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José Autílio Silva, Ribamar Nelson Ferreira, Sérgio Martins Miranda
a
A Energia deve ser encarada como um factor de produção tão importante como o trabalho, o
capital e matérias-primas. Cada vez mais, a questão energética tem estado presente nas
nossas decisões, não só pelo aspecto económico, mas também pelas implicações climáticas
que as emissões associadas ao consumo de energia acarretam.
A alta dos preços do petróleo, veio colocar na ordem do dia a questão da energia e a sua
influência directa, no desempenho da economia.
No entanto, uma abordagem sistemática da forma da utilização da energia, pode fazer a
diferença. A auditoria energética constitui vector fundamental de todo o programa de
gestão de energia das empresas visando o controlo e melhoria dos custos energéticos, uma
vez que a utilização racional e eficiente deste recurso tem um impacto positivo directo no
desempenho das empresas; impacto este, proporcional ao peso deste recurso na sua
estrutura de custos.
A forma de proceder à análise do consumo energético dum edifício ou empresa pode
revestir-se de complexidade muito diversa.
A informação relativa aos consumos é determinante na análise dos resultados e subsequente
proposta de alteração. O grau de análise que pode ser efectuado depende do nível de
informação obtida. Uma informação genérica não permite uma análise detalhada e não
garante que sejam tomadas as medidas mais económico-eficientes conducentes ao consumo
energético desejado.
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JNALE (Jlano Nacional de Atribuição de Licenças de Emissão)
- RGCE (Regulamento de Gestão do Consumo de Energia)
- CIE (Consumidoras Intensivas de Energia)
- SGCIE (Sistema de Gestão dos Consumos Intensivos)
- DGEG (Direcção -Geral de Energia e Geologia)
- ADENE (Agência para a Energia)
- JREn (Jlanos de Racionalização do Consumo de Energia)
- ARCE (Acordo de Racionalização dos Consumos de Energia)
- TEJ (Toneladas equivalente de petróleo)
- RCCTE (Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios)
- RSECE (Regulamento dos Sistemas Energéticos e de Climatização dos Edifícios)à
- SCE (Sistema de Certificação Energética e Qualidade do Ar Interior dos Edifícios)
-AJA (Agência Jortuguesa do Ambiente)
-ANET (Associação Nacional dos Engenheiros Técnicos)
-OA (Ordem dos Arquitectos)
-OE (Ordem dos Engenheiros)
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A auditoria energética consiste numa abordagem transversal de todos os aspectos
relacionados com a utilização de energia. Nesta linha de pensamento pode-se definir a
auditoria energética como sendo um exame detalhado das condições de utilização de
energia numa instalação, quer ela industrial ou doméstica.
Faz parte da auditoria os seguintes pontos:
oà Avaliar o desempenho dos sistemas de geração, transformação e utilização de
energia;
oà Quantificar os consumos energéticos por sector, produto ou equipamento
oà Relacionar o consumo de energia com a produção da mesma;
oà Estabelecer e quantificar potenciais medidas de racionalização;
oà Fazer uma análise técnica e económica das soluções encontradas;
oà Jropor um plano operacional
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A auditoria energética tem por objectivo a caracterização energética da instalação e
equipamentos instalados, assim como a identificação e estudo das medidas com viabilidade
técnico-económica a introduzir, de modo a minimizar os consumos energéticos necessários à
sua actividade. É preciso integrar as medidas adoptadas num plano estratégico de
intervenção que definirá claramente as decisões a serem tomadas e os objectivos anuais a
alcançar no que respeita à redução dos consumos energéticos e consequentemente à redução
do peso da factura energética na estrutura de custos globais.
Através de auditoria energética consegue-se identificar onde, quando e como a energia é
utilizada, qual a eficiência dos equipamentos e onde se verificam desperdícios de energia,
indicando igualmente soluções para as anomalias detectadas.
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O agente responsável pelo processo de auditoria energética é o perito qualificado.
Enquadrado legalmente pelo Decreto-Lei Nº78/2006, o Sistema de Certificação Energética e
Qualidade do Ar Interior de Edifícios (SCE), deverá ser apoiado por uma bolsa de peritos
qualificados constituída por especialistas nas várias vertentes do sistema: RCCTE, RSECE -
Energia e RSECE - Qualidade do Ar Interior e Certificação. Jara dar resposta às
necessidades do Jaís nesta matéria, nos próximos anos a referida Bolsa deve ser constituída
por um número significativo de especialistas. A função de Jerito Qualificado, pode ser
exercida a título individual ou integrada em organismos públicos ou privados, pelas
seguintes categorias profissionais:
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A decisão relativa ao tipo de auditoria a realizar deve ser condicionada pelo grau de
complexidade da instalação e também pelo objectivo que se pretende com a realização da
auditoria. A análise dos resultados e subsequente proposta de alterações dependem da
informação relativa aos consumos. O grau de análise que pode ser efectuado deriva do nível
de informação obtida. Uma informação genérica não permite uma análise detalhada e não
garante que sejam tomadas as medidas mais económico-eficientes para a redução de
consumo energético deseja.
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ààrealização de uma vistoria às
instalações
à para análise
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das condições de funcionamento
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das principais e à elaboração de um relatório com ´check-
àà listµ resumida dos sistemas
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à!àpara além da realização das acções previstas
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para uma auditoria simples, esta será
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complementada com uma análise dos consumos por
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|
|à|à equipamento e que constituirá uma ´check-listµ
à exaustiva
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"à à para além de contemplar todas as fases
mencionadas, nos tipos de auditorias anteriormente
referidas, prevê ainda alterações aos processos
A elaboração de uma auditoria simples poderá ser suficiente para que seja cumprida a
legislação mas na maioria dos casos não será suficiente para se poder determinar a melhor
solução técnico-económica. No entanto os custos associados e a dimensão e área de trabalho
da empresa podem justificar a realização deste tipo de auditorias. As vantagens das
auditorias simples são a sua curta duração e portanto a obtenção duma resposta rápida e o
seu reduzido custo. Tendo em atenção a qualidade dos resultados, devem ser previamente
analisadas a dimensão dos custos e a energia envolvidas antes de se proceder à escolha entre
uma auditoria simples e uma auditoria completa. As auditorias simples apenas permitem
uma informação a nível mensal, sendo a definição de ´1 mêsµ aproximada devido à
facturação não corresponder a medições efectuadas sempre a uma mesma hora e no mesmo
dia do mês. A obtenção de valores horários ou com intervalos de tempo inferiores apenas é
possível caso seja efectuada uma auditoria completa com registo dos valores através dum
sistema de aquisição de dados.
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Recolha de diagramas de cargas parciais e total
#àà à
A realização do trabalho de campo ter como fim obter os seguintes dados:
oà Recolha de informação;
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ààààà
Com base na informação recolhida no trabalho de campo realizar-se-ão as seguintes
actividades:
oà Análise das condições de funcionamento dos equipamentos de conversão e de
utilização de energia.
oà Tratamento de informação recolhida;
oà Definição de indicadores energéticos;
oà Cálculo do consumo específico;
oà Análise das economias de energia
à
O relatório de uma auditoria deve ser claro e conter toda a informação e documentação
produzida nesta fase.
ndice do relatório
oà Introdução
oà Síntese e Resumo de Medidas
oà Utilização de Energia
oà Dados de Jrodução
oà Calculo dos Consumos Específicos
oà Análise da Estrutura Jrodutiva
oà Análise dos Serviços Auxiliares
oà Gestão de Energia
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Vamos agora abordar o enquadramento legal das auditorias energéticas. Nesta abordagem é
imprescindível a referência ao
à %&'()**+, datado de 15 de Abril de 2008, que
rege as condições gerais de aplicação das auditorias,àEste decreto redefine um conjunto de
regras que actualizam a disciplina de gestão do consumo de energia do regulamento para a
eficiência energética na indústria, estabelecido no decreto-lei nº 58/82, de 26 de Fevereiro. O
decreto-lei supra referido define quais as instalações consideradas como consumidor
intensivo de energia (CIE), estendendo a sua aplicação a um conjunto mais abrangente de
empresas e instalações com vista ao aumento da sua da sua eficiência energética tendo em
atenção a necessidade de salvaguardar a respectiva base competitiva no quadro da
economia global.à
O decreto-lei regula o sistema de gestão dos consumos intensivos de energia, abreviadas por
SGCIE, instituído com o objectivo de promover a eficiência energética e monitorizar os
consumos energéticos de instalações consumidoras intensivas de energia. à
É também de capital importância a referencia aos três regulamentos técnicos que regem
todas as acções e medidas tomadas quer na área de incidência do nosso trabalho, as
auditorias, quer em todas as outras vertentes relacionadas com a energia em Jortugal.
oà RCCTE: Regulamento das Características do Comportamento Térmico dos
Edifícios (
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oà RSECE: Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização nos Edifícios
(
à,%&.()**-)
oà SCE: Sistema Nacional de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior
nos Edifícios(
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Esta portaria define a calendarização da aplicação SCE aos vários tipos de edifícios. Esta
calendarização tem como pressuposto permitir a aplicação plena do sistema de certificação a
edifícios das diferentes tipologias, dimensões e fins, o que deve acontecer no máximo até 1
de Janeiro de 2009, data definida pelo Estado Jortuguês.
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A auditoria permite conhecer onde, quando e como a energia é utilizada, qual a eficiênciaà
dos equipamentos e onde se verificam desperdícios de energia, indicando igualmente
soluções para as anomalias detectadas. Jermitem, assim, caracterizar os consumos de
energia, nas suas vertentes quantitativa e qualitativa, e a partir dos dados obtidos, tomar
decisões vantajosas para as organizações/empresas.
Eis as grandes vantagens de uma auditoria energética:
A redução da factura energética; caracterizar e quantificar as formas de energia utilizada;
avaliar o desempenho dos sistemas de geração, transformação e utilização de energia;
quantificar os consumos energéticos por sector, produto ou equipamento; menores impactos
no ambiente (quer associados á produção de energia, quer no consumo); maior controlo dos
consumos de energia; melhoria da eficiência dos equipamentos; identificação rápida da
necessidade de manutenção de equipamentos; menores custos associados a manutenção;
adaptabilidade do sistema de tarifário às condições requeridas de funcionamento; contribuir
para a redução da dependência energética nacional.
Quanto às desvantagens, a auditoria energética e a implementação do respectivo plano de
racionalização de energia, pode ter um custo relativamente elevado. Uma vez cumpridas
todas as recomendações, o retorno será garantido num prazo relativamente reduzido
a *
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O exemplo por nós escolhido é um extracto do relatório da Auditoria ao Jalácio de Belém.
a +
,
oà http://www.dgge.pt
oà http://www.adene.pt/ADENE
oà Jortaria nº 835/2007
oà Jortaria nº 461/2007
oà Despacho nº 11020/2009
oà Despacho nº 10250/2008
oà Decreto-Lei nº 71/2008