Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
HIDRÁULICAS E
SANITÁRIAS
Quando se projeta uma instalação de esgoto para uma edificação um dos pontos
muito importantes é a destinação dos resíduos provenientes desse sistema. Esse destino
deve estar bem claro no projeto hidrossanitário. E por isso a consulta preliminar de
viabilidade é tão importante.
Quando não se tem um sistema público de tratamento de esgoto opta-se por
tratar o esgoto em um sistema particular ou individual. Esse tipo de sistema é chamado
assim por que cada edificação possui seu próprio sistema de tratamento.
Nos próximos tópicos aprenderemos mais sobre as soluções que podem ser
adotadas nesse caso!
Atualmente existe também uma maior conscientização quanto ao meio ambiente
e o despejo do esgoto urbano. Com todo o desenvolvimento urbano e aumento da
população nas cidades, a criação de estações de tratamento de esgoto (ETE’S) se tornou
imprescindível para melhorar os impactos ambientais gerados. Porém é preciso muito
investimento e estudo adequado nessa área ainda
ainda. Sabe-se que as ETE’S têmum
têm ciclo de
vida limitadoo e por isso precisam de manutenções constantes, além disso é preciso ser
bem criterioso no tratamento do esgoto, utilizando tecnologias e soluções que
minimizem impactos ambientais, uma vez que após o tratamento há o lançamento
dessas águas nos corpos hídricos novamente.
O reuso das águas servidas também são alternativas que podem ajudar a reduzir
o impacto ambiental nas edificações. Quando você faz uso dessas águas em finalidades
em que se pode utilizar uma água de qualidade inferior, se reduz a demanda de água
potável nas edificações reduzindo consequentemente a demanda nos mananciais.
Conversaremos mais sobre esse tópico logo à frente também!
Nesse sistema a coleta e tratamento das águas sanitárias é feita pela rede pública.
Assim cada edificação tem sua instalação independente
independente,, sendo um ramal predial por
edificação o qual é direcionado ppara o coletor público. Apenas no caso de edificações
maiores como shoppings centers por exemplo, pode haver mais de um ramal, porém
2
Instalações Hidráulicas e Sanitárias
isso fica a critério da concessionária local.
Esse sistema seria o ideal pois o esgoto coletado é tratado, posteriormente, numa
estação de tratamento. Essa estação de tratamento deve ser projetada visando soluções e
tecnologias que minimizem oos impactos ambientais
is gerados pela deposição do esgoto.
esgoto
A água que é tratada ali retorna para os mananciais e precisa atender critérios bem
rigorosos para não prejudicar toda uma biota.
Outro aspecto relevante é sobre o ciclo de vida útil de uma ETE. A exposição
dos componentes de construção, como o concreto, as águas residuais provenientes dos
esgotos sanitários, caracteriza um ambiente altamente agressivo
agressivo.. Portanto o projeto e
execução devem considerar toda a questão de durabilidade envolvida no processo, além
das manutenções regulares. Pois a desativação precoce de uma estação de tratamento de
esgoto causaria impactos econômicos demasiados e ambientais.
3
Instalações Hidráulicas e Sanitárias
Tanque séptico
Caixa de passagem/inspeção
Filtro anaeróbio
Sumidouro
Sistema
público de
coleta de
esgoto
Edificação
Tanque séptico:
4
Instalações Hidráulicas e Sanitárias
O volume útil total do tanque séptico pode ser calculado pela Equação 1 descrita
abaixo.
1000 Equação 1
Onde:
V é o volume do tanque séptico, em litros;
N é o número de pessoas ou unidades de contribuição;
C é a contribuição de despejos, em litro/pessoa.dia ou litro/unidade.dia
litro/unidade.dia;
T é o período de detenção do esgoto, em dias (Tabela 2);
K é a taxa de acumulação de lodo digerido em dias, e equivale ao tempo
de acumulação do lodo fresco (Tabela 3);
Lf é a contribuição do lodo fresco, em litro/pessoa.dia ou
litro/unidade.dia (Tabela 1)
Tabela 1. Contribuição diária de esgoto (C) e de lodo fresco (Lf) por tipo de prédio e de ocupante
Ocupação Contribuição de esgotos (C) e
Unidade
Ocupação permanente lodo fresco (Lf)
Residências: Padrão alto Pessoa 160 1
Padrão médio 130 1
Padrão baixo 100 1
Hotel (exceto lavanderia e cozinha) Pessoa 100 1
Alojamento provisório Pessoa 80 1
Ocupantes temporários
Fábricas em geral Pessoa 70 0,3
Escritório Pessoa 50 0,2
Edifícios públicos ou comerciais Pessoa 50 0,2
Escolas e locais de longa permanência Pessoa 50 0,2
Bares Pessoa 6 0,1
Restaurantes e similares Refeição 25 0,1
5
Instalações Hidráulicas e Sanitárias
Cinemas, teatros e locais de curta Lugar 2 0,02
permanência
Sanitários públicos¹ Bacia sanitária 480 4,0
¹Apenas
Apenas de acesso aberto ao público (estação rodoviária, ferroviária, logradouro público, estádio
esportivo, etc.).
Fonte: NBR 7229 (1997)
A Tabela 2 refere-se
se ao tempo de detenção do esgoto, devendo ser calculada a
contribuição total diária de esgoto para identificar esse tempo.
A Tabela 3 refere-se
se ao intervalo de limpeza do tanque, este deve ser fixado pelo
projetista.. Em função desse valor é encontrada a taxa de acumulação de lodo no tanque
séptico, o qual varia em função também da temperatura do mês mais frio do local onde
ele está inserido.
Tabela 3. Taxa de acumulação total de lodo (K), em dias, por intervalo entre limpezas e temperatura do
mês mais frio
Intervalo entre Valores de K por faixa de temperatura ambiente (t), em ºC
limpezas (anos) T ≤ 10 10 ≤ t ≤ 20 T > 20
1 94 65 57
2 134 105 97
3 174 145 137
4 214 185 177
5 254 225 217
Fonte: NBR 7229 (1997)
6
Instalações Hidráulicas e Sanitárias
OBS: Tanques com formatos cilíndricos são usados quando se pretende minimizar a
área útil em favor da profundidade. Já os prismáticos podem ser empregados quando
não se dispõem de uma maior profundidade.
7
Instalações Hidráulicas e Sanitárias
Filtro anaeróbio:
Biogás
Saída do
esgoto
tratado
1,6 Equação 2
Onde:
N é o número de pessoas ou unidades de contribuição;
C é a contribuição de despejos, em litros.habitas/dia, lembrando da regra
de 80% do consumo de água ou Tabela 1;
T é o tempo de detenção hidráulica, em dias (Tabela 4).
A Tabela 4 (NBR 13969
13969-1997)
1997) mostra os parâmetros a serem considerados no
caso do tempo de detenção hidráulica para o dimensionamento do filtro.
8
Instalações Hidráulicas e Sanitárias
A altura do leito filtrante deve ser limitada a 1,20 metros, já incluindo a altura do
fundo falso;
A altura do fundo falso deve ser limitada a 0,60 metros, incluindo a espessura da
laje.
OBS: Pode ser instalado um filtro para cada tanque séptico ou um filtro para um grupo
de tanques sépticos.
9
Instalações Hidráulicas e Sanitárias
câmara de reação em outras duas ou mais partes, isso pod
podee proporcionar uma melhor
remoção dos poluentes.
As câmaras são dimensionadas separadamente, de acordo com as Equações 4 e
5.
400 0,25 Equação 4
Para as Equações 4, 5 e 6:
Vure Vus são os volumes úteis das câmaras dereação e de sedimentação respectivamente,
em litros;
N é o número de pessoas ou unidades de contribuição;
C é o volume de esgoto litros/dia
litros/dia.habitante.
10
Instalações Hidráulicas e Sanitárias
Não é recomendado o uso de vala de infiltração quando se tem um solo saturado
por água. Basicamente o desempenho desse dispositivo depende das características do
solo e de seu grau de saturação por água.
A NBR 13969 (1997) recomenda que se faça um teste preliminar no solo para se
saber a capacidade de percolaçã
percolaçãoo do mesmo. Para tanto ela recomenda, em seu ANEXO
A, o teste da capacidade de percolação do solo (k). Esse procedimento basicamente
consiste em determinar os tempos de infiltração de água no solo, encontrando um
coeficiente de infiltração dado em litros/m².dia. Esse coeficiente, chamado de taxa
máxima de aplicação diária (k),, é usado para calcular a área da vala de infiltração
necessária para depurar todo o esgoto gerado.
Para o dimensionamento do sumidouro se segue o mesmo procedimento, porém
pelo fato dee esse dispositivo ser verticalizado, ele acaba sendo inserido em mais
camadas de solo, que podem ser diferentes em termos de capacidade de infiltração. Para
que isso seja representado no dimensionamento é necessário que se conheça essas
camadas de solo e se adote um coeficiente k médio.
Algumas recomendações devem ser observadas para a correta instalação e uso
de uma vala de infiltração:
Deve-se
se atentar para o caso de ocorrência de aquífero no local de instalação da
vala. Uma distância mínima de 1,50 metr
metros
os do fundo da vala até a superfície do
aquífero deve ser mantida;
Deve-se
se garantir a condição aeróbia no interior da vala de infiltração para seu
correto funcionamento;
Deve-se
se ter cuidado com poços de captação de água próximos, a distância dos
mesmos devee garantir um tempo de percurso do fluxo de esgoto de três dias,
pelo menos, até atingir o poço;
Não se deve compactar o fundo nem as paredes da vala de infiltração durante
sua construção, caso contrário, a capacidade de infiltração do solo se torna
comprometida;
Deve-se
se instalar um sistema de drenagem de águas pluviais em conjunto a vala
de infiltração;
Deve-se prever a manutenção das valas de infiltração utilizando o uso das
mesmas em alternância, ou seja, deve
deve-se
se prever no mínimo duas valas de
infiltraçãoo com capacidade de 100%.
11
Instalações Hidráulicas e Sanitárias
Para o sumidouroas mesmas recomendações são necessárias.. Apenas no que
tange a questão aeróbia, uma vez que devido sua construção verticalizada esse processo
é mais difícil de ser mantido. E devido a isso, seu processo de obstrução acaba sendo
mais precoce que na vala de infiltração.
Onde:
A é a área da vala, em m²;
V é o volume de esgoto gerado diário, em m³,, calculado multiplicando a
contribuição (C) pelos habitantes (N), sendo realizado no primeiro
estágio de dimensionamento do tanque séptico;
k é a taxa máxima de aplicação diária, em m³/m².dia.
Os tubos em seu interior devem ter diâmetro de 100 mm, sendo a declividade
recomendada de 0,003 m/m.
Recomenda-se
se um comprimento máximo de cada linha de vala de até 30 metros
e uma largura de 0,5 a 1,0 metro.
A distância entre os eixos centrais de cada vala posicionada paralelamente não
deve ser inferior a 2 metros.
Dimensionamento
amento de um sumidouro:
O sumidouro pode ser dimensionado de acordo com a Equação 8.
Equação 8
Onde:
As é a área total do sumidouro, em m², calculada pela soma da área da
superfície e área lateral;
V é o volume de esgoto gerado diário, em m³;
k é a taxa máxima de aplicação diária, em m³/m².dia, lembrando que no
12
Instalações Hidráulicas e Sanitárias
caso do sumidouro deve-se
se adotar o kmédio.
13
Instalações Hidráulicas e Sanitárias
Torneira de Jardim
14
Instalações Hidráulicas e Sanitárias
REFERÊNCIAS BIBLIOGR
BIBLIOGRÁFICAS
MACINTYRE,
ACINTYRE, Archibald Joseph. Instalações hidráulicas prediais e industriais. 4.
ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017.
15