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Hélio João Mário Muacuveia

Análise técnica para eficiência de um colector solar alternativo para o uso residencial.
Caso de estudo: Cidade de Moatize

Licenciatura em Ensino de Física com habilidades em Energias Renováveis

Universidade Púnguè
Extensão de Tete
2021
Hélio João Mário Muacuveia

Análise técnica para eficiência de um colector solar alternativo para o uso residencial.
Caso de estudo: Cidade de Moatize

Monografia Cientifica a ser apresentada ao


Departamento de Ciências Exactas e
Tecnologias, para obtenção do grau académico
de Licenciatura em Ensino de Física com
Habilitações em Energias Renováveis.

Supervisor:

Msc: Francisco Renato Pinto

Universidade Púnguè
Extensão de Tete
2021
Índice

Lista de tabelas ............................................................................................................................... iv


Lista de figuras ................................................................................................................................ v
Lista de imagens ............................................................................................................................. vi
Lista de gráficos............................................................................................................................. vii
Lista de símbolos .......................................................................................................................... viii
DECLARAÇÃO ............................................................................................................................. ix
DEDICATÓRIA .............................................................................................................................. x
AGRADECIMENTO ..................................................................................................................... xi
RESUMO ...................................................................................................................................... xii
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO..................................................................................................... 13
1.1. Introdução ........................................................................................................................... 13
1.2. Problematização .................................................................................................................. 14
1.3. Justificativa ......................................................................................................................... 16
1.4. Relevância do tema ............................................................................................................. 17
1.4.1. Científica ......................................................................................................................... 17
1.4.2. Ambiental ........................................................................................................................ 17
Objetivos.................................................................................................................................... 17
1.5.1. Geral ................................................................................................................................ 17
1.5.2. Específicos ....................................................................................................................... 17
1.6. Questões científicas ............................................................................................................ 18
CAPÍTULO II: QUADRO TEÓRICO .......................................................................................... 19
2.1. REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................................... 19
2.2. Fundamentação teórica ....................................................................................................... 20
2.2.1. Radiação solar.................................................................................................................. 20
2.2.2. Radiações directas, difusas e globais ............................................................................... 21
2.2.3. Colector solar térmico ..................................................................................................... 21
2.2.4. Características dos colectores .......................................................................................... 21
2.2.4.1. Concentradores ............................................................................................................. 21
2.2.4.2. Planos ........................................................................................................................... 21
2.2.5. Especificações dos colectores .......................................................................................... 22
3

2.2.5.1. Concentradores ............................................................................................................. 22


2.2.5.2. Planos ........................................................................................................................... 22
2.2.6. Propriedade dos materiais utilizados nos colectores solares (Cobre e Alumínio) ........... 22
2.2.6.1. Cobre ............................................................................................................................ 22
2.2.6.2. Alumínio ................................................................................................................... 23
2.2.7. Configurações dos Sistemas solares de aquecimento de água ........................................ 23
2.2.8. Condições de instalação dos Coletores Planos ................................................................ 23
2.2.9. Aplicação dos colectores solares planos .......................................................................... 24
2.2.10. Eficiência térmica dos coletores .................................................................................... 24
2.2.11. Factores associados à eficiência .................................................................................... 24
2.2.12. Alguns conceitos associados à eficiência do colector ................................................... 25
CAPÍTULO III: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ....................................................... 26
3.1. Quanto aos Objetivos ......................................................................................................... 26
3.2. Quanto à Abordagem .......................................................................................................... 26
3.3. Quanto aos procedimentos para a coleta de dados ............................................................. 26
CAPÍTULO IV: PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS .......................................................... 28
4.1. Dimensionamento do coletor .............................................................................................. 28
4.2. Materiais necessários e suas especificações técnicas ............................................................. 32
4.3. Concepção do colector solar ............................................................................................... 33
CAPÍTULO V: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DA
PESQUISA .................................................................................................................................... 36
5.1. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA .............................................. 36
5.2. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA ....................... 38
5.3. Eficiência térmica do colector concebido ........................................................................... 41
5.4. Factores possíveis associados ao desempenho ................................................................... 42
CAPÍTULO VI: CONCLUSÃO E SUGESTÕES .................................................................... 43
6.1. Conclusão ........................................................................................................................... 43
6.2. Sugestões ............................................................................................................................ 43
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 44
iv

Lista de tabelas
Tabela 1: Materiais e especificações ............................................................................................. 32
Tabela 2: Dados colectados no primeiro dia ................................................................................. 36
Tabela 3: Dados colectados no segundo dia .................................................................................. 36
Tabela 4: Dados colectados no terceiro dia ................................................................................... 37
Tabela 5: Dados colectados no quarto dia ..................................................................................... 37
Tabela 6: Dados colectados no quinto dia ..................................................................................... 37
Tabela 7: Temperatura média alcançada em cada dia ................................................................... 41
v

Lista de figuras
Figura 1: Distribuição da radiação solar na superfície terrestre .................................................... 20
Figura 2: Sistema de aquecimento solar em termossifão. ............................................................. 23
vi

Lista de imagens
Imagem 1: A- Chapa metálica que serve como caixa; B- Superfície absorvedora ..................... 33
Imagem 2: Montagem das serpentinas .......................................................................................... 33
Imagem 3: Montagem do papel alumínio e plástico aderente sobre o dispositivo ........................ 34
Imagem 4: Montagem do vidro ..................................................................................................... 34
Imagem 5: A- Reservatório antes; B- Reservatório isolado termicamente ................................... 35
Imagem 6: Dispositivo feito e ligado aos respectivos reservatórios ............................................. 35
vii

Lista de gráficos
Gráfico 1: Variação da temperatura............................................................................................... 38
Gráfico 2: Variação da temperatura no segundo dia ..................................................................... 39
Gráfico 3: Variação da temperatura no terceiro dia ...................................................................... 39
Gráfico 4: Variação da temperatura no quarto dia ........................................................................ 40
Gráfico 5: Variação da temperatura no quinto dia ........................................................................ 40
Gráfico 6: Eficiência térmica diária do colector ........................................................................... 41
viii

Lista de símbolos
Cp - calor específico da água a pressão constante;

E útil - demanda de energia necessária por dia (KWh/dia);

FC instal - factor de correcção para inclinação e orientação do colector solar;

Frta - coeficiente de ganho do colector solar;

FrUL - coeficiente de perdas do colector;

IG – irradiação global;

ɳ- rendimento;

PMDEE - produção média diária de energia específica do colector solar (KWh/m2);

Q- Vazão;

t- tempo;

Tc – temperatura de consumo;

Tf – temperatura fria.

Tq – temperatura quente;

V armaz - volume de armazenamento do SAS de água requerida por dia;

V- volume;

Vc – volume de consumo;

Β - Inclinação do colector solar em relação ao plano horizontal;

Βoptimo - Inclinação recomendada do colector para o local de instalação;

γ - Ângulo de orientação dos colectores solares em relação ao norte geográfico;

ρ - densidade da água, que é igual a 1000 Kg/m3;


ix

DECLARAÇÃO
Declaro que esta monografia é resultado da minha investigação pessoal e das orientações do meu
supervisor Mestre Francisco Renato Pinto, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas
estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.

Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para obtenção
de qualquer grau acadêmico.

Tete,________de________________de 2021

__________________________________

/Hélio João Mário Muacuveia/


x

DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais João Mário Muacuveia e Paulina Guidione, aos meus irmãos
e colegas no geral pelo apoio incansável.
xi

AGRADECIMENTO

Em primeiro lugar a Deus, pela vida - nossa maior fortaleza - pela sabedoria e perseverança, pois
sem ele nada seríamos.

Seria me completamente impossível fazer de uma forma completiva um trabalho de tamanha


dimensão como este sem ajuda de terceiros. Este trabalho contou com ajuda de muitas mãos que
neste momento seria impossível anunciar completamente. Mas de uma forma específica os meus
agradecimentos vão:
Para Mestre Francisco Renato Pinto, que com muita delicadeza, paciência, firmesa e muita
atenção supervisionou o meu trabalho desde a escolha do tema até a sua conclusão.

Para todos os docentes da UniPúnguè – Extensão de Tete, especificamente aos do Departamento


de Física durante a formação;

Para meus pais João Mário Muacuveia e Paulina Guidione, pela força, pelo conselho que sempre
me deram durante a minha formação;

Aos meus irmãos pelo apoio, ajuda e força para continuação com os meus estudos;
A todos que directa ou indirectamente me ampararam, e consolaram-me nos momentos que mais
necessitava.
xii

RESUMO
Em consequência dos resultados obtidos, com um projecto extremamente simples e barato,
sentimos que poderíamos dar um destino colectivo, à implantação do mesmo. A energia solar se
apresenta a cada dia como a grande solução energética para o planeta. É uma fonte inesgotável,
totalmente limpa que promove a total preservação do meio ambiente, além de atender a todas as
pessoas de forma gratuita. Nessa experiência os gastos com materiais utilizados foram poucos em
relação ao colector convencional, e isso torna o projecto viável em matéria de custo. O
investimento feito de forma responsável provocará, sem dúvida, óptimos resultados.
Palavras-chaves: colector alternativo, eficiência do colector e temperatura.
13

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1.1. Introdução
Muitas são as vantagens para que a energia solar se torne definitivamente uma realidade e deixe
de aparecer nas estatísticas moçambicanas somente como uma fonte de energia de uso
inexpressivo. É natural que a demanda energética continuará crescendo a passos largos e a
reprodução do cenário energético, actualmente em uso, terá muitas dificuldades de sustentar com
qualidade este crescimento.

O sol é fonte de energia renovável. O aproveitamento desta energia, tanto como fonte de calor
quanto de luz é uma das alternativas energéticas mais promissoras para enfrentarmos os desafios
do novo milénio.

O aproveitamento de energia solar é uma das formas mais simples e abundantes de obtenção de
energia limpa. O aquecimento global e a preocupação mundial em reduzir as emissões de CO2
existem estudos para o desenvolvimento de tecnologias limpas e, da constante preocupação
também com o meio ambiente surge a ideia da construção de meios para obtenção de energia
limpa e renovável.

Captando-se adequadamente a radiação solar, pode-se obter calor e eletricidade. O calor se


alcança mediante colectores térmicos e a eletricidade através de módulos fotovoltaicos.

Os colectores solares são alternativas viáveis para a utilização doméstica e actuam directamente
sobre uma parcela significativa do consumo de energia.

O calor capturado nos colectores térmicos pode, por exemplo, servir para aquecer a água para
consumo doméstico, comercial e industrial. Mesmo que pareça estranho, pode-se aproveitar a
energia solar para o resfriamento, visto que, para gerar baixas temperaturas, é necessária uma
fonte de calor que perfeitamente pode ter sua origem nos colectores solares.

Neste trabalho, é feito um estudo do comportamento de um colector solar de baixo custo,


objectivando assim a identificação de suas características térmicas, isto se dá através da medição
da eficiência térmica do colector, evidenciando assim a sua credibilidade de instalação em
residências.
14

1.2. Problematização
Tendo em vista ao actual desenvolvimento populacional e tecnológico, a procura de energia para
vários fins, sejam doméstico, hospitalar, comercial, escolar, via pública e outros é cada vez
maior, implicando assim com que as oscilações de corrente eléctrica na hora de pico sejam cada
vez mais enormes.

Em Moçambique tem-se observado um uso intensivo de recursos florestais para fins energéticos.
Estima-se que 80% da energia consumida no País seja obtida da floresta (Manso e Dimande,
(1996), apud Falcão (2013)) e 98% dos produtos florestais obtidos anualmente sejam destinados à
produção de lenha e carvão vegetal (CHAPOSA, 2000, apud Falcão, 2013). Ilustra-se que maior
densidade populacional a nível do território nacional tem recorrido ao uso de biomassa lenhosa e
o carvão vegetal como fonte de energia.

O seu uso massivo, pode-se desenvolver doenças resultantes da actividade do consumo da


biomassa lenhosa e do carvão vegetal, tais como: Infecções das vias respiratórias inferiores,
tuberculose, antracose, fibrose pulmonar intersticial difusa, cegueira, etc. GTZ, (2009a) apud
Falcão (2013).

O uso da biomassa lenhosa ou outros combustíveis são um dos factores que impulsionam para o
efeito estufa e chuvas ácidas devido os gases (quentes e poluentes) e o carbono que é emitido
para a atmosfera pela sociedade contribuindo no aquecimento.
Para o aquecimento de água a sociedade utiliza a biomassa lenhosa como fonte de calor no seu
dia-a-dia, mas para o caso de aquecimento de água a sociedade pode utilizar outras técnicas para
aproveitar o sol durante o dia e aquecer a água. A exploração não sustentável da biomassa
florestal como fontes de energia, pode causar problemas ambientais e mudanças da paisagem a
curto ou a longo prazo, havendo doutra parte um grande défice de oxigénio.
A pressão sobre os limitados recursos ao redor de áreas urbanas e ao longo dos corredores
rodoviários principais, como resultado do aumento da população nestas áreas, o que fez aumentar
drasticamente a exigência em terras agrícolas assim como em produtos originários da floresta e
da vida selvagem (principalmente combustíveis lenhosos).
A procura de lenha e/ou carvão pelas zonas urbanas tem um impacto sobre a deflorestação das
zonas rurais mais próxima. Em certos países, os moradores urbanos bem como os rurais
descobriram que as florestas podem ser uma fonte de geração de rendimento. Assim sendo, é
15

importante que as politicas respeitantes ao abastecimento de energia, e os impactos ambientais


devem abranger tanto a população das zonas urbanas bem como nas zonas rurais.
É notório que, os meios energéticos rurais são principalmente constituídos por combustíveis
tradicionais como a lenha, madeira, carvão, e certos resíduos agrícolas. As suas utilizações são
em muitos casos ineficientes, trazem grande desperdício dos recursos naturais e provocam
consequências indesejáveis a saúde humana através de libertação de fumos que se concentram no
interior das casas após o uso para a cozinha e bem como para iluminação.

Não bastando, existem outros materiais que são descartados pela sociedade dia-à-dia, no seu
parecer é de que já não tem mais função e que no seu pensar não podem ser reaproveitados, mas
outrora alguns sim não se reaproveitam mas outros materiais podem sim se reaproveitar e
conceber algo útil. Estes materiais que são descartados alguns podem ser nocivos ao meio
ambiente causando danos no ecossistema.

Analisando os fundamentos a cima expostos sob o ponto de vista no que se pretende no presente
projecto, podemos concluir que a substituição das fontes primitivas de energia, a par duma
utilização mais eficiente das mesmas, pode ser benéfica para o meio ambiente. A substituição da
lenha reduz a emissão de fumaça poluente, além de contribuir para a preservação das árvores que
processam o dióxido de carbono (CO2) contido na atmosfera. Outro exemplo é o controlo do
desflorestamento para obtenção da lenha que evita a erosão do solo, a melhoria da sua qualidade
e a desertificação resultantes da destruição das florestas.

Mediante os problemas a cima mencionados, a não diversificação da matriz energética e o uso


massivo da biomassa lenhosa e carvão vegetal, levanta-se a seguinte questão:

Quais os aspectos técnicos devem ser acautelados na concepção do colector solar alternativo?
16

1.3. Justificativa
Moçambique dispõe uma diversidade de recursos energéticos, que podemos notar (hídricos, gás
natural, carvão mineral, petróleo e biomassa), o que proporciona condições favoráveis não só
para satisfazer a demanda a nível do território nacional, mas também para exportar para os países
da região da África Austral e para outros mercados internacionais.

A matriz energética no nosso país é caracterizada maioritariamente pelo uso de recursos


renováveis, nomeadamente a biomassa (constitui uma das principais fontes de energia do pais,
isto é, a lenha e o carvão vegetal são as mais usadas, pois são as principais fontes de matéria-
prima para obter energia utilizada para cozinhar, aquecer e iluminar as residências das áreas
periurbanas e rurais, e os principais consumidores são os do sector doméstico) e os recursos
hídricos (energia proveniente da central hidroeléctrica de Cahora Bassa). Há preocupação de ter
cada vez mais fontes de energia para que a matriz energética seja diversificada e não depender
quase exclusivamente de uma fonte energética.

Além do que está acima referido, também visa-se conscientizar a sociedade na reciclagem de
certos materiais ou resíduos sólidos que a mesma descarta. E os tais resíduos podem ser
aproveitados não somente para construir um colector solar alternativo, mas também outros
materiais que podem ter aceitação no mercado gerando fundos para mesmas pessoas.

Sendo a fonte mais barata na geração de energia e de renda nas famílias rurais, a biomassa doutra
parte causa a emissão de sólidos em suspensão e de gases quentes, nocivos à atmosfera.

A tecnologia solar térmica pode constituir uma estratégia de implementação rumo a utilização das
energias sustentáveis, em particular a energia solar em Moçambique.

Doravante nem todos têm as mesmas condições para aquisição de um colector solar convencional
que se encontram no mercado devido os seus preçários elevados. Com isso, o autor pretende
trazer uma alternativa tecnológica para aproveitamento do recurso solar para aquecimento de
água para fins domésticos.

A escolha do tema deve-se a um olhar profundo nas formas de como a tecnologia e as energias
renováveis contribuem para o seu uso limpo e inesgotável.
17

1.4. Relevância do tema


1.4.1. Científica
Por meio de pesquisas na área de aquecimento solar, pode-se conhecer as formas e configurações
básicas do sistema de aquecimento solar. Com base em algumas normas pode dimensionar-se um
sistema de aquecimento, determinando seus componentes e quantidades

Olhando pela variedade dos tipos de colector, pode impulsionar nos estundantes e os demais à
uma profunda investigação, no que concerne ao fabrico destes colectores em várias formas. Com
vista a melhorar o aspecto ambiental, pode-se utilizar materiais descartados e recicláveis
(lançados no relento e que podem ser nocivas ao meio ambiente, mas que sejam reaproveitáveis)
para a construção de colectores solares, na tentativa de dar uma comodidade às famílias que se
encontram numa classe económica baixa.

1.4.2. Ambiental
Mormente quando relacionadas às perspectivas da aceleração dos processos de mudanças
climáticas iminentes e à necessidade de redução das emissões de gases de efeito estufa, não se
podem negligenciar os impactos ambientais, sejam positivos ou negativos, com o uso de sistemas
de colectores pode minimizar à emissão massiva de gases que causam danos ao ambiente.

Objetivos
Este presente projecto, tem como principais objectivos:

1.5.1. Geral
 Analisar técnicamente a eficiência de um colector solar alternativo.

1.5.2. Específicos
 Identificar os materiais necessários num colector solar alternativo;
 Caracterizar as especificações técnicas e fases de montagem de um colector solar
alternativo;
 Dimensionar um colector solar térmico alternativo;
 Conceber um colector solar térmico alternativo;
 Avaliar a eficiência de um colector solar térmico alternativo;
 Identificar os factores que influênciam na eficiência do colector solar alternativo.
18

1.6. Questões científicas


 Quais são materiais necessários para concepção de colector solar térmico alternativo?
 Quais são as especificações técnicas e fases de montagem de um colector solar térmico
alternativo?
 Como dimensionar um colector solar térmico alternativo?
 Como conceber um colector solar térmico alternativo?
19

CAPÍTULO II: QUADRO TEÓRICO


Neste capítulo, o autor pretende compilar a diversificação teórica com base em vários autores em
relação ao problema em pesquisa. As escolhas das bases teóricas para este estudo estarão em
destaque nas teorias dos principais autores no cenário científico.

Portanto, vai se basear em diversos trabalhos que correlacionam o contexto dos problemas quanto
ao enquadramento dos colectores solares.
2.1. REVISÃO DE LITERATURA
Segundo Lima (2003) apud Magagnin (2010), o colector é o dispositivo responsável pela
captação da energia radiada pelo sol e sua conversão em calor utilizável. Existem dois tipos
fundamentais de coletores:
Conforme o mesmo autor, o coletor de concentração focaliza a energia que atinge um grande
reflector parabólico ou uma grande lente de Fresnel para um absorvedor relativamente
pequeno. O absorvedor contém água ou outro fluido de transferência.

Souza (2004) apud Lopo (2010) estudou comparativamente dois tipos de coletores, um
alternativo e outro plano convencional, demonstrando a competitividade do coletor alternativo
com grade absorvedora constituído por múltiplos tubos de PVC em relação ao coletor plano
convencional com tubos de cobre.
Javier (2008) apud Lopo (2010)
“determinou a eficiência de dois coletores, um convencional e
outro com materiais alternativos abundantes na sua região.
Avaliou-se o desempenho utilizando um simulador solar e depois
em condições reais de operação. Demonstrou que o coletor com
materiais alternativos funciona tão bem quanto um coletor
construído com materiais convencionais”.

Santos (2008) apud Lopo (2010) construiu um coletor alternativo utilizando garrafas pet, latas
de cervejas e refrigerantes e tubos de PVC de ½”. A grade absorvedora era formada por oito
tubos de PVC, ligados através de conexões T do mesmo material e diâmetro. Os resultados
Demonstrou que tal coletor alternativo apresenta viabilidade térmica, econômica e de materiais.
Abreu (2009) apud Lopo (2010) “estudou um coletor alternativo de cobertura transparente plana
de 3,0 mm de espessura; a chapa absorvedora é uma chapa de alumínio de 0,5 mm ondulada com
oito aletas, este apresentou resultado satisfatório para banho de famílias composta de quatro
pessoas”.
20

2.2. Fundamentação teórica


Neste ponto pretende-se abordar com mais destaque as ideias dos autores que se evidenciam
directamente como sustento para o trabalho de campo realizado pelo autor e que servem de base
na análise dos dados recolhidos.
Quanto a concepção do dispositivo, o autor identifica-se pelo Abreu no que concerne a cobertura
do dispositivo.

2.2.1. Radiação solar


A vida na Terra é possível graças a uma combinação de factores que juntos permitem ao planeta
ter energia suficiente e na medida certa para todos seus fenómenos biológicos e físicos.

Reis (2009) apud Magagnin (2010), afirma que:

“o sol é responsável pelo fornecimento da energia consumida pela


humanidade desde seus primórdios. A energia armazenada pelas
plantas através da fotossíntese, as modernas hidrelétricas, cujas
represas, são abastecidas graças ao ciclo das águas, os geradores
eólicos alimentados pelos ventos que são produzidos pelas
diferenças de temperatura da atmosfera, os combustíveis
fósseis, gerados a partir de resíduos orgânicos de tempos
primitivos, são exemplos incontestáveis de nossa dependência
energética do sol”.
Da energia total que incide logo acima da atmosfera terrestre apenas uma parte chega até a
superfície terrestre.

Figura 1: Distribuição da radiação solar na superfície terrestre

Fonte: Almeida (2005).


21

2.2.2. Radiações directas, difusas e globais


Radiação Directa é a radiação solar recebida do Sol menos as radiações espalhadas, absorvidas ou
reflectida por componentes atmosféricos.

A Radiação Difusa é a parcela da radiação solar que é espalhada por componentes atmosféricos.
Além disso, da radiação difusa, também faz parte o albedo que é à parte da radiação reflectida
pelas superfícies terrestres.

A radiação solar global é a soma da radiação directa e da radiação difusa sobre uma superfície. A
medida mais comum de radiação solar é a radiação solar global sobre uma superfície horizontal.

2.2.3. Colector solar térmico


É o componente mais importante de um sistema solar térmico, capta a energia proveniente do sol
sob a forma de radiação e converte-a em energia térmica, aumentando a temperatura de um fluido
que por ele circula, Osório (2011).

2.2.4. Características dos colectores


2.2.4.1. Concentradores
Apresentam uma superfície reflectora que, num corte transversal, é constituída por duas
parábolas; A configuração da superfície reflectora permite, através de múltiplas reflexões
internas, concentrar a radiação, direccionando-a para o absorsor. O absorsor pode apresentar
diversas configurações: pode ser cilíndrico (um tubo evacuado, por exemplo) ou pode ser
semelhante a uma placa absorsora de um colector solar plano.

2.2.4.2. Planos
Segundo Almeida (2005), Para que os colectores solares ofereçam vantagens significativas,
algumas precauções básicas devem ser consideradas:

 A cobertura deve possuir alta transparência para a radiação solar e alta absorvidade para
radiação infravermelha;
 A placa absorvedora deve ser preta para garantir maior absorção de energia e possuir alta
condutividade térmica para transferir esta energia ao fluido;
22

 A caixa deve ter um excelente isolamento térmico na parte lateral e na parte inferior, que
minimize as perdas de calor para o ambiente, e possuir uma eficiente vedação para
impedir a entrada de humidade.

2.2.5. Especificações dos colectores


2.2.5.1. Concentradores
Dimensões variáveis, Peso (kg) que é variável, Área em m2, Espessura do vidro protetor
(Cobertura) mm2, Coeficiente de perdas de calor W/m2.K, Pico de Potência Térmica e Pressão de
trabalho máxima bar.

2.2.5.2. Planos
Caixa externa em perfis de alumínio, cantoneiras em material termoplástico, aletas em cobre,
tubulação interna em cobre, vidros lisos, isolamento térmico em poliuretano e vedação em
borracha de silicone.

Disposição de instalação: Vertical, geralmente sobre o telhado.

Diâmetro do tubo de entrada de água fria da rede e o diâmetro do tubo de saída (consumo) de
água quente: variável.

2.2.6. Propriedade dos materiais utilizados nos colectores solares (Cobre e Alumínio)
Para Lima (2003) apud Matos (2014), os materiais utilizados para a fabricação da placa:

ʺdevem possuir alta condutividade térmica para reduzir a


resistência ao fluxo de calor por condução. O coletor de placa plana
é composto por quatro elementos principais: a cobertura
transparente, a placa coletora, o isolante térmico e a carcaça.
Basicamente, os materiais que compõem estes elementos são:
vidro, alumínio (aletas, chapas e perfis) e tubos de cobreʺ.

2.2.6.1. Cobre
De acordo com Pozzebon (2009) apud Magagnin (2010), o cobre é o material geralmente
utilizado, pois possui uma ótima resistência à corrosão com um custo relativamente baixo.

Tratando-se de um dispositivo que requer maior condutividade térmica, o cobre possui esta
característica de maior mobilidade de partículas e o autor vai optar pelo uso do mesmo devido
este componente de condutividade.
23

2.2.6.2. Alumínio
Possui uma condutibilidade térmica 4,5 vezes maior que a do aço, e sendo um excelente refletor
de energia radiante devido ao grande alcance dos comprimentos de onda desde os raios
ultravioletas. O alumínio puro possui uma condutibilidade térmica de 0,53 calorias por segundo
por centímetro quadrado de espessura por grau célsius. Suas propriedades mecânicas são
determinadas por ensaios rotineiros de amostras, ABAL (2016).

O autor optou pelo uso de tubos de cobre na troca de calor com o fluido, por ter alta
condutividade térmica aliada à excelente resistência à corrosão.

2.2.7. Configurações dos Sistemas solares de aquecimento de água


Segundo Lima (2003) apud Magagnin (2010), afirma que:

“o aquecimento da água utilizada no abastecimento pode ser feito


diretamente no coletor ou de forma indireta. A circulação da água
ou do fluido nos coletores pode ser feito por termossifão ou por um
sistema de bombeamento. A diferença de densidade devido à
variação de temperatura entre os coletores e o reservatório provoca
um movimento no fluído chamado de termossifão”.
Figura 2: Sistema de aquecimento solar em termossifão.

Fonte: Teixeira, 2016

Este é o tipo de Sistema de aquecimento solar que o autor adoptou que é passivo direto, ou seja,
por circulação natural, devido a sua simplicidade e pelo facto de tornar o sistema mais barato.

2.2.8. Condições de instalação dos Coletores Planos


Segundo Lima (2003) apud Matos (2014), na instalação dos coletores três aspectos devem ser
observados para melhorar o aproveitamento da energia disponível:

 Orientação geográfica;
24

 Ângulo de inclinação com a horizontal;


 Não sombreamento.

2.2.9. Aplicação dos colectores solares planos


Estes sistemas são aplicados para dar conforto ou comodidade (lazer) aos homens e também para
efeitos industriais. As principais aplicações dos sistemas solares térmicos são:

 Água quente sanitária em vivendas unifamiliares, edifícios, residenciais, hotéis;


 Aquecimento central, radiadores de baixa temperatura, piso radiante;
 Climatização de piscinas, piscinas particulares (cobertas ou ao ar livre) e públicas.

2.2.10. Eficiência térmica dos coletores


Para Duarte (2012), "o rendimento de um colector está ligado intimamente às suas propriedades
materiais e construtivas, que em resultado do uso por parte do utilizador irão ditar os valores da
produtividade do colector".
Os colectores sem cobertura são os de mais baixa eficiência, uma vez que possuem valores
baixos de isolamento térmico. Assim são utilizados em aplicações onde se deseja incrementar em
poucos graus a temperatura, por exemplo no aquecimento de águas de piscinas.

Paiva et al. (2017), no seu estudo comparativo de dois colectores solares com vista a avaliar a
sua eficiencia e este concluiu:

"... que não foram obtidas variações significativas na eficiência média ou


na produção de energia dos coletores com a penetração de água, para
nenhum tipo de coletor avaliado. Além disso, não pôde ser identificada
uma relação entre a eficiência e a quantidade de água infiltrada ".

2.2.11. Factores associados à eficiência


O rendimento de um colector solar térmico exprime a percentagem de energia incidente sobre a
cobertura do mesmo que é transferida para fluído.

A eficiência dos coletores solares depende da temperatura ambiente, radiação solar e temperatura
da água na entrada do coletor. A eficiência da placa coletora é maior quanto menor for a
temperatura de entrada do fluido no mesmo, Lafay (2005) apud Scaramelli (2018).
25

Segundo Santos, Oliveira e Novak (2012), ʺUm dos factores que contribui para a redução do
desempenho do colector é a ausência de uma cobertura que faz com que as perdas de calor por
convecção sejam elevadasʺ.

A eficiência de um sistema de aquecimento solar não depende apenas do posicionamento dos


seus coletores em relação ao Norte, mas também da inclinação deles segundo a latitude local
,Manual de aquecedor solar (2009).

2.2.12. Alguns conceitos associados à eficiência do colector


Algumas definições dentro de radiação solar são importantes. Entre elas:

Irradiância – é a taxa com que a energia radiante incide sobre uma superfície, por unidade de
área de superfície. Sua unidade é o W/m². O símbolo G é utilizado para irradiância com
subíndices apropriados para radiação directa (b), difusa (d) ou espectral (s).

Irradiação – é a energia incidente por unidade de área sobre uma superfície. É encontrada por
integração da irradiância sobre um tempo especificado, normalmente, hora ou dia. Sua unidade é
J/m².
26

CAPÍTULO III: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS


Após termos traçado um percurso teórico alargado que emoldura conceitualmente o presente
trabalho de investigação, a terceira parte tem como objetivo principal referenciar,
fundamentalmente, os procedimentos metodológicos adotados, especificando a natureza da
investigação e, nos capítulos seguintes, estabelecer os resultados, as conclusões a que chegámos e
as limitações inerentes ao trabalho desenvolvido.

3.1. Quanto aos Objetivos


Pesquisa explicativa

Para explicar o presente projecto, na óptica Gil (2007), este vai assentar-se em identificar os
fenômenos associados à eficiência de um colector solar alternativo.

3.2. Quanto à Abordagem


A pesquisa é quantitativa

Apoiando-se na ideia de Vieira (1996), no presente projecto vão ser manipuladas as variáveis
irradiância e irradiação, com uso de certos instrumentos visando trazer uma relação concreta
entre as tais variáveis temperatura e eficiência sendo que estarão directamente associadas.

3.3. Quanto aos procedimentos para a coleta de dados


Experimental

Em conformidade com Gil (2007), este projecto poderá envolver um experimento e será uma
experiência laboratorial, mas que seja no ar livre e que poderão ser manipuladas variáveis que
estarão directamente ligados com a eficiência do dispositivo concebido.

Para que seja possível a colecta de dados através do dispositivo por conceber, poderá ser
mediante as fases abaixo descritas:

Fase de identificação dos materiais necessários

Nesta fase vai se fazer uma demostração dos materiais uteis para a concepcao de um colector
solar alternativo, cujos materiais tenham a capacidade de conduzir a energia fornecida pelo sol
aos materiais para posterior transferir no fluido de uso.
27

Fase de dimensionamento do colector

É nesta fase em que far-se-à um estudo de forma que se encontre o dimensionamento adequado à
sua necessidade, considerando o clima da Região e o consumo das pessoas que vivem no imóvel.

Fase de concepcao do colector solar

É nesta fase em que vai ser feita a respectiva construção do colector propriamente dito, fazendo
conexões dos matérias já identificados, acoplando segundo a finalidade de cada material no
dispositivo de aquecimento de água através da radiação solar.

Fase de ensaio do colector concebido

Vai se verificar primeiro no local onde será instalado o coletor, se não há árvores ou construções
que causem sombreamento sobre os coletores, entre as 8 e 16 horas. O horário de 16 horas é
importante porque há imóveis, ou situações, em que os coletores só poderão ser instalados se
ficarem voltados para o Oeste, onde o sol se põe.

Fase de avaliação da eficiência do colector solar concebido

Vão ser obtidos dados da temperatura do interior do reservatório aquecido, no ponto de saída da
água do colector para o consumo e a temperatura da água na saída do reservatório de água fria
para o coletor, aliados aos dados meteorológicos fornecidos por um termômetro.
28

CAPÍTULO IV: PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS


Neste capítulo, foi feita a recolha de dados por meio da experiência concebida, análise e
interpretação dos resultados ora apresentados, com base nas teorias que dão corpo a
fundamentação teórica. É neste capítulo que o autor, faz a triangulação entre os dados obtidos no
trabalho de campo-objectivos da pesquisa e ideias dos autores com mais destaque na
fundamentação teórica.

4.1. Dimensionamento do coletor


O procedimento para o dimensionamento dos sistemas de aquecimento de água, seguem as
orientações da ABNT NBR15569:2008- sistema de aquecimento solar de água em circuito
directo- projecto e instalação Matos (2014).

1ª etapa: Definir o volume de consumo

Saber a demanda de água quente

A versão de 1965 da norma da ABNT 12269, estabelece o consumo de água quente em uma
residência de 45 litros per capita Matos (2014).

Para o presente estudo será utilizado o consumo de 8 litros de água quente por pessoa, com isso o
volume para o consumo vai ser 20 litros por dia.

2a etapa: Dimensionamento do volume de armazenamento

𝑉𝑐 × (𝑇𝑐 − 𝑇𝑎𝑚𝑏 )
𝑉𝑎𝑟𝑚𝑎𝑧 = 𝐸𝑞. (1)
(𝑇𝑎𝑟𝑚 − 𝑇𝑎𝑚𝑏 )

20 × (45 − 27)
𝑉𝑎𝑟𝑚𝑎𝑧 =
(50 − 27)

𝑉𝑎𝑟𝑚𝑎𝑧 = 15,65𝑙

V armaz - volume de armazenamento do SAS de água requerida por dia;

Vc – volume de consumo;

Tc – temperatura de consumo;
29

Tarmaz - temperatura de armazenamento de água quente;

T amb - temperatura ambiente local.

3a etapa: Cálculo da energia útil

Com o dimensionamento do volume de armazenamento e o volume de consumo, deverá ser


calculada a energia necessária para aquecer o volume encontrado da temperatura ambiente até à
temperatura de consumo.

𝑉𝑎𝑟𝑚𝑎𝑧 × 𝜌 × 𝐶𝑝 × (𝑇𝑎𝑟𝑚𝑎𝑧 − 𝑇𝑎𝑚𝑏 )


𝐸𝑢𝑡𝑖𝑙 = 𝐸𝑞. (2)
3600

15,65 × 1 × 4,18 × (50 − 27)


𝐸𝑢𝑡𝑖𝑙 =
3600

𝑘𝑤ℎ
𝐸𝑢𝑡𝑖𝑙 = 0,418
𝑑𝑖𝑎

E útil - demanda de energia necessária por dia (KWh/dia);

ρ - densidade da água, que é igual a 1000 Kg/m3;

Cp - calor específico da água a pressão constante, igual a 4,18 kJ/Kg oC;

3a etapa: Cálculo de perdas térmicas

𝐸𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠 = 0,15 × 𝐸𝑢𝑡𝑖𝑙 𝐸𝑞. (3)

𝐸𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠 = 0,15 × 0,418

𝑘𝑤ℎ
𝐸𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠 = 0,0627
𝑑𝑖𝑎

4a etapa: Dimensionamento da área do colector

Para o dimensionamento da área colectora é necessário que possa se calcular primeiro a produção
média diária de energia especifica e o factor de correcção para inclinação e orientação do colector
solar e que são dados por:
30

𝑃𝑀𝐷𝐸𝐸 = 4,901 × (𝐹𝑟𝜏𝛼 − 0,0249 × 𝐹𝑟𝑈𝐿 ) 𝐸𝑞. (4)

𝑃𝑀𝐷𝐸𝐸 = 4,901 × (0,743 − 0,0249 × 3,933)

𝑘𝑤ℎ
𝑃𝑀𝐷𝐸𝐸 = 1,158
𝑑𝑖𝑎

PMDEE - produção média diária de energia específica do colector solar (KWh/m2)

Frta - coeficiente de ganho do colector solar: 0,743

FrUL - coeficiente de perdas do colector: 3,933

1
𝐹𝑐𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙 = 2 𝐸𝑞. (5)
1 − [1,2 × 10−4 × (𝛽 − 𝛽𝑜𝑝𝑡𝑖𝑚𝑜 ) + 3,5 × 10−5 × 𝛾 2 ]

1
𝐹𝑐𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙 =
1 − [1,2 × 10−4 × (40 − 25)2 + 3,5 × 10−5 × 302

𝐹𝑐𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙 = 1,06

FC instal - factor de correcção para inclinação e orientação do colector solar:

Β - Inclinação do colector solar em relação ao plano horizontal;

Βoptimo - Inclinação recomendada do colector para o local de instalação (recomenda-se que seja o
valor do módulo da latitude local + 10o);

γ - Ângulo de orientação dos colectores solares em relação ao norte geográfico.

Para a área colectora será da seguinte forma:

(𝐸𝑢𝑡𝑖𝑙+ 𝐸𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠 ) × 𝐹𝑐𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙 × 4,901


𝐴𝑐𝑜𝑙𝑒𝑐𝑡𝑜𝑟𝑎 = 𝐸𝑞. (6)
𝑃𝑀𝐷𝐸𝐸 × 𝐼𝐺

(0,418 + 0,0627) × 1,06 × 4,901


𝐴𝑐𝑜𝑙𝑒𝑐𝑡𝑜𝑟𝑎 =
1,158 × 5,2

𝐴𝑐𝑜𝑙𝑒𝑐𝑡𝑜𝑟𝑎 = 0,41𝑚2

IG – irradiação global.
31

Cálculo da vazão do dispositivo concebido

𝑉
𝑄= 𝐸𝑞. (7)
𝑡

0,06𝑙
𝑄=
1𝑠

𝑙
𝑄 ≅ 0,06
𝑠

Q- Vazão;

V- volume;

t- tempo.
32

4.2. Materiais necessários e suas especificações técnicas


Tabela 1: Materiais e especificações
Materiais Especificações Resistência ao Quantidade Peso

Envelhecimento Impacto Temperatura

Cobertura Vidro Óptimo Fraca Boa 1 Eleva

Tubos de Cobre Óptimo Regular Óptima 5m Baixo


circulação

Superfície Chapa de zinco Boa Regular Óptima 1 Baixo


absorvedora

Isolamento Plástico Boa Regular Boa 3m Baixo


aderente

Reservatório Balde e botija Boa Regular Boa 2 Baixo


plástico

Controlador Válvula Óptimo Elevado Óptima 1 Baixo


na saída

Caixa externa Chapa de zinco Boa Regular Óptima 1 Baixo

Fonte: Autor (2021)


33

4.3. Concepção do colector solar


Para concepção do colector solar alternativo, o autor prosseguiu com seguintes
fases/procedimentos:

1º: A chapa metálica foi efectuada uma pintura com tinta preta tendo uma característica ou
protótipo de corpo negro e que esta vai servir de uma superfície absorvedora e caixa que vai
abarcar todos elementos necessários para o aquecimento;

Imagem 1: A- Chapa metálica que serve como caixa; B- Superfície absorvedora

Fonte: Autor (2021).

2º: Após o processo de secagem da pintura feita sobre o fundo da chapa metálica, fez-se
montagem das serpentinas em série e que estes vão servir de condutos de circulação da água
quente no dispositivo;

Imagem 2: Montagem das serpentinas

Fonte: Autor (2021)


34

3º: Efectuou-se montagem do papel de alumínio e plástico aderente sobre as serpentinas, por sua
vez o primeiro inibe a entrada de humidade para o interior do sistema. Humidade esta que pode
advir do material utilizado como isolamento. E o segundo posteriormente dobrado nas
extremidades entre os condutos e a caixa, podendo funcionar como um material de isolamento;

Imagem 3: Montagem do papel alumínio e plástico aderente sobre o dispositivo

Fonte: Autor (2021)

4º: Montagem do vidro sobre os materiais acima mencionados;

Imagem 4: Montagem do vidro

Fonte: Autor (2021)

5º: Efectuou-se o isolamento do reservatório térmico para que este evite perdas de calor e
posterior baixar duma forma brusca a temperatura do fluido nele contido;
35

Imagem 5: A- Reservatório antes; B- Reservatório isolado termicamente

Fonte: Autor (2021)

6o: Efectuou-se a conexão dos tubos do reservatório frio à entrada do colector e na saída do
colector ao reservatório térmico.

Imagem 6: Dispositivo feito e ligado aos respectivos reservatórios

Fonte: Autor (2021).


36

CAPÍTULO V: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS


RESULTADOS DA PESQUISA
Neste item, serão apresentados os resultados em conformidade aos dados colectados e posterior
respectiva analise e interpretação mediante objectivos preconizados.

5.1. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA


As tabelas a seguir mostram os resultados obtidos nos ensaios feitos pelo colector outrora
concebido.

Tabela 2: Dados colectados no primeiro dia

T Entrada T Saída Tempo de Duração


exposição
(oC) (oC) (Hr)
(Hr)
19 38 Das 8-9 1
23 45 Das 9-10 1

25 49 Das 10-11 1

28 51 Das 11-12 1

Fonte: Autor (2021).


Tabela 3: Dados colectados no segundo dia

T Entrada T Saída Tempo de Duração


exposição
(oC) (oC) (Hr)
(Hr)
21 38 Das 8-9 1
24 47 Das 9-10 1
26 51 Das 10-11 1
28 52 Das 11-12 1
Fonte: Autor (2021).
37

Tabela 4: Dados colectados no terceiro dia

T Entrada T Saída Tempo de Duração


exposição
(oC) (oC) (Hr)
(Hr)
21 39 Das 8-9 1
23 45 Das 9-10 1
26 50 Das 10-11 1
27 49 Das 11-12 1
Fonte: Autor (2021).
Tabela 5: Dados colectados no quarto dia

T Entrada T Saída Tempo de Duração


exposição
(oC) (oC) (Hr)
(Hr)
24,8 34,1 Das 8-9 1

24,2 39,2 Das 9-10 1

24,8 39,8 Das 10-11 1

27,6 47,1 Das 11-12 1

Fonte: Autor (2021).


Tabela 6: Dados colectados no quinto dia

T Entrada T Saída Tempo de Duração


exposição
(oC) (oC) (Hr)
(Hr)
22 37 Das 8-9 1

24,9 45 Das 9-10 1

26,7 47,6 Das 10-11 1

30,1 47,8 Das 11-12 1

Fonte: Autor (2021).


38

5.2. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA


Resultados verificados no primeiro dia
A temperatura requerida no armazenamento é de 50º C, nas primeiras horas em que se faz sentir a
insolação, não foi possível atingir esta temperatura devido à baixa energia que a fonte emite nas
tais horas.

Conforme os dados colectados, nota-se que a partir das 8-9 horas a temperatura é baixa em à
requerida, com o passar do tempo foi intermédia a partir das 9-11 horas e a temperatura foi alta a
partir das 11-12 horas ilustrado nos dados assim alcançando o resultado requerido.

Gráfico 1: Variação da temperatura

Variacao da temperatura
60 49 51
45
38
40 25 28
19 23
20 19 22 24 23

0
8-9 horas 9-10 horas 10-11 horas 11-12 horas

Temperatura de entrada Temperatura de saida


Variacao da temperatura

Fonte: Autor (2021).


Resultados verificados no segundo dia
Extraída a temperatura do fluído na entrada e saída do colector, foi notório baixo desempenho das
8-9 horas, com desempenho intermédio a partir das 9-10 horas e por último nota-se óptimo
desempenho a partir das 10-12 horas, isto é, foi o momento mais alto da temperatura do fluído na
saída do coletor.
39

Gráfico 2: Variação da temperatura no segundo dia

Variacao da temperatura
60 51 52
47
38
40 28
24 26
21
23 25 24
20 17

0
8-9 horas 9-10 horas 10-11 horas 11-12 horas

Temperatura de entrada Temperatura de saida


variacao da temperatura

Fonte: Autor (2021).


Resultados verificados no terceiro dia
Os resultados obtidos neste dia, nota-se que a temperatura foi baixa no intervalo entre 8-9 horas,
foi intermédia das 9-10 horas e 11-12 horas e por fim sendo no intervalo das 10-11 horas
registou-se um aumento até os graus requeridos no armazenamento.

Gráfico 3: Variação da temperatura no terceiro dia

Variacao da temperatura
60 50 49
45
39
40 27
23 26
21
20 22 24 22
18

0
8-9 horas 9-10 horas 10-11 horas 11-12 horas

Temperatura entrada Temperatura de saida


Variacao da temperatura

Fonte: Autor (2021).


Resultados verificados no quarto dia
Sendo penúltimo dia das medições, foi um dia com baixa insolação e o céu pouco nublado,
notou-se uma baixa temperatura no fluído no intervalo das 8-9 horas e um desempenho
intermédio das 10-12 horas. Portanto, neste dia não foi possível alcançar a temperatura requerida
no fluído para o armazenamento.
40

Gráfico 4: Variação da temperatura no quarto dia

Variacao da temperatura
47,1
50
39,2 39,8
40 34,1
24,8 24,8 27,6
30 24,2
20 19,5
15 15
10 9,3
0
8-9 horas 9-10 horas 10-11 horas 11-12 horas

Temperatura de entrada Temperatura de saida


Variacao da temperatura

Fonte: Autor (2021).


Resultados verificados no quinto dia
Último dia das medições em que se nota a partir dos dados baixa temperatura no intervalo das 8-9
horas e intermédia das 9-12 horas devido à baixa insolação.

Gráfico 5: Variação da temperatura no quinto dia

Variacao da temperatura
60
45 47,6 47,8
37
40 30,1
24,9 26,7
22
20 20,1 20,9 17,7
15
0
8-9 horas 9-10 horas 10-11 horas 11-12 horas

Temperatura de entrada Temperatura de saida


Variacao da Temperatura

Fonte: Autor (2021).


41

Variação térmica média diária


Tabela 7: Temperatura média alcançada em cada dia

Dias Variação térmica em oC

1o 22

2o 22,25

3o 21,5

4o 14,7

5o 18,43

Fonte: Autor (2021).


5.3. Eficiência térmica do colector concebido
A partir da analise dos dado obtidos, pasou-se ao cálculo da eficiência, que é representada pela
fórmula que se segue:

(𝑇𝑞 − 𝑇𝑓 )
𝜂= × 100 𝐸𝑞. 8
𝑇𝑞

Após o calculo da eficiencia termica em cada intervalo de tempo, efectuou-se o calculo da


eficiencia media diaria representada no grafico que abaixo se segue.

Gráfico 6: Eficiência térmica diária do colector

Rendimento medio diario

37%
48,20%

36,12%
47,20%

47%

1º dia 2º dia 3º dia 4º dia 5º dia

Fonte: Autor (2021).


42

5.4. Factores possíveis associados ao desempenho


Quanto aos factores associados para o desempenho do dispositivo ora concebido, foram notórios
os que abaixo se seguem:

 Temperatura ambiente;
 Radiação solar; e
 Temperatura da agua na entrada do colector.
43

CAPÍTULO VI: CONCLUSÃO E SUGESTÕES


Com base nos objetivos definidos, serão apresentadas as conclusões a seguir, bem como algumas
sugestões para possíveis trabalhos futuros de modo a torná-los mais eficientes e competitivos
como os demais tipos de colectores.

6.1. Conclusão
 Para a concepção do sistema solar de aquecimento alternativo, os materiais necessários
podem ser os descartes recicláveis ou que sejam adquiridos e de baixo custo e que possam
ser capazes de conduzir calor e armazenar água à uma determinada temperatura;
 Configurar um sistema solar de aquecimento de água para um certo fim proposto e que
possa obter um gradiente de temperatura às um maior nível;
 A partir da configuração e dos materiais disponíveis, concebeu-se um sistema solar de
aquecimento de água mais simples, podendo ser facilmente confeccionado por usuários de
quaisquer níveis culturais;
 O sistema solar de aquecimento de água demonstrou-se viável para aquecimento
residencial de água para fins domésticos ou higiene para uma família. Para obtenção de
uma autonomia superior é necessária adição ou associação de outros módulos de colector
que sejam em série ou paralelo;
 Possíveis factores associados ao desempenho do sistema solar de aquecimento de água
são: a insolação diária, temperatura ambiente e a temperatura da água na entrada do
colector solar térmico.

6.2. Sugestões
 Realização de testes por um período mais longo para verificar o rendimento; e
 Verificar a sua durabilidade e resistência às intempéries.
44

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LOPO, Alexandre Boleira. Universidade federal do rio grande do norte, análise do desempenho
térmico de um sistema de aquecimento solar de baixo custo, 2010;

MARTINS, Lucas Vieira & Pimenta, Caio Cezar Neves. Universidade de Rio Verde, projeto de
um aquecedor solar de placas de cobre e de alumínio;

MATOS, Igor Bettero. Avaliação das possibilidades de inserção de energia solar térmica em
cozinhas industriais, universidade federal fluminense, 2014;
MAGAGNIN, André Luiz. Impactos econômicos do uso de energia solar para aquecimento de
água em residências unifamiliares, universidade do extremo sul catarinense, 2010;

ALMEIDA, Alessandro Apolinário. Coletor solar alternativo, universidade federal do espirito


Santo, 2005;

FALCÃO, Diogo Maria Sousa Cid de Sousa. Produção e Consumo Doméstico de Combustíveis
Lenhosos em Moçambique, Universidade Nova de Lisboa, 2013;

ALER, energias renováveis em Moçambique, relatório nacional do ponto de situação, 2017;


Manual aquecedor solar. Aquecedor solar composto de produtos descartáveis, manual de
construção e instalação, 2009;

SANTOS, Felipe Marques, OLIVEIRA, Rogério Gomes & NOVAK, Matheus Vercka.
Construção e análise de desempenho de um coletor solar de baixo custo para aquecimento de
água, Universidade Federal de Santa Catarina, 2012;

SCARAMELLI, Douglas dos Santos, estudo do desempenho de um coletor solar flexível de


baixo custo, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 2018;

DUARTE, Pedro Nuno Alves, Colectores Solares Térmicos - Análise de desempenho térmico de
soluções tecnológicas no mercado, Universidade do Porto, 2012;

PAIVA, Elisiane Silvia Acácio et al.,. Análise comparativa da eficiência térmica de coletores a, b
e c com penetração de água, Universidade Católica de Minas Gerais, 2017;
SILVA, Leury de Oliveira. Dimensionamento de um coletor solar plano para aquecimento de
água, faculdade redentor, 2011;
45

OSORIO, Tiago Vaz. Colectores solares térmicos sob condições transientes (caracterização
óptica e térmica com base no modelo quase-dinâmico). Universidade técnica de Lisboa, 2011;

TEXEIRA, Felipe Diogo. Proposta de alteração do termo de referência para sistemas de


aquecimento solar de agua no programa minha casa, minha vida. Instituto de tecnologia para o
desenvolvimento, 2016;

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