistema de detecção e alarme de incêndio em conformidade com a Norma ABNT NBR
17240 e em conformidade com o RT do Corpo de Bombeiros local?

Se possui, o inspetor deve: Central de detecção e alarme de incêndio: Efetuar a inspeção visual
diária, em conformidade com o que recomenda o manual do fabricante do equipamento, conforme previsto
no plano de emergência e inspecionar os demais equipamentos que fazem parte do sistema tais como
acionadores manuais, detectores de calor e de fumaça e avisadores sonoros e visuais (sirenes).

Medida 03 - Sistema de comunicação interna.


Testar o funcionamento do sistema de interfones, quando houver.

Medida 04 - Brigada de incêndio.


O prédio possui Brigada de Incêndio em conformidade com a NBR 14276 e com o RT do Corpo de
Bombeiros local? Se possui o inspetor deve avaliar o conhecimento de um ou mais brigadistas em
conformidade com o RT do Corpo de Bombeiros local.

Medida 05 - Bombeiro Civil.


O prédio possui Bombeiro Civil, em conformidade com a Norma ABNT NBR 14608 e em
conformidade com o RT do Corpo de Bombeiros local? Se possui o inspetor deve avaliar o conhecimento de
um ou mais bombeiros em conformidade com o RT o Corpo de Bombeiros local.

Medida 06 - Saídas de emergência.


O prédio possui saídas de emergência, sinalizadas e iluminadas em conformidade com a Norma
ABNT NBR 9077 e em conformidade com o RT do Corpo de Bombeiros local? Se possui, o inspetor deve
vistoriar todas as saídas para: •Verificar se há algum material que possa obstruir a saída das pessoas;
•Verificar fechamento e vedação das portas corta fogo;
•Verificar as condições do selo de certificação de conformidade das portas corta fogo;
•Verificar as condições de funcionamento do eletroímã das portas corta fogo, quando houver;
•Verificar as condições da sinalização do andar, dentro e fora da escada de emergência, quando houver;
•Verificar as condições dos corrimãos; quando houver;
•Testar as condições de funcionamento das luzes de emergência no interior da escada e das rotas de fuga;
•Verificar as condições de funcionamento do sistema de exaustão de fumaça, quando houver;
•Verificar as condições de materiais combustíveis armazenados em locais impróprios tais como casa de
máquinas de elevadores, de ar condicionado e de geradores de emergências entre outros;
•Verificar as condições de vedação dos shafts, quando houver;

Medida 07 - Extintores de incêndio.


Os extintores estão em conformidade com a Norma ABNT NBR 15808, NBR 12692 e em
conformidade com o RT do Corpo de Bombeiros local? Estão em conformidade com as Portarias do
INMETRO?

Procedimento de fiscalização de extintores – Inmetro. Os extintores existentes são apropriados para o


risco de incêndio predominante no espaço próximo? Há em cada andar, no mínimo um extintor para
incêndio classe A e outro para incêndio Classe B e C?
Verificar as condições dos manômetros, lacres, travas de segurança, anel e selo de inspeção e
validade
do ensaio hidrostático dos extintores;
Verificar as condições de altura dos suportes, sinalização, capacidade extintora e acesso dos
extintores;

Medida 08 - Iluminação de emergência.


O prédio possui iluminação de emergência, em conformidade com a Norma ABNT NBR 10898 e
em
conformidade com o RT do Corpo de Bombeiros local? Se possui, o inspetor deve vistoriar e testar todas as
luminárias.

Medida 09 – Sistema de combate a incêndio por hidrantes.


O prédio possui sistema de combate a incêndio por hidrantes em conformidade com a Norma
ABNT NBR 13714 e em conformidade com o RT do Corpo de Bombeiros local? Se possui, o inspetor deve
vistoriar todos os hidrantes e: •Verificar as condições de sinalização, acesso, lacre e alarme, quando houver;
•Verificar as condições, comprimento e o tipo das mangueira em conformidade com a Norma ABNT NBR
11861, tipo I para edifícios residenciais e tipos, II, IV ou V para edifícios comerciais e industriais;
•Verificar o selo de inspeção, manutenção e ensaio hidrostático das mangueiras em conformidade com a
Norma ABNT NBR 12779;
•Verificar as condições dos anéis de vedação das juntas de uniões das mangueiras, adaptadores e esguichos;
•Verificar as condições de vedação das válvulas de abertura e fechamento dos hidrantes;
•Verificar as condições dos adaptadores, esguichos, acondicionamento das mangueiras e mangotinhos,
quando houver;
•Verificar as condições do barrilete, reserva de incêndio e da válvula de recalque (RR).

Medida 10 - Controle de materiais de acabamento.


Verificar se os materiais de acabamento e de revestimento empregados na edificação, vistoriada
atendem aos requisitos de restringir a propagação de fogo e o desenvolvimento de fumaça em conformidade
com a Norma ABNT NBR 9442.

Medida 11 - Chuveiros automáticos.


O prédio possui sistema de combate a incêndio por chuveiros automáticos em conformidade com a
Norma ABNT NBR 10.897 e em conformidade com o RT do Corpo de Bombeiros local? Se possui, o
inspetor deve testar a abertura e fechamento de todas as válvulas de governo existentes e verificar as
condições para livre atuação de cada chuveiro (bico).

Medida 12 - Inspeção visual em instalações elétricas de baixa tensão.


Fazer a inspeção visual na instalação elétricas de baixa tensão, em conformidade com a Norma
ABNT NBR 5410 e em conformidade com o RT do Corpo de Bombeiros local.
Inspecionar as condições da casa de máquinas do gerador de emergência a fim de verificar
principalmente as condições do dique de proteção do tanque de combustível, os extintores e se há a presença
de materiais combustíveis no local.

E q u i p a me n t o s e S i s t e m a s d a s I n s p e ç õ e s P e r i ó d i c a s d e i n c ê n d i o
1) Extintores de incêndio - Referência normativa:
- NBR-12962 – “Inspeção e manutenção em extintores de incêndio”.
Periodicidade:
- Mensal – verificação visual, em atendimento aos padrões da legislação vigente para todos os extintores de
incêndio;
- Semestral – verificação exclusiva para os extintores com carga de CO2, pelo processo de verificação da
massa (pesagem), de acordo com os padrões informados na legislação vigente.

2) Sistema de hidrantes - Referência normativa:


- NBR-13714 – “Sistemas de hidrantes e mangotinhos para combate a incêndio”.
Periodicidade:
- Mensal – verificação visual e de funcionamento do sistema, em atendimento aos padrões da legislação
vigente;

3) Sistema chuveiros automáticos – sprinklers - Referência normativa:

- NBR 10897 – “Proteção contra incêndio por chuveiro automático” – referência.


Periodicidade:
- Mensal – verificação visual dos sprinklers e do painel de comando para acionamento das bombas;

4) Sistema de pressurização das escadas - Referência normativa:


- IT13 (CBMSP) – “Pressurização de escada de segurança” - referência;
Periodicidade: - Semanal - verificação visual e teste de funcionamento do sistema.

5) Sistema de detecção e alarme de incêndio - Referência normativa:

- NBR-17240 – “Sistemas de detecção e alarme de incêndio”.

Periodicidade:
- Mensal – verificação visual de funcionamento dos acionadores manuais;
- Trimestral – teste de funcionamento de 25% dos detectores, 100% dos acionadores manuais, dos
sinalizadores (alarme sonoro e visual – se houver), da central do sistema de alarme e outros módulos
integrados.

6) Iluminação de emergência - Referência normativa:

- NBR-10898 – “Sistema de iluminação de emergência”.


Periodicidade:
- Mensal – teste em atendimento aos padrões da legislação vigente;

7) Portas corta-fogo - Referência normativa:

Periodicidade:
- Mensal – teste em atendimento aos padrões da legislação vigente;

8) Sinalização de emergência e de equipamentos de proteção e combate a incêndio Referência


normativa:
NBR-13434 – “Sinalização de segurança contra incêndio e pânico” Periodicidade:
- Mensal – verificação visual;

9) Sistema de Proteção Contra descargas Atmosféricas – SPDA - Referência normativa:


- NBR-5419 – “Proteção contra descargas atmosféricas” Periodicidade:
- Semestral – Inspeção no sistema;

10) Outros sistemas, tais como as Instalações Elétricas de Baixa Tensão - Referência normativa:

- NBR-5410 – “Instalações elétricas de baixa tensão” Periodicidade:


- Anual – Inspeção no sistema;
Capítulo 10
Proteção ativa e passiva contra incêndios: o que é e qual a diferença?
Quando o assunto é a proteção contra incêndios, existem dois possíveis sistemas de proteção: ativa e
passiva. Proteção Passiva Contra Incêndio (PPCI)
Os sistemas de PPCI servem para evitar que o incêndio se propague, bem como haja tempo suficiente para
que as pessoas possam evacuar o local com segurança e o Corpo de Bombeiros consiga resgatar as vítimas
para combater o fogo.
São obrigatórios os testes e aprovação dos sistemas de proteção passiva contra incêndios por laboratórios
com certificação nacional, como IPT/US, Unisinos ou internacionais, como UL Underwriters, Warrington
Certifire. Os sistemas de proteção passiva contra incêndios dizem respeito, portanto, a materiais e soluções
que ajudam a aumentar o tempo de resistência contra a ação do fogo e suas possíveis consequências. A
PPCI pode ocorrer de duas diferentes maneiras.

1. Vedação ou Compartimentação
O Firestop é a vedação ou compartimentação vertical e horizontal de shafts elétricos e hidrossanitários, além
da selagem de fachadas em pele de vidro.
Já nas indústrias, ele consiste na vedação ou compartimentação de aberturas horizontais ou verticais em
porões, galerias de cabos e salas elétricas.

2. Proteção Passiva em Estruturas Metálicas


O Fireprotection ou PFP (passive fire protection) é a proteção de estruturas metálicas. Ela se faz necessária,
pois esses materiais, em temperaturas elevadas (chegando a 550º), perdem sua resistência fazendo com que
haja um colapso.
Essa medida permite que essas estruturas resistam ao fogo por um determinado período que pode variar entre
30min, 60min, 90min ou 120min. Esse período é chamado de TRRF (Tempo Requerido de Resistência ao
Fogo).

Proteção Ativa Contra Incêndio (PACI)


Já os sistemas de PACI são equipamentos e medidas que tem como objetivo o combate imediato a um
incêndio já iniciado, visando evitar sua propagação. A extinção do fogo pode ocorrer de maneira
automática ou não, sendo alguns dos equipamentos os extintores, sprinklers, alarmes de incêndio e hidrantes.
Além destes equipamentos, há o sistema de sinalização, que são as saídas de emergência, rotas de fuga e
iluminação de emergência.
As medidas de proteção ativa devem ser elaboradas e aprovadas pelo Corpo de Bombeiros Militar do estado
em que o edifício está localizado.
O Corpo de Bombeiros ainda precisará fazer uma vistoria da obra para fornecer o AVCB (Auto de Vistoria
do Corpo de Bombeiros). Este documento é fundamental para que a prefeitura libere o prédio para seu
funcionamento.
Os principais sistemas de proteção ativa, são: a extinção manual e automática, a iluminação, a sinalização
de emergência e controle e movimento de fumaça.

Extinção manual/automática de incêndio Sistema Básico


São os extintores portáteis, que tem como principais características a portabilidade e facilidade de uso. São
utilizados para o combate do fogo no início do incêndio. Os componentes presentes nos extintores facilitam
o combate do fogo causado em diferentes materiais.

Sistema Fixo
São os sprinklers, que iniciam sua operação automaticamente ao serem ativados por um foco de incêndio,
liberando assim água para controlar o fogo ainda em seu estágio inicial. Sua ativação evita a propagação do
fogo, fazendo com que haja mais tempo de fuga.
Também fazem parte deste sistema, os hidrantes e mangotinhos, que funcionam sob comando, liberando
água no foco do incêndio, com vazão de acordo com o risco do local a ser protegido e objetivando controlar
o fogo em seu estágio inicial.

Sinalização e iluminação de emergência


É um sistema complementar que viabiliza a saída das pessoas que estão presentes no local onde o incêndio
está ocorrendo. Os pontos de iluminação devem ser instalados em todas as mudanças de direção e portas de
saída.

Controle de movimento de fumaça


É um sistema que inclui diferentes métodos, como: modificar o movimento da fumaça, facilitar a evacuação,
facilitar a identificação do foco do fogo e diminuir os riscos de inalação de gases.

Considerações finais
É importante reforçar que a proteção ativa e passiva contra incêndios são complementares. De um lado, a
passiva está ligada à proteção do local e do outro, a ativa está relacionada ao combate imediato do fogo.
Capítulo 11
Referências Normativas e Bibliográficas

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 15219: Plano de emergência


contra incêndio – Requisitos. Rio de Janeiro: ABNT; NBR ISO 31000: Gestão de Risco – Princípios e di-
retrizes. Rio de Janeiro: ABNT; NBR ISO 31010: Técnica de Análise de Risco. Rio de Janeiro: ABNT;
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Campos, André Telles. Conceição, André Luiz Santana. Manual de Segurança Contra Incêndio e Pânico –
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São Paulo: Projeto Editora, 2008.
CBPMESP, Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo. 2011. Instrução
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Brasília/DF. https://blog.previnsa.com.br/gerenciamento-de-riscos-veja-quais-sao-os-principais-
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https://www.youtube.com/watch?v=pECouYkdiig
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