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CEETEPS – CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA

“PAULA SOUZA”
ETEC DR. GERALDO JOSÉ RODRIGUES ALCKMIN
Técnico em Administração

INGRID DOS SANTOS


JÉSSICA FERNANDES BORGES VIEIRA
RAFAELA SANTOS DA SILVA

GESTÃO DA ENERGIA:

ANÁLISE DA SUSBTITUIÇÃO DE LÂMPADAS FLUORESCENTES


POR LED

TAUBATÉ – SP
2018
INGRID DOS SANTOS
JÉSSICA FERNANDES BORGES VIEIRA
RAFAELA SANTOS DA SILVA

GESTÃO DA ENERGIA:

ANÁLISE DA SUSBTITUIÇÃO DE LÂMPADAS FLUORESCENTES


POR LED

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso Técnico em
Administração da ETEC Dr. Geraldo
José Rodrigues Alckmin, orientado
pelo Prof. Maurício de Paula Lima,
como requisito para a obtenção do
título de Técnico em Administração.

TAUBATÉ – SP
2018
INGRID DOS SANTOS
JÉSSICA FERNANDES BORGES VIEIRA
RAFAELA SANTOS DA SILVA

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado para obtenção do grau de


Técnico em Administração, pela Banca Examinadora formada por:

______________________________________________
Prof. Maurício de Paula Lima (orientador)

______________________________________________

______________________________________________
[DEDICATÓRIA]

Dedicamos esse trabalho primeiramente a Deus, por ter-nos dado vida e inspiração
para realizarmos o curso como um todo. Dedicamos também esse trabalho a todos
os familiares e amigos que sempre nos incentivaram e estiveram do nosso lado nos
momentos de angústia e de alegria durante a realização desse trabalho.
AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Maurício de Paula Lima, pela brilhante orientação e paciência


durante a realização desse trabalho.

Aos demais professores, por terem contribuído para a nossa formação ao


longo desses dezoito meses.

À Prof. Vilma Leonor Ribeiro de Nardi Bastos, por ter orientado com tamanha
dedicação e maestria o Curso Técnico em Administração.

Aos familiares e amigos, pelo incentivo e suporte durante toda nossa trajetória
como estudantes da ETEC.
[EPÍGRAFE]

Há uma força motriz mais poderosa que o vapor, a eletricidade e a energia atômica:
a vontade.

Albert Einstein
RESUMO

O setor energético brasileiro passou por profundas transformações no


decorrer dos séculos. Problemas como a falta de investimentos e a crise energética
de 2001 resultaram em muitas mudanças no setor de energia no país. Com a
criação de novas políticas específicas para o setor, surge um problema aos
consumidores: o preço da energia. Como a energia é indispensável para a vida de
qualquer cidadão, estudar as ações visando diminuir os gastos com a conta de
energia torna-se importante a todos os consumidores. Com a finalidade de definir
ações administrativas eficientes para se utilizar a energia elétrica de maneira
inteligente, o estudo propõe a substituição das lâmpadas fluorescentes de uma
residência por lâmpadas LED. Estas últimas gastam menos energia por
demandarem menor potência para a mesma qualidade de iluminação. O trabalho
tem caráter exploratório, ou seja, a pesquisa consiste em analisar o consumo de
energia de uma residência, estudar as ações de gerenciamento de energia e projetar
o cenário de consumo energético e financeiro após a aplicação da tecnologia LED.
Com todos os dados do projeto devidamente coletados e aplicados aos cálculos
necessários, pode-se comparar a situação de consumo atual à situação projetada e
verificar quanto se economizará com a substituição das lâmpadas fluorescentes
pelas de LED. Além de verificar a viabilidade econômica, o estudo também analisa o
retorno ambiental do projeto, enfatizando as vantagens sustentáveis da troca das
lâmpadas. Optar por uma tecnologia mais eficiente e renovável favorece a
sociedade como um todo, melhorando aspectos tanto econômicos quanto
ambientais. As ferramentas de gestão de energia, quando aplicadas corretamente,
fazem a diferença nos custos com a energia elétrica.
Palavras-chave: Energia elétrica; Gerenciamento de energia; Economia.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Hidrelétrica de Santo Antônio 17


Figura 2: Perfil esquemático de uma usina hidrelétrica 18
Figura 3: Turbina Eólica 19
Figura 4: Ilustração de um sistema de geração fotovoltaica de energia elétrica 19
Figura 5: Usina solar Fotovoltaica em Tubarão – SC 19
Figura 6: Usinas Nucleares de Angra 1 e 2 20
Figura 7: Funcionamento de um reator nuclear 21
Figura 8: Usina Piratininga - SP (Potência Instalada de 190 MW) 22
Figura 9: Esquema de funcionamento de uma Usina Termelétrica 22
Figura 10: Linha do tempo das Alterações na regulamentação do PEE 25
Figura 11: Etiqueta de eficiência energética 28
Figura 12: Selo PROCEL 29
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Classes e Subclasses de Consumo 30


Tabela 2: Descontos da categoria Tarifa Social 31
Tabela 3: Subgrupos da Unidade Consumidora A 32
Tabela 4: Modalidades Tarifárias 32
Tabela 5: Novas Modalidades Tarifárias 33
Tabela 6: Período de Ponta das distribuidoras - 2014 34
Tabela 7: Cobrança de energia e demanda das tarifas 34
Tabela 8: PDCA da Gestão da Energia 35
Tabela 9: Estrutura de iluminação da residência 38
Tabela 10: Cálculo do consumo de energia das lâmpadas fluorescentes 39
Tabela 11: Cálculo do custo de energia das lâmpadas fluorescentes 39
Tabela 12: Quadro comparativo das potências para fluorescentes
e LED - Compactas e Tubulares 41
Tabela 13: Cálculo do consumo de energia das lâmpadas LED 41
Tabela 14: Cálculo do custo de energia das lâmpadas LED 42
Tabela 15: Pesquisa do custo das lâmpadas LED 43
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Consumo Brasileiro de Energia Elétrica: 2009 – 2014 23


Gráfico 2: Custo com iluminação fluorescente 40
Gráfico 3: Custo com Iluminação LED 42
Gráfico 4: Economia no Custo de Energia 44
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 13
1.1. Objetivos........................................................................................................ 14
1.1.1. Geral .................................................................................................... 14
1.1.2. Específico ............................................................................................. 14
1.2. Justificativa .................................................................................................... 14
1.3. Metodologia ................................................................................................... 14
2. SETOR ENERGÉTICO BRASILEIRO ................................................................. 16
2.1. Importância da Energia Elétrica..................................................................... 16
2.2. Matriz Energética ........................................................................................... 16
2.2.1. Matrizes Energéticas Renováveis ........................................................ 17
2.2.2. Matrizes Energéticas Não Renováveis ................................................. 20
2.3. Consumo de Energia no Brasil ...................................................................... 23
2.4. Situação Energética Brasileira....................................................................... 23
2.5. Eficiência Energética ..................................................................................... 24
2.5.1. Lei de Eficiência Energética ................................................................. 24
2.5.2. PEE – Programa de Eficiência Energética ........................................... 25
2.6. Principais Entidades do Setor........................................................................ 25
2.6.1. MME ..................................................................................................... 25
2.6.2. ANEEL ................................................................................................. 26
2.6.3. CCEE ................................................................................................... 27
2.6.4. ONS ..................................................................................................... 27
2.6.5. EPE ...................................................................................................... 28
2.6.6. Programa Brasileiro de Etiquetagem.................................................... 28
2.6.7. Selo PROCEL ...................................................................................... 28
3. GESTÃO DA ENERGIA ...................................................................................... 30
3.1. Ações Administrativas de Gerenciamento de Energia ................................... 30
3.2. Classificação dos Consumidores ................................................................... 30
3.3. Modalidade Tarifária ...................................................................................... 31
3.3.1. Tipo de Modalidades Tarifárias ............................................................ 32
3.3.2. Bandeiras Tarifárias ............................................................................. 32
3.4. Estrutura Tarifária .......................................................................................... 33
3.5. Planejamento do Consumo de Energia ......................................................... 35
3.5.1. PDCA da Gestão da Energia ............................................................... 35
3.6. Qualidade da Energia .................................................................................... 36
4. PROJETO DE REDUÇÃO DO CONSUMO DE ENERGIA.................................. 37
4.1. Características das Lâmpadas ...................................................................... 37
4.1.1. Fluorescentes ....................................................................................... 37
4.1.2. LED ...................................................................................................... 37
4.2. Simulação da Substituição de Lâmpadas ...................................................... 38
4.2.1. Consumo Atual ..................................................................................... 38
4.2.2. Cenário Idealizado ............................................................................... 41
5. PESQUISA E RESULTADOS ............................................................................. 44
5.1. Análise da Viabilidade do Projeto .................................................................. 44
5.2. Retorno de Investimentos .............................................................................. 45
5.3. Retorno Ambiental ......................................................................................... 45
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 46
7. REFERÊNCIAS ................................................................................................... 47
8. ANEXOS .............................................................................................................. 49
ANEXO A – TABELA DE EQUIVALÊNCIA LED ................................................ 49
13

1. INTRODUÇÃO

O setor energético brasileiro passou por profundas transformações no


decorrer dos séculos. Até meados dos anos 90, as empresas estatais
predominavam o setor de energia e não havia competição. Com a abertura
econômica para a privatização das empresas, houve uma crescente demanda por
energia elétrica em todo o território nacional. Enquanto a indústria crescia cada vez
mais, as empresas responsáveis pela geração, transmissão e distribuição de energia
não investiam para se adequar a nova realidade. A falta de investimentos e uma
estiagem culminaram na crise de energia que obrigou os brasileiros a vivenciar o
racionamento de energia elétrica no ano de 2001.
Após a criação de novas políticas específicas para o setor de energia, a partir
do ano de 2004 o Brasil consolida um novo modelo de gestão de energia. Com as
empresas operando conforme a demanda exigida, outro problema surge para os
brasileiros: o preço da energia. Como a energia é indispensável para a vida de
qualquer cidadão, quais ações poderiam diminuir o custo de energia?
O gerenciamento de energia dedica-se a responder essa e outras perguntas
relacionadas à utilização adequada da energia elétrica. Parte-se do princípio da
eficiência energética para encontrar o modo mais inteligente e eficaz para
administrar o consumo de energia. Segundo Capelli (2014), autor de diversos artigos
e livros na área de energia, a eficiência energética pode ser entendida como:

A metodologia de trabalho que visa otimizar a utilização de energia elétrica


por meio de orientações, direcionamentos, ações e controle dos recursos
humanos, materiais e econômicos, reduzindo os índices globais e
específicos da qualidade de energia necessária para a obtenção do mesmo
resultado ou produto.

A realidade dos consumidores se torna cada vez mais complicada devido ao


custo da energia, portanto, estudar as ferramentas da Gestão da Energia visando à
solução dos problemas com o alto custo de energia elétrica nas dependências de
uma residência situada no Município de Taubaté torna-se um meio de identificar a
maneira mais inteligente de reduzir o custo com a energia sem prejudicar a
economia do consumidor.
14

1.1. Objetivos

1.1.1. Geral

Aplicar estudos sobre Gestão de Energia para solucionar problemas


decorrentes da má utilização de energia elétrica e definir as ações administrativas
em busca de economia com a conta de energia.

1.1.2. Específico

Analisar a viabilidade econômica na substituição de lâmpadas fluorescentes


por lâmpada LED nas dependências de uma residência situada no Município de
Taubaté. Estudar ações administrativas para o gerenciamento da energia elétrica e
projetar soluções viáveis para reduzir os custos das contas de energia.

1.2. Justificativa

A energia elétrica é indispensável ao ser humano em todas as atividades


diárias. Planejar sua utilização a fim de se atingir a eficiência energética torna-se
importante nas próximas décadas, pois há muita preocupação com os custos nas
contas de energia que ficam cada vez mais altos.
A finalidade desse um estudo será definir ações administrativas eficientes
visando à utilização mais inteligente da energia elétrica nas dependências de uma
residência situada no Município de Taubaté com a análise da substituição de
lâmpadas fluorescentes por lâmpadas LED.

1.3. Metodologia

A metodologia a ser utilizada na pesquisa tem caráter exploratório, ou seja, o


grupo pesquisará sobre o consumo de energia elétrica em determinada residência
situada no município de Taubaté a fim de analisar como tal recurso é utilizado
atualmente.
15

O grupo coletará todos os dados necessários para se criar um diagnóstico


energético da residência. Após a coleta de todos os dados, o grupo irá transformar
tais informações em números com a finalidade de construir hipóteses para serem
aplicadas pelos moradores da residência para a diminuição dos gastos com energia
elétrica.
A estrutura do estudo terá os seguintes procedimentos técnicos:

1. Pesquisa Básica: método realizado no início dos estudos para a escolha do tema
da pesquisa e também da problematização do estudo;
2. Pesquisa Aplicada: método que objetiva a aplicação prática a fim de solucionar o
problema identificado pelo grupo a respeito do tema do estudo;
3. Pesquisa Bibliográfica;
4. Levantamento dos dados: método que estudará todos os dados sobre o consumo
de energia elétrica de uma residência;
5. Estudo de caso: método que analisará os dados e construirá a(s) possível(eis)
solução(ões) para o problema;
6. Conclusão do estudo.
16

2. SETOR ENERGÉTICO BRASILEIRO

2.1. Importância da Energia Elétrica

Atualmente, um dos principais fatores que integram a sociedade moderna é a


Energia. Ela desempenha um papel fundamental todos os setores da sociedade,
assim como as nossas próprias vidas. Entender a energia é o mesmo que conhecer
os recursos energéticos e suas limitações, bem como as consequências ambientais
de sua utilização (Reis 2010).
Segundo a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão do Rio de
Janeiro, a energia elétrica é essencial ao desenvolvimento econômico no mundo
atual e supri as necessidades da sociedade. Devido a isso, uma política de ação
relacionada à Eficiência Energética tem como o principal objetivo empregar práticas
e ações capazes de promover a utilização “inteligente” da energia, minimizando
gastos e gerar ganhos de produtividade e de lucratividade, na perspectiva do
desenvolvimento sustentável.
Nas atividades, tais como no transporte de mercadorias, nas indústrias,
telecomunicações, o número de energia necessária é cada vez maior, e como
resultado, está tornando-se um padrão que mede o grau de desenvolvimento de um
país ou de uma comunidade (PROCEL, 2009).
Conforme Branco (1930) informa, o uso de diversas formas de energia
impulsionou o desenvolvimento da humanidade. E como consequência desse
crescimento foi ao desperdício e a forma inadequada de utilização de energia,
ocasionando efeitos nocivos no meio ambiente e na economia.

2.2. Matriz Energética

Aos inúmeros conjuntos de energia que está disponível para transformação,


distribuição e consumo é definida como matriz energética, ou seja, a quantidade de
recursos energéticos ofertado por um país ou por uma região (NEOENERGIA,
2013).
Para obter a garantia de produção e a utilização adequada de energia
produzida, é preciso fazer uma análise da matriz energética para fornecer
17

informações a respeito do volume de recursos naturais e conhecer se esses


recursos estão sendo feitos de forma racional. Assim, cada país possui, dentro de
sua estrutura geográfica, uma matriz energética. Em outras palavras, cada país
possui um conjunto de fontes energéticas que assegura o crescimento financeiro e o
desenvolvimento econômico de cada região (PROCEL, 2009).

2.2.1. Matrizes Energéticas Renováveis

As fontes de energia renováveis são aquelas que não se esgotam na


natureza, pois se regeneram naturalmente e são encontradas em grande
quantidade, como por exemplo, sol, vento, água, entre outros. Este tipo de energia
polui muito pouco ou nem chegam a agredir o ambiente e por esse motivo, são
consideradas fontes de energia limpa.

 Energia Hidráulica

Para acionar turbinas é utilizada a energia potencial a partir da queda d’ água


que, por fim, acionam geradores elétricos. As quedas d’ água, em geral, são
construídas artificialmente (barragens) com a finalidade de garantia de suprimento
em períodos de pouca chuva, formando extensos reservatórios. A disponibilidade
desses reservatórios é totalmente dependente dos recursos hídricos de cada região.

Figura 1: Hidrelétrica de Santo Antônio (Fonte: Santo Antônio Energia).


18

Uma de suas vantagens é que esse tipo de produção de energia possui um


custo relativamente mais baixo por cada MW em relação a outras fontes de energia.
Além disso, é considerada uma fonte de energia limpa e renovável, ou seja, obtida a
partir de fontes naturais capazes de se regenerar (PROCEL, 2010).
Mas há também certas desvantagens, tais como o deslocamento de
populações ribeirinhas; provoca a erosão de solos, afetando a vegetação local; a
construção de uma hidrelétrica exige a formação de grandes reservatórios de água
que resulta em profundas alterações nos ecossistemas e, por fim, elevados custos
de instalação e de desativação (PORTAL ENERGIA, 2010).

Figura 2: Perfil esquemático de uma usina hidrelétrica (Fonte: Atlas de Energia Elétrica do
Brasil – ANEEL).

De acordo com o atlas de Energia Elétrica do Brasil- ANEEL, a estrutura de


uma usina hidrelétrica é formada, basicamente, por sistema de captação e adução
de água, casa de força e vertedouro, e funcionam de uma maneira integrada.

 Energia Eólica

A energia eólica é denominada como a energia cinética contida nas massas


de ar em movimento (vento). Para a geração de eletricidade utilizando o sistema
eólico ocorre uma conversão de energia cinética de translação em energia cinética
de rotação, com o uso de turbinas eólicas (aero geradores) (ANEEL, 2010).
A grande vantagem em utilizar a energia eólica é devido ao baixo custo de
instalação e, principalmente, por não produzir qualquer tipo de poluente por ser uma
fonte totalmente renovável. Porém, seu aproveitamento nem sempre é possível
19

devido às características de vento.

Figura 3: Turbina Eólica (Fonte: Tractebel Energia).

 Energia Solar

A energia solar é captada através de coletores solares, obtida sob a luz visível
de raios infravermelhos e de raios ultravioletas, transformando a radiação solar em
energia térmica. Já os painéis fotovoltaicos geram energia elétrica diretamente.

Figura 4: Ilustração de um sistema de geração fotovoltaica de energia elétrica (Fonte: Centro


de Referência para a Energia Solar e Eólica; Sérgio de Salvo Brito – CRESESB 2000).

Figura 5: Usina solar Fotovoltaica em Tubarão- SC, Capacidade instalada de 3 MW. (Fonte:
Tractebel Energia).
20

A principal vantagem da utilização desse tipo de energia é o fato de não poluir


durante o seu uso. Essa energia é considerada uma energia renovável, limpa e
ambientalmente mais correta. Outro aspecto de muita importância é que não há
necessidade de grandes áreas para a produção de energia solar e,
consequentemente, não havendo desmatamento.
A principal desvantagem é o custo elevado que essa tecnologia possui,
principalmente as placas fotovoltaicas. Outro aspecto negativo é na utilização da
energia solar em qualquer região, pois em determinadas localidades não há uma
forte incidência de raios solares.

2.2.2. Matrizes Energéticas Não-Renováveis

As fontes de energia não-renováveis são aquelas obtidas na natureza, mas


com quantidades limitadas e reservas finitas, visto que é preciso muito tempo para
as repor e podendo se extinguir com a sua utilização. Uma vez esgotadas, as
reservas não se regeneram.

 Energia Nuclear

A energia nuclear é gerada a partir do átomo de urânio, através das reações


de fissão ou fusão dos átomos, procedimento que libera quantidades significativas
de energia podendo ser utilizadas para produzir energia elétrica.

Figura 6: Usinas Nucleares de Angra 1 e 2 (Fonte: Eletronuclear).


21

A fissão nuclear consiste na partição de um núcleo pesado em dois núcleos


de massa aproximadamente equivalente. De acordo com a AGENEAL, embora que
a quantidade de energia gerada por meio da fissão nuclear seja considerável, esse
procedimento pode acarretar problemas de difícil solução, tais como: poluição
térmica, formação de resíduos radioativos, contaminação radioativa, risco de
explosão nuclear.
A fusão nuclear consiste na junção de dois núcleos leves para produzir outro
núcleo pesado, porém com um conteúdo energético inferior, mas com capacidade
de gerar grandes quantidades de energia. Os átomos que estão envolvidos nesse
processo são leves, como: trítio, deutério ou hidrogênio.
Esta fonte de energia encontra-se em fase experimental, pois ainda não
conseguiram criar reatores de fusão em razão das elevadas temperaturas que dão
continuidade ao processo.

Figura 7: Funcionamento de um reator nuclear (Fonte: Blog Geografia Hoje).

 Energia Térmica

A queima de combustíveis fósseis é a base da energia produzida nas


termelétricas. Esse setor possui como matérias-primas: o petróleo (6%), o gás
natural (10,5%), a biomassa (8%) (bagaço de cana de açúcar, casca de arroz ou
capim) e o carvão mineral (1,5%).
22

Figura 8: Usina Piratininga - SP (Potência Instalada de 190 MW) (Fonte: Petrobras).

As usinas termelétricas podem tanto ser de ciclo simples ou de ciclo


combinado. Na primeira situação, a queima do combustível produz a pressão
necessária para girar a turbina que irá movimentar o gerador. Já na segunda
situação há uma combinação de sistemas de geração movidos pela queima do
combustível e pelo vapor proveniente dessa mesma queima.
O vapor produzido pela caldeira é resfriado em um condensador e
transformado outra vez em água, retornando à rede de tubos da caldeira, iniciando
um novo ciclo. A energia é conduzida por linhas de alta tensão aos sistemas de
distribuição, redes de transmissão (ELETROBRÁS, 2012).

Figura 9: Esquema de funcionamento de uma Usina Termelétrica (Fonte: Eng. Química


Santos SSP).

Uma das vantagens que as termelétricas apresentam é a diminuição da


dependência das hidrelétricas na geração de energia. Contudo, há um alto custo
financeiro na geração de energia a partir das termelétricas. Os consumidores pagam
a mais quando se utiliza dessa matriz energética.
23

2.3. Consumo de Energia no Brasil

O Brasil teve um aumento de 2,9 % no consumo de energia elétrica em 2014.


Essa foi a menor taxa de crescimento verificada desde 2009, devido, principalmente,
a uma queda de 3,6% na demanda industrial, segundo informações divulgadas pela
EPE. “O segmento que frustrou as expectativas foi a indústria, cujo desempenho foi
muito inferior àquele então previsto”, informou a EPE ao divulgar sua Resenha
mensal de janeiro.

Gráfico 1: Consumo Brasileiro de Energia Elétrica: 2009 – 2014 (Fonte: Resenha Mensal do
Mercado de Energia Elétrica, elaborado pela EPE).

“O setor metalúrgico, que engloba siderurgia e metalurgia do alumínio, é o


segmento industrial que mais demanda energia no país. O setor tem sofrido com os
baixos preços de seus produtos no mercado internacional, e devido a essa
decorrência a produção têm caído continuamente”, informa nota da EPE.
As residências brasileiras obtiveram um aumento no consumo de energia em
5,7% em 2014. De acordo com a EPE, o consumo médio por residência no país, que
entre dezembro de 2013 e março de 2014 havia ultrapassado de 163 para 166
quilowatts-hora (kWh), e no final de 2014 esse número atingiu 167 kWh por mês.

2.4. Situação Energética Brasileira

A situação energética do país é preocupante devido ao nível dos reservatórios


bem abaixo do normal. De acordo com o alerta de Gilberto De Martino Jannuzzi,
professor da Unicamp, o aumento gradativo da demanda de energia elétrica no
Brasil pode apresentar proporções insustentáveis, que nenhuma nova usina
24

hidrelétrica seria capaz de suprir.


Segundo Jannuzzi (2014), é de extrema importância e de certa urgência
estabelecer uma política de demanda consciente e, que infelizmente, só é colocada
em prática diante de uma crise, como a de 2001 que impôs um racionamento aos
brasileiros.
Um dos aspectos positivos foi a redução do IPI (Imposto sobre Produtos
Industrializados) de eletrodomésticos mais eficientes. Ele sugere ainda que poderia
ter incentivo de aparelhos ainda mais eficientes e que os mesmos fossem colocados
no mercado (JANUZZI, 2014).
Conforme Januzzi, “o perigo é a ausência de planejamento da demanda de
eletricidade. Como o setor de energia é estratégico para o desenvolvimento do país,
é preciso investir hoje em planejamento”.

2.5. Eficiência Energética

Segundo Portal EPE, em sua coluna ABCD da Energia, “eficiência significa


fazer mais (ou, pelo menos, a mesma coisa) com menos, mantendo o conforto e a
qualidade”.
No que se refere à energia elétrica, eficiência energética é: “gerar a mesma
quantidade de energia com menos recursos naturais ou obter o mesmo serviço com
menos energia” (ANEEL, 2015).
A busca por equipamentos eficientes, econômicos e sustentáveis pode
contribuir para a utilização mais inteligente da energia disponível. Ao substituir
uma lâmpada fluorescente por uma lâmpada de LED, por exemplo, promove-se uma
ação de eficiência energética, pois as lâmpadas de LED consomem uma menor
quantidade de energia para manter o mesmo índice de iluminação de um ambiente.

2.5.1. Lei de Eficiência Energética

A Lei nº 10.295, de 17 de outubro de 2001, é uma importante ferramenta para


a indução a eficiência energética no Brasil. Idealizada com objetivo de delegar ao
Poder Executivo a responsabilidade de estabelecer níveis máximos de consumo de
energia, níveis mínimos de eficiência energética e a eficiência na alocação dos
25

recursos energéticos, esta lei serve como um estímulo ao desenvolvimento


tecnológico, à disponibilização de produtos mais eficientes no mercado e a
preservação do meio ambiente.
Para os fabricantes e importadores de equipamentos que consumam energia,
há uma necessidade de se obedecer aos níveis de consumo previamente
estabelecidos e o nível mínimo de eficiência. Para os importadores, há a
necessidade de se comprovar o atendimento aos níveis definidos no processo de
importação (PROCEL, 2014).

2.5.2. PEE – Programa de Eficiência Energética

O Programa de Eficiência Energética, regulado pela ANEEL é a maior fonte


de recursos disponível no país para este fim e tem como objetivo incentivar o uso
racional e eficiente da energia elétrica em todos os setores da economia através de
projetos comprovem a importância e a viabilidade de se realizar ações que visem o
combate de desperdícios e a melhoria da eficiência dos equipamentos, processos e
usos finais de energia.

Figura 10: Linha do tempo das Alterações na regulamentação do PEE (Fonte: ANEEL –
Elaborado a partir de IEI 2011).

2.6. Principais Entidades do Setor

2.6.1. MME

O Ministério de Minas e Energia (MME) responde por toda a estrutura


organizacional do setor elétrico brasileiro e é o orgão responsável pela supervisão
geral quando se trata do setor de eficiência energética no Brasil.
E quando ocorre o surgimento de pesquisas de metas anuais em eficiência
energética, levando em consideração os demais setores econômicos brasileiros
26

(comercial, industrial e outros) em sua variedade de sistemas e equipamentos, uma


segunda instância determina a obrigatoriedade gradativa de sua certificação
energética.

2.6.2. ANEEL

A Agência Nacional de Energia Elétrica, também conhecida como ANEEL, é o


órgão responsável por “regular o setor elétrico brasileiro, por meio da Lei nº 9.427/96
e do Decreto nº 2.335/97” (Portal ANEEL). É uma autarquia vinculada ao Ministério
de Minas e Energia que fiscaliza geradoras, transmissoras, distribuidoras e
comercializadoras de energia elétrica no Brasil.
Segundo o Portal ANEEL, as principais atribuições da agência são:

 Regular a geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia


elétrica;
 Fiscalizar as concessões, as permissões e os serviços de energia elétrica;
 Implantar as políticas e diretrizes do governo federal relativas à exploração da
energia elétrica e ao aproveitamento dos potenciais hidráulicos;
 Estabelecer tarifas;
 Dirimir as divergências, na esfera administrativa, entre os agentes e entre esses
agentes e os consumidores, e
 Promover as atividades de outorgas de concessão, permissão e autorização de
empreendimentos e serviços de energia elétrica, por delegação do Governo
Federal.

2.6.3. CCEE

A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, ou CCEE, “viabiliza todas


as transações de energia elétrica no país”, ou seja, controla todas as atividades de
compra e venda de energia no Brasil (Portal CCEE).
Segundo site oficial da Câmara, no que se refere a sua razão de ser: “A
CCEE é responsável pela atividade de comercialização de energia e contribui para a
evolução sustentável do mercado brasileiro”.
27

Além dessas responsabilidades, a Câmara também “promove discussões


voltadas à evolução do mercado, sempre orientada pelos pilares da isonomia,
transparência e confiabilidade” (Portal CCEE).

2.6.4. ONS

Em 1998, pela Lei nº 9.648/98, foi criado o Operador Nacional do Sistema


Elétrico (ONS), “entidade que possui como atribuições coordenar e controlar a
operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica no Sistema
Interligado Nacional (SIN)” (BARROS; BORELLI; GEDRA, 2014). O ONS também é
responsável pelo “planejamento da operação dos sistemas isolados do país, sob a
fiscalização e regulação da ANEEL” (Portal ONS).
Segundo Barros, Borelli, Gedra (2014, p. 19):

Sob o ponto de vista da operação do sistema, o ONS tem como propósito


garantir a continuidade do fornecimento, evitando interrupções, ou na sua
ocorrência, reduzindo ao mínimo possível o tempo sem energia elétrica.

Segundo o Portal ONS, os principais objetivos do órgão são:

 Promover a otimização da operação do sistema eletro-energético;


 Garantir que todos os agentes do setor elétrico tenham acesso à rede de
transmissão de forma não discriminatória; e
 Contribuir, de acordo com a natureza de suas atividades, para que a expansão
do SIN se faça ao menor custo e vise às melhores condições operacionais
futuras.

2.6.5. EPE

Após a crise energética ocorrida entre os anos de 2001 e 2002 no Brasil, fez-
se necessário uma preocupação com o planejamento estratégico a longo prazo de
todo o setor de energia elétrica.
Então, no ano de 2004, pela Lei 10.847/04 e Decreto 5.184/04, a Empresa de
Pesquisa Energética (EPE) foi criada com a finalidade de “prestar serviços na área
28

de estudos e pesquisas destinadas a subsidiar o planejamento do setor energético”


(BARROS;BORELLI; GEDRA, 2014 p. 20).

2.6.6. Programa Brasileiro de Etiquetagem

Como nem sempre o consumidor dispõe de condições e/ou informações para


verificar a eficiência de um determinado produto no que se refere ao consumo de
energia, foi criado o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) que possui a função
de informar aos consumidores a eficiência energética dos produtos (Portal PBE).
O programa avalia cada produto e atribui uma etiqueta contendo faixas
coloridas e letras de A (mais eficiente) a G (menos eficiente), como mostra a figura
abaixo:

Figura 11: Etiqueta de eficiência energética (Fonte: INMETRO)

2.6.7. Selo PROCEL

Segundo Barros, Borelli, Gedra (2014), no ano de 1993 foi criado o Selo
PROCEL que “premia o produto com o melhor nível de eficiência energética dentro
29

de sua categoria”. Tal prêmio incentiva os fabricantes a desenvolverem produtos


mais eficientes e serve como orientação ao consumidor apresentando os produtos
que gastam menos energia elétrica.

Figura 12: Selo PROCEL (Fonte: INMETRO)


30

3. GESTÃO DA ENERGIA

3.1. Ações Administrativas de Gerenciamento de Energia

A Resolução 414 da ANEEL, de 15 de setembro de 2010, “estabelece as


Condições Gerais de fornecimento de energia elétrica de forma atualizada e
consolidada” […] (BARROS, BORELLI, GEDRA, 2014 p. 45).

“Estabelece ainda direitos e deveres dos consumidores e das distribuidoras


de energia elétrica. Apresenta a definição de todos os termos e parâmetros
envolvidos nas faturas de energia, as modalidades de faturamento, a
divisão dos consumidores em classes e faixas em função da tensão de
fornecimento, etc” (BARROS, BORELLI, GEDRA, 2014).

3.2. Classificação dos Consumidores

Conforme a Resolução Normativa ANEEL n. 414/10, as classes de consumo


são as diversas classes aplicadas a cada tipo de consumidor. As classes com suas
respectivas subclasses são:

Classes Subclasses
Residencial; Residencial baixa renda; Residencial baixa renda Indígena;
Residencial Residencial baixa renda benefício de prestação continuada da
assistência social; Residencial baixa renda multi-familiar.
Transporte de matéria-prima, insumo ou produto resultante do seu
Industrial
processamento.
Serviços de transporte, exceto tração elétrica; Serviços de
comunicações e telecomunicações; Associação e entidades
Comercial filantrópicas; Templos religiosos; Administração condominial; Iluminação
em rodovias; Semáforos, radares e câmeras de monitoramento de
trânsito.
Agropecuária rural; Agropecuária urbana; Residencial rural; Cooperativa
de eletrificação rural; Agroindustrial; Serviço público de irrigação rural;
Rural
Escola agrotécnica: estabelecimento de ensino direcionado à
agropecuária; Aquicultura.
Iluminação pública; Serviço público (Tração elétrica; Água, esgoto e
Poder Público
saneamento); Consumo próprio.
Tabela 1: Classes e subclasses de consumo (Fonte: Elaboração própria; adaptada da
ANEEL)
31

 Classe Especial: Consumidor Social

Este tipo de consumidor está assegurado pela Tarifa Social de Energia


Elétrica (TSEE), regulamentada pela Lei nº 12.212/10 e pelo Decreto nº 7.583/11.
Segundo Portal ANEEL, “é caracterizada por descontos incidentes sobre a tarifa
aplicável à classe residencial das distribuidoras de energia elétrica”, sendo calculada
de modo cumulativo de acordo com a tabela a seguir:

Parcela de Consumo Mensal (PCM) Desconto


Menor ou igual a 30 kWh 65%
Maior que 30 kWh e menor ou igual a 100 kWh 40%
Maior que 100 kWh e menor ou igual a 220 kWh 10%
Maior que 220 kWh 0%
Tabela 2: Descontos da categoria Tarifa Social (Fonte: Elaboração própria; adaptada da
ANEEL).

Para ter direito ao benefício da TSEE, o consumidor deve estar inscrito no


Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal – Cadastro Único, com
renda familiar per capita mensal menor ou igual a meio salário mínimo. Para famílias
indígenas e quilombolas que atendam tais requisitos tem desconto de 100% na tarifa
de energia desde que não ultrapasse o consumo de 50 kWh/mês (Portal ANEEL).

3.3. Modalidade Tarifária

De acordo com a Resolução 414 da ANEEL, a modalidade é “o conjunto de


tarifas aplicáveis às componentes de consumo de energia elétrica e demanda de
potências ativas”, considerando as seguintes modalidades: azul, verde, convencional
binômia, convencional monômia e branca. Cada modalidade se aplica a dois grupos
de unidades consumidoras:

 Grupo A: O fornecimento de tensão das unidades consumidoras que pertencem


a esse grupo é igual ou superior a 2,3 kV. Sistemas subterrâneos de distribuição
em tensão secundária também fazem parte desse grupo. O grupo A possui os
seguintes subgrupos:
32

Subgrupos Tensão de fornecimento


A1 Igual ou superior a 230 kV
A2 De 88 kV a 138 kV
A3 De 69 kV
A3a De 30 kV a 44 kV
A4 De 2,3 kV a 25 kV
AS Inferior a 2,3 kV
Tabela 3: Subgrupos da Unidade Consumidora A (Fonte: Elaboração própria; adaptada da
ANEEL).

 Grupo B: O fornecimento de tensão das unidades consumidoras que pertencem


a esse grupo é inferior a 2,3 kV, subdivididos nos seguintes subgrupos: B1
(Residencial), B2 (Rural), B3 (Demais classes) e B4 (Iluminação Pública).

3.3.1. Tipos de Modalidades Tarifárias

Grupo Modalidade Características


Possui tarifas diferenciadas de consumo de energia
Azul elétrica e de demanda de potência, de acordo com as
horas de utilização do dia.
Possui tarifas diferenciadas de consumo de energia
elétrica, de acordo com as horas de utilização do dia,
Verde
A assim como de uma única tarifa de demanda de
potência.
Possui tarifas diferenciadas de consumo de energia
Convencional elétrica e de demanda de potência, independentemente
Binômia das horas de utilização do dia. Esta modalidade será
extinta a partir da revisão tarifária da distribuidora.
Convencional Possui tarifas de consumo de energia elétrica,
Monômia independentemente das horas de utilização do dia.
Possui tarifas diferenciadas de consumo de energia
B
elétrica, de acordo com as horas de utilização do dia.
Branca
Não se aplica ao subgrupo B4 e às subclasses baixa
renda do subgrupo B1.
Tabela 4: Modalidades Tarifárias (Fonte: Elaboração própria; adaptada da ANEEL).

3.3.2. Bandeiras Tarifárias

Segundo Portal ANEEL, desde o ano de 2015, as contas de energia possuem


com um novo sistema de tarifas: o Sistema de Bandeiras Tarifárias.
33

Esse novo sistema apresenta as modalidade verde, amarela e vermelha, que


indicam se haverá ou não acréscimo na conta de energia a ser repassada ao
consumidor final, em função das condições de geração de eletricidade.

Modalidade Característica
Condições favoráveis de geração de energia. A tarifa não
Verde
sofre nenhum acréscimo.
Condições de geração de energia menos favoráveis. A
Amarela tarifa sofre acréscimo de R$0,01 para cada kWh
consumido.
Condições mais custosas de geração de energia. A tarifa
Vermelha – Patamar 1
sobre acréscimo de R$0,03 para cada kWh consumido.
Condições ainda mais custosas de geração de energia. A
Vermelha – Patamar 2 tarifa sofre acréscimo de R$0,05 para cada kWh
consumido.
Tabela 5: Novas modalidades tarifárias (Fonte: Elaboração própria; adaptação do Portal
ANEEL).

3.4. Estrutura Tarifária

Segundo ANEEL, estrutura tarifária é um conjunto de tarifas, aplicadas ao


faturamento do mercado de distribuição de energia elétrica, que refletem a
diferenciação relativa dos custos regulatórios da distribuidora entre os subgrupos,
classes e subclasses, de acordo com as modalidades e postos tarifários.
Há dois tipos de estruturas tarifárias: a convencional e a horossazonal.

 Estrutura Tarifária Convencional: Segundo Barros; Borelli; Gedra (2014), a


estrutura tarifária convencional é caracterizada pela aplicação de tarifa de
consumo de energia e/ou de demanda de potência independentemente das
horas de utilização do dia e dos períodos do ano. Em outras palavras, a tarifa
convencional apresenta um único valor para a demanda de potência e outro para
o consumo de energia elétrica.

 Estrutura Tarifária Horossazonal: Segundo Barros; Borelli; Gedra (2014), a


estrutura tarifária horossazonal é caracterizada pela aplicação de tarifas
diferenciadas de consumo de energia elétrica e de demanda de potência, de
acordo com as horas de utilização do dia e dos períodos do ano. Seu objetivo,
34

segundo ANEEL, é racionalizar o consumo de energia elétrica ao longo do dia e


do ano, motivando o consumo nos horários e períodos em que a tarifa for mais
barata.

Para as horas do dia são estabelecidos dois períodos: Ponta e Fora de ponta.
O primeiro corresponde às 3 horas do dia em que ocorre a maior demanda e sua
tarifa é mais elevada. O segundo corresponde às demais horas do dia (incluindo as
24 horas dos sábados, domingos e feriados). Cada distribuidora de energia
determina qual horário será seu período de ponta.

Distribuidoras Horário de Ponta


Eletropaulo 17:30 às 20:30
Bandeirante 18:00 às 21:00
CPFL 18:00 às 21:00
Elektro 17:30 às 20:30
Copel 18:00 às 21:00
Light 17:30 às 20:30
Ampla 18:00 às 21:00
Tabela 6: Período de Ponta das distribuidoras – 2014 (Fonte: Elaboração própria; adaptada
da ANEEL).

Para os períodos do ano são divididos em: período seco e úmido. As tarifas
no período seco são mais elevadas, pois há um maior custo de geração de energia.
Dentro da tarifa horossazonal podem ser escolhidas ainda duas modalidades
de tarifa: a verde e a azul.

Horossazonal
Convencional
Verde Azul
Ponta
Demanda Única Única
Fora de Ponta
Ponta Ponta
Energia Única
Fora de Ponta Fora de Ponta
Tabela 7: Cobrança de energia e demanda das tarifas (Fonte: Elaboração própria; adaptada
da ANEEL).
35

3.5. Planejamento do Consumo de Energia

O trabalho utiliza a metodologia PDCA como ponto de partida no


planejamento do consumo de energia. A metodologia foi desenvolvida por Walter A.
Shewart, na década de 30, e consagrada por William Edward Deming, a partir da
década de 50, empregada com sucesso nas empresas japonesas para aumentar a
qualidade dos processos (PACHECO, 2010).
Conhecido também como Ciclo Deming, PDCA é a sigla das palavras em
inglês que designam cada etapa do ciclo: “Plan”, planejar; “Do”, fazer ou executar;
“Check”, checar ou verificar; e “Action”, agir de forma corretiva (PACHECO, 2010).
De acordo com o SEBRAE (2010), o ciclo PDCA é uma ferramenta de
qualidade que facilita a tomada de decisões, visando garantir o alcance das metas
necessárias à sobrevivência das empresas.

3.5.1. PDCA da Gestão da Energia

PLAN DO

 Analisar instalação atual;


 Projetar as ações administrativas
 Definir ferramentas de gestão a para redução da conta de energia;
serem aplicadas;
 Aplicar as ferramentas de gestão.
 Realizar o balanço energético.

 Revisar o projeto;
 Analisar a viabilidade do projeto;
 Verificar a eficiência das ações
 Calcular o retorno do investimento do administrativas;
projeto.
 Apresentar os resultados.

CHECK ACT
Tabela 8: PCDA da Gestão da Energia (Fonte: Elaboração própria; adaptação da Green
Energia).
36

3.6. Qualidade da Energia

A energia elétrica proporciona à vida maior conforto e benefícios, como a


iluminação e a produção industrial. Segundo Mehl (2004), “a disponibilidade da
energia elétrica representa um incremento na qualidade de vida das populações”. A
energia elétrica é um bem indispensável à vida e, portanto, sua qualidade é uma
questão importante a ser discutida.
Dentre outros aspectos, qualidade da energia elétrica dedica-se a fornecer um
produto ao consumidor com a garantia da continuidade do serviço, “já que fica
evidente que qualquer interrupção do fornecimento implicará em transtornos de toda
ordem” (MEHL, 2004).
O consumo de energia elétrica tem mudado bastante no decorrer das
décadas. Atualmente existem inúmeros produtos eletrônicos, como computadores,
aparelhos de som, televisores, micro-ondas, etc. Tais equipamentos solicitam picos
de tensão em determinados momentos durante seu funcionamento. Os exemplos de
tais equipamentos são o refrigerador e o freezer, que necessitam de picos de
energia de tempos em tempos.

Com isso, as cargas eletrônicas acabam por distorcer a tensão e corrente


que lhe é entregue e como consequência gerando uma “poluição” na rede
de energia elétrica. Essa poluição é traduzida por diversos tipos de
problemas ou distúrbios (MEHL, 2004, p. 1).

O desempenho das concessionárias de energia (transmissoras e


distribuidoras) no que se refere à qualidade de energia é fiscalizado pela ANEEL. A
Agência avalia a continuidade do serviço prestado através de dois indicadores: DEC
e FEC (Portal ANEEL).

 DEC – Duração Equivalente de Interrupção: indica o número de horas, em


média, que o consumidor fica sem energia elétrica durante um período (MEHL,
2004, p. 4).
 FEC – Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora: indica
quantas vezes, em média, houve interrupção na unidade consumidora
(residência, comércio, indústria, etc) (MEHL, 2004, p. 4).
37

4. PROJETO DE REDUÇÃO DO CONSUMO DE ENERGIA

4.1. Características das Lâmpadas

4.1.1. Fluorescente

As lâmpadas fluorescentes funcionam por meio da ionização de átomos


de gás argônio e vapor de mercúrio. Após a ionização, os átomos são acelerados
pela diferença de potencial estabelecida entre os terminais da lâmpada e
emitem ondas eletromagnéticas ao retornarem ao estado natural (JÚNIOR, 2013).
As lâmpadas fluorescentes são caracterizadas por serem cerca de 80% mais
econômicas sobre as incandescentes. Podem ser utilizadas em diferentes ambientes
e possuem vida útil de cerca de 8.000 horas.

 Lâmpada Fluorescente Tubular: As lâmpadas fluorescentes tubulares possuem


ótimo desempenho e são recomendadas para iluminação de interiores, porém
não permitem um bom destaque de cores. Para funcionar, as lâmpadas
fluorescentes tubulares necessitam de dois acessórios extras: reator e starter
(BAPTISTA, 2016).

 Lâmpada Fluorescente Compacta: As lâmpadas fluorescentes compactas são


caracterizadas por serem cerca de 80% mais econômicas sobre as
incandescentes. Podem ser utilizadas em diferentes ambientes e possuem vida
útil de 8.000 horas. Possuem starter e reator incorporados à sua base. Esta base
possui forma de rosca, sendo bem semelhante às lâmpadas incandescentes
permitindo a substituição sem necessitar gastos adicionais com luminárias
específicas (BAPTISTA, 2016 p. 64).

4.1.2. LED

As lâmpadas LED (Light Emission Diode ou Diodo Emissor de Luz) são


caracterizadas pela alta eficiência luminosa, baixo consumo de energia e alta
38

durabilidade (de 25.000 a 50.000 horas). Esta lâmpada é totalmente eletrônica e


possui a tecnologia mais avançada do mercado (BAPTISTA, 2016 p. 69).

 Lâmpada LED tubular: As lâmpadas LED tubulares são utilizadas em ambientes


que demandam boa quantidade de luz. Por não possuírem reator, esse tipo de
lâmpada não emite calor e apresentam um menor risco de curto circuito. Dentre
as principais características, estão: 80% de redução no consumo de energia; Não
emite radiação UV e não atrai insetos; Não contém metais pesados na
composição (G-LIGHT, 2015).

 Lâmpada LED compacta: As lâmpadas LED compactas possuem maior vida útil
e maior eficiência do que a maioria dos outros tipos de iluminações. Devido ao
pequeno tamanho dos LEDs, o controle da distribuição espacial de iluminação é
extremamente flexível e a saída de luz pode ser controlada sem a perda de
eficiência. Por serem totalmente eletrônica são sensíveis ao calor excessivo e
podem apresentar problemas com descargas elétricas dependendo de como
forem projetadas (G-LIGHT, 2016).

4.2. Simulação da Substituição de Lâmpadas

4.2.1. Consumo Atual

A estrutura da iluminação da residência estudada está dividida em:

Cômodos Lâmpadas Qtde. Potência [W]


Banheiros Tubulares 2 20
Corredor dos quartos Compactas 2 20
Escada Compacta 1 30
Quartinho Compacta 1 30
Quartos Compactas 3 40
Sala Compactas 2 40
Cozinha Tubulars 3 40
Corredor da escada Tubulares 2 40
Lavanderia Tubulares 2 40
Garagem Tubulares 2 40
Quintal Tubulares 2 40
Tabela 09: Estrutura de iluminação da residência (Fonte: Elaboração própria).
39

A fatura de referência para os cálculos do projeto será a do mês de junho de


2018, cuja bandeira tarifária apresentou a faixa amarela, ou seja, adiciona-se o valor
de R$0,01 para cada kWh consumido. Essa fatura refere-se ao consumo de energia
elétrica do mês de maio, que registrou um custo de R$211,00 e uma potência
consumida de 171 kWh.

Potência Horas de Dias de Consumo


Cômodos Tipo Qtde.
[W] utilização utilização [kWh]
Banheiro Tubular 2 20 5 30 6,00
Corredor dos quartos Compacta 2 20 6 30 7,20
Escada Compacta 1 30 4 30 3,60
Quartinho Compacta 1 30 2 30 1,80
Quartos Compacta 3 40 4 30 14,40
Sala Compacta 2 40 6 30 14,40
Cozinha Tubular 3 40 12 30 43,20
Corredor da escada Tubular 2 40 6 30 14,40
Lavanderia Tubular 2 40 6 30 14,40
Garagem Tubular 2 40 2 30 4,80
Quintal Tubular 2 40 2 30 4,80
22 380 129,00
Tabela 10: Cálculo do consumo de energia das lâmpadas fluorescentes (Fonte: Elaboração
própria, adaptada da Eletro Energia – Materiais Elétricos).

Consumo [kWh] Tarifa [R$] Custo [R$]


6,00 R$ 0,59 R$ 3,54
7,20 R$ 0,59 R$ 4,25
3,60 R$ 0,59 R$ 2,12
1,80 R$ 0,59 R$ 1,06
14,40 R$ 0,59 R$ 8,50
14,40 R$ 0,59 R$ 8,50
43,20 R$ 0,59 R$ 25,49
14,40 R$ 0,59 R$ 8,50
14,40 R$ 0,59 R$ 8,50
4,80 R$ 0,59 R$ 2,83
4,80 R$ 0,59 R$ 2,83
129,00 R$ 76,11
Tabela 11: Cálculo do custo de energia das lâmpadas fluorescentes (Fonte: Elaboração
própria, adaptada da Eletro Energia – Materiais Elétricos).
40

Da Tabela 09, temos que o consumo de energia da iluminação se dá pela


multiplicação das seguintes variáveis: quantidade de lâmpadas, potência, número de
horas e os dias de utilização dessas lâmpadas. Ao final, divide-se o resultado por
1000 para obter o valor do consumo em kWh.
Da Tabela 10, temos que o custo com a iluminação residencial se dá pela
multiplicação do consumo (em kWh) pela tarifa cobrada pela concessionária de
energia no mês de referência dos cálculos (junho de 2018).
As tarifas cobradas já estão acrescidas dos impostos sobre os serviços de
eletricidade. O valor dessa tarifa é constituída por:

 TUSD – Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição;


 TE – Tarifa de Energia;
 Bandeira Tarifária – Nesse caso foi a amarela, ou seja, é acrescido R$0,01 para
cada kWh consumido.

Analisando os dados das tabelas, nota-se que o custo de energia elétrica com
a iluminação dessa residência correspondeu à, aproximadamente, 27% do consumo
total, conforme gráfico abaixo:

Custo com Iluminação


Fluorescente
Fatura de Junho
R$ 76,11
Custo com iluminação
27%

R$ 211,00

73%

Gráfico 2: Custo com iluminação fluorescente (Fonte: Elaboração própria).


41

4.2.2. Cenário Idealizado

Conforme Anexo A, tem-se que para cada potência de lâmpada fluorescente


existe uma potência correspondente para o tipo LED:

COMPACTAS
Fluorescentes LED
20 W 10 W
30 W 13 W
40 W 15 W
TUBULARES
Fluorescentes LED
20 W 10 W
30 W 15 W
40 W 20 W
Tabela 12: Quadro comparativo das potências para fluorescentes e LED - Compactas e
Tubulares (Fonte: Elaboração própria adaptada de Tabela de Equivalência LED – HCM).

Utilizando-se as mesmas variáveis do consumo atual (quantidade de


lâmpadas, dias e horas de utilização e valores de tarifas) e o mesmo mês de
referência dos cálculos, projeta-se tanto consumo quanto custo para as lâmpadas
LED.

Potência Horas de Dias de Consumo


Cômodos Tipo Qtde.
[W] utilização utilização [kWh]
Banheiro Tubular 2 10 5 30 3,00
Corredor dos quartos Compacta 2 10 6 30 3,60
Escada Compacta 1 13 4 30 1,56
Quartinho Compacta 1 13 2 30 0,78
Quartos Compacta 3 15 4 30 5,40
Sala Compacta 2 15 6 30 5,40
Cozinha Tubular 3 20 12 30 21,60
Corredor da escada Tubular 2 20 6 30 7,20
Lavanderia Tubular 2 20 6 30 7,20
Garagem Tubular 2 20 2 30 2,40
Quintal Tubular 2 20 2 30 2,40
22 176 60,54
Tabela 13: Cálculo do consumo de energia das lâmpadas LED (Fonte: Elaboração própria,
adaptada da Eletro Energia – Materiais Elétricos).
42

Consumo [kWh] Tarifa [R$] Custo [R$]


3,00 R$ 0,59 R$ 1,77
3,60 R$ 0,59 R$ 2,12
1,56 R$ 0,59 R$ 0,92
0,78 R$ 0,59 R$ 0,46
5,40 R$ 0,59 R$ 3,19
5,40 R$ 0,59 R$ 3,19
21,60 R$ 0,59 R$ 12,74
7,20 R$ 0,59 R$ 4,25
7,20 R$ 0,59 R$ 4,25
2,40 R$ 0,59 R$ 1,42
2,40 R$ 0,59 R$ 1,42
60,54 R$ 35,72
Tabela 14: Cálculo do custo de energia das lâmpadas LED (Fonte: Elaboração própria,
adaptada da Eletro Energia – Materiais Elétricos).

Custo com Iluminação


LED
R$ 35,72
Fatura de Junho
14% Custo com iluminação

R$ 211,00

86%

Gráfico 3: Custo com Iluminação LED (Fonte: Elaboração própria).

Após os cálculos do consumo e do custo com a iluminação LED, determina-se


o custo de aquisição da tecnologia, demonstrado na tabela a seguir.
43

LÂMPADAS FLUORESCENTES LÂMPADAS LED


Tubular Compacta Tubular Compacta
Potência Preço Potência Preço Potência Preço Potência Preço
20W R$ 6,85 20W R$ 19,90 10W R$ 13,50 10W R$ 10,00
30W R$ 11,90 30W R$ 29,90 15W R$ 11,00 13W R$ 12,90
40W R$ 18,90 40W R$ 40,90 20W R$ 25,90 15W R$ 21,40
Tabela 15: Pesquisa do custo das lâmpadas LED (Fonte: Elaboração própria, baseada em
pesquisas realizadas no município de Taubaté).

O custo de aquisição das lâmpadas LED necessárias para a residência seria


constituída da seguinte maneira:

 LED compacta:

02 lâmpadas de 10W = 02 x R$10,00 = R$20,00


03 lâmpadas de 13W = 03 x R$12,90 = R$38,70
05 lâmpadas de 15W = 05 x R$21,40 = R$107,00
SUB-TOTAL = R$165,70

 LED tubular:

02 lâmpadas de 15W = 02 x R$11,00 = R$22,00


11 lâmpadas de 20W = 11 x R$25,90 = R$284,90
SUB-TOTAL = R$306,90

TOTAL DO CUSTO COM AQUISIÇÃO LED = R$ 472,60


44

5. RESULTADOS

5.1. Análise da Viabilidade do Projeto

Em posse dos dados do consumo de energia e do custo da iluminação, tem-


se que:

Consumo Atual: R$ 76,11


Consumo Idealizado: R$ 35,72
Economia: R$ 40,39

Economia no Custo
de Energia
R$ 76,11
R$ 80,00
R$ 70,00
R$ 60,00
R$ 35,72 R$ 40,39 Consumo Atual
R$ 50,00
Consumo Idealizado
R$ 40,00
Economia
R$ 30,00
R$ 20,00
R$ 10,00
R$ -

Gráfico 4: Economia no Custo de Energia (Fonte: Elaboração própria).

Com a substituição das lâmpadas fluorescente pelas de LED, tem-se uma


economia de R$40,39, correspondente somente à iluminação da residência
estudada. Portanto, pelo valor que seria economizado ao substituir lâmpadas
fluorescentes por LED o projeto torna-se viável no ponto de vista do custo com a
iluminação.
45

5.2. Retorno de Investimentos

Nota-se que a economia com a troca das lâmpadas no mês de junho de 2018
seria de R$40,39 (conforme gráfico 3). Portanto, temos que: o custo de energia com
as lâmpadas fluorescentes no período de um ano seria de R$913,32 (R$76,11 x 12
meses) e o custo de energia com as lâmpadas LED no período de um ano seria de
R$428,64 (R$35,72 x 12 meses). A ação de substituição de uma tecnologia por
outra traria, dentro de um ano, uma economia de aproximadamente 53,07% com o
custo de energia. Já o retorno do investimento com a aquisição da nova tecnologia
seria de aproximadamente 12 meses, conforme cálculo:

𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝐴𝑞𝑢𝑖𝑠𝑖çã𝑜 462,60


= = 11,7 ≅ 12 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠
𝐸𝑐𝑜𝑛𝑜𝑚𝑖𝑎 40,39

5.3. Retorno Ambiental

Segundo Baptista (2016), nos dias atuais, a iluminação eficiente e a melhoria


contínua das fontes artificiais de luz devem considerar como foco importante não só
o custo de produção, mas também a proteção ao meio ambiente. O mercúrio
utilizado nas lâmpadas fluorescentes é considerado o elemento potencialmente mais
perigoso, pois encontra-se num estado e composição bastante volátil nas condições
normais de pressão e temperatura.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei 12.305/10, busca dividir as
responsabilidades pela destinação ambiental adequada entre toda a sociedade,
incluindo fabricantes, importadores. Distribuidores, comerciantes e consumidores.
Portanto, o descarte de lâmpadas fluorescentes deve ser realizado por empresas
especializadas em reciclagem de resíduos de mercúrio.
Diferentemente das fluorescentes, as lâmpadas LED não possuem mercúrio
em sua composição. Considerado como lixo comum, o LED contribui para a
diminuição do impacto ambiental por ser livre de elementos tóxicos, não
necessitando de tratamento especial para seu descarte. Boa parte da sua estrutura
é composta por plástico e 98% de sua composição pode ser reciclável (BAPTISTA,
2016).
46

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A falta de informações claras e objetivas com relação à gestão da energia


evidenciam o atraso tecnológico e pesquisas no setor. Segundo Neto e Carvalho
(2014), “o emprego de métodos tradicionais favorece o uso de tecnologias já
desenvolvidas e adia o emprego de novas tecnologias energéticas” que poderiam
trazer benefícios a todos.
Embora os valores das lâmpadas LED vêm caindo gradualmente, esta
tecnologia ainda não está disponível a todas as classes sociais. A situação atual
tende a melhorar, visto que as empresas estão investindo cada vez mais neste tipo
de tecnologia, mas “Cada país deve encontrar sua própria política de
desenvolvimento, baseada, sobretudo, no conhecimento profundo da realidade de
cada sociedade” (NETO; CARVALHO, 2014 p. 16).
Diante de todos os dados dos cálculos realizados, conclui-se que a economia
com a fatura de energia seria viável. A utilização da ferramenta da substituição de
uma tecnologia por outra mais eficiente, mesmo esta última tendo seu custo mais
elevado, compensaria à realidade do consumidor residencial estudado por obter um
retorno de investimento em 12 meses e 53,07% de economia no custo com
iluminação no período de um ano. Portanto, o projeto de gerenciamento de energia
pela substituição de lâmpadas fluorescentes por LED seria totalmente viável.
47

7. REFERÊNCIAS

ACORONI, J. C. P.; SILVA, A. P. da; SOUZA, E. Eficiência Energética: Melhores


Práticas em economia de energia em um setor industrial. Disponível em:
<http://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/artigo_junio.pdf>. Acesso em:
26 abr. 2018.

ANEEL – AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Energia no Brasil e no


Mundo. Disponível em:
<http://www.aneel.gov.br/arquivos/PDF/atlas_par1_cap2.pdf>. ACESSO EM: 26
ABR. 2018.

________ Classes de Consumo: Tarifas para consumidores. Disponível em:


<http://www.aneel.gov.br/tarifasconsumidores/asset_publisher/zNaRBjCLDgbE/conte
nt/classe/654800?inheritRedirect=false>. Acesso em: 12 abr. 2018.

________ Bandeiras Tarifárias. Disponível: <http://www.aneel.gov.br/baixa-tensao-


itens/-/asset_publisher/e2INtBH4EC4e/content/o-que-sao-bandeiras-tarifarias-
/654800?inheritRedirect=false&redirect=http%3A%2F%>. Acesso em: 16 mai. 2018.

________ Tarifa Social. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/baixa-tensao-


itens/asset_publisher/e2INtBH4EC4e/content/tarifa_social_introducao/656827?inheri
tRedirect=false&redirect=http%3A%2F%>. Acesso em: 12 abr. 2018.

BAPTISTA, T. F. Impacto no sistema de energia pela troca das lâmpadas


tradicionais por lâmpadas LED. 129 f. Projeto de Graduação (Bacharelado em
Engenharia Elétrica), Universidade Federal do Rio de Janeiro – Escola Politécnica,
Rio de Janeiro, 2016.

BARROS, B. F. de; BORELLI, R.; GEDRA, R. L. Gerenciamento de Energia:


Ações administrativas e técnicas de uso adequado da energia elétrica. São
Paulo, Editora Érica, 1ª Edição, 2014.

CARDOSO, A. R.; BARRETO, L. P.; MACHADO, T. Melhoria da Eficiência


Energética em Edificações Residenciais Utilizando Automação Residencial.
Disponível em: <http://nupet.daelt.ct.utfpr.edu.br/tcc/engenharia/doc-
equipe/2012_2_27/2012_2_27_proposta.pdf>. Acesso em: 26 abr. 2018.

CASTRO, E. C. de; SILVA, R. S. da. Aplicação de Tecnologia Sustentável por


Energia Solar Fotovoltaica para o Bem-Estar Social. 92 f. Monografia
(Bacharelado em Engenharia Elétrica), Universidade de Taubaté, Taubaté-SP, 2014.

ELETROBRAS. Como a energia elétrica é gerada no Brasil. Disponível em:


<http://www.eletrobras.com/elb/main.asp?View={61D475A6-BBFC-41CE-98E3-
2BA4FD90DB2F}>. Acesso em: 30 abr. 2018.

ELETROENERGIA. Como calcular o consumo de energia das lâmpadas de


casa. Disponível: <http://www.eletroenergia.com.br/como-calcular-o-consumo-de-
energia-das-lampadas-de-casa/>. Acesso em: 08 jun. 2018.
48

G-LIGHT. Vantagens da lâmpada LED tubular. Disponível em:


<http://www.glight.com.br/blog/vantagens-lampada-led-tubular/>. Acesso em: 04 jun.
2018.

________ Lâmpadas LED. Disponível em: <http://www.glight.com.br/blog/lampadas-


led-definiçao-aplicabilidade/>. Acesso em: 08 jun. 2018.

INEE – Instituto Nacional de Eficiência Energética. O que é Eficiência Energética.


Disponível em: <http://www.inee.org.br/eficiencia_o_que_eh.asp?Cat=eficiencia>.
Acesso em: 30 abr. 2018.

ISSUU. Energia e Meio Ambiente. Disponível em:


<http://issuu.com/cengagebrasil/docs/9788522116171_livreto>. Acesso em: 30 abr.
2018.

JÚNIOR, J. S. S. Lâmpadas fluorescentes. Disponível em: <


https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/lampadas-fluorescentes.htm>. Acesso
em: 07 jun. 2018.

NEONERGIA. Matriz Energética. Disponível em:


<http://www.neoenergia.com/Pages/O%20Setor%20El%C3%A9trico/MatrizEnergetic
a.aspx>. Acesso em: 30 abr. 2018.

NEOSOLAR ENERGIA. Energia Solar Fotovoltaica. Disponível em:


<http://www.neosolar.com.br/aprenda/saiba-mais/energia-solar-fotovoltaica>. Acesso
em: 30 abr. 2018.

NETO, M. R. B.; CARVALHO, P. Geração de Energia Elétrica – Fundamentos.


São Paulo, Editora Érica, 1ª Edição, 2012.

PHILIPS. Escolha uma lâmpada. Disponível em: https://www.philips.com.br/c-m-


li/escolha-uma-lampada. Acesso em: 08 jun. 2018.

PROCEL INFO. Centro Brasileiro de Informação de Eficiência Energética.


Disponível em: <http://www.procelinfo.com.br/main.asp?TeamID={921E566A-536B-
4582-AEAF-7D6CD1DF1AFD}>. Acesso em: 26 abr. 2018.
49

8. ANEXOS

ANEXO A – TABELA DE EQUIVALÊNCIA LED

Tabela de Equivalência LED (Fonte: HCM).


ETC Dr. Geraldo José Rodrigues Alckmin

TERMO DE AUTENTICIDADE

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – TCC

Nós, alunos abaixo assinados, regularmente matriculados no Curso Técnico em


Administração na ETEC Dr. Geraldo José Rodrigues Alckmin Município de
Taubaté declaramos ter pleno conhecimento do Regulamento para realização do
Trabalho de Conclusão de Curso do Centro Paula Souza. Declaramos, ainda, que o
trabalho apresentado é resultado do nosso próprio esforço e que não há cópia de
obras impressas ou eletrônicas.

Taubaté, 28 de junho de 2018.

Nome RG Assinatura

Ingrid dos Santos 56.019.372-5

Jéssica Fernandes Borges Vieira 35.081.175-1

Rafaela Santos da Silva 35.765.495-X

____________________________________________________________________
www.centropaulasouza.sp.gov.br
ETC Dr. Geraldo José Rodrigues Alckmin

TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE DIVULGAÇÃO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – TCC

Nós, alunos abaixo assinados, regularmente matriculados no Curso Técnico em


Administração, na qualidade de titulares dos direitos morais e patrimoniais de
autores da Obra GESTÃO DA ENERGIA: ANÁLISE DA SUBSTITUIÇÃO DE
LÂMPADAS FLUORESCENTES POR LED. Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado na ETEC Dr. Geraldo José Rodrigues Alckmin, município de
Taubaté em 28 de Junho de 2018, autorizamos o Centro Paula Souza reproduzir
integral ou parcialmente o trabalho e /ou disponibilizá-lo em ambientes virtuais.

Taubaté, 28 de junho de 2018.

Nome RG Assinatura

Ingrid dos Santos 56.019.372-5

Jéssica Fernandes Borges Vieira 56.019.372-5

Rafaela Santos da Silva 35.765.495-X

Ciência do Professor Responsável:

Nome: Assinatura: Data:


Maurício de Paula Lima 28/06/2018

____________________________________________________________________
www.centropaulasouza.sp.gov.br

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