Você está na página 1de 15

INSTALAÇÕES

HIDRÁULICAS E
SANITÁRIAS

Eloise Ap. Langaro


Instalações Hidráulicas e Sanitárias

1 SISTEMAS DE TRATAMENTO DE ESGOTO PREDIAL E INSTALAÇÕES


DE BAIXO IMPACTO AMBIENTAL

Quando se projeta uma instalação de esgoto para uma edificação um dos pontos
muito importantes é a destinação dos resíduos provenientes desse sistema. Esse destino
deve estar bem claro no projeto hidrossanitário. E por isso a consulta preliminar de
viabilidade é tão importante.
Quando não se tem um sistema público de tratamento de esgoto opta-se por
tratar o esgoto em um sistema particular ou individual. Esse tipo de sistema é chamado
assim por que cada edificação possui seu próprio sistema de tratamento.
Nos próximos tópicos aprenderemos mais sobre as soluções que podem ser
adotadas nesse caso!
Atualmente existe também uma maior conscientização quanto ao meio ambiente
e o despejo do esgoto urbano. Com todo o desenvolvimento urbano e aumento da
população nas cidades, a criação de estações de tratamento de esgoto (ETE’S) se tornou
imprescindível para melhorar os impactos ambientais gerados. Porém é preciso muito
investimento e estudo adequado nessa área ainda
ainda. Sabe-se que as ETE’S têmum
têm ciclo de
vida limitadoo e por isso precisam de manutenções constantes, além disso é preciso ser
bem criterioso no tratamento do esgoto, utilizando tecnologias e soluções que
minimizem impactos ambientais, uma vez que após o tratamento há o lançamento
dessas águas nos corpos hídricos novamente.
O reuso das águas servidas também são alternativas que podem ajudar a reduzir
o impacto ambiental nas edificações. Quando você faz uso dessas águas em finalidades
em que se pode utilizar uma água de qualidade inferior, se reduz a demanda de água
potável nas edificações reduzindo consequentemente a demanda nos mananciais.
Conversaremos mais sobre esse tópico logo à frente também!

1.1 SISTEMAS COLETIVOS DE TRATAMENTO DE ESGOTO PREDIAL

Nesse sistema a coleta e tratamento das águas sanitárias é feita pela rede pública.
Assim cada edificação tem sua instalação independente
independente,, sendo um ramal predial por
edificação o qual é direcionado ppara o coletor público. Apenas no caso de edificações
maiores como shoppings centers por exemplo, pode haver mais de um ramal, porém

2
Instalações Hidráulicas e Sanitárias
isso fica a critério da concessionária local.
Esse sistema seria o ideal pois o esgoto coletado é tratado, posteriormente, numa
estação de tratamento. Essa estação de tratamento deve ser projetada visando soluções e
tecnologias que minimizem oos impactos ambientais
is gerados pela deposição do esgoto.
esgoto
A água que é tratada ali retorna para os mananciais e precisa atender critérios bem
rigorosos para não prejudicar toda uma biota.
Outro aspecto relevante é sobre o ciclo de vida útil de uma ETE. A exposição
dos componentes de construção, como o concreto, as águas residuais provenientes dos
esgotos sanitários, caracteriza um ambiente altamente agressivo
agressivo.. Portanto o projeto e
execução devem considerar toda a questão de durabilidade envolvida no processo, além
das manutenções regulares. Pois a desativação precoce de uma estação de tratamento de
esgoto causaria impactos econômicos demasiados e ambientais.

1.2 SISTEMAS INDIVIDUAIS DE TRATAMENTO DE ESGOTO PREDIAL

Quando não se tem a opção de coleta e tratamento do esgoto pelo sistema


público, o projeto hidrossanitário deve contemplar um sistema individual de tratamento.
Nesse caso cada edificação possui seu próprio sistema de tratamento de esgoto, devendo
o mesmo ser dimensionado e indicado no projeto. Por tanto, a coleta de informações
iniciais sobre a edificação, abastecimento de água e tratamento das águas residuais é tão
importante.
O sistema individual de tratamento é basicamente composto por uma fossa
séptica, instalada logo após as caixas de inspeção, um filt
filtro
ro (aeróbio ou anaeróbio) e um
sumidouro ou vala de infiltração.
Existem duas normas regulamentadores que regem as especificações e
dimensionamento desse sistema. A NBR 7229 (1997) que trata sobre o pprojeto,
construção e operação de sistemas de tanques ssépticos;; e a NBR 13969 (1997) que trata
dos componentes complementares ao tratamento, no caso filtro, sumidouro e vala de
infiltração.
A Figura 1 mostra um esquema ilustrativo de um sistema individual de
tratamento de esgoto instalado numa residência. Observe nesse esquema que as
tubulações de esgoto foram pensadas de forma que quando houver a passagem de um
sistema pública de coleta de esgoto, o tratamento individual pode ser desativado e a
tubulação pode ser conectada (traç
(traço pontilhado) a rede.

3
Instalações Hidráulicas e Sanitárias

Figura 1. Representação de uma instalação individual de tratamento de esgoto

Tanque séptico
Caixa de passagem/inspeção
Filtro anaeróbio

Sumidouro

Sistema
público de
coleta de
esgoto

Edificação

Fonte: LANGARO, 2020.

1.2.1 Dimensionamento do sistema individual de tratamento

Vamos agora aprender a dimensionar todo esse sistema?

Tanque séptico:

Então vamos começar pelo tanque séptico.. O tanque séptico é um dispositivo de


tratamento biológico, ele é como se fosse o primeiro estágio desse tratamento. Ele é
utilizado para destinação das águas servidas do esgoto sanitário e é vedada sua
utilização para
ra destinação de águas pluviais e despejos capazes de elevar muito a vazão
do esgoto, como é o caso das
as águas de piscinas e lavagem de reservatórios.
Seu dimensionamento deve levar em consideração a quantidade de esgoto
gerado pela residência, portanto, a ocupação da edificação e a população são fatores
importantes no cálculo. A NBR 7229(1997) traz todo o processo de dimensionamento,
projeto, construção e operação de tanques sépticos.

4
Instalações Hidráulicas e Sanitárias
O volume útil total do tanque séptico pode ser calculado pela Equação 1 descrita
abaixo.

1000 Equação 1
Onde:
V é o volume do tanque séptico, em litros;
N é o número de pessoas ou unidades de contribuição;
C é a contribuição de despejos, em litro/pessoa.dia ou litro/unidade.dia
litro/unidade.dia;
T é o período de detenção do esgoto, em dias (Tabela 2);
K é a taxa de acumulação de lodo digerido em dias, e equivale ao tempo
de acumulação do lodo fresco (Tabela 3);
Lf é a contribuição do lodo fresco, em litro/pessoa.dia ou
litro/unidade.dia (Tabela 1)

As Tabelas 1, 2 e 3, que estão contidas na NBR 7229(1997) trazem as


informações para o correto dimensionamento do tanque séptico. A Tabela 1 refere
refere-se à
contribuição do esgoto sanitário para cada tipo de edificação, ela é dividida em dois
grupos, o primeiroo trata das ocupações permanentes e o segundo de ocupações com
público temporário e variável.
Nocálculodacontribuiçãodedespejos,deveserconsideradooseguinte:
 númerodepessoasaserematendidas(N);
 80%doconsumolocaldeágua(C)
80%doconsumolocaldeágua(C).
E na faltadedadoslocais sobre o consumo de água potável,, podem ser adotadas as
contribuições contidas na Tabela 1.

Tabela 1. Contribuição diária de esgoto (C) e de lodo fresco (Lf) por tipo de prédio e de ocupante
Ocupação Contribuição de esgotos (C) e
Unidade
Ocupação permanente lodo fresco (Lf)
Residências: Padrão alto Pessoa 160 1
Padrão médio 130 1
Padrão baixo 100 1
Hotel (exceto lavanderia e cozinha) Pessoa 100 1
Alojamento provisório Pessoa 80 1
Ocupantes temporários
Fábricas em geral Pessoa 70 0,3
Escritório Pessoa 50 0,2
Edifícios públicos ou comerciais Pessoa 50 0,2
Escolas e locais de longa permanência Pessoa 50 0,2
Bares Pessoa 6 0,1
Restaurantes e similares Refeição 25 0,1

5
Instalações Hidráulicas e Sanitárias
Cinemas, teatros e locais de curta Lugar 2 0,02
permanência
Sanitários públicos¹ Bacia sanitária 480 4,0
¹Apenas
Apenas de acesso aberto ao público (estação rodoviária, ferroviária, logradouro público, estádio
esportivo, etc.).
Fonte: NBR 7229 (1997)

A Tabela 2 refere-se
se ao tempo de detenção do esgoto, devendo ser calculada a
contribuição total diária de esgoto para identificar esse tempo.

Tabela 2. Período de detenção dos despejos, por faixa de contribuição diária


Tempo de detenção (T)
Contribuição diária (L)
Dias Horas
Até 1500 1,00 24
De 1501 a 3000 0,92 22
De 3001 a 4500 0,83 20
De 4501 a 6000 0,75 18
De 6001 a 7500 0,67 16
De 7501 a 9000 0,58 14
Mais que 9000 0,50 12
Fonte: NBR 7229 (1997)

A Tabela 3 refere-se
se ao intervalo de limpeza do tanque, este deve ser fixado pelo
projetista.. Em função desse valor é encontrada a taxa de acumulação de lodo no tanque
séptico, o qual varia em função também da temperatura do mês mais frio do local onde
ele está inserido.

Tabela 3. Taxa de acumulação total de lodo (K), em dias, por intervalo entre limpezas e temperatura do
mês mais frio
Intervalo entre Valores de K por faixa de temperatura ambiente (t), em ºC
limpezas (anos) T ≤ 10 10 ≤ t ≤ 20 T > 20
1 94 65 57
2 134 105 97
3 174 145 137
4 214 185 177
5 254 225 217
Fonte: NBR 7229 (1997)

Após o cálculo do volume do tanque séptico, é preciso definir as dimensões do


tanque, para isso existem algumas recomendações da NBR 7229 (1997). Esses tanques
podem ser prismáticos ou cilíndricos, desde que atendam as recomendações:
 O diâmetro interno mínimo deve ser de 1,10 metros
 A largura interna mínima deve ser de 0,80 metros
 Deve-se
se adotar uma relação entre comprimento/largura para tanques prismáticos
de: mínimo 2:1 e máximo 4:1

6
Instalações Hidráulicas e Sanitárias

 A profundidade útil pode variar entr


entree valores determinados na Tabela 4, de
acordo com o volume útil calculado.

OBS: Tanques com formatos cilíndricos são usados quando se pretende minimizar a
área útil em favor da profundidade. Já os prismáticos podem ser empregados quando
não se dispõem de uma maior profundidade.

Tabela 4. Profundidade útil mínima e máxima, por faixa de volume útil


Profundidade útil mínima Profundidade útil máxima
Volume útil (m³)
(m) (m)
Até 6,0 1,20 2,20
De 6,0 até 10,0 1,50 2,50
Mais que 10,0 1,80 2,80
Fonte: NBR 7229 (1997)

Sobre a execução dos tanques, existem algumas distâncias horizontais mínimas


que devem ser respeitadas. Essas distâncias são medidas a partir da face externa mais
próxima dos elementos.
 ≥ 1,50 metros de construç
construções, limites de terreno, sumidouros, valas de
infiltração e ramal predial de água;
 ≥ 3,00 metros de árvores e de qualquer ponto de rede pública de abastecimento
de água;
 ≥ 15,0 metros de poço
poçoss freáticos e de corpos de água de qualquer natureza.

Importante para liberação dos tanq


tanques
ues sépticos para uso, após a construção, é
garantir a estanqueidade dos mesmos!
Além disso deve-se
se atentar para o procedimento de limpeza desses tanques, uma
vez que vão acumular lodo em seu interior. Essa limpeza deve ser feita periodicamente
respeitandoo os períodos indicados no dimensionamento (Tabela 3). Esse lodo não deve
ser lançado em corpos de água ou galerias de águas pluviais, ele deve ser encaminhado
para uma rede de tratamento de esgoto.

Partindo agora para os componentes complementares de ttratamento,


ratamento, se deve
seguir as recomendações da NBR 13969 (1997). Existem alguns componentes que
podem auxiliar no tratamento do esgoto e melhorar a eficiência do sistema. Vamos ver
um pouco sobre cada um deles e seu dimensionamento abaixo.

7
Instalações Hidráulicas e Sanitárias

Filtro anaeróbio:

O filtro anaeróbio é um reator biológico no qual os efluentes do esgoto são


depurados por meio de microrganismos não aeróbios. Microrganismos anaeróbios são
aqueles que não dependem de oxigênio para se desenvolverem. Esse tipo de filtro pode
ser bastante
te afetado pela temperatura externa, então sua aplicação deve ser realizada d
forma criteriosa. A Figura 2 mostra um
uma representação de um filtro anaeróbio.
Lembrando que eles podem ser construídos com fluxo ascendente ou descendente, isso
vai depender do projeto,
rojeto, declividade do terreno e demais componentes do sistema.

Figura 2. Representação de um filtro anaeróbio

Biogás

Saída do
esgoto
tratado

Brita ou material filtrante

Entrada do Fundo falso


esgoto

Fonte: LANGARO, 2020

O dimensionamento do filtro pode ser feito pela Equação 2, descrita na NBR


13969 (1997).Sendo que o volume útil mínimo do leito filtrante deve ser de 1000 litros.

1,6 Equação 2
Onde:
N é o número de pessoas ou unidades de contribuição;
C é a contribuição de despejos, em litros.habitas/dia, lembrando da regra
de 80% do consumo de água ou Tabela 1;
T é o tempo de detenção hidráulica, em dias (Tabela 4).
A Tabela 4 (NBR 13969
13969-1997)
1997) mostra os parâmetros a serem considerados no
caso do tempo de detenção hidráulica para o dimensionamento do filtro.

8
Instalações Hidráulicas e Sanitárias

Tabela 4. Tempo de detenção hidráulica de esgotos (T


(T),
), por faixa de vazão e temperatura do esgoto em
dias
Temperatura média do mês mais frio
Vazão (litros/dia)
Abaixo de 15ºC Entre 15ºC e 25ºC Maior que 25ºC
Até 1500 1,17 1,0 0,92
De 1501 a 3000 1,09 0,92 0,83
De 3001 a 4500 1,00 0,83 0,75
De 4501 a 6000 0,92 0,75 0,67
De 6001 a 7500 0,83 0,67 0,58
De 7501 a 9000 0,75 0,58 0,50
Mais que 9000 0,75 0,50 0,50
Fonte: NBR 13969 (1997)

Outra consideração importante a ser feita no dimensionamento do filtro


anaeróbio, é sobre a altura do filtro. A NBR 13969 (1997) estabelece algumas
especificações:
 A altura total do filtro pode ser obtida pela Equação 3:
1 2 Equação 3
Onde:
H é a altura total interna do filtro (m)
h é a altura total do leito filtrante
h1 é altura da calha coletora (100 a 200 mm)
h2 é a altura
tura sobressalente (variável entre 100 a 300 mm)

 A altura do leito filtrante deve ser limitada a 1,20 metros, já incluindo a altura do
fundo falso;
 A altura do fundo falso deve ser limitada a 0,60 metros, incluindo a espessura da
laje.

OBS: Pode ser instalado um filtro para cada tanque séptico ou um filtro para um grupo
de tanques sépticos.

Filtro aeróbio submerso:

É um dispositivo de tratamento complementar, com uma camada filtrante cuja a


aeração se dá pela introdução de oxigênio através de um equipamento. Ele é composto
por duas câmaras, uma de reação e outra de sedimentação. As câmaras devem ser
separadas por uma parede com uma abertura na parte inferior. E pode-se
se ainda separar a

9
Instalações Hidráulicas e Sanitárias
câmara de reação em outras duas ou mais partes, isso pod
podee proporcionar uma melhor
remoção dos poluentes.
As câmaras são dimensionadas separadamente, de acordo com as Equações 4 e
5.
400 0,25 Equação 4

150 0,20 Equação 5

A área superficial da câmara de sedimentação deve ser calculada utilizando a


Equação 6.
Equação 6
0,07
15

Para as Equações 4, 5 e 6:
Vure Vus são os volumes úteis das câmaras dereação e de sedimentação respectivamente,
em litros;
N é o número de pessoas ou unidades de contribuição;
C é o volume de esgoto litros/dia
litros/dia.habitante.

Além do dimensionamento das câmaras do filtro aeróbio, a NBR 13969 (1997)


também traz o dimensionamento de todo o equipamento de aeração, materiais que
devem
em ser empregados, montagem e funcionamento do mesmo. Esse filtro acaba sendo
menos utilizado em instalações residenciais, pois seu dimensionamento e montagem é
mais complexa que o filtro anaeróbio.

Vala de infiltração e sumidouro


sumidouro:

A vala de infiltração é considerada o estágio final do tratamento do esgoto num


sistema particular. Isso equivale para o sumidouro também. Ambos têm a função final
de depuração do esgoto, por processos físicos (retenção de sólidos) e processos
bioquímicos (oxidação).
A vala de infiltração é utilizada em locais com boa disponibilidade de área, uma
vez que ela é disposta na horizontal e não precisa de uma grande profundida, ao
contrário do sumidouro.

10
Instalações Hidráulicas e Sanitárias
Não é recomendado o uso de vala de infiltração quando se tem um solo saturado
por água. Basicamente o desempenho desse dispositivo depende das características do
solo e de seu grau de saturação por água.
A NBR 13969 (1997) recomenda que se faça um teste preliminar no solo para se
saber a capacidade de percolaçã
percolaçãoo do mesmo. Para tanto ela recomenda, em seu ANEXO
A, o teste da capacidade de percolação do solo (k). Esse procedimento basicamente
consiste em determinar os tempos de infiltração de água no solo, encontrando um
coeficiente de infiltração dado em litros/m².dia. Esse coeficiente, chamado de taxa
máxima de aplicação diária (k),, é usado para calcular a área da vala de infiltração
necessária para depurar todo o esgoto gerado.
Para o dimensionamento do sumidouro se segue o mesmo procedimento, porém
pelo fato dee esse dispositivo ser verticalizado, ele acaba sendo inserido em mais
camadas de solo, que podem ser diferentes em termos de capacidade de infiltração. Para
que isso seja representado no dimensionamento é necessário que se conheça essas
camadas de solo e se adote um coeficiente k médio.
Algumas recomendações devem ser observadas para a correta instalação e uso
de uma vala de infiltração:
 Deve-se
se atentar para o caso de ocorrência de aquífero no local de instalação da
vala. Uma distância mínima de 1,50 metr
metros
os do fundo da vala até a superfície do
aquífero deve ser mantida;
 Deve-se
se garantir a condição aeróbia no interior da vala de infiltração para seu
correto funcionamento;
 Deve-se
se ter cuidado com poços de captação de água próximos, a distância dos
mesmos devee garantir um tempo de percurso do fluxo de esgoto de três dias,
pelo menos, até atingir o poço;
 Não se deve compactar o fundo nem as paredes da vala de infiltração durante
sua construção, caso contrário, a capacidade de infiltração do solo se torna
comprometida;
 Deve-se
se instalar um sistema de drenagem de águas pluviais em conjunto a vala
de infiltração;
 Deve-se prever a manutenção das valas de infiltração utilizando o uso das
mesmas em alternância, ou seja, deve
deve-se
se prever no mínimo duas valas de
infiltraçãoo com capacidade de 100%.

11
Instalações Hidráulicas e Sanitárias
Para o sumidouroas mesmas recomendações são necessárias.. Apenas no que
tange a questão aeróbia, uma vez que devido sua construção verticalizada esse processo
é mais difícil de ser mantido. E devido a isso, seu processo de obstrução acaba sendo
mais precoce que na vala de infiltração.

Vamos aprender a dimensionar


onar ambos os sistemas agora?

 Dimensionamento da vala de infiltração:


A vala de infiltração pode ser dimensionada de acordo com a Equação 7.
Equação 7

Onde:
A é a área da vala, em m²;
V é o volume de esgoto gerado diário, em m³,, calculado multiplicando a
contribuição (C) pelos habitantes (N), sendo realizado no primeiro
estágio de dimensionamento do tanque séptico;
k é a taxa máxima de aplicação diária, em m³/m².dia.

Os tubos em seu interior devem ter diâmetro de 100 mm, sendo a declividade
recomendada de 0,003 m/m.
Recomenda-se
se um comprimento máximo de cada linha de vala de até 30 metros
e uma largura de 0,5 a 1,0 metro.
A distância entre os eixos centrais de cada vala posicionada paralelamente não
deve ser inferior a 2 metros.

 Dimensionamento
amento de um sumidouro:
O sumidouro pode ser dimensionado de acordo com a Equação 8.
Equação 8

Onde:
As é a área total do sumidouro, em m², calculada pela soma da área da
superfície e área lateral;
V é o volume de esgoto gerado diário, em m³;
k é a taxa máxima de aplicação diária, em m³/m².dia, lembrando que no

12
Instalações Hidráulicas e Sanitárias
caso do sumidouro deve-se
se adotar o kmédio.

O menor diâmetro interno do sumidouro deve ser de 0,30 metros.


O sumidouro pode ser utilizado em conjunto, ou seja, quando haja a necessida
necessidade
de reduzir a altura do sumidouro, porém não se tem espaço disponível para a construção
de uma vala de infiltração, se pode construir mais sumidouros e utilizá
utilizá-los em conjunto.
Nesse caso, todo o esgoto deve ser dirigido a uma caixa distribuidora de vazã
vazão
para então seguir aos sumidouros.

1.3 REUSO DAS ÁGUAS SERVIDAS

A reutilização de águas servidas pode contribuir para a redução do consumo de


água potável e consequentemente do impacto ambiental, sendo uma opção de
sustentabilidade dentro de uma residência.
Mas que água eu posso reutilizar? E como fazer isso?
Parte da água residual de esgoto, como as águas do lava
lavatório,
tório, chuveiro e
lavanderia podem ser direcionadas para uma pequena estação de tratamento residencial.
Essa estação é construída de uma forma mais simples com o intuito de realizar o
tratamento da água a fim de direcioná
direcioná-la
la para usos não potáveis, como regas
re de jardim,
lavagem de pisos, vaso sanitário. Após o tratamento, a água deve ser recalcada em
tubulação exclusiva para os equipamentos onde será reutilizada.
De acordo com Carvalho Júnior (2019) os sistemas de reuso de águas servidas
dentro das edificações
ações pode contribuir para uma economia de até 40% do consumo de
água potável. Isso traz um potencial para esse sistema, uma vez que tem impacto não só
ambiental, mas também econômico. Porém apesar disso, a instalação de sistema desses
requer planejamento. Se for pensado antes do lançamento de uma edificação, ele deve
ser incorporado ao projeto hidrossanitário, prevendo todas as tubulações, sistema de
recalque e tratamento. Agora se ele for instalado posterior a construção da edificação,
pode demandar um maior
ior custo e adequação das tubulações existentes. Além disso, algo
que pode aumentar o custo da instalação é o nível do tratamento da água. Se a qualidade
da água requerente for alta, melhor o tratamento deverá ser e automaticamente seu
custo.
Na Figura 3 tem-se
se uma representação de uma instalação do sistema de reuso da
água de esgoto para vasos sanitários e torneiras de jardim.

13
Instalações Hidráulicas e Sanitárias

Figura 3. Reuso das águas servidas - esquema representativo em uma residência


Reservatório destinado
para armazenamento
Tubo de queda esgoto da água de reuso
Para coleta
oleta das águas
cinzas, chuveiro e lavatório

sanitário e torneiras de jardim


Tubulação de distribuição da
água de reuso para o vaso
Recalque de reuso
ETE domiciliar água tratada

Torneira de Jardim

Fonte: Adaptado de CARVALHO JÚNIOR, 2019.

Aqui neste material você aprendeu sobre os tipos de tratamento de esgoto


existentes, principalmente sobre o sistema individual de tratamento, o qual
descrevemos todo o dimensionamento. Vimos também um pouco sobre o reuso das
águas servidas, também chama
chamadas de águas cinzas. Sempre que tiver dúvidas
retome o conteúdo!

And enjoy the process! Curta todo esse processo de aprendizagem!

14
Instalações Hidráulicas e Sanitárias

REFERÊNCIAS BIBLIOGR
BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto, construção e


operação desistemas de tanques sépticos. NBR 7229.Rio
.Rio de Janeiro, 1993.
1993

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Tanques sépticos -


Unidades detratamento complementar e disposiçãofinal dos efluentes líquidos -
Projeto,construção e operação. NBR 13969. Rio de Janeiro, 1997.

CARVALHO JÚNIOR, Robert Roberto. Instalações Hidráulicas e o Projeto de Arquitetura.


Arquitetura
12. ed. São Paulo: Blucher, 2019
2019.

CARVALHO JÚNIOR, Roberto. Instalações prediais hidráulico-sanitárias


sanitárias
princípios básicos para elaboração de projetos
projetos. 2. ed.São Paulo: Blucher, 2016.

MACINTYRE,
ACINTYRE, Archibald Joseph. Instalações hidráulicas prediais e industriais. 4.
ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017.

15

Você também pode gostar