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UNIVERSIDADE LICUNGO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE FÍSICA

2°ANO

3º GRUPO

CÉLSIO ELÍSIO ANDIFOI

ESTEVÃO FERNANDO ANTÓNIO

LITO ERNESTO RONDÃO

WILMA ACÁCIO MUNEME

AS FASES DO DESENVOLVIMENTO PSIQUICO SEGUNDO


FREUD E PIAGET

QUELIMANE

2022
2°ANO

CÉLSIO ELÍSIO ANDIFOI

ESTEVÃO FERNANDO ANTÓNIO

LITO ERNESTO RONDÃO

WILMA ACÁCIO MUNEME

AS FASES DO DESENVOLVIMENTO PSIQUICO SEGUNDO


FREUD E PIAGET

Trabalho de investigação a ser


apresentado no Departamento de ciências
e Tecnologia como requisito de avaliação
no Curso de Licenciatura em Ensino de
Física na Disciplina de Psicologia de
Aprendizagem.

A docente:

Dra. Beatriz Raul


QUELIMANE

2022
Índice
1. Introdução................................................................................................................................................4
1.1 Objectivos de trabalho............................................................................................................................5
1.2. Metodologia do trabalho........................................................................................................................5
2. Desenvolvimento psicossexual para Freud...............................................................................................6
2.1. Funcionamento da teoria psicossexual...................................................................................................6
2.2. As 5 fases do desenvolvimento psicossexual para Freud.......................................................................6
1 – O Estágio Oral........................................................................................................................................6
2 – Estágio Anal...........................................................................................................................................7
3 – A fase fálica............................................................................................................................................8
4 – O período de latência..............................................................................................................................8
5 – O Estágio Genital...................................................................................................................................9
3. Desenvolvimento Psíquico Segundo Piaget..............................................................................................9
3.1. Conceito de Desenvolvimento...............................................................................................................9
3.2. Estágios de Desenvolvimento Segundo Piaget....................................................................................10
3.2.1. Conceito de Estágio de Desenvolvimento.........................................................................................10
1ª fase: Período Sensório-Motor (o recém-nascido e o lactente 0 a 2 anos)................................................11
2ª fase: Período Pré-Operatório (a 1ª infância 2 a 7 anos)..........................................................................12
3ª Fase: Período das Operações Concretas (a infância propriamente dita 7 a 11 ou 12 anos).....................12
4ª Fase: Período das Operações Formais (a adolescência — 11 ou 12 anos em diante)..............................14
4. Conclusão...............................................................................................................................................15
5. Referências bibliográficas......................................................................................................................16
1. Introdução
O presente trabalho fala sobre as fases do desenvolvimento psíquico de Freud e Piaget, Freud no
seu estudo acreditava que o foco principal da libido estava no controle da bexiga e evacuações. O
aprendizado do uso do banheiro é uma questão primordial com as crianças e os pais. Demasiada
pressão pode resultar em uma necessidade excessiva para a ordem ou a limpeza mais tarde na
vida, enquanto muito pouca pressão dos pais pode levar a um comportamento confuso ou
destrutivo mais tarde. Freud sugeriu que o foco principal da energia do id é sobre os órgãos
genitais. De acordo com Freud, a experiência do menino é uma experiência de Complexo de
Édipo e da menina é Complexo de Electra, ou uma atracção para o pai do sexo oposto. Para lidar
com este conflito, as crianças adoptam os valores e as características do pai do mesmo sexo,
formando assim o superego. Segundo Piaget Durante esta fase, o superego continua a se
desenvolver, enquanto as energias do id são suprimidas. As crianças desenvolvem habilidades
sociais, valores e relacionamentos com colegas e adultos fora da família. Do ponto de vista de
suas relações sociais, também ocorre o processo de caracterizar-se, inicialmente, por uma fase de
interiorização, em que, aparentemente, é anti-social. Ele se afasta da família, não aceita conselhos
dos adultos; mas, na realidade, o alvo de sua reflexão é a sociedade, sempre analisada como
passível de ser reformada e transformada. Posteriormente, atinge o equilíbrio entre pensamento e
realidade, quando compreende a importância da reflexão para a sua acção sobre o mundo real.

1.1 Objectivos de trabalho


Geral
 Conhecer as fases do desenvolvimento psíquico segundo Freud e segundo Piaget.

Específicos

 Analisar desenvolvimento psíquico segundo Freud e segundo Piaget;

 Definir os conceitos que estão enquadrados nestas fases;

 Classificar as fases segundo os seus estágios.

1.2. Metodologia do trabalho

Para a elaboração do presente trabalho foi feita uma pesquisa bibliográfica para o alcance dos
objectivos, e a Pesquisa Bibliográfica: é desenvolvida com base em material já elaborado,
constituído principalmente de livros e artigos científicos

2. Desenvolvimento psicossexual para Freud


A teoria do desenvolvimento psicossexual foi proposta pelo famoso psicanalista Sigmund Freud e
descreveu como a personalidade era desenvolvida ao longo da infância. Embora a teoria seja bem
conhecida na psicanálise e na psicologia, é também uma das mais controversas.
2.1. Funcionamento da teoria psicossexual
Freud acreditava que a personalidade era desenvolvida através de uma série de estágios de
infância em que as energias da busca do prazer do ID tornam-se focadas em determinadas áreas
erógenas. Esta energia psicossexual, ou libido, foi descrita como a força motriz por trás do
comportamento.

A teoria psicanalítica sugeriu que a personalidade é mais estabelecida aos cinco anos de idade. As
primeiras experiências desempenham um grande papel no desenvolvimento da personalidade e
continuam a influenciar o comportamento mais tarde na vida.

Então o que acontece durante cada estágio de desenvolvimento psicossexual? E se uma pessoa
não consegue progredir através de um estágio completamente ou favoravelmente? Se essas etapas
psicossexuais são concluídas com êxito, uma personalidade saudável é o resultado. Se certas
questões não são resolvidas na fase adequada, fixações podem ocorrer. A fixação é um foco
persistente em um estágio psicossexual. Até que este conflito seja resolvido, o indivíduo mantém-
se “preso” nesta fase. Por exemplo, uma pessoa que está fixada na fase oral pode ser mais
dependente dos outros e pode buscar estimulação oral através de fumar, beber ou comer.

2.2. As 5 fases do desenvolvimento psicossexual para Freud

1 – O Estágio Oral
Faixa etária: Nascimento – 1 Ano

Zona erógena: Boca

Durante o estágio oral, a fonte primária de interacção do lactente ocorre através da boca, de modo
que o enraizamento e reflexo de sucção são especialmente importantes. A boca é vital para comer
e a criança obtém prazer da estimulação oral por meio de actividades gratificantes, como degustar
e chupar. A criança é totalmente dependente de cuidadores (que são responsáveis pela
alimentação dela), e também desenvolve um sentimento de confiança e conforto através desta
estimulação oral.

O conflito principal nesta fase é o processo de desmame – a criança deve tornar-se menos
dependente de cuidadores. Se ocorrer a fixação nesta fase, Freud acreditava que o indivíduo teria
problemas com dependência ou agressão. Fixação oral pode resultar em problemas com a bebida,
comer, fumar ou roer as unhas.

2 – Estágio Anal
Faixa Etária: 1 a 3 anos

Zona erógena: Entranhas e controle da bexiga

Durante a fase anal, Freud acreditava que o foco principal da libido estava no controle da bexiga
e evacuações. O grande conflito nesta fase é o treinamento do toalete – a criança tem de aprender
a controlar suas necessidades corporais. Desenvolver esse controle leva a um sentimento de
realização e independência.

De acordo com Freud, o sucesso nesta fase é dependente da maneira com que os pais se
aproximam no treinamento do toalete. Os pais que utilizam elogios e recompensas para usar o
banheiro no momento oportuno incentivam resultados positivos e ajudam as crianças a se sentir
capazes e produtivas. Freud acreditava que experiências positivas durante este estágio servem de
base para que as pessoas tornem-se adultos competentes, produtivos e criativos.

No entanto, nem todos os pais fornecem o apoio e encorajamento que as crianças precisam
durante este estágio. Alguns pais vão punir com ridicularização ou vergonha os acidentes das
crianças.

De acordo com Freud, as respostas parentais inadequadas podem resultar em resultados


negativos. Se os pais levam uma abordagem que é muito branda, Freud sugeriu que poderia se
desenvolver uma personalidade anal-expulsiva, em que o indivíduo tem uma personalidade
confusa ou destrutiva. Se os pais são muito rigorosos ou começam o treinamento do toalete muito
cedo, Freud acreditava que uma personalidade anal-retentiva se desenvolveria, na qual o
indivíduo é rigoroso, ordenado, rígido e obsessivo.

3 – A fase fálica
Faixa etária: 3 a 6 anos

Zona erógena: Genitais


Durante a fase fálica, o foco principal da libido é sobre os órgãos genitais. Nessa idade, as
crianças também começam a descobrir as diferenças entre machos e fêmeas.

Freud também acreditava que os meninos começam a ver seus pais como rivais pelo afecto da
mãe. O complexo de Édipo descreve esses sentimentos de querer possuir a mãe e o desejo de
substituir o pai. No entanto, a criança também teme ser punida pelo pai por estes sentimentos, um
medo que Freud denominou de angústia de castração.

O termo complexo de Electra tem sido usado para descrever um conjunto semelhante de
sentimentos vivenciados pelas jovens. Freud, no entanto, acredita que as meninas, em vez disso
experimentam a inveja do pénis.

Eventualmente, a criança começa a se identificar com o genitor do mesmo sexo como um meio
de vicariamente possuir o outro progenitor. Para as meninas, no entanto, Freud acreditava que a
inveja do pênis não foi totalmente resolvida e que todas as mulheres continuam a ser um pouco
fixadas neste estágio. Psicólogos como Karen Horney contestam esta teoria, chamando-a de um
tanto imprecisa e degradante para as mulheres. Em vez disso, Horney propôs que os homens
experimentam sentimentos de inferioridade porque eles não podem dar a luz à filhos, um conceito
à que ela se referiu como inveja do útero.

4 – O período de latência
Faixa etária: 6 anos – puberdade

Zona erógena: sentimentos sexuais são inactivos

Durante o período de latência, os interesses da libido são suprimidos. O desenvolvimento do ego


e superego contribuem para este período de calma. O estágio começa na época em que as crianças
entram na escola e tornam-se mais preocupadas com as relações entre colegas, hobbies e outros
interesses.

O período de latência é um tempo de exploração em que a energia sexual ainda está presente, mas
é direccionada para outras áreas, como actividades intelectuais e interacções sociais. Esta etapa é
importante para o desenvolvimento de habilidades sociais e de comunicação e autoconfiança.
5 – O Estágio Genital
Faixa etária: Puberdade à Morte

Zona erógena: Amadurecendo de Interesses Sexuais

Durante a fase final de desenvolvimento psicossexual, o indivíduo desenvolve um forte interesse


sexual no sexo oposto. Esta fase começa durante a puberdade, mas passa por todo o resto da vida
de uma pessoa.

Em fases anteriores, o foco foi exclusivamente nas necessidades individuais, porém o interesse
pelo bem-estar dos outros cresce durante esta fase. Se as outras etapas foram concluídas com
êxito, o indivíduo deve agora ser bem equilibrado, tenro e carinhoso. O objectivo desta etapa é
estabelecer um equilíbrio entre as diversas áreas da vida.

3. Desenvolvimento Psíquico Segundo Piaget

3.1. Conceito de Desenvolvimento


O ponto de partida para a definição de desenvolvimento de Piaget é a concepção de que o
indivíduo aspira a adaptação às condições ambientais com base na capacidade inata do
pensamento. O ponto de partida para esta adaptação é actividade reflexa já iniciada na vida intra-
uterina que o bebé desenvolve desde o nascimento.

A adaptação é o resultado da acção de dois mecanismos do pensamento que operam em


simultâneo nomeadamente a assimilação e a acomodação. Entende-se por assimilação, a
aquisição de novos conhecimentos e novas experiências integrando-os ou absorvendo-os nas
estruturas ou esquemas existentes do pensamento. A acomodação, por sua vez, designa as
modificações que as novas experiências provocam nos esquemas ou estruturas existentes de
modo que haja adaptação. Para que haja adaptação é necessário que haja equilíbrio outra
assimilação e acomodação. O desequilíbrio entre a assimilação e a acomodação provoca conflitos
em outros patamares de equilíbrio de nível superior. Ao tentar dominar activamente o ambiente, o
sujeito constrói estruturas e níveis superiores de conhecimentos, a partir dos elementos já
formados pela maturação e pelo meio.
3.2. Estágios de Desenvolvimento Segundo Piaget

3.2.1. Conceito de Estágio de Desenvolvimento


O estágio de desenvolvimento refere-se a uma faixa etária em que as crianças possuem
semelhanças típicas nos aspectos físico-motor, cognitivo, emocional-sentimental, volitivo, de
habilidades, hábitos, aptidões, possibilidades de realização e modos de comportamento. Estas
semelhanças típicas também se podem designar de particularidades de idade.

Os estágios de desenvolvimento de Piaget colocam mais em evidência o pensamento das


crianças. Assim, este psicólogo distingue os seguintes estágios de desenvolvimento do
pensamento: sensório-motor, pré-operatório, operações concretas, operações formais.

Este autor divide os períodos do desenvolvimento humano de acordo com o aparecimento de


novas qualidades do pensamento, o que, por sua vez, interfere no desenvolvimento global.

1º período: Sensório-motor (0 a 2 anos)

2° período: Pré-operatório (2 a 7 anos)

3º período: Operações concretas (7 a 11 ou 12 anos)

4º período: Operações formais (11 ou 12 anos em diante).

Segundo Piaget, cada período é caracterizado por aquilo que de melhor o indivíduo consegue
fazer nessas faixas etárias. Todos os indivíduos passam por todas essas fases ou períodos, nessa
sequência, porém o início e o término de cada uma delas dependem das características biológicas
do indivíduo e de factores educacionais, sociais.

Portanto, a divisão nessas faixas etárias é uma referência, e não uma norma rígida.

1ª fase: Período Sensório-Motor (o recém-nascido e o lactente 0 a 2 anos)


Neste período, a criança conquista, através da percepção e dos movimentos, todo o universo que a
cerca. No recém-nascido, a vida mental reduz-se ao exercício dos aparelhos reflexos, de fundo
hereditário, como a sucção. Esses reflexos melhoram com o treino. Por exemplo, o bebé mama
melhor no 10º dia de vida do que no 29 dia. Por volta dos cinco meses, a criança consegue
coordenar os movimentos das mãos e olhos e pegar objectos, aumentando sua capacidade de
adquirir hábitos novos. No final do período, a criança é capaz de usar um instrumento como meio
para atingir um objecto. Por exemplo, descobre que, se puxar a toalha, a lata de bolacha ficará
mais perto dela. Neste caso, ela utiliza a inteligência prática ou sensório-motora, que envolve as
percepções e os movimentos.

Neste período, fica evidente que o desenvolvimento físico acelerado é o suporte para o
aparecimento de novas habilidades. Isto é, o desenvolvimento ósseo, muscular e neurológico
permite a emergência de novos comportamentos, como sentar-se, andar, o que propiciará um
domínio maior do ambiente.

Ao longo deste período, irá ocorrer na criança uma diferenciação progressiva entre o seu eu e o
mundo exterior. Se no início o mundo era uma continuação do próprio corpo, os progressos da
inteligência levam na situar-se como um elemento entre outros no mundo. Isso permite que a
criança, por volta de 1 ano, admita que um objecto continue a existir mesmo quando ela não o
percebe, isto é, o objecto não está presente no seu campo visual, mas ela continua a procurar ou a
pedir o brinquedo que perdeu, porque sabe que ele continua a existir. Esta diferenciação também
ocorre no aspecto afectivo, pois o bebé passa das emoções primárias (os primeiros medos,
quando, por exemplo, ele se enrijece ao ouvir um barulho muito forte) para uma escolha afectiva
de objectos (no final do período), quando já manifesta preferências por brinquedos, objectos,
pessoas etc.

2ª fase: Período Pré-Operatório (a 1ª infância 2 a 7 anos)


Neste período, o que de mais importante acontece é o aparecimento da linguagem, que irá
acarretar modificações nos aspectos intelectuais, afectivo e social da criança. A interacção e a
comunicação entre os indivíduos são, sem dúvida, as consequências mais evidentes da
linguagem. Com a palavra, há possibilidade de exteriorização da vida interior e, portanto, a
possibilidade de corrigir acções futuras. A criança já antecipa o que vai fazer.

Como decorrência do aparecimento da linguagem, o desenvolvimento do pensamento se acelera.


No início do período, ele exclui toda a objectividade, a criança transforma o real em função dos
seus desejos e fantasias (jogo simbólico); posteriormente, utiliza-o como referencial para explicar
o mundo real, a sua própria actividade, seu eu e suas leis morais; e, no final do período, passa a
procurar a razão causal e finalista de tudo (é a fase dos famosos “porquês”). E um pensamento
mais adaptado ao outro e ao real.

No aspecto afectivo, surgem os sentimentos inter-individuais, sendo que um dos mais relevantes
é o respeito que a criança nutre pelos indivíduos que julga superiores a ela. Por exemplo, em
relação aos pais, aos professores. E um misto de amor e temor. Seus sentimentos morais
reflectem esta relação com os adultos significativos — a moral da obediência —, em que o
critério de bem e mal é a vontade dos adultos.

Com o domínio ampliado do mundo, seu interesse pelas diferentes actividades e objectos se
multiplica, diferencia e regulariza, isto é, torna-se estável, sendo que, a partir desse interesse,
surge uma escala de valores própria da criança. E a criança passa a avaliar suas próprias acções a
partir dessa escala.

É importante, ainda, considerar que, neste período, a maturação neuro-fisiológica completa-se,


permitindo o desenvolvimento de novas habilidades, como a coordenação motora fina pegar
pequenos objectos com as pontas dos dedos, segurar o lápis correctamente e conseguir fazer os
delicados movimentos exigidos pela escrita.

3ª Fase: Período das Operações Concretas (a infância propriamente dita 7 a 11 ou 12 anos)


O desenvolvimento mental, caracterizado no período anterior pelo egocentrismo intelectual e
social, é superado neste período pelo início da construção lógica, isto é, a capacidade da criança
de estabelecer relações que permitam a coordenação de pontos de vista diferentes. Estes pontos
de vista podem referir-se a pessoas diferentes ou à própria criança, que “vê” um objecto ou
situação com aspectos diferentes e, mesmo, conflituantes. Ela consegue coordenar estes pontos de
vista e integrá-los de modo lógico e coerente. No plano afectivo, isto significa que ela será capaz
de cooperar cora os outros, de trabalhar em grupo e, ao mesmo tempo, de ter autonomia pessoal.
O que possibilitará isto, no plano intelectual, é o surgimento de uma nova capacidade mental da
criança: as operações, isto é, ela consegue realizar uma acção física ou mental dirigida para um
fim (objectivo) e revertê-la para o seu início. Num jogo de quebra-cabeças, próprio para a idade,
ela consegue, na metade do jogo, descobrir um erro, desmanchar uma parte e recomeçar de onde
corrigiu, terminando-o.
Em nível de pensamento, a criança consegue:

 Estabelecer correctamente as relações de causa e efeito e de meio e fim;

 Sequenciar ideias ou eventos;

 Trabalhar com ideias sob dois pontos de vista, simultaneamente;

 Formar o conceito de número (no início do período, sua noção de número está vinculada a
uma correspondência com o objecto concreto).

A noção de conservação da substância do objecto (comprimento e quantidade) surge no início do


período; por volta dos 9 anos, urge a noção de conservação de peso; e, ao final do período, a
noção de conservação do volume.

No aspecto afectivo, ocorre o aparecimento da vontade como qualidade superior e que actua
quando há conflitos de tendências ou intenções (entre o dever e o prazer, por exemplo). A criança
adquire uma autonomia crescente em relação ao adulto, passando a organizar seus próprios
valores morais.

A cooperação é uma capacidade que vai-se desenvolvendo ao longo deste período e será um
facilitador do trabalho em grupo, que se torna cada vez mais absorvente para a criança. Elas
passam a elaborar formas próprias de organização grupal, em que as regras e normas são
concebidas como válidas e verdadeiras, desde que todos as adoptem e sejam a expressão de uma
vontade de todos. Portanto, novas regras podem surgir, a partir da necessidade e de um “contrato”
entre as crianças.

4ª Fase: Período das Operações Formais (a adolescência — 11 ou 12 anos em diante)


Neste período, ocorre a passagem do pensamento concreto para o pensamento formal, abstracto,
isto é, o adolescente realiza as operações no plano das ideias, sem necessitar de manipulação ou
referências concretas, como no período anterior. É capaz de lidar cora conceitos como liberdade,
justiça etc. O adolescente domina, progressivamente, a capacidade de abstrair e generalizar, cria
teorias sobre o mundo, principalmente sobre aspectos que gostaria de reformular. Isso é possível
graças à capacidade de reflexão espontânea que, cada vez mais descolada do real, é capaz de tirar
conclusões de puras hipóteses. O livre exercício da reflexão permite ao adolescente, inicialmente,
“submeter” o mundo real aos sistemas e teorias que o seu pensamento é capaz de criar. Isto vai-se
atenuando de forma crescente, através da reconciliação do pensamento cora a realidade, até ficar
claro que a função da reflexão não é contradizer, mas se adiantar e interpretar a experiência. Do
ponto de vista de suas relações sociais, também ocorre o processo de caracterizar-se,
inicialmente, por uma fase de interiorização, em que, aparentemente, é anti-social. Ele se afasta
da família, não aceita conselhos dos adultos; mas, na realidade, o alvo de sua reflexão é a
sociedade, sempre analisada como passível de ser reformada e transformada. Posteriormente,
atinge o equilíbrio entre pensamento e realidade, quando compreende a importância da reflexão
para a sua acção sobre o mundo real. Por exemplo, no início do período, o adolescente que tem
dificuldades na disciplina de Matemática pode propor sua retirada do currículo e, posteriormente,
pode propor soluções mais viáveis e adequadas, que considerem as exigências sociais.

No aspecto afectivo, o adolescente vive conflitos. Deseja libertar-se do adulto, mas ainda depende
dele. Deseja ser aceito pelos amigos e pelos adultos. O grupo de amigos é um importante
referencial para o jovem, determinando o vocabulário, as vestimentas e outros aspectos de seu
comportamento. Começa a estabelecer sua moral individual, que é referenciada à moral do grupo.

4. Conclusão
Chegando ao fim deste trabalho nota-se que Segundo Piaget o livre exercício da reflexão permite
ao adolescente, inicialmente, “submeter” o mundo real aos sistemas e teorias que o seu
pensamento é capaz de criar. Isto vai-se atenuando de forma crescente, através da reconciliação
do pensamento cora a realidade, até ficar claro que a função da reflexão não é contradizer, mas se
adiantar e interpretar a experiência. Do ponto de vista de suas relações sociais, também ocorre o
processo de caracterizar-se, inicialmente, por uma fase de interiorização, em que, aparentemente,
é anti-social. Ele se afasta da família, não aceita conselhos dos adultos; mas, na realidade, o alvo
de sua reflexão é a sociedade, sempre analisada como passível de ser reformada e transformada e
para Freud, o sucesso nesta fase é dependente da maneira com que os pais se aproximam no
treinamento do toalete. Os pais que utilizam elogios e recompensas para usar o banheiro no
momento oportuno incentivam resultados positivos e ajudam as crianças a se sentir capazes e
produtivas. Freud acreditava que experiências positivas durante este estágio servem de base para
que as pessoas tornem-se adultos competentes, produtivos e criativos. No entanto, nem todos os
pais fornecem o apoio e encorajamento que as crianças precisam durante este estágio. Alguns
pais vão punir com ridicularização ou vergonha os acidentes das crianças.

5. Referências bibliográficas
Fadiman, James & Frager, Robert (1976), Teorias da Personalidade, São Paulo, HARBRA, 1986

Freud, S. (1905). Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade (no original em alemão, Drei
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SCHULTZ, Duane P; SCHULTZ, Sidney Ellen. Teorias da personalidade. 4ª Edição. São Paulo:
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BOCK, A. M. B. et al. Psicologias: Uma Introdução ao Estudo de Psicologia. São Paulo, Editora
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MWAMUENDA, T.S. Psicologia Educacional. Uma Perspectiva Africana. Maputo, Texto
Editores, 2005, págs. 81-96.

INSTITUTO SUPERIOR DOM BOSCO. Módulo IV. Psicologia de Aprendizagem. Maputo,


págs. 31-42.

RODRIGUES, A. & BILA, L.V. Módulo de Psicologia de Desenvolvimento e de Aprendizagem.


Maputo. Universidade Pedagógica. págs. 83-92.

RODRIGUES, L. Psicologia. 4ª ed., Lisboa, Edições Plátano, 2003, págs. 222-239.

SPRINTHAL, N. A. & SPRINTHAL, R. C. Psicologia Educacional. Uma Abordagem


Desenvolvimentista. Lisboa, Editora McGraw-Hill, 1993, págs. 95-133.

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