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Pós-graduação Lato Sensu

Engenharia Diagnóstica

Patologia dos Sistemas Prediais


Hidráulico-Sanitários

Prof. Eng. Roberto de Carvalho Júnior


Livros do palestrante
Patologia dos Sistemas Prediais
Hidráulico-Sanitários

Introdução

Prof. Eng. Roberto de Carvalho Júnior


“Mais fácil me foi encontrar as leis com que se
movem os corpos celestes, que estão a milhões
de quilômetros, do que definir as leis do
movimento da água, que escoa frente aos meus
olhos.”

Galileu Galilei (1564 - 1642)


“Na engenharia, os principais fatores são:
1º a água, 2º a água e 3º a água.”

Galileu Galilei (1564 - 1642)


Patologia da construção

• As falhas construtivas são muito comuns e tão


antigas quanto os mais antigos edifícios
construídos pelo homem através dos tempos.
Patologia construtiva
(causa do problema)
x
Manifestação patológica
(apresentação do problema)
Observação importante

• Os vícios e os defeitos construtivos nos sistemas


hidráulicos e sanitários podem decorrer de falhas
de projeto ou de execução das instalações,
qualidade dos materiais ou ainda da informação
defeituosa sobre sua utilização ou manutenção;
• Esses vícios, falhas e defeitos construtivos podem
causar muitos danos e sérios prejuízos aos
proprietários (moradores) das edificações.
Engenharia diagnóstica

• A atividade da Engenharia Diagnóstica é


conhecida como o “checkup” das edificações e
pode ser comparada com a Medicina;
• A engenharia diagnóstica é responsável pela
conservação e manutenção de edificações,
avaliando a durabilidade e o desempenho
técnico das obras.
• Essa área da engenharia trabalha em cima da
necessidade de realizar perícias e assistências
técnicas, com o intuito de obter o diagnóstico da
saúde das edificações, sendo assim, indiscutível a
sua importância para prevenir problemas em
sistemas prediais hidráulicos e sanitários.
corpo humano = construção
sistema circulatório = sistema hidráulico
• A principal causa de morte no mundo está
relacionada ao “sistema circulatório” (doenças
cardiovasculares): cardiopatia isquêmica e acidente
vascular cerebral (AVC), concidentemente, a maior
incidência de patologia da construção está
relacionada ao “sistema hidráulico-sanitário”.
Engenheiro = cardiologista

• Na engenharia diagnóstica, o trabalho do


engenheiro civil, especializado em “patologia
dos sistemas hidráulicos e sanitários”, pode ser
comparado ao de um médico cardiologista.
Importância do estudo das
manifestações patológicas

• Código de Defesa do Consumidor


(Lei 8.087 de 1990);

• NBR 15575:2013 – Edificações


habitacionais – Desempenho;

• Código Civil (apurar


responsabilidades civil e criminal);
• Possibilidade de atuação corretiva e
preventiva (evitar anomalias futuras);

• Adquirir conhecimentos multidisciplinares;

• Retroalimentação no processo de produção


dos respectivos projetos de engenharia.
Lei 8.078/90

• De acordo com o Código de Defesa do Consumidor,


que entrou em vigor no dia 11 de março de 1991,
para qualquer projeto ou execução de obras civis, é
obrigatório o respeito às normas técnicas
brasileiras.
NBR 15575:2013

• Como o consumidor está amparado no Código de


Defesa do Consumidor (CDC), a desobediência à
NBR 15575:2013 - Edificações habitacionais –
Desempenho, corresponde a uma infração legal,
ensejando as sanções cabíveis.
• A NBR 15575:2013 – Edificações habitacionais –
Desempenho – Parte 6, estabelece os requisitos
dos usuários e aos requisitos referentes aos
sistemas hidrossanitários.
Importância das instalações prediais
hidráulicas e sanitárias

• O projeto hidráulico-sanitário é indispensável ao


bem construir, pois evita inúmeros erros na
montagem das instalações.
• É através dele que a construção receberá os
equipamentos, dispositivos e peças necessárias
para o devido funcionamento da rede de água fria
e quente (se existir), rede de esgoto e do sistema
de drenagem de águas pluviais.
• Além de um bom projeto é necessário o emprego
de materiais de qualidade comprovada e mão de
obra qualificada pois os reparos no sistema de
canalizações sempre apresentam custos elevados.
Importância para a saúde

• Além de sua importância no sistema construtivo,


as instalações prediais hidráulicas e sanitárias são
responsáveis diretas pelas condições de saúde e
higiene requeridas para a habitação;
• Elas apoiam todas as funções humanas
desenvolvidas na habitação: cocção de alimentos,
higiene pessoal, condução de esgotos e águas
servidas etc.
Ocorrência de patologia em
sistemas hidráulicos e sanitários

• Atrasos no cronograma da obra, custos adicionais


não previstos (prejuízos financeiros); clientes
insatisfeitos, reclamações e ações jurídicas sobre
a qualidade do empreendimento;
• Redução da qualidade do empreendimento
(muitos improvisos em obra), imagem da
construtora prejudicada no mercado, perda de
confiança na empresa responsável pela construção
do edifício etc.
Responsabilidade da construtora

• A construtora tem responsabilidade pela


reparação dos danos causados, independente
da existência de culpa;

• Basta haver relação de causa e efeito entre o


dano causado e o defeito ou vício construtivo
que originou esse dano.
Responsabilidade do engenheiro

• O engenheiro responsável pelo projeto de


instalações responde apenas se sua culpa ficar
provada.

• A culpa é definida pelo artigo 159 do Código


Civil que relata o seguinte:
Artigo 159 do Código Civil

“A reparação dos danos causados exige que se


prove que houve ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência.”

Obs- O engenheiro (arquiteto) está sob o regime


em que a culpa deve ser provada.
Importância da vistoria técnica

• A vistoria técnica, também conhecida como


“inspeção predial”, é primordial para evitar
problemas e deve ser realizada de tempos em
tempos por profissional habilitado;
• Ela é a análise isolada ou combinada das
condições técnicas, de uso e de manutenção da
edificação, sendo importante para conhecer o
real estado de conservação dos edifícios, tem a
finalidade de intervir para evitar problemas no
funcionamento das instalações prediais.
Exigência legal

• A legislação de “inspeção predial” não é federal,


o que dá liberdade para que os Estados e
Municípios definam as práticas que devem ser
obedecidas em sua região.
Laudo pericial

• No geral, a legislação pede a realização de vistoria


e laudo de Inspeção Predial (IP), que nada mais é
do que um “documento que atesta as condições
de estrutura, segurança e conservação da
construção”.
• Em alguns casos (municípios), é necessária a
apresentação do laudo de inspeção predial (IP)
na prefeitura ou órgão designado por ela.
Responsabilidade técnica

• O profissional capacitado para a inspeção predial


é o engenheiro, o arquiteto ou a empresa que
presta serviços de conservação e manutenção.
O responsável pela inspeção predial deve estar
registrado no Conselho de Profissionais:

• Conselho Regional de Engenharia e Agronomia


(CREA);

• Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU).


Etapas da inspeção predial

• levantamento de dados e documentação;

• análise desses dados e documentos;

• entrevista para coleta de dados sobre a


edificação;

• vistoria sistêmica da edificação, para a


detecção de falhas ou anomalias;
• classificação das falhas e
anomalias detectadas na vistoria;

• recomendação de ações necessárias para


corrigir estas falhas ou anomalias;

• organização das ações prioritárias


conforme sua urgência;

• emissão do laudo com todas as


informações.
Normas importantes
As normas técnicas envolvidas no processo de
inspeção predial (vistoria técnica) são:

• NBR 13752:1996 – Perícias de engenharia na


construção civil;

• NBR 5674:2012 – Manutenção de edificações –


Requisitos para o sistema de gestão de
manutenção;
• NBR 15575:2013 – Desempenho de Edificações
Habitacionais;
• NBR 14037:2014 – Diretrizes para elaboração de
manuais de uso, operação e manutenção das
edificações - Requisitos para elaboração e
apresentação dos conteúdos;
• NBR 16280:2015 – Reforma em edificações –
Sistema de gestão de reformas – Requisitos;

• NBR 16747:2020 – Inspeção predial – Diretrizes,


conceitos, terminologia e procedimentos.
NBR 13752:1996 - Perícias de
engenharia na construção civil

• Esta norma, por exemplo, fixa as diretrizes básicas,


conceitos, critérios e procedimentos relativos às
perícias de engenharia na construção civil
definindo o que é vício ou defeito construtivo nos
sistemas prediais.
3.75 Vícios

“Anomalias que afetam o desempenho de


produtos ou serviços, ou os tornam inadequados
aos fins a que se destinam, causando transtornos
ou prejuízos materiais ao consumidor.”
3.28 Defeitos

“Anomalias que podem causar danos efetivos


ou representar ameaça potencial de afetar a
saúde ou segurança do dono ou
consumidor.”
Manutenção preventiva em
condomínios horizontais e verticais

• Um programa de manutenção preventiva e os


procedimentos de manutenção em condomínios
é indispensável e fundamental para a realização de
uma boa gestão;
• O planejamento da manutenção e a elaboração
dos procedimentos correspondentes devem ser
realizados em conformidade com a NBR 5674:2012
- Manutenção de edificações – Requisitos para o
sistema de gestão de manutenção.
Responsabilidade das administradoras

• As administradoras devem orientar e assumir as


responsabilidades do síndico dando suporte
técnico para a elaboração e implantação do
“Programa de Manutenção Preventiva”.
Atividades de manutenção em
sistemas hidráulicos e sanitários

• Verificação da estanqueidade dos reservatórios,


sistema de distribuição e peças de utilização,
capacidade de bloqueio dos registros de
fechamento;
• Preservação da qualidade da água (limpeza dos
reservatórios e do sistema de distribuição),
verificação do funcionamento de dispositivos de
proteção contra refluxo, deterioração e oxidação
dos componentes;
• Manutenção geral dos componentes do sistema
(verificação do funcionamento adequado de peças
de utilização, limpeza de crivos de chuveiros,
arejadores e peças de utilização (aspectos não
estéticos);
• Verificação do funcionamento de bombas,
pressurizadores, válvulas redutoras de pressão,
válvulas de alívio e válvulas de segurança de
pressão;
• Verificação dos níveis de temperatura: válvulas
termostáticas, dispositivos limitadores de
temperatura, verificação da temperatura das
fontes de aquecimento;
• Verificação da integridade do material isolante
dos tubos e componentes do sistema predial de
água quente, funcionamento das liras e juntas de
expansão;
• Manutenção da piscina (filtragem diária da água,
controle do cloro a cada dois dias, retrolavagem
dos filtros e aspiração semanalmente).
Exemplo de laudos periciais

• A titulo de exemplo, apresenta-se uma planilha


com o resultado de 24 laudos periciais em
instalações prediais hidráulicas e sanitárias,
realizados na cidade de Curitiba-PR pelos
engenheiros: Sérgio Frederico Gnipper e Jorge
Mikaldo Jr.
Análise critica

• O tempo de ocupação do edifício não tem


qualquer relação com a incidência de falhas
construtivas nos sistemas prediais;

• A maior incidência de manifestações patológicas


em sistemas prediais hidráulico-sanitários são
decorrentes das instalações de água fria e
instalações de esgoto.
Incidência de inconformidades
(em ordem decrescente)

• Instalações de água fria;

• Instalações de esgoto;

• Instalações de águas pluviais;

• Instalações de água quente;

• Instalações de gás.
Conclusão

• Os laudos técnicos apresentam certas falhas


recorrentes, grande parte das quais poderão ser
evitadas em edifícios ainda a serem projetados e
construídos, sob a presunção do aproveitamento
da experiência acumulada (retroalimentação dos
projetos).
Manifestações patológicas em
sistemas hidráulicos e sanitários

• Na busca por máxima economia, dando pouca


importância ao projeto hidrossanitário e
utilizando-se de materiais de qualidade inferior
que somando à baixa qualificação da mão de obra
acaba-se por comprometer a qualidade final da
obra.
• Os problemas mais comuns e recorrentes nos
sistemas prediais hidráulicos e sanitários são
vazamentos e entupimentos;

• Esses problemas podem estar relacionados com


o projeto hidrossanitário ou com a execução
dos empreendimentos.
• A evolução tecnológica dos materiais de
construção e das técnicas de projeto e execução
também foi um dos fatores que contribuíram para
o declínio da qualidade na construção civil, e do
aumento do número de patologia nas construções;
• Por razões econômicas, as obras são conduzidas
com grande velocidade e poucos rigores no
controle de materiais e serviços;

• Os profissionais mais qualificados se incorporaram


aos setores industriais que melhor remuneram, em
detrimento das construções de pequeno porte.
Ranking de patologia da construção

• De acordo com várias pesquisas, de diversos


institutos e autores, o maior percentual de
patologia da construção corresponde a problemas
relacionados aos sistemas prediais hidráulicos e
sanitários;
Falhas de projeto
(40% de incidência)

• Originadas nas fases de planejamento e projeto da


edificação, geralmente são bem mais graves que as
falhas relacionadas à qualidade dos materiais e aos
métodos construtivos.
Causas principais

• falhas de planejamento e concepção


sistêmica;

• falhas de compatibilização;

• erros de dimensionamento;
• ausência de especificações de materiais e
de serviços;

• insuficiência ou inexistência de detalhes


construtivos etc.
Falhas de planejamento e
concepção sistêmica

• A quantidade e complexidade dos equipamentos,


aparelhos e dispositivos utilizados em instalações
prediais vêm crescendo muito nos últimos anos;
• O grande desafio para os projetistas de
instalações hidráulico-sanitárias é organizar tudo
isso em um espaço físico restrito e cada vez mais
limitado pelo projeto arquitetônico.
Organização sistematizada

• reservatórios (abastecimento, reserva


de incêndio e reuso de águas pluviais);

• bombas de recalque;

• válvulas redutoras de pressão;

• estação de tratamento de esgoto;

• central de gás.
Falhas de compatibilização

• Um projeto arquitetônico bem resolvido, com as


peças sanitárias e os equipamentos corretamente
definidos e localizados é condição básica para que se
consiga um leiaute adequado para a futura
elaboração do projeto hidrossanitário.
Observação importante

• As instalações prediais são subsistemas que


devem ser integrados ao sistema construtivo
proposto pela arquitetura, de forma harmônica,
racional e tecnicamente correta.
• Quando não há coordenação e (ou) entrosamento
entre o arquiteto e os profissionais contratados
para a elaboração dos projetos complementares,
pode ocorrer uma incompatibilização entre os
projetos.
• Essa incompatibilização certamente, aparecerá
depois, durante a execução da obra, gerando
inúmeras improvisações (gambiarras) para
solucionar os problemas surgidos e finalizar a
execução das instalações;
• Em determinadas situações, é muito comum os
responsáveis pela execução dos empreendimentos
definirem soluções sem consultar os projetistas
responsáveis pela edificação;
• Esses improvisos e gambiarras em obra tem como
consequência, a perda de qualidade de uso e que
em alguns casos, pode levar até mesmo a perda
de segurança de uma edificação.
Erros de dimensionamento

• Uma das falhas mais graves de projeto diz


respeito ao dimensionamento das instalações
prediais hidráulico-sanitárias.
Importância do engenheiro

• A contratação de um engenheiro qualificado e


capacitado é o principal fator para a elaboração
de um projeto seguro e exequível.
Ausência de planilha de cálculo

• Nos projetos dos SPAFAQ, por exemplo, os quatro


parâmetros hidráulicos do escoamento (vazão,
velocidade, perda de carga e pressão) devem constar
em uma “planilha de cálculo”.
Observação importante

• Através da planilha de cálculo é possível verificar as


pressões de funcionamento dos diversos aparelhos
em qualquer pavimento do edifício, principalmente,
a pressão dinâmica do chuveiro do último pavimento
que é considerada a mais crítica.
Ausência de especificações de
materiais e detalhes construtivos

• Um bom projeto deve ser claro, com lista


detalhada dos materiais que serão utilizados e
detalhes de execução que sejam de fácil
entendimento por parte dos profissionais que
executarão a obra.
Estudo de caso
Falhas de execução
(28% de incidência)

• As instalações hidráulico-sanitárias devem ser


executadas rigorosamente de acordo com os
respectivos projetos e especificações, bem como
as prescrições das normas da ABNT, pertinentes.
Principais falhas de execução

• As principais falhas de execução das instalações


prediais hidráulico-sanitárias (água fria e quente,
esgoto e águas pluviais) ocorrem pelos seguintes
motivos:
• falta de fiscalização e/ou acompanhamento
do engenheiro (responsável técnico) pela obra,
durante a etapa de execução das instalações;

• descumprimento de especificações técnicas,


dedução de informações ausentes, falha em
compreender as informações;
• uso de materiais inadequados e de qualidade
inferior na busca por máxima economia;

• execução com muitas improvisações e


“gambiarras” por falhas ou ausência de projeto;
• modificação do projeto sem consulta prévia ao
autor do mesmo (execução da instalação em
desconformidade com o projeto);

• falta de atenção ou comprometimento do


instalador, desconhecimento de conceitos
básicos para execução dos serviços;
• baixa qualificação na mão de obra e negligência
devido a falta de capacitação do instalador, como
por exemplo o uso inadequado de ferramentas
(aperto excessivo, desalinhamento das tubulações
etc.).
Falta de fiscalização e (ou)
acompanhamento na obra

• O cenário é mais preocupante ainda quando a


construtora ou contratante não compreende o
que é fiscalização, confundindo a atividade com o
gerenciamento.
Gerenciamento

• O gerenciamento pode ser entendido como o


planejamento, direção, coordenação, controle e
comando centralizado das atividades necessárias
à implantação de um empreendimento.
Fiscalização

• A fiscalização da obra faz parte do escopo do


gerenciamento, sendo uma atividade mais
restrita; consiste em verificar:
• verificar se as etapas planejadas na etapa de
gerenciamento estão sendo cumpridas;

• se tecnicamente a obra está correta e se o


dinheiro despendido corresponde ao previsto
em contrato.
Baixa qualificação de mão de obra

• A baixa qualidade de mão-de-obra também é


outro entrave para a fiscalização;

• Por mais que se exija o cumprimento de um


projeto, quase sempre haverá problema na hora
da execução das instalações.
Execução da instalação em
desconformidade com o projeto

• Alguns erros de execução ocorrem quando o


instalador modifica o projeto de instalações
hidráulico-sanitárias sem consulta prévia ao autor
do mesmo, como mostra o exemplo a seguir:
Uso inadequado de ferramentas

É muito comum a ocorrência de manifestações


patológicas:

• decorrentes do aperto excessivo de registros,


uniões, flanges etc.;

• excesso de fita veda rosca;

• uso de vedante inadequado.


Excesso de aperto (veda rosca)
Filetes de rosca amassado e bucha de latão rompida
Registros e uniões (ferramentas que provocaram o aperto excessivo)
Aperto excessivo do flange
Tensionamento (desalinhamento da tubulação)
Esforço mecânico externo, forçando a conexão
Registro muito profundo (sem a canopla)
Observação importante

• A instalação de tubos e conexões deve ser


executada por profissionais capacitados, que
dominem a aplicação do produto e conheçam as
normas de aplicação.
Ausência de ensaio de
estanqueidade

• As tubulações devem ser submetidas a ensaio para


verificação da estanqueidade durante o processo
de sua montagem, quando elas ainda estão
totalmente expostas e, portanto, sujeitas a
inspeção visual e as eventuais reparos.
• Os testes de estanqueidade das instalações de
água fria e água quente, esgoto e águas pluviais
devem ser realizados de acordo com o item 10 da
ABNT NBR 15575-6 Edificações Habitacionais-
Desempenho Parte 6: Sistemas Hidrossanitários.
Observação importante

• No caso de ser detectado vazamento nas


tubulações, este deve ser reparado e o ensaio de
estanqueidade deve ser repetido novamente.
Qualidade dos materiais
(18% de incidência)

• A qualidade dos materiais é a terceira causa (em


percentual de incidência) de patologia em sistemas
prediais hidráulico-sanitários, por essa razão deve-se
priorizar a escolha de produtos que atendam às
especificações normativas e de projeto.
Vida útil das tubulações

• Sob condições de exposição bastante favoráveis


ao longo de toda vida útil, estima-se os seguintes
períodos econômicos para diferentes materiais de
tubulações:
• tubos de PVC: cerca de 20 a 25 anos (podendo
chegar a 50 anos);

• tubos de aço galvanizado com conexões de ferro


maleável: cerca de 12 a 18 anos (em certas
localidades esse tempo diminui para cerca de 8
a 10 anos);

• tubos de cobre com conexões de cobre/bronze,


quando expostos a água não agressiva: mais de
80 anos.
Tecnologia de produção mais recente

• CPVC (policloreto de vinila clorado);

• PEX (polietileno reticulado);

• PPR (polipropileno random).


Observação

• As tubulações com materiais de tecnologia de


produção mais recente ainda não alcançaram
idade em uso suficiente para a avaliação
econômica do tempo de vida útil;
• Por hora, estima-se para esses materiais de
tecnologia de produção mais recente (CPVC,
PPR e PEX) uma durabilidade semelhante à
do PVC.
Durabilidade das tubulações
(fatores que influenciam)

• qualidade da água;

• natureza do material;

• tipo de junta;

• condições de exposição;
• condições de execução;

• natureza química do líquido transportado;

• temperatura do líquido transportado;


• sujeição a movimentações e acomodações
estruturais;

• sujeição a oscilações cíclicas de pressão


interna.
Redução da vida útil da tubulação
devido a qualidade da água

• A água potável disponibilizada pela rede pública


de distribuição, em certas localidades, pode
apresentar sais minerais dissolvidos que se
mostram agressivos a certos materiais de
tubulações, concorrendo para a redução da vida
útil.
Rachaduras em tubos expostos ao sol

• Os tubos de PVC armazenados irregularmente,


expostos ao sol, começam a ficar brancos devido
a ação dos raios ultravioletas.

• Quando forem instalados estarão fragilizados e


com possibilidade de rachaduras e vazamentos.
Observação importante

• Como foi visto, a durabilidade não é uma


qualidade inerente apenas ao material da
tubulação, mas depende também de várias
condições;
• Qualquer que seja o material escolhido para a
instalação hidráulica ou sanitária, é importante
verificar se obedecem a alguns parâmetros
fixados pelas normas brasileiras (ABNT).
• Os produtos (materiais) fora da norma podem
causar prejuízos decorrentes de vazamentos,
infiltrações ou até mesmo contaminações (no
caso das tubulações de esgoto).
Materiais utilizados para
condução de água potável

• NBR 5626:2020 - Sistemas prediais de água


fria e água quente - Projeto, execução, operação
e manutenção.

• NBR 15575:2013 - Edificações habitacionais -


Desempenho - Parte 6: requisitos para os
sistemas hidrossanitários.
• NBR 5648:2018 - Tubos e conexões de PVC-U
com junta soldável para sistemas prediais de
água fria - Requisitos.

• NBR 8219:2017 – Tubos e conexões de PVC e


CPVC - Verificação do efeito sobre a água -
Requisitos e método de ensaio.
• NBR 15813-1:2018 - Sistemas de tubulações
plásticas para instalações prediais de água quente e
fria. Parte 1: tubos de polipropileno copolímero
Random PP-R e PP-RCT - Requisitos.

• NBR 15813-2:2018 – Sistemas de tubulações


plásticas para instalações prediais de água quente e
fria. Parte 2: conexões de polipropileno copolímero
Random PP-R e PP-RCT - Requisitos.
• NBR 15939-1:2011 - Sistemas de tubulações
plásticas para instalações prediais de água quente
e fria - Polietileno reticulado (PE-X). Parte 1:
requisitos e métodos de ensaio.

• NBR 15939-2:2011 – Sistemas de tubulações


plásticas para instalações prediais de água quente
e fria - Polietileno reticulado (PE-X). Parte 2:
procedimentos para projeto.
• NBR 15345:2013 - Instalação predial de tubos e
conexões de cobre e ligas de cobre - Procedimento.

• NBR 11720:2010 - Conexões para união de tubos de


cobre por soldagem ou brasagem capilar -
Requisitos.
• NBR 5019:2001 - Produtos e ligas de cobre -
Terminologia.

• NBR 5580:2015 - Tubos de aço-carbono para usos


comuns na condução de fluidos – Especificação.
Materiais utilizados para condução
de esgoto e águas pluviais

• NBR 8160:1999 - Sistemas prediais de esgoto


sanitário – Projeto e execução.

• NBR 15575:2013 - Edificações habitacionais –


Desempenho - Parte 6: requisitos para os
sistemas hidrossanitários.
• NBR 10570:1988 - Tubos e conexões de PVC rígido
com junta elástica para coletor predial e sistema
condominial de esgoto sanitário - Tipos e
dimensões – Padronização.

• NBR 5688:2018 - Tubos e conexões de PVC-U para


sistemas prediais de água pluvial, esgoto sanitário
e ventilação - Requisitos.
Uso das instalações
(10% de incidência)

• Toda edificação está fadada ao desgaste natural


decorrente da ação do tempo sobre suas
estruturas, consequentemente, as instalações
prediais também sofrerão esse desgaste;
• As tubulações, dispositivos e equipamentos
utilizados nas instalações têm uma vida útil que
pode ser maior ou menor dependendo do tipo
de material e das condições de utilização;
• Com o passar dos anos, todos prédios começam
apresentar algumas “manifestações patológicas”
tais como: vazamentos; infiltrações; falhas no
funcionamento de equipamentos e instalações.
Patologia de causas diversas
(4% de incidência)

• A seguir, apresenta-se um exemplo de patologia


que não está relacionada com projeto, execução,
qualidade dos materiais e uso das instalações.
Obrigado!!!!
Prof. Eng. Roberto de Carvalho Junior
www.robertodecarvalhojunior.com.br
instagram: @carvalhojr.roberto

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