Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SCHOLA DIGITAL
2018
Alvenaria
Aula 5: Execução II....................................................................................................................45
Alvenaria é a pedra sem lavra com que se erigem paredes e muros mediante seu
assentamento com ou sem argamassa de ligação, em fiadas horizontais ou em camadas
parecidas, que se repetem sobrepondo-se umas sobre as outras. Alvenaria também pode ser
conceituada como sendo o sistema construtivo de paredes e muros, ou obras similares,
executadas com pedras, com tijolos cerâmicos, blocos de concreto, cerâmicas e silicocalcário,
assentados com ou sem argamassa de ligação.
1
Aula 1 - Contextos e Conceitos
ALVENARIA
2
Aula 1 - Contextos e Conceitos
UNIDADE 1 – ALVENARIA DE VEDAÇÃO
Focaremos nestas aulas na aplicação das alvenarias de vedação executadas com blocos
cerâmicos vazados assentados com argamassa, preenchendo os reticulados de estruturas de
concreto armado ou protendido, concreto pré-moldado, aço, madeira, estruturas mistas
aço-concreto e outras. Aplica-se ainda a estruturas pilar-laje e a paredes apoiadas sobre
lajes maciças, lajes pré-moldadas, lajes alveolares e lajes mistas steel-deck, dentre outras.
As referidas alvenarias podem ser empregadas tanto nas fachadas das construções
(paredes externas) como nas paredes internas, além de poderem integrar platibandas,
muros de divisa e outros elementos. Podem, ainda, constituir paredes com ou sem
revestimento.
2. Terminologias
3
Aula 1 - Contextos e Conceitos
ALVENARIA
4
Aula 1 - Contextos e Conceitos
UNIDADE 1 – ALVENARIA DE VEDAÇÃO
nos blocos extremos da fi ada que se está executando, com suas pernas
enviesadas em relação ao eixo da parede, de forma que ao se esticar a linha a
ferramenta fica presa por atrito e permite manter a linha esticada;
• Finca-pinos: ferramenta semelhante a uma pistola, destinada a cravar pinos
de aço no concreto, na alvenaria ou em outros materiais, funcionando à base
de explosivos; a ferramenta deve ser operada por profissionais habilitados,
devendo apresentar regulagem de pressão (diferentes para os diferentes
tipos de base) e sistema de comando que evite a deflagração acidental do
projétil (pino de aço);
• Fio Traçante: barbante/fio de algodão que é impregnado com pó colorido
(“vermelhão” ou equivalente), destinado à marcação de paredes, eixos de
referência, etc.; na exata posição que se quer demarcar, fio é distendido e
suportado nas extremidades, sendo em seguida esticado intermediariamente
para que forme uma catenária invertida; soltando-se repentinamente o fi o
tencionado, grava na base a linha desejada;
• Graute: micro-concreto ou argamassa autoadensável, isto é, material que se
acomoda no interior do molde sem a necessidade de ser socado ou vibrado,
com a função de solidarizar a armadura à alvenaria;
• Junta a Prumo: assentamento de blocos ou tijolos onde os componentes da
fiada superior projetam-se exatamente sobre os componentes inferiores, isto
é, as juntas verticais de assentamento resultam alinhadas;
• Junta de Controle: junta introduzida em parede muito longa, em seção com
mudança abrupta de direção ou mudança de espessura da parede, com a
finalidade de evitar a fissuração da alvenaria;
• Junta de Amarração: assentamento de blocos ou tijolos de forma defasada,
isto é, o componente superior projeta-se simultaneamente sobre as duas
metades dos componentes inferiores, aceitando-se sobreposição mínima de
um quarto do comprimento em trechos localizados das paredes;
• Junta Seca: encontro vertical entre dois blocos contíguos, sem argamassa na
junta vertical de assentamento;
• Meia-cana: ferramenta côncava destinada à execução de alvenarias, com
pequena largura, com capacidade para recolher quantidade de argamassa
compatível com a dimensão do cordão que se pretende constituir para o
assentamento de blocos;
• Módulo (M): Unidade de medida padrão que representa a distância entre dois
planos consecutivos do reticulado modular de referência (em geral, assume-
se para essa distância o valor de um decímetro: 1M = 10cm);
5
Aula 1 - Contextos e Conceitos
ALVENARIA
Baseado e adaptado de
CÓDIGO DE PRÁTICAS Nº 01,
IPT, EPUSP. Edições sem
prejuízo de conteúdo.
6
Aula 2 – Etapas de Projeto I
UNIDADE 1 – ALVENARIA DE VEDAÇÃO
1. Seleção de Materiais
7
Aula 2 – Etapas de Projeto I
ALVENARIA
8
Aula 2 – Etapas de Projeto I
UNIDADE 1 – ALVENARIA DE VEDAÇÃO
Para avaliação da conformidade dos blocos, além de uma inspeção geral (onde se
verifica a correta identificação dos blocos, incluindo a marca do fabricante em cada peça, e
as características visuais dos blocos), deve ser realizada inspeção por ensaios para
determinação de suas características geométricas (valores das dimensões das faces,
espessura das nervuras que formam os septos e das paredes externas do bloco, esquadro e
planeza das faces), de sua caracterização física (índice de absorção de água) e sua
caracterização mecânica (resistência à compressão). Para tanto, deve-se observar os lotes
de fornecimento com no máximo 100.000 blocos ou fração, de acordo com as amostragens
e critérios de aceitação e rejeição apresentados na Tabela.
9
Aula 2 – Etapas de Projeto I
ALVENARIA
Para o caso da utilização de tijolos maciços cerâmicos para alvenaria deve-se verificar
as especificações constantes da norma NBR 7170 (características visuais, geométricas e
mecânicas), considerando os respectivos critérios de aceitação e rejeição. A verificação da
resistência à compressão do tijolo deve ser feita conforme método de ensaio apresentado
na norma NBR 6460.
10
Aula 2 – Etapas de Projeto I
UNIDADE 1 – ALVENARIA DE VEDAÇÃO
Recomenda-se que as telas utilizadas na ligação alvenaria – pilar sejam telas metálicas
eletrosoldadas, galvanizadas, e dotadas de fi os com diâmetro em torno de 1 mm e malha
quadrada de 15 mm. As telas devem atender às especificações da norma NBR 10119.
2. Etapa de Projeto
Em situações especiais, como nos edifícios com mais de 20 pavimentos, nas paredes
mais longas e naquelas com altura considerável (superior a 3 m), as alvenarias devem
apresentar adequada resistência às cargas laterais, particularmente aquelas devidas à ação
do vento. Nesse caso, o momento fletor que atua na parede deve ser calculado com base na
carga atuante, nas dimensões da parede e nas suas condições de vinculação, sendo que a
tensão atuante não deve exceder a tensão admissível da alvenaria solicitada à tração na
flexão. Para alvenarias com juntas em amarração totalmente preenchidas (juntas
horizontais e juntas verticais), assentadas com argamassas de resistência à compressão
maior ou igual a 5 MPa pode-se considerar para as alvenarias os valores admissíveis e
resistência à tração na flexão indicados na Tabela.
11
Aula 2 – Etapas de Projeto I
ALVENARIA
Relativamente a cargas dinâmicas, para blocos que atendam exigências do item 1.1,
alvenarias assentadas com juntas em amarração e argamassas de assentamento com
resistência à compressão ≥ 5 MPa, para impactos de corpo mole (realizados conforme NBR
11675) podem ser admitidos os valores de resistência indicados na próxima tabela
(alvenarias com ou sem revestimento em argamassa). Para paredes com essas mesmas
condições construtivas, para a capacidade de fixação de peças suspensas (ensaio realizado
conforme NBR 11678) podem ser admitidos os valores igualmente indicados na tabela.
12
Aula 2 – Etapas de Projeto I
UNIDADE 1 – ALVENARIA DE VEDAÇÃO
13
Aula 2 – Etapas de Projeto I
ALVENARIA
14
Aula 2 – Etapas de Projeto I
UNIDADE 1 – ALVENARIA DE VEDAÇÃO
A pintura das fachadas em cores escuras deve ser evitada, quando possível, pois
favorece a absorção de calor, redundando em maiores movimentações térmicas das
paredes, aumentando a possibilidade de ocorrência de fissuras e destacamentos; a
combinação alternada de faixas claras e escuras numa mesma fachada pode aumentar essa
potencialidade. No caso de alvenarias aparentes, cuidados especiais devem ser observados
a fi m de evitar eflorescências: seleção dos componentes de alvenaria (isentos ou com
teores mínimos de saís solúveis), argamassa de assentamento sem a presença de cal,
aplicação de hidrofugante, etc.
15
Aula 2 – Etapas de Projeto I
ALVENARIA
que também datam de 1982 e que, portanto, não consideram avanços mais recentes nessa
área. A partir da revisão e complementação de tais normas, as mesmas devem ser
consideradas nos estudos de modulação, além das considerações estabelecidas no presente
documento.
16
Aula 2 – Etapas de Projeto I
UNIDADE 1 – ALVENARIA DE VEDAÇÃO
pisos e nos forros, maior ou menor proteção às esquadrias e maior ou menor dificuldade na
execução e na manutenção das fachadas.
As dimensões dos vãos de portas e janelas são determinadas com base no tipo de
janela ou porta que será instalada (de abrir, de correr, etc.), nas necessidades de ventilação
e iluminação do ambiente, em exigências funcionais (passagem de cadeira de rodas, por
exemplo) e outras. Os vãos nas alvenarias são estabelecidos em função do tamanho da
esquadria, do eventual emprego de contramarcos e vergas ou contravergas pré-moldadas,
da manutenção de folga para assentamento de peitoris e, finalmente, do tipo de fixação da
esquadria, conforme hipóteses.
17
Aula 2 – Etapas de Projeto I
ALVENARIA
Baseado e adaptado de
CÓDIGO DE PRÁTICAS Nº 01,
IPT, EPUSP. Edições sem
prejuízo de conteúdo.
18
Aula 3 – Etapas de Projeto II
UNIDADE 1 – ALVENARIA DE VEDAÇÃO
1. Compatibilizações
19
Aula 3 – Etapas de Projeto II
ALVENARIA
Caso qualquer um desses limites venha a ser ultrapassado, cuidados especiais devem
ser observados no projeto e na execução das paredes de vedação, bem como na sua
vinculação com a estrutura, que serão tratadas mais adiante.
Nos ambientes laváveis cujos pisos receberão impermeabilização com manta asfáltica
é conveniente utilizar nas bases das paredes (duas primeiras fiadas) blocos mais estreitos
que aqueles integrantes do restante da parede para realizar a dobra da manta, ou seja,
blocos de 9 cm quando a parede for constituída por blocos de 11,5 cm; blocos de 11,5 cm
quando a parede estiver composta por blocos de 14 cm; e assim por diante. No caso da
instalação de banheiras, os blocos mais estreitos podem chegar até a quarta ou mesmo a
quinta fiada, chegando até a oitava ou nona fiada no caso dos boxes de chuveiro. Tal
20
Aula 3 – Etapas de Projeto II
UNIDADE 1 – ALVENARIA DE VEDAÇÃO
Ainda nas áreas molháveis, deve-se projetar os vãos de portas com largura suficiente
para que o sistema de impermeabilização possa envolver a espaleta da alvenaria na sua
base, interpondo-se entre a parede e o marco. Nessa circunstância, pode-se deixar
pequenos dentes na base do vão, recorrendo-se ao estreitamento das juntas verticais de
assentamento nas duas primeiras fi adas da alvenaria.
As juntas podem ser “tomadas” (raspagem da argamassa expulsa para fora da parede
pela pressão do assentamento) ou “frisadas”, situação característica das alvenarias
aparentes, recomendadas apenas para ambientes internos.
21
Aula 3 – Etapas de Projeto II
ALVENARIA
Sempre que existir junta de movimentação na estrutura deve haver na parede uma
junta correspondente, com mesma localização e mesma largura, independentemente do
comprimento da parede. Não havendo junta de movimentação, a junta de controle inserida
na parede deve ser executada com largura de aproximadamente 1,5 a 2,0 cm.
22
Aula 3 – Etapas de Projeto II
UNIDADE 1 – ALVENARIA DE VEDAÇÃO
2. Ligações
Nos encontros entre paredes (“L”, “T” ou cruz) é sempre desejável as juntas em
amarração; recomenda-se o emprego de blocos com comprimentos ou formas adaptadas
para essas ligações.
Quando optar-se por encontros entre paredes com juntas a prumo, uma série de
cuidados deve ser prevista: maior rigidez dos apoios, disposição de ferros ou telas metálicas
nas juntas de assentamento, embutimento de tela no revestimento, cuidados redobrados
na compactação da argamassa das juntas horizontais e verticais, etc. Nesse caso a junta
deve resultar sempre interna à edificação, desaconselhando-se, fortemente, juntas
aparentes nas fachadas conforme ilustrado na Figura.
Pode-se, também, optar por encontro entre paredes com juntas a prumo no caso de
plantas com ambientes reversíveis, com a opção da retirada de paredes. Nesse caso, a junta
a prumo facilita a retirada da alvenaria, sem causar danos às paredes remanescentes.
Nas ligações das alvenarias com a estrutura devem ser considerados os gradientes
térmicos nas fachadas, as dimensões dos panos e a flexibilidade da estrutura; para
estruturas muito flexíveis (por exemplo, estruturas pré-moldadas isostáticas, estruturas
23
Aula 3 – Etapas de Projeto II
ALVENARIA
reticuladas de grandes vãos, etc.), deve-se adotar detalhes construtivos especiais, como por
exemplo os apresentados em figuras que virão a seguir.
O projeto da alvenaria deve definir a forma de ligação das paredes com pilares, a fi m
de prevenir futuros destacamentos. Como regra geral, as ligações com os pilares podem ser
executadas com telas metálicas especificadas de acordo com o item 2.3, aplicadas a cada
duas fi adas e fixadas no concreto com pinos metálicos (“tiros” aplicados com finca-pinos).
Neste caso a tela deve ser dobrada exatamente a 90o, conforme ilustrado na Figura 6,
aplicando-se os pinos e as respectivas arruelas o mais próximo possível da dobra da tela.
Pode-se aplicar apenas um tiro nas paredes com espessura de 9 cm, recomendando-se dois
tiros em cada uma das telas no caso de paredes mais espessas, estruturas mais
deformáveis, etc. As ligações com telas podem ser reforçadas mediante emprego de
cantoneira metálica entre a tela e a arruela/cabeça do pino. Para evitar-se risco de
corrosão, as telas devem ser recortadas com largura 1 ou 2 cm menor que a largura dos
blocos.
24
Aula 3 – Etapas de Projeto II
UNIDADE 1 – ALVENARIA DE VEDAÇÃO
Ligações mais fortes podem ser obtidas com armações de espera introduzidas na
armadura do pilar (ferros dobrados, faceando a fôrma internamente), ou com “ferros-
cabelo” posteriormente colados em furos executados com brocas de vídea φ 8mm (colagem
com resina epóxi); nos casos correntes recomenda-se introduzir um ferro de φ 6mm a cada
40 ou 50 cm, com transpasse em torno de 50cm para o interior da alvenaria e com
penetração no pilar de 6 a 8 cm.
25
Aula 3 – Etapas de Projeto II
ALVENARIA
26
Aula 3 – Etapas de Projeto II
UNIDADE 1 – ALVENARIA DE VEDAÇÃO
Nos projetos modulados, onde a última fiada de blocos praticamente faceia a face
inferior do componente estrutural, deve-se com muito mais razão empregar argamassa
fraca em cimento. Nessa situação, tratando-se de blocos vazados, a última fiada pode ser
composta por meio-blocos assentados com furos na horizontal (Figura), facilitando-se
sobremaneira a execução da fixação (“encunhamento”).
27
Aula 3 – Etapas de Projeto II
ALVENARIA
28
Aula 3 – Etapas de Projeto II
UNIDADE 1 – ALVENARIA DE VEDAÇÃO
Para as ligações com vigas de aço ou lajes mistas steel deck valem as mesmas
recomendações anteriores, ressaltando-se mais uma vez que as alvenarias de fachada
podem ser posicionadas externamente à estrutura, conforme detalhe ilustrado na Figura:
A introdução de uma taxa mínima de armadura na alvenaria (0,2% por exemplo) não
chega a aumentar significativamente a resistência à compressão da parede; entretanto, tal
armadura melhora substancialmente o comportamento da alvenaria quanto à fissuração,
normalmente provocada por flexão ou torção da estrutura de apoio, ocorrências de
29
Aula 3 – Etapas de Projeto II
ALVENARIA
recalques diferenciados ou qualquer outra espécie de ação. Tais armaduras podem ser
integrantes de cintas de amarração ou pilaretes grauteados, ou serem constituídas por
ferros corridos ou treliças planas embutidas nas juntas de assentamento.
Com a finalidade de absorver tensões que se concentram nos contornos dos vãos,
oriundas de deformações impostas, devem ser previstas vergas e contravergas com
transpasse em torno de 20% da largura do vão, avançando no mínimo 20 cm para cada lado
do vão.
30
Aula 3 – Etapas de Projeto II
UNIDADE 1 – ALVENARIA DE VEDAÇÃO
absorver a ação de cargas laterais. Acima dos limites de altura especificados na Tabela 6, as
paredes devem ser dimensionadas como alvenarias estruturais.
A paginação das paredes deve indicar com precisão posicionamentos e dimensões dos
vãos em osso (e não dos vãos acabados ou dos caixilhos) a serem inseridos na alvenaria.
Com base nessas dimensões, devem ser previstos gabaritos metálicos indeformáveis para
garantia das dimensões lineares e dos ângulos. No caso do emprego de contramarcos, estes
devem ser fixados durante a própria elevação da parede, dispensando-se os gabaritos.
31
Aula 3 – Etapas de Projeto II
ALVENARIA
32
Aula 3 – Etapas de Projeto II
UNIDADE 1 – ALVENARIA DE VEDAÇÃO
33
Aula 3 – Etapas de Projeto II
ALVENARIA
Baseado e adaptado de
CÓDIGO DE PRÁTICAS Nº 01,
IPT, EPUSP. Edições sem
prejuízo de conteúdo.
34
Aula 4 – Execução I
UNIDADE 1 – ALVENARIA DE VEDAÇÃO
Aula 4: Execução I
Como este tema já foi abordado nas disciplinas introdutórias, será feito um resumo das
principais características de armazenagem.
Os blocos cerâmicos devem ser estocados em pilhas com altura máxima de 1,80 m,
apoiadas sobre superfície plana, limpa e livre de umidade ou materiais que possam impregnar
a superfície dos blocos. As pilhas não devem ser apoiadas diretamente sobre o terreno,
sugerindo-se o apiloamento do terreno e a execução de colchão de brita ou o apoio sobre
paletes.
Quando a estocagem for feita a céu aberto, deve-se proteger as pilhas de blocos contra
as chuvas por meio de uma cobertura impermeável, de maneira a impedir que os blocos
sejam assentados com excessiva umidade. Na formação da pilha, os blocos devem ser
sobrepostos aos blocos inferiores, com “juntas em amarração” conforme ilustrado na Figura
a seguir.
35
Aula 4 – Execução I
ALVENARIA
transporte dos blocos cerâmicos, deve-se evitar que os mesmos sofram impactos que venham
a provocar lascamentos, fissuras, etc.
1.2. Aço
1.4. Areia
A estocagem da areia deve ser feita em local limpo, de fácil drenagem e sem
possibilidade de contaminação por materiais estranhos que possam prejudicar sua qualidade.
As pilhas devem ser convenientemente cobertas ou contidas lateralmente, de forma que a
areia não seja arrastada por enxurrada.
36
Aula 4 – Execução I
UNIDADE 1 – ALVENARIA DE VEDAÇÃO
37
Aula 4 – Execução I
ALVENARIA
O assentamento dos blocos pode ser feto com colher de pedreiro, meia-cana, bisnaga,
régua de assentar ou “palheta”. Optando-se por assentamento com bisnaga (tipo bisnaga de
confeiteiro), a argamassa de assentamento deve ser constituída por areia um pouco mais fi
na, com ligeiro enriquecimento do traço.
O assentamento da primeira fiada deve ser executado após rigorosa locação das
alvenarias, feita com base na transferência de cota e dos eixos de referência para o andar
onde estão sendo realizados os serviços (Figura); relativamente à cota, deve ser observada
aquela prevista para o piso acabado de cada pavimento, valendo em geral para os edifícios
multipisos a cota das soleiras das portas dos elevadores, com tolerância menor ou igual a
5mm. A posição de cada parede deve ser delimitada independentemente dos eventuais
desvios da estrutura. Caso o projeto de estrutura ou de alvenaria preveja a constituição de
juntas de dilatação ou de controle, a marcação da alvenaria deve respeitar com todo rigor o
posicionamento e a abertura das juntas. A modulação horizontal prevista para a primeira
fiada no projeto de alvenaria deve ser rigorosamente observada.
38
Aula 4 – Execução I
UNIDADE 1 – ALVENARIA DE VEDAÇÃO
No plano vertical, após completo nivelamento do andar (com nível lazer, nível de
mangueira ou nível alemão), devem ser consideradas particularmente as cotas das soleiras
de portas de elevador e de peitoris de janelas, sempre alinhadas em todas as fachadas,
efetuando-se eventuais correções de nivelamento com engrossamento da camada de
assentamento da primeira fiada.
Com base nos eixos de referência, e em cotas acumuladas a partir deles (forma de evitar-
se propagação de erros), as posições das paredes são marcadas inicialmente pelos seus eixos,
e depois pelas suas faces. A marcação deve ser iniciada pelas paredes de fachada e pelas
paredes internas principais, incluindo paredes de geminação entre apartamentos, paredes de
elevadores, de caixas de escada, de separação com áreas comuns e outras, podendo ser feita
com linhas distendidas entre blocos extremos, giz de cera ou fio traçante, isto é, linha
impregnada com pó colorido (“vermelhão” ou equivalente).
O assentamento da primeira fiada deve, portanto, ser realizado com todo o cuidado,
utilizando-se equipamentos de precisão como teodolito ou nível lazer, trena metálica, prumo
de face (“fio-de-prumo”), régua de alumínio, esquadros de braços longos, prumo de
39
Aula 4 – Execução I
ALVENARIA
face/réguas com bolhas de nível nas duas direções, etc. Antes do assentamento da primeira
fiada devem ser rigorosamente conferidas a presença e o posicionamento de eletrodutos,
caixas de passagem, tubos de água, arranques de pilaretes grauteados e outros. No caso de
pilaretes grauteados, deve ser assentado na correspondente posição bloco com abertura de
janela, possibilitando a posterior limpeza do furo e verificação do completo preenchimento
do furo pelo lançamento do graute.
40
Aula 4 – Execução I
UNIDADE 1 – ALVENARIA DE VEDAÇÃO
Para o início dos serviços de elevação das alvenarias, todas as providências de logística
devem ter sido tomadas, por exemplo, instalação no andar de guarda-corpos ou bandejas de
proteção, eventual fixação de plataforma de recepção de blocos e outros materiais,
disponibilidade de carrinhos porta-paletes, esquema de distribuição e empilhamento dos
blocos, forma de transporte e preparação da argamassa de assentamento (argamassadeiras,
caixotes de massa sobre suporte com altura regulável, etc.), disponibilidade de gabaritos para
os vãos de portas e janelas, disponibilidade de andaimes, prévio recorte de telas para as
ligações com pilares ou ligações entre paredes com juntas a prumo e outras.
Nos pavimentos mais elevados, nas paredes muito altas ou nas regiões com ventos
fortes deve-se tomar cuidado para que as alvenarias em fase de elevação não sejam
derrubadas pela ação do vento, providenciando-se escoramentos, fixações
(“encunhamentos”) provisórios ou outros dispositivos adequados.
Recomenda-se facear os blocos pelo lado da parede que receberá o revestimento menos
espesso (exemplo: gesso de um lado e revestimento cerâmico do lado oposto, facear pelo
lado que recebe o gesso). No assentamento devem ser criteriosamente observados todos os
detalhes previstos no projeto da parede correspondente, considerando caixas de elétrica,
pontos de água, luz e gás, cintas de amarração, vergas e contravergas, pilaretes, blocos mais
estreitos nas primeiras fi adas e outros detalhes. Trabalhando-se sempre com as lajes bem
41
Aula 4 – Execução I
ALVENARIA
limpas, ou o piso protegido com mantas de plástico, pode-se reaproveitar a argamassa que
cair no chão durante o assentamento.
42
Aula 4 – Execução I
UNIDADE 1 – ALVENARIA DE VEDAÇÃO
No caso da construção das vergas e contravergas com blocos tipo canaleta, deve-se
limpar e umedecer as canaletas antes do lançamento do graute ou do micro-concreto. Para
alvenarias com largura inferior a 11,5 cm e vãos acima de 0,80 m recomenda-se que as vergas
e contravergas sejam pré-moldadas ou moldadas com o auxílio de fôrmas, tomando toda a
espessura da parede. Para vãos de até 1 m podem ser moldadas contravergas com altura em
torno de 7 a 9 cm, utilizando-se blocos seccionáveis; acima dessa medida, recomenda-se que
as contravergas tomem toda a altura da fiada, conforme ilustrado na Figura a seguir.
43
Aula 4 – Execução I
ALVENARIA
A elevação das alvenarias só deve ser realizada após conveniente cura do concreto da
estrutura, recomendando-se para tanto o período mínimo de 28 dias. Em atendimento a esse
prazo, e considerando os ciclos usuais de concretagem de 7 dias, exemplifica-se na próxima
imagem as etapas de concretagem da estrutura, marcação e elevação das alvenarias.
Baseado e adaptado de
CÓDIGO DE PRÁTICAS Nº 01,
IPT, EPUSP. Edições sem
prejuízo de conteúdo.
44
Aula 5 – Execução II
UNIDADE 1 – ALVENARIA DE VEDAÇÃO
Aula 5: Execução II
Nesta aula será dado o prosseguimento das execuções em alvenaria de vedação. A vedação
vertical é responsável pelo fechamento da edificação e também pela compartimentação dos
ambientes internos. A maioria das edificações executadas pelo processo construtivo
convencional (estrutura reticulada de concreto armado moldada no local) utiliza para o
fechamento dos vãos paredes de alvenaria.
1. Fixações ou Encunhamentos
45
Aula 5 – Execução II
ALVENARIA
O ideal é que a fixação (“encunhamento”) seja feita de cima para baixo após 14 dias da
elevação da parede do último pavimento. Porém, caso não seja possível realizar dessa forma
devido ao planejamento da obra, recomenda-se fixar (“encunhar”) em grupos de três
pavimentos, de cima para baixo, estando três pavimentos acima com alvenaria já elevada. De
qualquer forma, o pavimento térreo e o primeiro pavimento só podem ser fixados
(“encunhados”) ao final do serviço de fixação.
Especial atenção deve ser dada para a manutenção da folga entre o respaldo da
alvenaria e a base de vigas ou de lajes, conforme previsto no projeto das alvenarias. As quatro
últimas fiadas podem ser ajustadas para garantir a espessura da junta de fixação
(“encunhamento”) entre 1,5 e 3cm. Caso ocorram variações dimensionais da estrutura ou da
própria alvenaria, correções podem ser feitas com blocos compensadores, fornecidos com
diferentes alturas (4 cm, 9 cm, etc.).
2. Colocação de Esquadrias
A fixação de marcos em madeira, de portas ou de janelas, pode ser feita com tacos de
madeira tratada ou naturalmente resistente à umidade, previamente embutidos na alvenaria.
No caso das portas, os marcos podem ser fornecidos com os tacos de madeira previa mente
aparafusados nos montantes, devendo-se deixar na alvenaria dentes para que esses tacos
sejam posteriormente chumbados com argamassa no traço 1:3 ou 1:4 (cimento e areia, em
volume). Os tacos devem ser isentos de defeitos como rachaduras ou nós, apresentando
dimensões aproximadas de 5 cm x 9 cm x 9cm, com reentrâncias centrais formando uma
espécie de cintura. A fixação de esquadrias de aço na alvenaria pode ser feita de diferentes
formas:
46
Aula 5 – Execução II
UNIDADE 1 – ALVENARIA DE VEDAÇÃO
47
Aula 5 – Execução II
ALVENARIA
As esquadrias de alumínio podem ser fixadas na alvenaria também por meio de grapas
aparafusadas ou rebitadas no marco. O marco pode ainda ser aparafusado à parede, com o
auxílio de buchas de náilon previamente embutidas na mesma; nesse caso, o requadramento
do vão com argamassa deve ser feito com o máximo de cuidado, com o auxílio de gaba rito.
Nesse caso, deve-se ainda aplicar entre o marco do caixilho e o contorno do vão um material
flexível que garanta a estanqueidade à água da parede (gaxeta de neoprene, borracha de
silicone, etc.).
No caso de portas ou janelas muito pesadas, onde a fixação seja feita com grapas,
chumbadores de expansão e recursos semelhantes, os furos laterais aos vãos devem receber
grauteamento e eventualmente armaduras.
3. Embutimento de Tubulações
Para a execução dos sistemas prediais existem diversos recursos, como o emprego de
shafts, forros falsos, pisos suspensos, engrossamentos sobressalentes às paredes, “bonecas”,
emprego de blocos mais estreitos nos locais das tubulações e outros.
48
Aula 5 – Execução II
UNIDADE 1 – ALVENARIA DE VEDAÇÃO
As tubulações tanto para instalação hidráulica como para instalação elétrica, podem ser
embutidas nos furos dos blocos cerâmicos de vedação (no caso de blocos com furo vertical),
recomendando-se, sempre que possível, o caminhamento das tubulações horizontais através
das lajes; no caso de blocos quadrados (24x24cm, por exemplo), os furos podem ser dispostos
tanto horizontal como verticalmente, sem quebra da modulação da alvenaria e sem
necessidade de recortes nas paredes.
49
Aula 5 – Execução II
ALVENARIA
diamantada (tipo “Maquita”) e talhadeiras bem afiadas. Os cortes devem ser gabaritados
tanto no traçado como na profundidade, para que os tubos embutidos não sejam forçados a
fazer curvas ou desvios, comprometendo no futuro o desempenho da instalação.
Principalmente no caso de cortes horizontais ou inclinados, recomenda-se que o diâmetro de
qualquer tubulação não seja maior do que um terço da largura do bloco.
Baseado e adaptado de
CÓDIGO DE PRÁTICAS Nº 01,
IPT, EPUSP. Edições sem
prejuízo de conteúdo.
50
Aula 6 – Qualidade e Manutenção
UNIDADE 1 – ALVENARIA DE VEDAÇÃO
Na Tabela abaixo propõe-se uma lista de verificações e tolerâncias para controlar alguns
itens e serviços das diferentes etapas de execução das alvenarias: preparação e marcação,
elevação das paredes e fixação (“encunhamento”). A amostragem e a periodicidade dos
controles devem ser feitas de acordo com o projeto da alvenaria e pelo plano da qualidade
da obra.
51
Aula 6 – Qualidade e Manutenção
ALVENARIA
52
Aula 6 – Qualidade e Manutenção
UNIDADE 1 – ALVENARIA DE VEDAÇÃO
53
Aula 6 – Qualidade e Manutenção
ALVENARIA
54
Aula 6 – Qualidade e Manutenção
UNIDADE 1 – ALVENARIA DE VEDAÇÃO
2. Manutenção
Na etapa de projeto, recomenda-se que seja estabelecida a Vida Útil de Projeto (VUP).
Esta definição é importante uma vez que explicita o período estimado de tempo em que as
alvenarias projetadas atenderão satisfatoriamente aos requisitos de desempenho, desde que
cumprido, pelos usuários, o programa previsto no manual de operação, uso e manutenção
do edifício, manual este que deve ser elaborado conforme a NBR 14037.
Como referência, para edifícios habitacionais de até cinco pavimentos, tem-se uma
estimativa para a vida útil de projeto de paredes de vedação recomendada pela norma NBR
15575: para as paredes internas, mínimo de 20 anos e para as externas, mínimo de 40 anos.
Para outros tipos de edifícios, podem ser exigidos valores distintos de vida útil de projeto,
segundo estimativas do projetista e exigências do empreendedor, variando de acordo com
cada projeto.
55
Aula 6 – Qualidade e Manutenção
ALVENARIA
3. Garantias e Responsabilidades
Baseado e adaptado de
CÓDIGO DE PRÁTICAS Nº 01,
IPT, EPUSP. Edições sem
prejuízo de conteúdo.
56
Aula 7 – Introdução à Alvenaria Estrutural
UNIDADE 2 – ALVENARIA ESTRUTURAL
A alvenaria é um material de construção tradicional que tem sido usado há milhares de anos.
Segundo autores, as edificações em alvenaria estão entre as construções que têm maior
aceitação pelo homem, não somente hoje, como também nas civilizações antigas.
A alvenaria estrutural passou a ser tratada como uma tecnologia de construção civil
por volta do século XVII quando os princípios de estatística foram aplicados para a
investigação da estabilidade de arcos e domos. Embora no período entre os séculos 19 e 20
tivessem sido realizados testes de resistência dos elementos da alvenaria estrutural em
vários países, ainda se elaborava o projeto de alvenaria estrutural de acordo com métodos
empíricos de cálculo, apresentando, assim, grandes limitações.
57
Aula 7 – Introdução à Alvenaria Estrutural
ALVENARIA
Nas décadas seguintes (60 e 70) o interesse pela alvenaria estrutural avançou para
outros países da Europa, como, por exemplo, a Inglaterra, onde foram construídos diversos
edifícios em alvenaria estrutural promovidos principalmente por programas públicos.
58
Aula 7 – Introdução à Alvenaria Estrutural
UNIDADE 2 – ALVENARIA ESTRUTURAL
Uma parede de alvenaria pode suportar pesadas cargas verticais. No entanto, quando
esta for submetida a cargas laterais paralelas ou perpendiculares ao seu plano, pode romper
devido aos esforços de tração que eventualmente venham a aparecer. O grande desafio do
projetista estrutural consiste, portanto, em minimizar ou em evitar tensões de trações que
possam ocorrer.
59
Aula 7 – Introdução à Alvenaria Estrutural
ALVENARIA
60
Aula 7 – Introdução à Alvenaria Estrutural
UNIDADE 2 – ALVENARIA ESTRUTURAL
• Paredes de vedação: são aquelas que resistem apenas o próprio peso e tem
função de separação de ambientes internos ou de fechamento externo. Não
tem nenhuma responsabilidade estrutural;
• Paredes estruturais: têm a função de resistir todas as cargas verticais, de peso
próprio e acidental aplicadas sobre elas;
• Paredes de contraventamento: são as paredes estruturais projetadas para
suportarem as cargas horizontais, originadas especialmente pela ação dos
ventos, paralelas ao seu plano;
61
Aula 7 – Introdução à Alvenaria Estrutural
ALVENARIA
4. Unidades de Alvenaria
Como visto, as unidades de alvenaria (tijolos e blocos) mais utilizadas no Brasil podem
ser divididas basicamente quanto a sua natureza, sua função e quanto a suas dimensões.
62
Aula 7 – Introdução à Alvenaria Estrutural
UNIDADE 2 – ALVENARIA ESTRUTURAL
63
Aula 7 – Introdução à Alvenaria Estrutural
ALVENARIA
A argila apropriada para a fabricação de blocos e tijolos deve ter plasticidade quando
misturada com água, de tal maneira que possa ser moldada; deve ter suficiente resistência à
tração para manter o formato depois de moldada; enfim, deve ser capaz de fundir as
partículas quando queimada a altas temperaturas.
A figura abaixo apresenta os principais blocos cerâmicos produzidos por uma indústria
cerâmica.
64
Aula 7 – Introdução à Alvenaria Estrutural
UNIDADE 2 – ALVENARIA ESTRUTURAL
São fabricados vários tipos e tamanhos de blocos, com diferentes funções, os quais
seguem as modulações de 15 cm ou de 20 cm, conforme a malha modular definida no
projeto. A figura 04 apresenta os tipos de blocos de concreto mais fabricados no Brasil.
65
Aula 7 – Introdução à Alvenaria Estrutural
ALVENARIA
Os tijolos e blocos sílico-calcário são unidades de alvenaria compostas por uma mistura
homogênea e adequadamente proporcionada de cal e areia quartzosa moldadas por
prensagem e curadas por vapor de pressão.
Baseado e adaptado de
Cristiano Richter. Edições sem
prejuízo de conteúdo.
66
Aula 8 – Argamassas de Assentamento
UNIDADE 2 – ALVENARIA ESTRUTURAL
1. Funções da Argamassa
67
Aula 8 – Argamassas de Assentamento
ALVENARIA
2. Propriedades da Argamassa
68
Aula 8 – Argamassas de Assentamento
UNIDADE 2 – ALVENARIA ESTRUTURAL
A cal é um excelente retentor de água porque cede aos poucos para a hidratação do
cimento mantendo a plasticidade inicial por um período maior e confere resiliência no
estado endurecido a parede. Caso a argamassa for industrializada e sem cal, há a
necessidade de conter um aditivo que apresente a propriedade de reter água para a
hidratação do cimento.
69
Aula 8 – Argamassas de Assentamento
ALVENARIA
3. Tipos de Argamassa
O tipo de argamassa a ser usado depende principalmente da função que a parede vai
exercer, das condições de exposição da parede e do tipo de tijolo ou de bloco que será
70
Aula 8 – Argamassas de Assentamento
UNIDADE 2 – ALVENARIA ESTRUTURAL
utilizado. Quando se pensa no uso das alvenarias como elementos estruturais, tende-se a
especificar o uso de argamassas com alto consumo de cimento e com grande resistência à
compressão. Na verdade, nem sempre uma argamassa mais resistente é a mais indicada.
71
Aula 8 – Argamassas de Assentamento
ALVENARIA
4. Juntas de Argamassa
5. Graute
Na NBR8798, define-se graute como o elemento para preenchimento dos vazios dos
blocos e canaletas para solidarização da armadura a estes componentes e aumento de
capacidade portante, composto de cimento, agregado miúdo, agregado graúdo, água e cal
72
Aula 8 – Argamassas de Assentamento
UNIDADE 2 – ALVENARIA ESTRUTURAL
Sabbatini (2003) comenta ainda que o graute de preenchimento dos vazados verticais
nas tipologias de alvenaria estrutural tem as funções de permitir que a armadura trabalhe
conjuntamente com a alvenaria, quando solicitada, aumentar a resistência à compressão
localizada da parede e impedir a corrosão da armadura. A dosagem, a especificação das
características do graute e sua localização devem ser de responsabilidade do projetista
estrutural.
Como se deseja uma elevada trabalhabilidade, o concreto deve ser bastante fluido. O
ensaio de slump deve mostrar um abatimento entre 10 e 14 cm. A relação água/cimento
deve estar entre 0,8 e 1,1 dependendo do módulo de finura da areia. A fixação do slump
nesta faixa dependerá fundamentalmente da taxa de absorção inicial das unidades e da
dimensão dos alvéolos. Quanto mais absorventes forem as unidades e menores forem seus
alvéolos, maior deverá ser o slump da mistura. Ao se colocar o graute na alvenaria, estas
retiram grande parte do excesso de água, deixando o mesmo com uma relação
água/cimento final entre 0,5 e 0,6.
A norma inglesa BS 5628 especifica que o graute deve ter a mesma resistência à
compressão na área líquida do bloco. Este valor de resistência otimiza o desempenho
estrutural da parede.
Baseado e adaptado de
Cristiano Richter. Edições sem
prejuízo de conteúdo.
73
Aula 9 – Projetos I
ALVENARIA
Aula 9: Projetos I
A Alvenaria Estrutural pode ser considerada como um sistema formado por materiais distintos
que interagem para responder às cargas às quais são solicitados durante a sua vida útil. O
comportamento do conjunto depende não somente da qualidade de cada material
empregado, mas também e principalmente das interações físico-químicas que se processam
entre os mesmos.
1. Comportamento Estrutural
A alvenaria estrutural, como todo o material frágil, tem boa resistência à compressão e
baixa resistência à tração. Quando o projetista previr a existência de tração, deve buscar
soluções que minimizem ao máximo esse tipo de tensão. As normas nacionais e
internacionais, destinadas ao cálculo da alvenaria estrutural, não recomendam a admissão
de tensões de tração, permitindo apenas a consideração de valores muito pequenos. Cada
diferente combinação dos materiais para alvenaria responde com um fator de eficiência
próprio. Esse fator de eficiência da alvenaria é dado pela razão entre a resistência dos
prismas e a resistência da unidade. Trabalhos experimentais realizados por pesquisadores
de vários países mostraram que o fator de eficiência pode variar entre 10 e 70 % para
materiais cerâmicos e entre 50 e 90 % para blocos de concreto. Esta variabilidade comprova
a importância da realização de ensaios antes da utilização dos materiais em prédios de
alvenaria estrutural.
Alguns cuidados devem ser tomados em obra para que a alvenaria tenha o
desempenho e a resistência estimada. A resistência dos elementos de alvenaria (paredes,
por exemplo) depende de uma série de fatores. Esses, podem ser divididos em dois grupos.
74
Aula 9 – Projetos I
UNIDADE 2 – ALVENARIA ESTRUTURAL
75
Aula 9 – Projetos I
ALVENARIA
2. Projetos
76
Aula 9 – Projetos I
UNIDADE 2 – ALVENARIA ESTRUTURAL
77
Aula 9 – Projetos I
ALVENARIA
78
Aula 9 – Projetos I
UNIDADE 2 – ALVENARIA ESTRUTURAL
79
Aula 9 – Projetos I
ALVENARIA
2.2.3. Simetria
2.2.4. Modulação
A coordenação modular deve ser estendida à maioria dos projetos da edificação. Estes,
devem ser integrados entre si (DUARTE, 1999).
80
Aula 9 – Projetos I
UNIDADE 2 – ALVENARIA ESTRUTURAL
Caso este tipo de união não seja possível, admite-se a união por reforço metálico,
desde que seja eficiente para evitar fissuras e permita a distribuição de esforços entre as
paredes. Para estas uniões são possíveis duas soluções: telas de aço galvanizadas
eletrosoldadas ou estiradas, posicionada nas juntas de argamassa, ou grampos metálicos
em “U” imersos em pilaretes totalmente grauteados, obtidos pelo preenchimento completo
dos vazios contíguos.
81
Aula 9 – Projetos I
ALVENARIA
As juntas de controle têm por função limitar as dimensões dos painéis de alvenaria
com o objetivo de eliminar elevadas concentrações de tensões devido às deformações
intrínsecas do mesmo. A figura apresenta de maneira esquemática as juntas de dilatação e
de controle, evidenciando suas principais diferenças.
As distâncias máximas (representadas na figura como L1, L2, L3 e L4) são variáveis nas
juntas de controle em função da altura das paredes e dos tipos de unidades utilizados.
Segundo o mesmo autor, as juntas de controle ou movimentação podem ser classificadas de
três tipos:
82
Aula 9 – Projetos I
UNIDADE 2 – ALVENARIA ESTRUTURAL
2.2.7. Lajes
83
Aula 9 – Projetos I
ALVENARIA
As contravergas são os elementos estruturais colocados sob o vão das aberturas, com
finalidade de absorver tensões de tração. As contravergas devem ultrapassar a lateral do
vão em pelo menos “d/5” ou 30 cm (o mais rigoroso dos dois), sendo “d” o comprimento do
vão.
Baseado e adaptado de
Cristiano Richter. Edições sem
prejuízo de conteúdo.
84
Aula 10 – Projetos II
UNIDADE 2 – ALVENARIA ESTRUTURAL
Para obter o máximo de vantagens teóricas que o processo construtivo de alvenaria estrutural
proporciona, é imprescindível a elaboração de Projetos Executivos. Este é composto de
desenhos, dos detalhes e das informações necessárias à realização dos serviços de execução
das alvenarias.
1. Projeto Executivo
É através deste projeto que se faz a integração entre as soluções criadas para a obra
pelos projetistas e a aplicação destas. Deve ser verificado se as intenções dos projetistas
podem ser claramente interpretadas na obra. A falta de detalhes e a ambiguidade na
interpretação das informações do projeto podem criar vários problemas, tais como: o atraso
nos prazos, retrabalhos para correção de erros e diminuição da produtividade.
Para a apresentação de um projeto executivo, deve-se elaborar: (a) planta baixa; (b)
cortes e elevações; (c) informações técnicas dos materiais a serem utilizados; (d) detalhes
padronizados de amarrações e de ligações parede/pilar; (e) detalhes de vergas e
contravergas; (f) detalhes de passagens de tubulações e localização de pontos elétricos e
hidráulicos; e, (g) detalhes especiais (pontos a serem grauteados, amarrações com ferros,
dentre outros).
85
Aula 10 – Projetos II
ALVENARIA
A planta baixa no projeto executivo deve indicar as paredes sem revestimento. Devem
ser representadas plantas da primeira e segunda fiada (moduladas), tipos de blocos a serem
usados para cada parede, representação dos pontos de graute.
Deve ser preparada para facilitar a marcação da obra. Assim, as medidas das distâncias
devem ser acumuladas e feitas a partir de um ponto de referência até a face interna de cada
parede (figura). Pode ser utilizada a planta de modulação da primeira fiada. A quantidade
dos componentes necessários por pavimento também é uma informação importante que
deve ser informada.
As elevações das paredes ou paginações devem indicar a posição dos blocos especiais
(instalações elétricas ou hidráulicas), locais de descida das prumadas de luz e água,
amarração entre as paredes, detalhamentos sobre a ferragem necessária. Igualmente
devem ser mostradas as posições dos quadros de distribuição das instalações elétricas e sua
solução estrutural. Também devem ser representadas as aberturas (portas e janelas),
localizando as vergas, contravergas e/ou blocos canaletas.
Tanto a primeira fiada como as elevações das paredes devem ser desenhadas em
escalas não inferiores a 1:50. Para facilitar a leitura em obra é recomendável que estes
86
Aula 10 – Projetos II
UNIDADE 2 – ALVENARIA ESTRUTURAL
desenhos sejam feitos em escala 1:25. A figura mostra um exemplo de uma planta de
elevação.
Devem ser fornecidos os detalhes construtivos que não estejam definidos nas plantas
baixas e de paginações. Os detalhes que aparecem com maior frequência podem ser
fornecidos em um caderno de detalhes padronizados para evitar a repetição dos mesmos
nas várias plantas.
Além do que foi descrito acima, o projeto executivo pode conter também o projeto de
laje, peças pré-moldadas de concreto armado, a localização dos equipamentos
(escantilhões, por exemplo) e, ainda, o layout do canteiro.
Deve-se utilizar, sempre que possível, a passagem das tubulações verticais pelos
shafts. A figura abaixo apresenta quatro exemplos da utilização de shafts.
87
Aula 10 – Projetos II
ALVENARIA
Os trechos verticais de água fria e quente para torneiras e chuveiros deverão passar
horizontalmente entre o forro e o teto até ao ponto donde deverão descer na vertical pelos
furos dos blocos. A descida pelos furos dos blocos não deve ser encorajada. Deve-se sempre
recomendar o recurso a shafts ou a paredes hidráulicas. No caso de passagem por dentro de
paredes estruturais, ela deve efetuar-se em blocos especiais, com o aval do projetista
estrutural e em trechos muito pequenos. Além disso, deve-se tomar o cuidado de não
solidarizar os dutos com a estrutura em nenhum ponto. Em paredes estruturais, os cortes
horizontais devem ser evitados. Sempre que houver paredes não estruturais, estas devem
ser preferenciais para a passagem dos canos que tiverem de ser embutidos. Importa
salientar que eventuais necessidades de cortes para manutenção em caso de vazamento
poderão atingir a integridade das paredes e alterar a função estrutural delas.
88
Aula 10 – Projetos II
UNIDADE 2 – ALVENARIA ESTRUTURAL
Para definir o projeto elétrico o projetista também deve interagir com o arquiteto. Os
eletrodutos embutidos deverão passar pelos blocos vazados. É importante observar que, no
processo construtivo em alvenaria estrutural, as caixas de tomadas e interruptores podem
ser previamente instaladas em blocos cortados que por sua vez serão assentados durante a
execução da alvenaria. Como alternativa, pode-se colocar o bloco cortado com espaço para
caixa que é posteriormente chumbada ao mesmo.
89
Aula 10 – Projetos II
ALVENARIA
90
Aula 10 – Projetos II
UNIDADE 2 – ALVENARIA ESTRUTURAL
canaleta). O caixote não deve ser de material poroso que permita a perda da água da
argamassa - madeira, por exemplo – perdendo assim, suas propriedades (ABCP, 2004).
Recomenda-se que o suporte do caixote tenha rodas para facilitar o deslocamento dos
profissionais sem a necessidade do auxílio do servente.
Para obter precisão geométrica na execução das paredes, recomenda-se que o nível
seja à laser, utilizado principalmente para nivelar com maior precisão as lajes; a régua de
prumo e nível deve ter comprimento maior ou igual a 1,20m, utilizada para nivelar e prumar
as fiadas de blocos durante o assentamento; e o esquadro deve ter medidas mínimas de
60cm x 80cm x 100cm, utilizado principalmente para medir os esquadros das peças durante
a marcação da primeira fiada de blocos (ABCP, 2004).
Para atingir tais padrões de qualidade, a elevação da alvenaria deve ser realizada de
forma racionalizada. Para isto é necessário que se compreenda as etapas que constituem
esta atividade. O esquema representa em forma esquemática a sequência de execução da
alvenaria.
91
Aula 10 – Projetos II
ALVENARIA
Deve-se dar especial atenção nesta etapa para o controle do prumo das paredes,
espessura e nivelamento das fiadas. Independentemente do processo, a argamassa de
92
Aula 10 – Projetos II
UNIDADE 2 – ALVENARIA ESTRUTURAL
assentamento sempre deve ser aplicada em todas as paredes dos blocos para formação da
junta horizontal e em dois cordões verticais nos bordos de uma das extremidades do bloco
para a formação da junta vertical. O bloco será conduzido à sua posição definitiva mediante
uma pressão aplicada para baixo e para o lado, atingindo-se a espessura desejada das juntas
(10 mm ± 3 mm), conforme NBR8798 (ABNT, 1985) e eliminando a argamassa em excesso.
93
Aula 10 – Projetos II
ALVENARIA
Baseado e adaptado de
Cristiano Richter. Edições sem
prejuízo de conteúdo.
94
Aula 11 – Controle
UNIDADE 2 – ALVENARIA ESTRUTURAL
1. Controle Tecnológico
95
Aula 11 - Controle
ALVENARIA
96
Aula 11 – Controle
UNIDADE 2 – ALVENARIA ESTRUTURAL
97
Aula 11 - Controle
ALVENARIA
Salienta-se que nem todos os itens de controle e verificação são passíveis de controles
dimensionais. Nestes casos, adotar critérios de conformidade são mais difíceis. A NBR8798
(ABNT, 1985) recomenda algumas tolerâncias dimensionais, apresentadas na tabela:
98
Aula 11 – Controle
UNIDADE 2 – ALVENARIA ESTRUTURAL
Segundo Duarte (1998) as fissuras podem ser classificadas de acordo com sua
atividade, sendo ativas ou inativas. As fissuras ativas são aquelas que apresentam variações
de abertura durante um determinado tempo. Estas fissuras podem apresentar um
movimento cíclico (devido às variações de temperatura, por exemplo) ou crescente
(recalques de fundações, por exemplo). Já as fissuras inativas (ou estabilizadas) não
apresentam variações de aberturas ou no seu comprimento ao longo do tempo.
99
Aula 11 - Controle
ALVENARIA
Baseado e adaptado de
Cristiano Richter. Edições sem
prejuízo de conteúdo.
100
Aula 12 – Patologias
UNIDADE 2 – ALVENARIA ESTRUTURAL
101
Aula 12 – Patologias
ALVENARIA
Por outro lado, nas lajes de cobertura sobre paredes muito longas, enfraquecidas por
aberturas, as fissuras têm direção horizontal ao longo das paredes externas maiores,
inclinando-se aproximadamente à 45o nas paredes transversais em direção à laje de teto.
Este tipo de manifestação tende a ser mais visível nas extremidades do edifício, conforme
figura a seguir.
102
Aula 12 – Patologias
UNIDADE 2 – ALVENARIA ESTRUTURAL
Além das fissuras citadas e comentadas, a dilatação térmica da laje introduz tensões
horizontais de tração na alvenaria ocasionando fissuras verticais nas paredes. Neste caso,
como as tensões de tração são maiores no topo da parede, a fissura possui maior abertura
na ligação com a laje, reduzindo a abertura na medida em que desce pela parede.
103
Aula 12 – Patologias
ALVENARIA
Nas argamassas de assentamento, a pequena retração que pode ocorrer nas juntas
horizontais é fortemente restringida pelo cisalhamento com os tijolos. A retração da
argamassa é influenciada pela relação água/cimento, pela finura da areia (quanto mais fina
for a areia maior a quantidade de água necessária para envolver os grãos) e pelo uso de
incorporadores de ar. Esta retração pode vir a provocar fissuras na própria argamassa,
prejudicando a aderência, principalmente em blocos de concreto.
104
Aula 12 – Patologias
UNIDADE 2 – ALVENARIA ESTRUTURAL
105
Aula 12 – Patologias
ALVENARIA
As construções têm comportamento distinto frente aos recalques do solo, sendo que,
de maneira geral, as fissuras provocadas por recalques diferenciados são inclinadas.
Edifícios em alvenaria são construções rígidas e de difícil acomodação de deformações
devido à posição e geometria das paredes de alvenaria (placas verticais). Esta grande rigidez
auxilia na distribuição das pressões no solo de forma mais homogênea, mas, por outro lado,
como a resistência à flexão e ao cisalhamento da alvenaria é baixa, as paredes são
susceptíveis de fissuras frente a pequenas deformações.
106
Aula 12 – Patologias
UNIDADE 2 – ALVENARIA ESTRUTURAL
107
Aula 12 – Patologias
ALVENARIA
108
Aula 12 – Patologias
UNIDADE 2 – ALVENARIA ESTRUTURAL
A expansão das argamassas de assentamento mistas de cal após sua aplicação pode
causar fissuras horizontais (figura acima), principalmente nas fachadas externas com
incidência de umidade por infiltração de chuvas e preferencialmente nas proximidades dos
topos das paredes, onde são menores os esforços de compressão oriundos do peso próprio
da edificação. Este processo pode ocorrer durante a hidratação da cal virgem,
principalmente da cal dolomítica, quando a reação de hidratação não se processa
totalmente, vindo a ocorrer de forma muito lenta na parede após a aplicação da argamassa.
A hidratação do óxido de magnésio pode ocorrer de forma simultânea à carbonatação da
cal, causando um aumento de volume na direção vertical ao longo de uma junta horizontal
de argamassa de assentamento.
Dentre os sais solúveis, os sulfatos são os que mais reagem com o C3A (aluminato
tricálcico) do cimento Portland contido na argamassa, provocando o aumento
predominante na junta de assentamento horizontal. Este aumento provoca inicialmente
uma expansão geral da alvenaria, sendo que em casos mais extremos poderá ocorrer uma
progressiva desintegração das juntas de argamassa. A figura ilustra as fissuras típicas deste
ataque de sulfatos.
Baseado e adaptado de
Cristiano Richter. Edições sem
prejuízo de conteúdo.
109