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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA


CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE FÍSICA COM HABILITAÇÕES EM
ENERGIAS RENOVÁVEIS

3º ANO 1º GRUPO

ALBANO CARLITOS JOÃO


ANA TERESINHA A. FILIPE
DOMINGAS D. MONTEIRO
MARIANO SOARES TAYOB
SERGIO MOMADE
YENELDA DA D. NHANTSAVE

ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA

Quelimane

2022
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ALBANO CARLITOS JOÃO

ANA TERESINHA A. FILIPE

DOMINGAS D. MONTEIRO

MARIANO SOARES TAYOB

SERGIO MOMADE

YENELDA DA D. NHANTSAVE

ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA

Trabalho de pesquisa e de carácter


avaliativo a ser apresentado na
Universidade Licungo, Faculdade de
Ciências e Tecnologias na cadeira de
Energias Renovaveis II do curso de
Licenciatura em Ensino de Física, sob
supervisão:

Eng. José Cumaio

Quelimane

2022
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Lista de Figuras
Figura 1: Forma de incidência solar na superfície terrestre.............................................................8
Figura 2: Exemplo de um espectro de radiação solar.....................................................................10
Figura 3: Banda de comprimento de onda e frequência das cores do espetro visível....................10
Figura 4: Raios solares incidindo os painéis solares......................................................................11
Figura 5: Exemplo de painéis solares.............................................................................................13
Figura 6: Exemplo de um regulador de carga................................................................................14
Figura 7: Exemplo de uma bateria..................................................................................................15
Figura 8: Exemplo de um inversor de corrente continua para corrente alterada............................16
Figura 9: Exemplo de como um painel solar pode gerar energia elétrica......................................23
Figura 10: Exemplo de sistema fotovoltaico residencial................................................................24
Figura 11: Exemplo de uma central elétrica fotovoltaica...............................................................25
Figura 12: Exemplo de sistema de bombeamento de água.............................................................25
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Índice

1.Introdução.................................................................................................................................................6

1.1. Objectivos.............................................................................................................................................7

1.1.1. Objectivo geral...................................................................................................................................7

1.1.2. Objectivos específicos........................................................................................................................7

2. Metodologia.............................................................................................................................................7

3. Energia Solar Fotovoltaica.......................................................................................................................8

3.1. Espectro de Radiação Solar...................................................................................................................9

3.2. Células Fotovoltaicas..........................................................................................................................11

4. Componentes do Sistema Fotovoltaico..................................................................................................12

4.1. Painéis Fotovoltaicos..........................................................................................................................12

4.2. Regulador de carga.............................................................................................................................13

4.3. Baterias...............................................................................................................................................14

4.4. Inversor..............................................................................................................................................15

4.4.1. Inversor para sistemas ligados à rede eléctrica................................................................................16

4.4.2. Inversor para sistemas desligados da rede eléctrica.........................................................................17

5. Classificação dos Sistemas Fotovoltaicos...............................................................................................17

5.1. Sistemas fotovoltaicos on grid (conectados à rede elétrica).................................................................18

5.1.1. Sistema fotovoltaico residencial conectado à rede (1 a 10 kWp)......................................................18

5.1.2. Sistema de energia solar para empresas (10 a 100 kWp)..................................................................19

5.1.3. Sistema de energia solar rural conectado à rede...............................................................................19

5.1.4. Sistema fotovoltaico industrial conectado à rede (100 a 1000 kWp)................................................20

5.2. Sistemas fotovoltaicos off grid/isolados/autônomos............................................................................20

5.2.1. Vantagens do sistema off grid:........................................................................................................21

5.2.2. Desvantagens do sistema off grid.....................................................................................................21


5

5.3. Sistemas fotovoltaicos híbridos...........................................................................................................21

5.3.1. Vantagens dos Sistemas Fotovoltaicos híbridos...............................................................................22

5.3.1. Desvantagens dos Sistemas Fotovoltaicos híbridos..........................................................................22

5.4. Qual o melhor tipo de sistema fotovoltaico? Como escolher?.............................................................22

6. Principio de funcionamento...................................................................................................................23

7. Aplicações da Energia Solar Fotovoltaica..............................................................................................23

7.1. Sistemas Fotovoltaicos Residenciais..................................................................................................23

7.2. Centrais Eléctricas Fotovoltaicas........................................................................................................24

7.3. Sistema de Bombeamento de Água....................................................................................................25

7.4. Telecomunicações e sinalização.........................................................................................................26

8. Importância da energia solar fotovoltaica na sustentabilidade...............................................................26

9. Vantagens e Desvantagens da Energia Solar Fotovoltaica....................................................................27

9.1. Vantagens da Energia Solar Fotovoltaica...........................................................................................27

9.2. Desvantagens da Energia Solar Fotovoltaica......................................................................................27

10. Impactos ambientais do sistema fotovoltaico.......................................................................................27

10.1. Impactos ambientais energia solar na manufatura de placas solares..................................................27

10.2. Impactos ambientais no descarte de equipamentos de energia solar.................................................28

10.3. Impactos ambientais da energia solar no processo operacional........................................................28

10.4. Impactos ambientais na manufatura de construção de usinas...........................................................29

10.5. Impactos ambientais ao meio biótico................................................................................................29

10.6. Impactos ao meio físico....................................................................................................................30

11. Conclusão.............................................................................................................................................31

12. Referências Bibliográficas...................................................................................................................32


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1.Introdução
A energia solar pode ser convertida diretamente em electricidade utilizando a tecnologia de
células fotovoltaicas. É vista como uma tecnologia do futuro, visto que se utiliza uma fonte limpa
e inesgotável que é o Sol. No actual estado da arte desta tecnologia, ela só encontra viabilidade
econômica em aplicações de pequeno porte em sistemas rurais isolados (Iluminação,
bombeamento de água). Porém, sabe-se que o mercado fotovoltaico é ainda uma fração do que
poderia ser, visto que existe uma parcela significativa da população mundial, cerca de 1 bilhão de
habitantes ou aproximadamente 20% da população mundial, localizadas principalmente nas áreas
rurais não têm acesso a electricidade, a energia solar fotovoltaica é uma alternativa para a
expansão da corrente electrica e também para o autoconsumo, a geração solar fotovoltaica vem
ganhando destaque graças a sua baixa emissão de poluentes, a necessidade de pouca manutenção
e principalmente por gerar energia localmente (IMHOFF, 2007). Além do que, agregada a uma
redução de custos, vem apresentando grande crescimento mundial.

Este trabalho, apresenta informações básicas relacionadas a energia solar fotovoltaica,


componentes do sistema fotovoltaico, princípio de funcionamento, principais aplicações,
importância da energia solar fotovoltaica na sustentabilidade, vantagens e desvantagens da
energia solar fotovoltaica, bem como os impactos ambientais do sistema fotovoltaico.
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1.1. Objectivos

1.1.1. Objectivo geral


 Compreender o sistema solar fotovoltaico

1.1.2. Objectivos específicos


 Definir energia solar fotovoltaica;

 Conhecer os componentes do sistema solar fotovoltaico;

 Descrever o principio de funcionamento;

 Descrever as aplicações do sistema solar fotovoltaico;

 Saber a importância da energia solar fotovoltaica na sustentabilidade;

 Descrever as vantagens e desvantagens da energia solar fotovoltaica;

 Conhecer os impactos ambientais do sistema fotovoltaico.

2. Metodologia
Foi possível elaborar o presente trabalho com base na pesquisa bibliográfica que é um
procedimento exclusivamente teórico, compreendida com a junção, do que se tem falado sobre o
determinado tema, bem como, os sites da internet e em alguns manuais, que versam assuntos
pertinentes ao tema em estudo.
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3. Energia Solar Fotovoltaica


O Sol é a nossa fonte maior de energia e é um recurso importante para o desenvolvimento da
humanidade. O uso dele para a geração de energia elétrica nos possibilita a redução do uso de
fontes fósseis, preservando o nosso meio ambiente.

O Sol fornece anualmente, para a atmosfera terrestre, 5,445  1024 joules ou 1,5125  1018 kW de
energia. A distância Sol – Terra é aproximadamente igual a 149 600 000 km.

A incidência da radiação solar que atinge a superfície terrestre pode ser decomposta em dois
termos, radiação directa e difusa.

Radiação directa é a radiação proveniente, directamente do disco solar, não sofre nenhuma
mudança de direcção e incide diretamente na superfície.

Radiação difusa é proveniente da difração nas nuvens, nevoeiro, poeiras suspensas na atmosfera,
assim como de outros obstáculos atmosféricos ou é aquela que seus raios sofrem espalhamento
antes de chegar na superfície terrestre.

Figura 1: Forma de incidência solar na superfície terrestre


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3.1. Espectro de Radiação Solar


Também conhecido como luz solar, o espectro solar consiste na distribuição das ondas
eletromagnéticas, visíveis e não visíveis, de acordo com a frequência e o comprimento da onda
característica de cada radiação.

Estudos permitiram perceber que a luz solar possui diversos tipos de radiação, além das visíveis,
também encontramos as não visíveis, como os raios infravermelhos (IV) e os raios ultravioletas
(UV).

O olho humano só é capaz de captar uma pequena parte de todas as radiações existentes. O
intervalo perceptível pela visão humana é chamado de luz visível (ou espectro visível). A luz
visível se inicia na frequência que corresponde à luz vermelha, passando pela luz laranja,
amarela, verde, azul e terminando na luz violeta.

As radiações que se encontram antes da luz vermelha e depois da luz violeta não são visíveis aos
olhos. As radiações com frequência menor que a da luz vermelha é chamada de infravermelho.
Quando a frequência é superior à frequência da luz violeta, as radiações são denominadas como
ultravioletas.

A radiação ultravioleta é a luz que carrega mais energia no espectro solar e é popularmente
reconhecida devido ao seu grande poder de penetração na pele. Os raios UV são capazes de
promover reações químicas que envolvem transições eletrônicas. Já os raios infravermelhos
coincidem com a faixa de energia necessária para fazer vibrar os átomos (uns em relação aos
outros) de uma substância sem provocar uma reação.

O espectro solar consiste no conjunto da luz infravermelha, luz visível e luz ultravioleta, de modo
que a distribuição de energia que ocorre dentro do espectro solar é de cerca de 2% de radiação
ultravioleta, 51% de raios infravermelhos e somente 47% corresponde à luz visível.
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Figura 2: Exemplo de um espectro de radiação solar

Figura 3: Banda de comprimento de onda e frequência das cores do espetro visível

A energia solar fotovoltaica é a energia eléctrica obtida a partir da luz solar. A energia solar
fotovoltaica é obtida através da conversão da radiação solar em electricidade por intermédio de
materiais semicondutores, esse fenômeno é conhecido como efeito fotovoltaico (PINHO, 2012).

O efeito fotovoltaico é a criação de tensão elétrica ou de uma corrente elétrica correspondente


num material, após a sua exposição à luz.
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Figura 4: Raios solares incidindo os painéis solares

3.2. Células Fotovoltaicas


Uma célula solar ou célula fotovoltaica é um dispositivo eléctrico de estado sólido capaz de
converter a luz proveniente do sol diretamente em energia eléctrica por intermédio do efeito
fotovoltaico. As células fotovoltaicas são utilizadas em conjunto para formar os módulos
fotovoltaicos.

Para fabricar as famosas placas solares, aquelas que são vistas nos telhados das casas que
utilizam energia solar fotovoltaica, são utilizadas várias células solares interligadas em série. No
termo técnico, as placas são conhecidas como módulos fotovoltaicos, e o conjunto deles forma o
que chamamos de painel solar.

Existem diversos tipos de células fotovoltaicas, que são classificadas pelo material e refinamento
usados. Os principais tipos de células fotovoltaicas são produzidos em silício cristalizado:

 Célula Fotovoltaica de Silício Cristalizado;

 Célula Fotovoltaica de Silício Monocristalino;

 Célula Fotovoltaica de Silício Policristalino;

 Célula Fotovoltaica de Película Fina (Thin Film);


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 Célula Fotovoltaica de Silício Amorfo;

 Célula Fotovoltaica Disseleneto de cobre índio e Gálio (CIGS).

Os fabricantes de módulos solares oferecem modelos com diferentes quantidades de células


fotovoltaicas, sendo os mais comuns, atualmente, fabricados com 60, 66 e 72 células ou, no caso
de módulos solares Half-Cell, com 120, 132 e 144 “meias células”.

Como as células são as responsáveis por converter a luz do sol em energia elétrica (a chamada
energia solar fotovoltaica), quanto mais células um módulo fotovoltaico possuir, mais energia ele
será capaz de gerar.

4. Componentes do Sistema Fotovoltaico

4.1. Painéis Fotovoltaicos


A energia fotovoltaica diz respeito à tecnologia que gera potência eléctrica em corrente contínua
(CC ou DC), medida em Watts, a partir de materiais semicondutores, quando estes são
iluminados por fotões. Enquanto incidir luz na célula solar, componente individual da célula
fotovoltaica é gerada potência elétrica. As células solares são constituídas por materiais
chamados semicondutores, que tem eletrões ligados de forma fraca que ocupam uma faixa
energética chamada banda de valência. No caso de ser exercida sob um eletrão de valência uma
energia superior a certo limite - energia de band gap - as ligações são quebradas e o eletrão
encontra-se livre para se deslocar até uma nova camada de energia chamada camada de condução
(conduction band), onde se torna possível a condução de eletricidade através do material. Assim,
os eletrões livres na banda de condução são separados da banda de valência pelo intervalo de
banda (medidos em unidades de eletrão de volts V ou eV). Essa energia necessária para a
libertação do eletrão pode ser fornecida por fotões, que são partículas de luz. Assim, de forma
geral, quando as células solares se encontram expostas à luz solar, os fotões atingem os eletrões
da banda de valência, quebrando as suas ligações e encaminhando-os para a camada de condução.
Nesta camada, um contacto seletivo, que faz a colecção dos eletrões, encaminha os eletrões para
um circuito externo. Os eletrões perdem a sua energia ao fazerem trabalho num motor elétrico,
que depois pode ser utilizado para bombear água, alimentar uma lâmpada ou máquina de costura,
entre outros. De seguida, os eletrões são restaurados para a célula solar através do loop de retorno
do circuito, feito através de um segundo contato seletivo, que os encaminha de volta à banda de
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valência com a mesma energia com que haviam iniciado o seu caminho. Este movimento de
eletrões no circuito externo e nos contatos é chamado de corrente elétrica. O potencial ao qual os
eletrões são entregues à corrente exterior é superior à energia necessária para a sua excitação (ou
seja, maior que a energia da band gap). (Luque & Hegedus, 2003).

Para aplicações práticas, um painel/módulo fotovoltaico diz respeito a um grande número de


células fotovoltaicas ligadas e encapsuladas, sendo este o produto final vendido ao consumidor.
Dado que estes produzem eletricidade em corrente contínua, e que os aparelhos eletrónicos
trabalham em corrente alterna (AC), é necessária a introdução de um inversor para fazer esta
conversão. (Luque & Hegedus, 2003).

Figura 5: Exemplo de painéis solares

4.2. Regulador de carga


O regulador de carga funciona como elo de ligação entre os módulos fotovoltaicos, o banco de
baterias e a carga de consumo. Este controla o armazenamento de energia das baterias, evitando a
sua sobrecarga/sobre descarga, através da análise da tensão na mesma. As suas caraterísticas
principais para bom funcionamento são (Luque & Hegedus, 2003):

 Apresentar um baixo consumo interno;

 Elevada eficiência é recomendável (96% a 98%);

 Cortar a ligação entre as baterias e o consumo em caso de uma descarga profunda;


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 Carregamento deverá ser feito a altas tensões;

 Tensão de rutura dos componentes semicondutores deverá ser pelo menos duas vezes a
tensão em circuito aberto do gerador solar;

 Proteção integrada no caso de sobretensão;

 Deve encontrar-se num local abrigado.

Figura 6: Exemplo de um regulador de carga

4.3. Baterias
Para sistemas fotovoltaicos desligados da rede, os sistemas de armazenamento de energia tornam-
se importantes para compensar os períodos sem radiação solar suficiente (por exemplo, durante a
noite ou em dias nublados). Neste contexto, recorre-se normalmente a baterias de ácido de
chumbo. Existem também baterias de níquel-cádmio, hidreto metálico e de iões de lítio. Para
caraterizar uma bateria, é necessário ter em conta alguns factores, entre eles a sua tensão,
densidade e energia específica, rendimento energético, capacidade (quantidade máxima de
energia elétrica que a bateria pode fornecer durante o seu processo de descarga e até a descarga
estar completa), auto descarga (percentagem de descarga da bateria mesmo quando não é
utilizada), ciclos de vida (número de vezes que bateria pode carregar/descarregar durante a sua
vida útil) e profundidade de descarga.
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Figura 7: Exemplo de uma bateria

4.4. Inversor
Os inversores são dispositivos utilizados para fazer a ligação entre o gerador fotovoltaico
(conjunto de módulos fotovoltaicos) e a carga AC dos equipamentos ou a rede. Têm o objetivo de
converter o sinal elétrico DC proveniente do gerador fotovoltaico num sinal AC, sendo que,
numa fase posterior, ajusta o sinal para a frequência e nível de tensão da rede à qual está ligado.

Estes equipamentos podem ser utilizados para vários tipos de configurações:

 Sistemas ligados à rede;

 Sistemas desligados da rede com baterias recarregáveis;

 Sistemas de bombeamento com baterias de armazenamento.


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Figura 8: Exemplo de um inversor de corrente continua para corrente alterada

4.4.1. Inversor para sistemas ligados à rede eléctrica


O planeamento de um sistema fotovoltaico ligado à rede começa com a escolha de um inversor
adequado. É este primeiro passo que determina a tensão a considerar no lado da corrente
continua, e o gerador fotovoltaico é depois configurado de acordo com caraterísticas de input do
inversor. A sua principal tarefa é converter a corrente continua (CC) gerada pelos módulos
fotovoltaicos num sinal de 50 Hz em corrente alternada (CA), de acordo com as especificações da
rede. Contrariamente a outros tipos de inversores, estes devem conseguir responder tanto às
caraterísticas da rede elétrica como às do gerador de energia solar. Dado que toda a corrente
proveniente dos módulos circula no inversor, as suas propriedades afectam o comportamento e
resultados operacionais do sistema fotovoltaico. (Luque & Hegedus, 2003).

Para além da eficiência da conversão de corrente, o inversor deverá ter integrados componentes
que controlem o modo de operação diário: este deverá assegurar que a operação inicia (durante a
manhã) assim que a energia solar é suficiente para que as células solares entrem em
funcionamento. Ao longo do dia, o seu funcionamento óptimo varia com as flutuações de energia
solar e a temperatura do módulo. Os inversores inteligentes deverão, assim, incluir componentes
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eletrónicos de controlo que reajustem continuamente o equipamento para funcionar no seu ponto
mais favorável. Para além disso, deverão estar inclusos equipamentos de segurança no inversor
que automaticamente desliguem o sistema em casos de irregularidades na rede ou no gerador
solar. (Luque & Hegedus, 2003)

4.4.2. Inversor para sistemas desligados da rede eléctrica


Estes inversores deverão ser capazes de alimentar um elevado número de equipamentos elétricos,
pelo que a sua eficiência deverá rondar os 90%. A qualidade do inversor autónomo depende de
um conjunto de características, como por exemplo (Luque & Hegedus, 2003):

 Protecção contra sobreintensidades;

 Baixa flutuação da tensão e frequência de saída;

 Alta eficiência;

 Baixo consumo em stand-by com autodetecção da presença de uma carga;

 Capacidade de suportar curto-circuitos;

 Elevada tolerância às correntes de arranque.

5. Classificação dos Sistemas Fotovoltaicos


Os sistemas fotovoltaicos são divididos em três tipos:

 Sistemas conectados à rede (on grid);

 Sistemas isolados (off grid);

 Sistema híbridos.

Os três tipos de sistemas geram energia de uma forma similar: módulos solares são colocados
geralmente nos telhados de imóveis e captam a luz do sol, que se transforma em corrente elétrica.
A corrente alternada gerada a partir dos módulos é convertida em corrente contínua por um
equipamento chamado de inversor. Assim, a energia gerada a partir do sol torna-se apta a
alimentar os equipamentos eléctricos de uma residência ou comércio.
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A diferença é que o sistema on grid é conectado à rede, utilizando energia da distribuidora


durante a noite ou em dias de pouco sol e acumulando créditos energéticos com a energia
excedente gerada durante o dia. O sistema off grid não é conectado à rede e faz uso de baterias
para acumular a energia excedente e usá-la quando não é possível produzir; e o sistema híbrido é
a união dos dois: um sistema conectado à rede e outro que possui baterias.

Cada um deles possui vantagens e desvantagens, o que varia é a necessidade de cada um. Em
centros urbanos, o sistema on grid costuma ser mais vantajoso e econômico, mas em lugares
afastados da cidade, onde a rede elétrica não chega, sistemas off grid são mais adequados.

5.1. Sistemas fotovoltaicos on grid (conectados à rede elétrica)


No sistema on grid, seu sistema solar doméstico ou comercial é ligado à rede elétrica da
distribuidora da região, que abastece sua casa durante a noite ou em momentos em que não há
sol. A energia gerada que não é consumida é injetada na rede de distribuição e convertida em
créditos de energia, que podem ser utilizados para abater esse uso noturno. Ela permitiu que os
consumidores pudessem fazer trocas da energia gerada com a da rede.

O kit solar on grid é composto por painel solar, inversor, estruturas de fixação dos módulos,
string box, cabos e conectores.

5.1.1. Sistema fotovoltaico residencial conectado à rede (1 a 10 kWp)


Um sistema de energia solar residencial permite que você produza parte ou toda a energia que
consome em sua casa a partir da luz do sol, assim, é possível se livrar de boa parte da conta de
luz. A conta de luz não “zera” porque é preciso continuar pagando a taxa mínima de luz, que é o
valor mínimo cobrado de todos os consumidores conectados à rede. Para calcular o tamanho de
um sistema fotovoltaico residencial, são consideradas a conta de luz (o seu consumo de energia
elétrica em kWh) e a localidade geográfica (os índices de irradiação solar variam muito de acordo
com o local).

A principal diferença entre sistemas fotovoltaicos residenciais, comerciais e industriais é a


capacidade de geração, que é medida em quilowatts-pico (kWp). Os sistemas de energia solar
residenciais conectados à rede elétrica são os de menor tamanho, já que o consumo elétrico de
uma casa é menor que o de uma empresa ou indústria – uma residência comum raramente
precisará de um gerador de energia solar maior que 10 kWp (que ocupa uma área máxima de
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aproximadamente 82 m²). Em média, casas com um consumo mensal de 300 kWh precisam de
um sistema de 3 kWp (21 m²).

Normalmente, um sistema fotovoltaico residencial terá uma potência instalada entre 1 kWp e 10
kWp.

Com energia solar, você ajuda o meio ambiente, já que é uma forma de se obter energia
totalmente sustentável e sem emitir poluentes.

A instalação é muito rápida e simples. Depois do projeto estar pronto, o tempo para os
profissionais fazerem toda a instalação na sua casa é de, em média, 2 dias.

5.1.2. Sistema de energia solar para empresas (10 a 100 kWp)


O sistema de energia solar para empresas não é tão diferente do sistema residencial. A diferença é
a quantidade de painéis e sua potência instalada, que costuma variar entre 10 kWp e 100 kWp e
que ocupa uma área entre 82 m² e 805 m².

O sistema para empresas costuma ser on grid, ou seja, conectado à rede, gerando créditos
energéticos assim como as instalações residenciais.

Os painéis solares duram no mínimo 25 anos. O que faz valer muito a pena para empresas – serão
25 anos, no mínimo, de redução na conta de energia.

Outro fator relevante para as empresas é o impacto ambiental. Hoje em dia, empresas que levam
em consideração a sustentabilidade são muito bem-vistas no mercado.

5.1.3. Sistema de energia solar rural conectado à rede


O sistema de energia solar conectado à rede ajuda os produtores rurais a fazerem uma grande
economia financeira e de recursos naturais com as atividades do campo.

A solução tem a finalidade de gerar energia para gerar créditos junto à concessionária de energia
e reduzir em até 95% os gastos com a factura da conta de luz para os produtores.

Essa economia permite que mais investimentos sejam feitos em equipamentos, mão de obra
especializada, compra de novas terras e melhorias em processos antigos, por exemplo.
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5.1.4. Sistema fotovoltaico industrial conectado à rede (100 a 1000 kWp)


Por conta do alto consumo de energia e dos valores gigantescos investidos para isso, o meio
industrial também está migrando para a geração de energia solar fotovoltaica.

Por meio de um sistema fotovoltaico conectado à rede, as indústrias conseguem reduzir o custo
variável da fatura de energia elétrica e ainda contribuir para a preservação do meio ambiente,
fazendo com que sua marca tenha uma imagem melhor no mercado.

Unindo os benefícios do aumento da competitividade no mercado, sustentabilidade, redução dos


custos, aproveitamento dos incentivos fiscais e o baixo custo de manutenção dos sistemas solares,
a energia solar mostra-se a solução mais viável para o setor.

5.2. Sistemas fotovoltaicos off grid/isolados/autônomos


No começo da utilização da energia solar no mundo, entre as décadas de 50 e 70, o único tipo de
sistema fotovoltaico era o off grid. Eles foram criados com a finalidade de gerar e armazenar
energia em lugares remotos.

Porém, engana-se quem pensa que esse tipo de sistema é obsoleto. Para você ter uma ideia, o off
grid, também chamado de sistema isolado ou autônomo, é muito utilizado no meio rural e até
mesmo em satélites artificiais no espaço!

Os sistemas fotovoltaicos off grid são aqueles que não estão conectados à rede elétrica. Sendo
assim, utilizam baterias para armazenar o excedente de energia gerado pelo painel solar para que
possa ser consumido durante a noite ou em momentos de baixa irradiação solar.

Esses sistemas são amplamente utilizados em lugares remotos, sendo dimensionados


minuciosamente, calculando-se, exatamente, o consumo do aparelho (carga). Com base nos
piores índices de radiação solar daquela área específica, dimensiona-se o sistema fotovoltaico
isolado para ter uma autonomia de, em média, três dias.

Para que um sistema solar off grid funcione adequadamente, é preciso que ele contenha todos os
equipamentos utilizados nos sistemas on grid mais o banco de baterias e o controlador de carga.

Com esse kit completo, o sistema é capaz de captar a luz, fazer a conversão da energia solar em
elétrica e ainda armazená-la para utilização futura.
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5.2.1. Vantagens do sistema off grid:


 A grande vantagem do sistema off grid é que ele pode ser instalado em lugares remotos,
onde não existe a possibilidade de receber energia da rede elétrica. Em zonas urbanas,
esses sistemas podem trazer uma total independência em relação à rede elétrica, sem
relógio medidor e sem contas de luz.

 Além disso, como são capazes de armazenar energia e não dependem da rede eléctrica, os
sistemas off grid não sofrem interrupções nos casos de problemas com o fornecimento da
energia da distribuidora.

5.2.2. Desvantagens do sistema off grid


 O custo do sistema, por exemplo, é maior do que os valores empregados em sistemas on
grid por conta do preço das baterias.

 Além disso, não há um custo-benefício tão expressivo nos sistemas off grid, já que eles
têm uma menor eficiência energética e acabam causando mais impactos ao meio ambiente
por causa das baterias.

 O sistema ser desconectado da rede de distribuição local também pode causar alguns
transtornos, como não ser possível utilizar energia eléctrica se houver intermitência da luz
solar e não houver armazenamento suficiente. Para evitar que o imóvel fique sem
abastecimento, eles precisam ser dimensionados para suprir uma demanda maior, o que
acaba encarecendo o sistema.

5.3. Sistemas fotovoltaicos híbridos


Os sistemas híbridos de energia solar fotovoltaica são uma mistura de sistemas isolados com
sistemas conectados à rede elétrica. Isso significa que o sistema é conectado à rede elétrica ao
mesmo tempo que faz uso de baterias para armazenar parte da energia excedente.

Portanto os sistemas híbridos são mais caros que os tradicionais on grid, já que necessitam de
baterias, um inversor fotovoltaico híbrido (que trabalha nas duas configurações, on e off) e outros
equipamentos que compõem o seu kit solar.
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5.3.1. Vantagens dos Sistemas Fotovoltaicos híbridos


 A principal vantagem é que o sistema fotovoltaico híbrido armazena energia nas baterias
para ser usada à noite, o que faz com que a conta de energia elétrica possa ser reduzida
ainda mais, visto que ele usa energia armazenada no período que mais consumiria da
distribuidora.

 Outra vantagem é que, mesmo que haja uma queda de energia na rede, a luz de quem
possui baterias em seu sistema de energia solar continuará funcionando.

5.3.1. Desvantagens dos Sistemas Fotovoltaicos híbridos


 A desvantagem maior é que o custo de investimento é bem maior, pois as baterias
costumam ter um valor bem elevado.

 O espaço requerido para a instalação é bem maior em relação aos sistemas que são apenas
conectados à rede.

 O tempo de vida das baterias também é menor em comparação ao resto dos


equipamentos: de 7 a 15 anos. O que faz com que talvez o investimento não valha a pena.

5.4. Qual o melhor tipo de sistema fotovoltaico? Como escolher?


Todos os sistemas possuem suas vantagens e desvantagens. Por isso, a melhor forma de garantir o
projeto ideal é com uma empresa especializada em energia solar.

Esse tipo de empresa pode fazer uma avaliação no local de instalação para levar ao cliente a
solução em que ele terá o maior custo-benefício possível.

Se o sistema de energia solar for instalado em uma fazenda, por exemplo, é possível que o
sistema off grid seja a melhor opção.

Caso o cliente precise de um sistema solar fotovoltaico para uma central de controle, ou até
mesmo para um hospital, a melhor solução pode ser o sistema híbrido.

Para clientes de um condomínio que desejam instalar um sistema de energia solar fotovoltaico
para abastecer os apartamentos do prédio, a melhor opção será o sistema on grid, já que ele pode
ser utilizado em empreendimentos com múltiplas unidades consumidoras.
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6. Principio de funcionamento
A energia solar fotovoltaica funciona com painéis solares que captam a luz e geram energia
elétrica, por meio do efeito fotovoltaico. Os raios solares incidem no painel solar, passa para o
controlador de carga, de seguida para baterias, para inversor solar que é responsável pela
conversão da corrente contínua para alternada, passa o quadro e então a energia é distribuída para
o local. A energia que é produzida pode ser utilizada em residências, empresa ou mesmo em
propriedades rurais. Não existe custo na utilização desta energia, por isso, é possível em até 95%
a redução de uma conta convencional de energia elétrica.

Figura 9: Exemplo de como um painel solar pode gerar energia elétrica

7. Aplicações da Energia Solar Fotovoltaica


Energia solar fotovoltaica é um tipo de energia alternativa que vem se expandindo ao redor do
mundo. Existe uma predisposição para que surjam cada vez mais dispositivos de captação e
armazenamento, com preços mais acessíveis como forma de estímulo ao comércio e ao uso
consciente dessa energia. Nesta secção serão apresentadas algumas formas de aplicação desse
tipo de geração.

7.1. Sistemas Fotovoltaicos Residenciais


A utilização de sistemas fotovoltaicos no setor residencial tem impulsionado o mercado desse
tipo de geração. Esses sistemas têm sido instalados tanto em áreas urbanas como em localidades
de difícil acesso a energia elétrica. Em residências urbanas a energia solar esta sendo empregada
24

com o princípio de melhorar a conta de energia elétrica, tendo em vista, que no Brasil o excesso
da geração de energia solar fotovoltaica é injetado na rede elétrica, no qual esse montante pode
ser compensado na conta de energia elétrica. Nas residências rurais, as quais sofrem com a
ausência de energia elétrica já que a região é considerada não rentável economicamente, são
utilizados sistemas autônomos (off grid), de pequeno porte, com o objetivo básico de atender
principalmente a demanda de iluminação (OLIVEIRA, 2016).

Figura 10: Exemplo de sistema fotovoltaico residencial

7.2. Centrais Eléctricas Fotovoltaicas


As centrais elétricas fotovoltaicas executam a função de estações centralizadas de energia. A
fonte de alimentação desse sistema não é associada com um cliente particular da eletricidade.
Estes sistemas são tipicamente instalados em terrenos ou campos e funciona normalmente a certa
distância do ponto de consumo, necessitando de sistema de transmissão e distribuição até o ponto
de consumo. Apesar das grandes centrais fotovoltaicas terem potência muito inferior em
comparação às grandes centrais hidroelétricas, nucleares, não há nenhuma barreira técnica ou
qualquer restrição quanto à confiabilidade desses sistemas. (RODRIGUES, 2017).
25

Figura 11: Exemplo de uma central elétrica fotovoltaica

7.3. Sistema de Bombeamento de Água


Sistemas fotovoltaicos para bombeamento de água são umas das principais e mais vantajosas
aplicações da energia solar fotovoltaica. Alguns exemplos da utilização de sistemas fotovoltaicos
para o bombeamento de água são: pastorícia, irrigação de campos através do bombeamento de
água dos reservatórios; abastecimento residencial; esgotamento de águas de poços artesanais,
minas, de garagens e subestações alagadas pelo excesso de chuva (PEREIRA, 2010).

Figura 12: Exemplo de sistema de bombeamento de água


26

7.4. Telecomunicações e sinalização


Os sistemas de telefonia muitas das vezes precisam ser instalados em lugares remotos e de difícil
acesso a energia elétrica. Logo, os sistemas de energia fotovoltaica surgem como uma boa
aplicação para solução desse problema, tendo em visto, que esses empecilhos não impedem a
implementação dessa forma de geração e apresentam um bom desempenho.

A energia solar fotovoltaica é ideal para aplicativos de telecomunicações, entre as que se


encontram por exemplo as centrais locais de telefonia, antenas de rádio e televisão, estações
repetidoras de micro-ondas e outros tipos de ligações de comunicação electrónicos. Isto é como,
na maioria dos aplicativos de telecomunicações, se utilizam baterias de armazenamento e a
instalação elétrica se realiza normalmente em corrente contínua (CC). Em terrenos acidentados e
montanhosos, os sinais de rádio e televisão podem ver-se interferidas ou refletidas devido ao
terreno ondulado. Nestas localizações, instalam-se transmissores de baixa potência para receber e
retransmitir o sinal entre a população local.

As células fotovoltaicas também se utilizam para alimentar sistemas de comunicações de


emergência, por exemplo nos mastros de SOS (Telefones de emergência) em estradas,
sinalização ferroviária, balizamento para protecção aeronáutica, estações meteorológicas ou
sistemas de vigilância de dados ambientais e de qualidade da água.

8. Importância da energia solar fotovoltaica na sustentabilidade


Com a escassez de recursos que presenciamos actualmente, a tecnologia tende a avançar cada vez
mais para encontrar novos meios de consumo sem maiores impactos para o planeta. E o sistema
fotovoltaico é um resultado dessas alternativas limpas de consumo. Em suma, sustentabilidade
tem tudo a ver com aspectos: 

Econômicos: gestão financeira adequada e investimento em novas tecnologias. 

Sociais: acções de apoio à comunidade no seu entorno, preocupação com pagamento justo de
salários, atitudes ética.

Ambientais: foco no uso de energias renováveis e hábitos de consumo consciente. 


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9. Vantagens e Desvantagens da Energia Solar Fotovoltaica

9.1. Vantagens da Energia Solar Fotovoltaica


 A sua fonte é um recurso natural podendo assim ser usado de forma abundante e
renovável ou inesgotável;

 A tecnologia de geração de energia fotovoltaica apresenta qualidades ecológicas, pois o


produto final não é poluente, silencioso e não perturba o ambiente;

 Não utiliza peças móveis, o que facilita a sua utilização em locais isolados;

 Permite aumentar a potência instalada através de incorporações de módulos adicionais.

 Além da fácil instalação, por ser modular, essa energia pode ser aplicada de acordo com a
necessidade;

 Diminui o desmatamento em áreas verdes;

 Impede a elevada exploração de uso de recursos naturais não renováveis;

9.2. Desvantagens da Energia Solar Fotovoltaica


 Ainda possui um custo de fabricação dos módulos fotovoltaicos bastante elevados,
embora cada vez mais barato;

 O rendimento real de conversão de um módulo é reduzido face ao custo do investimento;

 Em alguns dias nublados e chuvosos onde houver pouca incidência de raios solares, pode
ter o seu desempenho afectado;

 Não gera energia no período noturno.

10. Impactos ambientais do sistema fotovoltaico

10.1. Impactos ambientais energia solar na manufatura de placas solares


A manufatura das placas solares, principais equipamentos utilizados nos sistemas fotovoltaicos, é
responsável por 85% da energia consumida nos processos de fabricação da tecnologia
fotovoltaica. Portanto, as placas solares são os principais consumidores da energia na manufatura,
28

visto que o equipamento necessita de diversos recursos, etapas e elementos químicos para a sua
produção.

Pensando nisso, podemos considerar que nenhuma fonte de energia, ainda que renovável, está
inteiramente livre de impactos ambientais. Mas, ao contrário de fontes não renováveis, como o
carvão, ainda muito utilizado para a produção de eletricidade no mundo, a energia solar apresenta
impacto ambiental pequeno pois não emite gases poluentes durante a sua geração de energia.

Ainda assim, na avaliação do ciclo de vida, é possível analisar os impactos ambientais causados
pelos painéis solares durante a sua vida útil estudando a quantidade de material e energia
utilizados pelo produto e a emissão de poluentes e resíduos durante a sua utilização. Desta forma,
sua avaliação inicia-se na extração de matéria-prima até o fim de vida do produto, como a
reciclagem ou reuso.

Seu ciclo de vida, portanto, dependerá do local de instalação e país de fabricação, porém estima-
se que entre 1,5 e 2,5 anos a placa solar já tenha produzido a mesma quantidade de energia
esperada.

10.2. Impactos ambientais no descarte de equipamentos de energia solar


Ao final de sua vida útil, é recomendado que o consumidor faça o reaproveitamento dos
equipamentos de energia solar, tais como placas solares, inversores e demais resíduos que não
precisam ser desfeitos. No entanto, muitos optam pelo descarte desses materiais, contribuindo
para o aumento dos impactos ambientais.

Quando necessário, deve-se informar em cada país o método mais adequado para a realização do
descarte dos equipamentos, a fim de garantir segurança à população e ao meio ambiente. Além
disso, existem resíduos, como os radioativos, que não possuem um método de descarte sem riscos
por serem supercontaminantes.

10.3. Impactos ambientais da energia solar no processo operacional


Os impactos ambientais relacionados ao processo operacional da energia solar são praticamente
nulos. A tecnologia utilizada para produção de energia solar é a que tem a mais longa duração
entre os outros tipos de geração de energia, o que faz com que seja muito mais sustentável.
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Além disso, a geração realizada pelos painéis solares não emite gases poluentes, como gás
carbônico (CO2) e nenhum outro tipo de gás que causa o efeito estufa, por exemplo. Para fazer a
manutenção do sistema, não é necessário utilizar água, e o consumo de energia da manutenção é
muito baixo.

10.4. Impactos ambientais na manufatura de construção de usinas


Os impactos negativos na construção de usinas afetam o meio ambiente apenas nos projetos de
porte maior. Esse é o caso das usinas de geração centralizada, as quais precisam ser muito
grandes para receberem as inúmeras placas solares da instalação, ocupando, muitas vezes,
diversos hectares de terra.

A construção desse tipo de usina causa impactos relacionados ao meio biótico do local, ou seja,
pode causar danos aos ecossistemas presentes na área. Os principais danos são em relação às
vegetações, que ficam comprometidas com a terraplanagem realizada e com o sombreamento
gerado pelos módulos solares.

Os animais que estão no local também podem estar em risco, já que acidentes podem acontecer
ao abrir espaço para a construção das usinas. Além disso, a alimentação dos animais fica
prejudicada devido às mudanças de padrões, e a vegetação que serve de alimento para eles pode
ficar mais escassa devido à construção.

No meio físico, o impacto negativo tem relação direta com a paisagem presente no local, os
resíduos que a construção pode gerar, a falhas de armazenamento de produtos químicos e a
geração de gases e poeiras que afetam a qualidade do ar.

Ainda é válido ressaltar que a construção das usinas fotovoltaicas também causa o aumento,
ainda que temporário, da densidade demográfica do local, gera ruídos e vibrações devido aos
veículos pesados que passam pelo canteiro de obras e ainda pode causar o aumento da
especulação imobiliária.

10.5. Impactos ambientais ao meio biótico


 Por utilizar grandes áreas, ela pode afetar os ciclos de desenvolvimento da fauna e da
flora, dependendo da região onde for construída;

 Em áreas com cobertura vegetal, esta pode ser afetada devido a terraplanagem e
sombreamento causado pelos módulos;
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 O solo descampado ainda pode intensificar processos erosivos e de assoreamento, causar


alterações no fluxo hidrológico superficial e escassez de alimento a fauna local, causando
sua migração;

 Essa remoção da vegetação superficial pode ainda causar a eliminação da microfauna


local. Existe ainda o risco de acidentes com animais, causado pela remoção de tocas e
abrigos de espécies locais na construção da usina, que podem invadir o empreendimento
ou ainda serem atropelados em pistas locais.

10.6. Impactos ao meio físico


 Alteração e degradação da paisagem de acordo com o porte e local de instalação da usina;

 Atividades do canteiro de obras podem gerar resíduos sólidos e riscos de contaminação do


solo, como no acondicionamento errado de produtos químicos e materiais de limpeza;

 Geração de poeiras, gases e alterações na qualidade do ar devido a circulação de veículos


e manuseio de máquinas, afectando os meios antrópico e biótico;

 Alterações do fluxo hidrológico superficial devido ao desmate e os destroncamentos do


terreno, podendo ocorrer assoreamento de cursos de drenagens naturais.
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11. Conclusão
Do ponto de vista da operação de sistemas fotovoltaicos, é evidente que o impacto ambiental é
muito menor do que os impactos causados por fontes convencionais, visto que o recurso utilizado
na produção de energia é renovável, não emite poluentes líquidos e gasosos e nem material
radiativo. O uso directo da energia solar é vantajoso porque o equilíbrio térmico da Terra
praticamente não é perturbado.

A incidência da radiação solar que atinge a superfície terrestre pode ser decomposta em dois
termos, radiação directa e difusa.

A energia solar fotovoltaica é obtida através da conversão da radiação solar em eletricidade por
intermédio de materiais semicondutores, esse fenômeno é conhecido como efeito fotovoltaico.

E o sistema fotovoltaico é um resultado dessas alternativas limpas de consumo. Em suma,


sustentabilidade tem tudo a ver com aspectos: Econômicos: gestão financeira adequada e
investimento em novas tecnologias; Sociais: acções de apoio à comunidade no seu entorno,
preocupação com pagamento justo de salários, atitudes ética; Ambientais: foco no uso de
energias renováveis e hábitos de consumo consciente. 
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12. Referências Bibliográficas


FADIGAS, Eliane Aparecida Faria Amaral; Energia Solar Fotovoltaica; Grupo de Energias da
Escola Politécnica, Universidade de São Paulo (GEPEA9)

REZENDE, Jaqueline Oliveira; A Importância da Energia Solar para o Desenvolvimento


Sustentável; Atena Editora; 2019

www. Portal-Energia. Com

pt.m. wikipedia. com

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