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Análise técnica para eficiência de um colector solar alternativo para o uso residencial.
Caso de estudo: Cidade de Moatize
Universidade Púnguè
Extensão de Tete
2021
Hélio João Mário Muacuveia
Análise técnica para eficiência de um colector solar alternativo para o uso residencial.
Caso de estudo: Cidade de Moatize
Supervisor:
Universidade Púnguè
Extensão de Tete
2021
Índice
Lista de tabelas
Tabela 1: Materiais e especificações ............................................................................................. 32
Tabela 2: Dados colectados no primeiro dia ................................................................................. 36
Tabela 3: Dados colectados no segundo dia .................................................................................. 36
Tabela 4: Dados colectados no terceiro dia ................................................................................... 37
Tabela 5: Dados colectados no quarto dia ..................................................................................... 37
Tabela 6: Dados colectados no quinto dia ..................................................................................... 37
Tabela 7: Temperatura média alcançada em cada dia ................................................................... 41
v
Lista de figuras
Figura 1: Distribuição da radiação solar na superfície terrestre .................................................... 20
Figura 2: Sistema de aquecimento solar em termossifão. ............................................................. 23
vi
Lista de imagens
Imagem 1: A- Chapa metálica que serve como caixa; B- Superfície absorvedora ..................... 33
Imagem 2: Montagem das serpentinas .......................................................................................... 33
Imagem 3: Montagem do papel alumínio e plástico aderente sobre o dispositivo ........................ 34
Imagem 4: Montagem do vidro ..................................................................................................... 34
Imagem 5: A- Reservatório antes; B- Reservatório isolado termicamente ................................... 35
Imagem 6: Dispositivo feito e ligado aos respectivos reservatórios ............................................. 35
vii
Lista de gráficos
Gráfico 1: Variação da temperatura............................................................................................... 38
Gráfico 2: Variação da temperatura no segundo dia ..................................................................... 39
Gráfico 3: Variação da temperatura no terceiro dia ...................................................................... 39
Gráfico 4: Variação da temperatura no quarto dia ........................................................................ 40
Gráfico 5: Variação da temperatura no quinto dia ........................................................................ 40
Gráfico 6: Eficiência térmica diária do colector ........................................................................... 41
viii
Lista de símbolos
Cp - calor específico da água a pressão constante;
IG – irradiação global;
ɳ- rendimento;
Q- Vazão;
t- tempo;
Tc – temperatura de consumo;
Tf – temperatura fria.
Tq – temperatura quente;
V- volume;
Vc – volume de consumo;
DECLARAÇÃO
Declaro que esta monografia é resultado da minha investigação pessoal e das orientações do meu
supervisor Mestre Francisco Renato Pinto, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas
estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para obtenção
de qualquer grau acadêmico.
Tete,________de________________de 2021
__________________________________
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais João Mário Muacuveia e Paulina Guidione, aos meus irmãos
e colegas no geral pelo apoio incansável.
xi
AGRADECIMENTO
Em primeiro lugar a Deus, pela vida - nossa maior fortaleza - pela sabedoria e perseverança, pois
sem ele nada seríamos.
Para meus pais João Mário Muacuveia e Paulina Guidione, pela força, pelo conselho que sempre
me deram durante a minha formação;
Aos meus irmãos pelo apoio, ajuda e força para continuação com os meus estudos;
A todos que directa ou indirectamente me ampararam, e consolaram-me nos momentos que mais
necessitava.
xii
RESUMO
Em consequência dos resultados obtidos, com um projecto extremamente simples e barato,
sentimos que poderíamos dar um destino colectivo, à implantação do mesmo. A energia solar se
apresenta a cada dia como a grande solução energética para o planeta. É uma fonte inesgotável,
totalmente limpa que promove a total preservação do meio ambiente, além de atender a todas as
pessoas de forma gratuita. Nessa experiência os gastos com materiais utilizados foram poucos em
relação ao colector convencional, e isso torna o projecto viável em matéria de custo. O
investimento feito de forma responsável provocará, sem dúvida, óptimos resultados.
Palavras-chaves: colector alternativo, eficiência do colector e temperatura.
13
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1.1. Introdução
Muitas são as vantagens para que a energia solar se torne definitivamente uma realidade e deixe
de aparecer nas estatísticas moçambicanas somente como uma fonte de energia de uso
inexpressivo. É natural que a demanda energética continuará crescendo a passos largos e a
reprodução do cenário energético, actualmente em uso, terá muitas dificuldades de sustentar com
qualidade este crescimento.
O sol é fonte de energia renovável. O aproveitamento desta energia, tanto como fonte de calor
quanto de luz é uma das alternativas energéticas mais promissoras para enfrentarmos os desafios
do novo milénio.
O aproveitamento de energia solar é uma das formas mais simples e abundantes de obtenção de
energia limpa. O aquecimento global e a preocupação mundial em reduzir as emissões de CO2
existem estudos para o desenvolvimento de tecnologias limpas e, da constante preocupação
também com o meio ambiente surge a ideia da construção de meios para obtenção de energia
limpa e renovável.
Os colectores solares são alternativas viáveis para a utilização doméstica e actuam directamente
sobre uma parcela significativa do consumo de energia.
O calor capturado nos colectores térmicos pode, por exemplo, servir para aquecer a água para
consumo doméstico, comercial e industrial. Mesmo que pareça estranho, pode-se aproveitar a
energia solar para o resfriamento, visto que, para gerar baixas temperaturas, é necessária uma
fonte de calor que perfeitamente pode ter sua origem nos colectores solares.
1.2. Problematização
Tendo em vista ao actual desenvolvimento populacional e tecnológico, a procura de energia para
vários fins, sejam doméstico, hospitalar, comercial, escolar, via pública e outros é cada vez
maior, implicando assim com que as oscilações de corrente eléctrica na hora de pico sejam cada
vez mais enormes.
Em Moçambique tem-se observado um uso intensivo de recursos florestais para fins energéticos.
Estima-se que 80% da energia consumida no País seja obtida da floresta (Manso e Dimande,
(1996), apud Falcão (2013)) e 98% dos produtos florestais obtidos anualmente sejam destinados à
produção de lenha e carvão vegetal (CHAPOSA, 2000, apud Falcão, 2013). Ilustra-se que maior
densidade populacional a nível do território nacional tem recorrido ao uso de biomassa lenhosa e
o carvão vegetal como fonte de energia.
O uso da biomassa lenhosa ou outros combustíveis são um dos factores que impulsionam para o
efeito estufa e chuvas ácidas devido os gases (quentes e poluentes) e o carbono que é emitido
para a atmosfera pela sociedade contribuindo no aquecimento.
Para o aquecimento de água a sociedade utiliza a biomassa lenhosa como fonte de calor no seu
dia-a-dia, mas para o caso de aquecimento de água a sociedade pode utilizar outras técnicas para
aproveitar o sol durante o dia e aquecer a água. A exploração não sustentável da biomassa
florestal como fontes de energia, pode causar problemas ambientais e mudanças da paisagem a
curto ou a longo prazo, havendo doutra parte um grande défice de oxigénio.
A pressão sobre os limitados recursos ao redor de áreas urbanas e ao longo dos corredores
rodoviários principais, como resultado do aumento da população nestas áreas, o que fez aumentar
drasticamente a exigência em terras agrícolas assim como em produtos originários da floresta e
da vida selvagem (principalmente combustíveis lenhosos).
A procura de lenha e/ou carvão pelas zonas urbanas tem um impacto sobre a deflorestação das
zonas rurais mais próxima. Em certos países, os moradores urbanos bem como os rurais
descobriram que as florestas podem ser uma fonte de geração de rendimento. Assim sendo, é
15
Não bastando, existem outros materiais que são descartados pela sociedade dia-à-dia, no seu
parecer é de que já não tem mais função e que no seu pensar não podem ser reaproveitados, mas
outrora alguns sim não se reaproveitam mas outros materiais podem sim se reaproveitar e
conceber algo útil. Estes materiais que são descartados alguns podem ser nocivos ao meio
ambiente causando danos no ecossistema.
Analisando os fundamentos a cima expostos sob o ponto de vista no que se pretende no presente
projecto, podemos concluir que a substituição das fontes primitivas de energia, a par duma
utilização mais eficiente das mesmas, pode ser benéfica para o meio ambiente. A substituição da
lenha reduz a emissão de fumaça poluente, além de contribuir para a preservação das árvores que
processam o dióxido de carbono (CO2) contido na atmosfera. Outro exemplo é o controlo do
desflorestamento para obtenção da lenha que evita a erosão do solo, a melhoria da sua qualidade
e a desertificação resultantes da destruição das florestas.
Quais os aspectos técnicos devem ser acautelados na concepção do colector solar alternativo?
16
1.3. Justificativa
Moçambique dispõe uma diversidade de recursos energéticos, que podemos notar (hídricos, gás
natural, carvão mineral, petróleo e biomassa), o que proporciona condições favoráveis não só
para satisfazer a demanda a nível do território nacional, mas também para exportar para os países
da região da África Austral e para outros mercados internacionais.
Além do que está acima referido, também visa-se conscientizar a sociedade na reciclagem de
certos materiais ou resíduos sólidos que a mesma descarta. E os tais resíduos podem ser
aproveitados não somente para construir um colector solar alternativo, mas também outros
materiais que podem ter aceitação no mercado gerando fundos para mesmas pessoas.
Sendo a fonte mais barata na geração de energia e de renda nas famílias rurais, a biomassa doutra
parte causa a emissão de sólidos em suspensão e de gases quentes, nocivos à atmosfera.
A tecnologia solar térmica pode constituir uma estratégia de implementação rumo a utilização das
energias sustentáveis, em particular a energia solar em Moçambique.
Doravante nem todos têm as mesmas condições para aquisição de um colector solar convencional
que se encontram no mercado devido os seus preçários elevados. Com isso, o autor pretende
trazer uma alternativa tecnológica para aproveitamento do recurso solar para aquecimento de
água para fins domésticos.
A escolha do tema deve-se a um olhar profundo nas formas de como a tecnologia e as energias
renováveis contribuem para o seu uso limpo e inesgotável.
17
Olhando pela variedade dos tipos de colector, pode impulsionar nos estundantes e os demais à
uma profunda investigação, no que concerne ao fabrico destes colectores em várias formas. Com
vista a melhorar o aspecto ambiental, pode-se utilizar materiais descartados e recicláveis
(lançados no relento e que podem ser nocivas ao meio ambiente, mas que sejam reaproveitáveis)
para a construção de colectores solares, na tentativa de dar uma comodidade às famílias que se
encontram numa classe económica baixa.
1.4.2. Ambiental
Mormente quando relacionadas às perspectivas da aceleração dos processos de mudanças
climáticas iminentes e à necessidade de redução das emissões de gases de efeito estufa, não se
podem negligenciar os impactos ambientais, sejam positivos ou negativos, com o uso de sistemas
de colectores pode minimizar à emissão massiva de gases que causam danos ao ambiente.
Objetivos
Este presente projecto, tem como principais objectivos:
1.5.1. Geral
Analisar técnicamente a eficiência de um colector solar alternativo.
1.5.2. Específicos
Identificar os materiais necessários num colector solar alternativo;
Caracterizar as especificações técnicas e fases de montagem de um colector solar
alternativo;
Dimensionar um colector solar térmico alternativo;
Conceber um colector solar térmico alternativo;
Avaliar a eficiência de um colector solar térmico alternativo;
Identificar os factores que influênciam na eficiência do colector solar alternativo.
18
Portanto, vai se basear em diversos trabalhos que correlacionam o contexto dos problemas quanto
ao enquadramento dos colectores solares.
2.1. REVISÃO DE LITERATURA
Segundo Lima (2003) apud Magagnin (2010), o colector é o dispositivo responsável pela
captação da energia radiada pelo sol e sua conversão em calor utilizável. Existem dois tipos
fundamentais de coletores:
Conforme o mesmo autor, o coletor de concentração focaliza a energia que atinge um grande
reflector parabólico ou uma grande lente de Fresnel para um absorvedor relativamente
pequeno. O absorvedor contém água ou outro fluido de transferência.
Souza (2004) apud Lopo (2010) estudou comparativamente dois tipos de coletores, um
alternativo e outro plano convencional, demonstrando a competitividade do coletor alternativo
com grade absorvedora constituído por múltiplos tubos de PVC em relação ao coletor plano
convencional com tubos de cobre.
Javier (2008) apud Lopo (2010)
“determinou a eficiência de dois coletores, um convencional e
outro com materiais alternativos abundantes na sua região.
Avaliou-se o desempenho utilizando um simulador solar e depois
em condições reais de operação. Demonstrou que o coletor com
materiais alternativos funciona tão bem quanto um coletor
construído com materiais convencionais”.
Santos (2008) apud Lopo (2010) construiu um coletor alternativo utilizando garrafas pet, latas
de cervejas e refrigerantes e tubos de PVC de ½”. A grade absorvedora era formada por oito
tubos de PVC, ligados através de conexões T do mesmo material e diâmetro. Os resultados
Demonstrou que tal coletor alternativo apresenta viabilidade térmica, econômica e de materiais.
Abreu (2009) apud Lopo (2010) “estudou um coletor alternativo de cobertura transparente plana
de 3,0 mm de espessura; a chapa absorvedora é uma chapa de alumínio de 0,5 mm ondulada com
oito aletas, este apresentou resultado satisfatório para banho de famílias composta de quatro
pessoas”.
20
A Radiação Difusa é a parcela da radiação solar que é espalhada por componentes atmosféricos.
Além disso, da radiação difusa, também faz parte o albedo que é à parte da radiação reflectida
pelas superfícies terrestres.
A radiação solar global é a soma da radiação directa e da radiação difusa sobre uma superfície. A
medida mais comum de radiação solar é a radiação solar global sobre uma superfície horizontal.
2.2.4.2. Planos
Segundo Almeida (2005), Para que os colectores solares ofereçam vantagens significativas,
algumas precauções básicas devem ser consideradas:
A cobertura deve possuir alta transparência para a radiação solar e alta absorvidade para
radiação infravermelha;
A placa absorvedora deve ser preta para garantir maior absorção de energia e possuir alta
condutividade térmica para transferir esta energia ao fluido;
22
A caixa deve ter um excelente isolamento térmico na parte lateral e na parte inferior, que
minimize as perdas de calor para o ambiente, e possuir uma eficiente vedação para
impedir a entrada de humidade.
2.2.5.2. Planos
Caixa externa em perfis de alumínio, cantoneiras em material termoplástico, aletas em cobre,
tubulação interna em cobre, vidros lisos, isolamento térmico em poliuretano e vedação em
borracha de silicone.
Diâmetro do tubo de entrada de água fria da rede e o diâmetro do tubo de saída (consumo) de
água quente: variável.
2.2.6. Propriedade dos materiais utilizados nos colectores solares (Cobre e Alumínio)
Para Lima (2003) apud Matos (2014), os materiais utilizados para a fabricação da placa:
2.2.6.1. Cobre
De acordo com Pozzebon (2009) apud Magagnin (2010), o cobre é o material geralmente
utilizado, pois possui uma ótima resistência à corrosão com um custo relativamente baixo.
Tratando-se de um dispositivo que requer maior condutividade térmica, o cobre possui esta
característica de maior mobilidade de partículas e o autor vai optar pelo uso do mesmo devido
este componente de condutividade.
23
2.2.6.2. Alumínio
Possui uma condutibilidade térmica 4,5 vezes maior que a do aço, e sendo um excelente refletor
de energia radiante devido ao grande alcance dos comprimentos de onda desde os raios
ultravioletas. O alumínio puro possui uma condutibilidade térmica de 0,53 calorias por segundo
por centímetro quadrado de espessura por grau célsius. Suas propriedades mecânicas são
determinadas por ensaios rotineiros de amostras, ABAL (2016).
O autor optou pelo uso de tubos de cobre na troca de calor com o fluido, por ter alta
condutividade térmica aliada à excelente resistência à corrosão.
Este é o tipo de Sistema de aquecimento solar que o autor adoptou que é passivo direto, ou seja,
por circulação natural, devido a sua simplicidade e pelo facto de tornar o sistema mais barato.
Orientação geográfica;
24
Paiva et al. (2017), no seu estudo comparativo de dois colectores solares com vista a avaliar a
sua eficiencia e este concluiu:
A eficiência dos coletores solares depende da temperatura ambiente, radiação solar e temperatura
da água na entrada do coletor. A eficiência da placa coletora é maior quanto menor for a
temperatura de entrada do fluido no mesmo, Lafay (2005) apud Scaramelli (2018).
25
Segundo Santos, Oliveira e Novak (2012), ʺUm dos factores que contribui para a redução do
desempenho do colector é a ausência de uma cobertura que faz com que as perdas de calor por
convecção sejam elevadasʺ.
Irradiância – é a taxa com que a energia radiante incide sobre uma superfície, por unidade de
área de superfície. Sua unidade é o W/m². O símbolo G é utilizado para irradiância com
subíndices apropriados para radiação directa (b), difusa (d) ou espectral (s).
Irradiação – é a energia incidente por unidade de área sobre uma superfície. É encontrada por
integração da irradiância sobre um tempo especificado, normalmente, hora ou dia. Sua unidade é
J/m².
26
Para explicar o presente projecto, na óptica Gil (2007), este vai assentar-se em identificar os
fenômenos associados à eficiência de um colector solar alternativo.
Apoiando-se na ideia de Vieira (1996), no presente projecto vão ser manipuladas as variáveis
irradiância e irradiação, com uso de certos instrumentos visando trazer uma relação concreta
entre as tais variáveis temperatura e eficiência sendo que estarão directamente associadas.
Em conformidade com Gil (2007), este projecto poderá envolver um experimento e será uma
experiência laboratorial, mas que seja no ar livre e que poderão ser manipuladas variáveis que
estarão directamente ligados com a eficiência do dispositivo concebido.
Para que seja possível a colecta de dados através do dispositivo por conceber, poderá ser
mediante as fases abaixo descritas:
Nesta fase vai se fazer uma demostração dos materiais uteis para a concepcao de um colector
solar alternativo, cujos materiais tenham a capacidade de conduzir a energia fornecida pelo sol
aos materiais para posterior transferir no fluido de uso.
27
É nesta fase em que far-se-à um estudo de forma que se encontre o dimensionamento adequado à
sua necessidade, considerando o clima da Região e o consumo das pessoas que vivem no imóvel.
É nesta fase em que vai ser feita a respectiva construção do colector propriamente dito, fazendo
conexões dos matérias já identificados, acoplando segundo a finalidade de cada material no
dispositivo de aquecimento de água através da radiação solar.
Vai se verificar primeiro no local onde será instalado o coletor, se não há árvores ou construções
que causem sombreamento sobre os coletores, entre as 8 e 16 horas. O horário de 16 horas é
importante porque há imóveis, ou situações, em que os coletores só poderão ser instalados se
ficarem voltados para o Oeste, onde o sol se põe.
Vão ser obtidos dados da temperatura do interior do reservatório aquecido, no ponto de saída da
água do colector para o consumo e a temperatura da água na saída do reservatório de água fria
para o coletor, aliados aos dados meteorológicos fornecidos por um termômetro.
28
A versão de 1965 da norma da ABNT 12269, estabelece o consumo de água quente em uma
residência de 45 litros per capita Matos (2014).
Para o presente estudo será utilizado o consumo de 8 litros de água quente por pessoa, com isso o
volume para o consumo vai ser 20 litros por dia.
𝑉𝑐 × (𝑇𝑐 − 𝑇𝑎𝑚𝑏 )
𝑉𝑎𝑟𝑚𝑎𝑧 = 𝐸𝑞. (1)
(𝑇𝑎𝑟𝑚 − 𝑇𝑎𝑚𝑏 )
20 × (45 − 27)
𝑉𝑎𝑟𝑚𝑎𝑧 =
(50 − 27)
𝑉𝑎𝑟𝑚𝑎𝑧 = 15,65𝑙
Vc – volume de consumo;
Tc – temperatura de consumo;
29
𝑘𝑤ℎ
𝐸𝑢𝑡𝑖𝑙 = 0,418
𝑑𝑖𝑎
𝑘𝑤ℎ
𝐸𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠 = 0,0627
𝑑𝑖𝑎
Para o dimensionamento da área colectora é necessário que possa se calcular primeiro a produção
média diária de energia especifica e o factor de correcção para inclinação e orientação do colector
solar e que são dados por:
30
𝑘𝑤ℎ
𝑃𝑀𝐷𝐸𝐸 = 1,158
𝑑𝑖𝑎
1
𝐹𝑐𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙 = 2 𝐸𝑞. (5)
1 − [1,2 × 10−4 × (𝛽 − 𝛽𝑜𝑝𝑡𝑖𝑚𝑜 ) + 3,5 × 10−5 × 𝛾 2 ]
1
𝐹𝑐𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙 =
1 − [1,2 × 10−4 × (40 − 25)2 + 3,5 × 10−5 × 302
𝐹𝑐𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙 = 1,06
Βoptimo - Inclinação recomendada do colector para o local de instalação (recomenda-se que seja o
valor do módulo da latitude local + 10o);
𝐴𝑐𝑜𝑙𝑒𝑐𝑡𝑜𝑟𝑎 = 0,41𝑚2
IG – irradiação global.
31
𝑉
𝑄= 𝐸𝑞. (7)
𝑡
0,06𝑙
𝑄=
1𝑠
𝑙
𝑄 ≅ 0,06
𝑠
Q- Vazão;
V- volume;
t- tempo.
32
1º: A chapa metálica foi efectuada uma pintura com tinta preta tendo uma característica ou
protótipo de corpo negro e que esta vai servir de uma superfície absorvedora e caixa que vai
abarcar todos elementos necessários para o aquecimento;
2º: Após o processo de secagem da pintura feita sobre o fundo da chapa metálica, fez-se
montagem das serpentinas em série e que estes vão servir de condutos de circulação da água
quente no dispositivo;
3º: Efectuou-se montagem do papel de alumínio e plástico aderente sobre as serpentinas, por sua
vez o primeiro inibe a entrada de humidade para o interior do sistema. Humidade esta que pode
advir do material utilizado como isolamento. E o segundo posteriormente dobrado nas
extremidades entre os condutos e a caixa, podendo funcionar como um material de isolamento;
5º: Efectuou-se o isolamento do reservatório térmico para que este evite perdas de calor e
posterior baixar duma forma brusca a temperatura do fluido nele contido;
35
6o: Efectuou-se a conexão dos tubos do reservatório frio à entrada do colector e na saída do
colector ao reservatório térmico.
25 49 Das 10-11 1
28 51 Das 11-12 1
Conforme os dados colectados, nota-se que a partir das 8-9 horas a temperatura é baixa em à
requerida, com o passar do tempo foi intermédia a partir das 9-11 horas e a temperatura foi alta a
partir das 11-12 horas ilustrado nos dados assim alcançando o resultado requerido.
Variacao da temperatura
60 49 51
45
38
40 25 28
19 23
20 19 22 24 23
0
8-9 horas 9-10 horas 10-11 horas 11-12 horas
Variacao da temperatura
60 51 52
47
38
40 28
24 26
21
23 25 24
20 17
0
8-9 horas 9-10 horas 10-11 horas 11-12 horas
Variacao da temperatura
60 50 49
45
39
40 27
23 26
21
20 22 24 22
18
0
8-9 horas 9-10 horas 10-11 horas 11-12 horas
Variacao da temperatura
47,1
50
39,2 39,8
40 34,1
24,8 24,8 27,6
30 24,2
20 19,5
15 15
10 9,3
0
8-9 horas 9-10 horas 10-11 horas 11-12 horas
Variacao da temperatura
60
45 47,6 47,8
37
40 30,1
24,9 26,7
22
20 20,1 20,9 17,7
15
0
8-9 horas 9-10 horas 10-11 horas 11-12 horas
1o 22
2o 22,25
3o 21,5
4o 14,7
5o 18,43
(𝑇𝑞 − 𝑇𝑓 )
𝜂= × 100 𝐸𝑞. 8
𝑇𝑞
37%
48,20%
36,12%
47,20%
47%
Temperatura ambiente;
Radiação solar; e
Temperatura da agua na entrada do colector.
43
6.1. Conclusão
Para a concepção do sistema solar de aquecimento alternativo, os materiais necessários
podem ser os descartes recicláveis ou que sejam adquiridos e de baixo custo e que possam
ser capazes de conduzir calor e armazenar água à uma determinada temperatura;
Configurar um sistema solar de aquecimento de água para um certo fim proposto e que
possa obter um gradiente de temperatura às um maior nível;
A partir da configuração e dos materiais disponíveis, concebeu-se um sistema solar de
aquecimento de água mais simples, podendo ser facilmente confeccionado por usuários de
quaisquer níveis culturais;
O sistema solar de aquecimento de água demonstrou-se viável para aquecimento
residencial de água para fins domésticos ou higiene para uma família. Para obtenção de
uma autonomia superior é necessária adição ou associação de outros módulos de colector
que sejam em série ou paralelo;
Possíveis factores associados ao desempenho do sistema solar de aquecimento de água
são: a insolação diária, temperatura ambiente e a temperatura da água na entrada do
colector solar térmico.
6.2. Sugestões
Realização de testes por um período mais longo para verificar o rendimento; e
Verificar a sua durabilidade e resistência às intempéries.
44
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LOPO, Alexandre Boleira. Universidade federal do rio grande do norte, análise do desempenho
térmico de um sistema de aquecimento solar de baixo custo, 2010;
MARTINS, Lucas Vieira & Pimenta, Caio Cezar Neves. Universidade de Rio Verde, projeto de
um aquecedor solar de placas de cobre e de alumínio;
MATOS, Igor Bettero. Avaliação das possibilidades de inserção de energia solar térmica em
cozinhas industriais, universidade federal fluminense, 2014;
MAGAGNIN, André Luiz. Impactos econômicos do uso de energia solar para aquecimento de
água em residências unifamiliares, universidade do extremo sul catarinense, 2010;
FALCÃO, Diogo Maria Sousa Cid de Sousa. Produção e Consumo Doméstico de Combustíveis
Lenhosos em Moçambique, Universidade Nova de Lisboa, 2013;
SANTOS, Felipe Marques, OLIVEIRA, Rogério Gomes & NOVAK, Matheus Vercka.
Construção e análise de desempenho de um coletor solar de baixo custo para aquecimento de
água, Universidade Federal de Santa Catarina, 2012;
DUARTE, Pedro Nuno Alves, Colectores Solares Térmicos - Análise de desempenho térmico de
soluções tecnológicas no mercado, Universidade do Porto, 2012;
PAIVA, Elisiane Silvia Acácio et al.,. Análise comparativa da eficiência térmica de coletores a, b
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SILVA, Leury de Oliveira. Dimensionamento de um coletor solar plano para aquecimento de
água, faculdade redentor, 2011;
45
OSORIO, Tiago Vaz. Colectores solares térmicos sob condições transientes (caracterização
óptica e térmica com base no modelo quase-dinâmico). Universidade técnica de Lisboa, 2011;