Você está na página 1de 111

Esquadrias

SCHOLA DIGITAL
2018

Material Didático de Leitura


Obrigatória utilizado na
Disciplina de Esquadrias –
Revisão 00 de Janeiro de
2018
ÍNDICE

UNIDADE 1 – ASPECTOS GERAIS

Aula 1: Introdução às Esquadrias................................................................................................1

Aula 2: Classificação....................................................................................................................7

Aula 3: Considerações dos Materiais........................................................................................24

Esquadrias
UNIDADE 2 – INSTALAÇÕES

Aula 4: Esquadrias de Madeira.................................................................................................33

Aula 5: Esquadrias de Alumínio................................................................................................44

Aula 6: Esquadrias de Aço e PVC..............................................................................................53

UNIDADE 3 – ESQUADRIAS ESPECIAIS

Aula 7: Esquadrias de Vidro......................................................................................................64

Aula 8: Fachadas.......................................................................................................................74

Aula 9: Modelos Diversos.........................................................................................................81

UNIDADE 4 – QUALIDADE

Aula 10: Patologias...................................................................................................................86

Aula 11: Utilização e Manutenção............................................................................................95

Aula 12: Avaliação de Conformidade......................................................................................105


Aula 1 – Introdução às Esquadrias
UNIDADE 1 – ASPECTOS GERAIS

Unidade 1 – Aspectos Gerais

Aula 1: Introdução às Esquadrias

Componentes da edificação que asseguram a proteção quanto à penetração de intrusos, da


luz natural, do vento e da água. Com a sua evolução, as esquadrias deixaram apenas de
proteger e adquiriram também o lugar de decoração de fachadas.

1. Introdução

Desde os primórdios, quando os povos começaram a se sedentarizar, os primeiros


refúgios e resquícios do que se podem chamar de primeiras moradias são caracterizados
por serem constituídos de aberturas, sejam designados para entrada, saída e circulação ou
para iluminação. Antigamente constituídos exclusivamente de madeira e meramente com
caráter funcional, hoje as aberturas, que são preenchidas com o que chamamos de
esquadrias, são elementos que possuem caráter estético e possibilitam um maior conforto
ao produto final.

Como a especulação imobiliária atualmente vem se desenvolvendo cada vez mais,


influenciada tanto por investimentos públicos como privados, visto que em nosso país a
demanda por moradias e empreendimentos comerciais é constante, existe uma
preocupação crescente com a otimização dos materiais e da estrutura da edificação. Com
isso, devem ser analisadas as opções mais viáveis que estão disponíveis no mercado e, com
as esquadrias, essa preocupação torna-se inevitável, pois elas podem valorizar a construção
final, além de uma escolha correta de tipo de esquadria poder reduzir custos, agilizar
cronogramas e evitar problemas posteriores, como possíveis patologias.

As esquadrias e caixilhos, compostas com vidros ou outros materiais transparentes ou


translúcidos, são considerados elementos de fechamento de vãos em edificações e fazem
parte dos acabamentos, ou seja, são executados nas etapas finais de uma obra. Sendo assim
é comum, nessa fase da obra, a percepção de defeitos das etapas anteriores pela falta de
prumo, nivelamento e alinhamento, fatores estes que a colocação das esquadrias

1
Aula 1 – Introdução às Esquadrias
ESQUADRIAS

apontarão, exigindo muitas vezes a execução emergencial de retrabalhos na obra antes da


instalação de portas e janelas. Da mesma forma, a qualidade dos serviços e dos materiais
empregados serão imediatamente colocadas à prova na ocupação da edificação, pois o mau
funcionamento na abertura ou fechamento desses elementos é facilmente detectável pelos
usuários, assim como na sequência, com o uso frequente, na sua durabilidade e
desempenho contra intempéries, ruídos e ações externas.

Em termos práticos, o termo esquadria é usado para a designação genérica de todos os


sistemas de vedação de vãos com portas, janelas, persianas e venezianas, executados em
madeira ou plástico; e o termo caixilho é usado para identificar toda a vedação de vãos por
meio de portas e janelas executados em metal, seja de ferro ou alumínio.

As esquadrias são normalizadas pela NBR 10821 - Esquadrias externas para edificações
(ABNT, 2011-B) a qual se divide em três partes: terminologia; requisitos e classificação; e
métodos de ensaio. Dependendo da matéria-prima constituinte da esquadria, podem ser
inclusas outras normas, como o vidro na NBR 7199/89 - Projeto, execução e aplicações de
vidro na construção civil (ABNT, 1989) e também dependendo do tipo de esquadria, como a
janela necessita de caixilhos para guarnição, deve-se levar em conta a NBR 10821/1:
Caixilhos para edificações – Janelas (ABNT, 2011-A).

1.1. Condições Gerais

De acordo com o projeto, as esquadrias e caixilhos de portas e janelas devem atender


as especificações e detalhes estabelecidos em normas técnicas, as exigências do usuário,
adequadas à composição arquitetônica quanto a sua utilização, dimensão, forma, textura,
cor e desempenho. Considerando o desempenho, os sistemas devem observar as condições
principais de:

• Estanqueidade ao ar: características dos sistemas que devem proteger os


ambientes interiores da edificação das infiltrações de ar que possam causar
prejuízo ao conforto do usuário e/ ou gastos adicionais de energia a
climatização do ambiente, tanto no calor como no frio;
• Estanqueidade à água: característica dos sistemas em proteger o ambiente
interior da edificação das infiltrações de água provenientes de chuvas,
acompanhadas ou não de ventos;
• Resistência a cargas uniformemente distribuídas: característica dos sistemas
em suportar pressões de vento estabelecidas nas normas técnicas e que têm
de ser compatibilizadas pelo projetista, segundo o seu local de uso;
• Resistência à operação de manuseio: característica do sistema em suportar os
esforços provenientes de operações e manuseio prescrita nas normas;

2
Aula 1 – Introdução às Esquadrias
UNIDADE 1 – ASPECTOS GERAIS

• Comportamento acústico: característica das janelas em atenuar, quando


fechadas, os sons provenientes de ambientes externos, compatibilizado com
as condições de uso e as normas técnicas.

2. Exemplos de Esquadrias

Basicamente, como observado nas definições acima, tem-se então que Esquadrias são
Elementos de Vedação vertical utilizado no fechamento de vãos com a função de controle
de passagem de agentes, sejam eles quais forem. As principais esquadrias consideradas na
Construção Civil serão abaixo propostas.

2.1. Janelas

São aberturas ou vãos em um elemento de vedação ou estrutural (paredes) de uma


edificação, que se destina a proporcionar iluminação e ventilação e que não possam ser
transpostas a pé.

2.2. Portas

Analogamente às janelas, as portas são aberturas ou vãos em um elemento de


vedação ou estrutural (paredes) que se destinam a circulação de pessoas de um ambiente a
outro.

2.3. Gradis

São grades que circundam determinada área ou construção.

3
Aula 1 – Introdução às Esquadrias
ESQUADRIAS

2.4. Cobogós

Cobogós são blocos vazados, feitos de concreto ou cerâmica, que permitem a entrada
de ventilação e luminosidade nos ambientes. Amplamente utilizados na arquitetura da
década de 50 como substitutos aos tijolos tradicionais, os cobogós apresentam padrões e
desenhos diversos.

2.5. Brises

Os brises são elementos que barram a incidência da radiação solar antes que ela atinja
a fachada e, consequentemente, o ambiente interno, reduzindo o calor recebido. Em
comparação a outros dispositivos de proteção solar, oferece melhor controle dos ganhos
térmicos, iluminação natural adequada e ventilação. É um elemento de uso externo às
fachadas. A especificação desse elemento no projeto e a avaliação da eficiência baseiam-se
na geometria de insolação, dimensões, orientação da fachada e na determinação do fator
solar.

4
Aula 1 – Introdução às Esquadrias
UNIDADE 1 – ASPECTOS GERAIS

2.6. Telas

São dispositivos instalados geralmente em janelas criando assim uma barreira,


evitando a invasão de insetos (telas mosqueteiras). Podem ser também elementos fixos,
geralmente para proteção, com diversas malhas.

2.7. Alçapões

É a passagem de piso através de uma portinhola que abre, geralmente, de baixo para
cima.

5
Aula 1 – Introdução às Esquadrias
ESQUADRIAS

3. Exigências da Qualidade

Do ponto de visto do comportamento mecânico, uma esquadria deve resistir aos


agentes atmosféricos, às vibrações, aos esforços introduzidos pelos demais componentes
do edifício, provenientes da movimentação ao longo do tempo e aos esforços devidos ao
uso. Na última Unidade desta disciplina o assunto será retomado com maiores informações
e tecnicidades.

A durabilidade das esquadrias pode ser expressa pela habilidade de desempenhar suas
funções durante um período de tempo sob a influência de vários agentes. Assim, a vida útil
também é determinada pelo material escolhido na fabricação da esquadria.

Entre as exigências de qualidade na escolha da esquadria estão:

• Segurança: no uso, na limpeza e no comportamento mecânico;


• Habitabilidade: na estanqueidade e na acústica;
• Durabilidade: na conservação das propriedades, manutenção e reparos;
• Qualidade: dos dispositivos complementares de estanqueidade e dos
acessórios;
• Estética: na importância no “visual” da edificação;
• Facilidade: no uso diário
• Manutenibilidade: da segurança e economia na execução de ações de
manutenção de um sistema ou do produto em si.

Também é preciso analisar a resistência estrutural à deformação, à carga do vento, ao


esforço de uso, ao impacto ou vandalismo e ao fogo. O isolamento térmico já é uma variável
pelo sistema de vedação, no entanto, essa exigência deve ser maior quando há perdas de
calor no inverno.

6
Aula 2 – Classificação
UNIDADE 1 – ASPECTOS GERAIS

Aula 2: Classificação

As esquadrias podem ser divididas em diferentes formas, de acordo com o tipo de material,
(alumínio, metal, PVC, madeira e vidro), quanto a sua função (serão apresentadas,
principalmente, portas e janelas) e forma de abertura.

1. Introdução

As classificações das Esquadrias se dão conforme a seguir.

1.1. Classificação Quanto à Função das Esquadrias

A classificação quanto à função baseia-se no caráter funcional da esquadria. É a divisão


tipicamente conhecida, composta pelas tradicionais portas (função de circulação de
pessoas, separação de ambientes) e janelas (circulação de ar e luminosidade), além de
grades (caráter de proteção da edificação, geralmente constituídas de metal), cobogós
(superfície vazada, com função de aeração, luminosidade e estético; possuindo como
matéria-prima cimento, cerâmica ou outros materiais), alçapão (possibilita acesso a porão e
sótão) e brise-soleil (elemento com caráter de proteger da luminosidade e calor).

Importante salientar que portas e janelas podem ser regulamentadas por instrumentos
legais, que tem como propósito determinar dimensões e requisitos mínimos para a
execução de projetos de modo a garantir padrões de segurança, habitabilidade e conforto.

Desse modo, algumas das escolhas durante o projeto e a execução ficam restritas aos
padrões determinados em legislação.

1.2. Classificação Quanto à Forma de Abertura

A classificação das esquadrias quanto à forma de abertura baseia-se no método em


que ocorre a abertura das folhas ou caixilhos, geralmente por movimentos de rotação,
translação e ou movimentos combinados de ambos.

Os sistemas de esquadrias, com seus tipos de janelas e portas, definidos pelo


movimento e pelo número de folhas estão a seguir elencados.

7
Aula 2 – Classificação
ESQUADRIAS

1.2.1. Tipos de Janela

1.2.1.1. JANELAS FOLHA FIXA

Janela destinada ao uso externo ou interno à edificação, cuja folha não possui
movimento. Componente ideal para o fechamento de vãos, sem a necessidade de abertura,
permitindo a luminosidade e a vista para o ambiente externo. É muito aplicada na
composição de fachadas, peitoris. Pode ser confeccionada em diversos formatos, como
arcos e trapézios.

1.2.1.2. JANELAS DE ABRIR (GIRO, DE EIXO VERTICAL)

Janela destinada ao uso externo ou interno à edificação, formada por uma ou mais
folhas (envidraçadas ou destinadas ao sombreamento – venezianas) que podem ser
movimentadas mediante rotação em torno de eixos verticais fixos, coincidentes com as
laterais da folha. São classificadas em janelas de giro, que abrem para dentro ou para fora
da edificação.

1.2.1.3. JANELA PROJETANTE E DE TOMBAR

Janela destinada ao uso externo ou interno à edificação, formada por uma ou mais
folhas que podem ser movimentadas mediante rotação em torno de um eixo horizontal fixo
situado na extremidade superior ou inferior da folha. É considerada:

• Projetante: quando o eixo fixo de rotação se localiza na extremidade superior.


O movimento de abertura da folha pode ser para dentro ou para fora da
edificação;

8
Aula 2 – Classificação
UNIDADE 1 – ASPECTOS GERAIS

• De tombar: quando o eixo fixo de rotação se localiza na extremidade inferior.


O movimento de abertura da folha pode ser para dentro ou para fora da
edificação.

1.2.1.4. JANELA PIVOTANTE

Janela destinada ao uso externo ou interno à edificação, formada por uma ou várias
folhas que podem ser movimentadas mediante rotação em torno de um eixo vertical e não
coincidente com as laterais das folhas.

1.2.1.5. JANELA BASCULANTE

Janela destinada exclusivamente ao uso interno à edificação, formada por uma ou


várias folhas que podem ser movimentadas com eixo de rotação horizontal, central ou
excêntrico, não coincidente com as extremidades superior ou inferior da janela.

9
Aula 2 – Classificação
ESQUADRIAS

1.2.1.6. JANELA DE CORRER

Janela destinada ao uso externo ou interno à edificação, formada por uma ou várias
folhas (envidraçadas ou destinadas ao sombreamento – venezianas) que podem ser
movimentadas por deslizamento horizontal, no plano da esquadria.

1.2.1.7. JANELA GUILHOTINA

Janela destinada ao uso externo ou interno à edificação, formada por uma ou mais
folhas que podem ser movimentadas por deslizamento vertical, no plano da esquadria.
Disponíveis com duas ou três folhas, são ideais para ambientes integrados, possuindo um
sistema de abertura vertical das folhas e permitindo comunicação entre os ambientes.

10
Aula 2 – Classificação
UNIDADE 1 – ASPECTOS GERAIS

1.2.1.8. JANELA PROJETANTE DESLIZANTE (MAXIM-AR)

Janela destinada ao uso externo ou interno à edificação, formada por uma ou mais
folhas que podem ser movimentadas em torno de um eixo horizontal, com translação
simultânea desse eixo.

1.2.1.9. JANELA SANFONA (CAMARÃO)

Janela destinada ao uso externo ou interno à edificação, formada por duas ou mais
folhas (envidraçadas ou destinadas ao sombreamento – venezianas) articuladas entre si
que, ao se abrirem, dobram-se uma sobre as outras, por deslizamento horizontal de seus
eixos de rotação. Tais eixos podem coincidir com as bordas das folhas ou se situar em
posições intermediárias.

11
Aula 2 – Classificação
ESQUADRIAS

1.2.1.10. JANELA INTEGRADA

Janela destinada ao uso externo ou interno à edificação, formada por um conjunto


composto por duas ou mais folhas que podem ser do tipo:

• Persiana de enrolar que se movimenta com deslizamento vertical ou inclinado


no plano externo da esquadria e por folhas que podem ser movimentadas por
deslizamento horizontal, vertical ou giro para o lado interno; componente
destinado a promover o sombreamento e privacidade do ambiente, sendo
muito utilizada em conjuntos com porta e janela de correr. Ideais para
ambientes como dormitórios, podendo ser por acionamento manual ou
automático.

• Veneziana que se movimenta mediante rotação em torno de eixos verticais


fixos, coincidentes com as laterais da folha e por folhas (envidraçadas) que
podem ser movimentadas por deslizamento horizontal, vertical ou giro para o
lado interno.

12
Aula 2 – Classificação
UNIDADE 1 – ASPECTOS GERAIS

1.2.1.11. JANELA REVERSÍVEL

Janela destinada exclusivamente ao uso interno à edificação, formada por uma ou


várias folhas que podem ser do tipo basculante ou pivotante, em que a rotação das folhas
em torno dos eixos se situa no intervalo entre 160° e 180°.

1.2.1.12. JANELAS ESPECIAIS

Janelas destinadas ao uso externo ou interno à edificação, formadas pela combinação


de dois ou vários tipos de esquadrias citadas anteriormente. São também consideradas
janelas especiais aquelas que, por suas características de forma, uso e funcionamento, não
foram definidas anteriormente.

1.2.1.13. JANELA ALÇANTE (ELEVADORA)

Janelas destinadas ao uso externo ou interno à edificação, formada por folhas de


correr que, ao fecharem, comprimem o marco inferior, deixando as roldanas sem peso.

13
Aula 2 – Classificação
ESQUADRIAS

1.2.1.14. JANELA DE CORRER COM GIRO

Janela destinada ao uso externo ou interno à edificação, formada por folhas


(envidraçadas ou destinadas ao sombreamento – venezianas) que correm no mesmo eixo,
com giro de 90o do lado interno no final do curso. As folhas possibilitam ventilar todo o vão.

1.2.1.15. JANELA DE GIRAR E DE TOMBAR (OECILO BATENTE)

Janela destinada ao uso externo ou interno à edificação, formada por folhas de girar e
tombar. Tal tipologia permite dois tipos de ventilação:

1.2.1.16. JANELA DE CORRER PARALELA E DE TOMBAR

Janela destinada ao uso externo ou interno à edificação, formada por folhas


(envidraçadas ou destinadas ao sombreamento – venezianas) de correr e de tombar que se
mantêm alinhadas quando fechadas.

14
Aula 2 – Classificação
UNIDADE 1 – ASPECTOS GERAIS

1.2.1.17. JANELA DE CORRER COM COMPRESSÃO TRANSVERSAL AO PLANO DE


MOVIMENTAÇÃO

Janela destinada ao uso externo ou interno à edificação, formada por folhas


(envidraçadas ou destinadas ao sombreamento – venezianas) de correr que, ao se
fecharem, pressionam-se perimetralmente.

A movimentação das folhas que compõem as janelas permite a utilização de vários


modelos, como os exemplos apresentados junto aos desenhos de cada um dos tipos de
janelas. Há, no entanto, a possibilidade da combinação de mais de um tipo de janela na
mesma esquadria e composta com mais de uma folha móvel, como, por exemplo:

• Janela veneziana de correr com três folhas;


• Janela veneziana de correr com quatro folhas;
• Janela veneziana de correr com seis folhas;
• Janela de correr com duas folhas;

15
Aula 2 – Classificação
ESQUADRIAS

• Janela de correr com três folhas;


• Janela de correr com quatro folhas;
• Janela veneziana de giro com folhas tipo guilhotina;
• Janela integrada com duas ou quatro folhas de correr e persiana de enrolar;
• Janela tipo maxim-ar de uma folha;
• Janela tipo maxim-ar de duas ou três folhas horizontais;
• Janela tipo maxim-ar de duas ou três folhas verticais;
• Conjunto de janela composto de uma folha intermediária tipo maxim-ar e/ou
um peitoril fixo e/ou uma bandeira fixa;
• Janela tipo basculante de uma até quatro folhas.

1.2.2. Resumo

Assim sendo, o quadro resumo fica disposto da seguinte maneira:

16
Aula 2 – Classificação
UNIDADE 1 – ASPECTOS GERAIS

17
Aula 2 – Classificação
ESQUADRIAS

1.2.3. Tipos de Portas

Com relação à manobra de abertura, as portas se classificam das seguintes maneiras:

18
Aula 2 – Classificação
UNIDADE 1 – ASPECTOS GERAIS

1.2.3.1. PORTA DE GIRO (ABRIR)

Porta cuja folha gira em torno de um eixo vertical posicionado na sua borda e está
fixada no marco normalmente através de dobradiças.

1.2.3.2. PORTA DE CONEXÃO

Porta com duas folhas da mesma largura sobrepostas e fixadas no marco, com sentido
de abertura opostos ou iguais.

1.2.3.3. PORTA BALCÃO

Porta com quatro folhas da mesma largura, fixadas e sobrepostas duas a duas,
respectivamente, em cada um dos montantes do marco. Duas abrem para dentro e duas
abrem para fora.

19
Aula 2 – Classificação
ESQUADRIAS

1.2.3.4. PORTA PIVOTANTE

Porta cuja folha gira em torno de um eixo vertical, posicionado nas proximidades de
uma de suas bordas, fixada no piso e na travessa do marco ou diretamente no montante do
marco através de um pivô, de tal forma que, no movimento de rotação da folha, as suas
bordas verticais se deslocam para lados opostos do vão da porta.

1.2.3.5. PORTA VAIVÉM

Porta cuja (s) folha (s) gira (m) em torno de um eixo vertical posicionado numa de suas
bordas, podendo se movimentar para qualquer um dos lados do vão da porta; o
fechamento da (s) folha (s) de porta é automático.

20
Aula 2 – Classificação
UNIDADE 1 – ASPECTOS GERAIS

1.2.3.6. PORTA DE CORRER OU DESLIZANTE

1.2.3.7. PORTA SANFONADA

Porta constituída de duas ou mais folhas, articuladas entre si e que apresentam


movimentos combinados de rotação e translação, dobrando-se uma sobre as outras. O
movimento de translação é limitado por uma guia horizontal.

21
Aula 2 – Classificação
ESQUADRIAS

A movimentação e o sentido das folhas que compõem as portas permitem a utilização


de vários modelos, como os exemplos apresentados junto aos desenhos de cada um dos
tipos de portas. Há, no entanto, a possibilidade da combinação de mais de um tipo de porta
na mesma esquadria e composta com mais de uma folha móvel, como, por exemplo:

• Portas de giro de duas ou três folhas (uma folha de giro e as demais folhas
fixas);
• Porta de giro em um plano;
• Porta de giro em um plano com uma folha;
• Porta de giro no sentido horário;
• Porta de giro no sentido anti-horário;
• Porta de giro em um plano com duas folhas;
• Porta de giro com duas folhas simétricas;
• Porta de giro com duas folhas assimétricas;
• Porta de giro em um plano com quatro folhas;
• Porta de giro em dois planos;
• Porta de giro em dois planos com duas folhas;
• Porta de giro com dois planos com quatro folhas;
• Porta pivotante horária;
• Porta pivotante anti-horária;
• Porta de correr em um plano;
• Porta de correr com uma folha sobreposta;
• Porta de correr com uma folha inclusa;
• Porta de correr com uma folha embutida;
• Porta de correr com duas folhas sobrepostas;
• Porta de correr com duas folhas inclusas;
• Porta de correr com duas folhas embutidas;
• Porta de correr em dois planos;
• Porta de correr com duas folhas;
• Porta de correr com uma folha fixa e uma folha móvel;
• Porta de correr com duas folhas móveis;
• Porta de correr com quatro folhas em dois planos;
• Porta de correr em três planos;
• Porta de correr com três folhas com 2/3 de vão livre;
• Porta de correr paralela;
• Porta de correr alçante.

22
Aula 2 – Classificação
UNIDADE 1 – ASPECTOS GERAIS

1.3. Classificações Quanto à Matéria-Prima

A classificação quanto à matéria-prima será a classificação utilizada para realizar um


detalhado estudo das esquadrias em geral, neste curso. Os diferentes materiais, além de
possuírem diferentes características, são facilmente adaptáveis em diferentes tipos de
abertura e podem ser utilizados, quase sempre, diferentes materiais para diferentes
funções.

Assim, as matérias-primas tornam-se o principal diferencial na comparação das


esquadrias, possuindo distintos valores no comércio e, para uma correta escolha no uso da
esquadria na obra, deve-se conhecer os materiais presentes no mercado da construção civil
brasileira. No transcorrer desta disciplina, serão apresentadas as matérias-primas mais
utilizadas no cenário nacional: madeira, alumínio, metal, PVC e vidro, exemplificadas nos
dois elementos mais comuns: portas e janelas.

Baseado e adaptado de CBIC,


Jonas Vieira Rodrigues.
Edições sem prejuízo de
conteúdo.

23
Aula 3 – Considerações dos Materiais
ESQUADRIAS

Aula 3: Considerações dos Materiais

As matérias-primas possuem distintas particularidades, possuindo diferentes elasticidades,


conforto termo acústico, resistência às intempéries e agentes biológicos, garantia do produto,
enfim, uma infinidade de características que devem ser analisadas para a correta escolha por
parte do profissional.

1. Esquadrias de Aço

As especificidades das esquadrias e seus materiais terão uma unidade específica no


curso, porém, suas demandas são caracterizadas pelos aspectos que virão a seguir, e serão
colocados de maneira que o aluno possa fazer seus comparativos.

O emprego do aço na fabricação de esquadrias vem sendo feito pelas qualidades


plásticas, pela versatilidade e pela resistência inerentes ao material, o que permite
liberdade no desenvolvimento de projetos e na aplicação desses elementos.

a) Desempenho e Resistência: O aço apresenta resistência intrínseca, que permite o


desenvolvimento de projetos praticamente sem restrições de grandes esquadrias
de aço, com leveza do conjunto e esbeltez dos perfis. O desempenho de uma
esquadria depende primordialmente de um bom projeto e da somatória de
componentes, sistema construtivo e materiais utilizados.
b) Matéria Prima: Utilização de novos materiais (aço com adição de cobre e aços
zincados, com a maior resistência à corrosão e durabilidade), aliados a modernas
tecnologias como processos de tratamento de superfície (Fosfatização e
Nanotecnologia) e pintura (de fundo ou de acabamento final), permitem aos
fabricantes oferecer esquadrias mais resistentes à corrosão.
c) Instalação: As esquadrias de aço chegam ao local da construção sem os tipos de
defeitos estruturais geralmente associados a materiais não conformes.
Dependendo do projeto da construção, esquadrias de aço frequentemente
conferem integridade adicional à estrutura.
d) Acabamento: As portas e janelas de uso externo ou interno recebem diversos
tipos de pintura, utilizando-se os métodos de imersão, eletroforese (diferença de
potencial elétrico), aplicação com pistola de ar comprimido. As tintas aplicadas
podem ser: um primer de fundo ou de acabamento.

24
Aula 3 – Considerações dos Materiais
UNIDADE 1 – ASPECTOS GERAIS

• Primer de fundo anticorrosivo – tinta à base de solvente ou base d’ água;


• Primer de acabamento – tintas do tipo: esmalte sintético, tinta óleo,
epóxi, poliuretano.

2. Esquadrias de Alumínio

Analogamente, segue-se:

a) Desempenho e Resistência: O alumínio apresenta um fator determinante, que é a


sua durabilidade. Isso se dá pelo fato de ser resistente à corrosão e à maresia, o
que eleva a procura em regiões litorâneas e com muita poluição.
b) Matéria Prima: O alumínio é leve, estrutural, de baixa manutenção e longa vida
útil. Permite a fabricação de esquadrias em todas as tipologias, com design
atualizado, pode ser curvado e receber tratamento de superfície em diversas cores
e tons, em pintura eletrostática a pó ou anodização.
c) Instalação: É de fácil manutenção, necessitando apenas de limpeza com água,
sabão neutro e pano seco. Além disso, pode ser adequado aos mais diversos
projetos arquitetônicos, pois a esquadria de alumínio tem regulagem precisa de
ventilação e exaustão do ambiente.
d) Acabamento: Esquadrias desse material apresentam diversos acabamentos, desde
o processo de anodização, que é um processo eletrolítico (conjunto de reações
químicas provocadas pela passagem de corrente elétrica numa solução condutora)
de acabamento e proteção de peças metálicas, formando na superfície desses
materiais uma camada uniforme de óxido de alumínio e pintura em resinas de
cores variadas, como o bege, o branco, e até imitando outros materiais, como a
madeira e o mármore – sendo assim, as esquadrias de alumínio não necessitam de
pintura periódica. Os perfis de alumínio devem ser protegidos por anodização ou
pintura, conforme especificado nas ABNT NBR 12609 e ABNT NBR 14125.
e) Anodização: É de competência exclusiva do arquiteto ou engenheiro civil,
responsável pelo projeto da obra, especificar a espessura da camada anódica,
considerando-se o que determina a norma brasileira (ABNT) quanto à sua classe,
de acordo com a localização da edificação, em função da maior ou menor
agressividade encontrada no ar.
f) Pintura: Conforme a norma ABNT NBR 14125, a camada de tinta aplicada ao perfil
deverá ser de 60 a 110 micrômetros, tanto nas zonas rural e urbana como nas
zonas marítima e industrial, variando apenas na frequência de limpeza.

25
Aula 3 – Considerações dos Materiais
ESQUADRIAS

3. Esquadrias de PVC

Para o PVC, tem-se:

a) Desempenho e Resistência: Devido às características dos perfis e ao processo de


fabricação, as esquadrias de PVC apresentam excelente desempenho quando
submetidas aos ensaios especificados pelas normas brasileiras e internacionais,
destacando-se principalmente pelo desempenho acústico e térmico. Os perfis de
PVC contam internamente com reforços metálicos para conferir maior resistência
às esquadrias, em atendimento à ABNT NBR 10821-2. Além disso, o PVC apresenta
alta resistência química à agressão de outros materiais encontrados em
construções e não está sujeito à corrosão.
b) Matéria Prima: O PVC é produto de grande versatilidade e resistência, além de ser
100% reciclável. Os perfis PVC contam com aditivos que lhes conferem maior
resistência mecânica e contra as intempéries, permitindo às esquadrias um
excelente desempenho.
c) Instalação: Devido à alta resistência química de seus perfis, as esquadrias de PVC
chegam ao momento da instalação em perfeitas condições. As esquadrias de PVC
são de fácil instalação, podendo ser fixadas diretamente ao vão já acabado.
d) Acabamento: As esquadrias de PVC estão disponíveis no mercado com acabamento
natural, geralmente em cores claras, bem como pintadas ou revestidas com
lâminas de cores e acabamentos variados. Os perfis utilizados nas esquadrias de
PVC devem atender aos requisitos da norma europeia EN 12608-1.

4. Esquadrias de Madeira

E, finalmente, tem-se as características da madeira:

a) Desempenho e Resistência: As tecnologias e os processos de engenharia aplicados


na fabricação de portas de madeira, como a secagem e a reconstituição da
matéria-prima através de seleção e colagem das peças, elevam o grau de
resistência da madeira, seu desempenho e sua durabilidade.
b) Matéria Prima: A utilização da madeira contribui para o aumento da qualidade das
portas, uma vez que a matéria-prima possui características especificas que
possibilitam um conforto acústico e térmico para ambiente. A madeira é
considerada também a única matéria-prima 100% renovável na construção civil.
c) Instalação: O kit porta de madeira chega à obra devidamente montado e pronto
para a instalação, como marco, alizares, dobradiças e fechaduras, proporcionando

26
Aula 3 – Considerações dos Materiais
UNIDADE 1 – ASPECTOS GERAIS

uma praticidade em obra, sem a necessidade de montagem e facilitando a


padronização.
d) Acabamento: As portas podem receber diversos tipos de acabamento, sendo os
mais usuais a pintura e o revestimento. As portas de madeira pintadas de uso
interior podem receber pinturas ultravioleta, poliuretano, esmalte sintético, verniz,
à base d’água e laca. Os revestimentos aplicados podem ser de lâminas de madeira
(natural e pré-composta), papel melamínico, PVC, pet, polipropileno. Para o uso
exterior, a porta deve receber uma pintura especial com resistência às intempéries,
que pode ser de resina à base d’água e resinas sintéticas. Os revestimentos
aplicados podem ser de PVC, pet e polipropileno.

5. Estanqueidade

Com as chuvas, são comuns os problemas de umidade e infiltrações em apartamentos


e casas, principalmente das janelas e sacadas. Isso causa um grande desconforto devido à
formação de mofos e degradação da edificação. Além disso, a umidade pode trazer risco à
saúde de seus moradores, uma vez que ambientes úmidos são mais susceptíveis à
proliferação de fungos.

A escolha dos componentes de qualidade e em conformidade com as normas técnicas,


para a vedação e o envidraçamento, pode ser a diferença entre fornecer uma vida útil longa
e a falha pré-matura.

Os selantes representam apenas uma pequena parte do valor monetário de uma


edificação e muitas vezes são considerados erroneamente como um mero detalhe sem
importância.

Segundo a ISO 6927, selante é um material moldado no local que, uma vez curado ou
seco, tem propriedades de adesão e coesão para vedar uma junta. Quando aplicado em
esquadrias, é utilizado para fixação e/ou vedação de frestas. Para janelas, é necessária uma
vedação hidrofugante que possa suportar exposição a raio UV, chuva, neve e temperaturas
e climas extremos e que continue flexível.

Alguns selantes podem ser pintados e outros não. Devem ser verificados a embalagem
e o catálogo e deve-se consultar o fabricante para conhecer essa propriedade. Com o
tempo, usados de forma incorreta, eles podem endurecer, fissurar e perder a adesão,
levando muitas vezes à infiltração de água.

Para as portas de madeira resistentes à umidade ou estanques à devem-se consultar


as orientações de impermeabilização recomendadas pelo fabricante. É extremamente

27
Aula 3 – Considerações dos Materiais
ESQUADRIAS

importante que o comprador, na hora da compra da esquadria, exija que o fornecedor


especifique claramente o processo de montagem, vedação e fixação.

6. Ferragens e Acessórios

São considerados ferragens todos os acessórios, componentes e peças metálicas para


a sustentação, fixação e movimentação das esquadrias de qualquer tipo. A qualidade da
ferragem vai determinar o bom funcionamento do conjunto, garantir a durabilidade e a
estética de portas, janelas, portões e gradis. A seguir serão mostradas a classificação geral
das ferragens e nas figuras são mostrados exemplos de alguns dos tipos de ferragens mais
utilizados nas obras correntes.

6.1. Dobradiças

São peças fabricadas em ferro (oxidadas, zincadas, niqueladas ou escovadas), em


bronze ou latão (liga e cobre com níquel) que sustentam e permitem a movimentação das
esquadrias. São constituídas de duas chapas, chamadas de asas, interligadas por um eixo
vertical chamado de pino, podendo ainda ter outros elementos conforme o uso. A seguir
são apresentados os diversos tipos mais comuns de dobradiças usadas na construção civil:

28
Aula 3 – Considerações dos Materiais
UNIDADE 1 – ASPECTOS GERAIS

6.2. Fechaduras

São os mecanismos instalados nas portas, portões e janelas para travar a sua abertura,
garantir a segurança e permitir o funcionamento da porta ou janela de acordo com a
finalidade. Em geral pode-se classificar as fechaduras em:

• De embutir com cilindro - o mecanismo da abertura e fechamento da lingueta


comandada pela chave é removível, sendo mais utilizadas em folhas de portas
que dão comunicação com a parte externa das edificações;
• De embutir tipo gorges - é o tipo mais antigo de fechadura, em que o
mecanismo que aciona a lingueta da chave é parte integrante do corpo da
fechadura;
• De embutir tipo de correr - é a fechadura utilizada em folhas de porta de
correr, onde a lingueta da chave tem forma de gancho (bico de papagaio);
• De sobrepor - fechadura instalada na face interna da folha;
• De acionamento elétrico – as mais comuns são as que por acionamento
elétrico liberam a lingueta pelo deslocamento da chapa da contratesta.
Existem, no entanto, no mercado da construção civil, inúmeros tipos de
fechaduras com acionamento elétrico, como porteiros eletrônicos, chaves de
tempo, com cartões magnéticos controladas por central informatizada etc.

29
Aula 3 – Considerações dos Materiais
ESQUADRIAS

6.3. Demais Componentes de Portas e Janelas

Os seguintes acessórios e ferragens são amplamente utilizados em esquadrias.


Seguem-se:

6.3.1. Contratesta

É uma lâmina metálica com aberturas para o encaixe das linguetas do trinco e da
chave, havendo um ressalto junto à abertura do trinco para proteger a madeira do batente
contra a ação do mesmo, que tende a esfregar (bater) na madeira quando a lingueta se
recolhe e depois penetra no furo correspondente para travar a folha, junto ao rebaixo
(jabre) do batente, evitando assim desgastar o local.

6.3.2. Espelho

É a chapa metálica, com diversos acabamentos, cuja peça única tem dois orifícios para
introdução da chave e do eixo do trinco de fechaduras embutidas, com a finalidade de dar
arremate nas laterais da folha da porta onde foram feitos os buracos.

6.3.3. Rosetas

São peças metálicas menores, com diversos acabamentos e geralmente circulares, que
tem a mesma finalidade de arrematar os orifícios de chave e eixo de trinco de fechaduras,
de forma individual, ou seja, como alternativa de acabamento

30
Aula 3 – Considerações dos Materiais
UNIDADE 1 – ASPECTOS GERAIS

6.3.4. Maçanetas

São as peças de uma fechadura que tem a finalidade de abrir, fechar e movimentar a
folha de porta, geralmente apresentadas em dois modelos: de bola e de alavanca. Há
vantagens e desvantagens na aplicação de cada modelo, sendo que o modelo bola diminui a
fadiga na mola do trinco, mas apresenta desconforto no manuseio e em alguns casos
quando fica instalado perto do batente, ao rodar a maçaneta o usuário esfrega as juntas dos
dedos no batente. Com o modelo tipo alavanca, esse problema não existirá, mas a fadiga da
mola provocará o desnivelamento da peça com a horizontal, causando um aspecto estético
desagradável com o tempo.

6.3.5. Puxadores

São peças com a única finalidade de movimentar a folha e não possuem mecanismo de
trava, apresentadas em dois modelos: do tipo alça e do tipo concha. Existem, ainda,
puxadores do tipo trinco de maçaneta usada em caixilhos de correr.

6.3.6. Ferrolho

Peça utilizada para prender a folha na soleira ou peitoril, quando houver duas folhas.
Entre os modelos, existe um denominado fecho (ferro pedrez) que é instalado na face de
espessura da folha (encabeçamento), possuindo uma mola que traz sempre a peça travada.

31
Aula 3 – Considerações dos Materiais
ESQUADRIAS

6.3.7. Tarjetas

São peças semelhantes aos ferrolhos, utilizadas para portinholas e portas de box
sanitários, podendo ser executadas em peças mais robustas, com porta cadeado, para
portas e portões externos.

6.3.8. Cremona

É o mecanismo que substitui nas janelas e portas, a fechadura. É um sistema de


cremalheira que movimenta duas varetas de ferro, que faz a vez do ferrolho, podendo ser
simples ou com mecanismo de chave que trava o movimento de rotação da Cremona.

6.3.9. Carrancas

São peças fixadas na alvenaria externa para prender as folhas de venezianas quando
abertas, para que o vento não as faça bater.

6.3.10. Fixadores e Prendedores

São peças variadas, fixadas no rodapé, no soalho e na folha das esquadrias ou


caixilhos, com o objetivo de fixar a folha para que ela, sobre ação do vento, não venha
bater.

6.3.11. Rodízios

São acessórios utilizados para instalação de folhas de correr, que fazem parte de um
sistema composto de trilho, rodízios, guia, pivô e concha.

Baseado e adaptado de CBIC,


CARLAN ZULIAN, ELTON DONÁ,
CARLOS VARGAS. Edições sem
prejuízo de conteúdo.

32
Aula 4 – Esquadrias de Madeira
UNIDADE 2 – INSTALAÇÕES

Unidade 2 – Instalações

Aula 4: Esquadrias de Madeira

A madeira é um dos materiais de construção mais utilizados pelo homem, possuindo


características técnicas que favorecem sua utilização nas mais diversas etapas e elementos
construtivos de uma obra. Boa resistência mecânica, bom nível de isolamento termo acústico
e facilidade de afeiçoamento (podem ser trabalhadas com ferramentas simples) aliado com o
valor estético que proporciona, faz da madeira uma excelente matéria-prima para execução
de esquadrias, as quais se destacam pela nobreza e sofisticação nos acabamentos.

1. Características das Esquadrias

Há uma grande gama de espécies de madeiras que podem ser utilizadas como
matérias-primas para a fabricação de esquadrias, devendo ser analisado basicamente dois
critérios: maleabilidade e resistência a umidade. Vale destacar que para que se possa
executar uma esquadria com qualidade é necessário que a madeira esteja completamente
seca, caso contrário, a madeira continuará com o processo de secagem mesmo depois da
esquadria instalada, podendo ocorrer deformações irreversíveis.

Dentre as espécies mais utilizadas, destacam-se: Cumaru, Ipê, freijó, cedro-mara,


itaúba.

33
Aula 4 – Esquadrias de Madeira
ESQUADRIAS

A madeira é utilizada tanto em obras com características rusticas quanto obras


sofisticadas, destacando-se pelo valor estético que proporcionam em seus acabamentos.

A principal desvantagem que este material apresenta é a vulnerabilidade de grande


parte das espécies, quando expostas a condições climáticas adversas. A umidade, radiação
solar e agente biológico, interfere na estrutura da madeira acarretando primeiro a perda de
seu valor estético e posteriormente sua degradação. Outra desvantagem é que este
material pode apresentar variações de volume (retração ou inchamento), em função da
variação da umidade, mesmo depois de trabalhadas.

No entanto, existem maneiras de proteger a madeira e minimizar os efeitos causados


por agente naturais. A aplicação de substâncias químicas é a melhor forma de protege-la e
aumentar sua vida útil, sendo que existem uma vasta linha de produtos disponíveis no
mercado com diferentes características. Porém é importante que a aplicação destes
produtos seja rotineira, o que também acaba se tornando uma desvantagem.

2. Fabricação

Os fabricantes de esquadrias de madeira buscam por espécies que apresentem boa


maleabilidade, boa resistência à umidade e que se adaptem as diversas particularidades de
projetos com custos viáveis. O processo de fabricação de portas e janelas de madeira segue
as etapas descritas na sequência:

1º Passo: Preparação – Antes do início do processo de fabricação de esquadrias, a


madeira deve se apresentar seca, a fim de se evitar possíveis deformações
durante a produção. O processo de secagem natural é o mais recomendado,
porém uma secagem completa ao natural pode levar até 2 anos;
2º Passo: Corte – Nessa primeira etapa do procedimento industrial propriamente
dito, deve-se cortar a madeira que dará forma à estrutura futura. Ocorre o corte
e também se tem o fresamento dos perfis de madeiras que formarão os caixilhos,
por exemplo (essa etapa tem a função de formar o perfil de madeira que vai
construir o caixilho);
3º Passo: Proteção - Após a transformação da madeira bruta em peça, deve-se
tratar o produto contra agentes biológicos, com passagem de resinas e
antissépticos. O processo de proteção é dado colocando a estrutura dentro de
um recipiente com substâncias químicas que irão neutralizar a ação de insetos e
microrganismos que possam prejudicar a longevidade do material ou a perda de
resistência;
4º Passo: Acabamento e Colagem – Depois da proteção concedida pela ação de
substâncias químicas, as peças são levadas até máquinas, como

34
Aula 4 – Esquadrias de Madeira
UNIDADE 2 – INSTALAÇÕES

desempenadeiras, plainas e lixadeiras, que possuem a função de retirar possíveis


deformações, como curvaturas indesejadas e realizam lixamento superficial,
proporcionando forma final à estrutura. Após esse acabamento, as partes da
estrutura final são montadas (geralmente possuem encaixe do tipo espiga, porém
ocorre variação de acordo com o fabricante, podendo ocorrer encaixe tipo
cavilha) e coladas, finalizando o processo de montagem. A fabricação da
esquadria é finalizada com a colocação das ferragens, como: dobradiças,
fechaduras, rodízios, borboletas, trincos, visores, entre outras. A esquadria
finalizada é protegida no seu esquadro, embalada e estocada até ser solicitada
em obra. É recomendada a estocagem na posição vertical em piso nivelado e livre
de possíveis agentes externos que possam prejudicar a estrutura, mas o assunto
será retomado na 4ª Unidade.

3. Execução de Esquadrias de Madeira

3.1. Portas

As portas, como já estudado, são as esquadrias com função de privacidade e transição


de ambientes, sendo constituídas além da peça de madeira de materiais como: dobradiças,
fechaduras, marcos, visores, entre outros. A execução de portas de madeira é um processo
considerado simples, geralmente é utilizada uma espuma de poliuretano expansiva, que
auxilia na correta adequação da esquadria junto ao vão.

As portas são sistemas funcionais constituídos de batente ou marco (quando é mais


estreito que a parede), guarnição (alisares ou vistas), folha ou folhas e ferragens
(dobradiças, fechadura, travas e fixadores). O batente é o elemento fixo que guarnece o vão

35
Aula 4 – Esquadrias de Madeira
ESQUADRIAS

da parede onde se prende a folha de porta, e que tem um rebaixo (jabre) contra o qual a
folha de porta se fecha. A folha é a parte móvel da porta, e quando é do tipo de articulação,
o sentido de abertura é à direita ou à esquerda de quem olha a porta do lado em que não
aparecem as dobradiças. O alisar (guarnição ou vista) é a peça fixada ao batente e destinada
a emoldurá-lo (para arremate junto da parede).

A instalação de uma porta de madeira ocorre da seguinte forma, considerando o


método mais atual de execução, com utilização de espuma de poliuretano e Kit Porta
pronta.

1º Passo: Preparação do Vão - O cuidado na preparação dos vãos na alvenaria é


fundamental para a fim de se evitar problemas posteriores à aplicação da peça de

36
Aula 4 – Esquadrias de Madeira
UNIDADE 2 – INSTALAÇÕES

esquadria. É necessário prover uma folga entre a alvenaria e a esquadrias para


que a mesma possa ser posicionada, aprumada e nivelada. Atentar que quando a
fixação não for feita com espuma, deve-se proceder o trabalho com tacos ou
grapas, conforme figura.

2º Passo: Colocação do marco - Deve-se colocar o batente, fixando e travando com


cunhas, posicionando-as preferencialmente nos cantos dos caixilhos e sem
excesso de força, pois este movimento exagerado pode ocasionar empenamento;
também se deve averiguar o prumo, nível e cotas. A figura ilustra a fixação de
batente;

3º Passo: Após o posicionamento da esquadria no vão, devidamente aprumada e


nivelada, é feito a aplicação da espuma. A figura ilustra a posição correta de

37
Aula 4 – Esquadrias de Madeira
ESQUADRIAS

aplicação dos pontos de espuma. Após a aplicação da espuma é recomendada


uma pausa a fim de que ocorra a correta ação desta. O tempo de pausa varia de
fabricante, podendo ser de 2hs até um dia;

4º Passo: Após o intervalo de colocação da espuma deve ser cortado o excesso


desta, por meio de estilete, por exemplo. Também devem ser retiradas cunhas,
ripas e travamentos;
5º Passo: Por fim, deve-se colar os encaixes finais como guarnições, em meia
esquadria para encaixe perfeito com a parte superior, fixando-as nos marcos
reguláveis;

3.1.1. Colocação de Portas Montadas no Local

Devem ser respeitados os seguintes pontos:

• Encostar a porta no encaixe do batente para verificar as folgas e ajustes;


• Manter 3 mm de folga entre a porta e batente (montantes e travessa);
• Manter 8 mm de folga entre a porta e o piso;
• Marcar e colocar as dobradiças, usando ferramentas adequadas (furadeira e
brocas, plainas, formões e ponteiros);
• Colocar a fechadura na porta e furos no batente para lingueta e trinco;
• Colocar cavilhas nos furos dos parafusos e dar o último acabamento;
• Testar o funcionamento, fazer ajustes;
• Cortar, ajustar e pregar as guarnições (pode ficar para depois da pintura);
• Manter as portas fechadas ou travadas com cunhas para evitar que batam
com o vento.

38
Aula 4 – Esquadrias de Madeira
UNIDADE 2 – INSTALAÇÕES

3.2. Janelas

A especificação da utilização de janelas de madeira tem ficado, cada vez mais, restrito
às habitações de alto padrão e às edificações para fins comerciais (restaurantes e lojas),
devido, principalmente, ao seu alto custo. Em geral, as janelas de madeira têm os seguintes
componentes:

• Batente: também de madeira na forma de marcos, pois não atingem a


espessura total da parede, como mostram as figuras a seguir:

• Vidraça: chamado claro da janela, é constituído de um quadro com baguetes


onde são fixados os vidros com massa de vidraceiro ou filetes de madeira ou
alumínio;
• Venezianas: chamada também de escuro, é a vedação da janela contra a
entrada de claridade e permitir alguma ventilação;
• Guarnição: mesma função que nas portas, para dar acabamento entre a
alvenaria e o batente;
• Peitoril: dependendo do tipo de janela o peitoril pode ser externo, interno ou
ambos com a mesma função da soleira, dar acabamento e impedir a
infiltração de água;
• Pingadeira: no caso de janelas mais trabalhadas deve utilizar pingadeiras para
evitar a infiltração de água;

3.3. Quadros Resumos de Instalação

As instalações de Esquadrias de Madeira podem ser resumidas nos seguintes passos e


procedimentos:

39
Aula 4 – Esquadrias de Madeira
ESQUADRIAS

40
Aula 4 – Esquadrias de Madeira
UNIDADE 2 – INSTALAÇÕES

Baseado e adaptado de CBIC,


Jonas Vieira Rodrigues.
Edições sem prejuízo de
conteúdo.

41
Aula 5 – Esquadrias de Alumínio
ESQUADRIAS

Aula 5: Esquadrias de Alumínio

O uso do alumínio é difundido no mundo devido às suas características, tais como: aparência
limpa e moderna, é um material leve, facilitando sua execução e não acrescentando muita
sobrecarga à edificação. Além disso, possui defesa natural à ação da água e,
consequentemente, à corrosão, propiciando maior longevidade quando em comparação a
esquadrias de metais e de madeiras mais simples, necessitando uma menor manutenção.

1. Características das Esquadrias

O histórico do uso das esquadrias de alumínio no país já é antigo, desde 1940 pode-se
encontrar fábricas com produção de esquadrias deste material, porém não existiam perfis
extrudados, ou seja, as chapas eram cortadas e trefiladas (espécie de dobras) até chegar ao
tipo de perfil que se desejava. Este processo era demorado e muitas vezes ocorriam
defeitos, com dobras imprecisas, sendo melhorado somente em 1952 quando os Estados
Unidos difundiram ao mundo a técnica de extrusão.

Extrusão, de acordo com a NBR 6599 (ABNT, 2000), é o processo metalúrgico que
consiste na deformação plástica a quente do material, fazendo-o passar, pela ação de um
pistão, através de um orifício e uma matriz que apresenta o contorno da secção do produto
a ser obtido.

A fim da obtenção de um melhor caráter estético ou de uma maior vida útil, pode
facilmente receber pintura eletrostática ou anodização, conferindo ao material final uma
maior resistência frentes às intempéries.

Além de possibilitar vários acabamentos e ser de um material extremamente durável,


a esquadria de alumínio é geralmente muito precisa e estanque (com exceções das janelas
padrão de má qualidade que são vendidas em diversos centros de construção no país). O
alumínio oferece muitas opções de acabamento e não enferruja, sendo adequado para
construções à beira-mar, por exemplo.

Este material é extremamente leve, facilitando a fabricação, instalação e


funcionamento do produto, além disso, diminui o peso nas estruturas principais dos
edifícios. Sintetizando, a utilização do alumínio em esquadrias pode ser justificada pelas
suas vantagens: resistência à corrosão, baixo peso, característica estética, disponibilidade

42
Aula 5 – Esquadrias de Alumínio
UNIDADE 2 – INSTALAÇÕES

no mercado, ser reciclável, fácil moldagem (podendo ser transformado em diversas formas),
variedade dos acabamentos de superfície, tecnologia moderna, fácil manutenção, durável,
boa vedação.

2. Fabricação

A fabricação de esquadrias em alumínio é bem difundida em todas as regiões do país,


estando presente em quase todo o território nacional. As fábricas produzem todas as
classificações de esquadrias envolvidas nos estudos do deste curso, como portas e janelas.

Na fabricação das esquadrias de alumínio estão presentes máquinas como: policorte


(serra de disco), entestadeira, pantógrafo, curvadeira, estampo, entre outras. O processo de
fabricação de perfis para esquadrias, através da extrusão, produz barras com comprimentos
médios de 6 metros. Ele consiste basicamente nas seguintes etapas: os lingotes de alumínio
são transformados em tarugos cilíndricos, com posição química de acordo com sua
aplicação. A extrusão é dada por meio de prensas hidráulicas, nos quais os tarugos são
introduzidos e prensados passando através de uma matriz que dá a forma ao perfil, como
apresentado na figura.

As fases de fabricação podem ser sinteticamente demonstradas nas seguintes etapas:

1º Passo: Preparação - É a etapa de avaliação da função da esquadria,


dependendo de seu projeto. Levam-se em conta a região de utilização do caixilho,
pé direito da edificação, dimensões e futuros acabamentos do vão;
2º Passo: Usinagem - Nesta etapa ocorre as operações de usinagem, em que as
barras de alumínio necessitam de um tratamento de vaselina líquida para a
proteção na fabricação durante o manuseio do material. Dentre os tipos de

43
Aula 5 – Esquadrias de Alumínio
ESQUADRIAS

processos tem-se cortes (por meio de serras circulares) e estampagem (operação


realizada através de ferramentas especiais para cada tipo de furo, rasgo ou
encaixe). Os dois processos são importantes para a fabricação dos caixilhos de
alumínio, necessitando de precisão para tornar o produto final estanque e nas
dimensões pretendidas para a execução em obra;
3º Passo: Montagem – Após as operações de corte e usinagem dos perfis, é feito
a montagem dos quadros, com auxílio de acessórios (geralmente macho e cunha
ou parafusos). Após a montagem ocorre a instalação das ferragens e demais
acessórios.

3. Execução de Esquadrias de Alumínio

Para a execução das esquadrias de alumínio em obra utiliza-se contramarco cortado a


45o e fixado com macho e cunha. Contramarco é um quadro suplementar de alumínio,
chumbado diretamente na alvenaria a fim de garantir uma vedação e exatidão no
preenchimento do vão, racionalizando o processo de execução e evitando possíveis locais
vazados ou não alinhados, ou seja, proporciona a exatidão nas dimensões de projeto além
de garantir prumo, nível e a proteção na fase de acabamento. O contramarco também
permite acabamentos finais no vão sem prejuízo, pois a esquadria só é adicionada após a
colocação deste. A figura apresenta um exemplo de chumbamento de contramarco de
alumínio.

Também se utiliza na execução de esquadrias de alumínio o marco, que é o quadro


que fica aparente, na periferia da região da esquadria. Marco e contramarco podem possuir
diferentes funções de acordo com a forma de abrir de peças de esquadrias, por exemplo,
caso a esquadria seja do tipo “abrir”, marco e contramarco funcionam como batentes, em

44
Aula 5 – Esquadrias de Alumínio
UNIDADE 2 – INSTALAÇÕES

caso de portas/janelas de correr, funcionam como trilhos para a corrida das folhas. A união
dos quadros pode ser de duas formas, com corte a 45o, como o contramarco (também
fixado com o macho e cunha) ou com usinagem a 90o, unido com olhal e parafusos.

Continuando a execução das esquadrias de alumínio, temos elementos como folhas,


vidros e outros acessórios que se diferenciam de acordo com o fabricante do material, como
borboletas, trincos e roldanas. As folhas podem necessitar de encaixes para baguetes de
alumínio para a fixação de vidros ou estes serão instalados com o auxílio de gaxetas de
borracha ou massas de silicone. Por fim, após a instalação de folhas e vidros resta somente
um acabamento final que pode ser feito por meio de arremates.

Também se deve salientar que a esquadria de alumínio necessita de um tratamento


para proteção a fim de evitar possíveis danos como corrosão e uma deterioração da sua
superfície. Frente a isto, têm-se três possibilidades de tratamento para evitar que danos
ocorram e diminuam a vida útil da estrutura: anodização, coloração inorgânica eletrolítica e
pintura eletrostática.

Primeiramente, a anodização tem a função de conferir melhor padrão estético final à


esquadria e também proporcionar melhorar proteção frente à corrosão, maresias e
quaisquer outros ataques que a esquadria possa ser submetida. O processo de anodização
se dá através de um banho de ácido eletrolítico com tensão de alimentação na faixa de 14 a
20 volts e intensidade de corrente de 1,5 A/dm² proporcionando um aquecimento do
banho.

Além disso, têm-se cuidados como temperatura entre 18 e 20 oC e refrigeração com ar


contínua. Com este ambiente criado, há decomposição do ácido e uma reação que gera
óxido de alumínio, conhecido como alumina que possui a característica de ser mais
resistente que o material inicial. Após o processo de anodização deve ocorrer a selagem que
é descrita como uma etapa complementar e obrigatória, pois confere uma melhor
resistência à corrosão atmosférica. O processo de selagem é sinteticamente descrito como
um mergulho do alumínio anodizado em uma cuba d’água (destilada ou dionizada) levado à
ebulição (98 a 100 graus Celsius). Nestas condições a alumina se hidrata e aumenta seu
volume, o que acarreta o fechamento total de seus poros.

A segunda forma de proteção é a coloração inorgânica eletrolítica que se baseia no uso


de corrente alternada que acaba por atrair sais metálicos para o fundo dos poros. A
diversidade de tons se dá devido à quantidade de sais metálicos utilizados no processo.

A última forma de proteção é a pintura eletrostática, sendo o processo mais utilizado


na proteção e decoração do alumínio. O processo de aplicação da pintura é realizado em

45
Aula 5 – Esquadrias de Alumínio
ESQUADRIAS

uma cabina utilizando uma pistola de ar comprimido de baixa pressão. Em sua ponta
existem dois eletrodos ligados uma fonte de alta voltagem (até 90 mil volts).

Ao passar por ela, o pó recebe uma carga positiva e, pelo princípio de atração
eletromagnética, é atraída pela peça metálica ligada a terra. Este princípio oferece ao
produto segurança de uma cobertura perfeita e uniforme, mesmo nas reentrâncias e
cavidades de difícil acesso, cobrindo-as com uma camada que pode variar de 40 a 100
micra.

O sistema de pintura eletrostática exige que a peça passe por um pré-tratamento


antes de ser pintada, eliminando-se resíduos como óleo, graxa, sujeira e remoção de
oxidação. Após o pré-tratamento, a peça vai para a cabina de pintura e depois para uma
estufa a uma temperatura de aproximadamente 230 a 250 oC, por um tempo de 15 a 30
minutos, onde é feita a polimerização do produto. As principais vantagens da pintura
eletrostática são: acabamento homogêneo, pintura total da esquadria, aderência elevada,
resistência a impactos, a ferrugem e a altas temperaturas.

3.1. Serviços Preliminares à Instalação do Contramarco

Os serviços de preparação para a colocação de esquadrias de alumínio dependem


muito do tipo de caixilho a ser utilizado e seu acabamento em relação aos peitoris externos
e internos. Os procedimentos a seguir são indicados para projetos padrões de edificações
de alvenaria comum, revestimentos internos com argamassas, pastilhas nas fachadas etc.:

• Alvenaria deve estar concluída e chapiscada com vãos das aberturas com
folgas de 3 a 7 cm de cada lado, em cima e em baixo, dependendo da
orientação do fornecedor;
• No caso de edifícios altos, preferivelmente, a estrutura deverá estar concluída
para que seja possível aprumar os contramarcos a partir de fio de prumo
externo;
• Dependendo do tipo de caixilho, as taliscas das paredes internas também
devem estar indicando o plano final do acabamento;
• Internamente deve haver uma referência de nível do peitoril em relação ao
piso acabado padrão para todas as janelas do mesmo pavimento ou de
conformidade com o projeto.

3.2. Assentamento de Contramarcos

1º Passo: Dependendo das dimensões do vão, utilizar sarrafos de madeira de


1”x2” em cruz ou verticais para dar suporte ao ajuste pela face externa do
contramarco e cunhas de madeira;

46
Aula 5 – Esquadrias de Alumínio
UNIDADE 2 – INSTALAÇÕES

2º Passo: Os contramarcos deverão ser amarrados precariamente nos sarrafos


com arames recozidos para permitir os ajustes de prumo, alinhamento e nível;

3º Passo: Preferencialmente os chumbadores de aço devem ocupar a folga entre


o contramarco e o vão, sem que haja necessidade de fazer rasgos na parede;

4º Passo: Os chumbadores devem ficar a 20 cm dos cantos e em número


suficiente para que não fiquem a mais de 80 cm uns dos outros;
5º Passo: Fazer os ajustes de nível, alinhamento, prumo e esquadro usando
cunhas, réguas e demais ferramentas;

47
Aula 5 – Esquadrias de Alumínio
ESQUADRIAS

6º Passo: O alinhamento deve compatibilizar a face externa com a face interna


da parede e se ocorrer diferenças adotar, preferencialmente, a face externa
como referência;
7º Passo: Após conferir todas as referências, dar o aperto no arame de
amarração nos sarrafos;

8º Passo: Encaixar os chumbadores (grapas metálicas) no contramarco em


número suficiente (ver norma e indicação do fornecedor);
9º Passo: Conferir novamente esquadro, nível, prumo e alinhamento;
10º Passo: Fazer o chumbamento definitivo com argamassa de cimento e areia
média, no traço 1:3, apenas nos pontos de ancoragem;
11º Passo: Aguardar 24 horas e completar o preenchimento com argamassa e dar
o acabamento (requadro);
12º Passo: No caso de contramarcos de portas é recomendável a colocação de
uma proteção na soleira para evitar que o trânsito de carrinhos e pessoas
danifique a peça de alumínio;
13º Passo: Após 24 horas pode-se retirar os sarrafos.

3.3. Instalação dos Caixilhos

Em geral a instalação dos caixilhos de alumínio é feita por pessoal especializado que
pode ser da própria fornecedora dos caixilhos ou por empreiteiro indicado pela mesma. De
qualquer forma, é importante que o responsável pela obra tome alguns cuidados nesta fase
para assegurar o perfeito funcionamento das janelas e portas de alumínio. Quase sempre as
etapas que antecedem a instalação dos caixilhos são o revestimento interno e externo.

48
Aula 5 – Esquadrias de Alumínio
UNIDADE 2 – INSTALAÇÕES

1º Passo: Os caixilhos devem vir embalados em plástico e identificados (tipo,


andar, etc.), preferencialmente em época próxima de sua instalação para evitar
que fique por muito tempo exposto às condições da obra;
2º Passo: A armazenagem na obra deve ser feita em local seguro, afastado da
circulação de pessoas e equipamentos, seco, coberto, livre de poeiras. As peças
devem ser colocadas sobre calços, na vertical, encostadas umas nas outras e
separadas por cunhas de madeira, papelão ou pedaços de carpetes;

3º Passo: Após a colocação das esquadrias de alumínio e se ainda existir algum


serviço a ser executado, é recomendável proteger os caixilhos com vaselina ou
plásticos adesivos;
4º Passo: A limpeza pode ser feita com água e detergente neutro com até 10%
de álcool (jamais utilizar esponjas de aço ou de outra fibra que possa riscar a
superfície de alumínio);
5º Passo: As superfícies de alumínio não podem ser expostas ao contato com
cimento, argamassas ou mesmo resíduo aquoso desses materiais ou com ácido
clorídrico (muriático), pois haverá uma reação química na superfície com a
formação de manchas definitivas.

3.4. Quadros Resumos de Instalação (Com Contramarco)

49
Aula 5 – Esquadrias de Alumínio
ESQUADRIAS

50
Aula 5 – Esquadrias de Alumínio
UNIDADE 2 – INSTALAÇÕES

3.5. Quadros Resumos de Instalação (Sem Contramarco)

Na instalação de esquadrias sem contramarco, os vãos devem estar acabados e com as


medidas previamente estabelecidas para o recebimento da esquadria.

O vão deve ser de aproximadamente 50mm (25mm de cada lado) maior do que o
produto a ser instalado.

O roteiro recomendado para instalação da esquadria de alumínio sem contramarco é


apresentado seguir.

51
Aula 5 – Esquadrias de Alumínio
ESQUADRIAS

Baseado e adaptado de CBIC,


Jonas Vieira Rodrigues.
Edições sem prejuízo de
conteúdo.

52
Aula 6 – Esquadrias de Aço e PVC
UNIDADE 2 – INSTALAÇÕES

Aula 6: Esquadrias de Aço e PVC

As esquadrias metálicas são esquadrias tradicionais, muito utilizadas antigamente e que,


atualmente, vêm perdendo espaço para novas tecnologias, como esquadrias de PVC. Nesta
aula serão vistos os dois principais últimos tipos de materiais quais são confeccionadas as
esquadrias.

1. Esquadrias Metálicas de Ferro e Aço

A fácil disponibilidade no mercado com custos relativamente baixo torna o ferro uma
matéria prima bastante competitiva para a indústria de esquadrias, pois o material
apresenta a propriedade de ser facilmente personalizado, tornando-se uma boa opção para
obras onde se necessita de um dimensionamento particular da esquadria. Porém o fato de o
material ser susceptível aos efeitos da corrosão, necessitando de constante manutenção,
acaba muitas vezes contribuindo para a escolha de outro material.

O aço, que possui características semelhantes ao ferro, porém com melhor


desempenho frente às intempéries, ainda é tido como uma boa alternativa na hora da
escolha do material utilizado em obra, sendo utilizado em diversas tipologias de esquadrias,
mas apresenta custo superior ao ferro.

Como a aula priorizará portas e janelas, a presença de esquadrias metálicas nestas


duas tipologias se dá em maior volume na produção de janelas, enquanto portas metálicas,
atualmente, são pouco encontradas em residências de médio a alto padrão.

O aço utilizado em esquadrias é composto por ferro, carbono e uma leva de outros
materiais em menor quantidade, como silício, cobre e manganês. Cada elemento, quando
adicionado à liga metálica, confere certa particularidade, por exemplo, a adição de cobre
confere ao aço uma maior resistência frente à corrosão, proporcionando uma maior
durabilidade ao material. A adição de zinco, comumente chamada de galvanização, também
confere ao aço maior resistência frente ao ataque corrosivo, além de proporcionar uma
melhor aparência ao produto.

53
Aula 6 – Esquadrias de Aço e PVC
ESQUADRIAS

As esquadrias de ferro e aço são recomendadas para quaisquer ambientes, exceto em


regiões litorâneas em que este é submetido à maresia e pode perder sua durabilidade. O
aço define uma estrutura robusta ao produto final, possuindo maior resistência a impactos
quando comparado aos outros materiais em estudo, como o alumínio e o PVC.

As desvantagens na utilização de janelas e portas em aço são, além do custo, aspecto


não tão atraente e um menor conforto térmico acústico quando comparado ao alumínio e
ao PVC. Já o ferro possui menor custo, porém apresenta menor resistência a impactos e à
corrosão, necessitando de maior manutenção.

Uma característica diferente dos outros materiais é que as portas metálicas possuem
tipologias nem sempre encontradas em outras matérias-primas, como as portas corta-fogo.
O quadro apresenta os tipos de portas metálicas encontradas na construção civil nacional.

54
Aula 6 – Esquadrias de Aço e PVC
UNIDADE 2 – INSTALAÇÕES

1.1. Fabricação

As esquadrias de aço são geralmente produzidas em perfis “I”, “T” e “L”, podendo ser
encontrados também perfis em chapas de aço ou tubulares enquanto as estruturas de ferro
são geralmente fabricadas em barras circulares, por se tratarem, geralmente, de grades. O
ferro também é encontrado na fabricação de janelas, pois o aço, embora mais durável, não
apresenta facilidade em ser modulado e, assim, é encontrado em dimensões específicas. As
estruturas de ferro também possuem baixo custo de produção, tornando o produto final
mais barato que a maioria dos outros materiais.

Os passos para fabricação de esquadrias metálicas são basicamente semelhantes aos


descritos na fabricação de quadros de alumínio. A principal diferença na produção dá-se na
fase de limpeza e proteção, na qual o aço sofre o processo de galvanização. Galvanização é
o processo de revestimento de um metal por outro mais nobre a fim de proporcionar
melhor resistência frente à corrosão ou até mesmo conferir melhor aparência ao metal.

1.2. Execução de Esquadrias Metálicas

Para a execução das esquadrias de aço e ferro deve-se prestar atenção nas
características de fábrica, pois a estrutura vem composta por acessórios, como grapas e
chumbadores, que servem de guia para a fixação da esquadria. Também se deve cuidar o
armazenamento das peças em obra, evitando empilhamento, e a conferência no ato do
recebimento quando comprada. Em síntese, pode-se dizer que a execução de esquadrias de
aço e ferro é dada pelas seguintes etapas:

1º Passo: Conferência das medidas de projeto e das medidas em obra (a abertura


do vão deve apresentar, geralmente, uma folga de 2,0 cm a cada lado para
preenchimento) a fim de evitar maiores problemas caso o vão não esteja correto.
Também se deve verificar a conformidade de vergas (em portas) e contravergas
(em janelas), a imagem abaixo demonstra como deve se apresentar a alvenaria
antes da fixação.

55
Aula 6 – Esquadrias de Aço e PVC
ESQUADRIAS

2º Passo: Deve-se centralizar a posição da esquadria no vão, conferindo


nivelamentos e correto posicionamento do peitoril, do prumo, e das possíveis
diferenças de cotas, como o assentamento de um futuro piso.
3º Passo: Deve-se calçar vergas e contravergas em suas regiões periféricas, com
distância de 60 cm entre os diferentes calços. Não deve ocorrer presença de calço
na região central, somente em posições laterais, permitindo, após a execução, o
correto funcionamento de abertura que a esquadria conter. Após o calçamento,
deve-se verificar níveis e prumos novamente.
4º Passo: Chumbar e parafusar a esquadria, fixando-a e testando sua abertura.
Também deve-se verificar todo o quadro da esquadria a fim de evitar que esta
apresente algum problema antes do preenchimento final de argamassa.
5º Passo: Preencher a folga da esquadria e vão com argamassa (traço 1:3) a fim
de conferir estanqueidade à estrutura. Este passo deve ser extremamente
cuidadoso a fim de evitar a penetração de água e o surgimento de possíveis
infiltrações.
6º Passo: Secagem da argamassa e proteção final da esquadria, protegendo ela
contra a corrosão e o ataque de agentes externos. Também deve-se cuidar para
que a esquadria pronta não seja prejudicada com a presença de pó de cimento,
cal e outros materiais. Para isto, geralmente a esquadria é plastificada.

1.2.1. Observações às Portas

Tecnicamente, as portas metálicas podem substituir as portas de madeira em quase


todas as situações, devendo-se apenas levar em consideração os aspectos técnicos
(segurança e base para fixação), estéticos e de custo envolvidos. Em geral as portas de aço e
mistas são indicadas para edificações comerciais e industriais e para segurança e proteção
em edificações de qualquer tipo.

Com relação à execução (instalação) de portas de aço os cuidados são muito


semelhantes aos adotados na instalação de portas de madeira ou alumínio, considerando a
folga no vão, dimensões, nivelamento, alinhamento e prumos das superfícies, com a
vantagem de que as portas em geral são instaladas já montadas (porta, batentes e
chumbadores).

1.2.2. Observações às Janelas

Os mesmos cuidados na instalação de portas e janelas de outros tipos também devem


ser considerados quando se tratar de peças de serralheria. A escolha de um bom fornecedor
e instalador (pedreiro), o rigor na execução dos vãos (preparação), os alinhamentos e
prumos são fatores preponderantes para o funcionamento perfeito das janelas de ferro. O

56
Aula 6 – Esquadrias de Aço e PVC
UNIDADE 2 – INSTALAÇÕES

responsável da obra deve estar atento para os seguintes pontos na fase de execução das
janelas de ferro:

• O dimensionamento dos perfis, cantoneiras e chapas devem ser feitos por


profissional habilitado e experiente, pois estarão sujeitas as tensões de uso;
• A esquadria deve ter rigidez e estabilidade suficientes com chumbadores
(grapas) colocados distantes uns dos outros não mais do que 60 cm e
solidarizadas com argamassa de cimento e areia no traço 1:3;
• No caso de peças de grande vão e peso, verificar se os reforços (tirantes,
mãos-francesas) são suficientes para garantir a segurança do conjunto,
lembrando sempre que haverá movimentação de folhas;
• No caso de uso de buchas plásticas expansíveis, garantir que as mesmas
estejam bem solidarizadas na alvenaria ou no concreto;
• Acompanhar a calefetação do conjunto com borracha de silicone de forma
que não ocorra qualquer tipo de infiltração de água na pós-ocupação;
• Após a consolidação do chumbamento, testar o funcionamento dos
basculantes, janelas de correr, máximos-ares, venezianas etc. e proceder os
ajustes, se necessário;
• Conferir a limpeza e execução da proteção contra ferrugem e pintura final.

2. Esquadrias de PVC

O Policloreto de Vinila (PVC) é obtido a partir do etileno, um dos subprodutos do


petróleo, que representa 43% de seu peso, combinado com o cloro retirado do cloreto de
sódio, o sal de cozinha, que representa 57% de seu peso. Esses dois recursos naturais, sal e
petróleo (ou gás natural) são à base da fabricação dos componentes do PVC.

O etileno é obtido através dos processos de refinamento do petróleo, já o cloro


provém da eletrólise, reação que consiste na passagem de uma corrente elétrica por uma
certa quantidade de água salgada obtendo o cloro. O processo de industrialização do PVC
dá-se conforme o fluxograma da figura.

A procura por esquadrias de PVC vem aumentando significativamente ao longo dos


anos, pois o produto apresenta características técnicas que favorecem sua aplicação nos
mais variados projetos de engenharia, adaptando-se a diferentes situações, regiões e
padrões.

O PVC é um material de alta resistência a intempéries, maresias e agentes biológicos


possuindo longa durabilidade. Pode ser aplicado nas mais adversas condições climáticas,
pois possuem a propriedade de ser bom isolante térmico. Além de todas estas vantagens, o

57
Aula 6 – Esquadrias de Aço e PVC
ESQUADRIAS

PVC ainda pode ser pigmentado de diversas cores, atingindo os padrões estéticos
desejáveis.

Acerca do início da aplicação de PVC na produção de esquadrias, esclarece-se: “As


esquadrias de PVC surgiram nos anos de 1950 e 1960 na Alemanha Ocidental. No início o
PVC foi pouco utilizado no mercado, mas só em 1970 houve uma fase de rápido
desenvolvimento, atingindo 45% do mercado em 1980. A partir daí o PVC propagou-se pela
Europa e Estados Unidos, sempre conseguindo parcelas significativas dos mercados locais.
No Brasil, as primeiras tentativas de produção e comercialização de perfis de PVC, datam
meados de 1970[...]”(SANTOS, 2004).

Ademais, importante notar que a escassez de madeiras nobres em razão do crescente


controle mais rigoroso do desmatamento, leva inevitavelmente ao uso de novos materiais e
nesse caso o PVC se destaca por causa de sua qualidade, versatilidade e acessível produção.

As esquadrias são produzidas a partir de perfis extrudados, os quais possuem aço


galvanizado em sua estrutura interna, o que aumenta sua resistência. Existe uma grande
variedade de topologias de perfis, que se adaptam aos projetos garantindo um produto final
qualificado. Ponto positivo das esquadrias de PVC é que são excelentes isolantes
termoacústicos e não propagam chamas, sendo bastante utilizadas em países da América do
Norte e Europa há bastante tempo.

Comparado com outros materiais, o PVC apresenta-se como o melhor isolante


térmico, conforme demonstra a Tabela a seguir:

58
Aula 6 – Esquadrias de Aço e PVC
UNIDADE 2 – INSTALAÇÕES

Cabe mencionar, também que o consumo energético na produção e transformação do


PVC é um dos mais baixos, se comparado com o de outros materiais utilizados na
construção civil, na confecção dos caixilhos, tais como ferro alumínio, madeira e aço. O
consumo bruto para a fabricação do PVC representa, em média, menos de 0,25% da
quantidade de petróleo bruto extraído no mundo.

A ligação dos perfis que formam os quadros das esquadrias acontece em fábrica
através de soldas térmicas, com isso não ocorre a descontinuidade nos cantos das peças
como no caso da madeira e alumínio, consequentemente a esquadrias apresenta maior
estanqueidade a água. Outrossim, o PVC pode ser produzido com diversas cores e padrões,
dentre eles pode assemelhar-se a esquadrias de madeira, visto que ele pode ser
dimensionado e pintado de forma a se parecer esteticamente com ela.

Nesse sentido, vale lembrar que a esquadria de madeira agrega valor estético,
simbolizando rusticidade.

Porém, o PVC apresenta como desvantagem ser sensível à ação de alguns elementos
orgânicos, tais como os solventes cetônicos e tetraidrofurânicos (THF), os quais podem
eventualmente ser encontrados em algumas tintas, vernizes e em certos produtos de
tratamento de madeira.

Ademais, o PVC, ainda que possuam vida útil significativa, é material termoplástico,
podendo apresentar acentuadas deformações ao longo do tempo, seja por tensões diversas
ou por exposição a temperaturas elevadas.

Outra desvantagem do uso do PVC é que, ainda que seja difícil sua combustão, quando
inflama o material produz um gás que contém ácido clorídrico (HCl), o qual é altamente
tóxico e prejudicial à saúde. Desse modo, há de se observar com atenção o uso de
esquadrias de PVC em ambientes fechados.

2.1. Fabricação

Como já foi citado anteriormente, as esquadrias de PVC são executadas a partir de


perfis extrudados que não são de mesma composição que os de tubos e conexões, os quais

59
Aula 6 – Esquadrias de Aço e PVC
ESQUADRIAS

possuem diversas formas que propiciam a execução de praticamente todas as tipologias de


aberturas. Na sequência será apresentado o processo de fabricação destas esquadrias.

O início da fabricação se dá com o corte, podendo ser executado com equipamentos


simples. Recomenda-se que a serra utilizada nesta etapa não seja utilizada em outros
materiais, como alumínio e aço, de modo a evitar contaminações, ou seja, é importante que
a lâmina da serra esteja limpa e livre de gordura para não prejudicar a qualidade da solda.

Godoi (2005) salienta que no início do processo de fabricação é importante observar


que a área de montagem deve ser climatizada a uma temperatura de no mínimo 15 oC, do
contrário corre-se o risco de obter uma má qualidade de junta na solda.

Os perfis, após cortados, devem ser soldados dentro de um período de 24 horas, para
evitar que as superfícies acabem sofrendo avarias. O plano de corte deve ser perpendicular
à linha visual dos perfis, do contrário a solda poderá não ser homogênea. O comprimento
do corte deve ser dimensionado alguns milímetros maior em cada canto para compensar o
material que é reduzido durante o processo de solda.

Antes da solda os perfis de PVC passam por um reforço com aço galvanizado, que são
inseridas na câmara interior a cada peça, destinada à colocação desses reforços que
contribuem para a estabilidade da esquadria produzida. Os reforços de aço devem ser
cortados com comprimentos menores que o perfil original, de modo que ele também
permita a operação de soldagem sem interferências. Nesta etapa também são executadas
as operações de usinagem para a colocação dos acessórios como dobradiças e maçanetas.

Após a inserção do aço galvanizado e as operações de usinagem os perfis de PVC são


encaminhados para a solda termoplástica para fazer a ligação definitiva dos perfis.
Posteriormente, encaminha-se a peça a outra máquina para que seja limpa, sendo retirados
os pedaços excedentes de PVC decorrente dos processos anteriores, dando acabamento à
esquadria.

Por fim, as esquadrias são submetidas a um processo de finalização, momento em que


são adicionados acessórios como vidros e mosquiteiros encaixilhados.

2.2. Execução de Esquadrias de PVC

O processo de instalação de uma esquadria de PVC será apresentado na sequência:

1º Passo: Primeiramente confere-se o prumo e nível do vão, bem como as


dimensões do mesmo para averiguar se estão adequadas à colocação daquela
esquadria. Após esse procedimento, estando as dimensões corretas, coloca-se o

60
Aula 6 – Esquadrias de Aço e PVC
UNIDADE 2 – INSTALAÇÕES

marco da esquadria com os calços que auxiliam na instalação, conferindo, o


prumo e nível do marco;
2º Passo: Após a colocação do marco, realizam-se os furos na parede, necessários
à instalação, por onde passarão as buchas e parafusos de fixação. Apertam-se os
parafusos e aplicam-se neles pontos de espuma de poliuretano que, juntamente
com os parafusos, farão a fixação da esquadria no vão.;
3º Passo: Posteriormente, aplica-se espuma em todo o perímetro da esquadria,
deixando uma reentrância interna ao marco para que ali, posteriormente, seja
aplicado o silicone de vedação. É importante não aplicar quantidade exagerada
de espuma, o que pode causar a deformação da esquadria.;
4º Passo: Após a secagem da espuma, a quantidade que expandiu para fora do
marco é removida e inicia a vedação da peça. A vedação começa com a aplicação
de silicone na reentrância deixada no perímetro da peça. Imediatamente após a
aplicação do silicone, sobre esse são colocados os acabamentos da esquadria,
usualmente meia cana, pinázio ou guarnição.

2.3. Quadros Resumos de Instalação

De uma maneira geral, as esquadrias de PVC podem ser instaladas de três maneiras:
fixação com parafusos, chumbamento com grapas e instalação com contramarco. Formas
de instalação distintas exigem diferentes preparos do vão, o que deve ser estritamente
observado, a fim de que seja garantido o bom desempenho da esquadria.

2.3.1. Instalações Sem Contramarco

É o método indicado para vãos já requadrados, ou seja, com o acabamento em fase


final. O marco da esquadria é fixado ao vão por meio de um conjunto de parafusos e
buchas, com a vedação entre os elementos sendo garantida por meio do uso de espuma
expansiva de poliuretano.

Exemplos: troca de esquadrias, reformas, construções novas, onde a esquadria seja


instalada após o emboço da alvenaria.

Nota: neste tipo de fixação, deve-se atentar para as instruções de marcação e


execução dos furos.

O roteiro recomendado para instalação das esquadrias de PVC sem contramarco é


apresentado a seguir.

61
Aula 6 – Esquadrias de Aço e PVC
ESQUADRIAS

62
Aula 6 – Esquadrias de Aço e PVC
UNIDADE 2 – INSTALAÇÕES

2.3.2. Instalações com Chumbamento com Grapas

É o método indicado para instalação da esquadria em vãos sem emboço. A esquadria é


fixada na parede/vão por meio do chumbamento com argamassa de hastes metálicas
(grapas) presas ao marco. Para garantir um perfeito acabamento, é importante que seja
prevista a aplicação de perfis de arremate que possibilitem um acabamento entre a
esquadria e a alvenaria.

Exemplos: reformas, construções novas, onde a esquadria é instalada antes do


emboço da alvenaria. Geralmente a instalação é feita sob a responsabilidade da construtora
por um profissional qualificado.
Baseado e adaptado de CBIC,
Jonas Vieira Rodrigues.
Edições sem prejuízo de
conteúdo.

63
Aula 7 – Esquadrias de Vidro
ESQUADRIAS

Unidade 3 – Esquadrias Especiais

Aula 7: Esquadrias de Vidro

O uso do vidro na construção civil cresceu rapidamente a partir do século XX, devido a diversas
pesquisas tecnológicas que permitiram o desenvolvimento deste produto, deixando de ser
produzido artesanalmente e passando para produção massiva. Apesar de já ter sido estudado
na disciplina de Materiais de Construção II, serão revistos novamente conceitos específicos às
aplicações em esquadrias.

1. Introdução

Por definição o vidro trata-se de uma substância inorgânica, homogênea e amorfa,


obtida através do resfriamento de uma massa de fusão, sendo que, em decorrência disso,
suas principais qualidades são a transparência e a dureza.

O vidro é utilizado primeiramente pela qualidade da transparência, sinônimo de luz e


de comunicação. “É o único material que possibilita a visualização do produto que ele
contém ao mesmo tempo em que o protege contra radiações que o deteriorariam”.

Outra propriedade importante é a dureza deste material, o vidro não é poroso e nem
absorvente, trata-se de um bom isolante acústico, com baixo índice de dilatação e
condutividade térmica.

Adicionalmente, o vidro exerce a função de equilibrar a temperatura e a luminosidade


nos ambientes, podendo tanto favorecer quanto impedir a passagem de luz e calor. Em
regiões de baixas temperaturas, indica-se a utilização de vidros incolores que permitem a
máxima entrada de luz e calor. Já em regiões de temperaturas elevadas, deve-se optar por
tipologias termoabsorventes, que restringem a entrada de calor. Com isso, ocorre uma
redução significante no consumo energético, pois reduz a necessidade de sistemas artificias
de calefação.

64
Aula 7 – Esquadrias de Vidro
UNIDADE 3 – ESQUADRIAS ESPECIAIS

O vidro encontra-se na construção civil sob diversas formas, como em janelas, portas,
blocos, elemento decorativo, divisória, entre outros. As esquadrias de vidro,
especificamente, adequam-se perfeitamente em diversos tipos de obras, sejam elas
residenciais, comerciais e industriais. Em síntese, podemos destacar que a importância do
vidro na composição das esquadrias está relacionado às seguintes propriedades:
Transparência, dureza, proteção contra radiação solar, isolamento térmico e acústico, além
do valor estético que os diversos tipos de vidros proporcionam nos acabamentos.

São várias as tipologias de vidros disponíveis no mercado. O vidro sem nenhuma


espécie de transformação é chamado recozido, devido ao seu processo de fabricação. A
partir desse, são produzidos todos os outros diversos tipos de vidros.

Dentre os principais tipos de vidros utilizados nas edificações, destacam-se os vidros


de segurança, que possuem características favoráveis à resistência mecânica e
proporcionam padrões de segurança superior ao vidro comum. As esquadrias de vidros de
segurança são indicadas para áreas de maior risco de acidentes, sujeitos a impactos,
choques térmicos ou utilização sob condições adversas, que requeiram resistência
mecânica.

Bueno esclarece que “a diferença fundamental entre o vidro de segurança e o comum


é que ao ser fraturado o vidro de segurança produz fragmentos menos suscetíveis de causar
ferimentos graves do que o vidro comum. ”

Os vidros de segurança são basicamente dois: o aramado e o laminado.

O vidro laminado caracterizam-se por possuir duas ou mais lâminas de vidro


interligadas, sob calor e pressão, por uma película. Oferecem boa segurança, pois, ao se

65
Aula 7 – Esquadrias de Vidro
ESQUADRIAS

quebrarem, os cacos do vidro ficam grudados na película e não se dispersam pelo ambiente.
Assim como o vidro temperado, o vidro laminado não pode ser cortado na obra, devendo
ter suas dimensões especificadas previamente.

Ao vidro aramado, por sua vez, é incorporada uma rede metálica de malha quadrada,
tendo como principal característica a resistência ao fogo e diminui o risco de acidentes, pois
ao ser quebrado, não estilhaça, sendo que os fragmentos de vidro se mantem presos à tela
metálica.

Outro tipo de vidro muito utilizado com diferentes aplicações são os vidros
temperados, o qual tem sua resistência aumentada pela têmpera, processo no qual o
material é aquecido a uma temperatura crítica e depois resfriado rapidamente. Estre
processo faz com que ocorram tensões residuais de compressão na sua superfícies e
tensões de tração na parte internas, aumentando consideravelmente sua resistência
mecânica, sendo que o vidro apresenta grande resistência as tensões de compressão.

São indicados para locais susceptíveis a impactos, choques térmicos e principalmente


onde se deseja o máximo de transparência com o mínimo de elementos estruturais de
sustentação. Uns exemplos comuns de utilização são em fachadas de edifícios e vitrines.

Outro ponto da versatilidade das esquadrias de vidro se dá pelas diversas


possibilidades de acabamento que ele apresenta, podendo ser incolor ou colorido,
serigrafado, impresso, reflexivo, fosco, dentre outros beneficiamentos que possuem função
estética e funcional.

Os vidros coloridos, serigrafados, pintados a frio ou impressos são muito utilizados em


fachadas e vitrines, servindo a fins comerciais e publicitários, podendo estampar identidade
visual de empresas.

Uma desvantagem do vidro é que em locais em que a segurança do imóvel deve ser
maior, a utilização de portas e janelas de vidro pode não ser uma boa opção, já que deixa o
local mais exposto, posto que grande parte dos vidros possibilita visão completa dos
ambientes, e podem ser estilhaçados facilmente.

66
Aula 7 – Esquadrias de Vidro
UNIDADE 3 – ESQUADRIAS ESPECIAIS

Para atenuar parcialmente esse problema, no que se refere à exposição do interior do


imóvel, uma alternativa são as esquadrias de vidro impresso, serigrafados ou refletivo, que
contribuem significativamente para aumentar a segurança quando se faz uso desse material
na aplicação de esquadrias.

Alguns destes tipos de vidros serão revisitados na próxima aula e no estudo de


Fachadas.

2. Fabricação

O vidro é obtido através da fusão, em altas temperaturas, de uma mistura de materiais


como sílica (areia), potássio, alumina, sódio (barrilha), magnésio e cálcio. Apresentam
propriedades que os tornam elementos importantes na composição de diversas tipologias
de esquadrias utilizadas na construção civil. A execução das esquadrias de vidros pode ser
através de caixilhos ou autoportante.

Para execução onde se utiliza caixilhos, orienta-se os seguintes cuidados:

• Utilização de mão de obra treinada, preferencialmente por profissionais da


própria empresa fornecedora do material;
• O vidro, após o recebimento deve ser armazenado, devendo ser posicionado
verticalmente com leve inclinação;
• Utilização de massa na parte interna e externa do caixilho, mesmo com a
utilização de baguetes;
• Após a instalação do vidro, sinalizá-lo com um “X”, de maneira que fique bem
visível, afim de evitar acidentes;

67
Aula 7 – Esquadrias de Vidro
ESQUADRIAS

• Na limpeza final, tomar cuidado para não utilizar produtos químicos, que
possam danificar o vidro. Deve-se utilizar apenas água detergente neutro, ou
produtos limpa vidro apropriados;

Nas instalações autoportantes (quando não são utilizados caixilhos), a instalação de


vidros é feita através de ferragens metálicas fixadas diretamente no vidro e na estrutura de
sustentação, ou seja, as ferragens fazem a ligação direta desses elementos, transmitindo os
esforços sem a utilização de caixilhos de outros materiais. Entre as ferragens e o vidro,
devem-se utilizar materiais imputrescíveis, não higroscópicos que não escoem ou
desgastem com o passar do tempo para garantir melhor funcionamento da esquadria.

3. Esquadrias de Fechamento de Sacadas

Varandas e sacadas são, cada vez mais, a extensão da sala de estar ou de qualquer
outro ambiente do imóvel. Atualmente, essa área de convivência tem crescido não só em
tamanho, mas em importância: jardins, lounges, churrasqueiras e até piscinas fazem parte
desse espaço em vários apartamentos. E para que isso seja possível, aliando beleza da
paisagem, conforto e segurança, o vidro é elemento fundamental.

Os sistemas de envidraçamento de sacada têm se tornado uma solução prática, segura


e esteticamente consistente. A proposta é a abertura total ou parcial dos painéis de vidro,
permitindo ampla visão, proteção contra intempéries, redução de ruídos externos,
adequação às diversas formas geométricas da obra, fácil limpeza e manutenção e, o melhor
aproveitamento da área útil em todas as estações do ano.

3.1. Composição do Produto

Geralmente compostos por painéis individuais de vidro temperado, que podem,


inclusive, receber película de segurança, o sistema é capaz de permitir visão panorâmica,
pois não há interferência de esquadrias verticais. Por meio de movimentos articulados
deslizantes entre trilhos de alumínio, obtém-se total amplitude em sua abertura – todos os
painéis podem ser recolhidos paralela e lateralmente sem que fiquem fixos ou sobrepostos
entre si. As chapas de vidro ficam agrupadas a 90o do envidraçamento frontal.

Os sistemas utilizam o vidro temperado só variando as espessuras com 6, 8 ou 10 mm.


O tamanho das chapas pode atingir até 1.200 x 4.000 mm. Para alguns sistemas, o laminado
não é adequado, pois, caso o vidro se quebre, a película que fica no meio dele poderá não
resistir ao peso do material e a probabilidade de quebra é grande. Algumas empresas vêm
fazendo testes para aplicar em seu sistema outros tipos de vidro, como o insulado. Os
sistemas podem utilizar vidros de diversas cores verde, bronze, fumê, azul, etc. Os perfis de
alumínio também seguem essa linha de acordo com a necessidade do cliente.

68
Aula 7 – Esquadrias de Vidro
UNIDADE 3 – ESQUADRIAS ESPECIAIS

3.2. Partes do Conjunto

Outros componentes de qualidade são necessários para um bom desempenho do


produto. Rolamentos blindados que proporcionam mais leveza ao manusear o sistema são
indispensáveis. Na fixação dos trilhos e perfis, são aplicados silicones e/ou selantes de base
de poliuretano que possibilitam colagens flexíveis, isolando e prevenindo a corrosão. Perfis
de silicones e EPDM (borracha) permitem vedação mesmo que haja irregularidade no
esquadro da alvenaria da obra, e escovas de polipropileno garantem a estanqueidade na
vedação. Travas de segurança são responsáveis pelo completo fechamento. As principais
aplicações são:

• Sacadas,
• Varandas;
• Jardins de Inverno;
• Camarotes;
• Gazebos.

3.3. Restrições ao Sistema

O fechamento de varandas com vidros é uma reforma sem muitas complicações,


porém, essa mudança não depende apenas da vontade dos proprietários. Além da
necessidade de um projeto elaborado por um arquiteto ou engenheiro, é essencial
consultar o condomínio e a prefeitura, pois regras legais e limites estruturais devem ser
respeitados. Caso contrário, a reforma pode trazer prejuízos tanto ao dono da residência
quanto ao edifício como um todo, muitas vezes, com consequências graves.

69
Aula 7 – Esquadrias de Vidro
ESQUADRIAS

O fechamento da sacada pode ser feito através de dois sistemas:

• Com caixilhos de alumínio e vidros deslizantes e fixos, propiciando vãos com


aberturas parciais;
• Com cortina de vidro retrátil, que permite a abertura quase completa do vão,
onde as partes se recolhem e se concentram em um ponto.

O vidro utilizado deve ser laminado ou temperado, além de deter película anti-
estilhaços. O material precisa ser resistente aos ventos (mais de 350 km/h), atendendo
assim à norma NBR 16.259:2014, da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que
aborda os requisitos para assegurar o desempenho dos sistemas de envidraçamento de
sacadas.

A vedação da varanda gera sobrecarga na estrutura existente, por isso, é primordial a


contratação de um profissional (arquiteto ou engenheiro) para a estimativa da resistência
da composição às cargas extras. O sistema retrátil, que agrupa os vidros em um dos cantos,
é ainda mais delicado, porque provoca sobrecarga concentrada em um ponto da laje. A
vedação causa, ainda, esforços estruturais pela ação do vento incidente nas fachadas, que
devem ser calculados.

Devido a fatores estéticos e financeiros (como a redução de pilares), a maioria das


varandas é construída em balanço. Nesse tipo de ambiente, a norma NBR 6.120:1980, da
ABNT, indica ainda, para efeito de cálculo, o valor de 150 a 200 quilogramas-força por metro
quadrado como carga acidental (ou seja, o peso que atua sobre a estrutura em função do
uso).

Contudo para fazer uma nova estimativa da sobrecarga resultante do possível


fechamento, é preciso também levar em consideração as possíveis alterações estruturais no
projeto original, a idade da edificação e as patologias pré-existentes (por exemplo,
rachaduras). Além disso, somam-se outras cargas adicionais (concentração de pessoas e
mobiliário, por exemplo) que em excesso podem comprometer a integridade da edificação.
Uma falha no dimensionamento desse fechamento pode ocasionar desde fissuras
superficiais, rachaduras e deslocamento dos elementos estruturais à queda parcial ou total
da sacada.

4. Esquadrias Blindadas
4.1. Esquadrias de Policarbonato

Caixilhos de alumínio associados a chapas de policarbonato constituem, pelas


características próprias destes materiais, aplicações particularmente importantes em
instalações militares, instituições prisionais, bancos, guaritas, coberturas transparentes,

70
Aula 7 – Esquadrias de Vidro
UNIDADE 3 – ESQUADRIAS ESPECIAIS

passarelas, divisórias, elevadores panorâmicos, janelas de trens, barcos e aviões, cabines


telefônicas, abrigos para pontos de ônibus etc. As características de trabalho do
policarbonato, mostradas nesta aula, revelam ser o alumínio o material ideal e de
predominância técnica obrigatória para encaixilhar as chapas deste plástico.

4.1.1. Condições Gerais

Chapas de policarbonato são classificadas como material de segurança para


envidraçamento estrutural. Ainda não se registram normas da ABNT a respeito, porém,
destacam-se as definições das normas Z97.1 da Ansi (American National Standards
Institute), EUA e CFR 1201 da CPSC (Consumer Product Safety Commission's), EUA. Tais
chapas estão sujeitas a grandes variações dimensionais devido a expansões e contrações
térmicas, quando comparadas a outros materiais utilizados na construção de estruturas
transparentes. Seu coeficiente de expansão térmica é cerca de oito vezes maior que o do
vidro e três vezes maior que o do alumínio.

Suas características de trabalho são assim substancialmente diferentes das do vidro.


Uma atenção particular deve ser dada aos aspectos de expansão e contração térmica,
adesão e compatibilidade com outros materiais, preparação dos encaixes e especialmente
as deflexões, quando a carga de vento for uma consideração importante. O módulo de
elasticidade do policarbonato é cerca de 30 vezes menor que o do vidro, gerando assim
deflexões 30 vezes maiores sob idênticas cargas uniformes.

As chapas de policarbonato devem ser instaladas numa esquadria de alumínio que


encaixe as bordas do material por meio de gaxetas de elastômero e de forma que as chapas
fiquem livres para expandir-se ou contrair-se. O corte das chapas deve ser calculado com
folga para o alojamento no canal de encaixe e para permitir o movimento gerado por
deflexões excessivas.

O comprimento do encaixe deve ser dimensionado para acomodar dilatações e


contrações térmicas, bem como o movimento originado pelas deflexões, sem que ocorra
escape da chapa. Para alojar as chapas de policarbonato, devem ser utilizadas gaxetas de
EPDM, neoprene ou silicone. Não devem ser utilizadas gaxetas de PVC, pois este material é
incompatível com o policarbonato.

Parafusos ou rebites passantes e outras fixações não flexíveis, que não permitam o
movimento da chapa, poderão causar o colapso da instalação. Selantes de silicone ou fitas
adesivas estruturais, aplicadas para aderir nas chapas de policarbonato e na estrutura de
alumínio, devem ser suficientemente elásticos para acomodar os movimentos térmicos
calculados, sem perda de adesão.

71
Aula 7 – Esquadrias de Vidro
ESQUADRIAS

Na instalação das chapas é importante verificar qual o lado que ficará exposto ao sol
(filme de proteção a raios ultravioleta com indicação impressa numa face) levantando-se o
mesmo das bordas cerca de 100 mm para evitar que fique preso no sistema de fixação das
chapas.

Projetos adequados para vidros não são, necessariamente, adequados para chapas de
policarbonato, pelas razões acima expostas.

O policarbonato possui uma extraordinária resistência ao impacto, chapas compactas


de policarbonato, utilizadas isoladamente ou em sistemas compostos incorporando vidros
laminados, constituem um dos mais avançados meios de segurança em envidraçamento.
Adequadamente especificadas, podem resistir a impactos e balas disparadas por armas de
grande potência, desde revólveres .38 até rifles Nato 7.62 de alto poder de fogo.

4.2. Esquadrias de Vidro

Vidros blindados, ou vidros à prova de bala, são feitos de um material transparente,


porém extremamente resistente, principalmente contra à penetração quando atingindo por
balas de armas de fogo, mas, como qualquer outro material, não é totalmente
impenetrável. Geralmente, o vidro blindado é constituído por uma combinação de dois ou
mais tipos de vidro, um duro e outro macio. A camada macia torna o vidro mais elástico,
fazendo com que ele se flexione, ao invés de se estilhaçar. Os índices de refração dos vidros
usados nas blindagens devem ser devem ser os mais parecidos possíveis, para manter o
vidro transparente, permitindo uma visão limpa, e não distorcida, através do vidro. As
blindagens podem variar de espessura, de 19 mm a 76 mm.

72
Aula 7 – Esquadrias de Vidro
UNIDADE 3 – ESQUADRIAS ESPECIAIS

Existe uma forma mais popular de blindagem de vidros, que usa laminados de
segurança na superfície de um vidro comum, que são unidos com a aplicação de um adesivo
super-resistente, proporcionando uma proteção similar àquela que usa várias camadas de
vidros à prova de bala. A vantagem desse método, além do preço, é que a espessura e o
peso das blindagens podem diminuir entre 50 e 70%, além do procedimento poder ser feito
em vidros já existentes.

As propriedades balísticas do vidro podem ser afetadas pela temperatura, pela


exposição a solventes ou pela radiação ultravioleta, normalmente proveniente da luz do Sol.
Se existir uma camada de policarbonato sob uma camada de vidro, ela terá alguma
proteção contra os raios UV. Além disso, com o passar do tempo, o policarbonato se torna
mais e mais frágil, porque se trata de um polímero amorfo (propriedade necessária, para
que ele seja transparente) que acaba se movendo, seguindo o equilíbrio termodinâmico.
Por exemplo, uma camada de policarbonato que seja atingida por um projétil, num
ambiente com temperatura inferior a 7°C, pode ser estilhaçada em pequenos pedaços de
policarbonato.

73
Aula 8 – Fachadas
ESQUADRIAS

Aula 8: Fachadas

O projeto dos perfis para fachada cortina deve considerar aspectos técnicos para assegurar a
resistência a determinadas cargas de vento, bem como cargas máximas, sistema de
ancoragem, pressões negativas (força de sucção), desenho das juntas e propriedades dos
materiais.

1. Especificações para Fachadas

Fachada cortina é um elemento construtivo de vedação destacado da estrutura que


suporta o edifício, formando um escudo exterior que protege a edificação das diversas
exigências ambientais. É composto de uma malha de perfis (montantes e travessas) que
compõem quadros móveis e fixos.

Na construção e no desenvolvimento de uma fachada, existem fatores que devem ser


seguidos para resultar em um produto de qualidade, que são desempenho estrutural,
estanqueidade à água, estanqueidade ao ar, resistência ao fogo, conforto térmico e
acústico, conforto luminoso, estética e viabilidade econômica.

Enfim, a fachada cortina é uma esquadria e deve atender à ABNT NBR 10821-2 e à
ABNT NBR 10821-4.

2. Fachada Pele de Vidro

O sistema structural glazing é um tipo de fachada chamada pele de vidro em que o


vidro é colado com silicone ou fita dupla face estrutural nos perfis dos quadros de alumínio,
ficando a estrutura oculta, na face interna. O selante torna-se elemento estrutural, aderindo
aos suportes e transferindo à estrutura metálica as cargas aplicadas sobre a fachada.
Também assegura estanqueidade e sua elasticidade permite a dilatação e a contração do
vidro, sem consequências negativas.

Com a aplicação do structural glazing, as fachadas tornaram-se transparentes, com o


vidro como elemento definidor da estética.

A técnica structural glazing ou vidros externos colados, como é definido na Europa, é


uma tecnologia inovadora dos anos 70, que visa deixar as fachadas dos edifícios mais leves e

74
Aula 8 – Fachadas
UNIDADE 3 – ESQUADRIAS ESPECIAIS

limpas, retirando de vista as estruturas externas de alumínio. Oferece também melhor


desempenho térmico e acústico.

Entretanto, por se tratar de uma fixação química dos painéis, sejam de vidro ou de
ACM, exige muito mais rigor e cuidado na sua execução do que se fosse fixação mecânica
tradicional.

Nem todos os selantes de silicone são adequados a essa aplicação. Selantes de silicone
específicos foram desenvolvidos para atender as necessidades dessa aplicação. A colagem
com selante estrutural ou com fita dupla face estrutural deve atender à ABNT NBR 15737 e
à ABNT NBR 15919, respectivamente.

2.1. Colagem com Selante Estrutural

Pode-se mencionar algumas vantagens do selante estrutural tais como:

• Adesão química sobre ampla gama de substratos;


• Resistência a intempéries e UV;
• Facilidade de aplicação;
• Altas propriedades e resistência mecânica;
• Altas performances em termos de riscos de quebras térmicas dos painéis de
vidro e absorção de efeitos em tremores.

Para que a aplicação de selante de silicone estrutural seja perfeita, precisa-se que as
condições de colagem sejam ideais como:

75
Aula 8 – Fachadas
ESQUADRIAS

• Área apropriada para colagem;


• Condições climáticas;
• Espaço físico;
• Acondicionamento.

Vistorias são realizadas antes do início da colagem para comprovar que o produto está
perfeitamente em conformidade com as especificações. Parte de uma colagem estrutural
em vidro, onde a integridade do sistema depende da aderência adequada do selante
estrutural ao acabamento tanto quanto do acabamento de anodização e/ou pintura, podem
ter muitas variações e cada um deve ser avaliado quanto ao efeito da aderência do selante
estrutural.

Alguns tipos de acabamento podem exigir o uso de produtos de aderência


denominados primers especificados pelo fabricante do selante para promover a aderência
adequada do selante estrutural na sua superfície.

Espaçadores são aplicados nas superfícies que receberão o selante. Esse espaçador
não deve permitir a aderência do selante e deve ser aderente no mínimo em uma das faces
de apoio.

Calços devem ser instalados pontualmente à base dos painéis para evitar que o selante
trabalhe em cisalhamento permanente. Deve-se evitar o contato metálico do vidro com o
calço da base, com uma guarnição de EPDM (Etileno Propileno Dieno Monômero) ou outros
produtos equivalentes.

Todos os componentes utilizados em contato com a colagem estrutural devem ser


avaliados em relação à compatibilidade entre os materiais.

2.2. Colagem com Fita Dupla Face Estrutural

Fita dupla face estrutural de espuma moldada e adesivo acrílico de 2 (dois) mm de


espessura opaca, protegida por um “liner”, material antiaderente, especificamente
formulada, testada e comercializada para colagem estrutural de vidros para aplicação no
sistema structural glazing.

A aplicação dessa fita, além de funcionar como barreira contra a passagem de ar e


água através de uma membrana de um edifício, também propicia primordialmente suporte
estrutural e fixação de vidros ou outros componentes a uma janela, fachada cortina ou
outro sistema de esquadria de alumínio ou liga de alumínio.

O tratamento de superfície do perfil de alumínio faz parte do processo da colagem


estrutural do vidro, em que a integridade do sistema depende da aderência adequada da

76
Aula 8 – Fachadas
UNIDADE 3 – ESQUADRIAS ESPECIAIS

fita estrutural ao acabamento tanto quanto o acabamento de anodização e/ou camada


orgânica (pintura) à superfície metálica.

Algumas camadas orgânicas podem exigir o uso de promotores de aderência, primers,


especificados pelo fornecedor da fita estrutural para promover a aderência adequada da
fita à sua superfície. O uso do promotor de aderência é obrigatório a toda superfície pintada
com pintura eletrostática a pó.

O pré-tratamento da superfície do metal e a aplicação da camada orgânica são muito


importantes para a performance do sistema de colagem estrutural, visto que a interface
entre a camada orgânica e a superfície do metal é uma ligação crítica na cadeia da
aderência estrutural.

É extremamente importante que a camada orgânica seja estável, durável, que tenha
aderência à superfície metálica, de forma tão boa quanto a aderência da fita dupla-face
estrutural à camada orgânica. Esta aderência deve ser avaliada em amostras de perfis,
componentes e vidro, em laboratório, anteriormente à colagem.

3. Sistemas de Fachadas

Atualmente podemos encontrar os seguintes sistemas de fachadas e todos devem


atender a ABNT NBR 10821-2 e a ABNT NBR 10821-4.

• Stick;
• Unitized;
• Spider Glass;
• Stick Unitized;
• Fotovoltaicas;

A Figura ilustra alguns sistemas de fachadas cortina.

77
Aula 8 – Fachadas
ESQUADRIAS

3.1. Isolamento Acústico

O isolamento acústico que a fachada apresenta é função do isolamento proporcionado


pela parede combinado com o isolamento proporcionado pela esquadria. Quanto maior for
o vão da esquadria, maior será sua contribuição no desempenho acústico global do SVVE
que é requerido pela ABNT NBR 15575-4.

O isolamento requerido é o medido em campo, que utiliza a grandeza D2mnTw que


significa Diferença Padronizada de Nível Ponderada porque se refere à diferença entre o
ruído do meio externo, medido a 2 metros da fachada, e o do ambiente interno.

No entanto, essa medição só é possível num estágio da obra acabada já com as


esquadrias instaladas ou em uma unidade-modelo fielmente reproduzida.

Se forem utilizados sempre o mesmo tamanho de vão, a mesma esquadria e a mesma


parede de fachada em dormitórios, poderá ser contratada a medição em campo e, se a
solução atender aos critérios da norma, bastará manter as condições que determinam esse
desempenho (mesma qualidade de execução e especificações da parede e das esquadrias) e
não será necessário repetir as medições em todas as obras.

Recomenda-se fazer essas medições em algumas unidades para fins de controle da


qualidade da execução.

O que determina o desempenho acústico do SVVE é:

• A capacidade de isolamento acústico da parede adotada – que depende do


tipo de vedação (bloco cerâmico, bloco de concreto, parede de concreto),

78
Aula 8 – Fachadas
UNIDADE 3 – ESQUADRIAS ESPECIAIS

seus revestimentos e das condições de execução dessa vedação, como juntas


horizontais e verticais, intervenções como, por exemplo, passagem de
eletrodutos, etc.;
• A capacidade de isolamento e as condições de instalação da esquadria.
Observa-se que o isolamento sonoro de uma janela é função de vários
parâmetros: espessura das folhas de vidro, características dos caixilhos e,
principalmente, das dimensões e do tratamento das frestas existentes entre
as partes móveis do caixilho. Nesse sentido, a existência de escovas e gaxetas
tem relevante importância. Observa-se, ainda, que, para não haver perda de
desempenho na instalação, deve-se cuidar da vedação entre esquadria e
parede.

Vale lembrar que qualquer fresta é um possível redutor da qualidade acústica do


sistema – “por onde passa ar, passa som”.

3.2. Vidros Em Fachadas

Abaixo da cota de 1,10 m em relação ao piso:

• A partir do primeiro pavimento (inclusive) e no pavimento térreo, dividindo


ambientes com desnível superior a 1,50 m, são permitidos somente os
seguintes vidros:
✓ Laminado;
✓ Aramado;
✓ Insulado (composto com os vidros acima).
• No pavimento térreo, além dos vidros de segurança laminado e aramado,
também é permitido utilizar o vidro temperado.

As imagens abaixo ilustram melhor as exigências.

79
Aula 8 – Fachadas
ESQUADRIAS

Baseado e adaptado de CBIC,


ABRAVIDRO. Edições sem
prejuízo de conteúdo.

80
Aula 9 – Modelos Diversos
UNIDADE 3 – ESQUADRIAS ESPECIAIS

Aula 9: Modelos Diversos

Nesta aula serão abordados os assuntos não cobertos, porém importantes, sobre as
esquadrias. Generalidades e modelos não muito usuais por vezes se apresentam como boa
solução a casos específicos e sua aplicação não é realizada simplesmente por
desconhecimento profissional. Ao fim da aula, será apesentado um artigo com o provável
rumo que as esquadrias tomarão: a aplicação de vidros fotovoltaicos para aproveitamento de
energia.

1. Esquadrias Bay Window

Uma Bay Window ou janela saliente é um tipo de janela típica da arquitetura inglesa,
tem três faces para fora do prumo da construção, se projetando para fora do edifício, sendo
protegida por vidros e geralmente instalada no térreo. Estes tipos de janelas salientes estão
associadas com a arquitetura vitoriana e ganharam popularidade nos anos de 1870.

Elas são comumente usadas para criar a ilusão de uma sala maior e para aumentar a
entrada da luz natural no edifício, e consideradas como uma peça diferenciada, que valoriza
sua decoração, garantindo ótima iluminação ao ambiente.

O sistema Bay Window permite a montagem de duas ou mais esquadrias em


diferentes ângulos, determinados por variados tipos de perfis e materiais: para a união de
Quadros Fixos e modelos Maxim-ar em ângulos de 90 a 270 graus, ou portas e janelas de
correr com dois, três, quatro e seis folhas em ângulos de 90 a 180 graus. Chama-se Bay

81
Aula 9 – Modelos Diversos
ESQUADRIAS

Window a montagem de até três esquadrias em ângulo. A modulação de quatro esquadrias


ou mais é chamada Bow Window.

A janela do centro pode ser: de correr, de abrir, guilhotina ou maxim-ar. As janelas


laterais podem ser: pivotantes, maxim-ar, de abrir ou guilhotina. Como vantagem, esta
esquadria apresenta a ampliação do espaço interno, porém, podem ser consideradas como
desvantagem a demasiada exposição ao sol e à chuva e a difícil manutenção.

2. Claraboias

São chamadas de claraboias aberturas no teto de uma residência para facilitar a


entrada de luz natural ou ventilação. Existem tipos e modelos diferentes.

• Claraboia fixa: não tem abertura, apenas permite a entrada de luz em um


ambiente;
• Claraboia ventilada: pode ser acionada por controle, manivela ou
automaticamente, quando se abre para controlar a temperatura interna da
casa;
• Claraboia tubular: sua abertura é parecida com uma saída de luz, por dentro
do tubo existe um material que irá refletir a luz do sol captada do exterior.
Utilizada, geralmente, em pequenos espaços como corredores e closets.

Em cada tipo de claraboia é possível diversificar entre os modelos:

• Plana: é o modelo mais comum, um quadrado com vidro;


• Cúpula: é como a claraboia plana, mas o vidro é arredondado, formando uma
cúpula;
• Pirâmide: os vidros se projetam para fora do telhado formando uma pirâmide.

82
Aula 9 – Modelos Diversos
UNIDADE 3 – ESQUADRIAS ESPECIAIS

As vantagens ficam por conta da beleza estética, economia de luz e valorização do


imóvel. Já as desvantagens são dificuldade na limpeza e, se não for bem executada, pode
ocasionar vazamentos.

3. Artigo: Captação Fotovoltaica para Janelas

Nos EUA, duas companhias apresentaram tecnologia que pode ser incorporada em
novas janelas ou modelos já fabricados. Eficiência pode chegar a 20%

Imagine se todas as janelas de prédios de uma cidade como São Paulo, ou pelo menos
alguma porcentagem delas, poderia gerar energia elétrica caso elas se beneficiassem de
uma película fotovoltaica.

Bem, é essa a ideia por trás das janelas solares. No mínimo, duas empresas estão
esperando vender a tecnologia para fabricantes de janelas, dizendo que uma vez instalada a
tecnologia, esta se pagaria no prazo de um ano.

“Se você olhar para o vidro que é produzido mundialmente hoje, 2% dele é usado em
painéis solares. 80% é usado em edificações. Esta é a oportunidade”, disse Suvi Sharma, CEO
da fabricante de painéis solares Solaria.

No caso, a Solaria usa células fotovoltaicas para colocá-las em faixas de 2.5 mm.
Depois, essas são instaladas entre duas camadas finas de vidro, de forma que não fica
perceptível.

E quer saber mais? Há um benefício colateral. Ao absorver a energia solar, a tecnologia


consegue reduzir a temperatura interna de ambientes – o que significa redução de custos
com o ar-condicionado.

83
Aula 9 – Modelos Diversos
ESQUADRIAS

A ideia da Solaria é oferecer a solução para novas construções.

Já a SolarWindow Technologies defende o mesmo objetivo, porém mirando edifícios já


existentes, ou melhor, janelas já bem estabelecidas.

Segundo a empresa, a solução usa fotovoltaicos orgânicos que podem variar de cor e
transparência. A SolarWindow planeja anunciar seu produto nas próximas semanas.

A grande inovação por trás da tecnologia, diz seu CEO John Conklin, é que seu filme PV
pode ser anexado a janelas existentes ou ainda ser incorporado facilmente em produtos sob
produção.

Segundo Conklin, a solução poderia abastecer de 20% a 30% da energia consumida por
um edifício. No entanto, o executivo não quis dar maiores detalhes sobre qual material
orgânico a SolarWindow usa.

Porém, as duas empresas não são as primeiras a apresentarem soluções para “janelas
inteligentes”.

Em 2013, pesquisadores da Universidade de Oxford apresentaram estudo onde células


solares semitransparentes feitas de um mineral, o perovskite, poderiam ser usadas em
prédios e janelas de carros e com alta eficiência energética, cerca de 20% de economia.

De forma similar, pesquisadores da Universidade do Estado de Michigan


desenvolveram um novo tipo de dispositivo transparente que quando colocado sobre uma
janela consegue gerar energia solar. A tecnologia, que também utiliza moléculas orgânicas,
poderia ser usada em baterias para telefones e outros dispositivos.

84
Aula 9 – Modelos Diversos
UNIDADE 3 – ESQUADRIAS ESPECIAIS

Atualmente, painéis solares tradicionais que residem em parques solares ou até


mesmo no telhado de casas conseguem atingir eficiência entre 15% e 20%.

No caso da tecnologia apresentada pela Solaria, a eficiência gira ao redor de 10%.

A questão é que quando você olha para células fotovoltaicas transparentes, não é
necessariamente uma função de conversão de eficiência de energia, mas sim de como usar
o espaço disponível para aquela tecnologia, ressaltou Conklin. “Nós estamos usando janelas
que até então eram passivas para produzirem energia”, disse.

Segundo o CEO da Solaria, Suvi Sharma, a companhia já está aplicando sua tecnologia
em alguns prédios e está trabalhando em projetos comerciais na Califórnia e Europa.

A mesma companhia anunciou parceria com a fabricante global de vidro, a Asahi Glass
Co. A Asahi deve vender janelas e uma espécie de cobertura de bambu que incorpora as
células solares da Solaria.

Janelas solares devem custar cerca de 40% a mais do que as janelas convencionais, um
investimento que tende a ser compensado com a economia gerada nas contas de energia.

IDG News Service, 04 de setembro de 2015

85
Aula 10 – Patologias
ESQUADRIAS

Unidade 4 – Qualidade

Aula 10: Patologias

Para não haver problemas futuros após a instalação das esquadrias é necessário,
primeiramente, o respaldo de um bom projeto e, posteriormente, quando ocorrer a instalação,
cuidar para manter o prumo, o nível e os alinhamentos horizontais e verticais em relação às
peças adjacentes.

1. Introdução

As observações apontadas na descrição da aula garantem a boa qualidade e o bom


desempenho no que se refere à estanqueidade da água da chuva, à permeabilidade ao ar e
à resistência ao vento.

A parte quatro da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR 15.575,


dita regras e estabelece parâmetros para o desempenho mínimo desejável das esquadrias.
Abrange os sistemas de vedação vertical interna e externa relacionando-os ao conforto
termoacústico nos ambientes internos. Essa norma prevê três níveis de desempenho no que
se refere à estanqueidade da água, conforto térmico e acústico. A saber: nível Mínimo (M),
Intermediário (I) e Superior (S).

Na atualidade, são fabricadas esquadrias com materiais de diversos tipos: PVC


(policloreto de vinila), madeira, chapas dobradas de aço, perfis de ferro laminado ou
alumínio, etc.

A preferência por estes materiais se deve às suas características de durabilidade,


ou seja, o fato de não sofrerem degradação biológica e corrosão como as esquadrias de
madeira (primeiro material utilizado para este fim), as de chapas de aço, de PVC e as de
ferro laminado. Inclui-se neste favoritismo atual a capacidade de resistência.

86
Aula 10 – Patologias
UNIDADE 4 – QUALIDADE

Nota-se ainda uma tendência de mercado que fortalece cada vez mais a
fabricação de esquadrias de alumínio: a leveza do material e a resistência à corrosão, além
do fato de o alumínio permitir a moldagem de perfis com formatos de geometria livre.

2. Patologias em Esquadrias

As patologias nas esquadrias de madeira, aço, alumínio e PVC são principalmente


aquelas mesmas que afetam o material em si ou problemas ocasionados por patologias de
outros sistemas, como estrutural, de vedação, de impermeabilização, etc. Na disciplina
Materiais de Construção I e II, nos tópicos de que envolvem degradações, são estudadas as
principais causas e agentes de deterioração.

Algumas das patologias comuns a todos os tipos de esquadrias são aquelas causadas,
como dito acima, por outros sistemas. A seguir serão expostos alguns destes problemas
construtivos que de maneira geral afetam todas elas e posteriormente algumas observações
com relação a cada material, especificamente.

2.1. Ausência de Vergas e Contravergas

Em uma parede (seja de vedação ou estrutural), o esforço predominante no conjunto é


o de compressão (devido ao peso próprio). Ao se retirar uma fração de material para abrir
um vão para instalação de esquadria, esforços de tração surgem devido à tendência dos
materiais se flexionarem.

87
Aula 10 – Patologias
ESQUADRIAS

As vergas e contravergas são vigas de concreto armado posicionadas nas aberturas dos
vãos de esquadrias, que têm como função resistir aos esforços e prevenir o surgimento de
trincas nas bordas. A este tipo de problema, obviamente, estão sujeitas todas as esquadrias,
pois a alteração das dimensões do vão provavelmente acarretará danos às portas e janelas e
impedirão seu perfeito funcionamento, como emperramentos, trincas em vidros e até
inutilização, dependendo da gravidade.

2.2. Trinca em Alvenaria por Recalque

Este tipo de trinca é muito perigosa, uma vez que revela o comprometimento da
estrutura da edificação, o que acaba também afetando as esquadrias de uma maneira em
geral.

Como as alvenarias encontram-se, geralmente, confinadas entre os elementos


estruturais, elas “denunciam” o recalque diferencial de fundação por meio de longas
trincas.

2.3. Encunhamento Mal Feito

Em alguns tipos de construções onde o assentamento da esquadria deixa um espaço


muito grande entre a verga (ou viga) e a face superior da esquadria propriamente dita,
deve-se fechar o vão preferencialmente com espuma expansiva pois o peso da massa ou
dos “cacos” de tijolos comprometem a planicidade do perfil, principalmente de alumínio,
ocasionando anomalia no deslizamento das folhas.

2.4. Retenção de Água e Sujeira

Geralmente a pingadeira é instalada rente a janela, mas é importante prestar a


atenção para que a mesma fique inclinada para fora para que a água possa escorrer sem
prejudicar a fachada. Se a pingadeira ficar reta ou caída para a parte de dentro, pode
acontecer de acumular água e a mesma penetrar no interior da construção, causando
diversos problemas às esquadrias e acabamentos internos.

88
Aula 10 – Patologias
UNIDADE 4 – QUALIDADE

3. Patologias em Esquadrias de Madeira

Os principais agentes deterioradores da madeira podem ser divididos em agentes


biológicos e agentes físicos e químicos, destacando-se a ação dos fungos apodrecedores e
do “weathering” como os principais problemas verificados nos componentes de janela, as
principais sequelas causadas por estes agentes podem ser vistos resumidamente na Tabela:

Com relação ao comportamento das esquadrias de madeira, são muitos os fatores que
podem comprometer o desempenho do componente. Podemos encontrar janelas colocadas

89
Aula 10 – Patologias
ESQUADRIAS

em uso há mais de 100 anos que permanecem em perfeito estado, enquanto algumas com
pouco tempo de uso já manifestam sérios problemas, muitos podem ser os fatores: a baixa
qualidade da madeira e outros materiais utilizados, problemas no processo de fabricação e
também pela exposição e manuseio desfavoráveis aos quais ela está sujeita.

Nem sempre a substituição do componente comprometido é a melhor solução; em


alguns casos podem ser realizados reparos e melhorias em seu estado sem grandes custos.
Seguindo esta filosofia, o roteiro abaixo descreve os problemas mais frequentes nas
esquadrias de madeira, como detectá-los e solucioná-los.

3.1. Estanqueidade ao Ar

Pela sua função isolante, a excessiva permeabilidade ao ar pode ser considerada como
um sério problema em uma esquadria. Por outro lado, há uma relação bastante direta entre
a estanqueidade ao ar e a estanqueidade a água (onde nem sempre é assim). As perdas de
ar são provocadas geralmente pelo mal funcionamento (ou inexistência) de juntas de
estanqueidade. Estas devem ser fabricadas por um material elástico e essa elasticidade
geralmente diminui com o tempo e a exposição às intempéries, às pinturas, etc. As folgas
entre batente e folhas devem ser adequadas para assegurar o manuseio e a estanqueidade,
permitindo ao mesmo tempo a trabalhabilidade (variação dimensional) da madeira devido à
umidade.

Possível Solução: Ajustar as folgas excessivas (regulagem das ferragens) ou colocar


juntas de estanqueidade apropriadas.

3.2. Estanqueidade à Água

A infiltração da água proveniente das chuvas pode aparecer em três pontos:

• A área entre quadro e travessa inferior – a acumulação de água e umidade


nas áreas do parapeito (pingadeira), nas situações em que os sistemas de
evacuação e selamento falham, ocasionam a presença de umidade na face
interna da janela. Estas acumulações podem provocar variações dimensionais
e deformações do quadro, afetando sua estanqueidade e manuseio.
✓ Possível Solução: Facilitar a evacuação de água da peça inferior,
mediante uma adequada inclinação do parapeito (~15º). É preferível
que em áreas muito expostas a janela seja colocada no plano interno
do vão, onde a proteção é maior. Na parte superior do vão é
recomendável a colocação de uma pingadeira, a fim de evitar que a
água escorra pela parte superior do quadro.

90
Aula 10 – Patologias
UNIDADE 4 – QUALIDADE

• União entre quadro e folhas - Os defeitos de fabricação dos perfis ou as


posteriores deformações da madeira (falta de esquadro, variação
dimensional) resultam em um desajuste entre quadro e folhas que produzem
folgas excessivas as quais permitem a passagem da água por diferença de
pressão entre exterior e interior e quando estas são muito pequenas
favorecem o fluxo por capilaridade. As falhas dos sistemas de estanqueidade
da esquadria (juntas, canais de descompressão, orifícios de deságue,
inclinação dos perfis horizontais, etc.), colaboram para o aparecimento de
fendas na madeira.
✓ Possível Solução: Em alguns casos de deformações acentuadas a
única solução economicamente viável é a substituição dos perfis
defeituosos. Se os sistemas de estanqueidade das esquadrias estão
defeituosos (canais, orifícios, etc.), deve se corrigir os possíveis
defeitos fazendo com que sua função seja restabelecida. Quando o
problema se apresenta nas juntas de estanqueidade por perda de
elasticidade ou ruptura do material, estas devem ser substituídas.
• A união entre vidro e folha - A colocação incorreta do vidro ou a presença de
defeitos nos rebaixos e selamento, fazem com que esta região da união seja
um ponto crítico para a estanqueidade.
✓ Possível Solução: A colocação dos vidros nas esquadrias é um
processo delicado e de extrema importância frente à ação do ar e da
água. Na utilização generalizada de silicones como selamento entre a
baguete e o vidro qualquer falha na quantidade aplicada pode
ocasionar deficiências no isolamento. Se estas deficiências se
localizarem na parte inferior das folhas, a permeabilidade do
componente pode ser afetada. Recomenda-se que a folga entre vidro
e o rebaixo seja no máximo de 3mm em todo o perímetro do vão.

3.3. Condensações

• Condensações no interior da área envidraçada – a condensação na face


interna do vidro depende da temperatura interior e exterior do local e da
umidade relativa dentro do mesmo, assim como o coeficiente de
condutividade térmica do vidro. A influência do diferencial de temperaturas
aumenta quando o vidro é de menor espessura. Como exemplo podemos
dizer que a temperatura exterior necessária para que um local com 21 oC e
60% de UR se produzam condensações, será de aproximadamente 10 oC para
um vidro simples e de uns 0 oC para um duplo.

91
Aula 10 – Patologias
ESQUADRIAS

✓ Possível Solução: Deve-se começar pela escolha de um bom vidro. Se


a espessura da folha não permitir a colocação de um duplo, deve-se
escolher um simples de maior espessura.
• Condensações na câmara de ar do vidro duplo – neste caso é produzido um
aumento do coeficiente de condutividade dos mesmos, diminuindo de
maneira notável seu desempenho. A causa é a acumulação de água no
rebaixo do vidro por onde o vapor de água acessa o interior da câmara,
condensando-se quando a temperatura da câmara interior do vidro baixa até
se alcançar o ponto de orvalho.
✓ Possível Solução: Assim como no caso da utilização dos vidros
simples, a melhor solução está na escolha de um vidro de qualidade
acompanhado de uma correta instalação do mesmo.

3.4. Manuseio e Ferragens

Dificuldade na abertura e fechamento das folhas, desajustes e em alguns momentos


até a soltura das ferragens. O manuseio pode ficar comprometido principalmente pela
ausência de manutenção fazendo que se aumente de forma considerável as variações
dimensionais e as deformações da madeira pela umidade. Em alguns casos o problema pode
derivar da fabricação com materiais inapropriados ou com folgas insuficientes entre o
batente e a folha, não permitindo os movimentos de inchamento e retração da madeira.
Menos comuns são os problemas decorrentes das ferragens que geralmente se deterioram
pelo emprego de produtos de limpeza inadequados ou pela acumulação de várias camadas
de pintura que acabam dificultando o correto funcionamento do componente.

Possível Solução: Se a deformação dos perfis é muito acentuada o mais aconselhável é


sua substituição. O mesmo se pode afirmar para as ferragens. Por outro lado, é
recomendável seguir as instruções de manutenção, que estarão em aula próxima.

3.5. Acabamento Superficial

A maior parte dos problemas analisados anteriormente e os que continuaremos


vendo, são originados fundamentalmente pela deterioração dos acabamentos. Estes, além
de sua finalidade decorativa proporciona a proteção da madeira frente aos seus piores
inimigos: a água e a radiação solar. Atualmente, os períodos de manutenção dos
acabamentos superficiais são cada vez maiores e quase inexistentes nos componentes
mistos de madeira e alumínio. A deterioração prematura dos acabamentos pode ser
provocada pelo manuseio inadequado durante a obra, como os golpes e arranhões,
também as áreas de acumulação de chuva são fatores que aceleram o processo. Convém
considerar que os acabamentos claros são mais afetados pela luz e os escuros sofrem

92
Aula 10 – Patologias
UNIDADE 4 – QUALIDADE

aumentos de temperatura muito maiores (até 30o), em ambos os casos convém levar em
consideração a exposição e a orientação dos vãos para a escolha do tipo de revestimento.

Possível Solução: A superfície da madeira deve estar bem polida e limpa antes de
começar o acabamento. A madeira deve ser tratada antes de colocá-la em serviço, se não
for possível um tratamento mais profundo do material, deve ser feito pelo menos um
pincelamento com algum protetor existente no mercado. A presença de fendas, nós soltos,
etc., são solucionados com resinas sintéticas. Determinados cantos por onde a água se
resvala devem se arredondados (raio > 2 mm). A aplicação do acabamento deve ser
homogênea para evitar regiões menos protegidas.

3.6. Deterioração da Madeira

Com a deterioração do acabamento desaparece a proteção frente aos agentes


abióticos (água e luz) e os agentes bióticos (fungos e insetos). As variações dimensionais,
devido à temperatura e umidade, unidas à perda de elasticidade da película de acabamento,
favorecem a aparição de gretas por onde a água penetra ficando então desprotegida a
madeira frente aos ataques de fungos e insetos xilófagos.

Possível Solução: São orientadas de acordo com o grau e a natureza do ataque: desde
a substituição de todo o componente, no caso do ataque apresentar grande extensão como
pode bastar a simples substituição das peças afetadas, com especial cuidado em não deixar
restos de madeira atacada. Se o componente não pode ser retirado existem tratamentos
por meio de injeção, podendo ser realizada a proteção das peças no local, mas resulta em
um tratamento com custo superior à substituição das peças.

4. Patologias em Esquadrias de Alumínio e PVC

4.1. Problemas Relacionados à Má Instalação

Como estes tipos de esquadrias geralmente são comprados prontos, é primordial o


controle na instalação. Assim, eliminam-se problemas de desempenho das esquadrias em,
praticamente, todas as exigências, como segurança, habitabilidade, durabilidade e
qualidade dos acessórios e dos dispositivos complementares de estanqueidade. Já na hora
de especificar é preciso verificar o projeto estrutural dos perfis, como geometria e
espessura de paredes - isso tem grande importância no desempenho das janelas,
principalmente na resistência à flexão, ao esforço horizontal e na resistência às cargas de
vento.

As principais patologias inerentes às esquadrias de Alumínio e PVC são aquelas


vinculadas à má instalação. Pode ocorrer penetração de água para o interior da unidade,

93
Aula 10 – Patologias
ESQUADRIAS

por meio de frestas ou juntas mal vedadas da janela. Quando não há controle do material
utilizado para a calafetação entre a parede e o marco, por exemplo, podem ocorrer
deformações no perfil de marco. Desvios de esquadro, nível ou prumo também podem
acontecer, e, com isso, prejudica-se o funcionamento das janelas (operações de manuseio)
e a estanqueidade à água. As patologias resultantes desse problema são variadas: podem
aparecer fissuras nas paredes, eflorescências, bolhas na pintura, manchas na parede,
esboroamento da pintura, diminuição do conforto acústico e térmico.

Outra principal causa das patologias em esquadrias de Alumínio e PVC é a aplicação de


materiais de baixa qualidade, tais como rodízios, parafusos, baguetes, etc.

5. Esquadrias de Aço

A corrosão é um tipo de deterioração que pode ser facilmente encontrada em


esquadrias metálicas. O aço oxida quando em contato com gases nocivos ou humidade,
necessitando por isso de cuidados para prolongar sua durabilidade. A corrosão é um
processo de deterioração do material que produz alterações prejudiciais e indesejáveis nas
esquadrias. Sendo o produto da corrosão um elemento diferente do material original, a liga
acaba perdendo suas qualidades essenciais, tais como resistência mecânica, elasticidade,
ductilidade, estética, etc.

Em certos casos quando a corrosão está em níveis elevados, torna-se impraticável sua
remoção, sendo, portanto, a prevenção e controle as melhores formas de evitar problemas.
A precauções a este tipo de problema são análogos às apresentadas para os outros tipos de
esquadrias. O afastamento da água e a manutenção da pintura são elementos fundamentais
a serem observados em esquadrias de aço.

94
Aula 11 – Utilização e Manutenção
UNIDADE 4 – QUALIDADE

Aula 11: Utilização e Manutenção

Esta aula tem o objetivo de informar ao aluno a correta informação de utilização das
esquadrias (portas e janelas), de modo que os usuários possam usufruir, sempre do máximo
conforto que a habitação oferece, bem como indicar a maneira ideal de limpar e conservar
tais componentes das esquadrias, para que tenham vida longa em seu perfeito
funcionamento.

1. Uso e Operação

Alguns cuidados devem ser tomados no uso e na operação das esquadrias para que ela
mantenha seu desempenho e se evitem acidentes do usuário, tais como:

• Evitar fechamentos abruptos das esquadrias;


• As esquadrias devem correr suavemente, não devendo ser forçadas;
• As ferragens devem ser manuseadas com cuidado, evitando a aplicação de
força excessiva;
• Recomenda-se manter as portas permanentemente fechadas, para evitar
danos decorrentes de impactos.

O uso e a operação das fechaduras devem ser compatíveis com as suas classificações e
indicações de uso.

Para a correta especificação e utilização da fechadura, deve-se levar em conta três


classificações.

1.1. Frequência de Uso

A frequência de uso deve ser especificada em função do local de utilização da


fechadura, como nos exemplos a seguir.

• Tráfego leve – Locais de pouca movimentação, como portas de residências


unifamiliares, portas de comunicação entre cômodos etc.
• Tráfego médio – Locais com movimentação média, como portas de
consultórios médicos, portas de escritórios de serviços etc.

95
Aula 11 – Utilização e Manutenção
ESQUADRIAS

• Tráfego intenso – Locais com movimentação intensa de pessoas, como portas


de hospitais, portas de postos de saúde, portas de shoppings centers, portas
de banheiros coletivos etc.

1.2. Grau de Segurança

Quanto maior a necessidade de segurança, maior deve ser o grau de segurança – por
exemplo, portas de entrada ou externa que possam ser acessadas por estranhos devem
utilizar uma fechadura de grau de segurança elevado.

Nos casos de portas que separam cômodos internos protegidos pelas portas externas,
talvez não seja necessário o mesmo nível de segurança, enquanto para portas de banheiro
onde pessoas podem ficar presas se recomenda a utilização do grau mínimo de segurança.

1.3. Grau de Resistência à Corrosão

A especificação da resistência à corrosão deve levar em conta o ambiente e a região


em que a fechadura será instalada e utilizada. Quanto maior a severidade do ambiente,
maior deve ser a classe de resistência à corrosão.

São quatro as classes especificadas para as fechaduras:

• Grau 1 – O ambiente mais brando a que uma fechadura poderá estar sujeita é
aquele em que não há condensação e não há ação de intempéries, ou seja,
ambientes secos como salas e dormitórios;
• Grau 2 – O segundo ambiente menos brando é aquele em que pode haver
umidade e condensação, mas não há a ação de intempéries, como cozinhas e
banheiros;
• Grau 3 – O próximo ambiente mais severo é aquele em que, além da
condensação e da umidade, também há ação de intempéries, como portas
externas, urbanas e rurais;
• Grau 4 – O ambiente de maior severidade a que uma fechadura pode estar
sujeita é quando há elementos que aceleram a corrosão, como regiões
litorâneas e industriais.

Os possíveis defeitos de funcionamento das fechaduras, causas e soluções são


apresentados na Tabela abaixo.

96
Aula 11 – Utilização e Manutenção
UNIDADE 4 – QUALIDADE

2. Manutenção

A manutenção deverá ser feita por profissional qualificado e/ou habilitado, seguindo o
sistema de manutenção e o manual técnico do fabricante. As tabelas a seguir apresentam os
procedimentos de limpeza das esquadrias recomendados pelas entidades de cada material
das esquadrias.

2.1. Esquadrias de Aço

97
Aula 11 – Utilização e Manutenção
ESQUADRIAS

2.2. Esquadrias de Alumínio

98
Aula 11 – Utilização e Manutenção
UNIDADE 4 – QUALIDADE

2.3. Esquadrias de PVC

Em função de sua matéria-prima, as esquadrias de PVC não perdem o brilho e não


amarelam. A sua limpeza e a conservação devem ser feitas com a utilização de água e sabão
líquido neutro, aplicados com um pano macio sobre os perfis. Não devem ser utilizados
materiais abrasivos como detergente em pó, palha de aço ou solventes à base de cloro, pois
eles podem danificar a superfície dos perfis. Para os vidros, devem-se utilizar produtos
próprios para essa finalidade. Os perfis e acabamentos das esquadrias de PVC não devem
ser envernizados ou lixados.

Recomenda-se também a manutenção periódica das ferragens, dos componentes e


acessórios da esquadria por meio da sua limpeza e lubrificação, utilizando produtos
adequados a tal finalidade. É aconselhável também verificar o ajuste dos parafusos e, se
necessário, realizar manutenção anticorrosiva com a aplicação de spray anticorrosivo nas
ferragens, em especial em regiões de alta salinidade.

99
Aula 11 – Utilização e Manutenção
ESQUADRIAS

2.4. Manutenção de Partes Móveis

As dobradiças e pivôs quando apresentarem um barulho em sua movimentação, deve


ser efetuada a sua limpeza e caso o barulho persista deve-se utilizar grafite em pó para
lubrificar as partes moveis.

As articulações e roldanas, que trabalham sobre uma camada de nylon


autolubrificante, dispensam qualquer tipo de graxa ou óleo. Esses produtos de lubrificação
não podem ser aplicados às portas, pois em sua composição poderá haver a presença de
ácidos e outros aditivos não compatíveis com os materiais usados na fabricação das portas.

Recomenda-se a lubrificação nas articulações e roldanas, que trabalham diretamente


sobre os perfis da porta. Deve ser utilizado spray de óleo microlubrificante ou similar
sempre nos seguintes casos:

• Nos casos que há necessidade de grande esforço para abrir ou fechar as


folhas móveis;
• No mínimo, a cada seis (6) meses em zona urbana ou rural;
• No mínimo, a cada três (3) meses em zona marítima ou industrial.

Antes da lubrificação, deve-se verificar a necessidade de limpeza dos perfis que as


articulações ou roldanas trabalham.

2.5. Ajustes e Regulagens

Recomenda-se ao instalador da porta, por ocasião da revisão final de entrega, fazer o


ajuste da movimentação da porta. Recomenda-se o reaperto de parafusos que fixam os
componentes e/ou folhas móveis da porta quando:

• As manobras de abertura e/ou de fechamento forem executadas com alguma


dificuldade;
• Houver vibrações ou ruídos na execução das manobras de abertura e/ou de
fechamento;

100
Aula 11 – Utilização e Manutenção
UNIDADE 4 – QUALIDADE

Recomenda-se que as folhas móveis, ao serem instaladas novamente na porta, sejam


reguladas nos casos de quebra do vidro.

2.6. Pintura de Manutenção

Recomenda-se, para as esquadrias com pintura de acabamento, que sejam feitas as


inspeções previstas no manual de uso e operação e que seja verificado o seu estado de
conservação durante as operações de limpeza, ou seja, que sejam percebidos pontos de
desgaste por funcionamento das partes móveis ou influência de agentes externos, como
intempéries ou umidade;

Verificando-se o desgaste, deve ser realizada uma nova pintura, tomando os seguintes
cuidados:

• Utilização de tinta de acabamento compatível com a utilizada na fabricação


indicada no manual técnico e/ou no manual de uso, operação e manutenção;
• Desmontagem das partes móveis e componentes, se necessário;
• Proteção de vidros, guarnições e/ou vedações.

2.7. Esquadrias de Madeira

Para melhor manutenção e limpeza da porta, recomenda-se seguir as orientações:

101
Aula 11 – Utilização e Manutenção
ESQUADRIAS

2.8. Manutenção de Fechaduras

Para as fechaduras de embutir, a vida útil de projeto (VUP) é de quatro anos.

Para que esse período seja atingido, é necessário que sejam tomados alguns cuidados
preventivos periódicos, ressaltando que tal prazo poderá ou não ser atingido em função da
eficiência e da frequência dos processos de manutenção, cuidados na utilização etc.

Pintura da porta: quando o usuário ou o profissional for realizar a pintura da porta, é


imprescindível retirar a fechadura. O uso de fitas dupla face, fita crepe, fita adesiva etc.
como forma de isolamento da fechadura para a pintura da porta pode danificar os
acessórios da fechadura e não impede que a tinta penetre no interior da fechadura,
podendo manchá-la e comprometer o seu funcionamento.

102
Aula 11 – Utilização e Manutenção
UNIDADE 4 – QUALIDADE

3. Inspeção Técnica de Esquadrias

A inspeção técnica das esquadrias deve ser realizada no recebimento da esquadria e


depois a cada intervalo de tempo.

Para que as esquadrias atinjam a longevidade prevista na norma, é necessário que se


observem, rigorosamente, os períodos de manutenção preventiva. Para tanto, uma vez
findado o período de garantia, o proprietário do imóvel deverá providenciar a “Inspeção
Técnica” das esquadrias, a ser realizada por um técnico habilitado, o que deverá se repetir a
cada cinco anos.

Para facilitar a inspeção técnica das esquadrias de alumínio e revestimento externo,


seja para atender à exigência de inspeção quinquenal ou verificação extemporânea, o
proprietário, usuário, ocupante ou síndico deverá possuir um check list com os pontos de
verificação dos principais tipos de esquadrias.

103
Aula 11 – Utilização e Manutenção
ESQUADRIAS

Quando realizada corretamente, tem como resultado um movimento aplicado às


esquadrias para atender às exigências de conforto dos ocupantes do ambiente e proteção
dos objetos nele contidos.

Quando realizada sem qualquer cuidado, poderá causar danos às pessoas e bens
contidos no ambiente.

Baseado e adaptado de CBIC.


Edições sem prejuízo de
conteúdo.

104
Aula 12 – Avaliação de Conformidade
UNIDADE 4 – QUALIDADE

Aula 12: Avaliação de Conformidade

O desenvolvimento e implementação do Sistema de Qualificação de Materiais, Componentes e


Sistemas Construtivos (SiMaC) tem mostrado que a possibilidade de reduzir custos sem
prejuízo da qualidade depende de uma articulação dos agentes públicos e privados para
elevar, progressivamente, o desenvolvimento tecnológico do setor, a melhoria dos métodos de
gestão e os níveis de conformidade dos produtos.

1. Ensaios Laboratoriais

A avaliação da conformidade tem por objetivo determinar que um produto atende aos
requisitos especificados pelas normas técnicas.

1.1. Portas de Giro de Aço, Alumínio ou PVC

As portas de giro em conformidade atendem aos seguintes requisitos da norma ABNT


NBR 10821-2:

• Resistência aos ensaios de operações de manuseio;


• Resistência aos ensaios de manutenção da segurança nas operações de
manuseio;
• Resistência aos ensaios cíclicos acelerados de corrosão (esquadrias de aço);
• Os perfis de alumínio devem ser protegidos por anodização ou pintura,
conforme especificado nas ABNT NBR 12609 e ABNT NBR 14125;
• Os perfis rígidos de PVC, além dos citados acima, devem atender ao capitulo
10.1.3 desta publicação.

1.2. Janelas, Portas e Fachadas Cortina

As janelas, portas e fachadas-cortinas em conformidade atendem aos seguintes


requisitos da norma ABNT NBR 10821-2 e ABNT NBR 10821-4:

• Resistência aos ensaios de permeabilidade ao ar;


• Resistência aos ensaios estanqueidade à água;

105
Aula 11 – Utilização e Manutenção
ESQUADRIAS

• Resistência aos ensaios de cargas uniformemente distribuídas / pressão de


segurança;
• Resistência aos ensaios de operações de manuseio;
• Resistência aos ensaios de manutenção da segurança nas operações de
manuseio;
• Resistência aos ensaios cíclicos acelerados de corrosão (esquadrias de aço);
• Os perfis de alumínio devem ser protegidos por anodização ou pintura,
conforme especificado nas ABNT NBR 12609 e ABNT NBR 14125;
• Os perfis rígidos de PVC, além dos citados acima, devem atender ao capitulo
10.1.3 desta publicação;
• Verificação nos ensaios de desempenho acústico.

1.3. Esquadrias de PVC

Os perfis rígidos de PVC são submetidos aos ensaios previstos a seguir:

• Compostos de PVC:
✓ Determinação do teor de cinzas – NBR 14285-2;
✓ Determinação do teor de dióxido de titânio - NBR 14285-2;
✓ Resistência ao impacto Charpy – EN 12608-1;
✓ Módulo de elasticidade na flexão – EN 12608-1;
✓ Verificação da presença de chumbo – NBR 14285-2;
✓ Resistência ao intemperismo acelerado em câmara de weather-o-
meter – EN 12608-1;
✓ Temperatura de amolecimento em plásticos – Vicat – NBR 14285-2.
• Perfis de PVC:
✓ Análise visual e dimensional – EN 12608-1;
✓ Análise de massa linear – EN 12608-1;
✓ Análise do desvio de linearidade – EN 12608-1;
✓ Estabilidade dimensional ao calor – EN 12608-1;
✓ Estabilidade do aspecto ao calor – EN 12608-1;
✓ Resistência ao impacto por queda de massa – EN 12608-1;
✓ Carga de falha em cantos soldados – EN 12608-1.
1.4. Portas de Madeira

Os ensaios de verificação da conformidade para portas de madeira são de acordo com


a norma ABNT NBR 15930-2, para caracterização do perfil do desempenho do produto, a
ABNT NBR 15281, para portas com requisito adicional de resistência ao fogo, e a ISO 10140-
2, para portas com requisito adicional de acústica.

106
Aula 12 – Avaliação de Conformidade
UNIDADE 4 – QUALIDADE

Por meio dos ensaios laboratoriais será definido o perfil de desempenho que sintetiza
os diversos requisitos de desempenho a que a porta deve atender para uma determinada
ocupação e situação de uso.

Através dos seguintes ensaios em laboratório é possível comprovar a conformidade


técnica do produto.

• Variação dimensional, desvios de forma e de planicidade da variação nominal


da folha;
• Variação dimensional, desvios de forma e de planicidade da variação nominal
do marco;
• Variação dimensional devido às variações higroscópicas da folha;
• Variação dimensional devido às variações higroscópicas do marco;
• Padrão de aparência;
• Torção estática;
• Impacto de corpo mole;
• Carregamento vertical;
• Resistência ao fechamento com presença de obstrução;
• Impacto de corpo duro;
• Resistência ao fechamento brusco;
• Comportamento sob ação de água;
• Comportamento sob ação do calor e da umidade;
• Resistência ao fogo;
• Desempenho acústico.

2. Programas Setoriais de Qualidade PSQ no Âmbito do PBQP-h

As esquadrias são fundamentais em uma unidade habitacional ou edificação e devem


oferecer segurança, funcionalidade, durabilidade, facilidade na manutenção e conforto.

O PBQP-H - Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat visa elaborar


mecanismos específicos para garantir a conformidade de esquadrias, fornecidas aos
usuários da construção civil, com a Norma Brasileira ABNT NBR 10821-2, a ABNT NBR
15930-2 e a ABNT NBR 15575, através dos Programas Setoriais da Qualidade - PSQ
específicos para cada tipo de material.

O fabricante que participa do Programa Setorial da Qualidade (PSQ) no âmbito do


Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H) deverá apresentar
documentação técnica dos produtos:

107
Aula 11 – Utilização e Manutenção
ESQUADRIAS

• Atestados ou Certificados de Conformidade (emitidos por Entidade Gestora


Técnica – no âmbito do PBQP-H ou Organismo de Certificação de Produto,
acreditados pelo INMETRO) ou, no caso de empresas participantes do
PSQ/PBQP-H, cópia atualizada da Tabela de Classificação das Empresas e
Produtos do Relatório Setorial do Programa;
• Memorial descritivo do produto (apresentação das características técnicas
pode ser incorporada no desenho de projeto do produto);
• Manual de Instruções e Garantia do Usuário (informações sobre garantia,
instalação e manutenção).

Os documentos emitidos por cada um dos PSQ’s, tais como Fundamentos dos
Programas e Relatórios Setoriais trimestrais, podem ser obtidos pelo site do PBQP-H do
Ministério das Cidades.

Além de documentos emitidos, os PSQ’s promovem importantes ações, como:

• Desenvolvimento e apresentação da metodologia para determinar o(s)


indicador(es) setorial(is);
• Projeto de normalização técnica ABNT – elaboração e adequação de normas
técnicas;
• Implantação de plano de avaliação da conformidade de produtos,
incentivando empresas que produzem produtos com qualidade e induzindo os
que ainda não produzem a fazê-lo, garantindo a isonomia na aplicação dos
recursos públicos em licitações e contratos.

Baseado e adaptado de CBIC.


Edições sem prejuízo de
conteúdo.

108

Você também pode gostar